.TCC A Motivação e Liderança
.TCC A Motivação e Liderança
.TCC A Motivação e Liderança
A Liderança é um tema cada vez mais discutido nos dias de hoje, dentro de nossas empresas.
Até pouco tempo, as organizações preocupavam-se muito em preparar seus gestores e futuros
gestores com treinamentos técnicos e específicos para desenvolverem suas atividades em suas
respectivas áreas e funções. Mas, se esqueceram de preocupar-se com o desenvolvimento
comportamental dessas pessoas. Com isso, prepararam uma grande legião de chefes, mas não
de líderes. Essa mentalidade, a do chefe, está sendo substituída pela figura do líder, pois ele
não é aquele que tem somente conhecimentos operacionais de sua função, mas sim aquele que
tem uma visão global de seu setor e de sua empresa, que conhece sua equipe e sabe tirar dela
o seu melhor, sempre com foco no desenvolvimento do seu negócio. É o indivíduo que sabe
onde quer chegar e como fazer para chegar, e acima de tudo, o líder é aquele que desenvolve
seus liderados e os prepara para que um dia estejam em seu lugar. Ele acredita no potencial
das pessoas e trabalha para desenvolver esses potenciais sempre, pois consegue ter a
percepção de que gente motivada, tratada com clareza e respeito, pode na maioria das vezes
fornecer maiores resultados às organizações.
Não acreditamos que as pessoas já nasçam líderes, mas que se transformam em líderes
à medida que assumem encargos, lidam com situações e circunstâncias adversas. Tornam-se
líderes no processo de convivência com os acertos e erros das pessoas.
Acreditamos que os líderes podem ser desenvolvidos, mudando posturas e
comportamentos, alinhando rotas, quebrando paradigmas.
O objetivo deste trabalho é inspirar o leitor a compreender a real necessidade de
desenvolvermos líderes, para que haja melhor desempenho das equipes de trabalho. Para isso,
contamos com o apoio de renomados autores, conhecedores do tema desenvolvimento da
liderança, tanto no campo teórico quanto no campo prático. Discutiremos o que realmente
significa ser líder, suas características e os tipos de direção. Abordaremos também os estilos
comportamentais das pessoas, pois temos convicção de que ao conhecermos tais estilos,
podemos auxiliá-las a extraírem delas o seu melhor, alcançando melhores resultados no
ambiente de trabalho, mas também fora dele.
Ainda discutiremos as lógicas que orientam o desenvolvimento dos talentos, bem como
abordagens que demonstram maneiras de desenvolver tais talentos. Apresentaremos também,
um caso prático de liderança e, finalizaremos o trabalho com nossas conclusões e nossos
pontos de vista, seguindo as influências e respeitando as opiniões dos autores aqui estudados.
Leadership is a subject that has been more and more discussed within our companies
in present days. Not long time ago, the companies worried so much preparing managers with
technical and specific training in order to develop their activities in their respective areas and
functions. Unfortunately, they forgot to worry about the behavior development of these
people. For this reason, they prepared a huge amount of bosses, but not leaders. This
mentality, about the boss, has been replaced by the leader figure, because he/she is not the
person who has only operational knowledge of his/her function, but the person who has a
global vision of his/her team and able to take from this team its better, always focusing on
business development. This is the person who knows where he wants to reach and how to do
to get it, above all, the leader is a person who develops his/her own leaders and prepares them
in order to be replaced one day. The leader believes in people potentials, because he/she can
get a perception that motivated people, clearly treated and with respect can most of the time
provide better results to companies.
We do not believe that people were born leaders, but that they became leaders
according to the assignment they take, and how they deal with unusual circumstances and
situations. They became leaders in the process of living together and with people success and
failure.
We believe that leaders can be developed, changing positions and behaviors, aligning
routes and breaking paradigms.
The aim of this monograph is to inspire the reader to understand the real need to
leaders development, to provide a better performance to team work. For this purpose we count
on the support of well know writers, experts in leadership development theme, as well in
theory and in practice. We will discuss what really means to be a leader, his/her
characteristics and types of guidance. We will also mention types of behaviors, because we
believe that when we know such profiles, we can help them and obtain their best, as a
consequence reaching better results in the work environment, as well as outside it.
We will still discuss the logics that guides talents development, in addition we will
show approaches to develop such talents. We will also show a case study about leadership and
will conclude the monograph with our conclusions and points of view, following the
influences and respecting writers opinions here demonstrated.
Key-words: motivation, knowledge, leadership.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
CAPÍTULO 5: CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
INTRODUÇÃO
1. - O que é o Líder?
Líder é aquele indivíduo que dirige um grupo social, com a participação espontânea
dos seus membros. Muitas vezes, um indivíduo torna-se um líder porque tem a personalidade
necessária para uma situação particular de liderança. Além da “situação”, são as
características do grupo e do meio ambiente que determinam o tipo de líder desejado.
Estudos de psicologia da aprendizagem comprovam que os indivíduos tendem a render
mais quando interessados. E o líder sabe tornar interessados os membros de seu grupo. A
produtividade de uma equipe nestas condições é sempre maior que a de um grupo dirigido por
um chefe, gerente ou diretor, mas ainda não líder.
Ao longo dos anos, as empresas ensinaram as pessoas a gerenciar, mas não liderar, e
com isso, hoje se encontra muitos chefes e poucos líderes.
Eis a diferença: o chefe contenta-se com tarefas; o líder consegue entusiasmo,
interesse pelo trabalho e cooperação. O chefe está atento a detalhes; o líder não é confortável
a esses detalhes porque vai além deles, o chefe busca encontrar e punir os erros cometidos; o
líder vê o erro como parte do crescimento da empresa. O chefe contenta-se com a tarefa
cumprida; o líder desafia e procura forma de melhoria contínua, o chefe faz coisas certas; o
líder faz certas coisas que fazem a diferença.
O líder tem sua visão pessoal, sabe onde quer estar daqui a um, dois anos. Ele vê
idéias como tentativas de ajuda, trata pessoas de forma igual e com respeito. O líder
comemora as metas atingidas.
O Autocontrole
O Líder é uma pessoa que controla suas emoções, pois tem capacidade de pensar bem
antes de opinar em situações de grande responsabilidade. Sabe administrar seus impulsos, mas
não se deixa levar por eles.
A Empatia ou Compreensão do Outro
O Líder procura estar ciente dos problemas de cada membro da equipe seja eles
profissionais ou não. Tem a percepção de apoiar seus membros quando estão vivendo uma
situação difícil e trazendo queda de produção, de forma a demonstrar sabedoria em
administrar tais conflitos. Enfim, o líder procura antes de tudo compreender o ser humano,
aproveitando as suas qualidades em benefício próprio e em benefício da coletividade. A
Empatia, que é a capacidade de colocar-se no lugar do outro, é algo que se adquire com o
tempo, desde que haja disposição, paciência e vontade para alcançá-la.
Procura da Unanimidade
O Líder procura sempre obter o acordo entre os liderados, evitando apoiar-se somente
na maioria, pois enxerga que a minoria, também pode ter razão e ajudar a equipe a obter
sucesso em determinada situação. Ele sabe o momento de permitir que a minoria tenha sua
oportunidade para conquistar a maioria. Por isto, o líder reúne periodicamente os membros do
grupo, discutindo francamente os assuntos, fazendo com que cada um se sinta responsável
pelo seu setor e esteja convencido da sua utilidade e importância dentro da companhia.
Assim, os liderados se sentem como parte da direção e por isso, cooperam de forma mais
ativa.
O Líder tem como característica pessoal o exemplo. Ele deve ter qualidades superiores
à média do grupo liderado, para ser esse exemplo. O líder que administra uma equipe sem
obter o conhecimento do trabalho e função de cada indivíduo, apresentará grandes
dificuldades para conseguir o apoio e reconhecimento desta mesma equipe. Em muitos
momentos, o líder também tem o papel de educador, e para isso, é importante que conheça as
atribuições de sua equipe.
O Líder respeita de forma profunda o ser humano. Respeitar o outro não quer dizer
fazer caridade para o outro. Ele trata a equipe com cortesia e educação. Nota-se que a atitude
do líder tem grande importância no ambiente de trabalho e uma influência muito maior do que
se imagina a respeito das atitudes de seus liderados. Isto por várias razões, uma delas está no
fato de as pessoas imitarem seus superiores, mesmo de forma inconsciente. Quando o líder
trata sua equipe com atitudes de desprezo, gritarias e mau humor, acaba por transmitir tal
estado de tensão à equipe, como se fosse um vírus, causando mal estar e prejudicando os
trabalhos do grupo. Se, ao contrário, o gestor mantiver a calma, sua atitude de respeito
humano será transmitida à equipe, criando um ambiente mais leve, o que irá favorecer o
melhor andamento das atividades exercidas.
Liderar consiste muitas vezes em criar tensões e não evitá-las. Todas as vezes que um
indivíduo tem objetivos a serem alcançados, há uma tensão. Liderar pessoas consiste também
em administrar tensões. E as tensões têm uma medida de importância na proporção em que
trazem inovações, mudanças. Quando o conflito aparece, o líder tem a atitude de reunir os
indivíduos envolvidos para analisar as causas do problema, e resolvê-lo, com a participação
de todos os envolvidos. Assim, cria-se um ambiente de franqueza e de até mesmo,
compreensão mútua.
É necessário que o líder tenha sua mente aberta de forma continua, para que assim
possa estar disposto a aprender e a mudar, quando for preciso. Quando estas mudanças são
difíceis, não aceita a desistência, pelo contrário, torna-se insistente na resolução da questão.
É alguém que sabe elevar sua equipe, fazendo com que cada indivíduo do grupo encontre seu
caminho de sucesso. Recria o espírito, reinventa, busca novas soluções e métodos e, em
muitas situações, precisa ensinar de um modo diferente, quando percebe que o liderado, não
absorveu o aprendizado de forma eficaz. É o indivíduo que sabe empreender o futuro e tem
consciência de que não é único e de que necessita do outro para alcançar um objetivo comum.
A expressão “Laissez-faire” em português quer dizer deixar fazer. Para este tipo de
dirigente o lema é “deixar como está para ver com fica”.
Há grandes chances deste, ser um indivíduo inseguro e receoso de assumir
responsabilidades. Enquanto o autocrático ordena, este nenhum tipo de instrução fornece.
Desta forma, seus dirigidos desempenham suas funções no trabalho da forma como julgam ser
adequado. Quando é feita a divisão das tarefas, o ambiente torna-se repleto de dúvidas e
confusão, gerando atritos e desorganização entre os grupos ou equipes.
A direção Liderança é aquela voltada aos interesses e atitudes dos dirigidos, que já não
são tratados como meros servos e auxiliares, mas sim como colaboradores e capitais humanos.
Nesta direção, o líder, como fora descrito anteriormente, consegue obter cooperação e
participações espontâneas. Considera a equipe mais capacitada em resolver os problemas do
que ele sozinho, consegue a cooperação do grupo por sua competência e honestidade.
Acredita no desenvolvimento do potencial humano e sabe obter o máximo da produtividade
da equipe através do máximo de sua boa vontade.
O Chefe Maquiavélico
É o chefe que faz uso de intrigas. Não faz reuniões com toda a equipe, pois conversa
em particular com cada um deles, para assim, fazer comentários e observações depreciativas a
respeitos dos demais membros. Faz de seus dirigidos meros fantoches e, muitas vezes de
forma proposital, organiza e cria ódios entre os liderados. Para ele, o importante é dividir para
reinar. Com este tipo de chefe, dificilmente haverá equipes bem estruturadas e auto
gerenciáveis.
Torna-se um chefe não pela vontade de liderar e fazer o grupo e a empresa crescerem,
mas por causa do prestígio e do status que tal posição lhe confere. É um indivíduo parcial,
uma vez que tem tendências a favorecer aqueles que o bajulam. São pessoas que apreciam
demais a posição social e por valorizarem tanto o exterior do ser humano, tornam-se
indivíduos com baixa capacidade de aconselhamento e desenvolvimento de pessoas. Preferem
passar na frente de todos para obterem o que desejam.
O Chefe “Instável”
O Chefe Paternalista
O paternalista tem um relacionamento de pai para filho com sua equipe. É aquele que
se satisfaz ao ouvir que o subordinado o espera como um pai. É o indivíduo que faz uso da
bondade para obter resultados dos seus subordinados. Gosta de presenteá-los em datas como
aniversários, Natal, Dia do Amigo. Traz petiscos no meio da tarde, faz surpresas e cuida do
conforto da equipe, esperando, é claro, maior dedicação nos trabalhos e atribuições. Tem em
mente que enquanto for bom para a equipe, a equipe deve ser boa para ele. Este tipo de chefe
costuma apresentar dificuldades de relacionamento com indivíduos que não aceitam esta
forma paternalista de dirigir equipes.
É o estilo do indivíduo que confia no outro, faz uso da primeira pessoa do plural em
suas reuniões e acredita que o reconhecimento aparece sempre que se executam as coisas de
forma correta. É um líder que busca consultar a equipe na tomada de decisões e está sempre
pronto a colaborar com os demais. Normalmente modesto, não sabe receber elogios sem
estendê-los à equipe.
Características como estas trazem, entre outras, as seguintes vantagens: o ambiente de
trabalho é sereno e tranqüilo, os envolvidos têm liberdade para conversar e expor seus
sentimentos, trocando sugestões e opiniões. Seus liderados sentem-se bem no ambiente, tem
participação ativa no grupo e assim, desenvolvem-se ampliando seus conhecimentos. A
atuação disciplinar deste líder costuma envolver a força do próprio grupo, onde procura
compreender os motivos e as razões de cada pessoa, transmitindo sempre motivação e
otimismo e principalmente, a confiança nas pessoas. Sabe reforçar o sentimento de equipe,
facilitando o trabalho em conjunto.
Mas, se suas características de personalidade permitem este tipo de utilização
produtiva, elas podem, por outro lado, causar sérios problemas se partirem para o excesso: o
bom ambiente pode transformar-se em uma verdadeira reunião de amigos. Enquanto promove
o desenvolvimento, pode também estar se depreciando, perdendo sua autoridade motivada
pelos seus exageros no que tange à compreensão e liberdade. Quando acredita de forma
excessiva em seus subordinados, corre o risco da supervalorização, onde o resultado pode ser
a frustração. Em relação a sua atitude de ouvir e consultar constantemente o grupo, se por um
lado traz uma segurança para a melhor resposta, por outro, pode levar à demora, à morosidade
no atendimento aos clientes internos e externos da empresa. Sua preocupação, até mesmo
exagerada com sua equipe de trabalho, pode transformar-se em um sentimentalismo inútil e
prejudicial ao próprio grupo. No entanto, o maior perigo que corre este indivíduo é o de, por
um excesso de zelo em relação aos liderados, deixar de lado as atribuições e obrigações,
trazendo prejuízos à empresa.
O Estilo Dá e Apóia, na maioria das vezes, teve uma família muito protetora, onde as
crianças eram dependentes e educadas para que tivessem orgulho de si mesmas, para que
valorizassem a honestidade, o respeito e a bondade. Havia grande afetividade no ambiente
familiar. Para este tipo de estilo, o tempo só é estimulante quando dedicado a projetos
especiais. É comum esquecer-se de fazer uso do tempo para si mesmo, pois geralmente pensa
no outro primeiro.
Sentir-se útil para os outros o faz ficar motivado, enquanto tratamentos frios, impessoais, de
falsidade e competição o desmotivam. O afeto é o sentimento que o move, é o estilo que gosta
de ouvir frases como “preciso de ajuda”, “só você pode me ajudar” ou “conto com você”.
Esta figura demonstra grande dinamismo. Apresenta respostas a todo problema, sabe
aceitar desafios e as lutas do dia a dia. Tem em mente que ninguém pode cuidar melhor de
suas atribuições do que ele mesmo. É severo, mas também crítico; está freqüentemente aberto
a uma nova história, a um novo rumo, aprendendo e desenvolvendo sua capacidade de
trabalho.
O bom uso destas características, o levam a vantagens claras: a rapidez no raciocínio
torna-o excelente argumentador e alguém que não atrasa e segura os trabalhos, pois suas
tomadas de decisão não necessitam de longo tempo para consultas e estudos. É corajoso e,
justamente essa coragem o faz aceitar desafios na empresa, arcando com conseqüências de
seus próprios erros, tornando-o competitivo. Todas as vezes que surgem desafios, ele está
disposto e até mesmo pronto para colocar esses desafios sob sua responsabilidade. Por ser
aberto ao novo, não aceita as velhas fórmulas como verdades absolutas e para isso, faz uso da
criatividade para solucionar os problemas. Consegue fazer com que as normas disciplinares
sejam cumpridas, mantendo assim, o bom funcionamento do grupo liderado.
Mas, não diferente dos outros estilos, a utilização excessiva de suas características
podem causar alguns transtornos: sua autoconfiança pode transformar-se em falta de
confiança nos demais. Assim, os trabalhos não são delegados e quando isso ocorre, não
consegue obter paciência com os subordinados, fazendo o trabalho por eles. Desta forma,
torna-se paternalista, impedindo o crescimento desta equipe. Seu constante espírito de
competição o transforma em um indivíduo que batalha pelo simples prazer de competir. A
busca exagerada pelo novo pode levá-lo a esquecer e a abandonar maneiras ainda úteis de
trabalho. Sua rapidez e facilidade para tomar decisões, podem fazer dele alguém impulsivo,
sem paciência, com decisões precipitadas e pouca base real. O fato de temer que o outro não
faça como ele faz, associado à grande dificuldade em delegar os trabalhos, podem fazer dele
uma pessoa desorganizada, que se perde em meio às atribuições que assumiu. Pode também
transformar-se em um indivíduo que não aceita argumentações por parte de seus
subordinados. O excesso de zelo, referente ao cumprimento de normas, pode também
transformá-lo num ditador, e quando não mais tem argumentos a respeito de alguma questão
ou problema, lembra a equipe de que a pessoa que manda naquele local é ele mesmo.
O indivíduo que tem características preponderantes do estilo toma e controla, na
maioria das vezes, teve pais com orgulho exagerado das realizações dos filhos, onde as
crianças eram recompensadas por seus sucessos, ou então, castigadas por seus insucessos.
Para este indivíduo, estar ocupado em muitas atividades é essencial, o tempo está sempre
ligado à urgência. Situações de desafio e comprovação de eficácia são formas de motivá-lo,
enquanto funções com trabalhos rotineiros, repetitivos e com seus superiores o assistindo de
perto, causam nele grande desmotivação. É alguém movido a desafios, elogios, liberdade e
principalmente poder. Sente satisfação em ouvir frases como: “duvido que você consiga”, “
aposto que não é capaz de entregar determinado trabalho neste prazo”, ou então, “só você
consegue fazer isto”.
O indivíduo que possui estilo como o adapta e negocia, é alguém preocupado com
aparências. Falante, sorridente, alegre, com bom humor, está na maioria das vezes próximo às
pessoas. Sabe deixar o outro à vontade e adaptar-se a diferentes situações do dia a dia.
Costuma ser bom negociador, justamente por apresentar alto grau de flexibilidade. Preocupa-
se com a aprovação dos outros, tem necessidade de ser apreciado pelos demais. Seu jeito
amigável e extrovertido, entusiasta e jovial, interessado em conhecer novas pessoas, o tornam
conhecido na organização.
Quando suas qualidades são utilizadas de forma produtiva, tornam o ambiente de
trabalho harmonioso e agradável. A sua diplomacia sempre o ajuda na resolução dos
problemas e seus subordinados o vêem como um grande amigo preocupado com o outro e
sempre pronto a atendê-los e ouvi-los. É alguém que traz entusiasmo, que convoca, enaltece e
apóia. Interage facilmente com diferentes estilos e assim, demonstra excelente comunicação
interpessoal. Sabe ser cuidadoso com o sentimento alheio. Por ser bem humorado, conserva a
harmonia no ambiente de trabalho, tornando-o leve, agradável.
Da mesma forma que os demais, o excesso desse comportamento pode trazer
conseqüências: o ambiente torna-se festivo, sem autoridade, cheio de conversas paralelas,
onde as tarefas são deixadas de lado. Se for exagerado em sua facilidade de falar, pode falar
demais e tornar-se inconveniente. Quando não obtém apoio dos demais, pode abandonar a
discussão ou o problema. Quando se excede na diplomacia e na simpatia, em busca da
harmonia no ambiente, acaba se tornando infantil, ou ainda, demonstrando um
comportamento de passividade dentro da organização.
Quando é demasiadamente maleável, tem dificuldades em demonstrar convicções e
assumir posições mais firmes, deixando de lado a orientação para as tarefas e até mesmo, a
solução dos impasses. Ao exagerar na busca do ser agradável, muda de posição rapidamente,
demonstrando excesso em sua flexibilidade. Para este indivíduo, é difícil impor medidas
disciplinares, pois quando pressionado de forma intensa, pode se tornar acomodado aos
desejos do outro e exageradamente solícito, deixando o ambiente confuso e inconsistente. O
adapta e negocia, quando em excesso, utiliza demais seu tempo e o tempo da equipe em
questões sociais, deixando para depois o que deve ser feito de forma prioritária.
O estilo adapta e negocia, possivelmente teve famílias liberais, que supervalorizavam
o social, onde a aparência feliz e o bom humor muito importavam. Para este indivíduo, o
tempo só é agradável quando está com as pessoas. Climas de bom humor e sociabilidade o
motivam, enquanto situações de isolamento social, atividades repetitivas, trabalhos simples e
relacionamentos pessoais formais, lhe causam grande desmotivação. É alguém movido a
prestígio, status e agitação. Gosta de ouvir frases como: “faça este trabalho e depois apresente
à diretoria”, ou “se o objetivo for alcançado, você terá direito a um final de semana em um
hotel de luxo do litoral”.
3.5 - A Autoliderança
É a lógica pela qual se faz necessário focar nas pessoas que apresentam características
de alto desempenho. Estas pessoas consideradas excepcionais têm sido estudas para que suas
características de maior relevância sejam evidenciadas. Quando o estudo é realizado de forma
correta, com o devido rigor, estas pessoas de alto desempenho são comparadas com
indivíduos de menor desempenho e assim, os comportamentos de maior relevância são melhor
identificados.
A abordagem baseada em pesquisas, parte do pressuposto de que a organização possui
um modelo de estrutura de carreira ou profissional, pois, de outra forma, esta abordagem seria
genérica ao ponto de tornar-se inútil. Mas, ela também apresenta vantagens claras e
dependendo da forma como a metodologia é aplicada, passa a ser rigorosa. Transmite uma
aparência de legitimidade científica à gestão de talentos. O fato dos líderes serem estudados,
permite maior facilidade de implementação e aceitação por eles mesmos. Desta forma, com
adequação à cultura da empresa, os resultados podem incorporar-se ao aos processos de
treinamento, recrutamento e seleção e avaliação de desempenho da organização.
Esta lógica tem como vantagem a orientação para o futuro, pois traduz uma estratégia
a ser utilizada incorporando-se à seleção e ao desenvolvimento de talentos. É atraente aos
olhos das empresas que passam por transformações e mudanças e também para aquelas que
convivem em ambientes de alta competitividade.
De acordo com Tanure, Evans e Pucik (2007) os pesquisadores europeus têm criticado
duramente essa lógica estratégica “norte-americana”, que descrevem como “retórica
normativa” (no contexto do desenvolvimento de pesquisas, uma forma gentil de dizer que tal
lógica não é científica), pois não fornece uma descritiva sólida. Trata-se de uma lógica
baseada na antevisão de necessidades futuras. Os profissionais de recursos humanos podem
falhar no entendimento desta lógica se não participarem do processo de desenvolvimento da
estratégia e do próprio negócio – o que ainda acontece em boa parte das empresas brasileiras.
É importante também, dar atenção especial às promoções internas. A organização
rapidamente percebe quais os valores e os comportamentos que dão prestígio, e as pessoas
passam a copiá-los e não raramente esses critérios são diferentes dos oficialmente divulgados.
Os novos desafios
Existem indivíduos que aceitam o novo com muita confiança, mas não possuem
competência para aprender com suas experiências ruins. Isto acontece muitas vezes, porque
estas pessoas excedem em sua confiança, não enxergando suas dificuldades e seus pontos
negativos. Estar aberto ao novo e ao aprendizado é algo bastante difícil, mas, extremamente
necessário para a sobrevivência e desenvolvimento dos líderes.
É uma abordagem mais política e menos gerenciada em seu processo. Tem característica
de algumas empresas norte-americanas, mas também um típico padrão de empresas da
chamada Europa latina, exemplificada pela França.
Os indivíduos potenciais para tornarem-se líderes também são identificados no momento
de sua entrada na empresa. Em nações como a França, esses talentos são identificados nas
instituições de ensino fortemente especializadas na formação das elites profissionais, que
assumirão no futuro, cargos de maior responsabilidade e liderança.
De acordo com Tanure, Evans e Pucik (2007):
Todo o sistema educacional da França que leva ao “baccalauréat” nas escolas
de ensino médio funciona com um funil que vai progressivamente selecionando as pessoas de
acordo com a sua capacidade intelectual, ambição e aptidão para ajustar-se aos valores
constituídos. Depois da escola de ensino médio, os alunos que se sobressaem nessa elite
passam dois anos se preparando para o exame nacional de ingresso nas chamadas “grandes
écoles”. A aceitação do aluno na faculdade escolhida depende exclusivamente da
classificação que ele obtém nesse exame. Nas faculdades mais importantes, a educação se
concentra na preparação dos alunos para futuras responsabilidades de liderança. Os graduados
das melhores “grandes écoles” têm virtualmente garantidos postos de alta liderança nas
empresas.
Os estabelecimentos empresariais recrutam exclusivamente aqueles que se
formaram nessas “grande écoles”, e esses indivíduos assumem imediatamente uma posição de
responsabilidade gerencial, sem passar por um período de experiência. Nos Estados Unidos, o
equivalente ocorre nas empresas que recrutam os graduados de universidades, especialmente
os que passaram pelos melhores MBAs. A luta por promoção começa logo em seguida. No
entanto, essa luta é de natureza política, e não gerenciada. Resumindo: o nome do jogo é
visibilidade. Esses novos gerentes precisam estar visíveis para os executivos seniores (se eles
vierem da mesma escola, ainda melhor) e devem executar um jogo sutil de colaboração com
os colegas, enquanto asseguram a permanência constante de um deles num alto posto.
Enquanto todo mundo da empresa (isto é, os graduados de escolas e universidades menos
importantes) vai subindo na escala hierárquica funcional – que os franceses chamam de “les
métiers” (os especialistas) -, essa elite passa por desafios entre funções diferentes, o que
desenvolve sua capacidade de liderança ainda mais. O indicador do potencial de um indivíduo
é a rapidez com que é realocado em novas missões e com que é promovido de uma função
para outra. A realocação ou promoção são sinais de que os executivos seniores estão bem
impressionados com o trabalho desse indivíduo e querem que ele ocupe uma posição de
trabalhador direto. Nessa abordagem não há normas que regulem o tempo de ocupação de um
cargo, ao contrário do que acontece no Japão.
Abordagem funcional
Os modelos apresentados possuem diferentes qualidades, mas nem por isso deixam de
sofrer influência, e até mesmo certa pressão vinda da globalização. Nos modelos elitistas, o
potencial e o talento são muitas vezes identificados de maneira precoce. Essa identificação
precoce faz com que os indivíduos, que possuem talento, passem pelos processos de
desenvolvimento por mais tempo. Mas, essa mesma identificação pode levar a uma situação
tendenciosa em relação à nação mãe da empresa, considerando que a elite parte dessa nação.
Como acrescenta Tanure, Evans e Pucik (2007):
Abordagem múltipla
Esta lógica é reconhecida nas empresas brasileiras. Ela possui características das
abordagens da corte de elite, da elite política e da funcional. Mas nela, existe um diferencial,
o relacionamento interpessoal. Os jovens talentosos, que em grande parte das vezes pertencem
à classe média alta, que tiveram a oportunidade de participação em intercâmbios externos,
além de terem estudado em escolas de elevado nível, competem de maneira feroz nos
processos de recrutamento e seleção que chegam a ter a participação de milhares de
candidatos. Muitas organizações fazem alta expectativa a respeito desses jovens, causando
admiração e desprezo pelos demais colaboradores, justamente pelo fato de significarem
ameaças àqueles que possuem maior tempo nestas organizações. Este sentimento também é
causado pelo fato de existirem diferenças e privilégios para com esses jovens.
Ainda de acordo com Tanure, Evans e Pucik (2007):
O arroubo típico dos jovens, maximizado pela sensação de poder que lhes foi
incutida (tornaram-se símbolos de mudança e revitalização da organização), faz com que o
“trainee” queira implementar, de uma hora para outra, tudo o que aprendeu. Não raramente
encontra resistências, boicotes silenciosos e percebe que sua carreira não será tão rápida como
sonhou, que é preciso conhecer melhor e manejar o jogo político típico das relações
organizacionais.Não é por acaso que, nessas mesmas empresas que esperam que os potenciais
talentos fiquem por 15 anos, a média de permanência é de três anos. Isso revela uma tremenda
diferença de expectativas não gerenciadas. O jovem, que ingressa na empresa com outro
padrão e outro conceito de lealdade, planeja ficar lá enquanto isso for útil ao seu plano de
carreira. Essa é a importante transição que ocorre no Brasil atualmente. O momento revela as
contradições de uma lógica que ainda não morreu e outra que ainda não nasceu.
CAPÍTULO 5: CONCLUSÕES
Com o decorrer dos tempos, as organizações vêm mudando a maneira de pensar sua
Liderança. A sociedade já não é a mesma de poucas décadas atrás e continuará em constante
metamorfose conforme a passagem dos anos. Assim, os indivíduos não mais aceitarão a figura
do velho chefe, que com suas ordens e pouco conhecimento do ser humano, até conseguia
levar sua equipe ao cumprimento de metas e objetivos, mas com alto índice de insatisfação
daqueles que participavam do feito.
Ao longo da pesquisa e estudo aqui apresentados pudemos verificar que a figura do líder
se faz cada vez mais necessária em nossas empresas. E esse líder deve possuir algumas
características essenciais como autocontrole de suas emoções, capacidade de saber colocar-se
no lugar do outro, busca pela unanimidade e pelo saber ser o exemplo, além de ter atitudes de
respeito. Saber ser adaptável às adversidades de cada momento, resiliente e aberto às tensões
e conflitos, aceitando os desafios também são competência necessárias a esse indivíduo. Para
que se obtenha competências como essas, o indivíduo necessita no mínimo estar disposto a
aprender sempre.
Através do estudo dos tipos de direção e da Teoria dos Estilos Comportamentais de
Allan Katcher, pudemos entender melhor as formas de liderar e os possíveis comportamentos
dos liderados e assim, passamos a obter convicção de que quanto mais conhecermos cada
integrante de nossas equipes de trabalho, mais poderemos extrair deles o seu melhor, sempre
com foco no desenvolvimento da equipe e no sucesso da organização e do negócio.
Pudemos também perceber que o desenvolvimento das pessoas é um processo complexo,
rigoroso e lento. Ao estudarmos as diferentes abordagens para o desenvolvimento de talentos,
baseadas nos estudos de Tanure, Evans e Pucik (2007), pudemos então refletir a respeito das
diferentes formas de como os indivíduos são preparados para a liderança pelo mundo e
também no Brasil.
Nossa proposta é chamar a atenção do leitor, seja ele liderado, futuro gestor ou gestor, de
que é possível sim acabar com o paradigma do chefe e dar lugar ao líder, aquele que consegue
resultados porque sabe transformar suas pedras brutas em preciosos diamantes, sem que para
isso, seja o indivíduo bonzinho, só porque acredita em gente.
Então, compreendemos que a liderança deve ser uma busca continua daqueles que
acreditam no desenvolvimento do potencial humano e que é possível encontrarmos indivíduos
que consigam obter conhecimentos técnicos de sua área de atuação e também conhecimento
de pessoas, pois com a junção dessas duas formas de conhecimento, poderemos levar nossas
organizações a patamares de desenvolvimento e sucesso ainda maiores.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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DRUKER, Peter Ferdinand. Desafios Gerenciais para o Século XXI. Tradução Nivaldo
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FROMM, Erich. Análise do Homem. Tradução Olavo Alves Velho. 13ª edição. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 1983.
KATCHER, Allan. A importância de ser você mesmo: o enfoque LIFO para uma organização
Produtiva. Tradução e Adaptação Cecília Whitaker Bergamini; São Paulo: Atlas, 1985.