Recuperação 2ºa Português
Recuperação 2ºa Português
Recuperação 2ºa Português
2
(Paulo D’Amaro) Disponível em:
<http://galileu.globo.com/edic/116/rep_intern D12 ––––––––– QUESTÃO 07 –––––––––––
et.htm>. Acesso em Julho /2008. Qual a origem do doce brigadeiro?
O artigo foi escrito por Paulo D’Amaro. Ele Em 1946, seriam realizadas as primeiras
misturou informações e análises do fato. eleições diretas para presidente após os anos do
O período que apresenta uma opinião do autor “Estado Novo”, de Getúlio Vargas. O candidato
é da aliança PTB/PSD, Eurico Gaspar Dutra,
(A) “foram criados sistemas de busca.” venceu com relativa folga. Mas o título de maior
(B) “essa avalanche de informações pode originalidade na campanha ficou para as
atrapalhar.” correligionárias do candidato derrotado, Eduardo
(C) “sempre há centenas de sites sobre Gomes (da UDN).
qualquer assunto.” Brigadeiro da Aeronáutica, com pinta de
(D) “A internet é o maior arquivo público do galã, Eduardo Gomes tinha um apoio, digamos,
mundo.” entusiasmado. Para fazer o “corpo-a-corpo” com
(E) “Há vários tipos.” o eleitorado, senhoras da sociedade saiam às
ruas convocando as mulheres a votar em
Gomes, com o slogan: “Vote no brigadeiro. Ele é
D5 ––––––––– QUESTÃO 06 ––––––––––– bonito e solteiro”. Não satisfeitas ainda
promoviam almoços e chás, nos quais serviam
um irresistível docinho coberto com chocolate
granulado. Ao qual deram o nome, claro, de
brigadeiro.
Almanaque das curiosidades, p. 89.
4
tão robusto que chegue a ser velho. De todos os desgaste nervoso dessa vida, nos desencontros,
instrumentos com que o armou a natureza, o nas incertezas, no jogo de ambições e vaidades,
desarma o tempo. Afrouxa-lhe o arco, com que já na procura de amor e de importância, na caça ao
não atira; embota-lhe as setas, com que já não dinheiro e aos prazeres. Ainda bem que de todas
fere; abre-lhe os olhos, com que vê o que não as grandes cidades do mundo o rio é a única a
via; e faz-lhe crescer as asas, com que voa e permitir a evasão fácil para o mar e a floresta. Ele
foge. A razão natural de toda esta diferença, é estava ali num desses limites entre a cidade dos
porque o tempo tira a novidade às cousas, homens e a natureza pura; ainda pensava em
descobre-lhe defeitos, enfastia-lhe o gosto, e seus pro-blemas urbanos - mas um camaleão
basta que sejam usadas para não serem as correu de súbito, um passarinho piou triste em
mesmas. Gasta-se o ferro com o uso, quanto algum ramo, e o homem ficou atento àquela
mais amor? O mesmo amor é a causa de não humilde vida animal e também à vida silenciosa e
amar, e o de ter amado muito, de amar menos. úmida das árvores, e à pedra escura, com sua
VIEIRA, Antônio. Sermão do Mandato. In: Sermões. 8. ed. Rio de pele de musgo e seu misterioso coração mineral.
Janeiro: Agir, 1980.
ARRIGUCCI, Jr. Os melhores contos de Rubem Braga.
São Paulo: Editora Global Ltda, 1985.
Em “... para não serem as mesmas...” (ℓ.12), a
expressão destacada refere-se a
No texto, o elemento que gera a história
(A) afeições.
narrada é
(B) asas.
(A) a preocupação do homem com os
(C) cousas.
problemas alheios.
(D) linhas.
(B) a proximidade entre a casa do homem e o
(E) setas.
morro com mato viçoso.
D10 ––––––––– QUESTÃO 12 ––––––––––– (C) o desejo do homem de buscar alento
próximo da natureza.
O Mato (D) o toque insistente do telefone em uma
Veio o vento frio, e depois o temporal casa fechada e silenciosa.
noturno, e depois da lenta chuva que passou toda (E) os ruídos vespertinos da cidade, com seus
a manhã caindo e ainda voltou algumas vezes murmúrios constantes.
durante o dia, a cidade entardeceu em brumas.
Então o homem esqueceu o trabalho e as D11 –––––––– QUESTÃO 13 –––––––––––
promissórias, esqueceu a condução e o telefone
e o asfalto, e saiu andando lentamente por O Quiromante
aquele morro coberto de um mato viçoso, perto
de sua casa. O capim cheio de água molhava seu Há muitos anos atrás, havia um rapaz
sapato e as pernas da calça; o mato escurecia cigano que, nas horas vagas, ficava lendo as
sem vaga-lumes nem grilos. linhas das mãos das pessoas.
Pôs a mão no tronco de uma árvore O pai dele, que era muito austero no que
pequena, sacudiu um pouco, e recebeu nos dizia respeito à tradição cigana de somente as
cabelos e na cara as gotas de água como se mulheres lerem as mãos, dizia sempre para ele
fosse uma bênção. Ali perto mesmo a cidade não fazer isso, que não era ofício de homem,
murmurava, estava com seus ruídos vespertinos, que fosse fazer tachos, tocar música, comerciar
ranger de bondes, buzinar impaciente de carros, cavalos.
vozes indistintas; mas ele via apenas algumas E o jovem cigano teimava em ser
árvores, um canto de mato, uma pedra escura. Ali quiromante. Até que um dia ele foi ler a sorte de
perto, dentro de uma casa fechada, um telefone uma pessoa e, quando ela se virou de frente, ele
batia, silenciava, batia outra vez, interminável, viu, assustado, que ela não tinha mãos.
paciente, melancólico. Alguém, com certeza já A partir daí, abandonou a quiromancia.
sem esperança, insistia em querer falar com PEREIRA, Cristina da Costa. Lendas e
alguém. histórias ciganas. Rio de Janeiro: Imago,
Por um instante o homem voltou seu 1991.
7
precisam de muitos cuidados, enfim, um chato PONTE PRETA, Stanislaw. Para gostar de ler. Gol de padre e
outras crônicas. São Paulo: Ática, 1998. v. 23. p. 24-25.
de galocha. E, como se isto não bastasse,
implicava com o dono da casa.
O que gera humor no texto é o fato de:
— Vivia de rabo abanando para todo
(A) a família se apaixonar pelo cachorro.
mundo, mas quando eu entrava em casa vinha
(B) a mulher dizer que nunca houve cachorro
logo com aquele latido fininho e antipático, de
fingido.
cachorro de francesa.
(C) o cachorro fazer pipi onde não devia.
Ainda por cima era puxa-saco. Lembrava
(D) o dono da casa achar o cachorro um
certos políticos da oposição, que espinafram o
chato.
ministro, mas quando estão com o ministro,
(E) o pipi feito no vestido novo não ser do
ficam mais por baixo que tapete de porão.
cachorro.
Quando cruzavam num corredor ou qualquer
outra dependência da casa, o desgraçado
rosnava ameaçador, mas quando a patroa D17 ––––––––– QUESTÃO 19 –––––––––––
estava perto, abanava o rabinho, fingindo-se seu
A culpa é do dono?
amigo.
— Quando eu reclamava, dizendo que o A reportagem “Eles estão soltos” (17 de
cachorro era um cínico, minha mulher brigava janeiro), sobre os cães da raça pit bull que
comigo, dizendo que nunca houve cachorro passeiam livremente pelas praias cariocas,
fingido e eu é que implicava com o “pobrezinho”. deixou leitores indignados com a defesa que seus
Num rápido balanço poderia assinalar: o criadores fazem de seus animais. Um deles dizia
cachorro comeu oito meias suas, roeu a manga que os cães só se tornam agressivos quando
de um paletó de casemira inglesa, rasgara algum movimento os assusta. Sandro Megale
diversos livros, não podia ver um pé de sapato Pizzo, de São Carlos, retruca que é difícil saber
que arrastava para locais incríveis. A vida lá em quais de nossos movimentos “assustariam” um
sua casa estava se tornando insuportável. pit bull. De Siegen, na Alemanha, a leitora Regina
Estava vendo a hora em que se desquitava por Castro Schaefer diz que pergunta a si mesma
causa daquele bicho cretino. Tentou mandá-lo que tipo de gente pode ter como animal de
embora umas vinte vezes e era uma choradeira estimação um cachorro que é capaz de matar e
das crianças e uma espinafração da mulher. desfigurar pessoas.
— Você é um desalmado — disse ela, uma Veja, Abril. 28/2/2001.
vez.
Venceu a guerra fria com o cachorro O que sugere o uso de aspas na palavra
graças à má educação do adversário. O “assustariam”?
cãozinho começou a fazer pipi onde não devia. (A) raiva.
Várias vezes exemplado, prosseguiu no feio (B) ironia.
vício. Fez diversas vezes no tapete da sala. Fez (C) medo.
duas na boneca da filha maior. Quatro ou cinco (D) insegurança.
vezes fez nos brinquedos da caçula. E tudo (E) ignorância.
culminou com o pipi que fez em cima do vestido
novo de sua mulher.
— Aí mandaram o cachorro embora? — D16 ––––––––– QUESTÃO 20 –––––––––––
perguntei.
— Mandaram. Mas eu fiz questão de dá-lo Leite
de presente a um amigo que adora cachorros.
Ele está levando um vidão em sua nova Vocês que têm mais de 15 anos, se
residência. lembram quando a gente comprava leite em
— Ué... mas você não o detestava? Como garrafa, na leiteria da esquina? (...)
é que ainda arranjou essa sopa pra ele? Mas vocês não se lembram de nada, pô!
— Problema de consciência — explicou: O Vai ver nem sabem o que é vaca. Nem o que é
pipi não era dele. leite. Estou falando isso porque agora mesmo
E suspirou cheio de remorso. peguei um pacote de leite − leite em pacote,
imagina, Tereza! − na porta dos fundos e estava
escrito que é pasterizado ou pasteurizado, sei lá,
8
tem vitamina, é garantido pela embromatologia,
foi enriquecido e o escambau.
Será que isso é mesmo leite? No dicionário
diz que leite é outra coisa: “líquido branco,
contendo água, proteína, açúcar e sais minerais”.
Um alimento pra ninguém botar defeito. O ser
humano o usa há mais de 5.000 mil anos. É o
único alimento só alimento. A carne serve pro
animal andar, a fruta serve para fazer outra fruta,
o ovo serve pra fazer outra galinha (...) O leite é
só leite. Ou toma ou bota fora.
Esse aqui examinando bem, é só pra botar
fora. Tem chumbo, tem benzina, tem mais água
do que leite, tem serragem, sou capaz de jurar
que nem vaca tem por trás desse negócio.
Depois o pessoal ainda acha estranho que
os meninos não gostem de leite. Mas, como não
gostam? Não gostam como? Nunca tomaram!
Múúúúúúú!
Millôr Fernandes. O Estado de São Paulo. 22/08/1999.
1 A B C D E
2 A B C D E
3 A B C D E
4 A B C D E
5 A B C D E
6 A B C D E
7 A B C D E
8 A B C D E
9 A B C D E
10 A B C D E
11 A B C D E
12 A B C D E
13 A B C D E
14 A B C D E
15 A B C D E
16 A B C D E
17 A B C D E
18 A B C D E
19 A B C D E
20 A B C D E
9