Aprenda o Buy and Hold - O Guia Definitivo (Canal Do Holder)

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Aprenda a analisar

ações e se torne
sócio das melhores
empresas da Bolsa
no longo prazo.

2ª edição • 2020
PARA
MERGULHAR
DE CABEÇA
Preparamos essas 3 Masterclasses, com mais de
5 horas de conteúdo, que são complementares a esse E-Book!
Caso você queira se aprofundar ainda mais no Buy and Hold,
você pode acessá-las cliczando nos botões abaixo.

Os Melhores (e Piores) Como Montar uma


O que é, e Como Fazer
Investimentos para Carteira de Investimentos
o Buy and Hold
o Longo Prazo para o Longo Prazo
SOBRE CONHEÇA O

O AUTOR
HOLDER

Meu nome é Fabio Faria, também conhecido como “Fabio Holder”, tenho 28 anos e o
meu objetivo com esse e-book orientá-lo para que você obtenha resultados extraordinários na
bolsa de valores, investindo de forma simples e eficaz, com uma metodologia de acúmulo de
patrimônio para ser aplicada durante toda a sua vida. A metodologia abordada nesse livro, se
colocada em prática, seguramente irá te gerar um único resultado futuro possível: sua inde-
pendência financeira através de renda passiva dos seus investimentos em bolsa.

Invisto na bolsa desde os 17 anos, trabalhei no mercado financeiro nos últimos 5 anos e
desde 2018 vivo de renda passiva dos meus investimentos realizados durante esse período.
Baseado na minha experiência acumulada durante este período, decidi compartilhar com
vocês estes meus conhecimentos, visando transmiti-lo ao maior número possível de investido-
res, utilizando a internet.

Quando comecei a estudar sobre ações em 2008, lembro da dificuldade para conseguir
entender desde os conceitos mais simples até conceitos mais avançados, considerando infor-
mações truncadas, desencontradas e muitas vezes erradas, que encontramos por aí. Dessa
forma, o meu intuito com esse guia é passar para vocês meus conhecimentos adquiridos no
campo de batalha nos últimos 11 anos como investidor e como profissional da área.

Também sou formado em Engenharia Civil, MBA em Finanças, Analista de Valores Mobili-
ários (CNPI nº 1711), e possuo especializações em tópicos relacionados a investimentos em
Harvard, Yale e Universidade de Genebra.

      
Visando levar todo o Para uma interação mais Semanalmente enviamos Participe também do
conhecimento adquirido rápida e dinâmica com os por e-mail, de forma gratuita nosso canal do Telegram,
ao longo dos anos para inscritos, utilizo o meu a Planilha do Holder, com onde compartilho,
mais pessoas, criei Instagram (@fabio.holder) todos os dados principalmente através de
recentemente o meu para postar conteúdos fundamentalistas das ações audios, imagens e textos,
canal do YouTube, o Canal diários sobre e fundos imobiliários listados sacadas de investimentos
do Holder, e hoje já somos investimentos. na bolsa do Brasil. no dia-a-dia
milhares de Holders!

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APRENDA O BUY & HOLD FABIO FARIA CNPI N.1711


1
IDEIAS GERAIS
SOBRE
INVESTIMENTOS
O INDIVÍDUO SE TORNANDO
UM INVESTIDOR DE SUCESSO
Se você está lendo esse texto, você ganhar dinheiro pela primeira vez na vida de
provavelmente já tomou a principal decisão forma relevante.
para se tornar um investidor de sucesso: se
Foi nesse momento que comecei a me
preocupar em poupar os recursos pro-venien-
conscientizar que era preciso acumular patri-
tes do seu trabalho e fazer o dinheiro trabalhar
mônio para o meu futuro, e que a Bolsa de Valo-
para você. No entanto, eu percebi, ao longo da
res - onde eu já havia começado meus primei-
minha jornada como analista de investimentos,
ros investimentos - era, sem dúvidas, o melhor
que muitos conceitos equivocados são bom-
lugar para atingir minha independência finan-
bardeados diariamente sobre nós, no que se
ceira no longo prazo.
refere a investimentos pessoais.
Desde então, venho investindo todos os
Mas antes de continuarmos con-versando
meses na bolsa, sempre aumentando o meu
sobre isso, gostaria de contar um pouco sobre
patrimônio e a geração de renda passiva da
minha trajetória no mundo dos investimentos
minha carteira. Profissionalmente, após me
para que possamos nos aproximar um pouco
formar em 2014, trabalhei 5 anos no mercado
mais.
financeiro em fundos de pensão e gestoras de
Desde muito novo, sempre pensei em recursos. Em 2018 decidi vir para a internet e
poupar dinheiro, de forma conseguir comprar ajudar mais investidores a investirem com quali-
que eu queria muito, ou investir em algo útil dade na bolsa de valores. Nesse tempo,
para o futuro. Me lembro bem quando era crian- também completei meu MBA em finanças, e
ça, e eu e meus primos saíamos vendendo obje- diversos cursos de especialização em Harvard,
tos e utensílios pela cidade, a fim de conseguir- Yale e Universidade de Genebra.
mos alguns trocados.
Agradeço imensamente minha esposa,
Sempre gostei muito de exatas e, durante Laura, a qual dedico esse livro. Além de ter
o ensino médio, decidi cursar engenharia civil sempre me incentivado e me apoiado nessa
na faculdade - mais por falta de opção, do que jornada como investidor - sim, a gente se
por desejo pelo curso. Foi quando estava há 1 conhece desde os 16 anos - está até hoje do
ano do verstibular, em 2008, que comecei a me meu lado e me apoiando todos os dias.
interessar pela bolsa de valores, ao ver as notí-
Espero que esse livro, e as aulas disponi-
cias diárias sobre a “Crise do Sub-prime” norte-
bilizadas aqui, sejam proveitosas e contribuam
-americana. Foi nesse momento que comecei a
para a sua jornada como investidor também.
entender o quer era bolsa de valores, para o
Abraços,
que ela servia e comecei a realizar os meus

Fábioer
primeiros investimentos.

Ingressei no curso de graduação em

Hold
Engenharia Civil em 2009, pela Universidade
de Brasília (UnB), e logo no início do curso
comecei a trabalhar com construção civil, e

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3
LIVROS
QUE ME
MARCARAM
QUANDO COMECEI
LIVROS QUE ME MARCARAM

Aprenda a Operar no
Mercado de Ações
O livro é escrito pelo psiquiatra Dr. Alexander Elder,
conhecido internacionalmente por ter largado a profis-
são de psiquiatra para negociar ações. No livro, o autor
aborda de forma muito consciente o assunto de espe-
culação no mercado e mostra suas estratégias que
foram utilizadas para vencer no longo prazo, e conta
como foi a sua trajetória do consultório de psiquiatria
para o mundo dos investimentos. O autor também
mostra que, apesar de realizar movimentos especulati-
vos, também acumulava posições de longo prazo em
empresas que considerava vencedoras e que teriam
bons resultados no longo prazo. Foi um dos poucos
livros de trade que li em que o assunto foi abordado de
forma séria e coerente.

Aprenda a Vender e Operar Vendido


Nesse livro, também escrito pelo psiquiatra Dr. Alexan-
der Elder, é ensinado como realizar operações de curo
prazo na bolsa que possibilitam o investidor a obter
ganhos com a queda de ações - estratégia também
conhecida como “operar vendido”.

Operações vendidas possuem um risco enorme para o


investidor pois, como o lucro acontece com as quedas
das ações e o prejuízo com as altas, o prejuízo é ilimita-
do (pois as altas das ações não possuem limites). No
entanto, Alexander Elder ensina seus leitores como
operar vendido de forma exemplar e com controle de
risco.

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5
Bem-vindo à Bolsa de Valores
Livro escrito por Marcelo Piazza que aborda muito
bem como funciona na prática os investimentos em
ações, sendo ideal para iniciantes. O autor mostra
muito bem como funcionam os ambientes da bolsa
de valores e como se dão as negociações no dia-a-
-dia: o que é um book de ofertas, como dar uma
ordem de compra e de venda, como ocorrem as liqui-
dações financeiras, etc. Escolhi esse livro pois, antes
de investir na prática, achei importante entender
como se dá o ambiente de negociação e as suas
peculiaridades práticas.

Outros livros sobre análise técnica 

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6
Após ler esses e tantos outros visto. Uma vez que os padrões são
livros - muitos deles tratando a bolsa conhecidos pelo mercado, eles deixam
de valores como um balcão especulati- de existir naturalmente, pois o mercado
vo de compra e venda de ações, come- os reconhece e, ao operar aquele
cei a me questionar se aquilo era padrão, o mesmo deixa de existir. 
mesmo possível. Me perguntava: “Caso
Além disso, como muito bem
realmente seja possível ganhar dinheiro
abordado pelo escritor Burton Makiel
com um viés especulativo na bolsa no
em "A Random Walk Down Wall Street"
curto prazo, por quê os autores estão
(Uma caminhada aleatória por Wall
me fornecendo uma informação tão
Street), as cotações das ações pos-
valiosa por um preço tão acessível
suem comportamento aleatório, sendo
quanto o de um livro?”
impossível prever qualquer movimento
A análise técnica basicamente antecipadamente, apoiando também a
consiste em observar o comportamen- hipótese de que o mercado é eficiente
to das cotações das ações e tentar em precificar os ativos, conforme pro-
identificar padrões e, com base nesses posta pelo economista Eugene Fama.
padrões, realizar operações que gerem
Esse assunto acaba sendo muito
retorno para o investidor. O problema
extenso se aprofundado, com várias
dessa abordagem é que, para um
obras e literaturas abordando o assun-
padrão ser operado, o investidor preci-
to. Pessoalmente, acabei logo cedo me
sa realizar uma ordem no sentido da
desinteressando desse viés especulati-
previsão daquele padrão. Vejamos: se
vo curto prazista e conhecendo uma
um padrão mostra uma tendência de
outra abordagem de investimentos
alta, o investidor deve comprar a ação
chamada de "Buy and Hold": Comprar e
hoje para vendê-la no futuro por um
segurar ações para o longo prazo, se
preço maior do que pagou. No entanto,
tornando sócio das empresas e
o próprio ato de comprar a ação faz
ganhando tanto com o crescimento
com que a sua cotação suba e o ganho
quanto com a distribuição de dividen-
do investidor seja menor do que o pre-
dos.
NO BUY & HOLD
LIVROS QUE ME MARCARAM

O Jeito Peter Lynch de Investir


Tradução do livro "One Up on Wall Street" escrito por
um dos maiores gestores de ações de todos os
tempos, Peter Lynch. Livro de fácil leitura no qual o
autor conta sua trajetória desde sua formação acadê-
mia em história, psicologia e filosofia para se tornar
um dos mais renomados gestores de ações de todos
os tempos. A abordagem de investimentos de Peter
Lynch é bastante simples e aplicável para qualquer
investidor comum. Outro fator interessante que o
livro mostra é a classificação que o autor deu aos dife-
rentes tipos de empresas na bolsa: empresas de cres-
cimento, crescimento rápido, confiáveis, cíclicas, em
recuperação e extensivas em ativos. 

Warren Buffet e
Análise de Balanços
Livro escrito por Mary Buffet (ex nora do Warren
Buffet) e pelo escritor David Clark. A ideia do livro é
mostrar os pontos mais importantes da contabilidade
observados por Warren Buffet. Independente dos
pontos serem realmente utilizados por Warren Buffet
ou não, o livro é extremamente simples e didático no
que se refere ao básico de contabilidade para investi-
dores. Conforme o próprio Warren já disse, "A conta-
bilidade é a língua dos negócios". Saber o básico
sobre contabilidade é essencial para saber entender e
interpretar os fundamentos e resultados de uma
determinada empresa e esse livro é muito bom no
que se preza a fazer: ensinar o básico de forma fácil, e
simples. No entanto, o livro em português somente é
encontrado em sebos, enquanto a versão em inglês
pode ser encontrada facilmente à venda.

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Investindo em Ações
no Longo Prazo
Livro escrito pelo Prof. Jeremy Siegel que mostra os
resultados de um extenso estudo realizado pelo
mesmo sobre o comportamento das ações nos Esta-
dos Unidos no longo prazo (últimos 200 anos). O livro
é simplesmente incrível e totalmente acessível para
qualquer pessoa que pretende investir. O autor não
utiliza absolutamente nenhuma linguagem técnica e
aborda o assunto de forma muito prática e fácil, mos-
trando conclusões espetaculares do estudo e, por
isso, considero esse livro a bíblia do investidor de
longo prazo em qualquer bolsa de valores. Particular-
mente esse livro foi o que me fez esquecer de vez as
especulações na bolsa e adotar a filosofia de investi-
mento em ações para o longo prazo ("Buy n Hold").

Outros livros sobre investimento no longo prazo

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Então, após começar a entender a Genebra, além de ter cursado uma pós
filosofia de investimentos no longo graduação no Instituto Brasileiro de
prazo, comecei a procurar todo o tipo Mercado de Capitais (IBMEC), tirando o
de informação sobre o assunto. Nessa título de MBA em Finanças.
época eu literalmente devorava todos
Após todos esse anos no campo
os livros que encontrava sobre o assun-
de batalha dos investimentos, um fator
to. Quando cheguei nesse ponto,
que sempre me frustou era que os
estava prestes a finalizar a faculdade e
agentes de mercado, de uma forma
havia decidido que, mesmo gostando
geral, trazem um viés muito especulati-
de engenharia civil, queria seguir minha
vo para os investimentos, o que, na
carreira profissional no ramos de análi-
minha visão, não é a melhor forma para
se de investimentos. Comecei a cursar
se acumular patrimônio no longo prazo.
ainda na faculdade de engenharia civil
Naquele momento, em 2018,
matérias de contabilidade, finanças e
quando a renda passiva dos meus
engenharia financeira, como matérias
investimentos já era bastante superior
optativas. Após me formar  decidi fazer
às minhas despesas mensais, resolvi me
um curso de especialização em conta-
dedicar 100% à internet e trazer para
bilidade e macroeconomia em Harvard,
para pessoas comuns, de forma simples
como um curso de verão que a univer-
e eficaz, como obter resultados seme-
sidade disponibilizava.
lhantes na bolsa: com segurança, tran-
Voltando dos Estados Unidos,
quilidade e sendo sócio de boas
consegui um emprego de analista em
empresas no longo prazo, ganhando
um a Fundo de Pensão chamado
com seu crescimento e com os dividen-
FIPECq e, posteriormente, fui para
dos distribuídos periodicamente.
outros fundos de pensão e holdings de
gestão patrimonial.
ASSISTIR VÍDEO
Também cursei, durante esse
Veja um vídeo meu contando
período, cursos de especialização
sobre minha trajetória
online nas universidades de Yale e de
PRINCIPAIS
CARACTERÍSTICAS
DO INVESTIDOR
DE SUCESSO
O INVESTIDOR DE SUCESSO:
Investe sempre Sempre estuda para Escuta conselhos e
com foco para aprimorar seus opiniões alheias, mas
o longo prazo conhecimentos apenas para começar a
sua análise própria

Ao conversar com amigos, familiares e colegas de traba-


lho, com certeza você já deve ter se deparado com um concei-
to difundido na cabeça das pessoas de que "investimento é só
para profissionais", "investir dá muito trabalho e exige muito
tempo" ou ainda que "para investir precisa-se acompanhar de
perto o mercado todos os dias". Pois bem, uma ótima notícia
para você que está começando é que nada disso é verdade!
Mas não é por acaso que as pessoas têm esse comportamento
sobre investimentos: eu digo, acreditarem que não são capazes
de fazer a própria gestão dos seus recursos. Como muito bem
explicado pelos autores Ben Stein e Phil DeMuth explicam em
seu livro "The Little Book of Bullet Proof Investing" ("O peque-
no livro sobre investimentos à prova de bala"), o círculo vicioso
entre investidores e alguém que faz a gestão de seus recursos
é inevitável, uma vez que é muito mais confortável psicologica-
mente colocar o erro dos investimentos em alguém. Veja: caso
você pergunte ao seu gerente do banco onde investir e seu
investimento der errado, você pode facilmente colocar a culpa
nele; caso o investimento dê certo, você pode puxar para si o
mérito de ter tomado a decisão certa em escutar aquele acon-
selhamento. Psicologicamente, é uma situação ganha-ganha
escutar os conselhos de alguém sobre onde investir.

Não há, no entanto, problema algum em escutar opiniões


alheias sobre investimentos (eu, inclusive, faço isso o tempo
todo), o que não podemos fazer é nos enganar e replicar exata-
mente o conselho de terceiros sem analisarmos sobre os
nossos critérios o que estamos fazendo.

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O INVESTIDOR DE SUCESSO:
Aprimora suas Investe seu tempo Adota estratégias
capacidades na sua saúde, que permitam se
técnicas profissionais na sua família e proteger do seu maior
na sua profissão inimigo: Ele mesmo

Certa vez um amigo me falou que o ser humano é como


um pato. O pato nada, anda, voa e mergulha, mas não faz nada
excepcionalmente bem. A nossa vida, se pensarmos bem, tem
muito disso. Tirando a própria profissão, que é onde devemos
investir todos nossos esforços para nos aprimorarmos cada vez
mais, as demais atividades que fazemos não possuímos exper-
tise para nos profissionalizarmos. Com investimentos, não é
diferente, devemos saber investir, mas não precisamos fazer
isso excepcionalmente bem para sermos investidores de suces-
so. Os focos principais de um investidor de sucesso devem ser
a sua profissão, a sua família e a sua saúde. Essas, sim, devem
ser as principais atividades onde o investidor de sucesso deve
gastar a sua energia.

Como Peter Lynch bem colocou no seu livro "One Up on


Wall Street" (O jeito Peter Lynch de Investir), qualquer pessoa
é plenamente capaz de ter um desempenho satisfatório inves-
tindo de forma própria o seu dinheiro, independente de sua
profissão (O próprio Peter Lynch era formado em história,
psicologia e filosofia).

Pessoalmente, a conclusão a que cheguei é que a estraté-


gia de investimento do investidor de sucesso deve focar no
principal inimigo do processo de enriquecimento no longo
prazo: Ele mesmo.

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O MAIOR
INIMIGO DO
INVESTIDOR
DE SUCESSO
Cada vez mais chego à conclusão manada, e a solidão continua causando
que as estratégias de investimentos adota- vários problemas psicológicos ao indiví-
das pelos investidores devem levar em duo, como já foi percebido com prisionei-
consideração o maior risco da carteira de ros que ficavam muito tempo em solitárias,
investimentos: o cérebro do investidor. sem se comunicar com outros indivíduos.
Vocês devem estar pensando: Como assim,
Mas o que isso tem a ver com os
Fabio? Como que o meu cérebro, que foi
investimentos? TUDO! Lembra a história
utilizado para tomar as decisões de investi-
do ser humano ficar mais confortável em
mentos é o meu maior inimigo?
escutar uma "dica" ou um "conselho de
O ser humano é um animal que evo- alguém" que discutimos anteriormente?
luiu ao longo de milhares de anos se com- Tem tudo a ver com isso e com os seus
portando em manada. O ser humano é um investimentos. Somos bombardeados
animal social, pois, desde os primórdios, todos os dias pela mídia com informações
realizava todas suas tarefas em manada: voltadas à política, economia, investimen-
caçavam em manada, dormiam em caver- tos e a sociedade de uma forma geral e,
nas em manada, se alimentavam em muitas vezes, com opiniões e conselhos.
manada, criavam os filhotes em manada e Não é incomum ver nos principais jornais
mudavam de regiões em manada. Atual- algumas publicações como "especialistas
mente não é diferente, o ser humano reali- dizem que esse é o melhor momento de
za praticamente todas as suas tarefas em investir na bolsa" ou "especialistas falam

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que os próximos anos serão muito ruins em seu livro "O Investidor Inteligente", em
para a bolsa". O grande problema é que 1949, e posteriormente difundida pelo
nós investidores ficamos muito tentados a Warren Buffet: "O Sr. Mercado é um ser
escutar a opinião dessas pessoas pois maníaco depressivo e apático que acorda a
NÃO QUEREMOS ERRAR FORA DA cada dia em um desses estados emocio-
MANADA. É extremamente difícil para o nais, ignorando completamente o funda-
ser humano tomar uma decisão contrária à mento e os resultados das empresas". Em
da manada e acabar errando sozinho even- momentos de euforia, as expectativas para
tualmente. Errar com a manada é ruim, o futuro são excelentes, fazendo o valor de
mas é reconfortante. Errar sozinho é mercado das empresas subir e, junto, as
desesperador para o nosso cérebro. suas cotações. Em momentos de pânico,
Fomos programados assim ao longo dos as expectativas futuras são péssimas,
últimos milhares de anos. fazendo as cotações despencarem. O grá-
fico a seguir exemplifica muito bem o Sr.
Cabe também ressaltar uma excelen-
Mercado.
te metáfora criada pelo Benjamin Graham

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15
CRITÉRIOS
PARA
SELEÇÃO
DE AÇÕES
Todas as escolhas nas nossas vidas são uma aposta:
quando optamos estudar um ou outro curso na faculdade,
quando selecionamos as pessoas com as quais iremos nos rela-
cionar, quando escolhemos onde morar entre tantas outras esco-
lhas. Quando decidimos onde investir o nosso dinheiro não é
diferente. São várias premissas que nos fazem adotar uma postu-
ra ou outra, pretendendo terminar com mais patrimônio do que
se iniciou todo o processo. O objetivo da estratégia é proteger o
investidor de vender suas ações em momentos de pânico do
mercado, no fundo, e, ao mesmo tempo, obter retornos significa-
tivos no longo prazo.

A metodologia do investidor de sucesso apresentada aqui


baseia-se em premissas que ajudam o investidor a reduzir o risco
de perdas no longo prazo decorrentes das armadilhas mentais
que comentamos anteriormente, de forma a sobreviver na bolsa
e obter retornos significativos do seu capital do longo prazo.

1 INVESTIR EM EMPRESAS QUE ESTÃO


NO SEU CÍRCULO DE COMPETÊNCIA
Conforme descrito por Warren deu o modelo de negócios dela.
Buffet, o círculo de competência define
Você não é obrigado a investir em
as empresas que estão dentro da capa-
todas empresas da bolsa, e tampouco
cidade de avaliação individual de cada
deve fazer isso, mas é obrigado a inves-
investidor. Cada investidor terá o seu
tir em empresas que entenda o modelo
círculo de competência, com base em
de negócios onde atua, mesmo que de
seus conhecimentos pessoais e em suas
forma superficial.
crenças. Uma forma de saber se uma
É importante ter ciência de que,
empresa está em seu círculo de compe-
conforme o tempo passa, você como
tência é saber como a empresa gera
investidor percebe quais são as empre-
receita, quais são os seus produtos,
sas que estão no seu círculo de compe-
quais são suas vantagens perante seus
tência e quais não estão. Esse é um pro-
concorrentes e quem são seus clientes.
cesso natural, que irá acontecer ao
Outra forma que também ajuda a saber
longo da sua evolução e do seu amadu-
se uma empresa está no seu círculo de
recimento como investidor.
competência é tentar projetar a sua
receita para os próximos anos, não para ASSISTIR VÍDEO
tentar adivinhar como será o futuro, Assista a um vídeo do próprio Warren

mas sim para validar se você compreen- Buffet explicando esse conceito

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17
ACOMPANHAR OS
RESULTADOS DAS
EMPRESAS
Para companhar o resultado das
empresas, basta acessar o site de
relação com investidores (RI) das
Outro fator importantíssimo para
empresas listadas na bolsa. Basta
que o investidor de sucesso não venda
procurar no google o nome da
suas ações em pânico no fundo é acom-
empresa e "relação com investidores"
panhar os fundamentos das empresas.
que você encontrará a página oficial.
Quando nos referimos aos fundamentos
No site de RI, as empresas disponibi-
da empresa, estamos nos referindo
lizam todos os resultados, além de
tando à parte qualitativa do modelo de
apresentações institucionais e todas
negócios da empresa, quanto à parte
informações que julgam ser impor-
quantitativa dos resultados. A parte qua-
tantes para os seus investidores.
litativa está muito relacionada ao seu
círculo de competência, discutido ante-
riormente, de forma a avaliar se a empre- ESCOLHER
sa preenche os seus requisitos de EMPRESAS COM
estudo. A parte quantitativa está relacio- RESULTADOS
nada aos resultados financeiros apresen- CONSISTENTES
tados trimestralmente e anualmente E CRESCENTES
pelas empresas.
O valor de mercado das empresas
As empresas de capital aberto tem
segue os seus lucros. É muito fácil
um site chamado RI (Relacionamento
perceber isso: se uma padaria gera
com Investidores) onde é possível obter
R$ 500.000,00 em um ano e passa a
todas informações sobre os resultados,
gerar R$ 1.000.000,00 de lucro no
apresentações, fatos relevantes e comu-
ano seguinte, caso o dono da padaria
nicados da empresa de uma forma geral.
resolva vende-la no ano seguinte,
É o ambiente de comunicação entre a
conseguirá um valor mais alto pelo
empresa e os investidores. As empresas
seu negócio. Com ações funciona da
também possuem um número de telefo-
mesma forma: conforme as empresas
ne para atender os investidores e tirarem
vão aumentando o seu lucro, seu
dúvidas.
valor de mercado aumenta, trazendo
retorno para os investidores. Portan-
to, o investidor de sucesso investe
sempre em empresas que apresen-
tam resultados sólidos e crescentes.

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18
LUCRO
E COTAÇÃO
NO LONGO
PRAZO
Os gráficos a seguir mostram a evolução das cotações das
ações e a evolução do lucro líquido anual de algumas empresas.
Como é possível perceber, as cotações seguem a evolução do
lucro das empresas no longo prazo. Para a plotagem do gráfico,
utilizou-se apenas as cotações de fechamento do última dia do
ano. Da esquerda para a direita, de cima para baixo: EGIE3,
MDIA3, WEGE3 eABEV3.

LUCRO DESCONTADO x COTAÇÃO LUCRO DESCONTADO x COTAÇÃO

2.145 41.12 886 60.13


Lucro Descontado

Lucro Descontado
1.676 32.89 718 48.11
Cotação

Cotação
1.207 24.67 550 36.08

737 16.45 382 24.05

268 8.22 214 12.03

201 0.00 46 0.00


01 03 05 07 09 11 13 15 17 03 05 07 09 11 13 15 17

LUCRO DESCONTADO x COTAÇÃO LUCRO DESCONTADO x COTAÇÃO

1.224 24.75 13.899 25.27


Lucro Descontado

1.011 19.80
Lucro Descontado

11.260 20.22
Cotação

Cotação
798 14.85 8.622 15.16

584 9.90 5.983 10.11

371 4.95 3.345 5.05

158 0.00 707 0.00


01 03 05 07 09 11 13 15 17 01 03 05 07 09 11 13 15 17

Dessa forma, adotando os princípios discutidos anterior-


mente de investir em empresas cujo negócio se conhece, que
apresentam lucros e resultados consistentes e acompanhar os
resultados dessas empresas ao longo dos anos, estabelecemos
uma estratégia que, além de fortalecer a confiança do investidor
em momentos de pânico generalizado no mercado, se mostra
vencedora no longo prazo. Esses são os três pilares de conceitos
básicos e fundamentos que acredito serem fundamentais para
formar um investidor de sucesso no longo prazo.

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20
CLASSIFICAÇÃO
DAS
EMPRESAS
Tipos de empresas
Crescimento Rápido Maquininha
50%
Empresas que retém Empresas que conseguem
todos os lucros e distribuir parcela alta dos seus
CRESCIMENTO DOS LUCROS

40%
reinvestem para crescer lucros e ainda assim crescer. ASSISTIR VÍDEO
Crescimento Moderado Assista a uma palestra completa
30%
Empresas que retém parte
com Peter Lynch sobre como
dos lucros e reinvestem
para crescer Dividendos pessoas físicas podem se tornar
20%
Empresas que distribuem
excelentes investidores
Alerta parcelas significativas do
Empresas que não seu lucro e crescem pouco
10%
distribuem lucro e
não crescem.

0%
0% 25% 50% 75% 100% 120%

PAYOUT (QUANTIDADE DOS LUCROS DISTRIBUÍDOS COMO DIVIDENDOS)

A classificação de empresas mostra- começo e então passa a distribuir seus


da no gráfico acima serve para o investidor resultados para os sócios em forma de
entender o momento em que a empresa dividendos.
em que ele investe se encontra. Indepen-
Esse é o ciclo natural das empresas, e
dente do setor, as empresas podem ser
é importante entender onde a empresa em
facilmente classificadas em um desses 5
que você está investindo se encontra, para
grupos mostrados no gráfico acima.
saber interpretar melhor os resultados que
O ciclo normal de uma empresa é elas apresentam ao longo dos anos.
nascer, crescer de forma rápida, crescer de Também há a possibilidade de a empresa,
forma moderada, estabilizar sua receita e após dominar um determinado mercado,
sua expansão, parar de crescer e apenas tentar dominar outro. Peter Lynch chama-
distribuir lucro para seus acionistas. va isso de "piorização" (um trocadilho com
Quando uma empresa inicia, o objetivo a palavra diversificação). Ao tentar diversi-
principal dela deve ser tomar market share ficar os produtos e o nicho de atuação, as
(parcela de mercado) de seus concorren- empresas acabam muitas vezes tendo
tes e, para fazer isso, a empresa precisa resultados muito piores do que sua ativida-
investir nela mesmo e crescer seu modelo de principal, destruindo valor para seus
de negócios. Conforme os anos vão se acionistas ao invés de construir valor.
passando e seu plano de negócios vai se
É importante ressaltar que no merca-
concretizando, a empresa começa a cres-
do brasileiro é comum que as empresas
cer cada vez menos, pois dentro do merca-
definam em estatuto uma distribuição
do daquele produto/serviço onde ela atua,
mínima de pelo menos 25% do Lucro Líqui-
há um limite de mercado que ela consegue
do em forma de dividendos, tornando mais
atuar (mesmo que seja todo o mercado
raras as empresas que não distribuem
daquele produto). Dessa forma, após se
nenhuma quantia em forma de dividendos,
estabelecer dentro desse negócio, a
que seriam as empresas de crescimento
empresa não precisa mais investir em seu
rápido.
crescimento da mesma forma que no

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22
O BÁSICO DE
CONTABILIDADE
PARA
INVESTIDORES
DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
MAIS IMPORTANTES PARA
A contabilidade é a linguagem dos
O INVESTIDOR
negócios. Pedir para alguém analisar uma
empresa sem saber o básico de contabili-
Balanço Patrimonial
dade equivale a pedir para essa pessoa
interpretar um texto sem saber ler.
Demonstração do
A contabilidade é cheia de nuances e Resultado do Exercício
tecnicidades, tanto que existe uma forma-
ção acadêmica em ciências contábeis. Mas Demonstração do
eu tenho uma ótima notícia para você: para Fluxo de Caixa
ser um investidor de sucesso e fazer uma
análise e uma leitura adequada sobre os
resultados de uma empresa, você precisa Assita a uma série de 12 vídeos sobre
somente saber o básico sobre contabilidade. Contabilidade para Investidores

  Da mesma forma que não precisa- ASSISTIR TODOS OS VÍDEOS


mos cursar uma faculdade de Letras ou
Literatura para ler um bom livro e interpre- Demonstrações financeiras
tá-lo, também não precisamos ser forma-
Receita bruta e Receita líquida
dos em contabilidade para saber interpre-
tar uma Demonstração Financeira. Na
Lucro Bruto e CPV
verdade, o único conhecimento que você
precisa saber para conseguir analisar uma Resultado Operacional (EBIT)
demonstração financeira é somar, subtrair,
dividir e multiplicar! Dividendos vs Crescimento

As Demonstrações Financeiras são


Depreciação e
fornecidas trimestralmente ao longo do Amortização (EBITDA)
ano e, normalmente, as informações do
último trimestre do ano são fornecidas Resultado Financeiro

com base anual, ao invés de base trimes-


Lucro Líquido
tral como nos demais trimestres. A nomen-
clatura dos períodos são feitas com o
Balanço Patrimonial
primeiro dígito representando o trimestre,
seguido de um "T" e do ano de referência. Endividamento
As demonstrações financeiras do segundo
trimestre de 2018, por exemplo, recebe a Demonstração de
Fluxo de Caixa
nomenclatura de 2T18.

CAPEX e Investimentos

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24
BALANÇO PATRIMONIAL
O Balanço Patrimonial é a Demons- vo circulante. Os demais ativos são agru-
tração Financeira que mostra os ativos pados em Ativos Não Circulante e Passivos
(bens e direitos) e os passivos (obrigações Não Circulante.
e dívidas da empresa com terceiros) de
O quadro a seguir mostra um resumo
uma determinada empresa. Tradicional-
do Balanço Patrimonial da Grendene S.A.
mente, os ativos são dispostos do lado
para o ano de 2017.
esquerdo e os passivos do lado direito. Do
lado direito do Balanço Patrimonial,
também é disposto o Patrimônio Líquido
Balanço Patrimonial
da Empresa que representa o capital dos
(GRND3) 2017
acionistas da empresa. Para se chegar ao Ativo Circulante 2.846.997
Podem ser
    Caixa e Equivalentes 1.567.596
valor do Patrimônio Líquido, subtrai-se dos Liquidados
    Contas a Receber 927.173
em menos
Ativos o total dos Passivos. Tudo que a     Estoques 279.267
de 1 ano
    Outros 72.961
empresa tem de bens e direitos, menos
NÃO
Ativo Não Circulante 729.011
suas obrigações perante terceiros, é o que devem ser
    Ativos Realizáveis no Longo Prazo 276.957
liquidados
sobra de capital para os sócios.      Imobilizado 422.361
em menos
    Outros 29.693
de 1 ano
O lado direito do Balanço Patrimonial
ATIVO TOTAL 3.576.008
(Patrimônio Líquido e Passivos) também
pode ser visto como as fontes de financia- Passivo Circulante 322.074 Podem ser
    Obrigações Trabalhistas 59.942 pagos em
mento dos ativos da empresa (lado     Fornecedores 36.705 menos de 1
    Empréstimos e Financiamentos 89.666 ano
esquerdo do Balanço Patrimonial). O capi-
    Outros 135.761
tal dos sócios, representado pelo Patrimô-
Passivo Não Circulante 36.325 NÃO devem
nio Líquido, somado ao capital de tercei-     Empréstimos e Financiamentos     33.961 ser pagos
ros, representado pelos passivos, são rece-     Outros 2.364 em menos
de 1 ano
bidos pela empresa e investidos nos ativos, PASSIVO TOTAL 358.399

que são os bens da empresa geradores de


Patrimônio Líquido PL = Ativos - Passivos 3.217.609
novos recursos e que, se bem investidos,     Capital Social 1.231.302
    Reserva de Lucros 1.965.609
retornam mais capital do que investido
    Outros 20.698
inicialmente, proporcionando lucro aos
PASSIVO+PATRIMÔNIO LÍQUIDO 3.576.008
acionistas.

Os ativos que podem ser liquidados


ACESSAR ARQUIVO
em menos de um ano são agrupados sob a
Visualize as demonstrações financeiras da GRND3
rúbrica ativo circulante, enquanto os passi-
vos que precisam ser pagos em menos de
um ano são agrupados sob a rúbrica passi-

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25
BALANÇO PATRIMONIAL
Pelo Balanço Patrimonial podemos identificar o que cha-
mamos de estrutura de capital de uma empresa. A estrutura de
capital se refere à quantidade de capital próprio (patrimônio
líquido) em relação ao capital de terceiros (empréstimos e
financiamentos). A remuneração das dívidas, ou seja, do capi-
tal de terceiros, é contratada em forma de renda fixa, ou seja, o
valor do pagamento dos juros é pré acordado na hora de tomar
a dívida. O capital próprio, ou seja, o capital dos acionistas, é
remunerado de forma variável, pois o  mesmo é remunerado a
partir do Lucro Líquido, que é influenciado por uma série de
fatores, como aumento/redução de Receita, Custos, Despesas,
entre outros fatores, como visto anteriormente. Isso faz com
que o capital de terceiros tenha um risco menor e, portanto,
deve possuir uma remuneração menor, enquanto o capital dos
sócios, através das ações, deve possuir um retorno maior, por
ter um risco maior, apesar de variar com o tempo. Essa varia-
ção do Lucro Líquido é, então, o principal fator que influencia
na cotação das ações, pois é ele que remunera os sócios, com-
provando a correlação entre lucro líquido e cotação mostrada
anteriormente.

Conforme visto anteriormente no DRE, os juros das dívi-


das entram no Resultado Financeiro fazendo com que os
credores da empresa recebam a remuneração pelo seu capital
antes do sócio, confirmando novamente o menor risco (e
também menor retorno) esperado para os credores da empre-
sa em relação ao capital dos sócios. Esse também é o principal
motivo de as empresas tomarem dívidas: como o pagamento
dos juros abate o valor do Lucro Antes do Imposto de Renda,
os juros pagos pelas dívidas reduzem a base de cálculo para
pagamento do imposto de renda, fazendo a empresa pagar
menos imposto do que se todos investimentos viessem dos
sócios (não tendo despesas com juros para abater da báse de
cálculo do imposto de renda). Esse abatimento da base de
cálculo faz, então, com que os juros da dívida fiquem ainda
mais baratos para a empresa. Portanto, o simples fato das

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26
BALANÇO PATRIMONIAL
empresas tomarem dívidas faz com que ela gere valor aos acio-
nistas. O gráfico a seguir mostra, de forma geral, o aumento de
valor para os acionistas conforme a empresa toma dívidas.

250

200
VALOR DA EMPRESA

150

100

50

0
0% 20% 40% 60% 80% 100% 120% 140%

RELAÇÃO ENTRE DÍVIDAS E PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Como é possível observar, conforme a relação dívida e


patrimônio aumenta (eixo horizontal), o valor da empresa
também aumenta. A partir de um certo ponto, normalmente
100% (que representa a mesma quantidade de capital de
terceiros e de capital de sócios), o valor da empresa começa a
diminuir ao invés de aumentar, pois o risco passa a ser muito
grande com a alta quantidade de dívidas e obrigações que a
empresa se comprometeu, passando a empresa a ter um maior
risco de falência. A curva apresentada é genéria, e os valores e
relações mudam conforme o setor de atuação da empresa. Em
geral, quanto mais estável e previsível é o resultado futuro da
empresa, mais dívida a empresa pode adquirir continuando a
gerar valor.

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27
BALANÇO PATRIMONIAL
6% 0 110
DÍV.BRUTA/PATR.LÍQ. DÍV.LIQUIDA/EBITDA ÍNDICE DE COBERTURA
(DIV.B/PL)

A relação de Dívida A Dívida Líquida é O Índice de Cobertura é


Bruta da empresa, ou calculada a partir da encontrado dividindo-se
seja, o seu Dívida Bruta, o EBIT pelas despesas
endividamento total, subtraindo-se o Caixa com o pagamento dos
com o Patrimônio é da empresa. Dessa juros das dívidas da
exatamente o que é forma, o indicador Dív. empresa. Na prática,
visto no gráfico da Líquida/EBITDA indica esse índice representa
página anterior, e quantas vezes a quantas vezes a
mostra a relação entre empresa possui em empresa está gerando
dívidas e patrimônio. dívida em relação ao com suas operações em
Empresas com valores seu lucro operacional relação ao que gasta
superiores a 1 possuem anual (EBITDA). com o pagamento dos
uma estrutura de capital Empresas com esse juros das dívidas. Deve
alavancada, ou seja, alto indicador acima de 3 ser utilizado com os
nível de endividamento, devem ser ser outros indicadores na
e devem ser analisadas analisadas mais de na análise da dívida.
com mais cuidado. perto, pois
provavelmente possuem
um nível de
alavancagem alta.

A análise ideal do endividamento das empresas deve utili-


zar sempre os três indicadores, de forma a gerar uma visão
macro e compreensiva dos fatores de endividamento de uma
empresa. Cada setor da economia e cada empresa possuem
suas próprias características e a interpretação de apenas um
dos indicadores de forma isolada pode gerar distorções na
análise.

As análises dos indicadores do Balanço Patrimonial nor-


malmente se baseiam em observar a estrutura de capital da
empresa, como ela se financia e o seu nível de endividamento.

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28
DEMONSTRAÇÃO DO
RESULTADO DO EXERCÍCIO
A Demonstração do Resultado do Exercí- custo específico de cada produto produzi-
cio ("DRE") é a demonstração financeira do (ex: Considerando que a fábrica cons-
que mostra o resultado da empresa em um truiu 100 unidades de calçados e teve R$
determinado período. Por se tratar de tran- 10.000,00 de custo, é possível atribuir R$
sações financeiras que ocorrem em um 100,00 de custo por calçado).
determinado período, devemos olhara
Após o cálculo do Lucro Bruto, exclui-se as
para a DRE como se fosse um filme das
despesas operacionais, que são normal-
operações da empresa durante um deter-
mente referentes à parte administrativa
minado período (seja ele o trimestre ou o
das empresas, chamadas também de Des-
ano em referência).
pesas Gerais, Administrativas e de Vendas.
A DRE se inicia com a Receita Bruta da Essas são as despesas normalmente atri-
empresa, que são todas as receitas que a buídas aos escritórios administrativos da
empresa recebeu naquele período, seja empresa, despesas com marketing e pro-
vendendo serviços ou produtos. Após se paganda, e todas outras despesas com
deduzir todos os gastos no período, che- pessoal que não estejam direcionadas
ga-se no lucro líquido, que é o valor que especificamente às fábricas da empresa,
remunera os acionistas. por exemplo, É difícil individualizar esses
gastos a cada um dos produtos pois uma
Pois bem, considerando que a primeira
mesma unidade administrativa fornece
linha da DRE é a Receita Bruta, que são
suporte para várias fábricas, por exemplo.
todos os faturamentos recebidos pela
(ex: o setor de RH, que fica na matriz,
empresa, reduzindo os impostos que inci-
atende todos os funcionários de diversas
dem sobre a Receita, as devoluções dos
fábricas, impossibilitando a segregação
clientes e os descontos, chega-se no que
dessa despesa individualizada para cada
chamamos de Receita Líquida. Subtrai-se
calçado produzido). Após então reduzir
então os custos individualizados dos pro-
essas despesas do Lucro Bruto, chegado
dutos vendidos naquele período e chega-
ao lucro operacional antes de depreciação
-se no que chamamos de Resultado Bruto.
e amortização (comumente chamado da
Normalmente, o Resultado Bruto é referen-
sigla abreviada em inglês "EBITDA"). O
te ao resultado da empresa no "chão de
EBITDA, portanto, é o que a empresa
fábrica", uma vez que conseguimos indivi-
gerou operacionalmente em um determi-
dualizar os custos das fábricas em função
nado período.
do total de unidades produzidas, conse-
guindo contabilmente separar o que foi de

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29
DEMONSTRAÇÃO DO
RESULTADO DO EXERCÍCIO
A depreciação e a amortização, como muito mais dívida que caixa costumam ter
comentado por Charlie Munger, renomado o Resultado Financeiro negativo, reduzin-
investidor sócio de Warren Buffet, é uma do o EBIT. Operações de proteção cambial
despesa que muitos desconsideram, que e outras operações com derivativos
não possui efeito caixa, mas que, na verda- também entram somando e subtraindo ao
de, é uma despesa bem real e bem presen- Resultado Financeiro da Empresa.
te dentro das empresas. A depreciação
Subtraindo o Resultado Financeiro do
acontece quando a empresa investe em
EBIT, chega-se no Lucro Antes do Imposto
um determinado ativo: após o investimen-
de Renda ("LAIR"). A alíquota de imposto
to, o ativo deprecia ao longo do tempo e,
de renda atualmente no Brasil encontra-se
eventualmente, precisará ser reposto para
em torno de 34% desse resultado. Após o
que a empresa continue suas operações.
pagamento do imposto renda, chega-se ao
(ex: a empresa comprou uma máquina
Lucro Líquido da empresa.
nova para produzir calçados, sendo que a
Outra consideração importante é que
mesma apresenta vida útil de 5 anos.
muitas empresas atuam em seu modelo de
Apesar de a empresa ter pago à vista o
negócios através de participação em
investimento no maquinário, a despesa
outras empresas. Uma empresa que inves-
com essa maquinário entrará como depre-
te exclusivamente através desse modelo
ciação anualmente, equivalente a 20% do
de negócios é chamada de holding. Inde-
valor investido, de forma que após 5 anos o
pendente de a empresa ser uma holding ou
valor total investido esteja completamente
não, a partir do momento em que ela
depreciado. Portanto, após retirar a depre-
investe em outra empresa e detém o con-
ciação e amortização do EBITDA, chega-se
trole (ou seja, a maioria das ações) de uma
ao EBIT, que é o Lucro Operacional antes
outra empresa, ela é obrigada a consolidar
do Resultado Financeiro e do Imposto de
os resultados dessa empresa investida em
Renda.
seu balanço patrimonial. Ou seja, quando
O Resultado Financeiro da empresa, de
lemos o balanço patrimonial, ele tem o
forma simplificada, é obtido somando-se
resultado consolidado de todas empresas
os rendimentos financeiros do caixa e sub-
que são investidas. No entanto, em algu-
traindo-se os juros pagos das dívidas. Em-
mas ocasiões, a empresa não possui a tota-
presas com mais caixa do que dívida cos-
lidade das ações das empresas investidas,
tumam ter um resultado financeiro positi-
fazendo com que o resultado, ao ser con-
vo, aumentando o EBIT. Empresas com

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30
DEMONSTRAÇÃO DO
RESULTADO DO EXERCÍCIO
solidado em um único balanço, fique "infla-
do" com resultados a maiores. (ex: uma Demonstração do
empresa detém 51% das ações e o controle Resultado do
de uma investida. Essa investida gerou R$
Exercício
100.000,00 de Receita e R$ 50.000,00 de
(GRND3) 2017
Lucro Líquido. Ao olharmos a DRE da (=) RECEITA BRUTA 2.727.675
(-) Impostos, Devoluções e Descontos (475.703)
empresa controladora, iremos ver os R$ (=) RECEITA LÍQUIDA 2.251.972
(-) Custo dos Produtos Vendidos (1.151.216)
100.000,00 de Receita e R$ 50.000,00 de
(=) LUCRO BRUTO 1.100.756
Lucro Líquido, apesar da mesma possuir (-) Despesas de Vendas, Gerais e
Administrativas (578.207)
apenas 51% da investida).  (=) EBITDA 522.549
(-) Depreciação e Amortização (56.959)
Dessa forma, a corrigir as devidas partici- (=) EBIT 465.590

pações acionárias nas empresas investidas, (-/+) Resultado Financeiro 238.502


(=) Lucro Antes do Imposto de Renda 704.092
após o cálculo do Lucro Líquido, como (-) Imposto de Renda (44.106)
(=) Lucro Líquido 660.903
vimos na página anterior, entra uma linha
(-) Participação dos Acionistas não
chamada "Lucro Atribuído aos Sócios Não Controladores 26
(=) Lucro Atribuído aos Acionistas
Controladores", que exclui do lucro líquido Controladores 660.929
consolidado os resultados referentes aos
outros sócios das empresas investidas.
Após essa exclusão, chega-se no Lucro
Líquido dos Acionistas Controladores. No
caso do exemplo anterior, a empresa sub-
trairia dos R$ 50.000,00 um valor de R$
24.500,00 desse total, referente ao demais
acionistas da empresa que investe, sobran-
do um Lucro Líquido Atribuído aos Sócios
Controladores de R$ 25.500,00.  Caso a
empresa tenha participação minoritária em
outra empresa, os resultados não são con-
solidados, e o resultado dessa outra
empresa entra no final da DRE como
"Lucro Atribuído aos acionistas não con-
troladores", conforme no exemplo ao lado.

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31
DEMONSTRAÇÃO DO
RESULTADO DO EXERCÍCIO
48,9% 24,5% 29,3%
MARGEM BRUTA MARGEM EBITDA MARGEM LÍQUIDA

A Margem Bruta A Margem EBITDA, ou A Margem Líquida


representa quanto os Margem Operacional, representa quanto da
custos dos produtos mostra quanto da Receita Líquida se
vendidos representam Receita Líquida sobrou converteu em Lucro
em relação às Receitas após todos os gastos Líquido para os
Líquidas das empresas. operacionais e custo acionistas, após o
É calculada dividindo o dos produtos vendidos. pagamento de todos os
Lucro Bruto pela É calculada dividindo o gastos da empresa. É
Receita Líquida. EBITDA pela Receita calculada dividindo o
Líquida Lucro Líquido pela
Receita Líquida

Para facilitar a interpretação da DRE e também compa-


rarmos diferentes resultados de diferentes empresas podemos
utilizar alguns indicadores. Os indicadores de margem são os
mais simples e mais comumente usados pelas empresas para
comparar os resultados entre diferentes trimestres e anos. As
margens são utilizadas pelas empresas para medir a evolução
dos gastos e eficiência em produção e operacional do seu
negócio.

Outro indicador bem interessante é o Grau de Alavanca-


gem Operacional (GAO), que se encontra dividindo-se o EBIT
pelo Lucro Bruto. No caso da GRND3, empresa em exemplo,
esse indicador é de 42%. Esse indicador mostra o peso das des-
pesas operacionais em relação os custos dos produtos vendi-
dos pela empresa, e sua interpretação é bem simples: ele repre-
senta quanto a receita precisa cair para a empresa começar a
ter prejuízos operacionais. Ou seja, no caso da GRND3, a

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32
DEMONSTRAÇÃO DO
RESULTADO DO EXERCÍCIO
empresa pode ter uma queda de até 42% em suas vendas que
ainda apresentará lucro operacional. Caso as vendas caiam
mais do que 42%, a empresa passa a ter prejuízo operacional.
Esse indicador mostra o nível de elasticidade do negócio em
relação à possíveis dificuldades a serem apresentadas pela
empresa futuramente. Valores abaixo de 10% mostram empre-
sas bastante alavancadas operacionalmente, de forma que com
uma pequena queda nas vendas  a empresa passa a ter prejuízo
operacional. Valores acima de 30% mostram empresas que são
pouco alavancadas operacionalmente, de forma a poderem
sofrer quedas em suas receitas e continuarem tendo lucro ope-
racional positivo.

GAO = 42%

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33
DEMONSTRAÇÃO
DO FLUXO DE CAIXA
Quando uma empresa vende um Já o Fluxo de Caixa de Investimentos
determinado produto ou serviço, ela deve (FCI) mostra todas entradas e saídas no
contabilmente registrar essa venda, inde- caixa referente aos investimentos da
pendente de ter recebido o pagamento empresa: compra e venda de novas máqui-
pelo produto ou serviço prestado. Isso é o nas, veículos, fábricas, e, em geral, todos os
que é chamado contabilmente de Regime ativos imobilizados da empresa.
de Competência: os lançamentos contábeis
O Fluxo de Caixa de Financiamentos
devem ser feitos com base na efetivação do
(FCF) mostra todas as transações que
compromisso de compra e venda de um
ocorreram entre a empresa, os sócios e os
produto ou serviço, independente do mo-
credores, como o pagamento de dividen-
mento em que se dá o seu pagamento.
dos, amortização de dívidas, emissão de
Dessa forma, é importante analisar, novas ações, emissão de novas dívidas.
além da DRE, quais foram as movimenta-
Da mesma forma que a DRE, a
ções que ocorreram no caixa da empresa
Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC)
em um determinado período. Para isso foi
deve ser olhada como um filme, onde os
criada a Demonstração do Fluxo de Caixa
valores se referem aos acontecimentos ao
(DFC), que mostra quais foram todas as
longo de um período, seja ele um trimestre,
entradas e saídas do Caixa da empresa em
semestre ou um ano. A imagem a seguir
um determinado período. Para facilitar a
mostra a Demonstração do Fluxo de Caixa
interpretação dos dados, o Fluxo de Caixa é
da Grendene S.A, como exemplo, durante o
Dividido em 3 partes, dependendo do tipo
ano de 2017. O Fluxo de Caixa total repre-
de operação que se dê: Fluxo de Caixa
senta a variação no Caixa no período e
Operacional (FCO), Fluxo de Caixa de
pode ser encontrado somando-se o FCO,
Investimentos (FCI) e Fluxo de Caixa de
FCI e FCF.
Financiamentos.

Como o Próprio nome diz, o Fluxo de


Demonstração do
Caixa Operacional (FCO) registra todas as
Fluxo de Caixa
entradas e saídas do caixa referentes à ope- (GRND3) 2017
ração-fim da empresa: venda de produtos,
Fluxo de Caixa Operacional 526
pagamento de funcionários, pagamento Fluxo de Caixa de Investimentos (126)
Fluxo de Caixa de Financiamentos (391)
dos custos dos produtos vendidos, paga-
Fluxo de Caixa Total 9
mento de fornecedores, aluguel dos escri-
Caixa no Início do Período 21
tórios, pagamento de juros das dívidas, Caixa no Final do Período 30

entre outros.

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34
DEMONSTRAÇÃO
DO FLUXO DE CAIXA
418 21% 1,77
FCL CAPEX CAPEX/FCO CAPEX/D&A
O Fluxo de Caixa Livre O indicador D&A é a abreviação para
CAPEX, ou FCL CAPEX CAPEX/FCO indica Depreciação e
é a quantidade de caixa quantos porcento do Amortização. O indicador
gerada proveniente das caixa gerado CAPEX/D&A representa
operações da empresa, operacionalmente quantas vezes a empresa
menos o que a empresa (FCO) pela empresa está investindo em relação
utilizou para investir está sendo reinvestido à Depreciação e
diretamente em suas nas operações da Amortização dos
atividades fim. O empresa, seja para equipamentos. Uma
CAPEX é a abreviação expansão ou para repor empresa que possui esse
para "Capital os desgastes naturais da indicador próximo a 1 está
Expendure", que própria operação. praticamente repondo a
traduzido significa Empresas de cresimento depreciação dos
gastos com capital. Na possuem esse indicador equipamentos e, portanto,
prática, o CAPEX é o próximos ou superiores não está expandindo suas
quanto a empresa a 100%. Empresas mais operações. Empresas com
investiu em suas estáveis e consolidadas o valor superior a 1
operações. O valor é em seu modelo de investem mais do que o
obtido pelo FCO menos negócios apresentam necessário para repor a
o CAPEX. esse valor próximos ou depreciação e, portanto,
inferiores a 10%. devem estar crescendo as
operações.

A análise ideal do Fluxo de Caixa de uma empresa deve


utilizar os três indicadores apresentados acima conjuntamente,
e nunca de forma isolada. Cada setor da economia e cada
empresa possuem suas próprias características e a interpreta-
ção de apenas um dos indicadores de forma isolada pode gerar
distorções na análise.

As análises dos indicadores do Fluxo de Caixa normal-


mente se baseiam em observar o nível de geração de caixa
operacional de uma empresa com novos investimentos em
suas operações, indicando uma tendência de expansão do
modelo de negócios ou estabilidade do mesmo.

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35
AS 5 FORÇAS
DE MICHAEL
PORTER
As 5 Forças de Porter compõe um modelo de análise de
empresas que identifica e analisa cinco forças competitivas
que modelam todas as indústrias e ajudam a determinar as
fraquezas e forças de cada uma delas. O modelo foi proposto
por Michael Porter em uma publicação na Harvard Business
Review em 1979. Frequentemente o modelo é utilizado para
determinar as estratégias corporativas das empresas,
considerando que o modelo pode ser aplicado para qualquer
segmento da economia, de forma a procurar por lucra-tividade
e atratividade.

Uma excelente analogia sobre o capitalismo feita


por Warren Buffet é a de que as empresas são como
castelos: a partir de um momento que você se torna dono de
um castelo, os donos dos castelos, ao redor irão
constantemente tentar atacar seu castelo e tomá-lo para si.
Portanto, se você for se tornar dono de um castelo, é bom que
ele tenha um grande fosso e várias proteções diferentes para
se proteger. Dessa forma, As 5 Forças de Porter mostram de
forma simples como podemos observar essas vantagens
competitivas das empresas. 
1 COMPETIÇÃO EM UM SETOR

A importância dessa força é o número de competidores dentro de uma mesmo setor


e suas habilidades em ameaçar a empresa. Quanto maior o número de competidores,
considerando a quantidade de produtos e serviços oferecidos, menor o poder de uma
determinada companhia. Nesse tipo de indústria, caso um cliente ou um fornecedor
não esteja confortável com as condições, serviços e produtos de uma empresa, ele
pode facilmente migrar para outro concorrente. Um exemplo desse setor é o varejo de
alimentos (supermercados) e varejo de roupas, até certo ponto.

2 POTENCIAIS NOVOS
ENTRANTES EM UM SETOR

A força de uma empresa também é afetada pela força e dificuldade de novos entran-
tes ingressarem no mercado e se tornarem novos concorrentes. Quanto menos tempo
e menos recursos forem necessários para criar uma empresa em um determinado seg-
mento, mais arriscado e mais fraca é a proteção de uma determinada empresa dentro
desse segmento. Um segmento com fortes barreiras de entradas é mais atraente para
empresas que prefiram atuar e operar com uma menor quantidade de competidores.
Um exemplo dessa força é o setor de Bancos.

3 PODER DE BARGANHA
COM FORNECEDORES

O poder de barganha com fornecedores de uma empresa está altamente atrelado ao


nível de especificação dos insumos necessários de uma companhia e ao número de
fornecedores dispostos a fornecer aquele produto. Se a empresa possui apenas um
fornecedor e necessita de insumos específicos desse fornecedor, o mesmo é uma forte
ameaça para a empresa pois, se decidir elevar os preços, a empresa terá que aceitar e
terá pouco poder para negociar. Um exemplo e contra exemplo dessa força é o setor
de compra de insumos alimentícios (farinha de trigo) e o setor de compra de combus-
tíveis, respectivamente.

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4 PODER DE BARGANHA
COM CLIENTES

O poder de barganha com clientes está relacionado com a habilidade dos clientes em
reduzir o preço pago por determinadas mercadorias. Empresas que possuem poucos
clientes responsáveis por uma grande parcela de suas vendas têm pouco poder de
barganha para renegociar os contratos, enquanto empresas que possuem uma grande
quantidade de clientes possuem um grande poder de barganha na renegociação das
condições dos contratos. Um exemplo e contra exemplo dessa força é a venda de
combustíveis no Brasil, e a venda de produtos alimentícios.

5 AMEAÇA DE SUBSTITUTOS

A ameaça de substitutos é a possibilidade de troca dos serviços por algum parecido


de um concorrente de uma determinada empresa. Quando uma determinada empresa
fornece um produto que é facilmente substituído por outro equivalente, as forças não
são tão intensas. Um exemplo disso foi a substituição de carne por frango, no ano de
2016 com a alta da inflação. Outro exemplo é a competição entre Netflix, GooglePlay
e Amazon Prime, que oferecem serviços similares de filmes e séries.

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Assista uma palestra completa e legendada com o
próprio Michael Porter sobre Estratégias Competitivas

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MUITO
OBRIGADO
PELA LEITURA
Espero que com a leitura desse
breve E-Book eu possa ter
contribuído de alguma forma na
sua evolução como investidor. 

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A melhor coisa que uma pessoa


pode fazer é ajudar um outro ser
humano a obter mais
conhecimento.

Charlie Munger

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