Dia Do Folclore Brasileiro
Dia Do Folclore Brasileiro
Dia Do Folclore Brasileiro
Por Karoline Figueiredo
O "Dia do Folclore Brasileiro" é comemorado dia 22 de agosto. A data foi oficializada pelo
presidente Humberto Castelo Branco, em 17 de agosto de 1965 por meio do Decreto nº 56.747.
A palavra folclore foi utilizada pela primeira vez em 22 de agosto de 1845, pelo pesquisador
britânico William John Toms, ao escrever um artigo sobre lendas, costumes e superstições. A
palavra folclore derivou da expressão inglesa folklore utilizada por Toms, que significa sabedoria
popular.
O folclore é definido como um conjunto de costumes, crenças, contos, mitos, músicas, danças,
festas populares e outros aspectos, em diversas culturas e regiões do país. No Brasil, os principais
estudiosos da área foram Renato Almeida (1.895-1.981), Mário de Andrade (1.893-1.945) e Luís da
Câmara Cascudo (1.898-1.986).
Entre as atividades folclóricas destacam-se: cantigas de roda, samba de roda, maracatu, samba de
roda, catira, afoxé, frevo, quadrilha, festa junina, bumba meu boi, folia de reis, carnaval e diversos
outros. Os personagens folclóricos da cultura popular são conhecidos como saci-pererê, curupira,
caipora, boitatá, iara, cuca, boto cor de rosa, mula sem cabeça, bicho papão, lobisomem, negrinho
do pastoreiro, etc.
As lendas e os mitos passados de geração em geração, foram histórias criadas e contadas pela
população com objetivo de transmitir alguma mensagem ou assustar pessoas. Conheça algumas
histórias tradicionais:
Saci-Pererê
Acredita-se que o Saci-Pererê tem origem nas tribos indígenas da Região das Missões, no Sul do
País. Verdade ou não, o fato é que o menino negro de uma perna só e gorro vermelho é uma das
figuras mais conhecidas do folclore brasileiro. Saci está sempre com seu cachimbo, pulando para lá
e para cá. É um menino agitado que aparece com um redemoinho e que gosta de pregar peças nas
pessoas. Ele adora, entre outras travessuras, esconder objetos (que dificilmente são encontrados
novamente) ou confundir as pessoas e fazer com que se percam.
Cuca
Quem nunca ficou com medo de ser raptado ao ouvir a cantiga “Nana neném que a Cuca
vem pegar…”?
A lenda da Cuca parece ter surgido na Espanha e em Portugal. Lá ela era chamada de “Coca” e
tinha a forma de um dragão. Acredita-se que a lenda tenha viajado até o Brasil na época da
colonização portuguesa. Mas fama, mesmo, ela ganhou muitos anos depois, nas histórias do Sítio
do Pica Pau Amarelo, de Monteiro Lobato. Associada ao bicho papão, a figura da Cuca é usada
para fazer medo às crianças que não obedecem seus pais e não querem dormir.
Curupira
Defensor da natureza, o Curupira vive nas matas brasileiras, tem os cabelos vermelhos e os pés
virados para atrás. O seu nome tem origem tupi-guarani e sua função é espantar todos que
querem destruir as matas. Para cumprir sua missão, emite sons e assovios que dão medo. É muito
difícil encontrá-lo, pois, quando anda, suas pegadas vão marcando o caminho contrário que ele
está fazendo.
Lobisomem
O nome já diz tudo. É a mistura de um lobo com um homem. Segundo a lenda do Lobisomem,
quando uma mulher tem sete filhos e o oitavo nasce homem, este último será um Lobisomem.
Ao longo do dia, ele é homem. A partir da meia-noite, nas noites de lua-cheia, se transforma em
Lobisomem. Ele se alimenta de sangue, e, segundo a mitologia, é violento. A lenda da mistura
entre lobo e homem tem origem na Europa.
Boto
A lenda do boto tem origem na região Amazônica, onde é comum encontrar botos (mamíferos
aquáticos parentes dos golfinhos) nos rios e igarapés.
Dizem que nas noites de festa junina, na Amazônia, o boto sai do rio e transforma-se em um
homem belo e atraente. Ele seduz as mulheres, as leva para o fundo do rio e as engravida.
Negrinho do Pastoreio
Depois de ter sido injustamente acusado de perder um dos cavalos do seu senhor, um menino
escravizado teve que voltar ao pasto para recuperar o animal. Como não o encontrou, o patrão o
fez passar a noite dentro de um formigueiro. No dia seguinte, o garoto estava livre, sem nenhum
ferimento e montado no cavalo baio que havia sumido. Pela lenda, foi um milagre que o salvou. O
Negrinho do Pastoreio é uma lenda típica da região Sul e o menino é considerado o protetor das
pessoas que perdem algo.
Boitatá ou cobra-de-fogo
A lenda do boitatá pode mudar bastante de um estado para o outro. Mas a descrição mais comum
é de uma cobra enorme, com grandes olhos brilhantes e o corpo envolto em chamas.
No Sul do Brasil, contam que houve um grande dilúvio e que só uma cobra, que dormia em sua
toca, escapou com vida. Quando acordou e saiu, a cobra deparou com os bichos mortos e, bem
feliz, tratou de comer sua parte preferida: os olhos deles. No entanto, quanto mais comia, mais se
enfraquecia – os olhos não eram nutritivos o suficiente para deixá-la saudável. Acabou morrendo e
virou uma cobra que ilumina as noites da mata com o brilho de milhares de olhos.
Matinta Pereira
Esta é mais uma lenda que varia de acordo com a região do Brasil. De um modo geral, a Matinta é
descrita como uma velha bruxa que, de noite, se transforma em um pássaro agourento (isto é, que
anuncia más notícias). Ela se instala no telhado das casas e pia bem alto até que seus moradores
digam, em voz alta, que ela passe no dia seguinte para ganhar fumo, comida ou bebida. De dia, já
em sua forma humana, a velha senhora volta para cobrar as promessas. Se não receber o que foi
ofertado, ela amaldiçoa os moradores.
Em alguns lugares do Brasil, a Matinta não vira pássaro – em vez disso, ela tem um, de estimação,
conhecido como Rasga-Mortalha.
Caipora
Essa criatura fantástica é comumente confundida com o Curupira por também ser protetora dos
animais e guardiã da floresta. Há quem a descreva como uma mulher indígena baixinha, de cabelos
vermelhos e orelhas pontudas. Outros dizem que é um homem peludo, também baixinho. Armada
com um bastão na mão, a Caipora percorre a floresta montada em um enorme porco do mato.
A Caipora gosta muito de fumar. Sabendo disso, caçadores a presenteiam com fumo de corda, que
deixam perto do tronco de uma árvore. Assim, ela os deixará em paz naquele dia – desde que não
cacem fêmeas prenhas (grávidas).
Mapinguari
Esse ser lendário seria o equivalente brasileiro ao pé grande. Peludo, gigantesco e fedorento, o
Mapinguari tem garras compridas, braços muito longos, um só olho no meio da testa e uma boca
enorme, cheia de dentes afiados, no lugar do umbigo. Ele se esconde nas florestas densas. Quando
aparece, destrói tudo pelo caminho, assustando e devorando animais e até pessoas.
Muiraquitã
O muiraquitã é um tipo de amuleto da sorte de cor verde, em formato de bicho – em geral, um
sapo. Diz a lenda que era confeccionado pelas icamiabas, uma tribo indígena formada apenas por
mulheres. Uma vez ao ano, elas realizavam uma festa em celebração à Lua. Nessa noite, recebiam
guerreiros da tribo Guacari, de quem engravidavam e a quem presenteavam com um amuleto da
sorte feito de barro esverdeado. Nove meses depois, as crianças nasciam. Se fossem meninas,
ficavam na tribo. Se fossem meninos, iam para a tribo dos pais.
Corpo-seco
Mais conhecido em alguns estados das regiões Sul e Sudeste do Brasil, o Corpo-seco é um morto-
vivo que aterroriza quem cruza o seu caminho. A lenda conta que ele era um homem tão mau que,
ao morrer, não foi aceito nem no céu, nem no inferno. Mesmo a terra não o recebeu. Por isso, não
fica enterrado e seu corpo não se decompõe. Por outro lado, como não está vivo, não se alimenta,
sendo só pele e osso. Suas unhas e cabelos nunca param de crescer, o que deixa a sua aparência
ainda mais pavorosa.