Paixao Pelo Vinho - 84
Paixao Pelo Vinho - 84
Paixao Pelo Vinho - 84
gratuita
trimestral
2022
Está na hora de
Celebrar
em grande
Vinhos em garrafa magnum
para partilhar à mesa,
deliciosos espumantes para
brindes especiais, novidades,
topos de gama e muito mais!
proprietário e editor
PurpleSummer Media & Events, Unip. Lda
Gerente e detentor de 100% do capital da
empresa: Lopes Henriques
sede e redação
Rua Manuel da Silva, n.º 2, 2º Frente
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Nunes, Cláudia Pinto, Fernanda Teixeira, Hélio maria helena duarte
Loureiro, João Pereira Santos, José Sassetti,
Mafalda Freire, Manuel Baiôa, Maria Helena Duarte, fundadora e diretora-geral
Pedro Moura, Susana Marvão.
fotografia Depois de dois anos verdadeiramente difíceis e desafiantes, desejamos todos que 2022 seja
Carlos Figueiredo, Ernesto Fonseca, Nuno Baptista,
Nuno Belo e Sérgio Sacoto de retoma, de esperança e de “alguma” normalidade que nos faça acreditar no futuro com
um sorriso. E sempre, sempre, mantendo o espírito empreendedor, fazendo o melhor, dando
consultores em enologia
Gabriela Canossa e Osvaldo Amado tudo de nós em prol daquilo que nos move, seja a família, o trabalho, os hobbies, a paixão
pelo vinho e outras coisas boas, os amigos, o gosto pela partilha...
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T. +351 211 352 336 É, assim, hora de celebrar. E queremos que o faça “em grande”, por isso, a nossa sugestão
[email protected] é a escolha de vinhos em garrafa magnum, ou seja, de litro e meio, que é o tamanho ideal
design e paginação para uma mesa de oito a 10 pessoas. Para além de ser um bom tema de conversa, a garrafa
João Pedro Rato magnum “faz” uma mesa, surpreende e oferece vinhos que, dizem os estudos e a nossa expe-
Registo ERC 124968 riência, chegam com características sensoriais mais apelativas e interessantes. Isto, porque a
Depósito Legal 245527/06 maior capacidade de vinho dentro da garrafa e o menor contacto com o oxigénio, provocam
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mantes. Mas não há a mesma quantidade disponível no mercado, aliás nos vinhos premium
muitas vezes fazem-se edições especiais numeradas de até 500 exemplares, como muito, e
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de valor bem elevado. Mas, ainda assim, há sempre produtores que investem neste formato,
A reprodução de textos e imagens colocando no mercado vinhos com uma boa relação quantidade/qualidade/preço e nesta
tem de ser solicitada e autorizada.
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Estatuto Editorial Brindar ao novo ano é, também, tradicionalmente feito com bolhinhas. Preferimos os espu-
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Periodicidade Trimestral Mas o espumante não tem porque ser usado apenas para brindar, comece logo por receber
janeiro-março 2022
os seus convidados com uma flute de um bom rosé Bruto ou um Blanc de Blans, por exem-
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todos os momentos de uma refeição, incluindo o antes e o depois. Experimente.
Independentemente das suas escolhas, opte sempre pela qualidade. De resto, o que mais
importa é que seja feliz.
Um excelente 2022. Saúde! Tchim-Tchim.
Fotografia da Capa
© Stokkete
40 62 Tema de Capa:
Celebrar em grande!
Com garrafas magnum
e espumantes portugueses
64 Prova: Vinhos em garrafa magnum
avaliados às cegas
72 Prova: Espumantes
avaliados às cegas
62
40 Revelação:
Quinta dos Nogueirões
44
14
48 Terroir
Quinta de Chocapalha
52
90 Paixão Pela Cozinha
Guia Michelin
mais cinco estrelas para Portugal
92 Fotorreportagem
Apanha da azeitona no Vila Galé
Clube de Campo
94 História e Vinho
20 Prova: Novos vinhos Cada terra com seu uso, cada
Avaliados em prova cega lugar com a sua medida
36 Mérito: 96 Must Have for New Year
Vinhos Norte 102 Fotorreportagem
Amphora Wine Day a celebração
36 do Vinho de Talha
104 Novidades
52 Enólogos de Portugal: 110 Janela aberta, por chef Hélio
Domingos Soares Franco Loureiro:
“Temos de estar constantemente Agasalho de Saudade
a evoluir com o consumidor”
56 Viticólogos de Portugal
Ana Mota #revistapaixaopelovinho
“Para haver bom vinho, tem de
haver boas uvas” www.revistapaixaopelovinho.com
4 • Paixão pelo vinho • edição 84
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Quinta do Piloto
Moscatéis de Luxo
> texto António Mendes Nunes > fotografia Ernesto Fonseca / D.R.
O autor escreve segundo o antigo acordo ortográfico
Protegidas na fresca adega da Quinta do dor e visionário, fora pioneiro no setor de sua paixão: viajar pelo mundo. Muito novo,
Piloto as 10 pequenas barricas de 50 litros transportes de passageiros, ao criar uma Álvaro Cardoso assumiu o negócio de famí-
de moscatéis foram reservadas pelo fun- das primeiras empresas rodoviárias de Por- lia chegando a produzir 4 milhões de litros
dador, Humberto da Silva Cardoso, quan- tugal, a Auto-Cars Palmelense. Com os lu- de vinho anuais todo ele vendido a granel
do adquiriu a quinta no primeiro quartel cros da venda desta empresa, comprou três na região. O seu sobrinho, Humberto, for-
do século passado. Com o passar dos grandes herdades e construiu as adegas da mado em agronomia, alimentou o sonho
anos, as quatro gerações seguiram o ritual Quinta do Piloto e da Serra, que se mantêm de engarrafar os seus vinhos. Um sonho
de atestar, anualmente, as barricas com o na família. Humberto Cardoso tornou-se que o seu filho Filipe Cardoso realizou. Em
melhor de cada colheita para compensar um dos mais respeitados viticultores de Pal- 2013, Filipe Cardoso lançou no mercado o
a evaporação, aquilo a que os fabricantes mela, mas cedo entregou a gestão aos seus primeiro vinho com a marca Quinta do Pi-
de Whisky chamam “a parte dos anjos”. O filhos, Rui e Álvaro, e partiu para realizar a loto, o Piloto Collection Roxo.
último atesto foi feito em 1996.
Contou-nos Filipe Cardoso, o actual pro-
prietário e enólogo da Quinta do Piloto:
“Estes moscatéis são uma homenagem ao
meu bisavô, fundador da Quinta, Humber-
to da Silva Cardoso e pretendem refletir
todo o conhecimento e cuidado da nos-
sa família, até aos dias de hoje, e também PRÉMIO PRÉMIO
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Pintas 2019
Vinhos fantásticos
> texto PPV > fotografia Ernesto Fonseca / D.R.
Dizer que os vinhos Pintas são oriundos de vi- co nas videiras durante a segunda metade das em redor da Vinha do Pintas. De cor
nhas velhas não é uma novidade e ainda me- do verão. Tudo isto assegurou um final de violeta, muito intenso, frutado e fresco,
nos uma originalidade. Por isso, tão ou mais maturação tranquilo e equilibrado. com notas minerais de preto cereja, amei-
importante do que idade da vinha é a sua lo- Por isso, não é de estranhar que o ano xa e frutos silvestres. Na boca é vigoroso,
calização e os cuidados que lhe são presta- 2019 tenha sido um excelente ano para os com taninos bem integrados e aveludados,
dos. E é aí que a vinha dos Pintas se diferencia. vinhos Pintas. associados com excelentes frutos.
Para quem conhece o Douro vitivinícola, Como resultado, a Wine & Soul deu agora Por último, o Pintas Vintage 2019, que nas-
Vale de Mendiz, é sinónimo de um terroir a conhecer três novos vinhos: Pintas tinto ce na vinha do Pintas, estando as videiras
singular, identificado como a origem de 2019; Pintas Character tinto 2019 e Pintas situadas na cota mais baixa. Uvas em per-
muitos dos melhores vinhos da região. E é Porto Vintage 2019. feitas condições, com concentração de
precisamente no coração de Vale de Men- O Pintas tinto 2019, com estágio de 20 fruta madura aliada a uma acidez muito
diz que se situa a vinha dos Pintas. meses em barricas de carvalho francês equilibrada e fresca. Resultando num con-
Atingindo 430 metros de altitude e com (30% novas), demonstra fineza, elegância, junto harmonioso e que é expressão direta
exposição a sudoeste, os cerca de 3 hec- poder e concentração ao mesmo tempo. do terroir. Notas de bom chocolate preto e
tares albergam mais de 40 variedades de Mais concentrado que o seu irmão, Quinta ginja madura, num fundo mineral e fresco
cepas bastante antigas, onde idade, qua- da Manoella Vinhas Velhas, este é um vi- que torna vibrante.
lidade e caráter se manifestam em uvas nho com terroir e estilo, poder e concen- No conjunto, em 2019, o terroir Pintas
extraordinárias, vindima após vindima. E a tração. Potencialmente impressionante e mostrou, mais uma vez, tudo aquilo que
colheita de 2019 não foi exceção. Tanto o com uma longa vida pela frente. vale. Vinhos com excelente expressão de
inverno como a primavera foram bastante Já o Pintas Character 2019 é um néctar fruta, taninos maduros e ótima frescura.
secos, o que provocou algum stress hídri- elaborado a partir de cinco parcelas situa- Vinhos fantásticos.
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Costa Boal
Surpreende com edição Undated
> texto PPV > fotografia D.R.
A Costa Boal Family Estates lançou três novos brancos durienses com uma
boa dose de reinterpretação de tradições, sendo o Undated surpreendente,
apresentando ainda um tinto superior e uma Aguardente Bagaceira Velha. Para
além destas cinco estreias, a Costa Boal (re)lançou o tinto Homenagem 2011
consolidando o seu portefólio Douro.
O produtor de vinhos António Costa Boal sequilíbrios que cada ano possa aportar ao cham as novidades de Outono da marca.
e o enólogo Paulo Nunes não param de vinho, pelas suas particularidades, podem
surpreender e abrir novos caminhos para ser colmatados ao juntar várias colheitas. Consolidar portefólio
a viticultura e enologia. Desta vez, a Costa Nesse sentido, a soma dos desequilíbrios é Em paralelo com as novidades apresenta-
Boal lança no mercado um vinho branco o equilíbrio”, assegura Paulo Nunes. das, a marca anunciou ainda a colocação
que junta na mesma garrafa uvas das vin- O enólogo indica ainda que este olhar im- no mercado das últimas mil garrafas do
dimas de 2015, 2016 e 2018, o Costa Boal plica um lado desprendido que “privilegia o Costa Boal Homenagem tinto 2011, um vi-
Undated. Com este lançamento, a marca que está dentro da garrafa” permitindo es- nho ícone da marca que revela uma evo-
passa a estar entre as pioneiras na criação colhas abertas. “No caso do novo branco lução enorme em garrafa e é simbólico do
de vinhos sem data. Costa Boal, percebemos que o equilíbrio percurso da Costa Boal no Douro: vinhos
A festejar dez anos desde que os primeiros estava nas colheitas de 2015, 2016 e 2018, de topo, com longevidade e na tradição dos
néctares chegaram ao mercado, a Costa mas podiam ser duas ou quatro colheitas. vinhos de lote, a par de propostas menos
Boal produz atualmente vinhos nas regiões Não estamos vinculados”. clássicas e com apontamentos criativos.
do Douro, Trás-os-Montes e Alentejo. Ao novo branco Costa Boal Undated junta-se “Na realidade, construímos o portefólio
Além do Costa Boal Undated, o produtor a estreia do Costa Boal Superior Branco 2020 Douro ao contrário, começando pelo te-
lançou também dois novos brancos, um e do Costa Boal Superior Tinto 2016. A nova lhado e só depois fomos aos alicerces, às
tinto superior e uma aguardente bagaceira aguardente bagaceira feita de uma seleção bases”, ironiza o produtor, António Boal,
velha, todos produzidos no Douro. O ob- de bagaços oriundos dos vinhos Costa Boal reconhecendo que este percurso invulgar
jetivo assumido passa pela consolidação e a edição 2018 do Homenagem branco fe- nunca perdeu, no entanto, como horizon-
do portfolio do produtor no Douro, um te “a construção do castelo no conjunto”.
momento especial a que se junta também Por isso mesmo, conclui, “este é um mo-
o relançamento do famoso Costa Boal mento especial de consolidação da gama
Homenagem Tinto 2011, cujas últimas mil Costa Boal”, sempre “num posicionamento
garrafas saem agora para o mercado. O novo Costa Boal Undated branco superior e topo de gama”.
O novo Costa Boal Undated branco é com- é composto pelos melhores lotes de Criada em 2009, a Costa Boal lançou os
posto pelos melhores lotes de colheitas em colheitas em adega, das uvas Códega primeiros vinhos em 2011 e possui vinhas
adega, das uvas Códega de Larinho, Rabiga- de Larinho, Rabigato, Gouveio e Arinto, em Alijó, Murça, Foz Côa, Mirandela, Mi-
to, Gouveio e Arinto, colhidas em vinhas do colhidas em vinhas do produtor de três randa do Douro e Estremoz, algumas com
produtor de três diferentes proveniências diferentes proveniências no Douro várias dezenas de anos, outras plantadas
no Douro (Murça, Porrais e Alijó). “Os de- na última década.
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CR&F XO
Fine & Rare
> texto PPV > fotografia D.R.
A marca portuguesa CR&F já conta com Demarcada dos Vinhos Verdes, que teve da o palato com notas especiadas e secas,
125 anos de história e é conhecida mun- um processo longo de seleção de lotes frescura vibrante, termina persistente.
dialmente. Como contam em comunicado antigos onde foram selecionadas aguar- A perfeição é obrigatória para esta marca,
de imprensa, foi no ano de 1895 que Fran- dentes com várias idades, em que o lote motivo pelo qual há uma incessante busca
cisco Ribeiro de Carvalho fez de Lisboa o principal tem mais de 40 anos. pelos melhores lotes de aguardentes na-
seu lar e das aguardentes a sua paixão. Três A CR&F edição XO Fine & Rare é apresenta cionais para as suas criações. Para a casa
anos mais tarde, juntou-se Manuel Joa- uma cor bronze com reflexos esverdeados, centenária Carvalho, Ribeiro & Ferreira, as
quim Ribeiro e em 1900, Joaquim Ferrei- limpa e brilhante. Revela aromas resultantes aguardentes são sinónimo de “confiança,
ra, formando assim a sociedade Carvalho, do envelhecimento em madeira, deixando experiência, partilha de uma história secu-
Ribeiro & Ferreira. No início dos anos 90, um toque frutado e sedutor. Intensa, esta lar e de um compromisso de manter vivo o
a empresa constrói um centro inovador aguardente é elegante e é saborosa, brin- legado das aguardentes em Portugal”.
de vinificação que foi um verdadeiro salto Dotada de uma imagem ousada e irreve-
na inovação no setor de bebidas alcoóli- rente, serigrafada a ouro, são engarrafadas
cas em Portugal, com as mais altas tec- A CR&F edição XO Fine & Rare é neste primeiro ano, apenas 1.510 unidades.
nologias da época. Em 1995, ano em que apresenta uma cor bronze com reflexos Todos os anos será engarrafado um lote
cumpriu 100 anos, a empresa é adquirida esverdeados, limpa e brilhante. Revela único e irrepetível.
por uma multinacional do setor que passa aromas resultantes do envelhecimento Numerada individualmente, representa a
a sua produção para Vila Nova de Gaia. Em em madeira, deixando um toque frutado exclusividade de cada lote engarrafado,
2016 a empresa retorna a mãos portugue- e sedutor. Intensa, esta aguardente é como se de uma obra de arte se tratas-
sas pelo nome de João Portugal Ramos. elegante e é saborosa, brinda o palato se. O estojo vem complementado com as
Já 2021 marca o lançamento de uma edi- com notas especiadas e secas, frescura cordas e o lacre que, desde sempre, selam
ção bem especial: CR&F XO Fine & Rare, vibrante, termina persistente. este compromisso da CR&F. Tem um PVP
uma aguardente vínica velha da Região recomendado de 140€.
António Ventura
“Todos os dias estamos a aprender”
> texto Mafalda Freire > fotografia D. R.
Fale-nos um pouco de como enveredou Há alguns projetos especiais? Ter estudado em diversos sítios fora de
no mundo dos vinhos? Eu tenho o meu projeto pessoal há quatro Portugal influenciou-o enquanto enólo-
Comecei em 1981 tinha acabado a mi- anos, o Zavial, em que fazemos vinhos fora go?
nha formação na Escola Superior Agrária da caixa na região vitivinícola de Lisboa. Sim, claro que influenciou. A primeira for-
de Santarém e fui fazer o estágio de cur- Temos um Pinot Noir, um Syrah e lança- mação que fiz em Geisenheim, na Alema-
so com o Octávio Pato, e minha intenção mos recentemente um branco de curti- nha, era uma escola do Velho Mundo e de-
nem era seguir enologia, mas foi o estágio menta. São sempre quantidades limitadas, pois fui para uma escola de Novo Mundo,
que apareceu e decidi aproveitar. estamos a falar de cerca de 3000 garrafas e na Austrália. Era uma realidade completa-
Eu queria dedicar-me às hortícolas, no en- 50 hectares de vinha que produzem vinhos mente diferente com volumes de vinifica-
tanto, a verdade é que depois do ano de IGP Lisboa e alguns DOC Óbidos e que já ção completamente diferentes e com um
estágio agarrei o bichinho do vinho. Aliás me fazem muitos cabelos brancos. É um pragmatismo ao qual não estava habitua-
era muito difícil trabalhar com o Octávio desafio e um projeto que me dá gozo, mas do. Às vezes perguntam-me como é con-
Pato e não agarrar. Ele era um homem que que não me descentra, nem me retira o sigo vinificar estes litros todos e sair bem
respirava vinho, vinha e adega e apaixonei- foco do resto. Além disso, há ainda outro e as coisas fluírem, essa cultura trouxe da
-me completamente pela profissão e por projeto que me dá muito gosto e que te- Austrália. Lá é muito fácil termos um pro-
cá fiquei até hoje. São 40 anos. nho feito no Alentejo de vinhos de talha. dutor que vinifica tanta quantidade como
eu cá nos meus projetos todos. Assim, a
Atualmente dedica-se a que tipo de pro- capacidade de volume e o pragmatismo
jetos? vieram de lá.
Estou envolvido em diversos projetos e, E adoro vinhos do Velho Mundo e do
este ano, eu e a minha equipa vinificamos Novo Mundo, têm ambos grandes vinhos
64 milhões de litros. Trabalhamos com e quando um vinho é bom não há porque
uma diversidade enorme de produtores, haver distinção entre mundos.
que vão desde os grandes produtores aos
produtores muito pequeninos que estão Na sua carreira, que momentos considera
centrados em coisas muitos especiais, com mais marcantes?
adegas muitos pequenas. O desafio é esse, É evidente que o reconhecimento do nos-
o vinho que se faz num sítio, não é o que so trabalho é marcante e felizmente tive
se faz no outro. Por exemplo, trabalhamos Em 40 vindimas, nunca tive uma ao longo da minha carreira esse reconhe-
com os dois maiores produtores nacionais: vindima igual, há sempre desafios e cimento. Fui “Enólogo do Ano” para dife-
a Adega Cooperativa de Almeirim - onde quem pensar que lá por ter 30 ou 40 rentes publicações especializadas e recebi
que vinificamos 24 ou 25 milhões de litros, anos de experiência sabe tudo está dois prémios de carreira, um mais recente
e a Adega de S. Mamede da Ventosa, em redondamente enganado. Todos os pela Associação dos Municípios Portugue-
que vinificamos 27 ou 28 milhões de litros, dias estamos a aprender e se formos ses do Vinho e o outro, em 2019, pela CVR
e depois trabalhamos em projetos muito inteligentes aprendemos com os nossos do Tejo e pela Confraria da Nossa Senhora
mais pequenos como a Quinta da Badula erros. do Tejo. No fundo, esse reconhecimento
ou Romana Vini. pelo meu trabalho tem surgido e isso ob-
viamente enche-me a alma e são momen- português era algo com que lutávamos, técnicos que permitem ao enólogo ter di-
tos especiais. mas hoje em dia já temos esse reconhe- versas soluções. Outra das evoluções foi
cimento do mundo inteiro e toda a gente na vinha. Quando eu comecei a trabalhar
Trabalha em diversas regiões, há alguma já percebeu que temos vinhos de grande as vinhas estavam completamente en-
preferida ou mais complicada? qualidade. Mas há uma coisa que nós, de- velhecidas e decrépitas e castas estavam
Todas as regiões são desafiantes. Aquela vido à nossa dimensão, vamos ter alguma desadequadas. Vinhas velhas são fantásti-
onde nasci, que conheço melhor e onde dificuldade em superar e que é responder cas, mas algumas não prestam e quando
comecei a trabalhar é a de Lisboa. É uma aos mercados com quantidade suficiente. comecei a muitas não produziam nem que
das mais desafiantes, já que é muito raro Os grandes vinhos que temos não ultra- termos de qualidade, nem de quantidade.
começar uma vindima em Lisboa e termi- passam muito 10 mil garrafas e isso impede Depois houve uma evolução na viticultura
ná-la sem que haja chuva. E como se sabe, que possamos ser tão competitivos como e com a ajuda dos financiamentos da UE,
a chuva é o maior inimigo dos enólogos o Chile e Argentina. Isto apesar de também Portugal plantou novas vinhas que foram
na vindima. Este ano não foi, a chuva até não queremos estar nesse patamar, temos importantíssimas para o país ter atingido o
parou as maturações e acabou por ser um de estar numa faixa mais exigente, mas a patamar que alcançou. Hoje há um respei-
ano muito bom de vinhos em Lisboa. Mas dimensão é um problema crítico. to enorme pelos vinhos portugueses, isso
temos sempre aquela espada em cima da foi à custa dos enólogos, mas também do
cabeça, se chove vai estragarmos o traba- Ainda há espaço para inovar nos vinhos? trabalho que foi feito nas vinhas.
lho todo de um ano e Lisboa, nesse aspeto Sim e há sempre desafios. Às vezes dizem-
é uma região onde efetivamente vivemos -me que por ter 40 anos de carreira já sei Que conselho deixaria à nova geração de
mais este problema do que no Alentejo ou tudo e não é assim. Nós todos anos é uma enólogos?
no próprio Tejo. vindima diferente. Em 40 vindimas, nunca Esta nova geração de enólogos tem uma
tive uma vindima igual, há sempre desa- grande vantagem em relação às gerações
E quais são as suas castas preferidas? fios e quem pensar que lá por ter 30 ou 40 anteriores que é o facto de viajarem muito
A nível de brancas sou grande fã de Arinto. anos de experiência sabe tudo está redon- mais. Na minha altura, era muito raro haver
Acho que é uma casta que nos dá coisas damente enganado. Todos os dias estamos enólogos que fossem para fora de Portu-
fantásticas em qualquer parte do país. De- a aprender e se formos inteligentes apren- gal. Eu até fui um bocadinho a exceção
pois há outra casta branca que me fasci- demos com os nossos erros. com mais uma meia dúzia de sortudos.
na porque tem uma plasticidade enorme Hoje em dia, os enólogos fazem formação
e permite-nos fazer diferentes vinhos em Como é que vê o papel do enólogo e a cá e depois vão fazer formações comple-
diferentes regiões ou até mesmo na mes- evolução dos vinhos portugueses nos úl- mentares por esse mundo fora. Eu quando
ma região que é a Fernão Pires ou Maria timos 40 anos? recebo currículos vejo que os enólogos
Gomes. É a casta branca mais plantada em Foi uma transformação. Quando come- com 27 anos são profissionais que já fi-
Portugal e tem um potencial enorme para çamos a trabalhar, os meios técnicos que zeram 5 ou 6 vindimas em países diferen-
fazer vinhos diferentes, tanto faz um vinho eram postos à nossa disposição eram qua- tes. Eles têm uma bagagem que nós não
jovem como um para guardar 10 anos em se zero e hoje há uma panóplia de meios tínhamos e é uma vantagem. É evidente
garrafa. que isso só por si não chega. Dá-lhes um
Nas castas tintas, sou um grande fã de Sy- background fantástico e estão muito bem
rah porque tem uma capacidade enorme, preparados tecnicamente, mas é preciso
o que o Fernão Pires faz nos brancos, a Sy- que sejam resilientes e nunca desistam.
rah faz nos vinhos tintos. É das castas es- Esta é uma profissão que exige muito de
trangeiras que veio para Portugal que me- nós e que é muito absorvente.
lhor se adaptou. Hoje temos Syrah desde
o Alentejo até ao Douro e produz grandes “Os grandes vinhos que temos não E o futuro?
vinhos em todas as regiões. Outra casta ultrapassam muito 10 mil garrafas e Ainda faço, todos os anos, cerca de 90 mil
que aprecio imenso é a Touriga Nacional. isso impede que possamos ser tão quilómetros de automóvel pelo país e te-
É uma casta fabulosa e que leva Portugal competitivos como o Chile e Argentina. nho uma relação muito especial com os
ao mundo inteiro. Isto apesar de também não queremos produtores com quem trabalho. Além de
estar nesse patamar, temos de estar uma relação profissional, temos também
Como é que vê os vinhos nacionais e a sua numa faixa mais exigente, mas a uma relação de amizade e enquanto con-
afirmação no mundo? dimensão é um problema crítico”. seguir vou fazer estes 90 mil quilómetros.
O problema do reconhecimento do vinho Vamos ver até quanto.
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PRÉMIO PRÉMIO
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REG BRANCO GRANDE ESCOLHA 2019
COR Amarelo com tons esverdeados, limpo.
PRÉMIO € 8,99 ALENTEJANO 14,00% vol.
AROMA Notável, elegante, fresco, floral, com notas de EXCELÊNCIA
frutos maduros. 2021
ENologia
A
HUGO CORTES
P
IX H
ÃO N
PELO VI
SABOR Rico, complexo, encorpado e envolvente, tem
CHARDONNAY
acidez perfeita, destaca citrinos e folhas dos
mesmos, deixa um toque especiado no final Amarelo citrino com reflexos
COR
persistente. Vai continuar a evoluir muito bem. esverdeados, limpo.
MÁRCIO LOPES WINEMAKER AROMA Exuberante, perfumado, destaca notas
T. +351 932 022 547 frutadas e notas de baunilha.
www.mlw.pt
SABOR Rico, encorpado, mantém a fruta tropical
[email protected]
bem integrada nas notas de madeira,
marciolopeswinemaker
bela estrutura, frescura excelente, final
marcio.lopes.winemaker persistente.
SABORES DO CAMPO
<10 Defeituoso | 10-11,9 Fraco | 12-13,9 Médio | 14-15,9 Bom | 16-17,9 Muito bom | 18-18,9 Excelente | 19-20 Impressionante
18 € 13,90
QUINTA DO CARVALHÃO TORTO
DOC TINTO 2010
IX
ÃO
PELO VI
N H
COR
Rubi com tons acastanhados, limpo.
AROMA PRÉMIO
EXCELÊNCIA
Rico, com notas de evolução muito
2 02 1
positivas, caruma, cedro, caramelo, mel, A
O
IX H
ÃO N
PELO VI
amêndoa… Vai crescendo no copo.
SABOR
Saboroso, tem excelente frescura aliada
a taninos macios mas envolventes, fino e
delicado, persistente, tem tudo no sitio
e promete bons momentos de prazer à
mesa.
QUINTA DO CARVALHÃO TORTO
T. +351 915 514 270
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www.carvalhaotorto.pt
CarvalhaoTorto
MOSAICO DE PORTUGAL
EXCELÊNCIA
PRÉMIO
18 BY SANTOS LIMA
REG TINTO RESERVA 2018
A
2021
PRÉMIO € 4,00 lisboa 14,00% vol.
P
IX
ÃO NH
PELO VI
ESCOLHA
ENologia
2021
A MANUEL LOPO DE CARVALHO
P
IX H
ÃO N
PELO VI
18
notas de frutos vermelhos, framboesas.
QUINTA DA LABOEIRA EXCELLENCE
SABOR Mais rico na boca, à fruta acrescem as
DOC TINTO 2018
notas especiadas, tosta suave, taninos
macios, excelente frescura e final € 12,50 Bairrada 14,00% vol.
persistente. ENologia
CASA SANTOS LIMA S/info
CASTAS
IX H
ÃO N
PELO VI
<10 Defeituoso | 10-11,9 Fraco | 12-13,9 Médio | 14-15,9 Bom | 16-17,9 Muito bom | 18-18,9 Excelente | 19-20 Impressionante
PRÉMIO PRÉMIO
PRÉMIO
ESCOLHA EXCELÊNCIA
EXCELÊNCIA
2021 20 21
A
P
O
A IX H 2 02 1
P
IX H ÃO N A
PELO VI
O
ÃO N IX H
PELO VI ÃO N
PELO VI
18
€ 7,90
QUINTAS DE BORBA
DOC TINTO RESERVA 2019
alentejo 14,00% vol.
18
€ 24,99
REGUENGOS GARRAFEIRA DOS SÓCIOS
DOC TINTO 2017
alentejo 14,50% vol.
ENologia ENologia
ÓSCAR GATO RUI VELADAS E TIAGO GARCIA
CASTAS CASTAS
ARAGONEZ, ALICANTE BOUSCHET E TOURIGA NACIONAL ARAGONEZ, ALICANTE BOUSCHET E TOURIGA NACIONAL
COR Granada, intenso. COR Granada, limpo.
AROMA Concentrado, apresenta notáveis aromas a frutos AROMA Profundo, distinto, vai revelando os aromas em
vermelhos maduros, morangos, framboesas, camadas, fruta madura, balsâmicos, tostados.
cerejas, tostados e especiarias. SABOR A madeira bem interligada nos restantes sabores,
SABOR Mantém a fruta bem presente, deixando notas deixa notas apimentadas, complexidade, espaço
resultantes do estágio em madeira, taninos para a fruta e notas florais, frescura em destaque, é
ricos e macios, bela frescura, é gastronómico e gastronómico e persistente.
persistente. CARMIM
ADEGA DE BORBA T. +351 266 508 200
T. +351 268 891 660 [email protected]
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www.adegaborba.pt carmimreguengos
adegadeborba carmimreguengos
adegadeborba
<10 Defeituoso | 10-11,9 Fraco | 12-13,9 Médio | 14-15,9 Bom | 16-17,9 Muito bom | 18-18,9 Excelente | 19-20 Impressionante
18 € 9,50
STANLEY
REG TINTO RESERVA 2016
O
IX H
ESCOLHA ÃO
PELO VI
N
Rubi, limpo.
2021
A AROMA
P
IX H
ÃO N
PELO VI
Desafiante, intenso, revela elegantes
notas frutadas, envolvidas em balsâmicos
e tostados
SABOR
Encorpado, tem taninos sofisticados,
madeira bem integrada, mantém a fruta
e notas florais, especiaria e grande
frescura, sabor persistente e cativante.
Fundação Stanley HO
T. +351 213 510 191
monjardino.pedro@
fundacaostanleyho.pt
http://fundacaostanleyho.pt
17,5 CARDEIRA
DOC TINTO 2018
€ 39,00 alentejo 15,50% vol.
ENologia
FILIPE LADEIRAS
TOURIGA NACIONAL
17,5 € 3,50
PURO CAVES RENDEIRO
REG TINTO ESCOLHA 2017
lisboa 15,00% vol.
gastronómico, taninos ricos, bom corpo e
volume, tostados, termina persistente.
HERDADE DA CARDEIRA
ENologia
NUNO GALVÃO
CASTAS
17,5
CABERNET SAUVIGNON MARTHA'S HERANÇA DE FAMÍLIA
COR Rubi com tons acastanhados, limpo. AGUARDENTE VÍNICA VELHÍSSIMA
AROMA Harmonioso, destaca notas vegetais, pimentos € 29,99 N/ TEM 38,50% vol.
verdes e vermelhos, ligeira fruta, especiaria.
ENologia
SABOR Envolvente, fresco, muito gastronómico, faz notar MANUEL PEDRO MARTA
evolução muito positiva, tem taninos macios e
N/ TEM
deixa um final de boca persistente.
CAVES RENDEIRO COR Acastanhada, brilhante.
SOCIEDADE COMERCIAL DE VINHOS AROMA Intenso, com fantásticas notas de frutos
T. +351 919 373 270 secos, amêndoa caramelizada e fruta
T. +351 263 760 694 desidratada.
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www.cavesrendeiro.com SABOR Intenso em notas tostadas e especiadas,
cavesrendeiro um toque de vegetal seco, é um conjunto
equilibrado, persistente e sedutor.
cavesrendeiro
GOLD MOUNTAINS COMPANY
<10 Defeituoso | 10-11,9 Fraco | 12-13,9 Médio | 14-15,9 Bom | 16-17,9 Muito bom | 18-18,9 Excelente | 19-20 Impressionante
17,5
QUINTA DA ALORNA
RESERVA DAS PEDRAS
DOC TINTO RESERVA 2017
17,5 QUINTAS DE BORBA
DOC TINTO GRANDE RESERVA 2016
€ 13,10 alentejo 14,00% vol.
€ 19,99 do tejo 13,00% vol. ENologia
ENologia ÓSCAR GATO
MARTTA REIS SIMÕES ALICANTE BOUSCHET, SYRAH E TOURIGA
NACIONAL
CASTELÃO
COR Granada, limpo.
COR Rubi definido, limpo.
AROMA Elegante, oferece aromas a fruta madura,
AROMA Mentolado, revela notas de frutos pretos e com destaque para mirtilos, amoras,
derivados de cacau. balsâmico.
SABOR Madeira bem integrada a deixar espaço SABOR A madeira muito bem integrada, notas de
para a fruta, mas a deixar complexidade, cacau e especiarias, boa estrutura, taninos
taninos firmes, termina persistente. finos, bela frescura e persistência.
QUINTA DA ALORNA VINHOS ADEGA DE BORBA
<10 Defeituoso | 10-11,9 Fraco | 12-13,9 Médio | 14-15,9 Bom | 16-17,9 Muito bom | 18-18,9 Excelente | 19-20 Impressionante
17,3 BULAS
PORTO DRY WHITE 30 ANOS (500ML)
€ 68,50 porto 20,00% vol.
ENologia
JOANA DUARTE E ROSÁRIO CARVALHAIS
VIOSINHO,CÓDEGA DO LARINHO, RABIGATO
MORENO E MALVASIA REI
Âmbar com intensos tons alaranjados,
COR
limpo.
AROMA Elegante, com sedutoras notas de frutos
desidratados, confitados e tosta suave.
SABOR Encorpado, com uma excelente relação
acidez/doçura, bebe-se com muito
prazer, saboroso e frutado, termina
persistente.
M. BULAS CRUZ
17 BODAS REAIS
DOC TINTO GRANDE ESCOLHA 2017
€ 7,60 BEIRA INTERIOR 14,50% vol.
ENologia
CARLOS SILVA
TOURIGA NACIONAL, TINTA RORIZ E VINHAS
VELHAS
Rubi com bastantes reflexos
COR
avermelhados, limpo.
AROMA Sofisticado, com evidentes notas de frutos
silvestres e especiarias.
SABOR Bem estruturado, tem taninos aveludados,
frescura, notas tostadas e especiadas,
termina persistente.
COOP. AGRÍC. BEIRA SERRA
17,5
SABOR Harmonioso e equilibrado na boca,
REGUENGOS TRIFOLIUM
mostra frescura vibrante, frutado, notas
DOC TINTO GRANDE RESERVA 2017 tostadas discretas, ligeiro vegetal, final
€ 17,90 alentejo 14,50% vol. longo.
ENologia ADEGA DO CARTAXO
RUI VELADAS E TIAGO GARCIA
CASTAS
17
ALICANTE BOUSCHET, TRINCADEIRA E ARAGONEZ HOLMINHOS
COR Rubi intenso, denso. DOC TINTO RESERVA 2017
AROMA Concentrado, vai-se revelando com o tempo, € 20,00 douro 14,00% vol.
frutos pretos, compota, noz-moscada, baunilha,
ENologia
cacau. MIGUEL MONTEIRO
SABOR Tem bom corpo e volume, acidez correta, fresco,
TOURIGA NACIONAL
gastronómico, taninos firmes mas macios, boa
madeira, especiado, deixa um final persistente. COR Rubi com reflexos avermelhados, limpo.
CARMIM AROMA Distinto, partilha notas de frutos maduros,
T. +351 266 508 200 vermelhos e de baga, arbusto.
[email protected]
SABOR Taninos macios e envolventes, perfil
www.carmim.eu
carmimreguengos frutado com tostados a enriquecer o
conjunto, elegante e persistente no final.
carmimreguengos
QUINTA HOLMINHOS
<10 Defeituoso | 10-11,9 Fraco | 12-13,9 Médio | 14-15,9 Bom | 16-17,9 Muito bom | 18-18,9 Excelente | 19-20 Impressionante
17 CARDEIRA
DOC TINTO RESERVA 2016
€ 24,00 alentejo 15,00% vol.
ENologia
FILIPE LADEIRAS
ALICANTE BOUSCHET, TOURIGA NACIONAL,
PETIT VERDOT E CABERNET SAUVIGNON
COR Granada, limpo.
AROMA Intenso em positivas notas de evolução e
estágio em madeira.
SABOR Bom corpo, taninos macios, acidez
correta, deixa notas tostadas, fumadas e
especiadas, termina longo e saboroso.
HERDADE DA CARDEIRA
<10 Defeituoso | 10-11,9 Fraco | 12-13,9 Médio | 14-15,9 Bom | 16-17,9 Muito bom | 18-18,9 Excelente | 19-20 Impressionante
17 € 35,00 17 € 14,00
Dª LURDES MADRE DE ÁGUA GAMBOZINOS
DOC BRANCO 2014 DOC BRANCO RESERVA 2019
17
QUINTA DA TERRINCHA
VINHA DA CASA BRANCA 17 MONTE DA CAPELA
DOC TINTO 2020
DOC TINTO 2017 € 9,99 alentejo 13,50% vol.
€ 29,90 douro 13,50% vol. ENologia
ALEXANDRA MENDES
ENologia
LUÍS CORTINHAS ALFROCHEIRO
FIELD BLEND COR Rubi definido, limpo.
COR Granada, limpo. AROMA Elegante, revela notas de frutos pretos
AROMA Exuberante, destaca notas de estágio em maduros e frutos silvestres.
madeira, especiaria, algum balsâmico, SABOR Tem bom corpo e volume, taninos
mentol. redondos, boa acidez e frescura, mantém
SABOR Tem um toque picante, que aliado à frescura a fruta e deixa um final longo e atrativo.
resulta num conjunto bem gastronómico, casa clara
tem taninos macios e final persistente.
QUINTA DA TERRINCHA
17 QUINTA DO CERRADO
DOC BRANCO RESERVA 2018 17 MORGADO DE BUCELAS CUVÉE
DOC BRANCO 2020
<10 Defeituoso | 10-11,9 Fraco | 12-13,9 Médio | 14-15,9 Bom | 16-17,9 Muito bom | 18-18,9 Excelente | 19-20 Impressionante
17 € 14,00
PRIOR LUCAS HABEMUS R
DOC TINTO 2019
SINGLE VINEYARD
COR
Rubi definido, limpo.
AROMA
Distinto, notável, seduz pelas elegantes
notas frutadas, grãos torrados e
especiarias.
SABOR
Taninos ricos e sólidos, boa acidez a
conferir frescura ao conjunto, mantém
a fruta, destaca frutos de baga silvestre,
é persistente e promete evoluir bem em
garrafa.
PRIOR LUCAS VINHOS
RUI LUCAS
T. +351 919 195 577
[email protected]
https://priorlucas.pt
priorlucasvinhos
priorlucasvinhos
17 SEM IGUAL
DOC BRANCO ESCOLHA 2018
€ 13,00 VINHO VERDE 12,50% vol.
ENologia
JORGE SOUSA PINTO
arinto e azal
<10 Defeituoso | 10-11,9 Fraco | 12-13,9 Médio | 14-15,9 Bom | 16-17,9 Muito bom | 18-18,9 Excelente | 19-20 Impressionante
IX H
ÃO N
PELO VI
17 REGUENGOS TRIFOLIUM
DOC BRANCO GRANDE RESERVA 2018
€ 16,90 alentejo 13,50% vol.
ENologia
RUI VELADAS E TIAGO GARCIA
ANTÃO VAZ, ROUPEIRO E ARINTO
16,8 CARDEIRA
DOC TINTO 2018
€ 14,00 alentejo 14,50% vol.
ENologia
FILIPE LADEIRAS
TINTA CAIADA, ALICANTE BOUSCHET, TOURIGA
NACIONAL, TOURIGA FRANCA E CABERNET
SAUVIGNON
COR Rubi, limpo.
17
AROMA Intenso em notas frutadas, com
PURO CAVES RENDEIRO predominância para frutos pretos,
REG TINTO ESCOLHA 2015 amoras, mirtilos, ameixas.
€ 3,50 lisboa 14,00% vol. SABOR Muito bom, prazeroso, com boa acidez e
frescura, taninos aveludados, frutado, bom
ENologia
NUNO GALVÃO corpo e volume, termina longo e harmonioso.
CASTAS HERDADE DA CARDEIRA
SYRAH
16,5
COR Rubi definido, limpo. CAMOLAS SELECTION PREMIUM
AROMA Sofisticado, tem aromas frutados, a remeter para DOC BRANCO 2019
frutos pretos e compotas, especiarias pretas.
€ 5,90 palmela 12,00% vol.
SABOR Elegante, muito direto, deixa notas de mirtilos,
ENologia
amoras e bagas, tem bom corpo e volume, frescura FRANCISCO CAMOLAS E ANTÓNIO M SANCHES
atrativa e um final de boca expressivo e persistente.
MOSCATEL GRAÚDO
CAVES RENDEIRO
SOCIEDADE COMERCIAL DE VINHOS Amarelo citrino com tons esverdeados,
COR
T. +351 919 373 270 limpo.
T. +351 263 760 694 AROMA Intenso em notas cítricas, com destaque
[email protected] para laranja e folhas de laranjeira.
www.cavesrendeiro.com
cavesrendeiro SABOR Harmonioso, acidez correta e envolvente,
perfil gastronómico, fruta aliada a notas
cavesrendeiro
tostadas ligeiras, final longo e atrativo.
adega camolas
<10 Defeituoso | 10-11,9 Fraco | 12-13,9 Médio | 14-15,9 Bom | 16-17,9 Muito bom | 18-18,9 Excelente | 19-20 Impressionante
€ 19,78
DOC TINTO 2020
alentejo
ENologia
15,50% vol. 16,5 € 11,00
QALT UNOAKED
FILIPE LADEIRAS
DOC TINTO 2019
ALICANTE BOUSCHET, TOURIGA NACIONAL,
TOURIGA FRANCA E TINTA CAIADA
COR Rubi, limpo. douro 13,50% vol.
SABOR Saboroso, mais elegante, frutado, com TOURIGA NACIONAL, TOURIGA FRANCA
notas de especiarias, taninos finos, acidez E TINTA RORIZ
a equilibrar o álcool, final longo. COR
HERDADE DA CARDEIRA Rubi, limpo.
AROMA
Harmonioso, destaca elegantes notas de
frutos vermelhos frescos, morangos e
16,5 ORIGEM
DOC BRANCO RESERVA 2020 16,5 QUINTA DA TERRINCHA
DOC BRANCO 2020
€ 20,00 douro 14,50% vol. € 6,49 douro 13,50% vol.
ENologia ENologia
MIGUEL MONTEIRO LUÍS CORTINHAS
VIOSINHO, ARINTO E GOUVEIO RABIGATO, GOUVEIO,
VIOSINHO E ARINTO
COR Amarelo citrino, limpo.
COR Amarelo, límpido.
AROMA Harmonioso, destaca notas de frutos
brancos e citrinos, tosta suave. AROMA Harmonioso, destaca delicadas notas
cítricas e de flores e folhas de laranjeira.
SABOR Tem bom corpo e volume, acidez correta,
deixa algumas notas de estágio em SABOR Fresco, cativante, tem boa estrutura,
madeira, termina longo. mantém a fruta, deixa um final longo e
gastronómico.
QUINTA HOLMINHOS
QUINTA DA TERRINCHA
<10 Defeituoso | 10-11,9 Fraco | 12-13,9 Médio | 14-15,9 Bom | 16-17,9 Muito bom | 18-18,9 Excelente | 19-20 Impressionante
16,3 € 9,95
MONTE DA BONANÇA VINHAS
VELHAS DE SEQUEIRO
REG BRANCO 2020
<10 Defeituoso | 10-11,9 Fraco | 12-13,9 Médio | 14-15,9 Bom | 16-17,9 Muito bom | 18-18,9 Excelente | 19-20 Impressionante
16 ADEGA DE BORBA DOC ALENTEJO BRANCO RESERVA 2019 15 PAVÃO DE ESPIRRA REG PEN. DE SETÚBAL TINTO CASTELÃO 2017
16 ALIANÇA DOC BAIRRADA ESPUMANTE ROSÉ RESERVA BRUTO BAGA 2017 16 QUINTA DA TERRINCHA DOC DOURO TINTO 2018
16 BACALHÔA REG PEN. DE SETÚBAL BRANCO (MAGNUM) CHARDONNAY 2020 16 QT DE VENTOZELO VINHA DO COLMEAL DOC DOURO TOURIGA NAC. 2019
15,8 BARRANCÔA REG ALENTEJANO TINTO (MAGNUM) 2017 16 QUINTA DO CERRADO DOC DÃO TINTO RESERVA 2017
16 BARROSINHA REG PEN. DE SETÚBAL TINTO CASTELÃO 2019 17,5 QUINTA DO SOBREIRÓ DE CIMA DOC BRANCO GRANDE RESERVA 2020
16 BOANGO DOC DOURO BRANCO 2018 16 QUINTA DO SOBREIRÓ DE CIMA REG TRANSMONTANO BR. VERDELHO 2019
15,8 BODAS REAIS DOC BEIRA INTERIOR BRANCO GRANDE ESCOLHA SÍRIA 2019 16 QUINTA S. FRANCISCO DOC ÓBIDOS TINTO (MAGNUM) 2017
15 CAMPELO DOC VINHO VERDE BRANCO 16 QUINTA VALE SANTA LUZIA DOC DOURO TINTO 2019
16 CARDEIRA DOC ALENTEJO BRANCO 2020 15,5 QUINTA VALE SANTA LUZIA DOC DOURO ROSÉ TINTA RORIZ 2020
16 CARDEIRA DOC ALENTEJO BRANCO VERDELHO 2020 17,5 RAMOS PINTO PORTO LBV 2017
15,5 CASA DE OLEIROS DOC VINHO VERDE ESP. TINTO BRU. RESER. VINHÃO 2018 15,8 RÉGIA COLHEITA DOC ALENTEJO BRANCO RESERVA 2020
16 CASCALHEIRA REG PEN. DE SETÚBAL TINTO CASTELÃO 2019 16 REGUENGOS TRIFOLIUM DOC ALENTEJO ROSÉ GRANDE ESCOLHA 2020
15,5 CEREJEIRAS REG LISBOA TINTO COLHEITA SELEC. (MAGNUM) 2014 15,5 SELEÇÃO DE ENÓFILOS ESPUMANTE BRANCO BRUTO
16 CEREJEIRAS REG LISBOA TINTO COLHEITA SELEC. (MAGNUM) 2015 15 SEM IGUAL DOC VINHO VERDE TINTO ESCOLHA 2019
15,5 DOM MARTINHO REG PEN. DE SETÚBAL TINTO (MAGNUM) 2018 16 SOU DO ALTO DOC BEIRA INTERIOR ESP. BRANCO BUTO NATURAL 2019
15,5 GÁUDIO REG ALENTEJANO ESP. ROSÉ BRUTO NATURE ARAGONEZ 2018 15,8 TAMARIZ ESPUMANTE BRANCO BRUTO ARINTO
16 GÁUDIO DOC ALENTEJO ESP. BRANCO BRUTO NATURE ANTÃO VAZ 2017 15,5 TAPADA DO MARQUÊS DOC VINHO VERDE BRANCO ARINTO 2020
15,8 HERDADE ESPIRRA DOC PALMELA TINTO CASTELÃO 2015 14 TAPADA DO MARQUÊS DOC VINHO VERDE BRANCO AZAL 2020
15,8 HERDADE ESPIRRA MÉTODO TRAD. DOC PALMELA TINTO CASTELÃO 2010 14,5 TERRAS DE FELGUEIRAS DOC VINHO VERDE ESP. ROSÉ SECO ESPADEIRO
16 MARTHA'S PORTO VINHO DO PORTO LBV 2017 16 TERRINCHA DOC DOURO TINTO 2019
16 MATA FIDALGA VINHAS VELHAS DOC BAIRRADA ESP. BRANCO BRU. RES. 2016 16 TERRINCHA DOC DOURO ROSÉ 2020
14,5 MATRIARCA DOC VINHO VERDE BRANCO RESERVA AVESSO 2019 15 TITULAR DOP DÃO TINTO 2021
15,5 MONTEIRINHOS DOC DÃO ESPUMANTE ROSÉ BRUT NATURE 16 VALE DA TEJA PORTO VINHO DO PORTO BRANCO
16 MONTEIRINHOS DOC DÃO ESPUMANTE BRUTO BLANC DE NOIRS 2018 15,8 VALE DE LOBOS REG TEJO ESP. BRANCO BRUTO FERNÃO PIRES 2016
16 NOEL PERDIGÃO TINTO 2015 16 VALE DE TOUROS VINHAS V. DOC PALMELA TINTO RESERVA CASTELÃO 2017
16 PACTUS REG LISBOA TINTO CABERNET SAUVIGNON 2016 16 VIA LATINA DOC VINHO VERDE TINTO GRANDE RESERVA VINHÃO 2019
15,5 PAVÃO DOC VINHO VERDE BRANCO GRANDE ESCOLHA 2020 15 VIA LATINA DOC VINHO VERDE ESPUMANTE BRANCO SECO
<10 Defeituoso | 10-11,9 Fraco | 12-13,9 Médio | 14-15,9 Bom | 16-17,9 Muito bom | 18-18,9 Excelente | 19-20 Impressionante
Vinhos Norte
De Fafe para o Mundo
> texto António Mendes Nunes > fotografia Carlos Figueiredo
O autor escreve segundo o antigo acordo ortográfico
O nome Vinhos Norte não dirá muito a algumas pessoas, mas se referirmos
marcas como Tapada dos Monges ou espumante Miogo outro galo cantará.
Na empresa familiar com sede em Várzea Cova, uma aldeia perto de Fafe,
a família Lima prossegue, em terceira geração, o objectivo de produzir
sempre com maior qualidade. Recentemente fez 50 anos e aliciou-nos para a
efeméride. Aconteceu na última semana de Novembro.
Os convidados chegaram a Fafe na noi- identitário de tempos passados) e, por isso De referir que tivemos oportunidade de
te anterior e logo aí começou o contac- bastante mal-amada por tantos. também provar os vinhos que, nos depó-
to com os vinhos Norte, num restaurante Refira-se a “a talhe de foice” que a vitelinha sitos, ainda acabavam uma fermentação
com o nome curioso de Ó Jorge. O que se de Fafe assada no forno tem uma Con- mais ou menos adiantada, para se poder
comeu? Fácil, uma posta de vitela assada fraria (membros fizeram-nos companhia perceber como será a colheita de 2021.
que fez companhia a um bem polido Vi- durante a estada) e que já foi entregue à Muito bem os novos brancos, o 100% Lou-
nhão, da gama Tapada dos Monges, fresco, Secretaria de Estado da Agricultura e Pes- reiro, com as tradicionais notas florais já
sem arestas. Um mimo. O vinhão, o vinho cas o pedido de Certificação desta iguaria bastante bem definidas e com boa acidez
de uma casta ainda mal conhecida nesta Regional. e o monocasta Alvarinho, a mostrar boa
versão moderna, que nada tem a ver com No dia seguinte, cedo, começou a visita à estrutura e uma promissora boa qualidade.
os vinhos rudes e ásperos que “pintavam adega e à prova clássica nas instalações da Para o almoço, a surpresa foi a ida até à Al-
as malgas” (a cor carregada é o único traço empresa (notas de prova em caixa à parte). deia do Pontido, uma terra abandonada, há
Possuindo uma completa gama de produtos, que vão desde vinhos do Douro
brancos, tintos e rosés a azeites Extra Virgem e gourmet, que se posicionam,
essencialmente, nas gamas premium e super premium, a Quinta dos
Nogueirões aposta em vinhos de produções limitadas a centenas ou poucos
milhares de garrafas apresentadas muitas vezes como edições especiais.
Apaixonada pela região do Douro, a famí- Ainda assim, o seu percurso histórico na nes. Entre as propriedades da família, des-
lia Salta e Monteiro sempre esteve ligada produção e comercialização de uvas teve tacam-se a Quinta dos Nogueirões, a Quin-
a uma diversidade de culturas, nomeada- apenas início nos anos 70, data a partir da ta do Praito e a Quinta Vale d´Amoninho,
mente pecuária, agricultura de sequeiro, qual a família apostou na reestruturação localizadas nas profundas veias de xisto da
vinhas e outras culturas autóctones. Para das suas propriedades e na sua conversão margem direita do Rio Torto, na sub-região
além disso, com atividade paralela na progressiva até aos dias de hoje. do Cima Corgo, com clima seco e quente,
preparação de terrenos para plantação, a Atualmente, o património familiar conta a altitudes compreendidas entre os 250 e
família deixou também nas duas últimas com cerca de 65 hectares, dos quais 50 os 600 metros, com exposição sobretudo
gerações, o seu marco na paisagem vinha- hectares de vinhas com idades entre os 6 e a poente, cultivadas nos moldes da produ-
teira Duriense através da construção de os 45 anos, 5 hectares de Olival e cerca de ção integrada e segundo as regras da arte.
emblemáticas quintas Durienses. 10 hectares com outras culturas autócto- Os vinhos, esses, são caracterizados por
uma identidade própria, tendo por base em 2018 estavam finalmente reunidas as de de adaptação e evolução do negócio
uma aposta em castas autóctones como condições para mais um “trilho”, a cons- em resposta a um ambiente de constan-
a Touriga Nacional, Touriga Franca, Tin- trução da Adega Quinta dos Nogueirões, te mudança. Neste sentido, “tentamos ser
ta Roriz, Touriga Francesa, Tinta Amarela, localizada em São João da Pesqueira. pioneiros, apostando na qualidade máxima
Tinto Cão, Baga, Tinta Barroca, Sousão, que se reflete em produtos irreverentes e
Tinta Francisca, Síria, Sauvignon Blanc, Ra- Vinhos com reconhecimento nunca descurando o cuidado na imagem,
bigato e Códega do Larinho, que melhor unânime do público e da crítica apresentando vinhos únicos e imprová-
se adaptam ao terroir e às características especializada veis”, indica Hélder Monteiro.
das diferentes parcelas, permitindo ganhos Como empresa familiar, a Quinta dos No- Neste contexto, o sócio-gerente da Quin-
de eficácia na produção e uma qualidade gueirões tem como premissa a vontade ta dos Nogueirões destaca o vinho Touriga
constante. expressa de manter a união do património, Nacional (antigamente apelidado de Tou-
O dever de transmitir o legado de geração respeitar tradições familiares e de negó- rigão) – Coleção da Família de 2015, um
em geração é um sentimento cravado no cio. Tudo isto sem esquecer, a necessida- vinho que tivemos oportunidade de pro-
seio familiar. Assim, em 2011 o mais novo de var na visita à Quinta. De cor rubi e aspeto
cinco irmãos, Hélder Monteiro, assumiu a limpo, revelou aroma balsâmico, com no-
responsabilidade de trilhar novos caminhos tas tostadas, verniz, especiarias, pimentas,
e fortalecer o património familiar, marcando cardamomo, noz-moscada, deixando um
presença no mercado com vinhos e azeites “como produzimos lotes de produções toque terroso e a cacau. Na boca destacou
de produção própria, com as marcas Quinta limitadas, por vezes alguns dos nossos notas vegetais, taninos ricos, ainda vigoro-
dos Nogueirões e Santo Graal. produtos esgotam com facilidade, sos, bom corpo e volume, boa estrutura,
Sem instalações de vinificação próprias e pelo que aconselhamos o consumidor grande acidez e potencial de guarda, notas
de forma a melhor conhecer os mercados a contactar-nos diretamente, para de estágio em madeira e um final persis-
para introdução dos produtos de forma encaminharmos o seu contacto ao tente. Um vinho que, aliás, já foi premiado
gradual e sustentada, a empresa transfor- nosso parceiro mais próximo da sua com “Paixão Pelo Vinho Excelência”.
mou a sua matéria-prima recorrendo à área de residência” Em destaque também está o vinho rosé
prestação de serviços durante 8 anos. Mas Identity das castas Tinta Amarela e Baga, o
Adega de Palmela
“Mais que fazer vinhos, fazer história!”
> texto Fernanda Silva Teixeira > fotografia D. R.
A Adega Cooperativa de Palmela é um 50 associados e com uma produção que 5 linhas automáticas de engarrafamento,
dos principais polos de desenvolvimento não excedia os 1,5 milhões de litros. Hoje, que garantem uma capacidade de produ-
de um concelho marcadamente agrícola. os 300 produtores que integram a associa- ção de 10 mil garrafas/hora e de até os 10
Potenciada pela ampla planície arenosa ção possuem uma área combinada de mil milhões de litros anuais.
que constitui grande parte do concelho, hectares e asseguram uma produção que Contando com a dedicação e esforço dos
a cultura da vinha e a produção de vinho ultrapassa os 8 milhões de litros, dos quais seus 40 funcionários, a instituição produz
têm, por razões históricas, um peso e uma 75% são de vinho tinto, 15% de vinho bran- marcas como Vale dos Barris (vinho re-
importância bastante grande para a eco- co e 10% de famoso moscatel de Setúbal. gional Península de Setúbal branco, tinto
nomia local. Tendo apostado na atualização tecnoló- e rosé), Adega de Palmela (DOC Palmela
Fundada em 1955 sob a designação de gica, quer ao nível do fabrico, quer nível branco, tinto, Reserva, Premium Reserva e
Adega Cooperativa da Região do Moscatel do engarrafamento, a Adega de Palmela Grande Reserva), Adega de Palmela (DOC
de Setúbal, a instituição iniciou a sua ativi- é desde 2003 uma unidade de produção Vinho Generoso Moscatel de Setúbal e
dade três anos mais tarde, em 1958, com certificada (ISO 9001-2000) e dispõe de Espumante Moscatel Bruto), Villa Palma
(DOC Palmela branco, tinto, rosé, Reserva é de estranhar que, a Adega de Palmela, Palma, marca exclusivamente dedicada a
branco e tinto e aguardente velha), Vale de marca de vinhos da Península de Setúbal, este canal. Não obstante, parte da estraté-
Touros (DOC Palmela tinto Vinhas Velhas represente um papel meritório e ativo na gia de crescimento da Adega para os pró-
Reserva), Amus (aguardente bagaceira de região, mantendo uma ligação afetiva e ximos anos passa por fomentar vendas na
Moscatel) e Pedras Negras (vinho de mesa emocional no apoio à produção agrícola e área da restauração. “Sentimos que neste
branco, tinto, vinho licoroso abafado e vitivinícola. canal ainda há um longo caminho a fazer”
aguardente bagaceira envelhecida), entre e, por isso, “estamos já a trabalhar nesse
outras marcas próprias e exclusivas. Vinhos de excelência sentido”, assume.
Por tudo isto, não é de estranhar que, nge- Reconhecida pela gama de vinhos de ex- Por tudo isto, é muito difícil definir o públi-
lo Machado, Presidente do Conselho de celência que produz, vendidos para o co-alvo dos vários néctares que saem da
Administração da Adega de Palmela, faça mercado nacional e internacional, a Ade- Adega de Palmela. Ângelo Machado ad-
um balanço positivo das mais de seis dé- ga Cooperativa de Palmela tem conquis- mite que o consumidor dos “nossos vinhos
cadas de atividade da cooperativa. “São 66 tado um crescente reconhecimento. Pro- é muito diversificado”. “Temos clientes de
anos de associativismo, em que as exigên- va disso mesmo, salienta o Presidente do todas as idades e de estratos sociais. Per-
cias são diárias. Ainda assim, apesar das di- Conselho de Administração, “há cerca de cebemos que o cliente está interessado e
ficuldades o balanço é positivo. A Adega de um ano lançamos uma gama de vinhos disponível para saber mais da história por
Palmela tem feito investimentos elevados, Premium Reserva, Vinhas Velhas Reserva detrás de um vinho”. Por essa razão, em
principalmente nos últimos anos, mas que e Grande Reserva, que nos trouxe alguma 2022, “iremos desenvolver mais dinâmicas
são necessários para o seu crescimento. dimensão de perceção de qualidade e no- de enoturismo na nossa Adega. Queremos
Sem o apoio dos nossos associados, nada toriedade. Não é que já não o tivéssemos, fomentar a visita para nos conhecerem, e
disto seria possível. Temos de ter sempre mas estas referências vieram dar-nos outra até fazer eventos na nossa cave”. Para tal,
em mente que trabalhamos numa perspe- dimensão para outros mercados”. terão uma equipa totalmente dedicada
tiva de longo prazo”. Quanto ao mercado nacional este é sem a este projeto que irá dar a conhecer e a
Apesar de contar hoje com cerca de três dúvida o mais importante. “Cerca de 70% provar as várias referências.
centenas de associados, “durante alguns da nossa produção vai para a Grande Dis- Em paralelo, a cooperativa apostou tam-
anos não aceitámos novos associados. No tribuição, onde também fazemos marcas bém recentemente numa nova identidade
entanto, no ano passado aceitámos a en- próprias e exclusivas, para além das nossas para a marca Vale dos Barris, de modo a
trada de mais alguns novos sócios. A união marcas principais (Vale dos Barris, Adega ampliar a sua imagem junto de um mer-
de esforços traduz-se em melhores resul- de Palmela, Vale de Touros, Palma e Pedras cado mais jovem, que alia a sofisticação
tados”, frisa ngelo Machado. Por isso, não Negras). Ao canal Horeca juntam o Villa e a qualidade na exigência das suas esco-
Brancos da Quinta
de Chocapalha
a frescura do Atlântico
> texto António Mendes Nunes > fotografia Ernesto Fonseca
O autor escreve segundo o antigo acordo ortográfico
2019
Muito aromático, citrino, com toque de ananás e maçã verde. Fresco e
atrativo, com ligeira salinidade. Na boca tem bom corpo e volume, tem
acidez que lhe confere frescura e apetência gastronómica. Termina longo.
2018
Aroma atrativo, com notas de maçã amarela, frutos de pomar e citrinos.
Fresco, tem boa acidez, bom corpo, mantém a fruta e alguma mineralidade.
Termina longo e prazeroso.
2017
Aroma com notas de folha de limoeiro, fruto de pomar. Bom corpo e
volume, citrino mais marcante, salino, com boa acidez, gastronómico.
Deixa um final longo e atrativo. Muito bom.
2016
Aromas a frutos maduros, limão amarelo, fresco. Na boca está mais
redondo, com boa acidez. Final harmonioso.
2015
Fruta madura, alguma flor, maçã reineta. Na boca está top. Excelente
acidez e frescura, bom corpo, ainda está para as curvas. Aos poucos
vai-se acentuando a evolução e as notas de oxidação, que deixa marcas
qualitativas. PROVA VERTICAL
ARINTO ESTAGIADO EM BARRICA
2014
Bem distinto dos anteriores, fruta madura, maçã, abacaxi, ligeiras notas de 2019
oxidação. Na boca é volumoso, tem acidez bem presente, cheio de vida. Expressivo, com notas de frutos maduros,
Com notas vegetais, fruta madura. Final atrativo. intenso em notas de tília. Na boca é seco, com
boa acidez, algo vegetal, tosta bem integrada,
2013 bom volume, termina fresco e persistente.
Frutado e salino, harmonioso, com ligeiras notas de querosene. Encorpado, Chegará ao mercado na Primavera de 2022.
envolvente, frutado, muito bom, deixa um final delicado e sedutor, com
alguma nota salinidade. 2018
É o que está, neste momento, no mercado.
2012 Muito fresco, salino, mantém a fruta e um toque
A idade aqui está bem assinalada pelas notas de querosene com espaço vegetal. Boca envolvente, rica, fresca, é um
para aroma a fruta madura. Salino, fresco, harmonioso, cheio de vida, deixa vinho sedutor. Deixa um final persistente, com
um final de boca com notas de oxidação, complexidade e frescura. ligeiro toque de pimenta. Muito bom!
2011 2017
Amarelo com reflexos limonados. Notas de oxidação, petrolados, vegetal, Mantém o perfil e a complexidade do 2018
menos atrativo. Impacto vegetal, acidez e frescura, mais volume, alguma mas é mais suave. Arejado revela a frescura e
fruta, vivo, deixa um final fresco e longo. as notas frutadas. Na boca é atrativo, salino,
com bom equilíbrio, seco, termina longo e
2010 gastronómico.
Nariz mais fresco, discreto, frutado, frutos secos. A idade sente-se mais
na boca, macio, com alguma frescura, algum querosene, frutos secos, 2016
harmonioso. Amarelo, com reflexos esverdeados. Já se
sentem as notas de evolução, num toque
2009 petrolado, perfumado, com um toque vegetal.
Amarelo com reflexos limonados. Notas de fruta mais fresca, algum floral, Na boca é envolvente, expressivo, salino, fresco,
delicado. Na boca destaca a frescura, as notas citrinas, casca dos mesmos, seco, grande vinho. Cheio de vida.
não deixando transparecer a idade. Muito bom.
2015
2008 Amarelo palha com reflexos dourados suaves.
A primeira edição, tem uma garrafa diferente, mais fina e verde. Nas Nariz mineral, fruta madura, envolvente e
colheitas seguintes mudou para branca. Revela notas frutadas, frutos sedutor. Mantém a frescura e salinidade,
citrinos maduros, frutos secos delicados, nuances suaves de querosene. Na tosta mais evidente, a sugerir especiarias,
boca mantém acidez, salinidade, notas vegetais, aromas mais terciários. complexidade, longo no final.
Domingos
Soares Franco
“Temos de estar constantemente a
evoluir com o consumidor”
> texto Mafalda Freire > fotografia Ernesto Fonseca
Domingos Soares Franco faz parte da sex- a licenciatura em Ciências de Fermenta- Em 1999, Domingos Soares Franco come-
ta geração da casa José Maria da Fonseca ções (Viticultura e Enologia) na Faculdade ça a construir a “maior adega de fermen-
(JMF) e conseguiu uma coleção invejável de Agricultura e Ciências Ambientais da tação do país”, à qual deu o nome do pai,
de prémios ao longo da sua carreira de Universidade da Califórnia em Davis, que “com um conceito diferente e o melhor
41 anos. O enólogo explica que “nunca termina em 1981. que existia em termos de tecnologia” e
foi forçado” a fazer vida na área do vinho que tem hoje uma capacidade de vinificar
e que a escolha foi feita “com o cora- O regresso a Portugal 6,5 milhões de litros de vinho. E esclarece
ção” porque andou “sempre no meio das Quando acabou o curso, ainda pensa “em ir à Paixão Pelo Vinho que este centro de vi-
vinhas”, ou não fosse ele herdeiro, junta- para o Brasil”, mas o chamamento familiar nificação era, “na altura, não só o maior de
mente com António Soares Franco, do foi mais forte e regressa a Portugal. O “fer- Portugal, como o 12º maior da Europa e o
negócio de vinhos da família que produz mentador”, como se designa e coloca nos 50º do mundo”.
famosos Moscatéis de Setúbal e alguns dos seus cartões de visita pois afirma que seu Foi com esta mentalidade de experimen-
mais conhecidos vinhos nacionais, como é “diploma é de Ciências da Fermentação”, tação e inovação que foi avançando e aju-
o caso do Periquita. diz que depois disso “teve de fazer uma re- dando a José Maria da Fonseca a tornar-
Depois de terminar o liceu, em 1975, Do- volução” e explica como: “Tive de provar -se, naquilo que é hoje. Em vésperas da
mingos Soares Franco tentou entrar no todos os vinhos feitos, alterar as castas e reforma afirma que o que mantém o su-
Instituto Superior de Agronomia, mas “por replantar tudo. Foi tudo à base de experiên- cesso da JMF da qual é Vice-Presidente
razões políticas da altura, ligadas ao meu cias, quando as vinhas tinham três anos via e que tem mais de 186 anos de história é
pai, rejeitaram a minha candidatura”, diz. o que davam e caso não fosse o que pre- a capacidade de transformação: “Temos
A recusa não o demoveu e foi tentar a tendia arrancava e plantava outra coisa”. de estar constantemente a evoluir com o
sorte em França onde foi aceite em Bor- consumidor”.
déus, Montpellier e Dijon, mas “ia perder
dois anos por causa do francês e não me A vida do enólogo
apetecia muito. Entretanto, os meus pais Sobre o dia-a-dia, revela que é essencial-
receberam a visita dos sócios americanos mente “vinha, laboratório, sala de provas,
e durante um jantar falou-se na possibili- pouco gabinete e secretária e uma expe-
dade de ir para os Estados Unidos”. Domingos Soares Franco fez a sua rimentação permanente” e destaca que
O enólogo confessa que quando foi “o primeira vindima na José Maria da está sempre a “pensar em novos tipos de
pensamento era ir e não voltar” e que se Fonseca em 1980. vinho e como lá chegar”. O enólogo faz
“despediu de Portugal”; em 1976 começa ainda uma analogia entre os vinhos e a co-
zinha: “Aprendi que os enólogos são como ao vinho” e nas brancas é uma com a qual elegância sui generis. É uma casta que tem
os chefs de cozinha. Sabemos o prato que quase não trabalha que é a casta “Alvari- todos os bons adjetivos, mas é preciso ser
queremos fazer e vamos à procura dos in- nho”. Isto “porque tem algo de extraordi- bem trabalhada e por quem sabe”.
gredientes certos, no caso dos vinhos são nário, consegue aromas excecionais e uma
as castas. Mas tudo tem de ser bem har- Aprender é a palavra de ordem
monizado para chegar aquilo que quere- Quase a reformar-se, Domingos Soares
mos fazer”. Franco explica que o pai sempre lhe disse
Domingos Soares Franco refere que, na que devia “sair pela porta grande, de ca-
altura em que começou, quis “tornar-se “Aprendi que os enólogos são como os beça fresca e na altura certa” e acha “que
diferente dos outros” e enveredou “pelas chefs de cozinha. Sabemos o prato que estão reunidas essas condições. É altura de
castas portuguesas, ao contrário do era queremos fazer e vamos à procura dos dar lugar à sétima geração”. Sobre o seu
usual” e que, por isso, se tornou “num fã ingredientes certos, no caso dos vinhos legado, o enólogo diz que deixa “as bases
das castas portuguesas e um grande de- são as castas. Mas tudo tem de ser bem e vinhos que podem trabalhar no futuro”,
fensor das mesmas”. Sobre as castas pre- harmonizado para chegar aquilo que mas o principal ensinamento é que “nunca
feridas, refere que nas tintas é a Touriga queremos fazer”. saberemos tudo e que todos os dias são
Francesa, em virtude da “elegância que dá dias de aprendizagem”.
Ana Mota é “uma rapariga do Douro”, nascida em 1972 e que trabalha desde 1995
na área dos vinhos. Começou na Real Companhia Velha e depois foi trabalhar
para a Quinta Nova e abraçar o projeto logo no início, após ter sido adquirida
pelo Grupo Amorim. “E cá estou há 20 anos. O projeto cresceu, eu cresci com
o projeto e o projeto também cresceu comigo”, partilhou à revista Paixão Pelo
Vinho. Fomos conhecê-la melhor e perceber como é o seu trabalho na Quinta
Nova de Nossa Senhora do Carmo, em plena região do Douro.
Neste projecto, foi começar tudo de novo? soal. E ficámos com o Jorge e está a correr Então e a própria vinha?
Sim. Quando o grupo adquiriu a proprie- bem. Há um entendimento e uma cumpli- A vinha é a base do vinho. Para haver bom
dade de 120 hectares, tinha 35 de vinha cidade muito grande a trabalhar. vinho, tem de haver boas uvas sem dúvi-
sendo que 7 eram de vinha centenária e da. A nossa vinha centenária e as nossas
28 de vinha adulta, com 45 anos. Hoje es- Na altura em que começou não era muito vinhas velhas são preciosidades para nós.
sas vinhas estão com 65 anos de idade, ou normal uma mulher dedicar-se à vinha e Está fora de questão estas vinhas serem
seja, são vinhas velhas. Plantámos 50 hec- à viticultura. Como é que soube que era eliminadas dos nossos projetos e todos
tares de vinhas entre 2001 e 2003 e, nesse isso que queria fazer? os dias olhamos para elas com muito ca-
ano, reformulámos a adega. Antes era uma Sou nascida e criada na Régua, por isso rinho mesmo e muita atenção. No caso da
adega antiga com cubas argelinas ainda. duriense de gema, e sou uma pessoa mui- vinha centenária, com atenção redobrada
Nesta fase, quando o Grupo Amorim to agarrada à família. Desde pequena que porque são videiras preciosas, que dão
comprou a Quinta Nova trazia associado sabia que não queria ir para longe dos uma qualidade extraordinária e que temos
a JW Burmester, uma empresa grande e meus pais, do meu irmão e da minha fa- de manter. O processo começa logo na
de relevância no sector do Vinho do Por- mília. Aqui no Douro, a única indústria que poda, na carga que deixamos e o número
to. Assim, a reformulação foi feita para a nós temos é a vinha e eu não gostava de de olhos que deixamos para dar uvas. Por
produção de Vinho do Porto e ficou uma vinho, mas não queria sair do Douro e que- muito que gostássemos de ter uma produ-
quinta projetada para a produção de um ria ficar perto da família. A minha mãe era ção maior e poderíamos esticar, temos de
milhão e quinhentos mil litros de Vinho professora primária e o meu pai trabalhava as preservar. Sabemos que se vamos puxar
do Porto. Em 2005, o projeto não estava a como gestor numa empresa automóvel e muito por elas, elas vão morrer mais cedo
correr exatamente como o esperado pelo aos 14 de anos decidi seguir agricultura e e, portanto, queremos uma consistência,
Grupo. O crescimento não foi como esta- disse-lhes. Caiu o carmo e a trindade, os queremos mantê-las e olhamos para elas
va projetado e decidiram vender a marca meus pais disseram que isso “para filhos de com muito cuidado mesmo. Cada videira é
e as instalações em Vila Nova de Gaia ao proprietários de quintas” e a minha famí- uma videira, não têm todas o mesmo tra-
Grupo Sogevinus. Ficou esta pérola que é lia não tinha um pé de vinha; “isso é um tamento de granjeio, cada uma tem aquilo
a Quinta Nova, que ficou sem marca e sem curso para o desemprego”, mas eu decidi que pode ter de forma a preservarmo-las o
enólogo, na altura. que queria trabalhar com vinha e fui para maior número de anos possível.
Lembro-me da Dra Luísa Amorim me ligar a escola agrícola. Fiz o curso profissional
e dizer “o meu Pai acabou de vender a JW e depois fiz formação superior e um está- Isso é um desafio?
Burmester e só fiquei eu e a Ana. Todas as gio na ADVID, que é uma associação para É um desafio muito grande porque temos
outras pessoas foram com a Burmester. o desenvolvimento da viticultura aqui da mesmo de ter bons técnicos, mas não só.
Agora eu vou agarrar a parte Comercial e região e que ainda existe. Depois comecei É preciso ter muita sensibilidade e eu acho
o Marketing e a Ana, a parte de produção”. logo a trabalhar, nunca mais parei e adoro que aí as mulheres levam a dianteira aos
Eu respondi que só percebia de viticultura o que faço. Só comecei a beber vinho aos homens, porque nós trabalhamos com a
e não sei fazer vinho, nem engarrafamen- 23 anos já com o Jorge porque ele já tra- cabeça, com a técnica, com a aprendiza-
to e a Luísa disse “vai ter de aprender”. Eu balhava com vinhos. Hoje adoro, adoro a gem, mas também com a emoção e o co-
disse OK, mas para fazer vinho tenho de vinha, as plantas e a área dos vinhos e não ração. Acho que isso faz toda a diferença
dominar a 100% o assunto e como não me via a trabalhar noutra área. nos projetos.
domino a 100% área técnica dos vinhos,
não poderia ser eu a fazer o vinho. Nes- Sente-se como uma guardiã de tesouros? Fala-se muito de produção biológica, bio-
sa altura (2005) veio o Rui Cunha, como Sim, sinto. Porque, no fundo, isto é o meu dinâmica e integrada…
enólogo consultor, durante um ano, e tí- projeto de vida profissional. Foi o que eu Nós trabalhamos em produção integrada
nhamos também um adegueiro. Em 2006, escolhi e embora seja uma simples cola- desde sempre, ou seja, há 20 anos desde
o Rui tinha vários outros trabalhos e con- boradora, sinto muito a Quinta Nova como que aqui chegámos. Sempre fizemos o
sultorias e não tinha muito tempo para o o meu projeto. Eu também ajudei a deli- máximo pela sustentabilidade. Começá-
nosso projeto e veio o Francisco Monte- near, a construir e a fazer crescer e dá-los mos logo pelas vinhas que plantámos, que
negro que esteve connosco até ao início a conhecer aos clientes e pessoas. Tudo têm as inclinações certas dentro dos pa-
de 2012. Em 2021, numa situação SOS, o aquilo a que chamamos tesouros são os tamares para não termos erosão e quedas
Jorge Alves, que é meu marido, veio-nos nossos vinhos e pequenos projetos. dos taludes. Começamos logo por imple-
ajudar e gostou muito. Ele já vivia o projeto mentar sistemas de não aplicação de her-
na retaguarda, porque eu levava trabalho bicidas e enrelvamento total de forma a
e paixão para casa. O Jorge foi ficando e promover a biodiversidade e isto ao fim de
tentámos arranjar outro enólogo, mas na 20 anos reflete-se e muito na qualidade da
realidade não encontrámos e como ele es- uva e também na utilização minimalista de
tava empenhado no nosso projeto a Luísa fitofármacos. Há cerca de 7 a 8 anos que
falou comigo e perguntou “como é tra- temos algumas vinhas em biológico por-
balhar com o seu marido?” e eu disse que que também não podemos colocar toda a
era bastante interessante, porque às vezes A vinha é a base do vinho. Para haver propriedade porque isto é uma indústria e
levava trabalho para casa e pedia a opinião bom vinho, tem de haver boas uvas sem temos de ter uvas, mas também faz parte e
dele e agora fica resolvido no trabalho e dúvida. temos de aprender qual é a melhor forma e
temos mais tempo para a nossa vida pes- o melhor contexto. Neste momento, esta-
mos a avançar para o biodinâmico e já te-
58 • Paixão pelo vinho • edição 84
mos 3 hectares que vamos tratar de forma antigas, todas elas têm patamares de dois medida que reconvertemos, vamos mudar.
biodinâmica. Eu estou a fazer uma forma- bardos. Efetivamente o tratamento do ta- Para o ano vamos reconverter duas parce-
ção, neste momento, nessa área. Fizemos lude é uma tarefa muito cara, dentro da las, cerca de 4 hectares em que 3 hectares
uma viagem, no ano passado, a Espanha viticultura é a tarefa mais cara que temos, são vinhas ao alto, que vamos manter, e o
e a França para visitar projetos que traba- a que mais dinheiro custa. Atualmente, a outro hectare é patamares de dois bardos
lham a biodinâmica e viemos de lá encan- plantação e a construção de patamares e vamos colocar patamares de um bardo.
tados. Agora vamos transpor isso para o de um bardo facilita muito porque dá para Vamos começar o nosso processo lenta-
nosso Douro o mais possível e com equi- utilizar as capinadeiras laterais nos tratores mente.
líbrio. Não podemos ser puritanos e dizer para fazer a limpeza dos taludes, da erva
agora vai ser assim e correr o risco de ficar que nasce. Aqui na Quinta Nova como não Nas vinhas centenárias?
sem uvas 3 ou 4 anos seguidos, não pode- temos patamares de um bardo, só de dois, As vinhas centenárias não são para subs-
mos fazer isso. Temos de ir com calma e esta tarefa é feita de forma manual. Depois tituir e não há patamares, nem vinhas ao
consistência. Assim, a ideia é aprendemos da vindima, todo o mês de novembro e alto. É para manter os terraços que exis-
e aplicamos e, assim, vamos evoluindo. cerca metade de dezembro, até ao início tem. Todos os anos há um número de
das podas, fazemos a limpeza manual dos plantas que morre e nós repomos um ba-
Que tipo de plantação funciona melhor taludes, ou seja, pessoas com enxada. Isto celo e no ano seguinte enxertamos com a
nesta região? sai caro, mas não temos outra forma. Hoje videira que está ao lado para não desvirtuar
Em termos práticos, o que é mais fácil para as coisas estão mais facilitadas para quem o mix daquelas castas que ali temos. Assim,
o negócio são as vinhas ao alto, não há começa e faz vinhas do zero, mas nós te- vão manter o sistema de armação que têm
dúvida. No entanto, no Douro devido aos mos vinhas adultas que já estão a dar néc- e é para ficar.
declives na região de montanha é muito tares preciosos e não podemos, porque é
difícil fazer muita quantidade de vinhas mais caro substituí-las. Vamos manter e à Havendo consciência dos cuidados com a
ao alto. Na Quinta Nova, temos 13% de vinha, todo o trabalho e investimento que
vinhas ao alto, em que conseguimos cer- requer, é natural que isso se reflita no pre-
ca de 5 mil plantas por hectare. O que em ço dos vinhos? Os consumidores pedem
termos de rendimento é muito bom, além vinhos baratos, mas isso é possível?
do facilitismo da utilização das máquinas e A fase que mais gosto é quando a vinha Vinhos baratos no Douro não é possível,
mesmo do trabalho das próprias pessoas. está em rebentação e crescimento inicial não existem e quando acontece descon-
Quando os declives são um bocadinho su- até chegar ao terceiro arame. Isso é fiem porque deve ser algum vinho a granel
periores e não conseguimos fazer vinhas maravilhoso, é o vislumbrar de um futuro que aqui veio parar. O Douro não tem cus-
ao alto, temos de fazer os patamares. Hoje muito próximo e sinal de que dali a três tos que nos permitam fazer vinhos baratos,
em dia, só é permitido construir patama- ou quatro meses estaremos em vindima. vinhos de 2 ou 3 euros não podem existir.
res de um bardo, nós como temos vinhas Até há meia dúzia de anos, ainda poderia
existir alguma coisa porque os vinhos DOC ga Nacional: depois tem de ter estrutura Há uma série de condicionantes, mas a
produziam-se em menor quantidade e os e um tanino firme e vou buscar uma Tinta nossa realidade está até à frente de muitos
proprietários das pequenas parcelas de vi- Roriz com 60 anos e volume vou buscar países em algumas coisas. Estamos a de-
nha faziam todo o trabalho da viticultura uma Touriga Franca com 50 ou 60 anos. senvolver coisas, por exemplo os Syming-
com a mão-de-obra caseira e não conta- Isso permite-nos ser artistas, ser criativos ton estão a desenvolver uma máquina de
bilizavam esse valor. Essas pessoas estão também com coisas que a natureza nos vindimar para trabalhar nos patamares. As
a desaparecer e os filhos cresceram, fugi- dá. Isto acontece também porque estou máquinas de vindimar existem há imensos
ram da região e têm outras vidas. Não têm aqui há 20 anos e conheço estas parcelas anos, quando comecei na Real Companhia
tempo, nem vontade de regressar e tomar como os dedos da minha mão. Até por- Velha já usávamos máquinas e vindimar na
contas das parcelas. que há muitos anos que vinificamos tudo Quinta do Cidrô, mas são 20 hectares e
Vinhos baratos no Douro com os custos separadamente por parcela e sabemos o quase tudo plano. São realidades diferen-
de granjeio que temos, com esta viticultu- que cada uma delas vai transportar para tes. O Douro tem de ser estudado e tem de
ra de montanha heroica não podem exis- os vinhos. Depois é a evolução em barrica, existir investimento também financeiro por
tir. O Douro é uma zona de clima muito mais tempo ou menos tempo, mais tosta, parte das empresas que têm a possibilida-
quente, pouca pluviosidade, as coisas são menos tosta, tanoeiro A, B ou C. Claro que de de o fazer e muita investigação, asso-
muito concentradas, são potentes, os vi- também tem a sua influência o casamento ciada às universidades, para se desenvolver
nhos são muito bons. Isto evoluiu muito entre o vinho, a madeira e o estágio, mas máquinas e não técnicas. A questão é que
com a geração de há 20/25 anos que a à nascença está feito. Está resolvido, sabe- nem sempre é possível utilizar com estas
UTAD e outras universidades formaram e mos se for uma vinha voltada a Sul, será condições topográficas a mesma maqui-
com os que estão a regressar ao Douro. um vinho mais madurão, se for voltada a naria que se usa pelo mundo. O que nos
Os netos de proprietários estão a regressar Norte, o vinho vai ser mais fresco, com transpomos das viagens pelo mundo são
e a fazer disto a sua vida. Esta nova gera- menos álcool, mais acidez e mais minera- pequeninas coisas. Nós sabemos que uma
ção trabalha, dedica-se, tem técnica, tem lidade. Vamos buscar estas pequenas coi- adega por gravidade é a melhor coisa que
know-how e por isso faz vinhos bons, que sas, que também é o nosso conhecimento existe, sabemos que se conseguirmos co-
têm de ser valorizados porque aqui não se do dia-a-dia e transpomos para a garrafa. locar as uvas na cuba sem serem bombea-
produz 20 toneladas por hectare. Portanto das, a natureza da fruta vai ser mais res-
as coisas têm de ter o seu preço e custa O mundo, Portugal e o Douro. Como es- peitada. É preciso pensar, viajar, ver como
muito dinheiro produzir vinho. tamos de viticultura? os outros fazem para depois adaptarmos
O Douro é uma surpresa. Aprendemos às nossas realidades. Vamos reformular a
Qual é a época do ano ou a parte do cres- muito quando viajamos, mas aprendemos nossa adega no próximo ano e vamos fa-
cimento da vinha que mais gosta? muito sobre perfis e estilos porque na parte zer entrar uvas nas cubas por gravidade,
A fase que mais gosto é quando a vinha técnica, efetivamente, no Douro esta está mas com tapetes elevatórios porque efe-
está em rebentação e crescimento inicial bem desenvolvida. Os outros não fazem tivamente não conseguimos colocar uma
até chegar ao terceiro arame. Isso é mara- melhor que nós e em pequenas coisas po- plataforma no telhado para colocar as
vilhoso, é o vislumbrar de um futuro muito demos adaptar, mas não podemos trans- uvas diretamente nas cubas. Viajar ajuda-
próximo e sinal de que dali a três ou quatro por. Cada região é uma região e o Douro mos com estas coisas, visitámos algumas
meses estaremos em vindima. é sui generis, é completamente diferente adegas que tinham três patamares de inox
de tudo o que existe no mundo. Isto mes- e as máquinas estavam por escadas para
Como é o terroir da Quinta Nova? mo nas zonas de encosta, como Valais na estarem por cima das cubas. Achamos que
Na Quinta Nova, temos muitos micro ter- Suíça, que tem terraços como os nossos e para nós a melhor solução são os tapetes
roirs. Os 85 hectares de vinhas estão em nos Açores que têm os murinhos (currais elevatórios.
enfaixados no Cima Corgo e num vale e curraletas) e as vinhas lá dentro, mas são
com muitas nuances. No fundo, dentro realidades diferentes. O Douro tem uma Se pudesse dar uma dica para os futuros
da quinta temos planaltos e vales. Temos grande mancha de vinha em que se tra- viticultores, qual seria?
altitudes que vão de 70 a 297 metros e balha com muito afinco e dedicação e a O Sr. Américo Amorim deixou-nos um le-
temos as castas (são oito), exceto a vinha técnica vitícola está perfeita. Os outros não gado forte, quem trabalhou diretamente
centenária que é uma vinha à parte, com fazem nada melhor do que nós. Temos é com ele sente esse peso todos os dias. Ele
vinhas a 100 e 280 metros. Temos vinhas, o problema da menor mecanização pelas dizia “o que tem passado, tem futuro” e a
às vezes da mesma casta, com exposi- condições de declive que temos nos nos- nossa viticultura heróica das vinhas velhas,
ção norte, sul, nascente e poente. Temos sos terrenos e além disso, imensa pedra. que dão muito trabalho e produzem pou-
41 parcelas de vinho individualizadas e co, arrisco a dizer: tenham coragem, man-
isso permite, por exemplo, quando a Luí- tenham, façam valorizar o vosso produto
sa idealiza um vinho, liberdade de pensa- porque tem encaixe, não desistam, mante-
mento. Vamos imaginar que queremos um nham que o Douro é isso. Não vai demorar
vinho fresco, com estrutura, com volume, muito tempo para que o Douro seja pro-
um reserva, por exemplo, que será um vi- O Douro tem uma grande mancha de jectado para o mundo. Mantenham a for-
nho que aguenta uma excelente evolução vinha em que se trabalha com muito ça, a energia, não desistam porque vale a
em garrafa entre 8 a 10 anos. Assim, para o afinco e dedicação e a técnica vitícola pena manter os projetos pequenos e man-
aroma, vou buscar vinhas que podem ser está perfeita. ter o nicho. O Douro é uma grande região
mais exuberantes com 20 anos de Touri- e vai conseguir.
Celebrar em grande
com garrafas Magnum e Espumantes
> texto Manuel Baiôa > fotografia Shutterstock
As garrafas Magnum estão associadas a que o envelhecimento do vinho tende a As regiões com maior tradição na produ-
momentos divertidos. Sempre que uma ser mais rápido, quanto menor é a capaci- ção de espumantes em Portugal conti-
destas garrafas é colocada em cima da dade da garrafa. nuam a situar-se a Norte, em zonas mais
mesa cria-se um grande impacto psicoló- Na prova realizada os tintos alentejanos frescas, em particular a Bairrada e a Távora-
gico, pois a expectativa dos convivas cres- aparecem em destaque, embora outras -Varosa, embora atualmente se elaborem
ce exponencialmente, esperando beber regiões e outros tipos de vinho também espumantes em todo o país. A produção
um vinho memorável. Estas garrafas têm tenham obtido altas pontuações. de espumante está associada a zonas mais
uma capacidade de 1,5 litros, ou seja, o do- O consumo de espumante estava num frias, pois para elaborar um bom vinho
bro de uma garrafa normal. Por isso, têm a passado recente muito limitado às festas base para espumante é necessário que o
dimensão ideal para as festas que juntam de aniversário, onde se bebia um espu- vinho tenha uma graduação alcoólica bai-
muita gente, uma vez que uma garrafa mante doce de fraca qualidade juntamente xa e uma acidez e pH adequados, que não
standard apenas dá para cerca de 10 a 12 com bolos, ou então, as vendas estavam é fácil conseguir em regiões quentes. No
copos. Assim, nos convívios com mais de circunscritas às festas de fim de ano. Hoje, entanto, atualmente devido a um maior
uma dezena de pessoas este é o tamanho felizmente, a sazonalidade tem vindo a es- conhecimento na vinha e na adega come-
perfeito para que todos os comensais pos- bater-se, pois os consumidores portugue- çaram a surgir bons espumantes em todas
sam beber o mesmo vinho. ses estão mais informados e exigentes e o as regiões portuguesas.
Antigamente apenas os vinhos premium e consumo de espumantes secos e brutos A prova de espumantes que realizamos de-
super premium eram engarrafados neste de qualidade tem vindo a afirmar-se, tendo monstra que os consumidores devem ter
formato e, em particular, os tintos. Neste a sua produção crescido consistentemen- confiança neste produto que começa a fa-
momento o acesso às garrafas magnum te na última década. O espumante bruto, zer parte do portefólio de muitas empresas
está mais democratizado, havendo vinhos é uma bebida versátil que pode acompa- nacionais desde a região do Vinho Verde
de todos os segmentos de preços e gene- nhar as refeições desde os aperitivos até às até ao Algarve, pois os mesmos revelaram-
ralizando-se o seu uso aos rosés, brancos, sobremesas, acompanhando com grande -se aromáticos, frescos e cremosos e são
espumantes e generosos, embora os tintos classe carne e peixe. a perfeita combinação para a maior parte
continuem a dominar. No entanto, ainda é da gastronomia portuguesa. Contudo, a
um formato um pouco mais caro do que Bairrada dominou a prova (seguida pelo Vi-
o standard de 750 ml. Este facto prende- nho Verde, Dão e Távora-Varosa), pois para
-se com diversos fatores, entre os quais, a além de ser a região com uma quota de
maior qualidade da garrafa e da rolha, os produção mais alta é também o local onde
maiores custos pela embalagem em caixa Os estudos apontam no sentido de os são produzidos alguns dos melhores es-
de madeira ou de cartão e do armazena- vinhos em garrafa magnum evoluírem pumantes portugueses, espumantes com
mento, por se engarrafarem menos unida- melhor, de forma mais harmoniosa, um longo estágio e elaborados através
des. equilibrada e lenta, pois existe menor do método clássico/tradicional, a fórmula
No entanto, as vantagens deste formato oxigénio no gargalo da garrafa face champanhesa que origina vinhos finos, de-
são muitas. Os estudos apontam no senti- ao volume de vinho. Sabe-se que o licados e sofisticados.
do de os vinhos evoluírem melhor, de for- envelhecimento do vinho tende a Em suma, um espumante não pode faltar
ma mais harmoniosa, equilibrada e lenta, ser mais rápido, quanto menor é a numa festa, pois causa entusiasmo e emo-
pois existe menor oxigénio no gargalo da capacidade da garrafa. ção. Por outro lado, deve pensar em gran-
garrafa face ao volume de vinho. Sabe-se de e abrir uma magnum.
MAGNUM
DOC TINTO GRANDE RESERVA DOC BRANCO (MAGNUM) 2018
(MAGNUM) 2013
VINHO VERDE 12,50% vol.
alentejo 14,50% vol.
ENologia
ENologia nuno silva
ÓSCAR GATO
ARINTO, LOUREIRO E ALVARINHO
TRINCADEIRA E ALICANTE BOUSCHET
COR
COR
Amarelo palha, limpo e brilhante.
Granada, limpo.
PRÉMIO AROMA
EXCELÊNCIA AROMA
2021
Intenso, vai crescendo no copo, destaca
A
Intenso, elegante, destaca notas frutadas,
P
18 ALENTO
REG TINTO RESERVA (MAGNUM) 2017 18 MONTE DA CAPELA
DOC TINTO RESERVA (MAGNUM) 2018
PRÉMIO € 30,00 alentejano 14,00% vol. PRÉMIO € 25,00 alentejo 14,50% vol.
EXCELÊNCIA ENologia EXCELÊNCIA ENologia
A
2021
LUIS LOURO A
2021
ALEXANDRA MENDES
P
P
O
IX H IX H
ÃO N ÃO N
PELO VI PELO VI
17,5 CARDEIRA
DOC TINTO RESERVA (MAGNUM) 2016 17,5 HERDADE DA CALADA BLOCK Nº3
REG TINTO (MAGNUM) 2016
€ 36,50 alentejo 15,00% vol. € 56,00 alentejano 13,50% vol.
ENologia ENologia
FILIPE LADEIRAS EDUARDO CARDEAL
ALICANTE BOUSCHET, TOURIGA NACIONAL, TOURIGA NACIONAL, ALFROCHEIRO E SYRAH
PETIT VERDOT E CABERNET SAUVIGNON
COR Granada, limpo. COR Rubi com reflexos avermelhados, limpo.
AROMA Concentrado, revela-se após algum AROMA Perfumado, intenso em notas florais,
tempo no copo, balsâmico, tostado e flores campestres e violetas, fruta
fumado, fruta madura. discreta, tosta.
SABOR A madeira está muito bem integrada a SABOR Muito agradável, tudo em equilíbrio,
deixar complexidade e estrutura, taninos taninos e acidez, fruta e madeira, deixa
polidos, boa acidez, persistente. um final especiado e persistente.
HERDADE DA CARDEIRA Herdade da Calada
<10 Defeituoso | 10-11,9 Fraco | 12-13,9 Médio | 14-15,9 Bom | 16-17,9 Muito bom | 18-18,9 Excelente | 19-20 Impressionante
ENologia
JOACHIM ROQUE
ALICANTE BOUSCHET, TRINCADEIRA, ARAGONEZ
E CASTELÃO
COR Rubi intenso, limpo.
AROMA Sentem-se os aromas do estágio em
madeira envolvidos em frutos pretos.
SABOR Muito bom. Bem estruturado, tem boa
PRÉMIO frescura e potencial gastronómico,
ESCOLHA taninos aveludados, especiarias e
2021
persistência.
A
P
MB WINES
O
IX H
ÃO N
PELO VI
<10 Defeituoso | 10-11,9 Fraco | 12-13,9 Médio | 14-15,9 Bom | 16-17,9 Muito bom | 18-18,9 Excelente | 19-20 Impressionante
17 ALENTO
REG BRANCO RESERVA (MAGNUM) 2019 17 MARTHA'S
TAWNY 10 ANOS (MAGNUM)
€ 25,00 alentejano 12,50% vol. € 29,99 porto 20,00% vol.
ENologia ENologia
LUIS LOURO MANUEL PEDRO MARTA
MAGNUM
ARINTO E ANTÃO VAZ TOURIGA NACIONAL, TOURIGA FRANCA, TINTA
AMARELA E TINTA RORIZ
COR Amarelo com reflexos esverdeados, limpo.
COR Âmbar, limpo e brilhante.
AROMA Elegante, com notas frutadas evidentes
AROMA Requintado, com grande equilíbrio,
aliadas a vegetal e tosta suave.
destaca notas de frutos secos, especiarias
SABOR Tem bom corpo e volume, frescura doces e tostados.
cativante, saboroso, descomplicado e
SABOR Saboroso, guloso, encorpado, é um
com um final longo e apelativo.
vinho muito harmonioso, com excelente
ADEGA DO MONTE BRANCO equilíbrio acidez/doçura, perfeito para
todos os momentos.
GOLD MOUNTAINS COMPANY
17 CARDEIRA
DOC TINTO (MAGNUM) 2018 17 PACIÊNCIA
REG TINTO RESERVA (MAGNUM) 2018
€ 22,60 alentejo 14,50% vol. € 15,00 tejo 14,50% vol.
ENologia ENologia
FILIPE LADEIRAS LUÍS GUIMARÃIS
TINTA CAIADA, ALICANTE BOUSCHET, TOURIGA SHIRAZ
NACIONAL, TOURIGA FRANCA E CABERNET
SAUVIGNON COR Rubi definido, limpo.
COR Rubi, limpo. AROMA Fresco, com notas de bosque, frutos
AROMA Cativante, intenso em notas de frutos maduros e desidratados, especiarias e
pretos, como amoras e mirtilos. tosta.
SABOR Bom corpo e volume, macio, tem bons SABOR Tem bom corpo e volume, taninos macios
taninos e frescura que confere vida e e envolventes, boa frescura, tostados e
apetência gastronómica, termina longo e alguma fruta, é saboroso e persistente.
apelativo. CASA AGRÍCOLA PACIÊNCIA
HERDADE DA CARDEIRA
17 CASA DE SANTAR
DOC TINTO RESERVA (MAGNUM) 2015 17 PORTA DA RAVESSA
REG TINTO RESERVA (MAGNUM) 2019
€ 28,90 dão 14,00% vol. € 12,99 alentejano 14,00% vol.
ENologia ENologia
OSVALDO AMADO MARIANA CAVACA
TOURIGA NACIONAL, ALFROCHEIRO E ARAGONEZ ALICANTE BOUSCHET, TOURIGA NACIONAL E
SYRAH
COR Granada, limpo.
COR Rubi, limpo.
AROMA Sofisticado, destaca aromas frutados, com
AROMA Silvestre, destaca as notas de frutos de
destaque para geleia de frutos vermelhos,
baga e amoras maduras, urze e flores do
flores, violetas.
bosque.
SABOR A madeira está muito bem integrada e
SABOR Taninos macios e envolventes, tem uma
deixa notas tostadas ricas e envolventes,
estrutura delicada e atrativa, mantém
fruta madura, especiaria e persistência.
a fruta envolvida em tosta e baunilha,
GLOBAL WINES / QUINTA DO ENCONTRO saboroso.
ADEGA DE REDONDO
17 FONTE DO OURO
DOC TINTO RESERVA (MAGNUM) 2017 17 QUINTA DA BACALHÔA
REG TINTO (MAGNUM) 2016
€ 19,00 dão 13,00% vol. € 18,99 PENÍNSULA DE SETÚBAL 14,50% vol.
ENologia ENologia
NUNO CANCELA DE ABREU FILIPA TOMAZ DA COSTA
TOURIGA NACIONAL, TINTA RORIZ, CABERNET SAUVIGNON E MERLOT
ALFROCHEIRO JAEN
COR Granada, limpo.
COR Rubi, limpo.
AROMA Harmonioso, destaca distintas notas de
AROMA Atrativo, destaca notas de estágio em
frutos maduros e um toque vegetal.
madeira bem integradas em frutos
vermelhos. SABOR O estágio em madeira a deixar notas
tostadas, especiarias, compota de
SABOR Macio, tem taninos agradáveis, acidez
morango, pimento, taninos macios, longo
correta a deixar frescura e potencial
e gastronómico.
gastronómico, toque pimenta e cacau,
persistente. BACALHÔA VINHOS DE PORTUGAL
boas quintas
<10 Defeituoso | 10-11,9 Fraco | 12-13,9 Médio | 14-15,9 Bom | 16-17,9 Muito bom | 18-18,9 Excelente | 19-20 Impressionante
17
e bagas. QUINTA S. FRANCISCO
SABOR DOC TINTO (MAGNUM) 2010
Envolvente, encorpado, com bons € 50,00 óbidos 13,50% vol.
taninos, macios, boa frescura a conferir
ENologia
perfil gastronómico, clássico mas MIGUEL MÓTEO
elegante, termina longo e saboroso.
CASTELÃO, ARAGONEZ E TOURIGA NACIONAL
VERCOOPE
União das Adegas Cooperativas da COR Rubi com tons acastanhados, limpo.
Região dos Vinhos Verdes
AROMA Compota de morango e framboesa,
T. +351 229 698 180
[email protected] tostados, cacau e derivados.
www.vercoope.pt SABOR Bom corpo e volume, taninos macios,
Vercoope frescura a prometer mais longevidade,
especiarias e final persistente.
COMPANHIA AGRIC. DO SANGUINHAL
17
QUINTA DAS CEREJEIRAS
DOC TINTO GRANDE RESERVA (MAGNUM)
2014
17 LADY LAURA
DOC BRANCO GRANDE ESCOLHA 2015
€ 18,00 VINHO VERDE 13,50% vol.
€ 50,00 óbidos 13,50% vol. ENologia
ENologia JORGE SOUSA PINTO
MIGUEL MÓTEO
AZAL E ARINTO
CASTELÃO, ARAGONEZ E TOURIGA NACIONAL
COR Amarelo límpido.
COR Rubi com reflexos acastanhados, limpo. AROMA Intenso em notas florais, fresco, mineral,
AROMA As notas de evolução positiva invadem os frutado.
aromas, muito bom. SABOR Mantém a frescura em destaque, tem bom
SABOR Tem bom corpo e volume, taninos corpo e volume, notas de frutos maduros,
integrados e macios, boa acidez, madeira, deixa um final longo e atrativo.
especiaria e fruto seco, termina longo e MANUEL NUNES DA COSTA CAMIZÃO
atrativo.
COMPANHIA AGRIC. DO SANGUINHAL
<10 Defeituoso | 10-11,9 Fraco | 12-13,9 Médio | 14-15,9 Bom | 16-17,9 Muito bom | 18-18,9 Excelente | 19-20 Impressionante
16 € 6,50 16 € 7,00
PORTA 6 RESERVA DOS AMIGOS
MAGNUM
PORTA DA RAVESSA
16,5 COLHEITA ESPECIAL
DOC TINTO (MAGNUM) 2020
€ 8,99 alentejano 13,50% vol.
ENologia
MARIANA CAVACA
TRINCADEIRA, ARAGONEZ E ALICANTE
BOUSCHET
COR Rubi definido, limpo.
AROMA Harmonioso, revela predominantes
notas de frutos vermelhos, compota de
morango.
SABOR Conjunto equilibrado, com taninos
aveludados, frescura atrativa a conferir
potencial gastronómico, frutado, longo Seja responsável.
e sedutor.
Beba com moderação.
ADEGA DE REDONDO
<10 Defeituoso | 10-11,9 Fraco | 12-13,9 Médio | 14-15,9 Bom | 16-17,9 Muito bom | 18-18,9 Excelente | 19-20 Impressionante
QUINTA DO
ORTIGÃO
17,5 € 22,00
VIRGÍLIO DE SOUSA
ESPUMANTES
DOC ESPUMANTE BRANCO BRUTO 2014
CHARDONNAY E BAGA
COR
Amarelo palha, brilhante, bolha fina e
persistente.
AROMA
Sofisticado, com alguma complexidade,
deixa notas citrinas e tropicais, abacaxi
bem maduro.
SABOR
PRÉMIO
Muito bom. Saboroso, frutado, tem sabor
PRESTÍGIO a brioche,tostados, musse crocante e
A 2021
envolvente, boa acidez,é gastronómico,
P
IX H
ÃO N
PELO VI
vigoroso, persistente.
Quinta da Mata Fidalga,
Agricultura e Turismo Rural
T. +351 231 525 558
[email protected]
www.qmf.pt
QMFPortugal
quintadamatafidalga
PRÉMIO
19 DOC ESPUMANTE BRANCO ESPECIAL CUVÉE
EXTRA BRUTO 2015
PRESTÍGIO € 29,90 bairrada 12,50% vol.
2 02 0
A
ENologia
P
IX H
ÃO
PELO VIN
OSVALDO AMADO
arinto
19
frutos brancos, frutos secos, tostados, e
QUINTA DOS ABIBES SUBLIME
cresce!
DOC ESPUMANTE BRANCO BRUT NATURE 2011
SABOR Com uma musse bem crocante, envolve o
€ 65 bairrada 12,50% vol. palato, seduz pela frescura, deixa notas de
ENologia biscoito, brioche e muita persistência.
N/TEM GLOBAL WINES / QUINTA DO ENCONTRO
CASTAS
arinto QUÊ 2
COR Amarelo citrino, brilhante, tem bolha muitíssimo
fina e persistente. 18 ESPUMANTE GRANDE RESERVA BRANCO
BRUTO NATURAL
AROMA Exuberante, requintado, com delicadas notas tostadas, € 15,99 N/TEM 11,00% vol.
brioche, fruto seco, vai crescendo no copo.
ENologia
SABOR Excelente, com grande volume, cremoso e RUI VIRGÍNIA E PATRÍCIA PIASSAB
envolvente, tem uma frescura desconcertante,
ARINTO E CHARDONNAY
perfeita, promissora, mantém notas frutadas e de
pastelaria fina, termina prolongado e apelativo PRÉMIO Amarelo citrino, brilhante, bolha finíssima
COR
Quinta dos Abibes
EXCELÊNCIA e persistente.
2021
A
T. +351 914 554 008 AROMA Perfumado, de grande elegância, destaca
P
IX H
ÃO N
PELO VI
<10 Defeituoso | 10-11,9 Fraco | 12-13,9 Médio | 14-15,9 Bom | 16-17,9 Muito bom | 18-18,9 Excelente | 19-20 Impressionante
17,3 € 15,80
CÔTO DE MAMOELAS
ESPUMANTES
alvarinho
COR
Amarelo citrino, brilhante, bolha fina e
persistente.
AROMA
Sofisticado, destaca notas de limão
maduro e laranja, tostados e brioche.
SABOR
Saboroso, com grande frescura, vivo e
gastronómico, vale a pena levá-lo para a
mesa, termina persistente e apelativo.
Provam - Produtores de Vinhos
Alvarinho de Monção
T +351 251 534 207
T +351 910 541 506
[email protected]
www.provam.com
Provam
DOM FERRO
17,5 DOC ESPUMANTE BRANCO BRUTO SUPER
RESERVA 2007
€ 27,00 vinho verde 13,00% vol.
ENologia
ANDRÉ FONSECA E FERNANDO SOUSA
Avesso
17,3 € 12
DOC ESPUMANTE BRANCO RESERVA EXTRA
BRUTO 2017
bairrada 12,50% vol.
SABOR Saboroso, tem musse envolvente, boa
frescura, mantém o perfil aromático,
gastronómico, termina persistente.
QUINTA DO FERRO
ENologia
N/TEM
CASTAS PRIMAVERA UNUM
ARINTO E BAGA
COR Amarelo salmonado, brilhante, tem bolha fina e
persistente.
17,5 DOC ESPUMANTE BRANCO BRUTO SUPER
RESERVA 2011
€ 25,00 bairrada 12,50% vol.
AROMA Conquista pelo aroma a fruta madura, nuances de
cerejas, bagas de goji e brioche. ENologia
ANTERO SILVANO
SABOR Cremoso, fresco, gastronómico, mantém a fruta
ARINTO, BAGA E BICAL
e seduz pelo grande equilíbrio em prova, perfeito
para todas as oacsiões, deixa um final de boca Amarelo citrino, limpo, bolha fina e
COR
longo e atrativo. persistente.
Quinta dos Abibes AROMA Intenso em notas citrinas, com destaque
T. +351 914 554 008 para laranja e toranja, nuances tropicais.
[email protected]
SABOR Fresco, crocante, com boa musse,
www.quintadosabibes.com
mantém o perfil frutado e termina
quintaabibes
persistente e sedutor.
quintadosabibes
CAVES PRIMAVERA
<10 Defeituoso | 10-11,9 Fraco | 12-13,9 Médio | 14-15,9 Bom | 16-17,9 Muito bom | 18-18,9 Excelente | 19-20 Impressionante
17 MURGANHEIRA
17 € 13,00 € 19,00
DOC ESPUMANTE BRANCO BRUTO 2013
TÁVORA - VAROSA
ENologia
13,50% vol.
GÉGÉ
MARTA LOURENÇO
ESPUMANTES
VALADOS DE MELGAÇO
17,5 DOC ESPUMANTE BRANCO RESERVA EXTRA
BRUTO 2017
17
MURGANHEIRA EXTRÈME DE PINOT
BLANC
€ 18,00 vinho verde 13,00% vol. DOC ESPUMANTE BRANCO BRUTO 2013
ENologia € 19,00 TÁVORA - VAROSA 14,00% vol.
FERNANDO MOURA E JOSÉ ANTÓNIO L.
GONÇALVES ENologia
MARTA LOURENÇO
Alvarinho
PINOT BLANC
COR Amarelo, brilhante, bolha fina e persistente.
COR Amarelo, limpo, bolha fina e persistente.
AROMA Elegante e sofisticado, fresco, destaca
AROMA Sofisticado, destaca notas de camomila,
citrinos e ananás.
flores de laranjeira e fruta.
SABOR Com a acidez em destaque, que lhe
SABOR Intenso, cremoso e envolvente, tem boa
confere frescura, é cremoso, envolvente
frescura, mantém a fruta, com destaque
e frutado, termina persistente e
para maçã verde, termina persistente.
gastronómico.
SOC AGR. COM. DO VAROSA
VALADOS DE MELGAÇO
ENCONTRO
17 DOC ESPUMANTE BRANCO BRUTO RESERVA
2015
17
QUÊ 4
ESPUMANTE SUPER RESERVA ROSÉ BRUTO
€ 12,59 bairrada 12,50% vol. NATURAL
ENologia € 15,99 N/TEM 11,00% vol.
OSVALDO AMADO
ENologia
BAGA RUI VIRGÍNIA E PATRÍCIA PIASSAB
<10 Defeituoso | 10-11,9 Fraco | 12-13,9 Médio | 14-15,9 Bom | 16-17,9 Muito bom | 18-18,9 Excelente | 19-20 Impressionante
ESPUMANTES
ESPUMANTE ROSÉ BRUTO NATURAL ESPUMANTE ROSÉ BRUTO
SEM IGUAL
QUINTA DA LABOEIRA 17 DOC ESPUMANTE BRANCO BRUTO NATURAL
17 QUINTA DO CERRADO
DOC ESPUMANTE ROSÉ RESERVA BRUTO 2016
16,5 DOC ESPUMANTE BRANCO RESERVA BRUTO
2019
<10 Defeituoso | 10-11,9 Fraco | 12-13,9 Médio | 14-15,9 Bom | 16-17,9 Muito bom | 18-18,9 Excelente | 19-20 Impressionante
16,5
CASA DE OLEIROS
DOC ESPUMANTE BRANCO BRUTO RESERVA
2018
16,5 QUINTA DE CARAPEÇOS
DOC ESPUMANTE BRANCO BRUTO 2018
€ 13,70 vinho verde 12,00% vol.
€ 8,00 vinho verde 12,00% vol. ENologia
ENologia JORGE SOUSA PINTO
ESPUMANTES
DOM FERRO
16,5 DOC ESPUMANTE BRANCO RESERVA BRUTO
2015
€ 15,00 vinho verde 12,00% vol.
ENologia
ANDRÉ FONSECA E FERNANDO SOUSA
Avesso
MIOGO
16,5 DOC ESPUMANTE BRANCO RESERVA EXTRA
BRUTO 2017
€ 15,00 vinho verde 12,50% vol.
ENologia
Nuno Silva
Arinto e loureiro
QMF
16,5 DOC ESPUMANTE BRANCO BRUTO RESERVA
PESSOAL 2015
€ 12,30 bairrada 12,50% vol.
ENologia
JOSÉ ANTÓNIO NEVES CARVALHEIRA
CHARDONNAY E ARINTO
<10 Defeituoso | 10-11,9 Fraco | 12-13,9 Médio | 14-15,9 Bom | 16-17,9 Muito bom | 18-18,9 Excelente | 19-20 Impressionante
JOSÉ SASSETtI
As rolhas
> fotografia Shutterstock
O autor escreve segundo o antigo acordo ortográfico
Não se trata apenas de ter boas castas, uma rolha inteira e é um óptimo vedante. va para nos enaltecer e diferenciar, neste
boas uvas, com muita qualidade, um bom A grande discussão tem a ver com o uso de mercado tão globalizado e uniforme, eu
terroir, fazer a melhor das vinificações, o vedantes sintéticos, de plástico ou outro defendo com unhas e dentes. Sim, a cor-
melhor estágio e o “timing” correcto para material. É uma discussão perdida pois são tiça é uma marca nossa, em todo o lado,
engarrafar. Trata-se, também e obrigato- produtos diferentes com a mesma função. principalmente no mundo dos vinhos. Mas
riamente, de ter uma boa imagem, ape- De facto, enquanto agente do sector, eu não só, numa infinidade de produtos que,
lativa, consistente e equilibrada, desde o considero que a sua função como vedan- graças a Deus, os empresários do sector
rótulo ao contra-rótulo, mas igualmente à te é exemplar. Esteticamente, na garrafa, souberam desenvolver e oferecer.
cápsula, ao tipo de garrafa e até à rolha. também existem grandes avanços e a ver- Como agrónomo lamento apenas que os
dade é que se adaptaram muito bem ao nossos governantes, desde há muito, te-
ROLHA OU VEDANTE? mercado e aos consumidores. Os custos nham esquecido a produção, o montado,
A grande questão, e desmistificando o as- para os engarrafadores são mais baixos. os sobreiros. Não é bom ver nos campos,
sunto, é termos, de facto, um bom vedante Tudo isto é verdade. Mas, como português, em muitas regiões, sobreiros doentes e a
que permita ao vinho, tão bem feito e pre- e Portugal é o maior produtor de cortiça morrer. É um sector que devia ser ampla-
parado, não ser afectado por maus aromas, do mundo, devemos igualmente defender mente acarinhado e apoiado. O futuro da
oxidações, má evolução, etc.. Apenas isso. o que é nosso: a cortiça. Sou um defen- cortiça começa na saúde dos montados e
A rolha de cortiça, um vedante natural de sor dos nossos produtos e tudo o que sir- no saber cuidar das doenças e das pragas
enormes qualidades, ninguém duvide dis- que vão atacando as nossas árvores.
so, tem que ser muito bem feita, limpa e O sobreiro é uma árvore extraordinária,
desinfectada, para fazer bem o seu papel. única. Temos exemplares com centenas de
Uma boa rolha de cortiça, inteira, não é anos. É uma espécie muito bem adaptada
barata e só é usada em grandes vinhos que ao nosso clima e aos nossos solos. É uma
acrescentam valor ao conjunto. Mas uma espécie de crescimento lento e, por isso,
rolha de cortiça microgranulada é igual- tem que ser sempre bem acompanhada e
mente um extraordinário vedante e cum- Como português, e Portugal é o protegida. Renova-se a cada ciclo de tira-
pre muito eficazmente a sua função. Aliás, maior produtor de cortiça do mundo, gem, única no género. Extraordinária.
este tipo de rolhas tem vindo a ganhar devemos defender o que é nosso: a Como português e como agrónomo eu sou
muitos adeptos entre os engarrafadores cortiça. um grande admirador desta árvore e um de-
dado que tem um custo muito inferior a fensor incondicional das rolhas de cortiça.
A época
das bolhas
efervescentes produtores de vinho têm os seus espuman- rada. Mas foi apenas em 1890, na Bairrada,
tes e Portugal não foge à regra. Atrevo-me que pelas mãos de José Maria Tavares da Sil-
e cintilantes mesmo a dizer, que muito do Champagne va se realizaram as primeiras experiências de
consumido no nosso país tem mais a ver espumantização, tendo os resultados desse
com vaidade e ostentação do que com a trabalho sido apresentados no ano seguinte,
A chegada de um novo ano, que qualidade da bebida em si e o prazer que dá faz agora precisamente 130 anos, efeméride
sempre se quer melhor que o a beber. Muita gente é capaz de gastar deze- que a Comissão Vitivinícola da região muito
anterior e, por maioria de razão, este nas de euros num Champagne banal e co- justamente comemora.
ainda mais, é tradicionalmente um mercial, com centenas de milhar e por vezes Depois disso muito se passou e a verdade é
momento de celebração que não milhões de garrafas produzidas anualmente, que a produção do espumante em Portugal,
devemos deixar passar em claro. Para mas torcer a nariz a um bom espumante de Norte a Sul do país, sofreu um grande
lhe dar as boas vindas, o ritual de português, de produção necessariamente desenvolvimento e evolução. Hoje é possí-
abrir e beber um bom espumante é limitada, produzido com o maior cuidado e vel encontrar bons espumantes de pratica-
obrigatório. atenção, de qualidade superior e que custa… mente todas as regiões do país, muitos deles
metade do preço. com castas autóctones, que acrescentam
A história do espumante em Portugal ainda diferenciação, por um valor muito razoável,
O vinho espumante é, desde há muito, a be- é relativamente curta. Certamente que terá pelo que só não bebe espumante quem não
bida escolhida para celebrar uma ocasião, sido trazido para Portugal pelos monges quiser. Mas mais do que isso, são também
um momento especial ou uma memória que beneditinos que por cá se estabeleceram e já várias as referências de grande qualidade
se quer manter. Com vinho espumante cele- não será por acaso que importantes mos- disponíveis no mercado, que apresentam
bra-se a chegada do ano novo, mas também teiros da ordem de Cister se estabeleceram espumantes distintos, refinados e de grande
o nascimento de um filho ou um casamento, nos dois principais centros de espumante caráter.
a conclusão de um grande negócio ou uma no país: o mosteiro de Tarouca em Távora- Por isso, apesar da incerteza em que, contra
vitória desportiva. As bolhinhas efervescen- -Varosa e os de Lorvão e Vacariça na Bair- algumas expectativas, continuamos a viver,
tes e cintilantes, libertadas após o vinho ter destes tempos que teimam em não norma-
sido aberto e vertido no copo, trazem consi- lizar e nos mantêm em suspenso, das amea-
go uma aura de magia, glamour e sofistica- ças de um novo confinamento que todos
ção que mais nenhuma outra bebida possui desejamos não venha a acontecer, não deixe
e por isso se tornou tão apetecível e famo- de celebrar. Continuam a existir razões, mo-
so. De entre todos os vinhos espumantes, o mentos e memórias dignas de celebração e
Champagne, com origem na região francesa As bolhinhas efervescentes e cintilantes, o ano novo, que todos almejamos venha a
de Champagne, é unanimemente consi- libertadas após o vinho ter sido aberto ser melhor do que o que agora finda, é cer-
derado o vinho espumante por excelência, e vertido no copo, trazem consigo uma tamente um deles. Olhe para o futuro com
sendo a ele também associados o luxo e a aura de magia, glamour e sofisticação esperança renovada e dê as boas vindas a
exclusividade, atingindo frequentemente que mais nenhuma outra bebida possui 2022 com espumante português. Deixe-se
preços estratosféricos. e por isso se tornou tão apetecível e contagiar pela alegria das suas bolhas efer-
Mas para celebrar não é necessário abrir famoso. vescentes e cintilantes e exclame:
uma garrafa de Champagne. Todos os países um excelente 2022 para todos! Saúde!
O Trava-Línguas tinto Douro DOC 2019 vente e elegante, com corpo médio, tani- vida pela consultora de tecnologia criati-
foi recentemente colocado no merca- nos bem integrados, final fresco e persis- va BOUND, que permite a visualização de
do. Produzido pela Poças, este vinho re- tente. Poderá acompanhar bem petiscos e uma animação em realidade aumentada
presenta uma aposta num segmento de cozinha italiana e tem o PVP recomendado no espaço do rótulo do vinho. Para isso
consumidor mais jovem e aponta para um de 6 euros. é necessário instalar a APP Poças Wines
consumo descontraído e descomplicado. O projeto Trava-Línguas tem por base, AR, através do QR code presente no con-
Mais do que o próprio vinho em si, importa como o nome indica, a exploração dos trarrótulo (acessível a Android ou IOS). Ao
destacar a ousadia que lhe está associa- tradicionais trava-línguas de que a língua apontar o smartphone com a aplicação
do, ao juntar a um produto tipicamente portuguesa, certamente à semelhança de aberta para o rótulo do vinho, este torna-
conservador como o vinho, uma imagem outras, é rica. Para a primeira edição deste -se no écran de uma animação visual, que
contemporânea e irreverente. Elaborado a vinho foi escolhido o famoso “o rato roeu complementa a ilustração visível do rótu-
partir das castas Touriga Nacional, Touriga a rolha da garrafa de rum do rei da Rússia”, lo. Por outras palavras, o rótulo abandona
Franca, Tinta Roriz, apresenta cor rubi bri- cujo rótulo foi concebido e ilustrado pelo o seu caráter estático e transforma-se no
lhante. Tem aroma intenso a frutos verme- artista André da Loba, que apresenta uma palco de uma narrativa visual que abre por-
lhos e do bosque, com notas de chocolate interpretação gráfica do trava-línguas. A tas para novas interpretações e perceções
e leve especiaria. Na boca revela-se envol- novidade consiste numa APP, desenvol- e transporta o consumidor para uma ex-
ADEGA BELÉM
URBAN WINERY
uma adega urbana no centro de Lisboa
> texto João Pereira Santos > fotografia Ernesto Fonseca
Em Portugal o conceito de “Adega Urba- Estar mais perto do consumidor. Catarina passou por várias adegas, tendo
na” ainda está a dar os primeiros passos. Catarina e David conheceram-se em 2010 trabalhado com António Saramago. Da-
Uma adega urbana não é mais do que uma através de uma amiga comum e ficaram vid por sua vez tornou-se professor na
adega dentro da cidade, ou seja, o local juntos a partir daí. Ambos estavam ligados Universidade de Lausanne, na Suiça, onde
menos provável para estar. Este concei- ao mundo académico, com doutoramen- desenvolveu estudos sobre enoturismo,
to já está presente em cidades de outros tos feitos, ela em biologia, ele em antro- tendo visitado adegas em vários países. Na
países, onde alguns produtores, em vez de pologia. Com vontade de mudar de vida, África do Sul, contam-nos, depararam-se
terem a sua adega junto das vinhas, trazem decidiram, em 2013, ingressar no Mestra- com uma adega mesmo em frente a uma
as uvas para a sua adega dentro da cida- do em Viticultura e Enologia do Institu- praia. A resposta para tão inusitada locali-
de, onde são vinificadas. Qual a vantagem? to Superior de Agronomia. Após o curso, zação era afinal simples: a praia durante o
16,5
ADEGA BELÉM ALVARINHO
CURTIMENTA
REGIONAL LISBOA 2020
100% ALVARINHO
12% • 14€
Fermentação completa em dorna
aberta. Estágio de 8 meses em barrica
com batônnage. Nariz intenso, vinoso,
com notas de limão e pêssego. Boca
muito fresca, untuosa, com algum
tanino e um final sério. JPS
dia enchia-se de gente que, ao ir embo- Por cima, uma sala e um terraço que em 17,5
ra, passava pela adega para comprar uma breve irão receber provas. ADEGA BELÉM UNICÓRNIO GRAÚDO
garrafa de vinho ou para beber um copo Para elaborar os seus vinhos são compra- ÂNFORA
e comer algo. Foi nessa altura que o casal das uvas ao ISA, mas também em Alenquer VINHO BRANCO 2020
descobriu o que queria realmente fazer. e Setúbal. Na vindima deste ano, já foram 100% MOSCATEL GRAÚDO
De volta a Lisboa começaram a procurar também utilizadas uvas de uma vinha de 15,5% • 22,5€
o local para construir o seu sonho. Foi Caparide, perto do Estoril. A vindima é feita Fermentação em contacto com as
encontrado numa antiga oficina de auto- com a ajuda da família e amigos. As produ- massas em talha de barro pezgada e
móveis, no centro de Belém, mesmo por ções são pequenas, mas existe um número estágio em inox. Amarelo dourado.
trás do MAAT. Após a compra teve início considerável de referências, fruto de uma Aromas intensos a resina e especiaria.
o processo legal de abrir e construir uma filosofia de descoberta que os leva a expe- Boca com estrutura, densidade e
adega no centro de Lisboa. Ao todo, foram rimentações constantes, ao nível de dife- textura. Conjunto com muito caráter,
necessários quatro anos. rentes formas de vinificação e estágio, seja fresco, com final longo e seco. JPS
Em 2020, a Adega Belém abre as suas por- em inox, barrica ou talha. Apesar do grande
tas. Na ampla sala de entrada, dominada cuidado com as questões ambientais e a
por um balcão em madeira, um wine bar sustentabilidade, não produzem vinhos na-
e loja de vinhos convida a ficar por ali. Nas turais. Praticam uma enologia de interven- 17
paredes quadros feitos pela família, de ção mínima, como dizem, mas fazem ao ADEGA BELÉM UNICÓRNIO GRAÚDO
onde são retiradas as imagens para os ró- vinho o que acham necessário, incluindo a BARRICA
tulos de vinhos e, para manter a memória utilização de doses mínimas de sulfitos. Os VINHO BRANCO 2020
do local, uma exposição de antigas ferra- trabalhos na adega são feitos com a porta 100% MOSCATEL GRAÚDO
mentas da oficina. A cadela Lili também aberta e quem por ali passar pode observar 14,5% • 22, 22,5€
por ali anda, como que a dar as boas vindas e até, se quiser, participar nos trabalhos. Fermentação com curtimenta em
e a pedir umas festas aos visitantes. A par- Os vinhos são genuínos e mostram a per- barricas abertas e estágio em inox.
tir da sala de entrada abre-se um corredor sonalidade dos seus autores. São vinhos Nariz intenso, floral, com notas de mel
onde estão colocados os equipamentos que cheiram e sabem a uva e deixam rasto. e fruta de caroço. Denso e amplo na
de vinificação e um pequeno laboratório E ressoam a uma alegria e felicidade verda- boca, com acidez bem marcada e um
e, ao fundo, a antiga estufa de pintura da deira, a mesma que afinal nos é transmitida final longo e seco. JPS
oficina transformada em sala de barricas. por Catarina e David quando nos recebem.
A SOVIBOR, adquirida em 2014 por Fer- o Alentejo, em particular com a sub-região da aquisição centrou-se no melhoramen-
nando Tavares, é uma histórica empresa de Borba, cujos vinhos distribuía. Com o to das instalações e aquisição de equipa-
produtora de vinhos de Borba, fundada passar do tempo, a ideia de se tornar pro- mento de enologia de última geração. Na
em 1968. As suas instalações, constituídas dutor de vinho foi inevitavelmente toman- adega juntam-se prensas tradicionais, la-
por dois edifícios de pródiga dimensão, um do forma. Apesar de pretender algo mais gares de mármore, talhas de barro, cubas
deles bicentenário, situam-se em pleno pequeno, quando a possibilidade de ad- de cimento, e tonéis usados, com a mais
centro da vila. quirir a SOVIBOR se colocou, não conse- moderna tecnologia.
Fernando Tavares é natural de Vale de guiu dizer que não e em vez de se tornar o Provavelmente mais importante que a
Cambra, à entrada da Região dos Vinhos pequeno produtor que sonhava, tornou-se adega, são as vinhas. A SOVIBOR gere
Verdes. Em 1991 funda a Sotavinhos, uma um grande produtor do Alentejo. atualmente cerca de 200 hectares de vi-
empresa de distribuição de vinhos e apro- nha, das quais 70 são vinhas próprias. De
fundou a sua ligação ao setor. Desenvol- ADEGA, VINHAS E VINHOS entre elas uma significativa percentagem
veu também uma afinidade particular com Grande parte do trabalho realizado a partir de vinhas velhas de sequeiro (não regadas),
SEM AMARRAS
Recentemente a gama Mamoré de Borba
foi enriquecida com a linha Sem Amarras,
resultado de algumas das experiências que
se fazem e que revelam maior diferencia-
ção e originalidade, quer seja ao nível das
castas utilizadas, da vinificação ou do es-
tágio, mas sempre com elevada qualidade.
Durante a apresentação à imprensa, o enó-
logo António Ventura referiu que será sem-
pre composta por vinhos “fora da caixa” de
pequenas produções. Para já, foram lança-
dos três vinhos: um branco de curtimenta
de 2018, feito a partir de uvas de uma vinha
velha de sequeiro de Antão Vaz, segundo
António Ventura uma casta ícone da SOVI-
BOR, com menos acidez que o Arinto, mas
muito maior complexidade. Com pisa a pé
em lagar de mármore, 65% do vinho esta-
gia 19 meses em barricas usadas de terceiro
ano e 35% em ânforas de barro cru por 12
meses; um Carignan Tinto 2020, também
oriundo de uma vinha velha, fermentou
em lagar de mármore sem engaço e esta-
giou apenas em inox durante seis meses,
de modo a conseguir a expressão máxima
desta casta, rara no Alentejo; e o TA39 Tinto
2017, resultado da fermentação em conjun-
to de uvas das castas Trincadeira e Alicante
Bouschet em lagar de mármore e estagiado
durante 15 meses numa talha não pesgada.
Vinhos de grande nível, diferentes e origi-
nais que certamente vão dar que falar, pois
acrescentam algo àquilo que conhecemos
e estamos habituados.
Foram também provadas as mais recen-
tes colheitas do Mamoré de Borba Reserva
branco e Mamoré de Borba Vinhas Velhas
Reserva tinto, respetivamente de 2020 e
2018, que confirmaram a qualidade e cará-
ter a que já nos habituaram.
Fernando Tavares pode sentir-se realizado
pelo que trouxe a Borba e ao Alentejo com
o seu projeto sólido, arrojado e diferencia-
dor. Dir-se-ia que nasceu uma nova estrela
em Borba, não fosse esta ter mais de 50
anos. Mas voltou a brilhar, como há muito
não se via.
P
O
O
IX H IX H IX H
ÃO N ÃO N ÃO N
PELO VI PELO VI PELO VI
Esporão
Guia Michelin
mais cinco estrelas para Portugal
> texto Mafalda Freire > fotografia D. R. / Ernesto Fonseca
O Guia Michelin revelou as estrelas da res- Brito; e o restaurante Al Sud, que faz par- Sustentabilidade é (e vai ser)
tauração portuguesa e são já 33 os estabe- te do hotel Palmares Ocean Living & Golf, chave
lecimentos com a famosa distinção. Ainda em Lagos, no Algarve, e que é dirigido pelo Na cerimónia de atribuição das distinções,
não foi este ano que os restaurantes portu- Chef Louis Anjos. Gwendal Poullennec, diretor internacio-
gueses receberam a tão aguardada tercei- O responsável do Al Sud salientou que foi nal dos Guias Michelin, destacou que os
ra estrela, nem há novos estabelecimen- “um grande orgulho receber esta distin- galardoados deste ano, em Portugal e Es-
tos com duas estrelas sendo que os “sete ção, decorridos apenas seis meses desde panha, “valorizam ao máximo os produtos
magníficos” de 2021 se mantêm: Casa de a abertura do restaurante” e referiu que “a locais” e falou de sustentabilidade como
Chá da Boa Nova; Alma; Belcanto; Il Gallo distinção é uma recompensa para toda a algo com que os restaurantes vão ter de
d’Oro, Ocean, The Yeatman e Vila Joya. equipa”. Em declarações ao jornal Público, se preocupar seriamente para manterem
Os cinco novos restaurantes portugueses Arnaldo Azevedo reconheceu que “ganhar as suas estrelas.
distinguidos com as estrelas Michelin são a estrela é difícil, mas mantê-la mais difí- Neste domínio, destaque para as estrelas
o Vila Foz, no Porto que é dirigido pelo cil é”. Ao mesmo jornal, Carlos Teixeira, verdes da Michelin, que distinguem os
Chef Arnaldo Azevedo; o Cura, restaurante que traz de volta uma estrela Michelin ao restaurantes que estão na linha da frente
do Ritz Four Seasons em Lisboa, liderado Alentejo, esclareceu que “é um sonho” e da gastronomia sustentável. Pela primei-
pelo Chef Pedro Pena Bastos; o restauran- revelou alguma surpresa por “não encai- ra vez Portugal foi também distinguido
te Esporão em Reguengos de Monsaraz, xar muito no estilo Michelin clássico” e o nesta categoria com dois restaurantes o
no Alentejo, à frente do qual está o Chef chef Pedro Pena Bastos afirmou estar “fe- Esporão, no Alentejo, e o Il Gallo D´Oro,
Carlos Teixeira; o restaurante A Ver Tavira, liz” e esta ser “uma responsabilidade muito na Madeira.
no Algarve que é liderado pelo Chef Luís grande para o resto da vida”.
**
Casa de Chá da Boa Nova - Rui Paula,
Leça da Palmeira
Alma - Henrique Sá Pessoa, Lisboa
Belcanto - José Avillez, Lisboa
Il Gallo d’Oro - Benoit Sinthon, Funchal
Ocean - Hans Neuner, Alporchinhos
The Yeatman - Ricardo Costa, Vila Nova
de Gaia
Vila Joya - Dieter Koschina, Albufeira
*
A Ver Tavira - Luís Brito, Tavira
Al Sud Al Sud - Louis Anjos, Lagos
Cura - Pedro Pena Bastos, Lisboa
Esporão - Carlos Teixeira, Reguengos
de Monsaraz
Vila Foz - Arnaldo Azevedo, Porto
100 Maneiras - Ljubomir Stanisic,
Lisboa
Eneko Lisboa - Eneko Atcha, Lisboa
Mesa de Lemos - Diogo Rocha,
Silgueiros
Epur - Vicent Farges, Lisboa
Fifty Seconds by Martin Berasategui,
Lisboa
Vistas - Rui Silvestre, Vila Nova de
Cacela
A Cozinha - António Loureiro,
Guimarães
Antiqvvm - Vítor Matos, Porto
Bon Bon - Louis Anjos, Carvoeiro
Largo do Paço - Casa da Calçada -
Tiago Bonito, Amarante
Eleven - Joachim Koerper, Lisboa
Feitoria - João Rodrigues, Lisboa
Fortaleza do Guincho - Gil Fernandes,
Cascais
G Restaurante - Óscar Gonçalves,
Bragança
Gusto by Heinz Beck - Heinz Beck,
Almancil
Loco - Alexandre Silva, Lisboa
LAB by Sergi Arola - Sergi Arola, Sintra
Midori - Pedro Almeida, Sintra
Pedro Lemos - Pedro Lemos, Porto
Vista - João Oliveira, Portimão
William - Luís Pestana, Funchal
Vila Foz
Cada terra com Embora desde 1521, com D. Manuel I, já ti- comprimento de um metro devia chamar-
vesse havido uma tentativa de uniformizar -se vara, ao decímetro devia chamar-se
seu uso, cada pesos e medidas, tornando o padrão oficial “mão travessa” quilograma chamar-se libra
o de Lisboa, poucos concelhos o seguiram ou ao litro canada o que,como se imagina,
lugar com a sua e, dentro de poucos anos já era outra vez o geraria ainda maiores confusões…
desacerto total. Outras reformas se segui- A partir de 1967 tudo entrou nos eixos e
medida ram sem resultados práticos, como a de D. acabaram-se as confusões.
Sebastião em 1575. Se é verdade que a nomenclatura era mui-
No século XVIII os franceses já tinham for- to variada (como curiosidade vejam-se as
Não foi fácil acabar com a confusão mado uma comissão de geógrafos, ma- origens de alguns termos usados em Por-
das medidas de capacidade, temáticos e astrónomos que em 1790 tugal até não há muitos anos.
de comprimento e de peso haviam introduzido em França o sistema Origem romana: Palmo, Covado, Libra,
em Portugal. Durante séculos métrico decimal. No início do século XIX Onça, Moio, Quarteiro, Sesteiro, Quinal.
praticamente cada terra tinha vieram para Portugal os padrões replicados Origem europeia: Vara, Alna, Marco, Búzio,
um valor diferente para a medida posteriormente no Arsenal do Exército para Quaira, Tonel, Pipa, Pinta, Puçal, Choupim.
do mesmo nome. As coisas só serem entregues Às Câmaras Municipais. Origem Árabe: Quintal, Arroba, Arratel, Al-
entraram nos eixos com a adopção Primeiro as Invasões Francesas (1807- queire, Almude, Fanega,
do sistema métrico decimal a 1 de 1812) depois o preríofo conturbado da su- Cafiz, Celamim, Cacifo), na verdade cada
Janeiro de 1860, no reinado de D. cessão de D. João VI e a Guerra Civil que uma destas medidas tinha um valor dife-
Pedro V. Mesmo assim com muitas se seguiu, entre os liberais e os absolutistas rente consoante a terra onde se estivesse.
reticências. Tudo aquilo vinha de (1832 a 1834) não permitiu que houvesse Luís Seabra Lopes é um académico (pro-
França e muitas das tropelias das presença de espírito suficiente para voltar à fessor na Universidade de Aveiro) estudio-
Invasões ainda não haviam sido questão. Seguiu-se uma década e meia de so da história da metrologia em Portugal.
esquecidas... total confusão e violência que só terminou Tem vários (longos) artigos publicados.
em 1847. Destacamos “Sistemas Legais de Medidas
Em Dezembro de1852, um decreto de D. Ma- de Peso e Capacidade, do Condado Por-
ria II adopta o Sistema Métrico Decimal com tucalente ao Século XVI”, um outro intitu-
a respectiva nomenclatura original, dando lado “A metrologia em Portugal em finais
um prazo de 10 anos para entrar em vigor. do século XVIII e a “Memória sobre Pesos
Antes de irmos à história das medidas anti- e Medidas” de José de Abreu Bacelar Chi-
gas uma referência à dificuldade que hou- chorro: (1795)” e ainda um outro ensaio
ve em serem aceites os nomes vinhos de “Medidas Portuguesas de Capacidade:
França, como atrás referimos, porque as Origem e Difusão dos Principais Alqueires
pessoas ainda se não haviam esquecido usados até ao Século XIX”.
das patifarias e crimes cometidos pelas São estudos interessantes para os curiosos
tropas de Napoleão durante as Invasões destas matérias. Quando escrevemos que
Francesas. Assim, foi proposto, se não es- não era fácil fazer negócios em diferentes
tou em erro por alguém da Academia das terras (por exemplo aforamento de terras,
Ciências que, se adoptasse o sistema de- cujo pagamento era geralmente em géne-
cimal e que embora a medida tivesse o ros) podemos dar como exemplo o texto
Vinhos Verdes
para além do que é
habitual!
Um universo próximo de 4000 viticultores difundidos na Região
dos Vinhos Verdes integra uma grande diversidade de terroirs
e de diferentes castas, o que permite que se encontre o que
se procure para determinado perfil de vinho. Estes viticultores
associados entregam as suas uvas às Cooperativas da sua vila/
concelho que por sua vez constituem a VERCOOPE.
A VERCOOPE apresenta, assim, ao mercado uma grande
diversidade de Vinhos Verdes, desde tranquilos a espumantes,
dos mais jovens e informais aos mais complexos e estruturados,
vinhos feitos a partir de várias castas ou de apenas uma casta.
Destacamos dois deles.
O espumante de Vinho Verde Via Latina rosé é dono de um
perfil jovem, fresco e muito vibrante. À vista mostra uma cor
rosa salmão bem viva e uma mousse suave e persistente. Revela
uma grande riqueza aromática com destaque para morangos
e framboesas, assim como notas citrinas típicas da Região dos
Vinhos Verdes. Elaborado a partir da casta Espadeiro e utilizando
o método Charmat, é perfeito para recepções, para iniciar uma
refeição e até para acompanhar sobremesas.
O Vinho Verde Via Latina Vinhão Grande Reserva 2018
tinto desde logo se vislumbra uma cor violeta profunda e
descobrem-se aromas de ameixa preta, mirtilos e amoras. Com
notas herbáceas e de chocolate preto, é denso, harmonioso e
de carácter firme. Tendo estágio de quatro meses em barrica de
carvalho americano, na mesa afina muito bem com cabrito no
forno, posta e rojões.
www.vercoope.pt
www.facebook.com/vercoope
www.instagram.com/vercoope
must have
Bomba
de vácuo
wmf
Grande vinhos não se
podem estragar! Sempre
que sobre na garrafa,
Quinta
use uma bomba de
vácuo para retirar o ar da
garrafa e assim preservar
do
o precioso líquido por
mais alguns dias. Tamariz
PVPR 35,00€ Três vinhos
brancos que
não podem
Martha’s faltar na
gastronomia
Vinha de Inverno
do Focada em mostrar ao mercado vinhos brancos intemporais que harmonizam
na perfeição com a gastronomia de Inverno, a Quinta do Tamariz, uma das
Legado mais antigas quintas de vinhos do Minho, lança três vinhos inesquecíveis com
uvas selecionadas nas parcelas da Quinta. São vinhos com longevidade que
aconselhamos a beber já, mas reservar algumas garrafas para mais tarde.
Reserva Quinta do Tamariz Alvarinho Reserva 2019, uma edição limitada de 1919
garrafas, com uvas oriundas de uma só parcela. Com fruta contida, muita
tinto 2019 mineralidade e interessantes notas de salinidade, é ideal para acompanhar pratos
de marisco e peixe, como açordas, massadas e arroz caldoso ou peixes assados
Elaborado a partir das castas no forno. Realça os sabores do Sushi sendo por isso uma boa companhia.
Sousão e Touriga Nacional, O Quinta do Tamariz Grande Escolha 2019 é um blend das castas Arinto e
este DOC Douro estagiou 12 Alvarinho. Um vinho que surpreende pelo volume e profundidade de boca. São
meses em barricas de carvalho 1313 garrafas ideais para acompanhar pratos consistentes de bacalhau ou polvo,
francês. É fresco e intenso no como Bacalhau à Lagareiro ou assado, polvo à lagareiro, cataplanas e também
nariz, com notas de frutos as comidas de conforto que apreciamos e que não gostamos de ver ofuscadas
pretos silvestres, toque floral pelo vinho.
e subtis notas da madeira, que O Quinta do Tamariz Garrafeira 2018 é um must-have em qualquer garrafeira.
afinam e dão complexidade. Um blend de Alvarinho e Arinto com cerca de 70% de Alvarinho, em que uma
Bem estruturado na boca, parte do Alvarinho e o Arinto estagiaram separadamente durante 12 meses em
tem taninos firmes e bem barrica de carvalho francês, outra parte do Alvarinho estagiou 12 meses em cuba,
envolvidos pela fruta, sendo depois feito o lote que se manteve numa cuba de 500 litros durante mais
textura suave, deixa um final 12 meses. Foram engarrafadas 660 garrafas que estagiaram em garrafa até ao
persistente e elegante. Está seu lançamento em Novembro de 2021. Ideal para pratos de carne, como o
disponível em garrafas de arroz de frango, o peru, cabrito ou borrego assado, uma posta de vitela na brasa
0,75cl, 1,5L 3L, 5L e 9L. ou magret de pato.
http://shop.marthasgroup.com www.facebook.com/quintadotamariz
Santa Vitória
Grande Reserva
A excelência do Alentejo
Um grande vinho cujas uvas são vindimadas e selecionadas
manual e criteriosamente. Revela frescura, intensidade, caráter
e estrutura conferida pelo estágio em barricas novas de
carvalho francês. Resultado do lote entre castas portuguesas
e estrangeiras, os vinhos desta gama são de enorme
complexidade, salientando bem o terroir da sua região. São
vinhos de grande longevidade e com uma forte personalidade.
No Santa Vitória Grande Reserva tinto 2017 as castas utilizadas
foram a Touriga Nacional, Cabernet Sauvignon e Syrah. Um
vinho de aroma muito equilibrado, marcadamente frutado com
notas de casca de laranja, chocolate preto e especiarias.
O Santa Vitória Grande Reserva branco 2019 revela um aroma
intenso a frutos tropicais complexado com notas minerais e
algum tostado das barricas onde fermentou e estagiou. Feito a
partir das castas Arinto e Chardonnay.
www.santavitoria.pt
www.facebook.com/casasantavitoria
www.instagram.com/casa.santa.vitoria
Caves Rendeiro
Três vinhos para o
acompanharem neste novo Ano
A Caves Rendeiro, sita na Quinta do Rendeiro, localiza-se numa zona
natural de beleza única, próxima da Serra do Montejunto e do Atlântico.
Esta proximidade cria um microclima, favorecendo a maturação das
uvas, produzindo Vinhos Tintos mais concentrados e Vinhos Brancos
mais frutados. Na Caves Rendeiro, o terroir existente, é fundamental na
produção de vinhos, distinguindo e descrevendo como cada casta se
expressa quando moldado pelo terreno envolvente. Através do dinamismo
e irreverência dos seus proprietários, tem vindo nas últimas décadas
a aliar intensamente a modernidade à tradição. Quinta do Rendeiro
Colheita Tardia, ideal para acompanhar sobremesas, foi obtido a partir
de uvas selecionadas das castas Moscatel Graúdo e Seara Nova, colhidas
manualmente no mês de novembro com recurso a uma ligeira maceração
pelicular e fermentação controlada. Na prova apresenta-se com aroma
terroso, ligeiro herbáceo frutado e de gosto doce lembrando lima e casca
de toranja. PURO Caves Rendeiro, a gama de monocastas, é obtido
exclusivamente através de castas selecionadas, sem estagiar em madeira,
de forma a evidenciar todas as características que cada uma pode oferecer,
sobressaindo através delas o nosso terroir. PURO Cabernet Sauvignon,
vinho tinto, ideal para acompanhar carnes estufadas ou assadas no
forno, de cor vermelha acastanhada e com aroma acentuado a pimentos
maduros, apresenta paladar suave, deixando uma sensação agradável pela
sua persistência gustativa. PURO Syrah, vinho tinto, com uma cor rubi
intensa, de aroma forte e complexo, é um vinho que apresenta fluidez,
ideal para acompanhar carnes de caça, macio de boca e persistente.
http://cavesrendeiro.com
Brindar ao
novo ano
Com muita classe!
A Empor Spirits apresenta uma seleção
distinta de bebidas premium perfeitos
para brindar ao novo ano, entre eles
destacamos o licor de chocolate de
Viena, Mozart Chocolate Cream, que traz
um pequeno copo para acompanhar os
momentos mais doces, tal como a época
exige; Champanhe Piper-Heidsieck Brut;
do Japão o Nikka Coffey Gin; e ainda
The Macallan M que é indispensável para
todos os que desejarem optar pela marca
mais valiosa de Whisky do Mundo para
fechar bem o ano. O número de opções
é vasto, alinhado com todos os gostos e
que permitirá celebrar a chegada de 2022
da melhor maneira.
http://emporspirits.com
Não é um livro qualquer. É uma obra que o nosso país já mere- logo quando fez determinado vinho desta ou daquela forma. Mo-
cia há muito tempo, de referência, intitulada “100 Grandes Vinhos mentos e pensamentos agora partilhados através deste livro, que
de Portugal”. Editado pela Zest Books, o livro inclui a seleção de acumula horas de provas e deliciosas conversas, a maioria delas
vinhos e textos da reconhecida jornalista e crítica de vinho Maria também ao redor de um copo.
João de Almeida, o design criativo da M&A Creative Agency, e a “São muitos anos dedicados ao mundo do vinho. E só com estes
produção final gráfica da VOX. Publicado separadamente em duas anos acumulados me atrevi a pensar num projeto desta natureza,
línguas, (português e inglês), os livros terão distribuição nacional o qual exige um profundo conhecimento da oferta que existe no
e internacional, tendo em vista reforçar a qualidade dos vinhos mercado. Era, sem dúvida, um livro que fazia falta. Já somos visí-
portugueses, mas também a sua internacionalização. Para fazer veis internacionalmente, os profissionais do setor já reconhecem
os prefácios foram convidadas duas personalidades incontorná- grande qualidade aos nossos vinhos, mas ainda há um grande
veis do sector, a crítica de vinhos inglesa Julia Harding (Master of trabalho a fazer junto do grande público”, afirma Maria João de
Wine), e o Presidente da ViniPortugal, Frederico Falcão. Almeida. E remata: “A ideia que tem de prevalecer junto do con-
Tal como refere a autora, quem conhece a história e a realidade sumidor a nível mundial não é o preço barato dos nossos vinhos,
dos vinhos portugueses sabe bem como a sua qualidade cresceu é a nossa qualidade. Uma qualidade aqui representada por vinhos
nos últimos anos. Através desta seleção de brancos, tintos e es- premium e topo de gama que resultam dos nossos terroirs tão
pumantes, e até de alguns rosés, ficamos a conhecer as histórias genuínos e de muitas das nossas castas”.
de muitos produtores nacionais, a perceber diferentes métodos
de produção e a compreender a lógica e as razões de cada enó- Autora: Maria João de Almeida | Editora: Zest Books | PVP: 70,00€
www.zestbooks.pt
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Terra D’alter
lança nova gama
“Expressão” assinala
arranque da Ímpar Wines
A Ímpar Wines é a empresa que detém agora Terra D’Alter, mar-
ca de Portalegre, Alentejo, que acaba de lançar a gama “Expres-
são” para assinalar o arranque da nova fase do projecto e reforçar
a presença de Peter Bright nos comandos da enologia. Com a
ambição de duplicar o número de garrafas vendidas até 2026, a
Ímpar Wines aposta no reposicionamento da marca Terra D’Alter
com reforço do portfólio e na aquisição de uma propriedade no
PRÉMIO
Alentejo com vista a um crescimento consolidado.
EXCELÊNCIA
Seja responsável. Beba com moderação.
O
IX H
ÃO N
PELO VI
Syrah, é um vinho em que se destacam notas de fruta vermelha
madura, nuances de ameixa, alcaçuz e especiarias. Por sua vez,
Expressão branco 2020 é um blend de Syrah, Arinto e Viognier
que se revela mineral, com notas florais e apontamentos de fruta
tropical e citrino. Com um perfil aberto e refrescante é bem gas-
18
PRÉ
LÊNCIA
EX
ÃO
X
PEL HO
O VIN
carácter versátil e extremamente gastronómico.
A Ímpar Wines é agora detida em 80% por cinco novos acionistas
britânicos e israelitas - Michael Ullmann, Gareth Pearce, Torquil
McAlpine, Andy Phillipps e Helga Kronheim – a que se juntam
os 20% de participação dividida entre Pedro Paixão, CEO, Peter
Bright, enólogo, Isabel Borges, Gonçalo Borges e Sofia Borges,
que mantêm a ligação familiar a um dos fundadores da marca
Terra D’Alter.
Irequieto
o novo vinho da Provam
O novo topo de gama da Provam - empresa que reúne 10 viticultores fun-
dadores e mais 200 que entretanto a eles se juntaram, todos da região dos
Vinhos Verdes, sub-região de Monção e Melgaço -, chama-se Irequieto e é
um Alvarinho da colheita de 2017. Recentemente apresentado, este é “um
vinho muito especial” referiu o enólogo Abel Codesso, que manteve este
vinho em cave a estagiar por 4 anos, aguardando o momento perfeito para
ver a luz do dia. O Irequieto é um vinho de linda cor amarelo com reflexos
esverdeados, aspeto límpido. Revela aroma a limão amarelo, mel, chá verde,
flores e frecura que remete para a mineralidade. Vibrante, tem boa acidez,
bom corpo, complexidade e potencial de guarda. Foram feitas apenas 1450
garrafas e apresenta um preço recomendado de 65 euros.
Quinta do Vesúvio
e Pombal do Vesúvio DOC Douro 2019
> texto PPV > fotografia D.R.
Charles Symington explicou que “apesar Preenche o palato plenamente com fruto de grão fino dão um toque de especiarias
da quase ausência de chuva entre maio rico (amora, mirtilo e ameixa preta), bem e alicerçam a poderosa estrutura do vinho
e agosto, o verão relativamente ameno definido e recortado pela acidez que con- cuja acidez proporciona-lhe enorme fres-
atenuou a falta de água e as uvas deram fere bom porte e equilíbrio ao vinho, com cura e equilíbrio”, garante Charles Syming-
entrada na adega em excelente condição taninos, bem presentes, mas muito finos”. ton. Tem o PVP recomendado de 15 euros.
com maturações bem equilibradas e boa Tem o PVP recomendado de 55 euros. Curioso é que durante as primeiras duas
acidez. Frescura, vivacidade e elegância, Já o Pombal do Vesúvio de 2019 tem “aro- décadas na posse dos Symington, foram
em contraponto à concentração dos anos mas balsâmicos de mato e bosque com apenas produzidos vinhos do Porto Vinta-
anteriores, são a assinatura deste Quinta do notas resinosas e de caruma. Em segundo ge na Quinta do Vesúvio. Contudo, a família
Vesúvio Douro Tinto 2019. O vinho, cujo plano surgem também sugestões de flo- soube desde cedo que a propriedade tinha
lote é constituído por Touriga Nacional res silvestres e de frutos pretos. No paladar, um enorme potencial para produção, em
(51%); Touriga Franca (45%) e Tinta Ama- apresenta-se possante e tenso, ainda um paralelo, de vinhos tranquilos. Após grandes
rela (4%) foi estagiado em barricas de car- pouco reservado, deixando adivinhar o seu investimentos na requalificação de parte da
valho francês durante 14 meses. Um vinho perfil muito gastronómico – característica vinha e de novas plantações que tiraram
de imponente estrutura, a que os vinhos da habitual dos Pombal do Vesúvio. Os taninos proveito das cotas elevadas e das exposi-
Quinta do Vesúvio já nos habituaram”. ções favoráveis da lendária propriedade, a
O Quinta do Vesúvio tinto 2019 ofere- família Symington lançou — da colheita de
ce “sedutores aromas florais e frescos de Frescura, vivacidade e elegância, em 2007 — o primeiro DOC Douro do Vesúvio.
roseira e notas secundárias de cravinho e contraponto à concentração dos anos Em pouco mais de uma década, os vinhos
algum fumado da madeira, muito discreta anteriores, são a assinatura deste Quinta Douro Quinta do Vesúvio e Pombal do Ve-
e bem integrada, não se sobrepondo, mas do Vesúvio Douro Tinto 2019 súvio têm vindo a reservar o seu lugar entre
antes, em harmonia com todo o conjunto. os melhores tintos da região.
Concurso ‘Melhores da
Região’ da Península de
Setúbal atribui 55 medalhas
2015 e tinto 2013
Cerimónia de Entrega de Prémios do XXI Concurso de
Vinhos da Península de Setúbal
15 de Novembro de 2021 | Quinta de Monsanto, Lisboa
Vale da Mata
tem nova
imagem
O “Avô Manuel” deu o nome
ao vinho que Catarina Vieira,
sua neta e enóloga, ajudou a
conceber. Esta nova imagem,
agora apresentada, preten-
de ser uma homenagem, uma
aproximação à família e à tradi-
ção, já que foi em Vale da Mata,
nome que se dá a uma porção
de terra situada nos contrafor-
tes da Serra de Aire, na descida
que leva da Senhora do Monte
à nascente do rio Lis, que o pai
de José Ribeiro Vieira obteve o
melhor vinho da sua vida en-
quanto agricultor. Vale da Mata
é, assim, um vinho de afetos
HÉLIO LOUREIRO
O autor escreve segundo o antigo acordo ortográfico
Fazer pequenas pausas no meio da vida guardo a melhor das recordações, que me
agitada que passa tão rápido sem nos dar fazem ir até “ lá em cima”, sim “até lá em
tempo para dela retiramos o melhor que cima” como se fosse ao paraíso.
nos é dado, é coisa com que luto e, por Depois, depois são os momentos únicos
vezes, ganho. com o meu amigo Albano, que vive como
Agasalho Dois dias antes do Natal rumei até Boticas, poucos as suas origens, a sua terra, entre-
poderia ter andado na azáfama das com- gando-se desde sempre à valorização dos
de Saudade pras na baixa do Porto, mas não, fui até seus produtos, da cultura, fazendo com
Trás-os-Montes saciar o apetite num belís- que os que partem fiquem com vontade
simo cozido no Hotel Rio Beça, que o Abel em regressar, tentando há décadas criar
“Onde estiver um transmontano serve como muito poucos. riqueza naqueles lugares por vezes esque-
está qualquer coisa de específico, O anfitrião foi o meu muito amigo Albano cidos.
de irredutível. Porque, mesmo Álvares, Presidente da Cooperativa Agro Hoje está na moda a palavra resiliência,
transplantado, ele ressuma a seiva Rural de Boticas, cujo trabalho passa pela no entanto ela sempre foi a forma de es-
de onde brotou. Corre-lhe nas veias promoção e valorização dos produtos lo- tar dos transmontanos. Um dia a minha tia
a força que recebeu dos penhascos, cais e de toda a região trasmontana. disse-me “tu nunca digas a ninguém que
hemoglobina que nunca se descora” Claro que, lá estando, trouxe couves (pen- és descendente de trasmontanos” e eu,
Miguel Torga ca) grelos, batatas de montanha e nabos incrédulo com o que ela dizia, questionei:
para a Ceia de Natal, acolitado de chou- “mas porquê tia? Tenho tanto orgulho”.
riços, salpicão, azeite, vitela barrosã, vinho Olhando-me nos olhos com sorriso ma-
da Quinta do Arcossó, não seria preciso roto retorquiu: “é que ficam com inveja”.
deslocar-me para que pudesse desfrutar Rimo-nos os dois e entendi, entendi que
destes prazeres agrícolas e únicos daquela ser transmontano é estar sempre em luta,
região, pois a Cooperativa há muito tem- nunca estar conformado, ser lutador como
po que faz entregas. Mas, em verdade, fui aqueles que habitam em Barroso e fazem
à procura de alguma paz, ainda que por daquelas terras Património Mundial Agrí-
breves instantes, numa semana sempre cola e que nunca deixaram de acreditar
agitada e mais que tudo matar saudades que o futuro está na agricultura e no re-
daquele “Reino Maravilhoso” que como torno à Terra.
descreveu Miguel Torga “fica no cimo de Sim, por isto tudo eu quando preciso de
Portugal, como os ninhos ficam no cimo Paz de me sentir ligado às origens lá vou
das árvores para que a distância os torne eu por aí acima, como que subindo às ar-
mais impossíveis e apetecidos”. vores em busca dos ninhos, estando mais
Sendo descendente pelo lado materno de perto do céu, estou mais dentro de mim.
trasmontanos, uma ida lá equivale a uma Espero que lhe tenha aguçado o apetite,
terapia no melhor SPA do mundo. não apenas para ir comer e beber nestes
São as suas Gentes, aquele frio, os montes deliciosos lugares de paisagens únicas e
que nos abraçam, aquela água que canta Gente ímpar, que quando batemos à porta
nas torrentes dos caminhos, as recorda- dizem “entre, quem é” dando mais apre-
ções da lareira acesa e do fumeiro depen- ço ao acolhimento do que ao estatuto de
durado, do cheiro do braseiro, das longas quem o visita.
conversas enquanto o crepitar da madeira Agora tenho que lá regressar em breve…
nas labaredas faz a música de fundo num As alheiras já estão no ponto! Faz frio? Faz.
filme que foi a minha infância e do qual Mas ele é o meu agasalho da saudade.