Ciencias Humanas
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SOCIOLOGIA
Habilidade do Componente / Área de conhecimento
LÍNGUA PORTUGUESA
(EF67LP04) Distinguir, em segmentos descontínuos de textos, fato da opinião enunciada em relação a esse
mesmo fato.
(EF89LP03) Analisar textos de opinião e editoriais e posicionar-se de forma crítica e fundamentada, ética e
respeitosa frente a fatos e opiniões relacionados a esses textos.
(EM13LP38) Analisar os diferentes graus de parcialidade/imparcialidade (no limite, a não neutralidade) em
textos noticiosos, comparando relatos de diferentes fontes e analisando o recorte feito de fatos/dados e os
efeitos de sentido provocados pelas escolhas realizadas pelo autor do texto, de forma a manter uma
atitude crítica diante dos textos jornalísticos e tornar-se consciente das escolhas feitas como produtor.
CIÊNCIAS HUMANAS
(EF09HI02) Caracterizar e compreender os ciclos da história republicana, identificando particularidades da
história local e regional até 1954.
(EF07GE08) Estabelecer relações entre os processos de industrialização e inovação tecnológica com as
transformações socioeconômicas do território brasileiro.
(EM13CHS602) Identificar e caracterizar a presença do paternalismo, do autoritarismo e do populismo na
política, na sociedade e nas culturas brasileira e latino-americana, em períodos ditatoriais e democráticos,
relacionando-os com as formas de organização e de articulação das sociedades em defesa da autonomia,
da liberdade, do diálogo e da promoção da democracia, da cidadania e dos direitos humanos na
sociedade atual.
Objetos de Conhecimento:
- Era Vargas e construção do populismo no Brasil.
- A industrialização do Brasil: as transformações ocorridas no campo e na cidade e as inovações
tecnológicas (Décadas – 1930 - 1940).
- Democracia Racial eideologias na Era Vargas.
Objetivos Específicos:
(As diferentes fases do governo Vargas segundo o cartunista Belmonte (Benedito Carneiro Bastos Barreto)
Os quinze anos consecutivos da presidência de Getúlio Vargas constituem o período intitulado “Era
Vargas” (1930-1945), e não correspondem à totalidade do período de governo varguista. Poucos
anos depois, em 1951, Getúlio retornou à Presidência por mais três anos, até que, em 1954, ’saiu da
vida para entrar na história’.
Em toda a história política brasileira, Getúlio Vargas talvez seja o personagem mais emblemático.
Nos quase vinte anos em que governou o país, a ambiguidade da política de Vargas o tornou uma
imagem cultuada tanto pela direita quanto pela esquerda. Por um lado, Getúlio foi responsável por
importantes direitos sociais, como o voto feminino e os direitos trabalhistas; por outro, governou o
país de forma autoritária durante o período ditatorial conhecido como “Estado Novo”.
Parte 1- Revolução de 30
Em 1930, no entanto, o então presidente Washington Luís (paulista) rompeu com a aliança que
sustentava a República do Café com Leite, ao nomear outro paulista para a presidência. Em
represália, o governador de Minas Gerais, juntamente com os estados da Paraíba e do Rio Grande
do Sul, formaram a Aliança Libertadora (AL), com o objetivo de derrubar o governo de Washington
Luís e impedir a posse de seu sucessor. Faziam parte dessa aliança as oligarquias desses estados
e militares.
Assim, o gaúcho Getúlio Vargas chegou ao poder por meio do Golpe de Estado organizado pela
Aliança Libertadora, comumente chamado de Revolução de 30. A partir de então inicia-se o
Governo Provisório de Getúlio Vargas – intitulado dessa maneira por haver expectativa de que
novas eleições fossem convocadas.
Logo no início de seu governo, Vargas buscou romper os laços entre o Estado e as elites
tradicionais que governavam até então. Para fazer isso, ele adotou políticas de centralização do
poder, como o fechamento do Congresso, e a abolição da Constituição de 1891. A ideia do novo
Presidente era de reestruturar o Estado, para romper completamente com os antigos grupos
poderosos que o controlavam.
Também com esse intuito, Vargas adotou medidas de substituição dos antigos cargos políticos,
vinculados às elites tradicionais. Os governadores dos estados foram substituídos por pessoas
nomeadas pelo novo Presidente, os chamados interventores. Em geral eram nomeados para esse
cargo tenentes que participaram da Revolução de 30, como forma de compensá-los por sua
participação no movimento. Com essa substituição, pretendia-se aniquilar o poder local dos coronéis
(que até então governavam através da chamada “política dos governadores”).
Como o nome desse período indica, a expectativa era de que o governo fosse apenas transitório e
convocasse novas eleições rapidamente. O descumprimento dessa expectativa, juntamente com as
ousadas transformações implementadas por Vargas, provocaram reações das oligarquias locais. Em
São Paulo as elites tradicionais convocaram a população para um levante contra o governo, pedindo
a realização de novas eleições e a convocação de uma Constituinte. Esse movimento ficou
conhecido como “Revolução Constitucionalista de 32”.
O levante paulista foi suprimido pelo Governo, mas suas demandas foram parcialmente atendidas.
Pressionado pelo movimento paulista, Vargas convocou uma Assembleia Constituinte para a
elaboração de uma nova carta Constitucional, promulgada em 1934.
Parte 3 - A Constituição de 1934 foi inovadora em seu caráter liberal e progressista, que pretendia
uma expansão dos direitos sociais para a população. Uma das principais novidades dessa
Constituição foi a garantia de direitos trabalhistas, com o estabelecimento da jornada de trabalho
de 8 horas, das férias e da previdência social. Destaca-se também a mudança na legislação
A nova Constituição elaborada por Getúlio foi bem recebida pela população, que teve seus direitos
ampliados a partir da nova Carta. Esse sucesso costuma ser apontado como a principal razão para
sua reeleição em 1934 (na verdade, eleição, pois antes Vargas chegou ao poder por meio de
um Golpe de Estado).
O segundo governo varguista é considerado a segunda fase da Era Vargas, período conhecido
como Governo Constitucional, em referência a recém promulgada Constituição.
No Brasil, a influência dessas duas ideologias se fez sentir. Inspirada pelo fascismo italiano, surgia
aqui a Ação Integralista Brasileira (AIB), um movimento político de extrema-direita liderado
por Plínio Salgado. Sob o lema “Deus, pátria e família”, o integralismo brasileiro defendia um
governo forte e centralizado, o fim das liberdades democráticas e a perseguição ao comunismo. A
inspiração fascista era bastante visível: os integralistas utilizavam uniformes de aparência militar
com o símbolo ∑ nos ombros, e faziam cumprimentos com os braços estendidos, em referência ao
nazismo.
(Na foto, membros da AIB fazem seu cumprimento, inspirado no nazismo alemão. O terceiro
homem, da esquerda para a direita, é o líder do movimento Plínio Salgado).
O comunismo, por sua vez, também inspirou a emergência de um movimento político no Brasil.
Denominado Aliança Nacional Libertadora (ANL) o movimento comunista brasileiro caracterizava-
se por sua defesa da reforma agrária, pelo anti imperialismo (ou seja, contra o domínio dos
Estados Unidos e das potências europeias sobre o Brasil), e pelo desejo de uma revolução
proletária. A ANL era liderada por Luís Carlos Prestes, que em 1920 comandou a Coluna
Prestes (movimento que, junto ao tenentismo, do qual Vargas fez parte, combatia as oligarquias
Com a emergência desses movimentos políticos, Getúlio Vargas vê seu governo ameaçado. Embora
as tentativas de levantes tenham sido facilmente contidas pelo governo, Vargas as utiliza como
justificativa para decretar um estado de Sítio no país.
O Estado Novo consiste no período da ditadura varguista, que teve início com o cancelamento da
eleição presidencial de 1937 e a instauração de um governo de exceção. Para dar respaldo ao
autoritarismo desse período, foi elaborada uma nova Constituição, a Constituição de 1937,
conhecida como “Polaca” por sua inspiração Polonesa.
A nova carta constitucional favoreceu a concentração do poder no Executivo, com a abolição das
demais instituições democráticas. Os partidos políticos, como a AIB e a ANL foram colocados na
ilegalidade, e a perseguição a oposição foi institucionalizada, inclusive com a permissão da prática
de tortura.
Um dos casos mais emblemáticos da violência do Estado Novo foi a extradição de Olga Benário
Prestes para a Alemanha. Olga era alemã e judia, enviada ao Brasil pela Internacional Comunista
para ajudar Luís Carlos Prestes a liderar o movimento comunista no país, mais tarde os dois viriam a
se casar. Capturada pelo governo varguista quando estava grávida, Olga Benário foi entregue à
Alemanha nazista, e morreu em um campo de concentração.
O Estado Novo, no entanto, manteve (e fortaleceu) os principais traços de Getúlio Vargas: seu
caráter trabalhista e nacional desenvolvimentista.
Foi durante esse período de exceção que Getúlio criou a Justiça do Trabalho (1939) e
a Consolidação das Leis de Trabalho (CLT), em 1943. A CLT unificou as leis trabalhistas
existentes e estabeleceu novos direitos trabalhistas, como o salário mínimo, o descanso semanal
remunerado, e condições de segurança no trabalho. Essas políticas, que beneficiaram a vida da
classe trabalhadora, concederam a Vargas o apelido de “pai dos pobres”.
Durante o Estado Novo, as hostilidades que vinham se formando (ou que nunca cessaram) desde a
Primeira Guerra resultaram em um novo conflito de escala mundial. Em 1944 o Brasil une-se aos
Aliados, para lutar ao lado dos Estados Unidos e da União Soviética contra os regimes fascistas da
Itália e da Alemanha. O fato de Vargas, que governava sob um regime autoritário, ter participado na
Guerra contra o fascismo é considerado um pouco controverso. Essa escolha se deu pelo fato de o
Brasil ter forte relações econômicas com os Estados Unidos, que naquele momento prometiam
financiamento para a indústria brasileira.
Com a deposição de Getúlio chega ao fim o período denominado Era Vargas, mas esse ainda não
seria o fim de Getúlio Vargas na Presidência, como veremos a seguir.
Em 1951 Vargas voltou à Presidência da República como candidato do Partido Trabalhista Brasileiro
(PTB), dessa vez eleito pelo voto popular. Esse período é comumente denominado Segundo
Governo Vargas, ou Governo Democrático de Vargas.
O governo varguista, que já enfrentava resistência por aqueles que defendiam uma menor
intervenção estatal na economia, viu-se ainda mais enfraquecido quando um atentado coloca em
risco a vida de Carlos Lacerda, porta voz da UDN e um dos principais opositores ao governo. Vargas
foi acusado de ser responsável por esse evento, conhecido como atentado da Rua Tonelero.
A UDN e as Forças Armadas passaram a pressionar para que Vargas renunciasse, mas o
Presidente recusou-se. Com seu governo desmoronando, Vargas suicida-se no Palácio do Catete
em 24 de agosto de 1954. Em sua carta testamento, Getúlio relembra suas principais políticas e
argumenta que estava sendo atacado por aqueles que viam seus interesses ameaçados:
A morte de Getúlio Vargas, o pai dos pobres, provocou grande comoção nacional. Na manhã do dia
24 de agosto, centenas de pessoas aguardavam em frente ao Palácio do Catete para carregar o
caixão do Presidente até o velório. As ruas do Rio de Janeiro foram tomadas pela população
comovida.
Segue dois sites que possuem bancos de imagens e documentos históricos para
serem inseridos na linha do tempo:
Getulio Vargas | Brasiliana Fotográfica (bn.gov.br)
374 fotos e imagens de alta resolução de Getulio Vargas - Getty Images
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1º) O vídeo deve ter no mínimo 5 minutos e no máximo 10 minutos. Os estudantes podem aparecer no
vídeo ou apenas conduzir a narrativa. Caprichem na edição do vídeo, esse é um dos aspectos que
será analisado na avaliação.
2º) O vídeo deve ser postado no google Classroom ou em portfólio virtual o Padlet.