01 - Fundamentos - As Leis Da Termodinamica

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MTR900 – Introdução à Ciência dos

Materiais
As Leis da Termodinâmica

Prof. Dr. Tiago Felipe de Abreu Santos


Departamento de Engenharia Mecânica/CTG
Programa de Pós-graduação em Ciência dos Materiais (PGMTr)
Instituto Nacional de Tecnologia em União e Revestimento de Materiais (INTM)
www.ufpe.br/intm | www.ufpe.br/soldamat

Ementa

MTR900 – Introdução à Ciência dos Materiais


Prof. Tiago Felipe (Propriedades – 50%) e Prof.ª. Nathalia
Lima (Estrutura – 50%)

• Diagramas de Fases
• Cinética de Transformações de Fases
• Propriedades Mecânicas dos Materiais
• Propriedades Elétricas
• Propriedades Magnéticas
• Propriedades Ópticas

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Metodologia

• O curso de Introdução à Ciência dos MAteriais para o


PGMTr será integralmente no formato presencial,
embora um ambiente virtual de aprendizagem será
disponibilizado para compartilhar o conteúdo, por meio
do google meets, pelo qual os alunos e alunas podem
acessar por meio do e-mail institucional (@ufpe.br). As
notas de aulas, vídeos, problemas contextualizados,
desafios serão disponibilizados nesse ambiente.
• Cada conteúdo terá uma atividade suplementar (AS)
avaliativa dos conteúdos absorvidos (20%)
• Prova contemplando os conteúdos trabalhados (80%)
• Os conteúdos trabalhos por mim representam 50% da
nota final de curso

Termodinâmica

• A Termodinâmica, a ciência do calor, é um dos mais


importantes e mais antigos domínios da Física.
Surgiu, inicialmente, da necessidade de estudar os
rendimentos de máquinas térmicas, mas
rapidamente se tornou num utensílio fundamental
para estudar qualquer sistema. Assenta em dois
Princípios - conservação da energia e o crescimento
da entropia em sistemas isolados - com os quais se
torna possível definir, com precisão, a temperatura
absoluta e outras grandezas termodinâmicas. A
fundamentação microscópica da Termodinâmica
reside na Física Estatística.

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Variáveis de estado e potenciais
termodinâmicos

Lei Zero da Termodinâmica

• Estabelece que se os sistemas A e C estão em equilíbrio


térmico (têm a mesma temperatura) e os sistemas B e C
também estão em equilíbrio térmico, então o sistema B
está em equilíbrio térmico com o sistema A

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3ª Lei da Termodinâmica

• Existe uma temperatura inferior limite que pode ser


atingida pela matéria, chamada de zero absoluto de
temperatura, na qual a entropia de todas as
substâncias é a mesma.
– Os fundamentos da terceira lei da termodinâmica foram
estabelecidos por Walther Nernst, também conhecido como um
dos fundadores da físico-química moderna (Prêmio Nobel de
Química de 1920)

1ª Lei da Termodinâmica

• Quando um sistema fechado, em equilíbrio interno, é


levado de um estado de equilíbrio “A” a um estado de
equilíbrio “B”, a diferença entre o calor absorvido (Q) e o
trabalho realizado (W) pelo sistema é constante,
independentemente do caminho percorrido pelo sistema
para ir de A até B, ou seja:

U  Q  W

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Um pouco de História....
A formulação do princípio da conservação da energia é um exemplo de
longo amadurecimento, quase dois séculos e meio, de uma ideia que
se tornou uma das leias básicas da física e cuja generalização foi
alcançada ao ser formalizada como primeira lei da termodinâmica
• Mayer
– Enunciado o princípio da equivalência entre trabalho e calor, em maio de
1842 (corpo humano);
• Joule
– Publicou os resultados da sua análise sobre o princípio da equivalência em
agosto 1843. Kelvin contribuiu muito para as pesquisas de Joule.
• Helmholtz
– 1847 envia o esboço do trabalho “Sobre a conservação da Energia”
• Poincaré, em seu livro sobre termodinâmica, de 1892, chama o
primeiro princípio da termodinâmica de princípio de Mayer

1ª Lei da Termodinâmica

• Como o calor e o trabalho são formas de transferência


de energia entre o sistema e o meio, U’ engloba:
– Variações de energia interna (U), de energia potencial (V) e
de energia cinética (K)
• Aspectos macroscópicos  (V, K)
• Aspectos microscópicos  vibração de átomos (U)
• Como as energias cinéticas e potencial permancecem
constantes durante a transformação de fases
– (U=K=0)
– U’ = U = Q-W

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1ª Lei da Termodinâmica

• Um sistema considerado ideal ao receber uma


determinada qte de energia sob a forma de calor, só
será capaz de realizar trabalho útil se as modificações,
produzidas em sua energia interna, absorverem apenas
parcela do calor recebido (ciclo com setas cinzas).

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1ª Lei da Termodinâmica

• Um sistema ideal só será capaz de gerar calor útil se as


modificações produzidas em sua energia interna não
absorverem totalmente o trabalho fornecido ao sistema
(ciclo com setas brancas)

U  W  Q U  Q  W

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2ª Lei da Termodinâmica

• Processo reversível
– Ao se completar o processo, o estado inicial pode ser
restaurado sem alterações no sistema e no meio
• Processo irreversível
– Alterações finitas no meio para restaurar o estado inicial do
sistema
• A 2ª Lei está relacionada com a eficiência de sistemas
termodinâmicos na conversão de calor em trabalho.
– Não existe um ciclo que seja capaz de retirar calor de uma única
fonte e transformá-lo completamente em trabalho
– Não é possível um processo cujo único resultado seja transferir
calor de uma fonte a temperatura mais baixa para uma a
temperatura mais alta

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2ª Lei da Termodinâmica
– Não é possível ocorrer um fluxo espontâneo de calor de uma
temperatura mais baixa para uma temperatura mais alta sem a
introdução de trabalho
• Definição de entropia
– Se um sistema passa de um estado de equilíbrio a outro através
de um processo reversível, a variação de entropia (dS) é obtida
pela relação entre o calor transferido e a temperatura em que o
processo é realizado

Qrev
dS  Qrev  T .dS
T

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• Para qualquer processo a entropia do sistema aumenta,
se o mesmo for irreversível, ou permanece constante, se
o mesmo for reversível.

dSirrev, sistema  dSirrev,meio  0

dS rev , sistema  dS rev ,meio  0

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Um pouco de História
• Nicolas Léonard Sadi Carnot
– Em sua obra “Reflexões sobre a potência motriz do fogo e sobre
as máquinas adequadas ao desenvolvimento dessa potência
(1824)” apresenta uma reflexão crítica sobre o calor como causa
do movimento e sobre a potência motriz;
• Rudolf Clausius
– Define a energia interna, introduz o conceito e a grandeza da
entropia
– “O calor não pode fluir, de forma espontânea, de um corpo de
temperatura menor, para um outro corpo de temperatura mais
alta”
• Kelvin-Planck
– É impossível a construção de uma máquina que, operando em
um ciclo termodinâmico, converta toda a quantidade de calor
recebido em trabalho

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2ª Lei da Termodinâmica

• Na natureza, um sistema sólido só é capaz de evoluir


espontaneamente se sua energia disponível à
transformação for reduzida
• Quanto menor a energia disponível maior é a tendência
à um número maior de estados

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Energia Livre de Gibbs (G)

• Do ponto de vista entrópico, os sistemas evoluem


segundo Q
S  S 2  S1  0
T
• A evolução espontânea de um sistema sólido (T e P
ctes) pode ser representada por uma grandeza
denominda G:
G  U  W  Q  U  PV  TS
W  F .dx  ( P. A.dx)  PdV
dG  dU  PdV  VdP  TdS  SdT  dU  PdV  TdS

dGT , P  dU  PdV  TdS


Um sistema está em equilíbrio quando sua energia livre for mínima e, portanto, dG = 0.

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Definição estatística da Entropia

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Definição estatística da Entropia

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Definição estatística da Entropia

• Considere uma rede cristalina com (N) posições


atômicas disponíveis que devem ser preenchidas por (n)
átomos de A e (N-n) átomos de B
– O 1º átomo A  N posições, o 2º tem (N-1) posições
– Como eles são indistinguíveis, a probabilidade será N(N-1)/2
– O 3º átomo de A tem probabilidade N(N-1)(N-2)/3!...

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Definição estatística da Entropia

• Para cada maneira de distribuir os átomos de A, existe


apenas uma maneira de distribuir os (N-n) átomos de B
nas (N-n) posições restantes
N  N  1 N  2 ... N  n  2 N  n  1 N!

n! n! N  n !

• Com base na distribuição de Maxwell-Boltzmann,


Boltzmann estabeleceu que a entropia de uma mistura
pode ser expressa por:

S  k lnW   k ln

W=  = número de distribuições correspondentes a um estado termodinâmico

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Entropia de mistura

• A entropia de mistura pode ser rescrita como:


 N! 
S  k ln    k ln N ! ln n! ln  N  n !
 n! N  n !
• Aproximação de Stirling: lnx! = xlnx-x

S  k N ln N  n ln n   N  n  ln  N  n 

• Definindo-se C = n/N como sendo a concentração de A e


(1-C)=(N-n)/N como sendo a concentração de B na
mistura, se tem:
S  Nk C ln C  1  C  ln1  C 

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Entropia da mistura

• O valor de S é sempre positivo


– Qual significado físico-químico dos valores elevados para as
declividades da curva (tg), em C=0 e C=1?

A impossibilidade termodinâmica de se obter elementos puros a partir de uma


mistura de dois ou mais elementos

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Bibliografia

• Cota, A.B. Termodinâmica dos Materiais, Ouro Preto


(MG): Ed do Autor, 2020 (Direito de uso livre).
• R.A.S. Ferreira. Transformações de Fase: Aspectos
Cinéticos e Morfológicos, Ed. UFPE, 2002.
• Porter & Easterling. Phase Transformations in Metals
and Alloys, Springer, 1982.
• http://www.cienciadosmateriais.org/
• R.C. dos Santos. Transformação de fases em materiais
metálicos, Ed. Unicamp, 2006

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