Nosso Roteiro

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Em 1945, o cenário externo havia mudado e se refletia na política interna do Brasil.

Cada vez eram mais numerosas as vozes que pediam o fim do regime varguista ou ao
menos, a convocações de eleições.

As mudanças externas ocorrida a nível mundial que influenciou a deposição de Vargas


em 1945:

A vitória dos Aliados na Europa em 8 de maio de 1945 e a posterior confirmação no


Pacífico;A derrota dos regimes fascista na Itália e nazista da Alemanha que, ao menos
indiretamente, serviram de inspiração para o governo Vargas no Brasil; A consagração
do modelo democrático-liberal na Europa Ocidental nos países liberados pelos Estados
Unidos.

era Vargas é o nome que se dá ao período em que Getúlio Vargas governou o


Brasil por 15 anos, de forma contínua (de 1930 a 1945). Esse período foi um
marco na história brasileira, em razão das inúmeras alterações que Getúlio
Vargas fez no país, tanto sociais quanto econômicas.

A Era Vargas teve início com a Revolução de 1930, onde expulsou do poder a
oligarquia cafeeira, dividindo-se em três momentos:

• Governo Provisório -1930-1934


• Governo Constitucional – 1934-1937
• Estado Novo – 1937-1945

Revolução de 1930
Até o ano de 1930 vigorava no Brasil a República Velha, conhecida hoje como o
primeiro período republicano brasileiro. Como característica principal
centralizava o poder entre os partidos políticos e a conhecida aliança política
"café-com-leite" (entre São Paulo e Minas Gerais), a República Velha tinha como
base a economia cafeeira e, portanto, mantinha fortes vínculos com grandes
proprietários de terras.

De acordo com as políticas do "café-com-leite", existia um revezamento entre os


presidentes apoiados pelo Partido Republicano Paulista (PRP), de São Paulo, e
o Partido Republicano Mineiro (PRM), de Minas Gerais. Os presidentes de um
partido eram influenciados pelo outro partido, assim, dizia-se: nada mais
conservador, que um liberal no poder.

O Golpe do Exército
Em março de 1930, foram realizadas as eleições para presidente da
República. Eleição esta que deu a vitória ao candidato governista Júlio Prestes.
Entretanto, Prestes não tomou posse. A Aliança Liberal (nome dado aos aliados
mineiros, gaúchos, e paraibanos) recusou-se a aceitar a validade das eleições,
alegando que a vitória de Júlio Prestes era decorrente de fraude.

Além disso, deputados eleitos em estados onde a Aliança Liberal conseguiu a


vitória, não tiveram o reconhecimento dos seus mandatos. Os estados aliados,
principalmente o Rio Grande do Sul planejam então, uma revolta armada. A
situação acaba agravando-se ainda mais quando o candidato a vice-presidente
de Getúlio Vargas, João Pessoa, é assassinado em Recife, capital de
Pernambuco.

Como os motivos dessa morte foram duvidosos, a propaganda getulista


aproveitou-se disso para usá-la em seu favor, atribuindo a culpa à oposição,
além da crise econômica acentuada pela crise de 1929; a indignação, deste
modo, aumentou, e o Exército – que por sua vez era desfavorável ao governo
vigente desde o tenentismo – começou a se mobilizar e formou uma junta
governamental composta por generais do Exército. No mês seguinte, em três de
novembro, Júlio Prestes foi deposto e fugiu junto com Washington Luís e o poder
então foi passado para Getúlio Vargas pondo fim à República Velha.

Governo provisório (1930 - 1934)


O Governo Provisório teve como objetivo reorganizar a vida política do país.
Neste período, o presidente Getúlio Vargas deu início ao processo de
centralização do poder, eliminando os órgãos legislativos (federal, estadual e
municipal).

Diante da importância que os militares tiveram na estabilização da Revolução de


30, os primeiros anos da Era Vargas foram marcados pela presença dos
“tenentes” nos principais cargos do governo e por esta razão foram designados
representantes do governo para assumirem o controle dos estados, tal medida
tinha como finalidade anular a ação dos antigos coronéis e sua influência política
regional.

Esta medida consolidou-se em clima de tensão entre as velhas oligarquias e os


militares interventores. A oposição às ambições centralizadoras de Vargas
concentrou-se em São Paulo, onde as oligarquias locais, sob o apelo da
autonomia política e um discurso de conteúdo regionalista, convocaram o “povo
paulistano” a lutar contra o governo Getúlio Vargas, exigindo a realização de
eleições para a elaboração de uma Assembleia Constituinte. A partir desse
movimento, teve origem a chamada Revolução Constitucionalista de 1932.
Mesmo derrotando as forças oposicionistas, o presidente convocou eleições
para a Constituinte. No processo eleitoral, devido o desgaste gerado pelos
conflitos paulistas, as principais figuras militares do governo perderam espaço
político e, em 1934 uma nova constituição foi promulgada.

A Carta de 1934 deu maiores poderes ao poder executivo, adotou medidas


democráticas e criou as bases da legislação trabalhista. Além disso, sancionou
o voto secreto e o voto feminino. Por meio dessa resolução e o apoio da maioria
do Congresso, Vargas garantiu mais um mandato.

Governo Constitucional (1934 – 1937)


Nesse segundo mandato, conhecido como Governo Constitucional, a altercação
política se deu em volta de dois ideais primordiais: o fascista – conjunto de ideias
e preceitos político-sociais totalitário introduzidos na Itália por Mussolini –,
defendido pela Ação Integralista Brasileira (AIB), e o democrático, representado
pela Aliança Nacional Libertadora (ANL), era favorável à reforma agrária, a luta
contra o imperialismo e a revolução por meio da luta de classes.

A ANL aproveitando-se desse espírito revolucionário e com as orientações dos


altos escalões do comunismo soviético, promoveu uma tentativa de golpe contra
o governo de Getúlio Vargas. Em 1935, alguns comunistas brasileiros iniciaram
revoltas dentro de instituições militares nas cidades de Natal (RN), Rio de Janeiro
(RJ) e Recife (PE). Devido à falha de articulação e adesão de outros estados,
a chamada Intentona Comunista, foi facilmente controlada pelo governo.

Getúlio Vargas, no entanto, cultivava uma política de centralização do poder e,


após a experiência frustrada de golpe por parte da esquerda utilizou-se do
episódio para declarar estado de sítio, com essa medida, Vargas, perseguiu seus
oponentes e desarticulou o movimento comunista brasileiro. Mediante a “ameaça
comunista”, Getúlio Vargas conseguiu anular a nova eleição presidencial que
deveria acontecer em 1937. Anunciando outra calamitosa tentativa de golpe
comunista, conhecida como Plano Cohen, Getúlio Vargas anulou a constituição
de 1934 e dissolveu o Poder Legislativo. A partir daquele ano, Getúlio passou a
governar com amplos poderes, inaugurando o chamado Estado Novo.

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Estado Novo (1937 - 1945)


No dia 10 de novembro de 1937, era anunciado em cadeia de rádio
pelo presidente Getúlio Vargas o Estado Novo. Tinha início então, um período
de ditadura na História do Brasil.

Sob o pretexto da existência de um plano comunista para a tomada do poder


(Plano Cohen) Vargas fechou o Congresso Nacional e impôs ao país uma nova
Constituição, que ficaria conhecida depois como "Polaca" por ter sido inspirada
na Constituição da Polônia, de tendência fascista.
O Golpe de Getúlio Vargas foi organizado junto aos militares e teve o apoio de
grande parcela da sociedade, uma vez que desde o final de 1935 o governo
reforçava sua propaganda anti comunista, alarmando a classe média, na
verdade preparando-a para apoiar a centralização política que desde então se
desencadeava. A partir de novembro de 1937 Vargas impôs a censura aos meios
de comunicação, reprimiu a atividade política, perseguiu e prendeu seus inimigos
políticos, adotou medidas econômicas nacionalizantes e deu continuidade a sua
política trabalhista com a criação da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho),
publicou o Código Penal e o Código de Processo Penal, todos em vigor
atualmente. Getúlio Vargas foi responsável também pelas concepções da
Carteira de Trabalho, da Justiça do Trabalho, do salário mínimo, e pelo descanso
semanal remunerado.

O principal acontecimento na política externa foi a participação do Brasil na


Segunda Guerra Mundial contra os países do Eixo, fato este, responsável pela
grande contradição do governo Vargas, que dependia economicamente dos EUA
e possuía uma política semelhante à alemã. A derrota das nações nazi fascistas
foi a brecha que surgiu para o crescimento da oposição ao governo de Vargas.
Assim, a batalha pela democratização do país ganhou força. O governo foi
obrigado a indultar os presos políticos, além de constituir eleições gerais, que
foram vencidas pelo candidato oficial, isto é, apoiado pelo governo, o general
Eurico Gaspar Dutra.

Chegava ao fim a Era Vargas,

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