Murgo
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Resumo
Esta pesquisa verificou como os alunos de um curso de graduação em Pedagogia concebem a afetividade em
sala aula e avaliam a abordagem da mesma na formação inicial. Participaram 25 estudantes do segundo e
terceiro anos de uma instituição particular de uma cidade do interior de São Paulo. O estudo é qualitativo de
cunho fenomenológico. Na coleta de dados utilizou-se um questionário composto de perguntas abertas e,
para a análise, recorreu-se à Análise de Conteúdo. Ao descreverem a afetividade, os participantes reportaram-
-se a sentimentos relacionados à afeição e à interação entre as pessoas. Ressaltaram que uma relação afetiva em
sala de aula pode ser favorável ou não para que os alunos tenham êxito no processo de ensino e aprendizagem,
sobretudo, porque a dimensão afetiva de um professor extrapola a dinâmica das relações interpessoais, ao
abarcar, inclusive, seus posicionamentos e ações na práxis-pedagógica. Por fim, destacaram a importância da
afetividade na relação educativa desde a formação inicial.
Palavras-chave: Afeto. Pedagogia. Sala de aula. Relação professor-aluno.
Abstract
The present study analyzed how undergraduate pedagogy students perceive affection in the classroom and evaluate
how this issue is explored during their initial training. This is a qualitative phenomenological research that involved 25
second and third grade students of a private school in an inland city in the state of São Paulo, Brazil. A questionnaire
composed of open-ended items was used to collect data, which were analyzed using Content Analysis. When describing
affection, the participants referred to feelings of fondness and interaction between people. They stressed that affective
relationships in the classroom may or may not affect student achievement, especially because the affective dimension
of teachers goes beyond the dynamics of interpersonal relationships by revealing their reflections and actions in the
pedagogical praxis. Finally, the participants pointed out the importance of addressing affection in the educational
relationship during their initial training.
Keywords: Affection. Pedagogy. Classroom. Teacher-student relationship.
1
Universidade do Oeste Paulista, Faculdade de Educação, Programa de Pós-Graduação em Educação. Rod. Raposo Tavares, km 572, 19067-175, Presidente
Prudente, SP, Brasil. Correspondência para/Correspondence to: C.S. MURGO. E-mail: <[email protected]>.
2
Prefeitura Municipal de Tatuí, Secretaria de Educação, Cultura e Turismo. Tatuí, SP, Brasil.
uma interação entre o social e o orgânico. O autor ao ambiente que ele quer criar em sala de aula. Toda
enfatizava que as relações da criança com o mundo essa dinâmica, quando sistematizada e organizada,
exterior são, desde o início, relações de sociabilidade. oferece maiores possibilidades para que atinja mais
É necessário frisar que a afetividade, para evoluir, rapidamente seus objetivos, além de explicitar o
depende de conquistas realizadas no plano da respeito e cuidado com seus alunos, aspectos estes
inteligência e vice-versa, sendo que o vínculo afetivo que favorecem a construção da afetividade (Sousa &
entre professor e aluno faz toda a diferença. Lima, 2008).
Acerca da afetividade nos processos Tassoni e Leite (2013) discutiram sobre o tema
educativos, destaca-se a investigação realizada por nos processos de ensino e aprendizagem, a partir de
Ribeiro (2004), a qual teve como objetivo verificar a uma pesquisa realizada numa cidade do interior de
existência de uma representação social de afetividade São Paulo. Os resultados evidenciaram oito aspectos
em professores da Universidade de Feira de Santana. que se fazem essenciais na dimensão afetiva durante
Constatou-se que esses profissionais viam a os processos de ensino e aprendizagem: as formas
afetividade como um sentimento, uma atitude e uma como o professor ajuda o aluno frente às suas
ação. Também foi vista como um estado por meio do dificuldades; as formas como estabelece diálogo com
qual o aluno estabelece três níveis de vínculo: consigo seus alunos, seja individual ou coletivamente;
mesmo, com o outro e com o universo. Ao analisar a atividades, que sejam capazes de envolver os alunos
importância da afetividade para o processo de ensino numa aprendizagem significativa; aquelas que vão
e aprendizagem, verificou-se que a dimensão afetiva além dos conteúdos propostos; a postura do professor
por parte dos professores auxiliou no fortalecimento durante as atividades de corrigir e avaliar, a fim de
do vínculo com os alunos. que os estudantes tenham clareza do que precisam
O professor que apoia, instrui, corrige quando melhorar e onde têm êxito; que a qualidade da
necessário, mostra interesse e coopera, oferecendo mediação do professor pode interferir na
ajuda e disponibilidade em auxiliar o seu aluno tem compreensão dos alunos e no tipo de relação que
muitas possibilidades de afetá-lo de maneira positiva. eles estabelecem com os objetos do conhecimento;
Portanto, constata-se a grande importância desse os professores precisam dominar aquilo que estão
profissional estar bem preparado para saber articular ensinando, além de expressarem satisfação no que
afetividade com os conteúdos a serem trabalhados fazem. Por fim, os professores “bem vistos” eram
em sala de aula (Tassoni, 2000). aqueles considerados pacientes, ou seja, que
explicavam mais de uma vez quando necessário, eram
Em sua investigação, Sousa e Lima (2008)
brincalhões e preocupados com seus alunos.
buscaram compreender alguns dos elementos
presentes na prática docente em articulação com a Partindo dos pressupostos até aqui apre-
questão da afetividade na relação professor-aluno. Os sentados, delinearam-se os questionamentos da
professores participantes da pesquisa eram dos 6º ao pesquisa: quais as concepções dos alunos de
9º anos do Ensino Fundamental da rede privada de Pedagogia acerca da afetividade na sala de aula? Mais
Teresina (PI). Percebeu-se, em muitos participantes, especificamente, quais descritores esses graduandos
um sentimento de repulsa para com os alunos. Muitos utilizam para caracterizar a afetividade nesse con-
alegaram não se envolver afetivamente com eles por texto? Qual importância conferem à afetividade? O
causa do medo de perderem sua posição dentro da que pensam sobre a preparação do graduando para
sala. As verbalizações dos professores revelaram um desenvolver a dimensão afetiva em sua futura prática
compromisso somente com o conteúdo ministrado. docente?
Embora muitos tenham reconhecido a importância
de trabalhar o lado afetivo, não se achavam em Procedimentos Metodológicos
condições de desempenhar essa função.
A relação afetiva professor-aluno começa no O presente estudo é qualitativo e de cunho
planejamento e na intenção do docente em relação fenomenológico. Conforme Triviños (1987), essa
aula e como avaliavam a abordagem da afetividade vocábulos também foram percebidos por estudantes
durante o processo de formação inicial. Por fim, no da educação infantil, ensino fundamental e médio
tratamento dos dados, a partir das inferências e como marcas de uma boa relação estabelecida entre
interpretações e com o auxílio da literatura, buscou- professores e alunos.
-se conferir sentido às análises realizadas. Outros descritores também apresentados
pelos futuros pedagogos para definir a afetividade
foram amizade, auxílio, reciprocidade e
Resultados e Discussão comprometimento. Estes foram associados a
expressões ou elementos da afetividade em sala de
Serão apresentadas as respostas dos aula.
estudantes de Pedagogia, participantes da pesquisa,
obtidas por meio da coleta de dados. Com a intenção Solidariedade, amizade, respeito, compa-
de melhor organizar o conteúdo das respostas, foram nheirismo, confiança; Percepção, confiança,
construídas seis categorias descritas a seguir. responsabilidade, reciprocidade; Amizade, diálo-
go e compreensão; Respeito, dedicação, respon-
sabilidade, amor e carinho.
Conceito de afetividade
A respeito dos vocábulos citados, cabe buscar
consonâncias com as ideias de Toro (2002), o qual
A primeira categoria de análise contempla os
defende que a afetividade implica um estado de
diversos conceitos de afetividade. É possível afirmar
afinidade profunda entre os seres humanos, uma
que, para os participantes, a definição do termo
relação que tem por regra a reciprocidade. Assim, na
associa-se essencialmente a sentimentos e
interação afetiva com o outro, o indivíduo intensifica
manifestações de carinho, cuidado e atenção entre
sua relação consigo mesmo, observa seus limites e,
as pessoas.
ao mesmo tempo, aprende a respeitar os limites do
Afetividade é carinho pelo outro, saber ouvir, outro (Wallon, 1998; 1999).
respeitar; Acredito que afetividade é toda atenção Constatou-se, dessa forma, que afetividade,
prestada a alguém, de forma carinhosa, amorosa; para os estudantes de Pedagogia, está atrelada às
A capacidade de lidar com os sentimentos nas
ações intrinsecamente ligadas às relações humanas,
relações sociais; carinho, respeito, bem querer,
pressupondo a formação de vínculos. Assim, a mesma
identificação mútua estabelecida em uma
confunde-se com a própria ação, mas, como
relação.
assinalaram os participantes, não é uma ação
A literatura da área corrobora os resultados qualquer. Ao contrário, “é uma ação portadora de
dessa categoria (Ribeiro et al., 2005; Tassoni & Leite, sentimentos”. A reciprocidade entre os sujeitos dessas
2013). Ao se referirem ao conceito de afetividade os interações parece ser uma marca na descrição dos
participantes deste estudo elencaram sentimentos de alunos entrevistados. São, portanto, evidenciadas
amor, carinho, afeição e amizade. Igualmente, Ribeiro aproximações entre a literatura e os achados deste
et al. (2005) constataram a existência de uma estudo no tocante à conceituação e à descrição da
pluralidade de vocábulos entre os professores de um afetividade (Wallon, 1998; Tassoni, 2000; Leite & Tassoni,
curso de licenciatura na definição de afetividade, 2002; Ribeiro, 2004; Leite & Tagliaferro, 2005; Tassoni &
dentre os quais motivação, interesse, ternura, empatia, Leite, 2011; 2013; Leite, 2012).
sentimentos e emoções. Isso indica que estudantes
de Pedagogia e professores, ao descreverem o termo, Dimensão afetiva do professor
se reportam a sentimentos muito semelhantes e
quase sempre relacionados à afeição e interação entre Nesta categoria ressalta-se a importância da
as pessoas. Na pesquisa de Tassoni e Leite (2013), esses dimensão afetiva do professor. Alguns alunos disseram
que esta está diretamente ligada à ação desse professor em sala de aula, produzindo
profissional em sala de aula. Foi destacado o bom continuamente impactos positivos ou
preparo do docente, que deve estar ciente da negativos na subjetividade dos alunos. Trata-
importância de sua profissão, tendo como princípios -se, pois, de um fator fundante nas relações
a compreensão das emoções de seus alunos e o que se estabelecem entre os alunos e os
respeito às diferenças. Esses aspectos estiveram conteúdos escolares. A qualidade da mediação
expressos em diversas falas: pedagógica, portanto, é um dos principais
determinantes da qualidade dos vínculos que
É o professor competente, é estar ciente da se estabelecerão entre os sujeitos/alunos e os
profissão e com seus alunos; É um profissional que objetos/conteúdos escolares (Leite, 2012,
além de cumprir com o seu dever, tem uma relação p.365).
humana com os alunos, não se atenta ao
conteúdo, compreende as emoções; Maneira Todos esses aspectos conduzem ao
com que o professor lida com a classe, conquista entendimento de que a dimensão afetiva do professor
seu respeito e reconhecimento, confiança e bom extrapola a dinâmica das relações interpessoais
entendimento; O professor que compreende os estabelecidas dentro de uma escola. Abarcam,
alunos, independente de suas individualidades. inclusive, seus posicionamentos e ações em sua
De acordo com Leite (2012), a dimensão afetiva práxis-pedagógica. Nesse prisma, a teoria do
do professor deve estar expressa em sua intervenção desenvolvimento de Wallon (1975; 1998; 1999) pode
profissional e na mediação do conhecimento por auxiliar os professores na ampliação de suas
meio de decisões que considerem, em especial, cinco possibilidades de atuação frente ao processo de ensino
aspectos: (1) a escolha dos objetivos de ensino e aprendizagem com os alunos. O autor descreveu os
(reflete valores, crenças e concepções), sendo que os estágios do desenvolvimento humano que, ao serem
alunos deverão perceber relevância nesses objetivos, compreendidos por um docente, podem conduzi-lo
tanto para sua vida e futuro profissional quanto para durante os momentos de planejamento e intervenção
a sociedade em que vivem; (2) a decisão sobre o da prática pedagógica no sentido de respeitar as
início do processo de ensino (o professor deve iniciar especificidades de seus alunos.
o ensino a partir dos conhecimentos prévios dos
alunos), tendo em vista o estabelecimento de uma
relação afetiva positiva entre os alunos e os conteúdos Dimensão afetiva presente nos discursos dos
abordados; (3) a organização dos conteúdos de estudantes de Pedagogia
ensino (não podem ser apresentados de forma
As respostas dos participantes forneceram
aleatória e sem conexão uns com os outros); (4) a
escolha dos procedimentos e atividades de ensino dados importantes para a compreensão do seu
(atividades bem escolhidas e adequadamente pensamento frente à afetividade. Além de terem sido
desenvolvidas através de variadas metodologias e indagados quanto às dimensões afetivas que
recursos aumentam as chances do aprendizado dos consideravam desejáveis para um professor, foram
alunos); (5) a escolha dos procedimentos de também convidados a falar sobre aquelas que
avaliação do ensino (a avaliação tradicional tem sido reconheciam em si próprios. Várias respostas
apontada como um dos maiores entraves para o apontaram que os estudantes acreditam possuir
sucesso do processo de ensino e aprendizagem, o características como respeito, empatia, paciência,
que repercute no distanciamento afetivo entre o capacidade de ajudar, de compreender o outro, de
aluno e o objeto/conteúdo). Complementa o autor oferecer carinho e de amar:
que:
Comunicativa, gosto da profissão, compreensão;
[...] é possível defender que a afetividade está Respeito, dedicação, responsabilidade, amor e
presente em todas as decisões assumidas pelo carinho; Respeito, compartilhar e aprender novos
conhecimentos; Empatia, confiança, hones- profissionalismo. Pode-se notar, nesta categoria, que
tidade; Atenciosa, carinhosa, amorosa, dedicada, a ação citada com maior recorrência foi aquela
paciência, respeito. relacionada ao entender as necessidades e
Compreende-se que os graduandos de dificuldades dos alunos.
Pedagogia já consideram a importância de se criar Entende as necessidades e dificuldades; Quando
um laço afetivo com os futuros alunos frente às ele dá um prazo maior na entrega de trabalhos,
qualidades relatadas. Fica evidenciada a significativa pois entende que muitos estudam, trabalham e
importância da dimensão interpessoal como moram fora; Mesmo que o aluno esteja passando
requisito para o desenvolvimento da afetividade. Para por problemas, o professor deve ajudá-lo a superar;
que o processo de ensino e aprendizagem se Auxílio do professor nas dificuldades dos alunos,
desenvolva, é necessário um bom relacionamento sejam familiares, aprendizagem.
entre professores e alunos. Há que se destacar, ainda,
a forma como os participantes da pesquisa Para a exemplificação dessa representação de
descreveram sua dimensão afetiva, o que parece ser ações afetivas recorreu-se ao resultado da pesquisa
importante para que se tornem profissionais os quais de Tassoni (2000), através do qual se observou que
tenham como base uma relação dialógica e afetiva proximidade e receptividade são de suma importân-
com seus alunos. cia. Proximidade diz respeito ao deslocamento do
professor no sentido de atender alguma necessidade
Ribeiro et al. (2005), Tassoni e Leite (2011) e Leite
do aluno, e receptividade é entendida através das
(2012) convergem para a mesma direção, pois, para expressões “estar próximo é ter amizade, é gostar deles,
os autores, a proximidade física entre professor e aluno se importar com o que fazem”. Quando o docente se
é sinônimo da existência de afinidades e sentimentos achega ao aluno mostrando que se importa com o
de equidade na relação. Essa proximidade é condição que está fazendo, gera um clima de segurança e
para que se estabeleça a confiança e o diálogo, além aumenta os laços afetivos.
de estimular a aprendizagem dos alunos.
Outras ações podem se destacar nessa relação,
Tassoni e Leite (2011) argumentam que a figura entre elas a comunicação verbal. O tom de voz
do professor, sua conduta, suas características pessoais utilizado pelo professor evidencia o que pretende com
construídas socialmente, além do jeito como se sua prática (Tassoni & Leite, 2013). “Falar com jeito e
relaciona, age e dialoga com seus alunos, poderão falar com calma foram indicados como aspectos que
favorecer o aparecimento de sentimentos e emoções contribuíam para a produção de sentimentos de
que interferem na produção de conhecimentos em consideração e respeito” (Tassoni & Leite, 2013, p.265).
sala de aula. Esses aspectos poderão afetar Na mesma perspectiva, Almeida (1999) e Wallon (1975;
significativamente a relação dos alunos com o 1998) reiteram que a comunicação diversifica-se por
conteúdo, com a turma de colegas, com a escola, meio da linguagem e a palavra toma cada vez mais
com os professores e consigo mesmos. Em linhas força, substituindo, em parte, a sensibilidade orgânica
gerais, os sentimentos e emoções presentes na pela sensibilidade oral e moral.
dinâmica da práxis-pedagógica poderão produzir a
Corroborando essas análises, Vigotski (1993,
aproximação ou o afastamento dos estudantes no
p.129) afirma que “o pensamento tem que passar
processo de ensino e aprendizagem. primeiro pelos significados e depois pelas palavras”,
fato que implica reconhecer a mediação dos signos,
Ações docentes representativas de afetividade estes que são considerados instrumentos culturais
essenciais ao desenvolvimento da consciência e da
Os alunos descreveram como ações docentes personalidade humanas. “As palavras desempenham
afetivas a maneira do professor se relacionar com seus um papel central não só no desenvolvimento do
alunos, entender suas dificuldades e necessidades, pensamento, mas também na evolução histórica da
estar preocupado com seu bem-estar, ter respeito e consciência como um todo” (Vigotski, 1993, p.132).
Sem a pretensão de esgotar as discussões C.S. Murgo, W.A. Alves e M.V. Francisco
acerca da temática, este trabalho permitiu conhecer colaboraram na concepção, na coleta e análise dos
o conceito e o sentido das concepções de afetividade dados, na redação e na revisão do artigo.
de estudantes de Pedagogia. Atentos ao valor do
desenvolvimento humano, no que concerne às
emoções e aos sentimentos, os discentes enfatizaram Referências
os seguintes elementos ao fazerem referência à
Almeida, L.R. A emoção na sala de aula. Campinas: Papirus,
afetividade: vínculo, expressão, comunicação verbal,
1999.
comunicação não verbal, diálogo, respeito,
Bardin, L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 2000.
cooperação, apoio, capacidades de inclusão e de
Dantas, H. A afetividade e a construção do sujeito na
participação e gestão dos conflitos pela negociação.
psicogenética de Wallon. In: La Taille, Y.; Oliveira, M.K.;
É indispensável conferir atenção necessária à Dantas, H. Piaget, Vygotsky, Wallon: teorias psicogenéticas
afetividade na relação educador-educando, pois, do em discussão. São Paulo: Summus, 1992. p.85-100.
contrário, estar-se-á trabalhando somente com a Leite, S.A.S. Afetividade nas práticas pedagógicas. Temas
construção do real, do conhecimento mecanizado, em Psicologia, v.20, n.2, p.355-368, 2012.
deixando de lado o trabalho da constituição do Leite, S A.S.; Tagliaferro, A.R. A afetividade na sala de aula:
próprio sujeito e de seu desenvolvimento integral, um professor inesquecível. Psicologia Escolar e Educacional,
v.9, n.2, p.247-260, 2005.
enquanto um ser social e culturalmente construído.
Leite, S.A.S.; Tassoni, E.C.M. A afetividade em sala de aula:
Com o conjunto das análises realizadas, as condições de ensino e a mediação do professor. In:
percebeu-se que os estudantes de Pedagogia Azzi, R.G.; Sadalla, A.M.F.A. (Org.). Psicologia e formação
participantes da investigação, quando se referiram docente: desafios e conversa. São Paulo: Casa do Psicólogo,
2002. p.113-141.
ao conceito de afetividade, elencaram sentimentos
positivos. Para eles, o professor afetivo é aquele que Ribeiro, M.L. Une analyse des représentations sociales de
l’affectivité chez des enseignants qui participent au
demonstra um bom interesse por seus alunos, tendo programme de formation en enseignement primaire dans une
motivação e satisfação com seu trabalho e université publique de l’État de Bahia. 2004. Thèse (PhD)
consciência de sua responsabilidade em manter um Faculté d’éducation, Université de Sherbrooke, Canadá,
clima agradável, respeitoso e amigo dentro da sala 2004.
de aula. Compreende-se, frente às informações Ribeiro, M.R.; Jutras, F.; Louis, R. Análise das representações
sociais de afetividade na relação educativa. Psicologia da
relatadas, que os docentes em formação, ou seja, os
Educação, n.20, p.31-54, 2005.
graduandos de Pedagogia, já consideram a
Sousa, R.L.M.; Lima, J.S. A prática docente e a questão da
importância de se criar um laço afetivo com os futuros afetividade na relação professor aluno. Revista Ágora, v.3,
alunos. Evidencia-se significativa importância n.1, p.6-16, 2008.
conferida à afetividade nas relações interpessoais, Tassoni, E.C.M. Afetividade e produção escrita: a mediação
todavia, caso essas características não forem tra- do professor em sala de aula. 2000. Dissertação (Mestrado)
balhadas, ganhará contorno uma dimensão negativa - Faculdade de Educação, Universidade Estadual de
Campinas, Campinas, 2000.
da afetividade. A fim de sintetizar e reafirmar os
pressupostos defendidos pelos estudiosos abordados Tassoni, E.C.M.; Leite, S.A.S. Um estudo sobre emoções e
sentimentos na aprendizagem escolar. Comunicações, v.18,
nesta investigação, ressalta-se a necessidade de n.2, p.79-91, 2011.
reconhecer e refletir constantemente sobre o aspecto
Tassoni, E.C.M.; Leite, S.A.S. Afetividade no processo de
afetivo no processo de ensino e aprendizagem, de ensino-aprendizagem: as contribuições da teoria
maneira que produza sentimentos e emoções de walloniana. Educação, v.36, n.2, p.262-271, 2013.
tonalidades mais agradáveis, influenciando Toro, R. Biodanza. São Paulo: Olavobrás. 2002.
positivamente nas relações entre alunos e Triviños, A.N.S. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a
conhecimento; alunos-alunos e alunos-professor. pesquisa qualitativa em educação. São Paulo: Atlas, 1987.
Vigotski, L.S. Pensamento e palavra. In: Vigotski, L.S. Wallon, H. A evolução psicológica da criança. Lisboa: Edições
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Vygotsky, L.S. Obras escogidas III: problemas del desarrollo In: Werebe, M. J.G.; Nadel-Brulfert, J.; Wallon, H. (Org.).
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Wallon, H. Psicologia e educação da infância. Lisboa: Recebido em 19/5/2015, reapresentado em 17/12/2015
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