Doc. 11 - Sentença
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SENTENÇA
I. Relatório
Trata-se de mandado de segurança, com pedido liminar, impetrado por Joseilma Dantas de
Sousa Paiva em face de ato atribuído ao Presidente do Conselho Regional de Enfermagem
da Paraíba - COREN-PB objetivando a averbação do seu título de pós-graduação em
Enfermagem Obstetrícia junto ao conselho profissional, sem as exigências da Resolução
COFEN nº 479/2015, ou qualquer óbice relacionado à data de início da aludida especialização.
- requereu a averbação de sua especialização junto ao COREN/PB, contudo, seu pleito foi
indeferido, sob o fundamento de que teria iniciado o curso de pós-graduação sem haver
concluído a graduação em Enfermagem (Decisão COREN/PB nº. 43/2017);
Com a inicial, juntou procuração e documentos, e requereu a concessão de justiça gratuita (fls.
10/17).
Às fls. 42/43, a impetrante informou nos autos que a autoridade coatora não havia cumprido a
decisão liminar, apesar do transcurso de 26 dias do recebimento da notificação.
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A autoridade impetrada comunicou nos autos o cumprimento da decisão liminar (fls. 72/73).
O Ministério Público Federal ofertou parecer opinando pela concessão da segurança pleiteada
(fls. 85/89).
É o relatório. Decido.
II. Fundamentação
As questões discutidas nesta ação foram analisadas inicialmente na decisão que deferiu o
pedido liminar (fls. 22/24).
Desta forma, adoto, como razões de decidir desta sentença, os mesmos fundamentos já
expostos na aludida decisão que indeferiu o pedido de liminar, os quais seguem abaixo
transcritos:
" Art. 3º O título de pós-graduação emitido por instituições credenciadas pelo MEC será
registrado mediante apresentação de: (...)
O art. 44, inciso III, da Lei nº 9.394/96, Lei de Diretrizes e Bases da Educação da Educação
Nacional estabelece:
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Ocorre que, se, por um lado, a lei veda o ingresso de aluno que não tenha concluído a
graduação nos cursos de pós-graduação, também atribui às instituições de educação que
verifiquem a satisfação da condição.
Tenho que à impetrante não podem ser atribuídas eventuais faltas cometidas pela instituição de
ensino, que não observou a exigência contida na norma regulamentadora da profissão, e pela
própria ré, que não procedeu à devida fiscalização.
Assim, embora tenha havido concomitância da graduação com o curso de pós-graduação, isso
não pode obstar o registro/averbação do diploma de especialista da impetrante, mormente
porque a especialização findou após a conclusão da graduação, bem como a requerente
demonstrou haver cumprido todas as exigências regulamentares, conforme denota o certificado
de fl. 15.
Entendo, ainda, que feriria a razoabilidade penalizar a impetrante por um ato praticado pela
instituição de ensino, que aceitou a sua matrícula sem a apresentação do certificado de
conclusão da graduação, principalmente quando não restou comprovado que ela concorreu
para isso."
III. Dispositivo
Ante o exposto, concedo a segurança , apreciando a lide com resolução do mérito (art. 487, I,
CPC) para, ratificando os termos da decisão liminar, determinar ao impetrado que averbe em
seus cadastros o título de especialista da impetrante, caso o único impedimento seja a
concomitância da freqüência à graduação e pós-graduação.
Sentença sujeita ao duplo grau de jurisdição, nos termos da Lei n. 12.016/2009, art. 14, § 1º.
Processo: 0802237-40.2017.4.05.8200
Assinado eletronicamente por:
BRUNO TEIXEIRA DE PAIVA - Magistrado
17081810530539000000001723908
Data e hora da assinatura: 20/08/2017 20:14:12
Identificador: 4058200.1714645
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfpb.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 3/3