Curso 57587 Aula 01 v2
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Aula 01
1 LEIS DA TERMODINÂMICA
A primeira lei da termodinâmica afirma que a energia pode ser transformada de uma forma para
outra, entretanto a quantidade total de energia, E, no universo é constante. Expressando
matematicamente:
Entretanto, é muito inconveniente considerar sempre o universo inteiro em nossos cálculos. Como
vimos, podemos dividi-lo em sistema (interesse do estudo) e vizinhança (resto do universo). Assim
stema é igual a energia
Esta energia pode ser transferida através de calor, Q, por trabalho, W, ou ainda, no caso dos sistemas
abertos, pela energia associada a massa que flui para dentro e para fora do sistema.
A energia pode classificada como: energia cinética, relacionada com o movimento do sistema como
um todo; energia potencial, associada com a posição do sistema em relação a um campo potencial
(campo gravitacional, por exemplo); e energia interna, U, que está relacionada as energias
microscópicas das moléculas como a potencial resultante das forças intermoleculares e as energias
cinéticas de rotação, translação e vibração dessas partículas. Esta energia é chamada de interna para
diferenciá-la das energias cinéticas e potencial de uma substância em função de sua posição ou
movimento macroscópico.
Como descrevemos anteriormente, podemos dividir a energia do sistema em três tipos: cinética,
potencial e interna. Assim:
Alerto novamente para a convenção de sinais, pois é comum a confusão com essa equação. éa
variação de energia interna no sistema, portanto se fornecemos calor, Q, ou fazemos trabalho, W,
sobre o sistema devemos contabilizar um aumento na energia interna (Q e W seriam positivos).
Porém, se retiramos calor do sistema ou o sistema realiza um trabalho, estamos diminuindo a
energia dele (Q e W seriam negativos).
Esta convecção é a adotada pela IUPAC e se contrapõe a convenção clássica, na qual: U=Q W. A
diferença aqui observada é o sinal negativo para o trabalho, desta forma, para as equações ficarem
equivalentes, denotaremos na convenção clássica o trabalho sobre o sistema (compressão) com um
sinal negativo e o trabalho realizado pelo sistema (expansão) com sinal positivo.
Ou seja, o sistema está perdendo 15 kJ em forma de calor. Mesmo assim sua energia interna
aumenta em 35 kJ. Aplicando a primeira lei da termodinâmica para sistemas fechados:
O trabalho positivo indica o gás (sistema) está absorvendo essa energia proveniente do
trabalho, logo o gabarito é (A).
GABARITO: A
Veja que não utilizamos delta ( ) para as variáveis e , isso porque elas se referem a uma
quantidade de energia que é transferida. O uso do delta é reservado as funções de estado, que
dependem somente do estado em que o sistema se encontra, de tal forma que elas independem do
caminho percorrido pelo sistema.
Por exemplo, imagine que o sistema sai do estado 1 para o estado 2, com um aumento de energia
interna igual a . Independentemente do caminho tomado, a variação da energia interna
desse sistema será igual a 50 kJ. Se fornecemos uma quantidade de trabalho e de calor
, atingiremos . Mas se escolhemos outro caminho termodinâmico, com
e , chegaremos no mesmo estado 2 ao final! Por isso dizemos que o calor e o
trabalho são funções do caminho e seus valores dependem das transições específicas que ocorrem
entre dois estados. Já energia interna, entalpia, temperatura, pressão e volume são exemplos de
funções de estado, ou seja, não dependem do caminho termodinâmico percorrido.
Fonte: http://www.infoescola.com/
Note que existem quatro etapas no processo: AB, BC, CD e finalmente DA. Veja que o
processo retorna ao estado A pronto para um novo ciclo.
Uma máquina térmica opera sob um ciclo termodinâmico, absorvendo calor e produzindo trabalho.
Sua eficiência é então definida como:
í í
Usamos os valores em módulo para garantir que a eficiência seja sempre um valor positivo, além de
ser sempre um valor entre 0 e 1 (ou entre 0 e 100%). Além disso, o trabalho líquido produzido () por
uma máquina térmica é dado por:
Atente que temos dois processos que envolvem transferência de calor, um recebimento de 30
kJ e uma retirada de 20 kJ. Portanto, um calor líquido de 10 kJ é fornecido ao sistema (
. Logo:
Assim:
GABARITO: D
barreira (estado 1), mas ao removermos essa barreira observamos que eles se misturam
completamente (estado 2). Veja a figura:
A&B
Gás A Gás B
Estado 1 Estado 2
Veja que nesses exemplos a primeira lei não diz nada sobre qual direção o sistema tomará
espontaneamente. Entretanto, você pode até mesmo por intuição perceber uma direcionalidade
em cada processo. Em outros casos essa direcionalidade não é tão óbvia e a segunda lei nos permitirá
predizer qual caminho o processo tomará espontaneamente.
Dessas observações tiramos nosso primeiro enunciado da segunda lei:
V
o feito pelo ar-
(que possui temperatura mais elevada). Entretanto esse é um processo cíclico composto por mais
de uma etapa e não possui esse único efeito.
Um outro enunciado nos traz noção da diferente qualidade de energia entre o calor e o trabalho.
Trabalho é facilmente transformado em energia: por exemplo, se empregamos trabalho para
acelerar uma massa convertemos facilmente o trabalho em energia cinética. Por outro lado, o calor
-se que nos motores de carros a maior
parte da energia liberada pelo combustível é perdida pelo calor dissipado. Com isso concluímos que
o calor é intrinsicamente uma forma de energia menos útil do que o trabalho.
A partir dessas constatações podemos elaborar um outro enunciado para a segunda lei:
A segunda lei não proíbe a produção de trabalho a partir de calor, porém ela coloca um limite na
eficiência da conversão de calor adicionado para trabalho realizado.
nunca tivesse acontecido. Trata-se de uma idealização de processo, no qual não há perdas por atrito
e exige-se que a força motriz seja infinitesimamente pequena.
Acontece que processos reais, que acontecem no nosso mundo, não são reversíveis. Pois existe
fricção (atrito) e o processo ocorre devido a ação de forças motrizes finitas. Tais processos são
denominados processos irreversíveis.
1.3.2 - Entropia
A entropia pode ser entendida, em termos do comportamento microscópico das moléculas, como o
V ntender essa desordem como uma maior dispersão das
moléculas, uma desorganização. Vamos partir desse conceito para obter uma equação matemática
que nos permita realizar cálculos. Considere um sistema fechado no qual energia só pode ser
transferida através de calor ou trabalho, como um cilindro de gás dotado de um pistão móvel. Se
transferirmos energia através de trabalho ao mover o pistão, essa transferência ocorre de forma
bem direcionada (as moléculas se movem com uma mesma velocidade e direção. Por outro lado,
energia transmitida através de calor se dá pelo gradiente de temperatura, que pode ser relacionada
ao movimento aleatório das moléculas (e, portanto, pode ser tida como uma forma desordenada de
transferência de energia). Os efeitos da transferência por trabalho é ordenado e direcionado e não
deve afetar a entropia. Mas no caso do calor podemos relacionar a desordem desta transferência
com a entropia.
Na sua forma diferencial, a variação de entropia de um sistema que sofre um processo reversível é
igual ao incremento de calor absorvido dividido pela temperatura.
Integrando, obtemos:
Com isso concluímos que a entropia do universo está sempre aumentando e nunca é capaz de
diminuir. Vamos escrever, então, o último enunciado que podemos extrair da segunda lei da
termodinâmica:
Dados todos esses novos conceitos, somos capazes de resolver um número muito grande de
questões que envolvem as leis da termodinâmica.
Ou seja, a variação da entropia do UNIVERSO deve ser igual a zero ou maior que zero. Como
consequência, se o sistema fosse ISOLADO isso também seria verdade. Pois:
Como não há troca de calor ou de matéria com a vizinhança, a entropia desta permanece
inalterada: ç . Logo:
GABARITO: A
A capacidade calorífica é uma grandeza que relaciona a quantidade de calor fornecida a um corpo e
a variação de temperatura observada neste. Matematicamente é definida por:
Se um corpo tem uma capacidade calorífica maior do que outro, significa que deveremos fornecer
uma maior quantidade de calor para um mesmo incremento na temperatura.
Quando em unidade mássica, esta propriedade é comumente chamada de calor específico e possui
unidade no SI igual J/kg.K. A capacidade calorífica molar possui unidade em J/mol.K.
Existem dois tipos importantes de capacidade calorífica, diferenciados a depender a partir de seus
casos particulares:
Essa definição é válida tanto para a capacidade calorífica molar (com unidades no SI igual a J/mol.K)
como para a capacidade calorífica em unidade mássica (J/kg.K no SI). Dependerá se U está em J/mol
ou em J/kg.
Novamente a definição abrange tanto a capacidade calorífica molar como a capacidade calorífica
mássica.
(CESGRANRIO 2014 Engenheiro de Processamento Júnior/Petrobras)
Dois tanques cilíndricos distintos, equipados com aquecedor elétrico, operando em paralelo,
aquecem separadamente um mesmo tipo de líquido com densidade e calor específico C p. Cada
tanque apresenta apenas uma corrente de entrada e uma de saída, é bem agitado e não perde
calor para o ambiente. As condições de operação contínua, no regime permanente, de cada
tanque são apresentadas a seguir.
TANQUE 1: as vazões mássicas de entrada e de saída são iguais a W; o volume no tanque é V;
e a temperatura da corrente de saída é T superior à da corrente de entrada.
TANQUE 2: as vazões mássicas de entrada e de saída são iguais a W/2; o volume no tanque é
4V; e a temperatura da corrente de saída é 2 T superior à da corrente de entrada.
Para a manutenção dessas condições, as taxas de calor Q1 e Q2 cedidas pelos respectivos
aquecedores elétricos dos tanques 1 e 2 são tais que
(A)
(B)
(C)
(D)
(E)
Resolução:
1
A definição matemática da entalpia é dada por: . Logo, a pressão constante, teremos:
W W/2
Q1 = ? Q2 = ?
V 4V
Cp Cp
W W/2
T 2T
Veja que o líquido é o mesmo em ambos os tanques, porém o segundo é 4 vezes maior,
apresenta metade da vazão e o dobro do aumento de temperatura T. Pela definição do calor
específico ou capacidade calorífica específica (em unidades de massa):
Visto que :
GABARITO: B
3. RESOLUÇÃO DE QUESTÕES
A energia interna nos foi fornecida ( ), agora basta proceder com os cálculos na
equação da primeira lei:
GABARITO: E
Sabendo-se que, nessa transformação, o gás absorve 400J de calor, pode-se afirmar que a variação
de sua energia interna é de
a) 50J. b) 100J. c) 140J. d) 160J.
Resolução:
A questão nos pede para avaliar a variação de energia interna (U), fornecendo como dados o calor
absorvido ( ) e a variação de volume ( ) e temperatura ( ) do sistema. Assim, podemos usar a
Primeira Lei da Termodinâmica:
Trata-se de um balanço de energia para um sistema fechado, composto pelo gás ideal em questão.
O -se o sinal
positivo:
Já o trabalho pode ser calculado com base na variação de volume fornecida pelo gráfico. Como o
á
como iremos constatar ao aplicar a fórmula para o trabalho:
Ou seja, o sistema absorve 400 Joules sob a forma de calor, mas rejeita 240 Joules como trabalho.
Agora basta aplicar a equação de primeira lei para encontrarmos a variação da energia interna:
GABARITO: D
Resolução:
(I) INCORRETA: A primeira lei estabelece que para um sistema fechado: . Logo a
energia interna é igual a soma do calor e do trabalho realizado.
(II) INCORRETA: Essa transformação deve obedecer de fato o princípio da conservação da energia
(primeira lei). Entretanto, a segunda lei nos mostrou que é impossível converter todo o calor em
trabalho, portanto eles não podem ser numericamente iguais como afirmado. Para onde vai o resto
da energia? É perdida inevitavelmente sob outras formas: tome novamente o exemplo do motor de
um carro, aqui o calor produzido pelo combustível é também perdido sob a forma de sons (barulhos)
e calor dissipado.
(III) INCORRETA: Veja que a afirmativa diz respeito a ciclos termodinâmicos, que são compostos por
várias etapas. Vamos ler novamente o enunciado da segunda lei:
Enunciado 1: É impossível um processo consistir unicamente na transferência de calor de
um nível de temperatura para outro nível com temperatura superior.
Logo concluímos que essa afirmativa não abrange ciclos de refrigeração, pois eles não
apresentam unicamente este efeito. Basta você lembrar do exemplo do ar-condicionado.
(IV) CORRETA: Como definimos anteriormente:
Afirmativa correta!
(V) CORRETA: Perfeitamente, de uma forma global a entropia sempre ou aumenta ou ela é nula.
Relembre que:
C
Se esse sistema fosse não-isolado poderíamos ter uma diminuição na entropia do mesmo, desde
que houvesse um aumento na entropia da vizinhança. Esse aumento na entropia da vizinhança deve
ser igual ou maior a variação em modulo da entropia do sistema, para que tenhamos ao final que
.
GABARITO: E
O calor liberado na fonte fria ( ) é o calor Q0 mencionado no enunciado. Para uma eficiência de
1/3, temos:
Com este aumento na eficiência, desperdiçamos menos energia. Vamos substituir então por Q0
para chegar na resposta:
GABARITO: A
No ciclo de Carnot, ilustrado acima, no gráfico de pressão (P) versus volume (V), ocorrem processos
reversíveis que passam pelos estados A, B, C e D. Considerando que as curvas do gráfico apresentam
o comportamento de um gás ideal em um sistema fechado, que os processos BC e DA são adiabáticos
e que AB e CD são isotérmicos, ocorrendo nas temperaturas T 2 e T1, respectivamente, julgue os itens
subsequentes.
1) A variação da entropia para o sistema e suas vizinhanças, após o gás percorrer o ciclo acima
e retornar ao estado inicial A, é nula.
2) O trabalho e o calor não são funções de estado, diferentemente da energia interna, que
depende somente do estado em que se encontra o sistema.
Resolução:
(1) CORRETA: Afirmativa perfeita, os processos são todos reversíveis. Logo a segunda lei garante
que nesses processos a entropia do universo não se altera . Veja que em duas etapas a
entropia do sistema muda (pois somente as outras duas são isentrópicas), mas o sistema sempre
volta a mesma entropia com que começa o ciclo.
(2) CORRETA: Exato, lembre-se bem disso! Calor e trabalho não são funções de estado pois elas
dependem do caminho termodinâmico percorrido, diferente de outras propriedades como energia
interna e entalpia. Vou dar um exemplo para esclarecer essa diferença: suponha que temos água em
um cilindro dotado de pistão, vamos aquecer essa água de forma que a variação de energia interna
seja:
Existem infinitas formas de obter essa variação de energia interna, ou seja, infinitos
caminhos. Eu posso fornecer uma quantidade de calor e não produzir trabalho .A
primeira lei fornece:
Veja que depende apenas do estado em que se encontra água, não interessa o caminho.
Já calor e trabalho não são funções de estado e vão depender do processo realizado.
GABARITO: C, C
Conclui-se que para tal processo a variação de entropia do sistema é igual a zero.
GABARITO: B
(B) INCORRETA: Transformação completa de trabalho em calor é SIM possível. A segunda lei veta o
inverso, transformação completa de calor em trabalho.
(C) INCORRETA: Pode diminuir também. O sistema fechado permite troca de energia. Imagine então
que resfriamos um sistema que contem água líquida até congelar. O processo é espontâneo e a
entropia diminui (no gelo as moléculas estão mais organizadas do que no líquido).
(D) CORRETA: Afirmativa perfeita!
(E) INCORRETA: Nas reações químicas, o calor gerado ou consumido resulta da variação das energias
de ligação entre os átomos. Então a energia é sim conservada, pois essa energia provém da energia
interna na substância.
GABARITO: D
Sabendo-se que, nessa transformação, o gás absorve 400J de calor, pode-se afirmar que a variação
de sua energia interna é de
a) 50J. b) 100J. c) 140J. d) 160J.
No ciclo de Carnot, ilustrado acima, no gráfico de pressão (P) versus volume (V), ocorrem processos
reversíveis que passam pelos estados A, B, C e D. Considerando que as curvas do gráfico apresentam
o comportamento de um gás ideal em um sistema fechado, que os processos BC e DA são adiabáticos
e que AB e CD são isotérmicos, ocorrendo nas temperaturas T 2 e T1, respectivamente, julgue os itens
subsequentes.
1) A variação da entropia para o sistema e suas vizinhanças, após o gás percorrer o ciclo acima
e retornar ao estado inicial A, é nula.
2) O trabalho e o calor não são funções de estado, diferentemente da energia interna, que
depende somente do estado em que se encontra o sistema.
1. E
2. D
3. E
4. A
5. Certo, Certo
6. B
7. D
8. B
9. B
10. D