Ebook Aprenda A Investir em FIIs-1

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r e s e a r c h

FIIs
Aprenda a investir em
research

Sumário

Introdução 4
PARTE I – O que são fundos imobiliários e quais os tipos?
7

Vantagens dos fundos imobiliários 9


Tipos de fundos imobiliários

12
PARTE II – Comparativo entre fundos imobiliários e imóveis

20
Vantagens

20
Desvantagens
28

PARTE III – Indicadores e métricas

31
Vacância

31
Dividend yield (DY)

33
Valor patrimonial e valor de mercado 36
Preço/valor patrimonial da cota

37
Cap rate

38
Valor por m² do aluguel

40
Valor por m² aluguel vs. Cotação 40

2
research

Área bruta locável (ABL)



 41
Taxas

42
PARTE IV – Escolhendo um fundo imobiliário para investir 

 45
Qualidade do ativo

45
Avaliando o preço de um ativo

53
PARTE V – Riscos envolvidos em FIIs e como evitá-los

58
Oscilações dos preços das cotas em bolsa

 58
Risco de vacância

60
Risco de gestão

62
Renda mínima garantida (RMG)

63
PARTE VI – Começando a investir e considerações finais

66
Escolha uma corretora

 66
Abrindo uma conta na corretora

67
Enviando dinheiro para a corretora

67
Comprando um fundo imobiliário

68
Considerações finais

69

3
aprenda a investir em fiis

Introdução
Para nós da Suno, existem dois tipos de investidores: os que
não conhecem os fundos imobiliários, também conhecidos
como FIIs, e aqueles que amam fundos imobiliários.

Os FIIs são investimentos de renda variável, assim como as


ações. Por isso, você pode esperar características similares
como a distribuição de rendimentos, oscilações nos preços e
valorização do patrimônio.

Porém, eles também contam com características de imóveis,


principalmente a de proporcionar aluguéis mensais, já que o
investimento que fazem é diretamente neles, como você
entenderá melhor durante a leitura desse e-book.

Mas, para quem os fundos imobiliários são interessantes?

Para quem gosta de imóveis: os FIIs também são um


investimento em imóveis, mas por meio de um veículo mais
eficiente e prático.

Para quem busca renda passiva: Da forma como os FIIs


foram constituídos, eles distribuem praticamente todo o
lucro que recebem para seus cotistas mensalmente.

4
aprenda a investir em fiis

Para quem busca valorização: assim como o investimento


direto em imóveis, os FIIs com bons imóveis valorizam com o
tempo, o que é outra fonte de crescimento patrimonial para
seus cotistas, além da renda mensal.

Esse é um investimento que cabe na carteira de

qualquer investidor.

Isso porque ele junta características de renda variável e o


lastro em um ativo real, os imóveis.

Além disso, é uma forma de capturar ganhos com renda


passiva e valorizações.

Este e-book tem a intenção ensinar os conceitos básicos dos


fundos imobiliários.

Acreditamos que, ao terminá-lo, você deixará de ser

um investidor iniciante e se tornará um de nível

intermediário alto.

Consideramos o investimento em fundos Imobiliários muito


mais atrativo do que investir diretamente em imóveis físicos.

E acreditamos que ainda temos poucos investidores em FIIs


(atualmente 1 milhão e meio¹) devido à falta de
conhecimento da existência e funcionamento desse produto.

¹Boletim Mensal da B3 de Janeiro de 2022

5
aprenda a investir em fiis

Nesse sentido, trazemos esse e-book justamente para acabar


com esse desconhecimento.

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6
aprenda a investir em fiis

PARTE I – O que são fundos


imobiliários e quais os tipos?

Os fundos imobiliários são fundos de investimentos geridos e


administrados por profissionais com o objetivo de investir em
ativos imobiliários como imóveis físicos (escritórios, galpões,
shoppings, etc.) e ativos de dívida imobiliária, como CRIs, LCIs,
debêntures, etc.

Eles são constituídos em forma de condomínio fechado, o


que não permite que o investidor resgate suas cotas ou
aplique mais dinheiro dentro do fundo quando quiser, como
ocorre em fundos de renda fixa.

Por meio da negociação de cotas com outros investidores na


bolsa de valores brasileira, a B3, você consegue investir seu
dinheiro ou “resgatá-lo”.

Portanto, sempre que você vender ou comprar uma cota,


você fará uma transação com outro investidor e não
diretamente com o fundo. Ou seja, essas transações não
influenciam o patrimônio do fundo imobiliário.

Os cotistas do FII são remunerados de acordo com a


quantidade de cotas que eles têm.

7
aprenda a investir em fiis

Portanto, quanto mais cotas você tiver, maior será a sua


participação nos resultados do fundo. Assim, se o fundo
imobiliário anunciar um rendimento de R$ 2,00 por cota e
você tiver 100 cotas dele, você então receberá R$ 200,00

de rendimentos.

Dessa forma, podemos entender que os fundos Imobiliários


são comunhões de recursos de milhares de investidores
destinados à aplicação em ativos imobiliários.

Os fundos contam com um gestor, que é o responsável pelas


decisões estratégicas, como decidir quais imóveis comprar, e um
administrador, que é o responsável financeiro e legal do FII.

Enquanto isso, você, como cotista, tem apenas o trabalho de


escolher bons fundos imobiliários e usufruir da renda que
eles te proporcionarem.

Mas, se as negociações são feitas apenas entre investidores,


como essa modalidade de investimento consegue captar o
dinheiro inicial ou receber novos aportes?

Isso acontece por meio das ofertas públicas, também


conhecidas como emissões de cotas. Da mesma forma que
uma ação precisa realizar um IPO (Oferta Pública Inicial) para
ser listada na bolsa, um FII precisa passar por um IPO para
receber o seu aporte inicial.

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aprenda a investir em fiis

Após essa etapa, ele poderá realizar mais ofertas para captar
mais dinheiro e crescer, chamadas de follow-on.

Você pode acompanhar todas as emissões de cotas,


passadas, presentes e futuras de todos os fundos imobiliários
em nossa plataforma Suno Emissões.

Abordaremos esse assunto mais detalhadamente em um


outro material.

Vantagens dos fundos imobiliários


O fundo imobiliário é um dos melhores instrumentos
financeiros para geração de renda passiva.

Dificilmente são encontrados outros ativos que paguem


rendimentos com tanta frequência e que tenham uma
rentabilidade tão interessante.

Por essa razão, ele é uma ferramenta fantástica para quem


procura obter um complemento de renda, uma renda para a
aposentadoria ou mesmo para a sua independência financeira.

Uma das maiores vantagens dos FIIs, ao contrário do


investimento direto em imóveis, é que eles possibilitam ao
investidor se tornar sócio de grandes empreendimentos por
valores irrisórios.

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aprenda a investir em fiis

Enquanto para comprar um prédio comercial inteiro bem


localizado e de alta qualidade seriam necessários milhões de
reais ou até bilhões, por meio dos fundos imobiliários o
investidor consegue aportar nesse mesmo tipo de
empreendimento até menos de R$ 100,00.

O prédio que pode ser observado a seguir, localizado em São


Paulo, foi comprado em 2019 pelo fundo imobiliário JSRE11
por mais de R$ 1 bilhão.

Fonte: Safra Asset

A possibilidade de reinvestimento imediato dos rendimentos


também é outro ponto interessante do investimento em FIIs,
já que isso potencializa o efeito dos juros compostos.

10
aprenda a investir em fiis

Ao contrário do investimento direto em imóveis, em que o


investidor recebe seu aluguel mensalmente, mas não pode
reaplicá-lo comprando novos imóveis por conta do baixo
valor, nos fundos imobiliários, mesmo que o investidor receba
rendimentos de R$ 10,00 mensais, já será possível reinvestir
em mais cotas de outros fundos.

Veja no gráfico seguinte como o reinvestimento dos


rendimentos impacta o retorno do seu investimento.

A linha verde mostra qual seria seu resultado se tivesse


investido no MXRF11 em seu início, mas nunca tivesse
reinvestido os rendimentos. A linha azul mostra o retorno
com o reinvestimento.

MXRF11 com proventos 350


MXRF11 sem proventos

300

250

200

150

100

12 13 14 15 16 17 18 19 20 21
2010’s 2020’s
Fonte: Economatica

11
a p r e n d a a i n v e s t i r e m f i i s

Incrível a diferença, não?

Esse efeito potencializa de forma expressiva o retorno no

longo prazo e pode transformar pequenos investimentos

constantes em verdadeiras fortunas no longo prazo.

Tipos de fundos imobiliários

Agora que já explicamos o que são os fundos imobiliários,

vamos entender quais são os tipos disponíveis.

Afinal, nem todo FII investe no mesmo tipo de ativo. Alguns

podem ser proprietários de hospitais, escritórios de

shoppings ou até mesmo de imóveis residenciais e, portanto,

cada um apresenta um perfil diferente. Vejamos quais são os

setores mais populares.

Fundos imobiliários de escritórios

Fonte: CSHG

12
aprenda a investir em fiis

Os fundos de escritórios e lajes corporativas são aqueles que

investem preponderantemente em ativos comerciais como

escritórios, salas comerciais e lajes corporativas em geral.

Esses fundos podem deter um ou vários prédios, poucas ou

muitas salas e lajes corporativas. Assim, o fundo pode ser

concentrado em apenas um ativo ou ser diversificado.

Evidentemente, os fundos que contam com vários imóveis no

portfólio, são mais diversificados, correm menor risco de

sof rerem um grande impacto com vacâncias, inadimplências

ou outros riscos imobiliários.

Isso porque um andar de um prédio devolvido diante de um

portfólio com centenas deles impacta muito menos do que

se o fundo só contasse com aquele andar.

Portanto, é interessante que o investidor iniciante comece

seus estudos, preferencialmente por fundos imobiliários

diversificados com vários imóveis, inquilinos e até em

diferentes regiões. Isso é o que chamamos de um FIIs multi-

multi-multi.

Porém, isso não quer dizer que você deve ignorar os outros

fundos imobiliários menores. Em uma carteira diversificada é

possível incluir FIIs de diferentes perfis, mas é importante

entender os riscos deles.

13
a p r e n d a a i n v e s t i r e m f i i s

Ainda assim, essa possibilidade de o investidor de fundos

imobiliários diversificar seu portfólio com poucos recursos

é fantástica.

Fundos imobiliários logísticos e industriais

Fonte: CSHG

Os fundos imobiliários logísticos e industriais investem

principalmente em galpões desses setores. Esses ativos

costumam ser usados mais como armazéns para a

transportação de bens ou como fábricas. Existem também

algumas variações desses imóveis, mas esses são os dois

maiores perfis.

Uma grande qualidade desse setor é que muitos desses imóveis

têm contratos atípicos e de longo prazo, acima de 10 anos.

14
a p r e n d a a i n v e s t i r e m f i i s

Isso permite uma previsibilidade maior dos aluguéis durante

seu período de vigência e uma multa grande em caso de

rescisão antecipada.

Fundos imobiliários de shoppings

Fonte: Vinci Partners

Os fundos de shoppings investem em participações de

shoppings, seja de apenas um ou de vários. Fundos como

XPML11 e VISC11 têm participação em dezenas de centros

comerciais, enquanto o PQDP11 e ABCP11 contam com apenas

um em seus portfólios.

A indústria de shopping centers no Brasil está em pleno

crescimento e, embora esteja também vulnerável a crises

econômicas e sanitárias (como vimos durante a pandemia de

Covid-19) é um setor bastante resiliente.

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aprenda a investir em fiis

Por meio dos fundos imobiliários você pode se tornar sócio de


shoppings consolidados e de alto padrão como o Shopping
Pátio Higienópolis, Shopping Cidade Jardim e o Catarina
Fashion Outlet.

Uma curiosidade desse setor é que, além dos aluguéis fixos,


os FIIs também recebem uma parte do resultado das vendas
dos lojistas de seus shoppings, o que pode potencializar a
renda do fundo em momentos de melhores resultados, como
no Natal e no Dia das Mães.

Fundos imobiliários de renda urbana

Fonte: CSHG

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aprenda a investir em fiis

O termo “renda urbana” é mais recente nos fundos


imobiliários e inclui os que investem em imóveis localizados
em centros urbanos como lojas, restaurantes, agências
bancárias, faculdades, entre outros.

Como você pode notar, esse é um setor mais amplo e híbrido.


Cada um desses setores poderia ser considerado um setor
independente, mas temos visto um movimento dos fundos
imobiliários para consolidá-los em FIIs híbridos.

Fundos de papel
Os fundos de papel, popularmente conhecidos com esse
nome, são aqueles que não investem em imóveis físicos, mas
sim em dívidas imobiliárias, como CRIs e LCIs. Eles também
são conhecidos como fundos de recebíveis ou fundos de
CRIs, já que esse é o principal ativo deles.

Apesar de não ser um investimento direto em imóveis, as


dívidas são lastreadas em algum ativo imobiliário. Nesse
formato, há um devedor que paga parcelas ao dono do CRI, o
fundo imobiliário.

Fundos de fundos
Os fundos imobiliários de fundos imobiliários, como o nome
já diz, investem em cotas de outros fundos imobiliários.

17
aprenda a investir em fiis

Eles costumam ser uma boa opção para o investidor


diversificar de forma expressiva sua carteira e para

investidores iniciantes que ainda não sabem muito bem


escolher ativos individuais.

As grandes qualidades dos fundos de fundos são a


terceirização das decisões de investimento para um gestor
profissional, diversificação instantânea da carteira e o acesso
a investimentos que a pessoa física não consegue ter.

Fundos imobiliários de desenvolvimento


Esses fundos são aqueles que investem na construção de
imóveis para vender posteriormente. A maioria das opções
puramente de desenvolvimento desse setor funcionam um
pouco diferente do padrão, pois não distribuem lucros até
concluírem seus projetos e depois vendê-los.

Existem algumas opções que distribuem rendimentos


recorrentes, porém costumam ser FIIs mais híbridos com
outros tipos de investimento na carteira.

Outros setores
Citamos os principais setores dos fundos imobiliários, mas
existem diversos outros FIIs que investem em ativos de outras
áreas como fazendas, residências, hospitais, agências
bancárias, Silos, entre outros.

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Carteira recomendada: dividendos, valorização
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PARTE II – Comparativo entre


fundos imobiliários e imóveis
Como vimos na publicação anterior, os fundos imobiliários
(FIIs) são veículos que permitem ao investidor se expor a
empreendimentos imobiliários por meio de ativos listados
em bolsa. Portanto, é inevitável a comparação entre fundos
imobiliários e imóveis físicos.

Apesar de terem raízes em comum, existem diferenças


relevantes entre eles. Vejamos, então, quais são as vantagens
e desvantagens do investimento em fundos imobiliários.

Vantagens

Rendimentos superiores
O valor que os FIIs pagam em rendimentos, em geral, é
superior ao de imóveis físicos. Isso ocorre, principalmente, por
conta da isenção fiscal (a renda dos fundos imobiliários é
isenta de imposto de renda) e da inexistência das despesas de
um proprietário de imóvel como impostos, IPTU, reformas etc.

É importante destacar que essas despesas ainda existem, mas


quem cuida delas é o fundo com seus próprios recursos.
Portanto, isso não recai sobre o investidor.

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a p r e n d a a i n v e s t i r e m f i i s

Além disso, com a variedade de opções, o acesso a

empreendimentos de primeira linha e oscilações dos preços

na bolsa, é possível extrair um retorno mais interessante dos

FIIs do que dos imóveis.

Quando o mercado de fundos imobiliários passa por um

momento de baixa, é possível aproveitar descontos nas

cotações de bons FIIs e potencializar ainda mais esse retorno.

Vale também mencionar que os rendimentos mensais não

são a única fonte de retorno do investidor de fundos

imobiliários. As suas cotas também podem valorizar e, caso

você deseje realizar esse lucro, você pode vendê-las em

algum momento.

Vamos exemplificar com um dos FIIs mais antigos da bolsa e

que é um caso de sucesso em termos de valorização

patrimonial e de valor de mercado, o SHPH11:

Fonte: FIIs.com.br

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a p r e n d a a i n v e s t i r e m f i i s

Observe que ele saiu de uma cotação na casa dos R$ 300,00

e hoje é negociado a R$ 800,00.

Retorno potencializado com juros compostos

Com imóveis f ísicos não é possível reinvestir os aluguéis em

novos imóveis de forma imediata e prática, já que o valor é

muito pequeno em relação ao preço de um imóvel.

Porém, nos fundos imobiliários, você pode reinvestir os

rendimentos todos os meses e potencializar os seus retornos.

Isso é o que chamamos de juros compostos, é a forma de ter

juros sobre juros. Assim, quanto mais você praticar essa

estratégia, mais expressivos serão os seus resultados.

Novamente, vamos olhar a diferença de retorno que você

pode ter com um fundo imobiliário reinvestindo e não

reinvestindo os seus rendimentos. Dessa vez vamos observar

o HGLG11:

HGLG11 com proventos


500

HGLG11 sem proventos

400

300

200

100

11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21

2010’s 2020’s

Fonte: Economatica

22
aprenda a investir em fiis

Acessibilidade
O preço para adquirir um imóvel é alto. Mesmo um pequeno
imóvel pode custar algumas dezenas de milhares de reais.
Portanto, o investidor que deseja entrar nesse mercado
precisa investir um grande capital logo no início ou contrair
dívidas, como um financiamento.

Para a maioria das pessoas, esses não são caminhos viáveis e


nem recomendáveis. Porém, com os FIIs é possível se expor
ao mercado imobiliário com um valor muito menor, como
comentamos, até mesmo a partir de R$ 10,00 por cota.

Ou seja, começar a investir em FIIs é muito mais fácil e ainda


permite que você comece com pouco até se acostumar e
entender mais o produto.

Diversificação
Da mesma forma que é possível começar a investir com
pouco dinheiro, você também consegue diversificar mais a
sua carteira de investimentos pelo mesmo motivo.

Como cada cota de um fundo imobiliário costuma estar entre


R$ 10,00 e R$ 100,00, você pode comprar um pouco de cada
FII para ter uma carteira com centenas de imóveis de
diferentes tipos e estratégias. Isso é especialmente
importante para aumentar a segurança do seu patrimônio.

23
aprenda a investir em fiis

Se algum FII específico ou setor em geral for impactado


negativamente, você não sofrerá tanto, já que sua carteira
conta com vários outros ativos.

Por exemplo, com R$ 500,00 você consegue ter dezenas de


imóveis no seu portfólio, mas com o mesmo valor você não
consegue ter sequer um imóvel físico.

Liquidez
Nos investimentos, a liquidez é a capacidade de transformar
o seu dinheiro em cotas, por exemplo, e em seguida as cotas
em dinheiro.

Ou seja, quando falamos que um fundo imobiliário é líquido,


isso significa que você consegue negociar (comprar e vender)
suas cotas com facilidade, sem correr o risco de não haver
cotas disponíveis no momento.

Os FIIs não só negociam centenas de milhares de reais todos


os dias, permitindo a você comprar e vender suas cotas com
tranquilidade, mas também contam com um prazo de
apenas dois dias úteis para que o valor caia na sua conta.

Quando que essa mesma velocidade seria possível ao tentar


negociar um imóvel?

24
aprenda a investir em fiis

Um outro ponto interessante dessa liquidez é o


fracionamento dela. Se você tivesse um apartamento de

R$ 100 mil e precisasse apenas de R$ 5 mil, como você


conseguiria resgatar esse dinheiro? Não seria possível, o
imóvel todo teria que ser vendido.

Nos fundos imobiliários, como a negociação é feita via cotas e


cada uma tem um valor baixo, você consegue vender apenas
o necessário para retirar o valor desejado.

Custos e despesas
Por conta do valor, vender ou comprar um imóvel já não é
barato. Além disso, incluindo os custos e despesas se torna
ainda mais custoso.

Dentro desses gastos podemos exemplificar o Imposto sobre


Transmissão de Bens Imóveis (ITBI), que pode chegar em até
4% do valor do imóvel em algumas regiões, o custo de
registro do imóvel que pode tomar mais 1% ou 2% do valor do
imóvel, além do custo de escritura.

Já em relação aos fundos imobiliários esses custos podem ser


menores ou inexistentes para o investidor.

Existem corretoras, por exemplo, que não cobram taxa para a


negociação de cotas de FIIs, ou seja, você pode comprar e
vender à vontade sem pagar corretagem.

25
aprenda a investir em fiis

Contudo, existe uma taxa operacional cobrada pela B3 que é


inferior a 0,05%.

Em casos mais distintos, quando há a necessidade de pagar


qualquer tipo de imposto, reforma, ação na justiça ou
qualquer despesa, o próprio fundo é responsável por isso e o
investidor não é obrigado a aportar mais dinheiro.

Gestão profissional
A maioria dos brasileiros que compra um imóvel para alugar
não é especialista no assunto e não trabalha profissionalmente
nesse mercado.

Já os fundos imobiliários são administrados e geridos por


profissionais da área imobiliária e financeira, especialistas no
que fazem e com um trabalho dedicado a essa atividade.

Por esse motivo, os imóveis geridos por esses profissionais


por meio dos fundos imobiliários tendem a ser mais bem
aproveitados do que na mão de um investidor comum.

Além disso, esse trabalho livra o investidor das dores de


cabeça de administrar um imóvel.

Como já mencionamos, o administrador fica responsável pela


parte financeira e jurídica de um FII, enquanto o gestor cuida
da parte estratégica dos investimentos.

26
aprenda a investir em fiis

Hoje, a maior parte dos FIIs oferece uma plataforma de RI


(Relação com Investidores) para que você possa entrar em
contato e tirar suas dúvidas.

Inclusive, fica uma dica importante: a gestão é um dos


pontos mais importantes para se estudar em um fundo
imobiliário. Abordaremos melhor esse tema mais adiante.

Vantagem tributária
Os FIIs são isentos na distribuição de rendimentos para as
pessoas físicas. Isso significa que você não precisa pagar
nenhum imposto sobre eles.

O dinheiro que cai na sua conta já é líquido de todas as


despesas e taxas, podendo ser usado da forma que preferir.
Ao contrário de imóveis tradicionais em que o governo pode
ficar com até 27,5% da renda, dependendo da faixa de renda
do investidor.

É importante mencionar que essa isenção de tributação

para os investidores só existe caso os três requisitos a seguir


sejam cumpridos:

O fundo precisa ter 50 ou mais cotistas.

O cotista não pode ter mais de 10% das cotas do fundo.

O fundo deve ter as cotas negociadas exclusivamente em


bolsa ou em mercado de balcão organizado.

27
aprenda a investir em fiis

Qualidade dos inquilinos


Com os fundos imobiliários é possível ter inquilinos como
Magazine Luiza, Mercado Livre, Samsung, Banco do Brasil,
Petlove, entre outras grandes empresas.

Isso implica em ter um risco menor de inadimplências e


atrasos nos aluguéis, algo relativamente comum ao alugar
um imóvel para pessoas físicas.

Desvantagens

Volatilidade
A volatilidade é a oscilação diária de preços.

Como os FIIs são negociados em um ambiente de bolsa de


valores, os investidores negociam suas cotas todos os dias, o
que pode elevar ou reduzir o preço das cotas.

Apesar de um imóvel físico também ter o seu valor oscilando


com o tempo, não é possível notar essas variações já que não
há a informação imediata e diária.

Essa oscilação de preços, que pode ser mais agressiva em


momentos de estresse do mercado, pode trazer desconforto
para algumas pessoas.

28
aprenda a investir em fiis

Porém, é importante que ao investir em FIIs você entenda que


está investindo em um imóvel real. Apesar de estar fazendo
isso por meio da bolsa, por trás daquele fundo existem
imóveis reais, com inquilinos reais pagando aluguéis reais.

Ou seja, antes de se desesperar com a queda das cotações,


avalie se os seus imóveis realmente estão valendo menos do
que antes. Você venderia sua casa se outras pessoas
oferecessem metade do que ela vale?

Risco regulatório
Em 2015 e 2020, foram feitas tentativas no Congresso e
Senado de eliminar a isenção de imposto de renda sobre os
rendimentos dos fundos imobiliários.

Felizmente, essa medida não se concretizou no Congresso,


mas mostra que o Estado e seu apetite arrecadatório já se
mostraram interessados em acabar com os incentivos fiscais
dos FIIs. Caso um dia cheguem a perder sua isenção fiscal, os
fundos imobiliários podem perder, inevitavelmente, parte de
sua atratividade e rentabilidade diferenciada.

Controle restrito da propriedade


Como aprendemos, os FIIs reúnem recursos de milhares de
investidores, que ficam sob responsabilidade dos
administradores e gestores dos fundos.

29
aprenda a investir em fiis

Portanto, o cotista não consegue tomar decisões


isoladamente sobre o quanto cobrar de aluguel, quando fazer
reformas, quando vender um imóvel, entre outras iniciativas.

É o gestor quem toma essas decisões. Em alguns casos,


dependendo do regulamento do fundo, o cotista poderá votar
se aprova ou não alguma matéria, mas todos os outros
cotistas também terão o direito de voto.

Como podemos observar com essa parte do e-book, os fundos


Imobiliários são uma alternativa altamente rentável e
acessível de investir em imóveis, além de ser uma opção que
deveria ser considerada por todos os investidores individuais
interessados no mercado imobiliário e em ter uma renda
passiva mensal.

Nós enxergamos que os FIIs são essenciais dentro de uma


carteira previdenciária e que, junto dos investimentos em
ações, eles podem trazer um grande retorno aos investidores,
levando à independência financeira.

Nesse sentido, confiar em uma casa de análises como a Suno


Research pode ser de grande contribuição para o investidor
conhecer cada vez mais sobre essa modalidade de
investimento e todas as possibilidades existentes dentro dela.
Na assinatura Suno Premium, por exemplo, você tem acesso
a nossas carteiras recomendadas de FIIs, entre outras. Além
de contar com uma série de materiais didáticos como vídeos,
podcasts, plantões de dúvidas etc. Confira aqui

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aprenda a investir em fiis

PARTE III – Indicadores

e métricas
Após entender o que são os fundos imobiliários, como
funcionam, quais os principais tipos e classes, além das maiores
vantagens e desvantagens, é hora de saber como avaliá-los.

Para concluir se um fundo está barato ou caro, se está


atrativo ou não, inevitavelmente o investidor deverá checar
seus indicadores e principais métricas como múltiplos,
dividend yield, etc.

Para ajudá-lo no reconhecimento e entendimento dessas


métricas e indicadores, enumeramos os principais dados

que você deverá verificar e estudar antes de investir em

um fundo.

Vacância
A vacância é um dos dados mais importantes em um fundo
imobiliário, já que está ligada diretamente à capacidade do
fundo em pagar rendimentos maiores ou menores e à
qualidade do ativo.

Imóveis bons, bem geridos, que contam com diferenciais

e são bem localizados dificilmente sofrem com

vacâncias elevadas.

31
a p r e n d a a i n v e s t i r e m f i i s

Além disso, quando acabam sof rendo com vacância, esse

indicador normalmente é bem menor que o do mercado

em geral.

É fundamental avaliar a vacância atual, mas a histórica pode

ser até mais importante. Recomendamos que você avalie a

vacância do imóvel por longos períodos, justamente para

verificar a resiliência dele em períodos em que o mercado

está favorável e em momentos mais adversos.

Esses dados de vacância costumam ser disponibilizados nos

relatórios gerenciais mensais dos fundos imobiliários, mas

também em plataformas como o Funds Explorer, veja a

seguir o exemplo do HGLG11:

Vacância do HGLG11

Avaliação Física Mecânica Física Avaliação Financeira Mecânica Financeira

16%

14%

12%

10%

8%

6%

4%

2%

0%

Janeiro/2021 Fevereiro/2021 Março/2021 Abril/2021 Maio/2021 Junho/2021 Julho/2021 Agosto/2021 Setembro/2021 Outubro/2021 Novembro/2021 Dezembro/2021

Fonte: Funds Explorer

I nclusive, a vacância pode ser informada como fís ica e

fi nanc eri a. A v acância fís ica considera o espa ço f ísico vazio

do imóvel. S e ele conta com 30 mil metros quadrados e 6 mil

est ã o vazios, isso quer dizer que ele tem 20% de vacância f ísica.

32
a p r e n d a a i n v e s t i r e m f i i s

O conceito de vacância financeira é muito parecido,

mas trata-se do quanto de renda potencial o imóvel não

está gerando.

Vejamos mais um exemplo, agora direto do relatório

gerencial do HGPO11, um FII de escritórios de gestão passiva:

Fonte: Fundos.NET

Dividend yield (DY)

Os fundos imobiliários são ativos geradores de renda passiva

e uma de suas maiores vantagens é essa capacidade de gerar

fluxo mensal aos investidores.

Por esse motivo, é muito importante você saber avaliar e

verificar o dividend yield do fundo, ou seja, seu retorno de

dividendos em relação ao preço do ativo. Com essa

informação você pode entender se o fundo está pagando um

retorno adequado e condizente com a sua expectativa.

33
aprenda a investir em fiis

De nada adiantará o investidor adquirir um ativo bem


consolidado e de alta qualidade se ele apresenta um
dividend yield muito baixo e não tem muito potencial de
crescimento, por exemplo.

Além disso, se você espera um dividendo de pelo menos 8%


anual, pode ser bastante decepcionante verificar que na
verdade o fundo está pagando menos de 4%.

No entanto, o dividend yield nunca deve ser avaliado


isoladamente e não deve ser a única métrica a ser avaliada
pelo investidor.

Isso porque muitos fundos imobiliários apresentam DY

altos, porém não têm consistência, estão distribuindo lucros


não recorrentes ou ainda contam com o mecanismo de
renda mínima garantida, que é um rendimento com prazo

de validade.

Para calcular o dividend yield é muito fácil, basta o investidor


somar todos os rendimentos mensais pagos pelo fundo nos
últimos 12 meses e dividi-lo pela cotação atual do fundo.

O resultado obtido multiplica-se por 100 e, então, o investidor


obtém o dividend yield dos últimos 12 meses.

Para exemplificar, usaremos o BCFF11 como exemplo.

34
aprenda a investir em fiis

As informações dos últimos rendimentos podem ser


encontradas diretamente nos relatórios gerenciais do fundo ou
em sites como o FIIs.com.br e o Funds Explorer.

Fonte: Funds Explorer

Observe que, nos últimos 12 meses, ele distribuiu R$ 6,12.


Usando uma cotação recente de R$ 70,00, basta dividir os
rendimentos pela cotação e, depois, multiplicar por 100 para
chegarmos em 8,74% de dividend yield.

É importante notar que esse cálculo é feito com dados do


passado e não há garantias que o fundo continuará pagando
esse mesmo nível de rendimento.

Portanto, nunca analise o dividend yield isoladamente. É


necessário estudar todo o contexto do fundo e entender o quão
saudável é esse rendimento.

Além dos documentos oficiais, existem vários sites para você


acompanhar esses números como o Fiis.com.br, Funds
Explorer, Status Invest e Suno Analítica.

35
aprenda a investir em fiis

Valor patrimonial e valor de mercado


O valor patrimonial é o indicador que representa o valor do
laudo de avaliação dos ativos de um determinado fundo. Ou
seja, é um valor diferente do valor de mercado, que indica o
valor do fundo com base na cotação dele.

Em tese, o valor patrimonial do fundo demonstra por quanto


aqueles imóveis que estão dentro dos fundos seriam
negociados no mercado tradicional, no "mundo real".

Na imagem seguinte, retirada do Funds Explorer, podemos


comparar o valor de mercado por cota do fundo KNRI11, que
está em R$ 134,50, e o valor patrimonial por cota de R$ 157,80.

Fonte: Funds Explorer

Observe que o fundo está sendo negociado abaixo do seu


valor patrimonial e podemos ver isso a partir do P/VP, que
vamos falar mais a seguir.

36
aprenda a investir em fiis

É importante acompanhar a evolução do valor patrimonial de


um FII, pois ele é o equivalente à valorização do imóvel físico
quando investimos diretamente.

Portanto, desejamos que os FIIs tenham um crescimento


nesse número com o tempo, o que implica em o patrimônio
se tornar mais valioso.

No Status Invest, é possível ver a evolução do valor


patrimonial por cota, entre outras informações.

Veja, a seguir, o caso do HGPO11 que saiu de R$ 149,72 para R$


268,00. Lembrando que isso não é o valor de mercado, mas
sim o valor de avaliação dos imóveis.

Fonte: Status Invest

Preço/valor patrimonial da cota


Ainda sobre o valor patrimonial, temos a métrica P/VP, que é
o cálculo da divisão do preço do ativo (P) pelo valor
patrimonial por cota (VP) dele.

37
aprenda a investir em fiis

O resultado dessa matemática representa o ágio ou deságio


em que o ativo está sendo negociado, ágio sendo acima do
valor patrimonial e deságio sendo abaixo.

Vamos a um exemplo. Digamos que o ativo tenha um valor


patrimonial por cota de R$ 100,00 e está sendo negociado

a R$ 114,00. Basta dividir 114 por 100 para chegar em um

P/VP de 1,14.

O ideal é encontrar oportunidades com desconto, ou seja,


abaixo do valor patrimonial. Contudo, ativos que estejam
muito abaixo do seu VP podem estar nessa condição devido

a problemas estruturais. Então, tenha muita atenção

nesse indicador.

Novamente, lembre-se que não devemos avaliar uma métrica


isoladamente. Um bom investidor de fundos imobiliários
considerará todas as métricas possíveis: a gestão, a qualidade
do ativo e, então, tomará sua decisão.

Cap rate
O cap rate, abreviação de capitalization rate, é uma métrica
que representa a taxa de retorno implícita de um ativo
imobiliário proporcionada pela sua renda. É fundamental avaliar
o cap rate de um fundo para o investidor verificar o retorno
proporcionado por aqueles ativos que estão no portfólio.

38
aprenda a investir em fiis

É fácil e simples calculá-lo. Vamos supor que um imóvel


tenha o valor de R$ 50 milhões. Esse imóvel hoje produz uma
renda de R$ 380 mil por mês, ou R$ 4,56 milhões ao ano.
Utilizando o mesmo cálculo que já utilizamos para estimar o
dividend yield, chegaremos ao cap rate do imóvel.

Portanto, dividimos R$ 4,56 milhões por R$ 50 milhões e


multiplicamos por 100 para chegarmos à porcentagem.
Assim, este imóvel do nosso exemplo teria um cap rate

de 9,12%.

É bom lembrarmos que, diferentemente do dividend yield,


que é a renda final paga ao cotista por um fundo, o cap rate
avalia individualmente cada imóvel e a renda por ele
proporcionada, sem considerar as despesas do fundo como
taxas de gestão e administração.

Dessa forma, é normal que um fundo que tenha imóveis com


cap rate de 10% acabe entregando um retorno em
rendimentos um pouco menor devido a essas despesas.

Em teoria, quanto maior o cap rate, melhor. Porém, na


prática, as propriedades com maior cap rate podem
apresentar um risco mais elevado e, geralmente, essas
propriedades estão em localizações menos demandadas,
com maior vacância e menor liquidez.

39
aprenda a investir em fiis

Valor por m² do aluguel


Esse indicador mostra ao cotista se o aluguel atual praticado
por um imóvel está de acordo com os valores praticados na
mesma região, se está caro ou barato.

É comum que os imóveis muito bem localizados, com


vacâncias pequenas, tenham um valor por metro quadrado
mais elevado. Por outro lado, imóveis em regiões com muito
oferta e menos procuradas, apresentam aluguéis menores.

Caso você verifique um valor de metro quadrado muito


aquém da realidade daquela região, desconfie. Caso este
locatário resolva sair do imóvel, dificilmente o gestor
conseguirá um novo locatário com as mesmas condições

Valor por m² aluguel vs. Cotação


O valor por metro quadrado do imóvel considerado pela
cotação na bolsa normalmente pode mostrar ao investidor
oportunidades sensacionais ou alertá-lo sobre imóveis

muito caros.

Um fundo que conta com um imóvel com laudo de avaliação


de R$ 100 milhões, mas que, pelo preço da cota em bolsa,
sairá com um valor de R$ 60 milhões, está sendo negociado
de forma barata.

40
aprenda a investir em fiis

Se considerarmos que esse imóvel tenha 8.000 m² de ABL

(área bruta locável), então seu valor por metro quadrado,

com base no valor patrimonial será de R$ 12.500,00.

Porém, com base na cotação em bolsa (que é o que

investidor está pagando), estará em R$ 7.500,00,

representando um bom desconto.

Assim, poderíamos dizer que, a cada R$ 7.500,00 reais

aplicados no fundo, o investidor estaria se tornando

proprietário de 1 metro quadrado do imóvel.

Inclusive, essa é uma matemática que até os gestores de

fundos imobiliários fazem. Isso porque, às vezes, pode ser

mais barato comprar um imóvel indiretamente por meio de

cotas do FII que o detém do que tentar comprar o imóvel

diretamente, já que na bolsa de valores pode haver essas

distorções de preço em relação à economia real.

Área bruta locável (ABL)

A ABL é todo o espaço disponível para locação de um imóvel.

Portanto, analisar o tamanho da área bruta locável é de

extrema importância.

Afinal, por meio da dela poderemos calcular o valor por

metro quadrado (conforme item anterior) e então teremos

uma noção da dimensão do imóvel.

41
aprenda a investir em fiis

No Funds Explorer, por exemplo, podemos ver a ABL dos


imóveis de um fundo imobiliários como o BRCR11:

Fonte: Funds Explorer

Essas informações também podem ser encontradas


diretamente nos relatórios gerenciais de cada FII. Por
exemplo, a seguir temos um imóvel educacional do HGRU11:

Fonte: Fundos.NET

Taxas
Fazer a gestão e administração de um fundo imobiliário é um
trabalho e, como todo trabalho, precisa haver uma
remuneração por isso.

42
aprenda a investir em fiis

Por esse motivo, todos os fundos imobiliários têm taxas de


serviço, que costumam ser resumidas em duas: taxa de
administração (já inclui taxa de gestão, escrituração, entre
outras) e taxa de performance.

Essas taxas são cobradas automaticamente e você não


precisa se preocupar em ter que pagá-las manualmente,
porém você deve analisar quais são os custos totais.

Apesar desse custo ser pequeno em relação ao tamanho do


fundo, ele pode afetar o resultado do fundo e,
consequentemente, os seus rendimentos.

A taxa de administração é uma taxa recorrente cobrada pelos


serviços de administração do FII, enquanto a taxa de
performance só é cobrada caso o FII bata a meta
determinada no regulamento.

Os fundos contam com um regulamento em que você pode


encontrar as informações sobre as taxas. Lá você também
pode encontrar as fórmulas de cálculos que, em alguns casos,
podem ser mais complicadas.

Para facilitar essa visualização, no Funds Explorer, por


exemplo, há uma tabela que traz esses detalhes, como é o
caso na imagem a seguir com as taxas do XPLG11:

43
aprenda a investir em fiis

Fonte: Funds Explorer


Para encontrar esses custos, basta novamente acessar

os relatórios.

Veja que no fundo BMLC11B as taxas de administração e


gestão são de 0,50% o valor total do patrimônio líquido.

Esse fundo também conta com uma taxa de gerenciamento


dos ativos que é de 0,95% sobre a receita mensal do fundo.

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44
aprenda a investir em fiis

PARTE IV – Escolhendo um
fundo imobiliário para investir

Nesta seção, traremos alguns aspectos que você deve


observar para escolher um bom fundo imobiliário para
investir. Talvez esse seja o momento mais complexo e
importante para quem estiver entrando no mercado.

Saber analisar e entender em que se está investindo é


essencial. Além de ser fundamental identificar qual FII faz
sentido para o seu perfil. Muitos, infelizmente, sem fazer uma
análise criteriosa e entender como avaliar um bom FII,
acabam adquirindo ativos de baixa qualidade e que acabarão
não entregando bons retornos.

Vamos aprender a analisar as principais características de um


bom fundo imobiliário, visando um investimento sustentável
de longo prazo com foco em uma renda constante.

Qualidade do ativo

Padrão construtivo

Obviamente, um bom imóvel caracteriza-se por ter uma boa


estrutura e qualidade construtiva.

45
aprenda a investir em fiis

Nesse sentido, mesmo imóveis mais antigos e de


classificação inferiores também têm sua atratividade e
público. A tendência, no geral, é que imóveis de alta
qualidade tenham uma melhor performance.

Você pode notar que, principalmente nos setores de logística


e escritórios, há uma grande demanda por imóveis de
classificação AAA, ou seja, os de mais alta qualidade.

Identificar se o imóvel foi construído recentemente,

se passou por um retrofit (reforma) recente, se conta com


certificações de sustentabilidade e estrutura para atender

os padrões de mercado atuais são características

importantes para aumentar a atratividade e competitividade


do empreendimento.

Pense que quanto maior o valor que o imóvel consegue

gerar para seus inquilinos, mais ele poderá ser buscado

pelo mercado.

Atualmente, temos prédios comerciais que incluem também


restaurantes, centro de eventos, centro de compras, entre
outros atrativos.

Tudo isso estará a favor do fundo para manter uma

vacância baixa e, potencialmente, cobrar um bom aluguel


dos inquilinos.

46
aprenda a investir em fiis

Localização, localização e localização


Em qualquer fundo imobiliário de tijolo, a localização será um
dos pontos mais críticos da análise, pois ter um prédio de
primeiríssima qualidade em uma região deserta não será
uma boa ideia. Porém, um imóvel mediano com uma
localização inigualável pode ter muito mais sucesso.

A localização precisa ser estratégica para que faça sentido as


empresas se instalarem lá. Por exemplo, o setor de escritórios
gosta de imóveis com bastante acesso e transporte público,
além de ter proximidade com regiões empresariais.

O setor de logística precisa estar estrategicamente localizado


em regiões onde conseguirão fazer suas entregas mais
rápidas e eficientes.

Já o setor de shoppings tende a preferir regiões com um


grande adensamento populacional, ou seja, regiões com
mais habitantes.

A localização busca otimizar as operações, capturar


oportunidades ao mesmo tempo em que ela é fundamental
para viabilizar estratégias. Caso você não conheça ou não
tenha acesso facilitado às regiões dos empreendimentos,
existem diversas ferramentas para que você possa conhecer a
região sem precisar estar lá fisicamente, como o Google
Maps e o próprio FIIs.com.br:

47
aprenda a investir em fiis

Fonte: FIIs.com.br

Nessa imagem, observamos onde estão localizados diversos


dos imóveis do BRCR11. Note que só nessa região de São
Paulo há 10 imóveis.

Aprender quais são os melhores bairros de cada região é um


exercício que demora um pouco mais. Porém, com o tempo e
estudo, você vai aprendendo mais sobre a geografia do Brasil.

Gestão
Um dos pilares mais importantes da análise de um fundo
imobiliário é a gestão dele. Entenda que quem cuidará do
portfólio será o gestor, então ele tem a capacidade de fazer
escolhas boas e ruins para o fundo.

48
aprenda a investir em fiis

Portanto, busque gestoras com um histórico de bons


resultados e que sejam alinhadas com seus cotistas. Mas,
como eu diferencio uma boa gestão? Você deve estar

se perguntando.

Esse é um trabalho um pouco subjetivo e abstrato, pois não é


um número que podemos analisar e concluir algo sobre ele
só de observá-lo. A análise de uma gestora exige um
acompanhamento do histórico dela.

As formas mais interessantes de avaliar uma gestora é ler os


relatórios gerenciais passados do fundo e tentar identificar as
ações tomadas pela gestora nesses períodos.

Busque gestoras que passem transparência, uma boa


comunicação, preocupação em gerar valor ao seu cotista por
dos rendimentos, mitigação de risco ou que garanta que o
cotista está bem ciente do rumo do fundo.

Em resumo, você deseja uma gestora confiável que


realmente mostre que está trabalhando para entregar um
resultado cada vez melhor.

Duas maneiras excelentes para conhecer mais sobre a


mentalidade do gestor são por meio dos relatórios gerenciais,
em especial a parte de comentários do gestor, e a partir

de entrevistas no YouTube ou outros canais. Vamos para


alguns exemplos.

49
aprenda a investir em fiis

A seguir, temos uma parte do relatório gerencial do HGLG11,


FII gerido pela Credit Suisse. Note como há uma riqueza de
detalhes e uma preocupação em passar para o cotista muitos
detalhes sobre o estado atual do fundo.

Fonte: Fundos.NET

O Prof. Baroni, especialista em fundos imobiliários da Suno


Research, em seu canal do YouTube, costuma fazer lives
recorrentes com os gestores de vários FIIs.

50
aprenda a investir em fiis

Isso acaba sendo um dos materiais mais ricos para conhecer

os fundos e seus gestores, além de ter a chance de fazer

perguntas diretamente a eles.

Fonte: YouTube

Qualidade de crédito

Já para os FIIs de Papel, que, relembrando, são aqueles que

investem em dívidas imobiliárias e não em imóveis

diretamente, o foco está em analisar a qualidade de crédito

dos CRIs no portfólio.

51
aprenda a investir em fiis

É preciso que você dê uma grande atenção para a quantidade


de ativos na carteira, quem são os devedores, qual sua
capacidade de arcar com a dívida, quais são as garantias por
trás do CRI, as taxas cobradas e, em caso de CRIs pulverizados
(vários devedores), como estão os níveis de inadimplência.

Essas informações também costumam estar nos relatórios


gerenciais. Por exemplo, podemos ver a seguir parte do
portfólio de CRIs do URPR11:

Fonte: Urca Capital Partners

Essas informações não são padronizadas entre os FIIs de


Papel, então a quantidade de detalhes dependerá muito da
gestora (lembra o quanto é importante avaliar a gestora?).

O ideal é o investidor procurar informações sobre a


companhia devedora.

Assim, ele deve pesquisar e se informar sobre a saúde


financeira dela, além de estar a par sobre os ativos cedidos
como lastro.

52
aprenda a investir em fiis

Caso não seja possível encontrar essas informações, faça uma


ligação ou envie um e-mail para a equipe de relações com
investidores do fundo. Em geral, eles sempre estarão aptos a
esclarecer suas dúvidas.

Por conta de os FIIs de Papel serem um setor mais complexo


que outros, fizemos um material específico ensinando sobre
eles, confira aqui.

Somados todos esses fatores mencionados anteriormente,


eles permitem que o investidor identifique se o ativo em
questão conta com um bom portfólio. Dessa forma, sendo
um ativo diferenciado, ele terá maiores chances de entregar
um bom retorno ao investidor.

Avaliando o preço de um ativo


Até aqui trouxemos um conteúdo bastante focado na
qualidade do ativo e em seus fundamentos, mas também
devemos considerar o quanto custa investir nele.

O preço importa. É fundamental não pagarmos valores


exagerados a fim de não termos uma perda de margem

de segurança.

Nós desejamos otimizar o dinheiro disponível a cada mês


para sempre investir nas melhores opções.

53
aprenda a investir em fiis

Existe uma famosa frase que diz que ganhamos dinheiro na


hora da compra e não na hora da venda. Isso porque, se você
fizer uma compra por um excelente preço, você terá uma
margem de segurança para aguentar futuras oscilações sem
ter prejuízo.

Assim, seus rendimentos serão proporcionalmente maiores e


o lucro será potencializado no longo prazo. Pagar muito caro
nos ativos faz você perder todas essas coisas.

Como já aprendemos, o dividend yield é o indicador que


mostra o retorno do FII com base no preço dele.

Você compraria um fundo imobiliário que paga 4% ao ano,


sabendo que existem várias outras opções de qualidade que
podem pagar 8% ou mais ao ano? Imagino que não.

Mas, como avaliamos o preço de um fundo imobiliário?

Pensando no investidor iniciante e, portanto, para tornar


esses primeiros passos mais fáceis, vamos começar pelos
fundos de papel e os FOFs (fundos de fundos).

A métrica P/VP que ensinamos anteriormente pode ser


usada com mais conforto nesses dois setores. Ela traz um
dado mais próximo da realidade, já que os ativos são
marcados a mercado.

54
aprenda a investir em fiis

Portanto, tente não pagar em um FII desse setor muito acima


do P/VP igual a 1. Claro, existem exceções, mas isso você
aprenderá conforme adquirir prática e experiência.

Já para os FIIs de tijolo, o P/VP não nos ajudará tanto. O valor


patrimonial de um FII de tijolo é atualizado apenas uma vez
ao ano com a reavaliação anual do portfólio, portanto pode
haver várias distorções nesse dado.

Nesse caso, você pode olhar mais para a capacidade de


geração de renda do ativo. Analise o dividend yield, mas
busque identificar a saúde desse indicador.

A saúde do DY é mensurada de acordo com a capacidade do


fundo em continuar pagando os mesmos rendimentos ou
até mais.

De nada adianta comprar cotas de um FII que está pagando


mais de 1% ao mês, mas que só se manterá por um mês,
caindo drasticamente após esse período, assim como
provavelmente suas cotas também cairão.

Nesse e-book, usamos o HGLG11, que mostrava a gestão


explicando a renda recorrente do fundo. Esse é um dado vital.
Principalmente, porque ele mostra quanto um FII consegue
gerar de renda recorrente, sem precisar de intervenção

da gestora para gerar ganhos adicionais, o que nem

sempre ocorre.

55
aprenda a investir em fiis

Além disso, é muito importante usar os outros pontos que


trouxemos nesse material, como a qualidade da localização,
do imóvel e dos inquilinos.

Afinal, se o fundo não for capaz de manter seus inquilinos,


não haverá aluguéis para o cotista.

A comparação do preço e retorno de um FII com seus


similares também é uma forma de avaliar se ele está acima
ou abaixo da média.

Nesse sentido, deve-se considerar FIIs realmente similares,


pois a precificação muda muito quando temos riscos e
oportunidades diferentes.

Por exemplo, caso haja dois fundos que investem em


shoppings do mesmo padrão, ambos com vacâncias
reduzidas, receita de vendas similares e em regiões
equivalentes, opte pelo que apresenta múltiplos e
indicadores mais baratos.

Obviamente, esse é um exemplo simples e serve apenas


quando os ativos são de perfis similares.

Nunca é recomendado ao investidor utilizar apenas os


indicadores de forma isolada.

56
aprenda a investir em fiis

De qualquer forma, aprendendo a avaliar a qualidade do

ativo e o seu preço a partir de de métricas e múltiplos


(valuation), o investidor já estará preparado para tomar boas
decisões em seus investimentos e estruturar uma boa
carteira de fundos imobiliários.

A avaliação de um ativo pode ser ainda mais simples se você


tem em mãos relatórios sobre ele. Contar com especialistas
que possam tirar suas dúvidas enquanto desenvolve a sua
maneira de investir em FIIs também pode fazer toda a
diferença. A assinatura Suno Premium reúne essas e muito
mais facilidades para quem está começando a investir e para
quem já tem os FIIs em carteira. Veja aqui tudo o que a Suno
Research preparou para você.

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aprenda a investir em fiis

PARTE V – Riscos envolvidos


em FIIs e como evitá-los
Ainda que os fundos imobiliários sejam investimentos em
imóveis, considerados investimentos seguros, eles não estão
livres de riscos.

Nessa seção, ensinaremos de que forma você pode

identificá-los, como lidar com eles e, quando for

possível, evitá-los.

Oscilações dos preços das cotas em bolsa


Antes de investir em fundos imobiliários é essencial que

o investidor saiba que entrará no mercado de renda

variável, que, como o próprio nome demonstra, sofre


variações (de preços).

Por esse motivo, se o investidor não está disposto e nem tem


condições emocionais de ver seu patrimônio desvalorizando
em algum momento ou em várias ocasiões que podem ser
duradouras, é melhor evitar esse mercado ou primeiro
trabalhar seu psicológico para assimilar essas questões.

Como as cotas dos FIIs são negociadas diariamente por seus


cotistas na bolsa de valores, os seus preços sofrem oscilações.

58
aprenda a investir em fiis

No investimento em imóveis físicos no mercado tradicional


você não fica sabendo imediatamente por quanto um
proprietário de um imóvel está vendendo e, de fato, vendeu
seu imóvel.

Porém, nos fundos imobiliários você notará essas


movimentações e elas refletirão nos valores das suas cotas.
No entanto, isso não significa que você precisa vender suas
cotas naquele preço. Não participe da ignorância dos outros,
ao invés disso aproveite-se dela.

Nessas horas o investidor deverá exercitar sua paciência e


tranquilidade. Será preciso entender que, por mais que as
cotas estejam em queda e seu patrimônio pareça estar
reduzindo, os imóveis estão intactos ou talvez até valorizando
no "mundo real". Portanto, não faz sentido vender suas cotas
e sim comprar mais.

Além disso, os momentos em que os mercados estão em


queda são os que costumam gerar maiores oportunidades ao
poupador que deseja comprar mais cotas e obter maiores
retornos no longo prazo.

Isso porque uma cota que custava R$ 100,00 e hoje está


cotada a R$ 70,00 permite ao investidor adquirir mais cotas
com menos dinheiro, aumentando sua renda passiva e sua
participação nos empreendimentos.

59
a p r e n d a a i n v e s t i r e m f i i s

Lembrando que é preciso sempre conferir se os fundamentos

e a qualidade do fundo estão mantidos. Se estiverem,

então realmente é uma oportunidade de comprar cotas

mais baratas.

Risco de vacância

A vacância faz parte do mercado imobiliário e é totalmente

natural. Já explicamos nas partes anteriores como você irá

identificar a vacância de um imóvel. Nesse momento,

mostraremos como essas situações devem ser administradas

e esses riscos mitigados.

Normalmente, os imóveis bem localizados, em regiões

consolidadas e que tenham uma taxa de ocupação média e

histórica alta, indicam uma maior resiliência diante de

períodos de crise e maior vacância.

Essa é a importância de investir em fundos imobiliários bem

localizados. As vacâncias destes tendem a ser pontuais,

enquanto regiões mais dif íceis podem apresentar uma

vacância persistente.

Vamos usar como exemplo a região de Alphaville (SP), que

tem uma vacância média de 30% ou o Rio de Janeiro com

uma vacância de 40%. Observe que nessas regiões o

problema não é específico, mas sim generalizado, o que torna

o cenário muito mais complicado para os FIIs expostos a elas.

60
a p r e n d a a i n v e s t i r e m f i i s

Trazemos exemplo prático das consequências de se investir

em um FII com imóveis mal localizados. Veja o que aconteceu

com a renda do FII XTED11, depois que seu único inquilino de

seu único imóvel em Macaé (RJ) anunciou sua saída:

Fonte: Fundos.NET

Observe que, desde 2016 esse FII não distribui mais renda e,

após anos tentando arranjar um novo inquilino, em 2021, ele

conseguiu alugar o espaço, porém com quase três anos de

carência e descontos nos aluguéis.

61
aprenda a investir em fiis

Outro FII que vive um momento similar é o XPCM11, também

de Macaé (RJ). O único inquilino de seu único imóvel

anunciou sua saída.

Fonte: Suno Analítica

Veja que sua cotação saiu de R$ 100,00 para menos de R$

20,00. Isso reforça a importância de escolher FIIs com as

características buscadas para não acabarmos tendo prejuízos.

Risco de gestão

Como nos fundos imobiliários a gestão está nas mãos de

terceiros, é importante que o gestor do fundo tenha

comprometimento, um bom histórico de resultados e tome

medidas que protejam os cotistas.

Um gestor comprometido é fundamental para que o fundo

entregue bons resultados no longo prazo. É importante

acompanhar a atuação do gestor, se está fazendo um bom

trabalho, prospectando novos inquilinos, adquirindo ativos

bons para a carteira (no caso dos fundos de papel), etc.

62
a p r e n d a a i n v e s t i r e m f i i s

Para evitar esse risco, estude bem a gestão, como

mencionamos no capítulo anterior, e mantenha um

acompanhamento constante no trabalho dela.

Renda mínima garantida (RMG)

A renda mínima garantida é um mecanismo do FII entregar

uma renda temporária, porém ela não é f ruto das operações

dos imóveis. Trata-se de uma renda artificial.

Muitos investidores sof rem prejuízos ou se f rustram quando

veem que seus FIIs não estão entregando o resultado

esperado por não notarem que havia uma RMG por trás dele.

O problema da RMG é que, como ela é uma renda artificial, se

o imóvel não gerar uma renda igual ou superior quando a

RMG acabar, o rendimento do fundo, inevitavelmente, cairá.

Antigamente, houve um período em que vários fundos eram

lançados em bolsa, e, como uma forma de atrair os

investidores, eles ofereciam uma renda mínima garantida

durante alguns meses ou anos, normalmente com uma

taxa atrativa.

Porém, esse "brinde" não vinha de graça e esses fundos

imobiliários eram lançados a valores muito elevados e fora da

realidade do mercado.

63
aprenda a investir em fiis

Além disso, como essa renda não era fruto das operações do
empreendimento, de seus resultados, e sim paga pelo
incorporador ou vendedor, ela normalmente estava
mascarando o real lucro líquido do fundo.

Quando a renda garantida chegava ao seu fim, o fundo


passava a pagar apenas o seu resultado real.

Na maioria dos casos, esse resultado era bem menor do que a


renda garantida que vinha sendo paga, levando vários
cotistas que não sabiam dessa situação a venderem suas
cotas de forma assustada e realizando prejuízos.

Hoje, não enxergamos a RMG dessa forma, mas ainda


podemos encontrá-la em FIIs que têm algum imóvel em
construção. Assim, para não ficar sem renda enquanto o
imóvel é construído, o vendedor do imóvel paga uma RMG
para o fundo.

Contudo, é vital acompanhar o desenvolvimento dessa


operação para que o imóvel seja alugado posteriormente por
um valor igual ou superior à RMG.

Desejamos que nossos leitores estejam sempre

bem-informados, que conheçam e estejam cientes de todos


esses riscos acima citados. Dessa forma, aprendem a como
evitá-los, além de obterem bons retornos nos investimentos.

64
aprenda a investir em fiis

É importante ressaltar que a análise de riscos em fundos


imobiliários deve ser refeita periodicamente, visto que todos
os fatores aqui abordados podem mudar.

Um FII com uma boa taxa de vacância pode ter um disparo


devido a algum problema em sua região, a gestão pode ser
alterada e perder qualidade ou mesmo seu preço sofrer uma
queda brusca por diversos fatores.

Da mesma forma, os riscos elevados que tornavam um fundo


pouco atraente no passado, podem ser reduzidos ou
eliminados depois de algum tempo.

Isso pode acontecer a partir de mudanças na gestão,


diversificação do portfólio, crescimento do patrimônio ou no
cenário econômico como um todo, tornando o que antes era
um risco em uma boa oportunidade.

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65
aprenda a investir em fiis

PARTE VI – Começando a
investir e considerações finais
Agora que você já sabe como analisar um fundo imobiliário e
aprendeu sobre indicadores, métricas, riscos, vantagens e
desvantagens, chegou a hora de aprender a fazer o seu
primeiro investimento, ou seja, comprar cotas de um FII.

Começar a investir em fundos imobiliários é simples e fácil,


vamos ver como funciona nessa seção.

Escolha uma corretora


Para adquirir fundos imobiliários ou mesmo ações, ETFs,
entre outros ativos, o investidor precisa de uma conta em
uma corretora de valores.

As corretoras são instituições financeiras credenciadas e


aptas a negociar os valores mobiliários para os investidores,
intermediando a compra.

Um banco também pode ser utilizado com essa intenção, só


que costumam ser mais caros. Confira aqui um artigo
interessante que preparamos sobre a escolha das corretoras.

Ao escolher uma corretora, é bom levar em consideração os


custos operacionais dela.

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aprenda a investir em fiis

Hoje, temos diversas opções com taxa zero para o


investimento em fundos imobiliários. Portanto, não há
necessidade de pagar esse custo para investir em FIIs.

Abrindo uma conta na corretora


Para abrir uma conta na corretora é simples e hoje em dia as
corretoras possibilitam que o investidor realize esse processo
virtualmente no site delas.

Normalmente, o investidor terá de se cadastrar no site da


corretora, criando um login e senha e depois envia seus
dados cadastrais e alguns documentos de identificação.

Caso tenha dúvidas no processo de abertura de conta,


lembre-se sempre de entrar em contato com o SAC da
corretora escolhida, para esclarecer todas elas e ter uma
orientação melhor nesse processo

Enviando dinheiro para a corretora


Após a abertura da conta, é o momento de enviar os recursos
para a corretora.

A maior parte das corretoras exige que os recursos sejam


enviados por meio de transferências bancárias, ou seja, não
permitem depósito em dinheiro.

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aprenda a investir em fiis

Porém, existem algumas corretoras já vinculadas à conta

corrente do próprio banco, o que pode facilitar a vida

do investidor.

Para enviar dinheiro, entre em contato com o atendimento

de sua corretora escolhida, eles lhe darão todos os passos e

você verá que é bem fácil.

Além disso, é recomendável verificar se a instituição

financeira escolhida por você está devidamente credenciada

e autorizada na CVM (Comissão de Valores Mobiliários).

Comprando um fundo imobiliário

Após abrir sua conta e enviar os recursos, é hora de comprar

um fundo. Já lhe ensinamos a escolher o fundo e analisá-lo,

agora você decidirá em qual irá investir.

As corretoras costumam trabalhar com plataformas

chamadas de home broker. Trata-se de plataformas de

negociação de ativos da bolsa de valores. Para entender

corretamente como realizar a compra, será necessário

entender o sistema da sua corretora.

Em geral, basta abrir o home broker no site da sua corretora,

escolher o ativo em que pretende investir, selecionar a opção

“comprar”, definir um preço e enviar a ordem.

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aprenda a investir em fiis

Caso você decida vender um fundo futuramente, só substitua


a ordem de compra para ordem de venda. Realizados esses
passos, parabéns, você terá se tornado um sócio (cotista) de
um fundo imobiliário, fazendo jus à sua participação nos
lucros mensalmente e agora terá dado seus primeiros passos
rumo à independência financeira.

Considerações finais
Este e-book teve como foco principal ensinar de forma
simples, direta e com uma linguagem facilitada os principais
pontos a serem considerados para que você consiga investir
em FIIs. Acreditamos que, após você ter concluído a leitura
atentamente, estará pronto para se tornar um investidor

de sucesso no longo prazo e estruturar uma boa

carteira previdenciária.

Lembre-se de sempre acompanhar nossos artigos e


continuar estudando. Estudar e adquirir conhecimento, além
da disciplina e persistência, são os fatores que farão um
investidor vencer no longo prazo.

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