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UNIVERSIDADE PITÁGORAS – UNOPAR

SISTEMA DE ENSINO A DISTÂNCIA


LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

ANGÉLICA CRISTINA PEREIRA DA FONSECA

PROJETO DE ENSINOEM PEDAGOGIA:


O Processo de Inclusão e a Mediação do Professor com Alunos
Portadores do Transtorno do Espectro Autista

Cidade
2020
Cidade
2020
Cidade

São José da Boa Vista


2020
ANGÉLICA CRISTINA PEREIRA DA FONSECA

PROJETO DE ENSINOEM PEDAGOGIA:


O Processo de Inclusão e a Mediação do Professor com Alunos
Portadores do Transtorno do Espectro Autista

Projeto de Ensino apresentado à Universidade


Pitágoras - UNOPAR, como requisito parcial à
conclusão do Curso de Licenciatura em
Pedagogia.

Docente supervisor: José Aramis da Silva

São José da Boa Vista


2020
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO..............................................................................................................3
1 TEMA.....................................................................................................................3
2 JUSTIFICATIVA.....................................................................................................5
3 PARTICIPANTES...................................................................................................6
4 OBJETIVOS...........................................................................................................7
5 PROBLEMATIZAÇÃO............................................................................................8
6 REFERENCIAL TEÓRICO....................................................................................9
7 METODOLOGIA..................................................................................................15
8 CRONOGRAMA...................................................................................................19
9 RECURSOS.........................................................................................................20
10 AVALIAÇÃO.........................................................................................................21
CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................22
REFERÊNCIAS...........................................................................................................23
3

INTRODUÇÃO

A inclusão de pessoas portadoras de necessidades especiais está expressa


em Lei, e mesmo com alguns impasses e limitações, hoje em dia ela é mais
efetivada na sociedade, porém o caminho ainda é longo para que seja efetivada por
completo. Transtornos Globais do Desenvolvimento, também, são distúrbios no
desenvolvimento de funções como socialização e comunicação.
O presente Projeto de Ensino traz explanações acerca do Transtorno Global
do Desenvolvimento, mais precisamente no que concerne os aspectos do
Transtorno do Espectro Autista. Embasado em um referencial teórico preciso a
respeito das definições, sintomas e diagnóstico do transtorno, esse Projeto de
Ensino aborda diversos dispositivos legais sobre a inclusão do aluno especial não
somente na escola, mas como participante ativo da sociedade em que está inserido.
A pesquisa pautada em importantes autores e todos devidamente referenciado, traz
abordagens que retratam sobre o processo de inclusão e de como a escola deve
estar preparada para receber o aluno Autista.
Da situação-problema encontrada na linha de pesquisa consiste em reflexões
com relação à mediação do professor juntamente com a equipe, sobre qual é a
mediação correta para se atingir o desenvolvimento do aluno. Há a necessidade de
conhecer a fundo sobre os aspectos que esse transtorno acomete a criança,
entender as peculiaridades e os sintomas que se apresentam, levando em
consideração a individualidade da criança para se planejar ações pedagógicas que
realmente sejam eficazes.
Essa pesquisa é de cunho bibliográfico pautada em um rico referencial teórico
sobre a linha de pesquisa escolhida, que foi realizada em livros, artigos, matérias e
consultas nos materiais disponíveis nas disciplinas do curso de Pedagogia. A
pesquisa resultou em grandes pensadores como Maria Alice Fontes e Maria Teresa
EglérMantoan. A pesquisa também ocorreu em sites confiáveis da internet com o
objetivo de relatar documentos presentes na Constituição Federal, na Declaração de
Salamanca e nas Políticas Nacionais e Educacionais sobre as pessoas com
necessidades especiais, todos devidamente referenciados ao final do Projeto.
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1 TEMA

A linha de pesquisa que esse Projeto de Ensino segue é na docência nos


Anos Iniciais do Ensino Fundamental. Conhecer a respeito dos aspectos do
Transtorno Global do Desenvolvimento, mais precisamente o Transtorno do
Espectro Autista é fundamental para o processo de inclusão. A falta de
conhecimento acerca dos sintomas do Autismo faz com que muitas crianças não
tenham acesso a um diagnóstico e tratamento adequados, onde a família acaba
sofrendo por não saber lidar com o transtorno. Então há a necessidade de um
acompanhamento preciso e rápido, pois pode ajudar a amenizar os sintomas e
possibilitar um melhor desenvolvimento e aprendizagem na criança.
No âmbito escolar, para que a inclusão seja realmente efetivada é necessário
que o professor faça mediações a favor da inclusão dos alunos com Transtorno do
Espectro Autista. O professor deve possibilitar que o aluno especial faça interações
com os demais da turma, já que este aluno encontra-se dentro de um ambiente de
diversidade. A aprendizagem do Autista deve ser pauta em significados e possibilitar
o desenvolvimento das habilidades que o mesmo ainda não domina por
consequência do transtorno.
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2 JUSTIFICATIVA

Justifica-se a escolha dessa temática, pois toda criança possui direitos


básicos com relação ao acesso à escola e a sua permanência, não sendo diferente
com crianças que apresentam algum Transtorno Global do Desenvolvimento, pois
isso garante a sua inclusão na sociedade. Da importância da temática escolhida
para o desenvolvimento teórico, a mesma traz explanações esclarecedoras a
respeito do Transtorno do Espectro Autista, informações relevantes para quem não
conhece acerca do transtorno, e como uma mediação bem planejada pela equipe
escolar que recebe alunos Autistas podem fazer toda diferença no processo de
desenvolvimento e aprendizagem dos mesmos.
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3 PARTICIPANTES

O público-alvo escolhido para esse Projeto de Ensino são alunos do 3º


Ano do Ensino Fundamental (faixa etária de 08 anos de idade). O planejamento
está pautado em atividades que envolvam o respeito pela diversidade em sala
de aula, não somente o TEA, bem como toda a forma de inclusão.
É necessário que o educador esteja munido que conhecimentos acerca
do transtorno, mas não somente conhecimentos técnicos ou acumulo de cursos
com abordagens na área. É importante que o professor seja reflexivo em suas
práticas pedagógicas, uma vez que estará lidando diariamente com a
diversidade dentro da sala de aula e precisará mediar as práticas
individualmente e também no coletivo, contribuindo assim para a inclusão do
portador de Transtorno do Espectro Autista, bem como de todos os portadores
de deficiência.
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4 OBJETIVOS

Objetivo Geral:Esse Projeto de Ensino tem o intuito de apresentar os


aspectos que envolvem o Autismo, os processos de inclusão desse aluno e
também a importante mediação do professor e da equipe multidisciplinar dentro
da escola.
Objetivos Específicos:
a) Compreender sobre o Transtorno do Espectro Autista;
b) Compreender sobre as formas de inclusão;
c) Relatar sobre outros tipos de deficiência;
d) Planejar metodologias ativas a fim de conscientizar sobre o respeito
à diversidade em sala de aula.
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5 PROBLEMATIZAÇÃO

Dada a escolha da temática para o desenvolvimento do Projeto de Ensino,


nos problemas encontrados dentro do assunto se baseiam na falta de
conhecimentos por parte do professor no momento em que faz a mediação com o
aluno portador do Transtorno do Espectro Autista. Qual a formação necessária para
que esse professor esteja preparado para enfrentar os obstáculos que o transtorno
apresenta? Quais estratégias educacionais o professor utilizará em sua didática?
Qual a importância de uma equipe multidisciplinar para fazer o atendimento ao aluno
Autista? Como o professor deve trabalhar a diversidade em sala de aula?
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6 REFERENCIAL TEÓRICO

Os Transtornos Globais do Desenvolvimento, denominados TGD, é uma


classe onde estão associados os transtornos que possuem as mesmas funções do
desenvolvimento afetadas, ou seja, é uma série de transtornos que apresentam
aspectos em comum, e o Transtorno do Espectro Autista faz parte desses
transtornos, sendo também o maior representante.
Primeiramente, é interessante trazer algumas definições acerca do Autismo
citadas por importantes autores. De acordo com Kaplan (1997), em sua obra “1º
Compêndio de psiquiatria: ciências do comportamento e psiquiatria clínica”, o
Autismo é uma síndrome que causa estigmas e sofrimento inesperado nas famílias.
Segundo o autor é de origem desconhecida, o que o torna um desafio para a ciência
e possui causas genéticas, malformações orgânicas, entre outras causas.
Para Fontes (2016), em seu artigo “Transtorno do Espectro Autista (TEA)”:

O Autismo é uma síndrome que afeta o neurodesenvolvimento infantil, com


dificuldade qualitativa chamada de tríade do comprometimento, repetitivo,
podendo apresentar também sensibilidade sensorial, problemas
gastrointestinais, preferências por alimentação liquida, medo de mudanças,
etc. (FONTES, 2016, p. 09).

Trazendo outra definição dos aspectos do Autismo, Orrú (2012), em sua obra
“Autismo, Linguagem e Educação: interação social no cotidiano escolar”, relata que
o TEA é um transtorno global do desenvolvimento infantil que se manifesta antes
dos três anos de idade e se prolonga por toda a vida e caracteriza-se um conjunto
de sintomas que afeta as áreas da socialização, comunicação e do comportamento.
Conforme o Manual de Orientação do Departamento Científico de Pediatria
(2019), alguns sinais são perceptíveis ao comportamento dos aspectos do Autismo
já no primeiro ano de vida:

Não se voltar para sons, ruídos e vozes no ambiente; Não apresentar


sorriso social; Baixo contato ocular e deficiência no olhar sustentado;
Demonstrar maior interesse por objetos do que por pessoas; Não seguir
objetos e pessoas próximos em movimento; Apresentar pouca ou nenhuma
vocalização; Não responder ao nome; Interesses não usuais, como fixação
em estímulos sensório-viso-motores; Incômodo incomum com sons altos;
Distúrbio de sono moderado ou grave; Irritabilidade no colo e pouca
responsividade no momento da amamentação (MANUAL DE
ORIENTAÇÃO, 2019, p. 2).

Com relação ao diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista, a Política


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Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista


(2012), relata que o mesmo é clínico sendo realizado a partir de observações na
criança e entrevista com algumas perguntas chaves realizada com os responsáveis
da criança. Esse documento ainda enfatiza que nem sempre é possível chegar a um
diagnóstico preciso, o psiquiatra infantil ou neurologista infantil contam com o apoio
de uma equipe multidisciplinar (BRASIL, 2012).
Da relevância do acompanhamento de uma equipe multidisciplinar, Petersen
e Wainer (2011), no artigo “Terapias cognitivo-comportamentais para crianças e
adolescentes”, relatam que:

Para identificar os critérios diagnósticos para o autismo é preciso possuir


experiência e especialização, pois eles apresentam um alto grau de
especificidade e sensibilidade em grupos de diversas faixas etárias e entre
indivíduos com habilidades cognitivas e de linguagem variadas.
(PETERSEN e WAINER, 2011, p. 87).

Os mesmos autores relatam que a avaliação diagnóstica de crianças com


suspeita de Transtorno do Espectro Autista “deve compreender uma observação dos
comportamentos desviantes em comparação com aqueles presentes no curso
normal do desenvolvimento infantil, em especial nas dimensões de orientação e
comunicação social” (PETERSEN e WAINER, 2011, p. 87).
As intervenções que abordam o Autismoenvolve a atenção individualizada e
planejada de toda a equipe multidisciplinar, contanto com a orientação familiar da
criança. De acordo com a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com
Transtorno do Espectro Autista, essa equipe multidisciplinar deve contar com
fonoaudiólogo, fisioterapeuta ocupacional, psicólogo, psiquiatra infantil, pedagogo,
etc (BRASIL, 2012). Além de ser necessário que os pais ou responsáveis por essa
criança tenham conhecimento de cada aspecto que ela apresenta o porquê do seu
comportamento e como os pais devem agir em casa.
Quando falamos em inclusão, logo pensamos na sociedade como um todo e
em todos os direitos oferecidos para os que estão inseridos nela. Assim como
qualquer outra pessoa, aquele que é portador de necessidade especial possui
direitos expressos em leis em caráter global.
Todas as instituições de ensino devem promover um processo de construção
de sistemas educacionais acessíveis a todos, e isso é garantido através de
dispositivos legais. Quando consultamos sobre as Políticas Nacionais e
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Educacionais sobre as pessoas com necessidades especiais, encontramos dentro


da Constituição Federal Brasileira o combate ao preconceito e toda forma de
discriminação, evidenciando o direito de todos à educação com igualdade de acesso
e permanência, sendo expresso no capítulo III do art. 208 que “o dever do Estado
com a educação será efetivado mediante a garantia de atendimento educacional
especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de
ensino” (BRASIL, 1988).
Essa mesma lei relata sobre o combate ao preconceito e discriminação,
visando seu pleno desenvolvimento, e no art. 205 acrescenta que as escolas devem
trabalhar de acordo com os princípios constitucionais, o que envolve, claro,
condições adequadas para a efetivação da referida lei.
A Educação Especial é uma modalidade de educação que atravessa todos os
níveis de escolaridade e outras modalidades também, ou seja, o aluno especial
possui os mesmos acessos à educação iguais aos alunos que não possuem
deficiência. Nas Diretrizes Nacionais para a Educação Especial, no que tange a
Educação Básica, esta modalidade se define como:

Educação Especial: Modalidade da educação escolar; processo educacional


definido em uma proposta pedagógica, assegurando um conjunto de
recursos ou serviços educacionais especiais, organizados institucionalmente
para apoiar, complementar, suplementar e, em alguns casos, substituir os
serviços educacionais comuns, de modo a garantir a educação escolar e
promover o desenvolvimento das potencialidades dos educandos que
apresentam necessidades educacionais especiais, em todas as etapas e
modalidades da educação básica (BRASIL, 2001, p. 1).

A Lei Magna da Educação Brasileira, a Lei nº 9.394/96 que dispõe sobre


Diretrizes e Bases da Educação, em seu capítulo V, que trata da Educação Especial,
no art. 58:
Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade
de educação escolar oferecida preferencialmente na rede regular de ensino,
para educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e
altas habilidades ou superdotação.
§ 1º Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola
regular, para atender às peculiaridades da clientela de educação especial.
(BRASIL, 1996).

Já no art. 59 da mesma Lei, temos:

Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com deficiência,


transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou
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superdotação:     
I - currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização
específicos, para atender às suas necessidades;
III - professores com especialização adequada em nível médio ou superior,
para atendimento especializado, bem como professores do ensino regular
capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns
(BRASIL, 1996).

Mantoan, (2000) no artigo “Educação para todos: desafios, ações,


perspectivas da inclusão nas escolas brasileiras”, relata que o sucesso da inclusão
de alunos portadores de necessidades especiais com na escola regular decorre,
portanto, das possibilidades de se conseguir progressos significativos desses alunos
na escolaridade, por meio da adequação das práticas pedagógicas à diversidade
dos aprendizes. De acordo com a autora, “só se consegue atingir esse sucesso,
quando a escola regular assume que as dificuldades de alguns alunos não são
apenas deles, mas resultam em grande parte do modo como o ensino é ministrado,
a aprendizagem é concebida e avaliada” (Mantoan, 2000, p. 3).
Com relação aos objetivos da inclusão no âmbito escolar, Papim e Sanches
(2013), no artigo “Autismo e Inclusão: levantamento das dificuldades encontradas
pelo professor do atendimento educacional especializado em sua prática com
crianças com autismo” dissertam que:

A inclusão escolar tem como objetivo inserir, sem distinção, todas as


crianças e adolescentes com variados graus de comprometimento social e
cognitivo em ambientes escolares tradicionais, com intuito de diminuir o
preconceito e estimular a socialização das pessoas com desenvolvimento
atípico para que desfrutem dos espaços e ambientes comunitários. (PAPIM
e Sanches, 2013. p. 11).

Interessante evidenciar também que o trabalho em equipe multidisciplinar é


muito importante no que tange o processo de inclusão, pois o mesmo consiste no
exercício conjunto com os profissionais educadores. E para que haja esse processo
de inclusão, Sassaki, relata:

Uma escola comum só se torna inclusiva depois que se reestruturou para


atender à diversidade do novo alunado em termos de necessidades
especiais (não só as decorrentes de deficiência física, mental, visual,
auditiva ou múltipla, como também aquelas resultantes de outras condições
atípicas), em termos de estilos e habilidades de aprendizagem dos alunos e
em todos os outros requisitos do princípio da inclusão, conforme
estabelecido no documento, “A Declaração de Salamanca e o Plano de
Ação para Educação de Necessidades Especiais‟. (SASSAKI, 2004, p. 2).

Como citado pelo autor, a Declaração de Salamanca foi um documento


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elaborado na Conferência Mundial sobre Educação Especial, em Salamanca, no


país da Espanha, no ano de 1994, com o objetivo de fornecer diretrizes básicas para
a reforma de políticas e sistemas educacionais de acordo com o movimento de
inclusão social. O documento consiste na busca pela melhoria do acesso à
educação para a maioria daqueles cujas necessidades especiais ainda se
encontram desprovidas.
Carvalho diz que os princípios da escola inclusiva devem garantir:

O direito à educação; O direito à igualdade de oportunidades, o que não


significa um “modo igual” de educar a todos e sim dar a cada um o que
necessita, em função de suas características e necessidades individuais; E
escolas responsivas e de boa qualidade; O direito de aprendizagem; E o
direito à participação. (CARVALHO, 2009, p. 81).

Diante dessas explanações citadas com relação à inclusão, percebe-se que


todos são capazes de aprender, portadores de alguma deficiência ou não, a partir do
momento que seus interesses são mobilizados, são garantidos e assegurados por
Leis que devem fiscalizar o processo de inclusão, não só na escola como na
sociedade onde estão inseridos.
Como mencionado anteriormente, existem diversos dispositivos legais que
asseguram e amparam o aluno com deficiência dentro da escola, mas é necessário
o envolvimento da equipe escolar no planejamento de ações voltadas à inclusão,
para que então concretize a proposta que está expressa no papel. Sendo necessária
também uma formação continuada por parte dos professores, da equipe pedagogia
e dos demais envolventes no âmbito educacional para se conquistara melhoria do
atendimento educacional.
Conforme Cunha, em sua obra “Autismo e inclusão: psicopedagogia e
práticas educativas na escola e na família”, “não se pode pensar em inclusão
escolar, sem pensar um ambiente inclusivo. Contudo, não se deve entender este
ambiente Inclusivo somente em razão dos recursos pedagógicos, mas também
pelas qualidades humanas” (CUNHA, 2012, p. 20).
A autora quis dizer que o professor deve estar totalmente preparado mas
utilizar de maneira correta os recursos disponíveis na escola, a sala de recurso para
o aprendizado e também estar munido de conhecimento a respeito do tipo de
transtorno que a criança apresenta, para que então consiga atingir os objetivos
previstos dentro de cada atividade e atingir o aprendizado e desenvolvimento do
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aluno.
O educador precisa ser um estimulador de conhecimento e habilidades, e
para que isso aconteça o mesmo precisa estar preparado para receber um aluno
com Transtorno do Espectro Autista, para que o processo de educação desse aluno
seja proveitoso. O educador precisa ter em mente que estará atuando com a
diversidade que há nas salas de aula a fim de acolher adequadamente as
manifestações do transtorno em questão.
Lembrando que não cabe apenas aos profissionais da educação um estudo
sobre melhorias e suportes para os alunos que necessitam de atendimentos
especializados, como também cabe aos pais procurarem trabalhar em sociedade
com a escola, fazendo a sua parte para melhorar a vida de seu filho na casa, na
comunidade e na convivência com outras pessoas. Mas voltando ao âmbito escolar.
Nas mediações com alunos de TEA, o professor deixa de ser apenas um
transmissor de conhecimentos e passa ser um incentivador e um motivador no
desenvolvimento dos alunos e na sua aquisição de aprendizagem. É preciso a
criação de estratégias que englobem as questões individuais e de grupo, é preciso
também que o professor conheça todas as características e dificuldades do seu
aluno. A respeito disso, Orrú (2012), diz que:

É imprescindível que o educador e qualquer outro profissional que trabalhe


junto à pessoa com autismo seja um conhecedor da síndrome e de suas
características inerentes. Porém, tais conhecimentos devem servir como
sustento positivo para o planejamento das ações a serem praticadas e
executadas. (ORRÚ, 2012, p. 1).

Não basta o professor acumular cursos de especialização, capacitação e


aperfeiçoamento, pois não é nesses aspectos que sua formação se constrói, mas
deve estar pautada em uma reflexão acerca das práticas individuais e coletivas de
cada aluno com Transtorno do Espectro Autista, bem como na importância da
experiência.
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7 METODOLOGIA

A metodologia para esse Projeto de Ensino envolverá a temática da Inclusão


e Respeito, incluindo todas as formas de deficiência e não somente o Autismo, pois
assim os alunos conseguirão ter uma maior noção sobre cada deficiência, bem
como a consciência da importância do respeito ao próximo. Através de metodologias
ativas que utilizam mídias digitais, conscientizar os alunos acerca da importância do
respeito com as diferenças.
As atividades estão embasadas na Base Nacional Comum Curricular, na
Unidade Temática “Vida e evolução”, Objetos de Conhecimento “Corpo humano e
Respeito à diversidade”
HABILIDADES:Comparar características físicas entre os colegas,
reconhecendo a diversidade e a importância da valorização, do acolhimento e do
respeito às diferenças; Associar a noção de cidadania com os princípios de respeito
à diversidade, à pluralidade e aos direitos humanos.
Conteúdos: Conversação, debate e reflexão. Observação, desenho e mural
de exposição. Vídeo sobre a acessibilidade e ilustração. Vídeo sobre o Autismo.
Objetivos: Valorizar os conhecimentos prévios dos alunos. Valorizar a
diversidade de características culturais e físicas de cada pessoa. Saber sobre a
importância da acessibilidade para cadeirantes. Entender sobre o TEA.
Atividade: Primeiramente, convidar os alunos a se sentarem em uma rodinha
e deixar que eles façam exposições acerca das diferenças e da inclusão,
direcionando essa discussão de modo que eles percebam as diferenças entre si. As
crianças devem observar os colegas e a si próprio notando as semelhanças e
diferenças físicas, constatando assim que as pessoas são diferentes e únicas e cada
uma com a sua capacidade. É muito importante a conversação, o debate, a reflexão
nesse primeiro momento, pois aqui será contextualizado e valorizado os
conhecimentos prévios dos alunos acerca das diferenças físicas de cada um.
Mostrar para os alunos algumas figuras que representem pessoas negras,
brancas, japoneses e portadores de necessidades especiais, e pedir para que as
crianças cole-as em uma cartolina. Em seguida, deixe que as crianças percebam as
diferenças entre eles, e então fazerem um desenho de observação. Várias
curiosidades irão surgir e, assim, esta torna-se uma ótima oportunidade de valorizar
a diversidade de características culturais e físicas de cada pessoa. E por fim,
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preparar um mural onde ficarão expostos os desenhos dos alunos.


Trabalhar o conceito de acessibilidade e sua importância para aqueles que
não possuem deficiência física como cadeirantes, como mostrado na animação
Turma da Mônica em "Aprendendo sobre a acessibilidade", vídeo lúdico retirado do
YouTube, disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=xPbMTQskcT0. A partir
do vídeo, pedir que os alunos ilustrem os lugares no meio social em que vivem que
existe ou que deveria existir a acessibilidade. E para finalizar, apresentar um vídeo
também lúdico retirado do YouTube, “Autismo – entenda de uma forma simples”
disponível no link https://www.youtube.com/watch?v=EHuY7x2zyuU
Referências: Atividade planejada a partir das concepções retiradas da
internet. Disponível em:https://entretantoeducacao.com.br/professor/diversidade-em-
sala-de-aula/
Atividade planejada de acordo com o conteúdo do Portal da Educação.
Disponível em:https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/idiomas/como-
trabalhar-cultura-e-diversidade-em-sala-de-aula/10387

Conteúdos: Alfabeto e animais em LIBRAS. Escrita em Braille.


Objetivos: Conhecer a linguagem dos surdos. Conhecer a escrita dos cegos.
Atividade: Levar um alfabeto de LIBRAS ilustrado para que as crianças
reconheçam e se familiarizem com ele, ensinando alguns sinais simples a eles.
Pedir para que os alunos digam seus primeiros nomes utilizando apenas os sinais,
ou seja, utilizando apenas algumas letras do alfabeto, seria uma forma de
soletração, porém em LIBRAS. Tirar duas cópias do alfabeto de LIBRAS para cada
criança. Entregar algumas figuras dos animais em LIBRAS e reproduzir a linguagem
com os alunos e pedir para colorirem as imagens.
17

Nessa atividade, abordar a escrita dos deficientes visuais, explicando como


que eles conseguem ler sem poder enxergar através do BRAILLE. Levar para a sala
18

de aula embalagens como caixas de remédio, cosméticos entre outros, que


apresentam essa escrita e estimular os alunos a refletirem sobre a inclusão dos
deficientes visuais em atividades como fazer compras em um
supermercado, destacando a importância de cada um ter a autonomia de adquirir
seus produtos de modo independente e seguro.
Referências: Imagens utilizadas para esse plano de aula. Disponível em:
https://br.pinterest.com/luciana3871/libras-animais/
Inspirado na internet. Disponível em:
https://br.pinterest.com/cida6040/atividades-braile/
19

8 CRONOGRAMA

1º METODOLOGIA 2º METODOLOGIA 3º METODOLOGIA 4º METODOLOGIA

Conversação, Vídeo sobre a Alfabeto e animais Escrita em Braille.


Conteúdos debate e reflexão. acessibilidade e em LIBRAS.
Observação, ilustração.
desenho e mural Vídeo sobre o
de exposição. Autismo.

Valorizar os Saber sobre a Conhecer a Conhecer a escrita


conhecimentos importância da linguagem dos dos cegos.
Objetivos prévios dos alunos. acessibilidade para surdos.
Valorizar a cadeirantes.
diversidade de Entender sobre o
características TEA.
culturais e físicas
de cada pessoa.
Tempo de
Duração 120 minutos 120 minutos 60 minutos 60 minutos
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9 RECURSOS

Conversação e reflexão. Sulfite, lápis, lápis de cor, borracha e cartolina.


TV e pendrive. Atividades impressas. Embalagens de remédio e cosméticos.
Imagens das leitura em Libras plastificada.
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10 AVALIAÇÃO

Avaliar como os alunos se posicionam diante de um debate, em um momento


de reflexão. Observar se as crianças conseguiram entender que cada um tem as
suas especificidades singulares e que todos tem o seu valor. Avaliar o interesse e a
atenção dos alunos quanto aos vídeos apresentados e se conseguiram entender a
mensagem que cada vídeo passa sobre a acessibilidade e sobre o TEA.
De uma forma contínua, observar se os alunos conseguiram fazer os sinais
dos animais apresentados e também as letras que compõem os seus nomes.
Observar se os alunos conseguiram identificar nas embalagens a escrita para
deficientes visuais.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante do exposto, percebe-se acerca da importância de conhecermos sobre


os aspectos que englobam o Transtorno do Espectro Autista, que faz parte do grupo
de transtornos em comum denominado Transtorno Global do Desenvolvimento. Com
a pesquisa, pudemos perceber que o Autismo é o mais comum dentro do grupo do
TGD e que se apresenta nos primeiros anos de vida da criança. Com a ajuda dos
autores referenciados acerca dos conceitos do Autismo, ficou claro a respeito dos
sintomas e do diagnóstico adequado para cada situação.
O Projeto de Ensino também abordou acerca dos processos de inclusão que
acontecem não somente na escola, mas na sociedade como um todo. O processo
de inclusão de alunos com deficiência está amparado em importantes Leis
referenciadas ao longo do desenvolvimento, como a Constituição Federal de 1988,
as Políticas Nacionais para pessoas deficientes e a Declaração de Salamanca, que
foi um marco muito importante no que tange a inclusão e direitos.
E por último, tão importante quanto às abordagens de conceitos e inclusão, a
mediação do professor é fundamental no desenvolvimento e aprendizagem do aluno
com Transtorno do Espectro Autista e em todos os outros tipos de deficiência. Além
de ser fundamental a presença de uma equipe multidisciplinar no acompanhamento
desse aluno, englobando o âmbito educacional e da saúde, pois andam lado a lado.
23

REFERÊNCIAS

BRASIL. Lei Federal nº 12.764/2012, de 27 de dezembro de 2012. Institui a


Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro
Autista. Brasília: Diário Oficial, 2012. Disponível em:
https://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/2012/lei-12764-27-dezembro-2012-774838-
publicacaooriginal-138466-pl.html. Acesso em: Setembro de 2020.

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http://www.senado.leg.br/atividade/const/con1988/con1988_07.05.2015/
art_227_.asp. Acesso em: Setembro de 2020.

CAMARGO, Jr. W. Transtornos invasivos do desenvolvimento: 3º milênio.


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da Pessoa Portadora de Deficiência, Brasília, 2005.

CARVALHO, Rosita Edler. Educação Inclusiva: com os pingos nos “is”. Porto
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CUNHA, E. Autismo e inclusão: psicopedagogia e práticas educativas na escola e


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DECLARAÇÃO DE SALAMANCA: Sobre Princípios, Políticas e Práticas na Área


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http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/salamanca.pdf. Acesso em: Outubro de
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