Ebook Perito Judicial para Corretores de Imoveis

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SER PERITO JUDICIAL

para Corretores de Imóveis


SER PERITO JUDICIAL
para Corretores de Imóveis

Olá! Sou Andersom Bontorim, autor deste curso de Perito Judicial. Sou corretor
de imóveis, inscrito no CNAI - Cadastro Nacional de Avaliadores Imobiliários,
graduação em Processamento de Dados e em Marketing e Vendas, com mestrado
em Administração, tendo ministrado mais de 180 palestras no CRECISP, por todo
o Estado de São Paulo, com experiência em perícias para determinação de valor
mercadológico de bens imóveis.

Parabéns por ter tomado a decisão de participar deste curso de Perito Judicial.
Espero que você possa desenvolver esta atividade de forma plena e que tenha
muito sucesso com isso.

Este curso de Perito Judicial foi estruturado para que você saiba como interagir na
esfera do Judiciário, evitando problemas, minimizando os riscos e ampliando suas
possibilidades de novas oportunidades.

O conteúdo desta apostila está formatado de modo que sejam apresentados os


assuntos na mesma sequência que são apresentados nas aulas, para que você
possa acompanhar as aulas com a apostila.

Espero que você, verdadeiramente, auxilie a justiça com suas perícias.


Aproveite este conteúdo!

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Ser Perito Judicial para Direitos Autorais
Corretores de Imóveis
AUTOR
Andersom Bontorim

INSTITUTO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO


DIRETOR PRESIDENTE
Arnaldo Manoel Alves PROFISSIONAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

Informamos que é de inteira


DIRETORA DE OPERAÇÕES responsabilidade do(s) autor(es) a emissão
Jaqueline Araújo
dos conceitos.

COORDENAÇÃO DE CURSOS Nenhuma parte desta publicação poderá ser


Lisamar Delazeri Castro reproduzida por qualquer meio ou forma
sem prévia autorização do IBRESP.
COORDENAÇÃO DE PRODUÇÃO DE CURSOS
Rosa Maria Simone A violação dos direitos autorais é crime
estabelecido na Lei 9.610/98 e punido de
acordo com o Art. 184 do Código Penal.
PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO
Marcos Tadeu Cecone

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)



Bontorim, Andersom
Ser perito judicial para corretores de imóveis
[livro eletrônico] / Andersom Bontorim. –- São Paulo:
IBRESP, 2021.
14.7 mb

Formato: PDF
ISBN: 978-65-88399-24-8

1. Perícia Judicial 2. Mercado imobiliário -


Avaliação I. Título
CDD-346.04

Sueli Costa - Bibliotecária - CRB-8/5213


(SC Assessoria Editorial, SP, Brasil)

Índices para catálogo sistemático:

1. Direito imobiliário 346.04


SER PERITO JUDICIAL
para Corretores de Imóveis

SUMÁRIO
CONTEXTUALIZANDO A PERÍCIA JUDICIAL
O que é Perícia Judicial........................................................................................................................... 06
06

Caracterização da Perícia...................................................................................................................... 08
Quando a Perícia é requerida................................................................................................................ 09
Perícia judicial, extrajudicial e arbitral.............................................................................................. 09
Princípios processuais Fundamentais na atividade da PERÍCIA.................................................. 09
Os elementos em um Processo Judicial............................................................................................... 11
Fases principais de um Processo Judicial........................................................................................... 13

O PERITO JUDICIAL 17
Quem é o Perito Judicial?...................................................................................................................... 17
Quem PODE ser Perito Judicial?.......................................................................................................... 18
Perito Arbitral e Extrajudicial.............................................................................................................. 20
Diferença entre Perito Judicial e Assistente Técnico...................................................................... 20
Habilidades do Perito............................................................................................................................. 23

RESPONSABILIDADE, RISCOS E CUIDADOS NA PERÍCIA JUDICIAL 26


Laudo Pericial com informações não verdadeiras.......................................................................... 26
Falsa Perícia............................................................................................................................................. 27
Substituição do perito............................................................................................................................ 28
Impedimento e Suspeição do Perito Judicial.................................................................................... 29
Prazos e obrigações do Perito.............................................................................................................. 34

LAUDO PERICIAL DE AVALIAÇÃO MERCADOLÓGICA DE IMÓVEIS 40


Avaliação estrutural versus Avaliação Mercadológica de imóveis.............................................. 40
Laudo Pericial.......................................................................................................................................... 41
PTAM – Parecer Técnico de Avaliação Mercadológica.................................................................. 43
Apresentação do Laudo Pericial.......................................................................................................... 45

4
SENDO UM PERITO JUDICIAL 47
Ser Legalmente Habilitado................................................................................................................... 47
Cadastro no Tribunal............................................................................................................................. 47
Honorários do Perito Judicial .............................................................................................................. 48
Adiantamento e redução de honorários............................................................................................ 49
Peticionando o juiz................................................................................................................................ 50
Aceitação da nomeação de Perito Judicial......................................................................................... 50
Escusa de nomeação de Perito Judicial.............................................................................................. 51
Apresentação de proposta de honorários periciais......................................................................... 51
Solicitação de uso de outros meios necessários............................................................................... 52
Intimação de morador de imóvel para acesso ao interior do imóvel........................................... 52
Solicitação de auxiliar técnico.............................................................................................................. 53
Apresentação de laudo e pedido de liberação dos honorários....................................................... 53
Pedido de prorrogação de prazo para entrega do laudo................................................................. 54
Indicação do dia e da hora para início da diligência........................................................................ 54
Comunicando fato ocorrido durante a diligência.............................................................................55
SER PERITO JUDICIAL
para Corretores de Imóveis

AULA 1

Nesta aula contextualizaremos a perícia, a partir da sua definição, das suas características e da
sua utilidade na esfera do judiciário. Também serão abordados alguns aspectos sobre os processos
judiciais para que seja possível entender a relação entre perícia e judiciário.

O que é Perícia Judicial?


PE-RÍ-CI-A
[substantivo feminino]

Etimologia: do latim peritia, que significa habilidade, saber (SILVA, De Plácido e, Vocabulário Jurídico –
atualizadores: Nagib Slaib Filho e Gláucia Carvalho - 23ª edição. Rio de Janeiro: Forense, 2003, p. 1.029)

• Avaliação minuciosa e, geralmente, feita por especialista.


(In: DICIO, Dicionário Online de Português. Porto: 7Graus, 2021. Disponível em: https://www.dicio.com.br/pericia/.
Acesso em: 22/04/2021).

• Instrumento técnico-científico de constatação, prova ou demonstração, quanto à veracidade de


situações, coisas ou fatos oriundos das relações, efeitos e haveres que fluem do patrimônio de
quaisquer entidades.
(ALBERTO, Valder Luiz Palombo. Perícia Contábil – 3º Ed. – São Paulo: Atlas, 2002, p.48)

• Consiste em exame, vistoria ou avaliação.


(Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 - CPC – Código de Processo Civil, Art. 464)

• Compreende todo um conjunto de aplicação de técnicas e conhecimentos tecnológicos


investigativos que produz um trabalho, laudo ou Parecer pericial, a fim de auxiliar uma decisão.
(LIMA, Jairo Silva. O mercado de trabalho da perícia contábil. Revista Razão Contábil & Finanças, v. 4, n. 1, 2013.)

• Meio de prova, consistente no parecer técnico, de pessoa habilitada.


(extraído do website JusBrasil - http://www.jusbrasil.com.br/topicos/295152/pericia/definicoes

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1
AULA
Contextualizando
a Perícia Judicial

DEFINIÇÃO DE PERÍCIA:
Conclusão que resulta de uma análise comprovável sobre algo específico,
realizada por uma pessoa especializada e habilitada no assunto, obtida a partir
do uso e aplicação de métodos técnico-científicos.

Entendendo cada trecho desta definição:

“consiste numa conclusão”: a perícia conclui um assunto, ou seja, apresenta uma prova de
um entendimento definitivo. Isso significa que, se a perícia não for contestada (não for rejeitada),
ela encerra uma dúvida e determina aquilo que se buscava quando pedida a perícia. No caso de
uma avaliação mercadológica de um imóvel, a perícia determina o valor de mercado do imóvel que
foi avaliado, não restando mais discussões sobre esse assunto. Mas, a perícia pode ser contestada!
Em outras palavras, é possível que uma das partes possa questionar e, até mesmo, apresentar ao
juiz alguma comprovação de que a perícia esteja incorreta. Neste caso, o juiz decidirá o que fazer.

“resulta de uma análise comprovável sobre algo específico”: a conclusão, mencionada


anteriormente, é fruto de uma análise que foi feita sobre algo específico. No nosso caso, tratando-
se de perícia feita por corretores de imóveis, trata-se de um imóvel específico, cuja análise
objetiva determinar seu valor de mercado. Mas, essa análise deve ser comprovável, ou seja, tudo
o que for apresentado como fruto dessa perícia deve poder ser confirmado. Em outras palavras,
todos os dados usados na perícia e os resultados obtidos pela perícia devem poder ter a existência
demonstrada de forma clara e evidente. Nada pode ser falso. Enfim, se outra pessoa pegar os
mesmos dados apresentados nessa perícia deve conseguir chegar nos mesmos resultados se
aplicar o mesmo método.

“realizada por uma pessoa especializada e habilitada no assunto”: Pessoa especializada é


aquela que se especializou, ou seja, trata-se de sujeito com formação específica e que se dedica ao
estudo e prática de um conhecimento e atividade específicos. Já habilitada trata-se, neste contexto,
da pessoa que tenha uma habilitação, ou seja, uma permissão necessária para usufruir de um
direito. Portanto, a perícia deve ser realizada por alguém que tenha conhecimentos profundos no
assunto objeto da perícia e que tenha capacidade legal para essa atividade. No caso dos corretores
de imóveis, o registro no CRECI da sua região é o documento que apresenta a habilitação legal. Já a
especialização, ainda que não obrigada por lei, é demonstrável pela inscrição no CNAI – Cadastro
Nacional de Avaliadores Imobiliários. Voltaremos a abordar este assunto quando tratarmos sobre
quem pode ser perito.
SER PERITO JUDICIAL
para Corretores de Imóveis

“obtida a partir do uso e aplicação de métodos técnico-científicos”: A conclusão da perícia


não é algo que se baseia em pontos de vista pessoais e particulares, muito menos baseada em
expectativa nem mera opinião especulativa. A conclusão da perícia deve ser obtida pelo uso de
um processo de pesquisa organizado lógica e sistematicamente. Esse processo deve ter validação
a partir de critérios técnicos ou científicos, ou seja, trata-se de métodos apresentados em artigos
científicos, em normas técnicas ou em algum instituto legal (lei, decreto, resolução etc.).

Caracterização da Perícia
A perícia é caracterizada pela sua declaração de caráter técnico-científico sobre um elemento
específico, resultante de AVALIAÇÃO, VISTORIA ou EXAME metodológico.

É prova de um fato jurídico:


Art. 212 do Código Civil Brasileiro:
[...] o fato jurídico pode ser provado mediante:
I -confissão;
II-documento;
III-testemunha;
IV-presunção;
V–perícia.

ATENÇÃO! A PERÍCIA VERIFICA E CERTIFICA


Verifica, pois realiza VISTORIA da coisa periciada, para defini-la adequadamente;
EXAMINA a coisa periciada, para delimitá-la e contextualizá-la adequadamente;
e AVALIA a coisa periciada, para estimar seu valor.

Certifica, pois, após verificação, é usada como meio de prova demonstrando e


dando como certo o que se determinou, de modo a assegurar como verdadeiro
e atestar o que foi determinado.

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1
AULA
Contextualizando
a Perícia Judicial

Quando a Perícia é requerida


Quando a determinação do fato depender de conhecimento técnico especializado.

A perícia tem o objetivo de auxiliar o juiz com um conhecimento especializado que ele não possui.

Perícia judicial, extrajudicial


e arbitral
A Perícia Judicial é uma perícia que é realizada ao judiciário, ou seja, ela é determinada
diretamente pelo juiz, seja pelo seu entendimento de necessidade, seja por requerimento das
partes litigantes.

A Perícia Extrajudicial é aquela que é contratada livremente por qualquer pessoa. Estas
perícias são chamadas de extrajudiciais, pois são realizadas fora do âmbito do judiciário.

A Perícia Arbitral é aquela realizada ao juízo arbitral, conforme Lei nº 9.307 de 1996, que
dispõe sobre a arbitragem.

PRINCÍPIOS PROCESSUAIS
Fundamentais na atividade
da PERÍCIA
“Princípio”: o que fundamenta algo, ou pode ser usado para embasar algo, ou ainda como sinônimo
de regra ou norma moral.

• Princípios da Imparcialidade – Ao realizar uma perícia, deve-se atuar de forma imparcial, ou


seja, não apresentar conclusões tendenciosas que possam beneficiar uma das partes de propósito.
A perícia deve apresentar a conclusão que os dados nos permitirem chegar.
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para Corretores de Imóveis

• Princípio da Igualdade (Art. 5º da Constituição Federal) – Aquele que for realizar a perícia, deve
tratar igualmente ambas as partes.

• Princípio do Contraditório e da Ampla Defesa (Art. 5º da Constituição Federal, inciso LV) –


Na realização da perícia todos os dados devem ser disponibilizados, bem como elencados os
métodos, de modo que os envolvidos possam tomar conhecimento dos seus componentes e
possam manifestar respectivas opiniões. Dessa forma, é possível que a perícia seja questionada e,
se isso ocorrer, os questionamentos devem ser recebidos com respeito e devem ser respondidos,
assim como as dúvidas devem ser dirimidas.

• Princípio da Ação – O Poder Judiciário não se move sozinho, mas depende da provocação. Isso
significa que, se houver necessidade de que o juiz realize algo ou resolva algo, deve-se peticioná-
lo. Peticionar é fazer uma solicitação por meio de um requerimento escrito (veremos futuramente
mais a este respeito).

• Princípio da exigência de motivação das decisões judiciais – O magistrado deve, por obrigação,
prestar explicações sobre o porquê de sua decisão, fundamentando suas conclusões. Espera-se,
com este princípio, que não restem dúvidas sobre a linha de raciocínio utilizada. Portanto, como
o Perito Judicial auxilia o juiz pela produção de uma prova pericial, é essencial que o laudo pericial
apresente de forma clara e indubitável como se fez para chegar à conclusão apresentada.

• Princípio da lealdade processual – Todos os envolvidos num processo judicial, seja juiz,
promotor de justiça, escrivão, auxiliares da justiça (perito judicial, tradutor, mediador), devem se
comportar de acordo com a boa-fé e com a lealdade conduzindo o comportamento.

• Princípio da Economia e da instrumentalidade das formas – Para obter um equilíbrio adequado


entre custo e benefício, o processo, como instrumento, deve ser realizado da maneira menos
onerosa possível para as partes, guardando qualidade esperada. É neste contexto que a perícia deve
ser realizada da maneira mais eficaz (alcançar o objetivo), com a máxima eficiência de recursos
(menor custo).

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1
AULA
Contextualizando
a Perícia Judicial

Os ELEMENTOS em
um Processo Judicial
• Autor – Uma das partes do processo judicial, que move a ação. Muitas vezes, o autor é
chamado de requerente. Temos que lembrar que o juiz não vai fazer nada se não for provocado, ou
seja, se alguém não empurrar sua ação. Então, quem faz isso é o autor do processo, ou seja, é quem
deu início ao processo.

• Réu – A outra parte do processo judicial. Esta é a parte que é acusada pelo autor. Também
é chamada de requerido, já que o autor é o requerente. Não confunda o termo réu com aquele que,
supomos, ter feito algo errado. Por exemplo, num processo de divórcio de um casal, podemos
ter uma mulher dando início à ação, ou seja, a autora do processo judicial e, portanto, teremos
o seu cônjuge, sendo a outra parte. O cônjuge, neste exemplo, é o réu. Mas, perceba que, neste
exemplo, não necessariamente alguém tenha feito algo errado. Na verdade, nem é isso que se está
discutindo. Neste exemplo, apenas se discute a divisão dos bens.

Quando se deseja mencionar tanto o autor quanto o réu,


conjuntamente, diz-se “as partes” do processo judicial.

• Litígio – As divergências entre as partes (Autor e Réu) compõem um processo judicial.


Na verdade, ainda que as partes possam ter algum conflito de interesses, dá-se o nome de litígio
quando esta controvérsia existir a partir da contestação da demanda. Primeiramente a parte
autora apresenta uma demanda (requer algo). Daí, a outra parte (réu) é convocada. Se o réu não
contesta essa demanda, significa que o pedido será realizado e que, então, não existe controvérsia.
Veja que, neste caso, não houve contestação da demanda. Então, não existe, aqui, o litígio. Mas,
suponhamos que o réu, ao invés de concordar, discorde e apresente uma contestação (uma
oposição ao que foi requerido). Então, neste outro caso, houve uma contestação da demanda. A
esta controvérsia judicial iniciada com a contestação da demanda, dá-se o nome de litígio.

• Juiz – Aquele que tem atribuição de autoridade pública para exercer a atividade
jurisdicional, ou seja, para julgar o processo judicial (os conflitos de interesse que são submetidos
à sua apreciação).
SER PERITO JUDICIAL
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• Tribunal – Dá-se este nome ao local onde se encontram os juízes, assim como também
pode significar o conjunto de juízes que estejam julgando um processo conjuntamente. Portanto,
é possível dizer que o tribunal (conjunto de juízes) está reunido no tribunal (local, órgão com
a finalidade de exercer a jurisdição). Um tribunal tem o objetivo de resolver os litígios a partir
de processos heterocompositivos, ou seja, quem delibera é uma ou mais pessoas (juízes) que
não estão envolvidas na controvérsia. É neste local que o pretendente a realizar a perícia deve se
cadastrar para poder exercer essa atividade. É no Tribunal que, após realizada a perícia, o laudo
pericial é entregue.

• Vara – Uma vara é uma jurisdição específica que também pode ser chamada de juízo, de
julgado ou ainda de juizado.

• Cartório – Local da Vara, onde se encontra toda espécie de ofício judicial.

• Escrivão – Profissional responsável por dirigir os trabalhos do ofício (do cartório),


praticar atos jurídicos e executar tarefas inerentes ao ofício do foro judicial.

Perceba que o escrivão pratica os atos jurídicos.


Não confunda ato jurídico com fato jurídico:

ATO JURÍDICO
É aquilo que decorre da vontade, que tenha sido devidamente
manifestada por uma pessoa, num processo judicial,
propondo uma ação.

FATO JURÍDICO
São as ocorrências naturais ou mesmo humanas que, quando
realizadas, geram alguma consequência jurídica qualquer.
Por exemplo, cortar o cabelo é um fato qualquer; mas, cortar
o cabelo de outra pessoa à força é um fato jurídico, pois isso gera
consequências jurídicas, uma vez que o Art. 129 do Código Penal
estabelece que “ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem”,
pode resultar em pena de detenção de três meses a um ano.

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1
AULA
Contextualizando
a Perícia Judicial

FASES principais de
um Processo Judicial
1) FASE POSTULATÓRIA:
Esta fase é dividida em 3 atos jurídicos principais. Tudo começa com a Petição inicial, após o que
ocorre a citação, seguida da contestação:

• Petição inicial: Pedido formal, por escrito, redigido pelo Autor (na verdade, pelo seu advogado),
apresentando os respectivos fatos e fundamentos jurídicos.

• Citação: Ato jurídico processual (do processo) para dar conhecimento à outra parte (réu) do
processo que foi aberto e lhe permitir apresentar sua contestação. Caso não haja contestação,
significa que não há litígio e o pedido inicial provavelmente será atendido.

• Contestação: Após o réu tomar conhecimento do processo, pela citação, o Código de Processo
Civil ainda prevê, obrigatoriamente, a realização de uma audiência de conciliação. Se as partes não
se conciliarem, o réu terá um prazo para poder apresentar sua defesa (redigida e apresentada pelo
seu advogado) contestando a petição inicial.

2) FASE INSTRUTÓRIA:
Nesta fase, tanto o autor, quanto o réu já apresentaram fatos e fundamentos jurídicos, dentre os
quais, foram juntados documentos, os quais são objetos de prova. Mas, nesta fase, novas provas
podem ser produzidas, como relatos de testemunhas. É aqui que entra, dependendo do caso, a
realização de uma perícia judicial.

3) FASE DECISÓRIA:
Depois de que todas as provas tenham sido juntadas e produzidas, o juiz deverá deliberar a respeito,
ou seja, serão feitas análises, julgamentos e será proferida a sentença (a conclusão) para resolver
o mérito do processo.

4) FASE RECURSAL:
Qualquer uma das partes que tenha se sentido prejudicada com a sentença poderá apresentar
uma contestação da sentença judicial. A isso dá-se o nome de recurso. No processo comum, a
este recurso dá-se o nome de apelação. O recurso não será mais analisado pelo juiz que proferiu a
sentença, porque a sentença já havia tido sua decisão final. Então, o caso será analisado por outros
juízes, neste grau chamados de Desembargadores. Também é possível haver recurso da conclusão
destes Desembargadores. A cada recurso, sobe-se o grau até que nenhuma parte apresente outro
SER PERITO JUDICIAL
para Corretores de Imóveis

recurso ou até não haver outro grau para subir. Com isso, o processo chega ao final em termos de
julgamento e, por isso, é chamado de “trânsito em julgado”. Isso significa que não se pode mais
interpor recursos, de modo que a última (a mais recente) decisão é a que prevalece.

5) Fase EXECUTÓRIA:
Esta fase também é conhecida por “fase de cumprimento de sentença”, pois, uma vez que se tenha
alcançado uma decisão final, basta, então, realizá-la, ou seja, torná-la real. Para isso, deve-se
executar o que tenha sido sentenciado.

!
IMPORTANTE: A PERÍCIA É REALIZADA NA FASE
INSTRUTÓRIA (OU FASE DE INSTRUÇÃO).

O Judiciário se estrutura em 3 instâncias, ou seja, 3 graus, sendo:

• 1ª Instância (1º grau) – Essa é a porta de entrada do Judiciário brasileiro. As decisões são tomadas
apenas por um Juiz de Direito em Tribunais Estaduais. Caso haja um recurso, o processo seguirá
para a 2ª instância.

• 2ª Instância (2º grau) – Esta é uma camada jurisdicional mais robusta, pois os processos são
analisados por um conjunto de juízes, os quais são chamados de Desembargadores. A decisão final
é chamada de acórdão. É possível pedir revisão da decisão em segunda instância, o que fará com
que o processo seja julgado nos Tribunais Superiores (3º grau).

• 3ª Instância (3º grau) – Os juízes que atuam nesses tribunais são chamados de ministros, e são
nomeados pelo Presidente da República com aprovação prévia do Senado Federal.

ATENÇÃO!
O Perito Judicial auxilia o Juiz, de modo que a perícia judicial
apenas é realizada na 1ª Instância, na Fase Instrutória.
Nas outras instâncias não existe produção de provas,
apenas análises e julgamentos.

14
1
AULA
Contextualizando
a Perícia Judicial

EXERCÍCIOS

QUESTÃO 1
Qual é a definição de perícia?

A) Discussão que resulta de uma análise comprovável sobre algo específico, realizada por uma
pessoa especializada e habilitada no assunto, obtida a partir do uso e aplicação de métodos
técnico-científicos.

B) Conclusão que não resulta de uma análise comprovável sobre algo específico, realizada por
uma pessoa especializada e habilitada no assunto, obtida a partir do uso e aplicação de métodos
técnico-científicos.

C) Conclusão que resulta de uma análise comprovável sobre algo específico, realizada por uma
pessoa especializada e habilitada no assunto, obtida a partir do uso e aplicação de métodos
técnico-científicos.

D) Conclusão que resulta de uma análise não possível de ser comprovada sobre algo específico,
realizada por uma pessoa especializada e habilitada no assunto, obtida a partir do uso e
aplicação de métodos técnico-científicos.

E) Conclusão que resulta de uma análise comprovável sobre algo que seja genérico e nem um
pouco específico, realizada por uma pessoa especializada e habilitada no assunto, obtida a
partir do uso e aplicação de métodos técnico-científicos.

QUESTÃO 2
Analise se a seguinte afirmação é verdadeira ou falsa:
“O fato jurídico pode ser provado mediante perícia.”

A) Verdadeiro.

B) Falso.
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QUESTÃO 3
Quando a perícia é requerida?

A) Quando a determinação do fato não depender de conhecimento técnico especializado.

B) Quando a prova do fato depender de opinião pessoal amadora.

C) Quando a determinação do valor dos honorários depender de conhecimento técnico


especializado.

D) Quando a prova do fato depender de conhecimento técnico especializado.

E) Quando o juiz necessitar ajuizar ação contra o réu.

QUESTÃO 4
Analise se a seguinte afirmação é verdadeira ou falsa:

“A Perícia Arbitral é uma perícia realizada ao judiciário, determinada diretamente pelo juiz.”

A) Verdadeiro.

B) Falso.

16
2
AULA

O Perito Judicial

AULA 2

Esta aula contém explicações referentes à figura do perito judicial, incluindo quem pode exercer
essa atividade e a diferença entre Perito Judicial e Assistente Técnico. Também serão apresentadas
as habilidades essenciais do Perito Judicial.

Quem é o Perito Judicial?


ATENÇÃO!

Perito Judicial é um Auxiliar da Justiça!


O Perito Judicial tem como propósito a produção de uma prova do
fato que se esteja analisando, a partir dos seus conhecimentos
técnicos ou científicos. Isso é feito para auxiliar o juiz. Portanto,
o Perito Judicial é um Auxiliar da Justiça.

Então, todas as regras que se apliquem aos Auxiliares da Justiça,


consequentemente se aplicará aos Peritos Judiciais.

Primeiro uma pessoa tem uma profissão, depois tem uma especialização (ou um conhecimento
profundo sobre algo), e somente depois disso, poderá ser nomeada para realizar uma Perícia
Judicial.

ISSO SIGNIFICA QUE:

• Perito Judicial não é um cargo;


• Perito Judicial não é um posto de trabalho;
• Perito Judicial não é uma profissão.

Perito Judicial é um estado situacional


de que foi investido da responsabilidade
de realizar uma Perícia num Processo Judicial.
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Quem PODE ser


Perito Judicial?

O Código de Processo Civil, Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015, estabelece em seu Art. 156
quem pode ser Perito Judicial:

Art. 156. O juiz será assistido por perito quando a prova do fato depender de conhecimento
técnico ou científico.
§ 1º Os peritos serão nomeados entre os profissionais legalmente habilitados e os órgãos
técnicos ou científicos devidamente inscritos em cadastro mantido pelo tribunal ao qual o juiz
está vinculado.
§ 2º Para formação do cadastro, os tribunais devem realizar consulta pública, por meio de
divulgação na rede mundial de computadores ou em jornais de grande circulação, além de
consulta direta a universidades, a conselhos de classe, ao Ministério Público, à Defensoria
Pública e à Ordem dos Advogados do Brasil, para a indicação de profissionais ou de órgãos
técnicos interessados.
§ 3º Os tribunais realizarão avaliações e reavaliações periódicas para manutenção do cadastro,
considerando a formação profissional, a atualização do conhecimento e a experiência dos
peritos interessados.
§ 4º Para verificação de eventual impedimento ou motivo de suspeição, nos termos dos arts.
148 e 467 , o órgão técnico ou científico nomeado para realização da perícia informará ao juiz os
nomes e os dados de qualificação dos profissionais que participarão da atividade.
§ 5º Na localidade onde não houver inscrito no cadastro disponibilizado pelo tribunal, a
nomeação do perito é de livre escolha pelo juiz e deverá recair sobre profissional ou órgão técnico
ou científico comprovadamente detentor do conhecimento necessário à realização da perícia.

18
2
AULA

O Perito Judicial

Portanto...

• “O juiz será assistido por perito”: de modo que o perito lhe presta assistência (remunerada) e,
para isso, deve saber algo que o juiz não sabe, daí a que o perito deve ter uma profissão fora do
judiciário.

• “quando a prova do fato depender de conhecimento técnico ou científico”: que nos faz concluir
que a perícia deva exigir que sejam usados métodos técnicos ou científicos, para a produção da
prova do fato.

• “Os peritos serão nomeados”: ou seja, é uma incumbência obtida em função de reputação, já
que o juiz, certamente, escolherá (para nomear) alguém que acredite possa realmente lhe prestar
a assistência necessária.

• “entre os profissionais legalmente habilitados”: para ser nomeado, o interessado deve ser
profissional, ou seja, ter alguma formação específica, e ser legalmente habilitado, ou seja, deve ter
o direito de realizar a atividade da sua profissão. No caso de corretores de imóveis, por exemplo,
esse direito é concedido a partir do registro profissional no Conselho Regional de Corretores de
Imóveis (CRECI) da Região onde for atuar (CRECISP em São Paulo, CRECI-MG em Minas Gerais,
CRECI-AM/RR em Roraima ou Amazonas etc.), ou seja, deve ter um número de CRECI e este
registro deve estar ativo.

• “e os órgãos técnicos ou científicos”: o juiz, ao invés de nomear um indivíduo como perito


judicial, poderá obter assistência de órgãos técnicos ou científicos, normalmente acionados
em casos específicos e altamente criteriosos. No entanto, é muito comum que sejam nomeadas
pessoas físicas para realização das perícias judiciais.

• “devidamente inscritos em cadastro mantido pelo tribunal ao qual o juiz está vinculado”: cada
tribunal criou seu próprio cadastro, conforme orientações no CNJ – Conselho Nacional de Justiça,
de modo que igualmente apresentam regras próprias para a realização desse cadastro. Portanto,
deve-se obter maiores informações sobre o cadastro de perito no Tribunal que se pretende atuar.
SER PERITO JUDICIAL
para Corretores de Imóveis

Perito Arbitral
e Extrajudicial
O Perito Arbitral é aquele que O Perito Extrajudicial é aquele que
realiza a Perícia Arbitral, ou seja, realiza a Perícia Extrajudicial, ou
a perícia que é realizada ao juízo seja, que é contratado livremente
arbitral. por qualquer pessoa para realizar
perícias fora do âmbito do judiciário.

Diferença entre Perito


Judicial e Assistente Técnico
Assistente técnico:

Perito
Judicial

Juíz

Advogado Advogado
do autor do réu

Assitente Assitente
técnico técnico

AUTOR RÉU

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2
AULA

O Perito Judicial

Num Processo Judicial, temos a figura do Juiz, que poderá ser assistido por um Perito Judicial por
si nomeado.
Temos também, de um lado, o Autor e do outro lado o Réu. É comum chamarmos apenas de “As
Partes”.
Tanto o Autor, quanto o Réu, são representados por seus respectivos Advogados.
Tanto o Autor, quanto o Réu, poderão, se desejar, contratar profissionais que atuarão como seus
respectivos Assistentes Técnicos. Essa contratação é opcional. Qualquer Parte poderá, ou não,
contratar Assistentes Técnicos.

DIFERENÇA ENTRE O PERITO JUDICIAL


E O ASSISTENTE TÉCNICO:

Ambos realizarão o mesmo trabalho (a perícia), mas enquanto


o Perito Judicial é nomeado pelo Juiz, o Assistente Técnico
é contratado por uma das partes. Portanto, o Perito Judicial
receberá seus honorários do Tribunal e os Assistentes Técnicos
recebem seus honorários das respectivas partes.

O Perito Judicial entrega um Laudo Pericial.


O Assistente Técnico entrega um Parecer Técnico.

O Perito Judicial é de confiança do Juiz, o Assistente Técnico é de confiança da Parte que


o contratou.

E NO CASO DE CORRETORES DE IMÓVEIS?

Corretores de Imóveis, ao realizar a Avaliação Imobiliária emite um PTAM - Parecer Técnico


de Avaliação Imobiliária.
Quando nomeado Perito Judicial: emitirá o PTAM e o renomeará de LAUDO PERICIAL.
Quando contratado como Assistente Técnico: emitirá o PTAM e o renomeará de PARECER
TÉCNICO.
Alguns corretores de imóveis preferem, ao invés de renomear o PTAM, incluir uma capa
nesse documento com o nome conforme a função que esteja exercendo. Dessa forma,
quando for Perito Judicial, haverá uma capa com o título “Laudo Pericial” e na sequência
conterá o PTAM. Quando for Assistente Técnico, haverá uma capa com o título “Parecer
Técnico” e na sequência conterá o PTAM. Isso também é possível.
SER PERITO JUDICIAL
para Corretores de Imóveis

ATENÇÃO!
Assistente Técnico não é Auxiliar da Justiça

Disposição Legal (CPC – Código de Processo Civil):

Art. 465. O juiz nomeará perito especializado no objeto da perícia e fixará de imediato o
prazo para a entrega do laudo.
§ 1º Incumbe às partes, dentro de 15 (quinze) dias contados da intimação do despacho de
nomeação do perito:
I - arguir o impedimento ou a suspeição do perito, se for o caso;
II - indicar assistente técnico;
III - apresentar quesitos.

Então, cada uma das partes, se quiser, poderá indicar quem será seu assistente técnico.
Mas isso deve ser feito no prazo de 15 dias.

Art. 471. As partes podem, de comum acordo, escolher o perito, indicando-o mediante
requerimento, desde que:
I - sejam plenamente capazes;
II - a causa possa ser resolvida por autocomposição.
§ 1º As partes, ao escolher o perito, já devem indicar os respectivos assistentes técnicos
para acompanhar a realização da perícia, que se realizará em data e local previamente
anunciados.
§ 2º O perito e os assistentes técnicos devem entregar, respectivamente, laudo e pareceres
em prazo fixado pelo juiz.
§ 3º A perícia consensual substitui, para todos os efeitos, a que seria realizada por perito
nomeado pelo juiz.

ENTÃO NUM PROCESSO JUDICIAL PODEMOS TER QUANTOS PROFISSIONAIS REALIZANDO


PERÍCIAS?

Alternativas:

A) 0 (nenhum),
B) 1 (um),
C) 2 (dois),
D) 3 (três).

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2
AULA

O Perito Judicial

Na verdade, todas as alternativas estão corretas. Entendamos:

A) 0 (NENHUM): Mesmo que exista um imóvel no processo judicial, é possível que nenhum Perito
Judicial seja nomeado. Isso pode acontecer quando as partes não apresentem discordância com
relação ao que entendam ser o valor imóvel.

B) 1 (UM): No entanto, caso não haja concordância, então, o juiz deverá nomear um perito judicial
para produzir a prova desse fato. Havendo a nomeação do Perito Judicial, sem que as Partes
indiquem Assistentes Técnicos, teremos uma situação em que apenas 1 (um) profissional estará
realizando a perícia (produzindo um laudo pericial, neste caso).

C) 2 (DOIS): Por outro lado, é possível que apenas uma das partes tenha indicado um Assistente
Técnico (independentemente de ter sido o réu ou o autor), tendo, portanto, 2 profissionais
realizando perícias (produzindo um laudo pericial e um parecer técnico).

D) 3 (TRÊS): Por fim, temos o último caso em que o Perito Judicial foi nomeado pelo juiz e ambas
as partes (autor e réu) indicaram seus respectivos Assistentes Técnicos, sendo 3 profissionais
realizando perícias (produzindo um laudo pericial e dois pareceres técnicos).

Habilidades do Perito
• CONHECIMENTO DA ÁREA – Esta característica nem precisaria estar listada aqui, pois isso é
pré-requisito técnico.

• RESPONSABILIDADE – O próprio Código de Processo Civil exigirá a responsabilidade do Perito


Judicial. Mas, vale a pena ressaltar que além daquilo que é exigido, o Perito Judicial deve ir além e
ser responsável pelos dados coletados, em termos de ser organizado em armazená-los.

• EXPERIÊNCIA – Experiência é algo que vai ser desenvolvida, queira ou não, pois, com o tempo,
podemos acumular em nossa memória tudo pelo que passamos. No entanto, mais do que isso, a
sugestão é de acumular, também, as experiências dos outros, ou seja, converse com os colegas que
têm feito perícias, troque vivências nesta atividade, para multiplicar suas experiências junto com
as experiências dos outros.

• BOA APARÊNCIA PESSOAL – Ainda que o que se espera do Perito Judicial é a sua tecnicidade e/ou
metodologia científica para produzir adequadamente a prova do fato, uma boa aparência, a higiene
pessoal e uma postura calma e harmônica, ajudam a transmitir uma imagem de um profissional
zeloso com o que faz. Isso pode contribuir para a construção da sua reputação. Lembre-se que
quanto mais reputação, maior serão, potencialmente, as oportunidades de ser nomeado perito
judicial.
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para Corretores de Imóveis

ORGANIZAÇÃO E ARQUIVAMENTO DOS DADOS DA PERÍCIA

Uma das habilidades do Perito Judicial que merece destaque é a ORGANIZAÇÃO, devido à sua
tamanha importância.

É fundamental que o Perito Judicial mantenha registro de todas as suas perícias, principalmente
porque após a entrega do Laudo Pericial, as partes podem apresentar novas quesitações e, para
respondê-las, muitas vezes, o Perito deverá recorrer ao histórico de dados e de cálculos.

Mas, também é interessante manter o histórico de suas realizações, já que, no futuro, pode
acontecer a necessidade de realizar uma perícia relativamente similar. Imagine uma perícia muito
criteriosa, na qual foi necessária aplicação de técnicas e/ou métodos bem específicos. Pois bem,
no futuro, essa perícia pode servir de modelo.

Ainda que o Perito Judicial se envolve no processo judicial, apenas na primeira instância, sabemos
que um processo pode se alongar, no judiciário, e consumir muitos anos para chegar ao final. Num
desses momentos, muita coisa pode acontecer. Caso o Laudo Pericial tenha sido extraviado, você
terá uma cópia em seu arquivo pessoal. Caso seja necessário atualizar os dados, você terá todos
os dados e cálculos, de modo que bastará obter novos e trocá-los no laudo pericial. Neste caso,
considerando as perícias de corretores de imóveis, atualizar os dados seria obter novos imóveis
referenciais (imóveis cujos preços serão usados para compor a média do mercado para determinar
o valor do imóvel avaliando) e trocar esses dados na lista presente no Laudo Pericial e trocar os
preços na planilha de cálculos, mas não precisará fazer a avaliação inteira novamente.

E POR QUANTO TEMPO DEVE-SE MANTER ESSE ARQUIVO?


Não existe uma regra imposta por lei, mas sugerimos guardar por, no mínimo, 10 anos.

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2
AULA

O Perito Judicial

EXERCÍCIOS
QUESTÃO 1
Assinale a alternativa CORRETA:

A) Perito Judicial é um cargo.

B) Perito Judicial é um posto de trabalho.

C) Perito Judicial é uma profissão.

D) Perito Judicial é um juiz.

E) Perito Judicial não é uma profissão.

QUESTÃO 2
Quando a prova do fato depender de conhecimento técnico ou científico, o juiz poderá ser
assistido por quem?

A) Perito.

B) Assistente Técnico.

C) Assistente da Justiça.

D) Mediador.

E) Tradutor.

QUESTÃO 3
Analise se a seguinte afirmação é verdadeira ou falsa:

“O Assistente Técnico nunca, em hipótese alguma, poderá acompanhar o Perito Judicial durante a
diligência da perícia.”

A) Verdadeiro.

B) Falso.
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para Corretores de Imóveis

AULA 3

Esta é uma aula dedicada às responsabilidades do Perito Judicial. Serão apresentadas as situações
de risco e suas consequências, bem como as situações em que uma pessoa não possa ser nomeada
perito judicial.

Laudo Pericial com


informações não verdadeiras
O Código de Processo Civil prevê penalidade para o Perito Judicial que mentir no seu Laudo Pericial:

Art. 158. O perito que, por dolo ou culpa, prestar informações inverídicas
responderá pelos prejuízos que causar à parte e ficará inabilitado para atuar em
outras perícias no prazo de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, independentemente das
demais sanções previstas em lei, devendo o juiz comunicar o fato ao respectivo
órgão de classe para adoção das medidas que entender cabíveis.

Por dolo quer-se dizer de caso pensado, de propósito.

Por culpa, quer-se dizer sem querer, mas, ainda assim, tendo feito. A culpa, neste caso, na maioria
das vezes, é resultante de falta de atenção, desmazelo, pressa ou falta de cuidado com os dados.
Ficar inabilitado significa que não poderá ser nomeado como perito judicial.

ATENÇÃO!

Assistente Técnico não é nomeado pelo juiz. Assistente Técnico


não é auxiliar da justiça.

O Assistente Técnico é contratado pela parte. Por isso, o juiz não


pode aplicar sanções aos Assistentes Técnicos. Caso a parte se sentir
prejudicada pelo Parecer Técnico do Assistente Técnico, poderá ajuizar
ação de ressarcimento por perdas e danos (indenização).

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3
AULA
Responsabilidade, riscos e
cuidados na Perícia Judicial

Falsa Perícia
Mentir numa perícia, apresentar dados falsos ou não verdadeiros, além de implicar nas sanções
que já vimos, ainda poderá ser enquadrado no Código Penal Brasileiro, quanto ao item “falso
testemunho ou falsa perícia”:

Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha,
perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo,
inquérito policial, ou em juízo arbitral:

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

§ 1º As penas aumentam de um sexto a um terço, se o crime é praticado mediante


suborno ou se cometido com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em
processo penal, ou em processo civil em que for parte entidade da administração
pública direta ou indireta.

§ 2º O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em que ocorreu
o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade.

ATENÇÃO!

Ao receber a nomeação para realizar uma Perícia Judicial, sua postura deve ser
absolutamente imparcial em relação às partes e totalmente alinhada com a verdade.

Mesmo depois de submeter seu Laudo Pericial, reveja tudo mais uma vez. Caso encontrar algum
erro, corrija o erro e faça imediatamente uma petição ao juiz remetendo a nova versão do Laudo
Pericial, justificando o erro. Faça isso antes que qualquer outra pessoa se manifeste a tal respeito.
Desta forma, segundo o § 2º do artigo 342 do CPC, este erro deixará de ser punível.
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para Corretores de Imóveis

Substituição do perito
Se o perito deixar de cumprir com suas incumbências o juiz determinará a sua substituição,
conforme determina o artigo 468 do Código de Processo Civil:

Art. 468. O perito pode ser substituído quando:


I - faltar-lhe conhecimento técnico ou científico;
II - sem motivo legítimo, deixar de cumprir o encargo no prazo que lhe foi
assinado.
§ 1º No caso previsto no inciso II, o juiz comunicará a ocorrência à corporação
profissional respectiva, podendo, ainda, impor multa ao perito, fixada tendo em
vista o valor da causa e o possível prejuízo decorrente do atraso no processo.

Antes de atrasar, percebendo que não haverá condições de fazer o que deve ser feito, o perito deve
avisar o juiz, por petição, pedindo alongamento do prazo.

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AULA
Responsabilidade, riscos e
cuidados na Perícia Judicial

Impedimento e Suspeição
do Perito Judicial
POR IMPEDIMENTO, POR SUSPEIÇÃO
quer-se dizer a proibição quer-se dizer a suspeita de que a atividade
de exercer a atividade. possa ser exercida sem imparcialidade e, por
isso, possa comprometer o resultado final.

Não se pode nomear aqueles que estejam impedidos ou suspeitos para serem peritos judiciais.

Artigos do Código de Processo Civil sobre isso:

ATENÇÃO!
O artigo 148 do CPC estabelece que “Aplicam-se os motivos de impedimento e de suspeição:
(II) aos auxiliares da justiça” (lembrando: perito judicial é um auxiliar da justiça).

Art. 144. Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas funções no


processo:

I - em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou como
membro do Ministério Público ou prestou depoimento como testemunha;

II - de que conheceu em outro grau de jurisdição, tendo proferido decisão;

III - quando nele estiver postulando, como defensor público, advogado ou


membro do Ministério Público, seu cônjuge ou companheiro, ou qualquer parente,
consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive;

IV - quando for parte no processo ele próprio, seu cônjuge ou companheiro, ou


parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau,
inclusive;

V - quando for sócio ou membro de direção ou de administração de pessoa jurídica


parte no processo;

VI - quando for herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de qualquer das


partes;

VII - em que figure como parte instituição de ensino com a qual tenha relação de
emprego ou decorrente de contrato de prestação de serviços;
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para Corretores de Imóveis

VIII - em que figure como parte cliente do escritório de advocacia de seu cônjuge,
companheiro ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o
terceiro grau, inclusive, mesmo que patrocinado por advogado de outro escritório;

IX - quando promover ação contra a parte ou seu advogado.

Art. 145. Há suspeição do juiz:

I - amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus advogados;

II - que receber presentes de pessoas que tiverem interesse na causa antes ou depois
de iniciado o processo, que aconselhar alguma das partes acerca do objeto da causa
ou que subministrar meios para atender às despesas do litígio;

III - quando qualquer das partes for sua credora ou devedora, de seu cônjuge ou
companheiro ou de parentes destes, em linha reta até o terceiro grau, inclusive;

IV - interessado no julgamento do processo em favor de qualquer das partes.

§ 1º Poderá o juiz declarar-se suspeito por motivo de foro íntimo, sem necessidade
de declarar suas razões.

§ 2º Será ilegítima a alegação de suspeição quando:

I - houver sido provocada por quem a alega;

II - a parte que a alega houver praticado ato que signifique manifesta aceitação do
arguido.

ENTENDENDO CADA ITEM DO ARTIGO 144:

I - em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou como membro do
Ministério Público ou prestou depoimento como testemunha;

Portanto, aquele que é (ou foi) testemunha não poderá ser Perito Judicial. Assim como não
poderá ser Perito que tenha recebido de uma das partes os direitos de a representar.

II - de que conheceu em outro grau de jurisdição, tendo proferido decisão;

Este item não se aplica ao Perito Judicial, já que somente o juiz é quem pode proferir
decisão. Mas, se um juiz proferiu uma decisão em outro grau de jurisdição para uma
das partes deste processo, além de não poder ser o juiz deste processo, também
não poderá ser nomeado como qualquer outro auxiliar da justiça neste processo.

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AULA
Responsabilidade, riscos e
cuidados na Perícia Judicial

III - quando nele estiver postulando, como defensor público, advogado ou membro do Ministério
Público, seu cônjuge ou companheiro, ou qualquer parente, consanguíneo ou afim, em linha reta
ou colateral, até o terceiro grau, inclusive;
Vamos analisar este item junto com o seguinte.

IV - quando for parte no processo ele próprio, seu cônjuge ou companheiro, ou parente,
consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive;

Parece que fica claro que não é possível nomear como Perito Judicial uma das partes ou
o advogado ou o juiz, ou ainda o membro do Ministério Público, que estejam envolvidos
neste processo judicial. Assim como tampouco poderia ser nomeado como Perito Judicial
um parente de um desses.

Mas o que define alguém ser parente?

Esses itens especificam tratar-se, neste caso, de cônjuge ou companheiro (a pessoa


com quem vive, seja em relação matrimonial ou não, independentemente do sexo), os
consanguíneos (aqueles que compartilham carga genética como pai, mãe, irmão, irmã,
filho, filha, neto, neta etc.), ou afim (cunhada, cunhado, genro, nora etc.), em linha reta
(ascendentes ou descendentes) ou colateral (primo, prima, tio, tia etc.), até o 3º grau.

Mas, como se calcula o grau de parentesco?

Vejamos a imagem abaixo:

Esta imagem apresenta os parentes consanguíneos.


SER PERITO JUDICIAL
para Corretores de Imóveis

O grau de parentesco é calculado conforme quantas vezes passamos por uma geração. Dessa
forma, os únicos parentes de 1º grau de uma pessoa são seus pais e filhos. Perceba que os
pais é que geraram este indivíduo que, por sua vez, gerou os filhos. Portanto, os irmãos
deste indivíduo não são sua geração nem são seus geradores. Neste caso, deve-se buscar
a linha de geração. A mesma lógica é adotada para definir que o tio e a tia são parentes de
3º grau deste indivíduo, sendo estes o limite estabelecido no terceiro item da lista de casos
que provocam o impedimento do Perito Judicial. Isso significa que, se o primo é seu 4º
grau de parentesco, caso este seja uma das partes num processo, este indivíduo poderá ser
nomeado Perito Judicial.

E os cônjuges e companheiros? Sabemos que são parentes, mas em que grau? E o cônjuge
da sobrinha?...

Cônjuges são aqueles com relação matrimonial, enquanto companheiros são os que
mantêm relação estável. Todos estes são considerados aliados aos parentes pelo vínculo
da afinidade e recebem o mesmo grau de parentesco daquele com quem estejam aliados.
Por exemplo, a esposa do filho não é parente consanguínea, mas está alinhada ao filho
que é parente em 1º grau. Esta nora, portanto, é igualmente parente de 1º grau. O mesmo
ocorre, por exemplo, ao cunhado que, aliado à irmã, torna-se parente em 2º grau. Enfim,
respondendo à pergunta acima, o cônjuge da sobrinha é igualmente parente de 3º grau, já
que a sobrinha é parente consanguíneo de 3º grau.

V - quando for sócio ou membro de direção ou de administração de pessoa jurídica parte no


processo;
Assim como a existência de relação familiar com alguém que esteja envolvido no processo
judicial torna o indivíduo impedido de ser nomeado Perito Judicial, a relação estabelecida
num contrato civil também. Em outras palavras, não pode ser nomeado o sócio em
uma empresa cujo o outro sócio seja uma das partes no processo judicial, mesmo que
a empresa não esteja no processo. Isso se estende, também, para os que respondem
administrativamente pela empresa.

VI - quando for herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de qualquer das partes;

Este item apresenta 3 condições. Empregador, aparentemente, é um termo que a grande


maioria das pessoas conhece. Empregador é a pessoa física ou jurídica que contrata um
indivíduo, obtendo a prestação de um trabalho que é retribuído em contrapartida por uma
remuneração. Já as duas outras condições não parecem tão óbvias. Herdeiro é aquele que a
lei atribui a capacidade de suceder a pessoa que faleceu, ficando com seus bens, direitos e
obrigações. Já o herdeiro presuntivo é a pessoa provisoriamente tida como herdeira de uma
herança, mas que pode perder tal posição com o nascimento de um herdeiro aparente ou

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AULA
Responsabilidade, riscos e
cuidados na Perícia Judicial

de um novo herdeiro presuntivo com mais direito a esta. Presuntivo significa presumível
ou provável. Portanto, na ausência de parente mais próximo, atribui-se a herança a ele.
Enfim, o importante aqui é entender que não se pode nomear o herdeiro de uma das partes
como Perito Judicial. Por fim, o donatário é aquele para quem se faz uma doação. Não se
pode nomear Perito Judicial o indivíduo que tenha sido favorecido por doação de uma das
partes.

VII - em que figure como parte instituição de ensino com a qual tenha relação de emprego ou
decorrente de contrato de prestação de serviços;

Também não poderá ser Perito Judicial aquele que seja empregado ou que esteja prestando
serviço a uma instituição de ensino que, coincidentemente, seja uma das partes no
processo judicial.

VIII - em que figure como parte cliente do escritório de advocacia de seu cônjuge, companheiro ou
parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive, mesmo
que patrocinado por advogado de outro escritório;

Caso uma das partes seja cliente (consumidor ou contratantes) de um escritório de


advocacia que seja de um parente de um indivíduo (nas mesmas condições já comentadas
anteriormente), então esse indivíduo não poderá ser nomeado Perito Judicial.

IX - quando promover ação contra a parte ou seu advogado.

Por fim, aquele que estiver processando uma das partes ou um dos advogados, não poderá
ser nomeado Perito Judicial.

Diferente do impedimento, como já dito, existe a suspeição que, na prática, fará com que uma
pessoa não possa ser nomeada Perita Judicial.

ENTENDENDO CADA ITEM DO ARTIGO 145:

I - amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus advogados;

Ser amigo ou inimigo de uma das partes ou um de seus advogados é algo que levanta
suspeitas a respeito da imparcialidade daquele que realizará a perícia e, por isso, é melhor
que não seja nomeado Perito Judicial.
II - que receber presentes de pessoas que tiverem interesse na causa antes ou depois de iniciado o
processo, que aconselhar alguma das partes acerca do objeto da causa ou que subministrar meios
para atender às despesas do litígio;
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para Corretores de Imóveis

Se você recebeu presente de uma das partes, mesmo que tenha sido antes de ter iniciado
o processo judicial, ou, diferente disso, você presta algum tipo de assessoramento ou
orientação a uma das partes, ou ainda, se você fornecer, deliberadamente a qualquer
uma das partes, os recursos necessários (dinheiro) para quitação das despesas dos atos
processuais, então, em qualquer um destes caso, não poderá ser nomeado Perito Judicial.

III - quando qualquer das partes for sua credora ou devedora, de seu cônjuge ou companheiro ou
de parentes destes, em linha reta até o terceiro grau, inclusive;

Não poderá ser nomeado Perito Judicial aquele para quem uma das partes deva dinheiro, ou
mesmo que deve dinheiro a uma das partes, seja diretamente à parte ou a seus parentes, até
terceiro grau (mesmas condições de parentescos de outros itens).

IV - interessado no julgamento do processo em favor de qualquer das partes.

Obviamente quem tem qualquer tipo de interesse no julgamento não poderá ser nomeado
Perito Judicial.

Prazos e obrigações do Perito


ATENÇÃO!
O artigo 219 do CPC estabelece que, na contagem de prazo em dias, sejam os estabelecidos por
lei ou estabelecidos pelo juiz, somente serão considerados e computados os DIAS ÚTEIS.

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3
AULA
Responsabilidade, riscos e
cuidados na Perícia Judicial

SITUAÇÃO PRAZO

Impedimento e de suspeição dos auxiliares da Justiça 15 (quinze) dias

Escusa do Perito 15 (quinze) dias

Realização da Perícia Prazo determinado pelo juiz


Resposta a quesito de esclarecimento nas audiências de
15 (quinze) dias
provas orais
Impedimento ou suspeição do perito 15 (quinze) dias

Indicação de assistente técnico 15 (quinze) dias

Apresentação de quesitos, quando da nomeação do Perito 15 (quinze) dias


Apresentação, pelo Perito, de proposta de honorários,
5 (cinco) dias
currículo e contatos

Manifestação das Partes quanto aos honorários do Perito 5 (cinco) dias


(após juiz arbitrar valor)

Restituição de valores pelo Perito substituído 15 (quinze) dias

Entrega do Laudo Pericial pelo Perito Fixado pelo juiz

Entrega do Parecer Técnico pelo Assistente Técnico Fixado pelo juiz

Manifestação das Partes sobre o Laudo Pericial 15 (quinze) dias

Apresentação de Parecer pelo Assistente Técnico 15 (quinze) dias

Esclarecimentos do Perito 15 (quinze) dias

• Impedimento e de suspeição dos auxiliares da Justiça: Art. 148, § 2º do CPC: O juiz


mandará processar o incidente em separado e sem suspensão do processo, ouvindo o arguido no
prazo de 15 (quinze) dias e facultando a produção de prova, quando necessária.

• Escusa do Perito: Art. 157, § 1º do CPC: A escusa será apresentada no prazo de 15 (quinze)
dias, contado da intimação, da suspeição ou do impedimento supervenientes, sob pena de renúncia
ao direito a alegá-la.

•Realização da Perícia: Art. 157 do CPC: O perito tem o dever de cumprir o ofício no prazo
que lhe designar o juiz, empregando toda sua diligência, podendo escusar-se do encargo alegando
motivo legítimo.
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para Corretores de Imóveis

• Resposta a quesito de esclarecimento nas audiências de provas orais:


Art. 361 do CPC: o perito e os assistentes técnicos, que responderão aos quesitos de esclarecimentos
requeridos no prazo e na forma do art. 477 , caso não respondidos anteriormente por escrito.
Art. 477 § 2º do CPC: O perito do juízo tem o dever de, no prazo de 15 (quinze) dias, esclarecer
ponto sobre o qual exista divergência ou dúvida de qualquer das partes, do juiz ou do órgão do
Ministério Público; divergente apresentado no parecer do assistente técnico da parte.

• Impedimento ou suspeição do perito: Art. 465, § 1º do CPC: Incumbe às partes, dentro de


15 (quinze) dias contados da intimação do despacho de nomeação do perito:
I - arguir o impedimento ou a suspeição do perito, se for o caso;
II - indicar assistente técnico;
III - apresentar quesitos.

• Indicação de assistente técnico: Art. 465, § 1º do CPC: Incumbe às partes, dentro de 15


(quinze) dias contados da intimação do despacho de nomeação do perito:
I - arguir o impedimento ou a suspeição do perito, se for o caso;
II - indicar assistente técnico;
III - apresentar quesitos.

• Apresentação de quesitos, quando da nomeação do Perito: Art. 465, § 1º do CPC: Incumbe


às partes, dentro de 15 (quinze) dias contados da intimação do despacho de nomeação do perito:
I - arguir o impedimento ou a suspeição do perito, se for o caso;
II - indicar assistente técnico;
III - apresentar quesitos.

• Apresentação, pelo Perito, de proposta de honorários, currículo e contatos: Art. 465,


§ 2º do CPC: Ciente da nomeação, o perito apresentará em 5 (cinco) dias:
I - proposta de honorários;
II - currículo, com comprovação de especialização;
III - contatos profissionais, em especial o endereço eletrônico, para onde serão dirigidas as
intimações pessoais.

• Manifestação das Partes quanto aos honorários do Perito (após juiz arbitrar valor):
Art. 465, § 3º do CPC: As partes serão intimadas da proposta de honorários para, querendo,
manifestar-se no prazo comum de 5 (cinco) dias, após o que o juiz arbitrará o valor, intimando-se
as partes para os fins do art. 95.

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3
AULA
Responsabilidade, riscos e
cuidados na Perícia Judicial

• Restituição de valores pelo Perito substituído: Art. 468, § 2º do CPC: O perito substituído
restituirá, no prazo de 15 (quinze) dias, os valores recebidos pelo trabalho não realizado, sob pena
de ficar impedido de atuar como perito judicial pelo prazo de 5 (cinco) anos.

• Entrega do Laudo Pericial pelo Perito: Art. 471, § 2º do CPC: O perito e os assistentes
técnicos devem entregar, respectivamente, laudo e pareceres em prazo fixado pelo juiz.

• Entrega do Parecer Técnico pelo Assistente Técnico: Art. 471, § 2º do CPC: O perito e os
assistentes técnicos devem entregar, respectivamente, laudo e pareceres em prazo fixado pelo
juiz.

• Manifestação das Partes sobre o Laudo Pericial: Art. 477, § 1º do CPC: As partes serão
intimadas para, querendo, manifestar-se sobre o laudo do perito do juízo no prazo comum de 15
(quinze) dias, podendo o assistente técnico de cada uma das partes, em igual prazo, apresentar
seu respectivo parecer.

• Apresentação de Parecer pelo Assistente Técnico: Art. 477, § 1º do CPC: As partes serão
intimadas para, querendo, manifestar-se sobre o laudo do perito do juízo no prazo comum de 15
(quinze) dias, podendo o assistente técnico de cada uma das partes, em igual prazo, apresentar
seu respectivo parecer.

• Esclarecimentos do Perito: Art. 477, § 2º do CPC: O perito do juízo tem o dever de, no
prazo de 15 (quinze) dias, esclarecer ponto:
I - sobre o qual exista divergência ou dúvida de qualquer das partes, do juiz ou do órgão do
Ministério Público;
II - divergente apresentado no parecer do assistente técnico da parte.

CUIDADO COM OS PRAZOS!!!


Art. 468. O perito pode ser substituído quando:

! I - faltar-lhe conhecimento técnico ou científico;


II - sem motivo legítimo, deixar de cumprir o encargo
no prazo que lhe foi assinado.
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EXERCÍCIOS
QUESTÃO 1
Assinale a situação que poderá fazer com que o perito fique inabilitado para atuar em outras
perícias no prazo de 2 (dois) a 5 (cinco) anos.

A) Se, por dolo ou culpa, prestar informações absolutamente verdadeiras.

B) Se, por dolo ou culpa, prestar informações inverídicas.

C) Se, por dolo ou culpa, prestar serviço adequado.

D) Se, por dolo ou culpa, prestar informações verídicas.

E) Se, por dolo ou culpa, não prestar informações inverídicas.

QUESTÃO 2
Segundo o Código Penal Brasileiro, o que pode acontecer se o Perito fizer afirmação falsa?

A) Reclusão, de 12 (doze) a 14 (quatorze) anos, e multa.

B) Reclusão, de 20 (vinte) a 40 (quarenta) anos, e multa.

C) Apenas multa.

D) Apenas reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) meses.

E) Reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

QUESTÃO 3
O Perito pode ser substituído?

A) Não, pois após nomeado, nada pode demovê-lo de seu posto.

B) Sim, pois as partes podem solicitar a substituição, a qualquer tempo, mediante qualquer
motivo.

C) Não, pois a função do Perito é atribuída a partir de Concurso Público.

D) Sim, caso faltar-lhe conhecimento técnico ou científico ou caso, sem motivo legítimo,
deixar de cumprir o encargo no prazo que lhe foi assinado.

E) Sim, caso fizer afirmação verídica e, mesmo assim, falar a verdade.

38
3
AULA
Responsabilidade, riscos e
cuidados na Perícia Judicial

QUESTÃO 4
Assinale a alternativa que NÃO contenha situação que haja impedimento do Perito, sendo-lhe
vedado exercer suas funções.

A) Quando for parte no processo seu cônjuge.

B) Quando for sócio ou membro de direção ou de administração de pessoa jurídica parte no


processo.

C) Quando promover ação contra a parte ou seu advogado.

D) Quando for herdeiro de qualquer das partes.

E) Quando estiver inadimplente nas suas obrigações perante o seu Conselho Profissional.

QUESTÃO 5
Qual é o prazo para a realização da perícia?

A) 15 dias.

B) 30 dias.

C) Prazo determinado pelo juiz.

D) Prazo determinado pelas partes.

E) 25 dias.
SER PERITO JUDICIAL
para Corretores de Imóveis

AULA 4

Esta é uma aula dirigida aos Corretores de Imóveis, na qual são comparados os requisitos mínimos
de um PTAM – Parecer Técnico de Avaliação Mercadológica com os requisitos mínimos de um
Laudo Pericial conforme descrito no CPC – Código de Processo Civil.

Avaliação estrutural
versus Avaliação
Mercadológica de imóveis
AVALIAÇÃO MERCADOLÓGICA:

Mercadológico: que tem relação com o mercado.

Portanto, uma Avaliação Mercadológica de algo se trata de avaliar como este algo se relaciona
com o mercado. É no mercado que transacionamos os bens. Consequentemente, essa análise da
relação desse bem no mercado é definida pelo seu valor, ou seja, por quanto, em dinheiro, esse
bem poderia ser transacionado no mercado.

Existem bens que podem ter um custo estrutural pequeno para serem produzidos, mas devido
algumas características únicas tornam-se mais valiosos. O contrário também é válido. Podem
existir bens que custaram muito para serem produzidos, mas que por outras características,
acabam tendo um valor pequeno se fossem transacionados. Trata-se da Lei da Oferta e Procura.
Imagine uma casa de alto padrão no bairro mais caro da cidade. Ela, certamente tem um alto valor.
Agora imagine que esta mesma casa esteja localizada no meio de uma comunidade de menor poder
aquisitivo e com alto índice de criminalidade. Certamente o valor dessa casa será bem menor.
Ainda que o seu valor estrutural seja o mesmo, há uma grande variação de preço entre estas duas
situações.
Valor mercadológico de um bem tem relação com a demanda (procura por este bem).
Quanto mais pessoas queiram comprar, maior é o valor e quanto menos pessoas quiserem comprar,
menor será o valor.

40
4
AULA
Laudo Pericial de Avaliação
Mercadológica de Imóveis

1- Avaliação Mercadológica do imóvel: avaliação do valor de mercado do imóvel existente, no local


onde está, nas condições que estiver, no mercado que estiver inserido.

2- Avaliação Mercadológica do projeto do Imóvel: avaliação de um imóvel paradigma, ou seja, um


imóvel que não existe, mas que se pretenda existir. Trata-se da avaliação do valor de mercado de
um imóvel conforme um projeto específico, num local indicado no projeto.

Laudo Pericial
O Laudo Pericial emitido pelo Corretor de Imóveis nomeado Perito é um PTAM - Parecer Técnico
de Avaliação Mercadológica.

Conteúdo do Laudo Pericial, segundo o artigo 473 do CPC - Código de Processo Civil – Lei nº
13.105, de 16 de março de 2015:

Art. 473. O laudo pericial deverá conter:


I - a exposição do objeto da perícia;
II - a análise técnica ou científica realizada pelo perito;
III - a indicação do método utilizado, esclarecendo-o e demonstrando ser
predominantemente aceito pelos especialistas da área do conhecimento da qual se
originou;
IV - resposta conclusiva a todos os quesitos apresentados pelo juiz, pelas partes e pelo
órgão do Ministério Público.
§ 1º No laudo, o perito deve apresentar sua fundamentação em linguagem simples e
com coerência lógica, indicando como alcançou suas conclusões.
§ 2º É vedado ao perito ultrapassar os limites de sua designação, bem como emitir
opiniões pessoais que excedam o exame técnico ou científico do objeto da perícia.
§ 3º Para o desempenho de sua função, o perito e os assistentes técnicos podem
valer-se de todos os meios necessários, ouvindo testemunhas, obtendo informações,
solicitando documentos que estejam em poder da parte, de terceiros ou em repartições
públicas, bem como instruir o laudo com planilhas, mapas, plantas, desenhos,
fotografias ou outros elementos necessários ao esclarecimento do objeto da perícia.
SER PERITO JUDICIAL
para Corretores de Imóveis

• A exposição do objeto da perícia: Deve-se identificar claramente e pormenorizadamente o


elemento que se esteja periciando. No caso da perícia ser a respeito de um imóvel, ainda que seja
para uma avaliação mercadológica, deve-se identificar o imóvel, descrever suas características,
as benfeitorias, o tipo do terreno, a idade da edificação, o estado de conservação, enfim, tudo o que
se possa incluir para que o leitor (o juiz) possa ter uma clara percepção do imóvel, mesmo sem o
ter visto presencialmente. Por isso, torna-se essencial incluir registro fotográfico do imóvel, por
completo (tal qual numa vistoria imobiliária).

• A análise técnica ou científica realizada pelo perito: Deve-se descrever a análise realizada,
incluindo cada dado que tenha sido coletado, cada comparação e cada referência usada. É
fundamental que se explique os fundamentos da análise e demonstre, em texto e imagens, a sua
realização.

• A indicação do método utilizado, esclarecendo-o e demonstrando ser predominantemente


aceito pelos especialistas da área do conhecimento da qual se originou: Deve-se definir o método
utilizado e apresentar o referencial teórico que fundamente sua utilização, de modo a garantir a
validade da análise. Sem isso, não se pode ter certeza da qualidade da análise realizada, tampouco
de seu embasamento técnico ou científico. O referencial teórico pode ser estudos científicos
revisados, normas expedidas pelos órgãos oficiais competentes ou, ainda normas publicadas
pela ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas ou por outra entidade credenciada pelo
Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial.

• Resposta conclusiva a todos os quesitos apresentados pelo juiz, pelas partes e pelo órgão do
Ministério Público: A primeira resposta que, de fato, deve estar em destaque no Laudo Pericial é a
determinação do propósito fundamental para o qual o juiz tenha nomeado um Perito Judicial. Por
exemplo, no caso de uma perícia mercadológica de um imóvel, a resposta conclusiva mais desejada
é a determinação do seu valor de mercado. No entanto, além disso, tanto o juiz, quanto as partes,
podem ter apresentado outros quesitos, ou seja, outras questões (ou uma lista de informações
que desejam saber). Caso o Ministério Público esteja envolvido no processo, então, este também
poderá apresentar uma lista de quesitos. Enfim, o Laudo Pericial deverá apresentar as respostas
para cada um desses quesitos.

42
4
AULA
Laudo Pericial de Avaliação
Mercadológica de Imóveis

PTAM – Parecer Técnico de


Avaliação Mercadológica
Resolução COFECI nº 1066/2007, artigo 5º:

Art. 5º - O Parecer Técnico de Avaliação Mercadológica, para determinação do valor de mercado,


deve conter os seguintes requisitos mínimos:

I) identificação do solicitante;
II) objetivo do parecer técnico;
III) identificação e caracterização do imóvel;
IV) indicação da metodologia utilizada;
V) valor resultante e sua data de referência;
VI) identificação, breve currículo e assinatura do Corretor de Imóveis Avaliador.

§ 1º - São requisitos para caracterização do imóvel a identificação de seu proprietário, o número


da matrícula no Cartório do Registro de Imóveis e o endereço completo ou a descrição detalhada
de sua localização.

§ 2º - A descrição do imóvel deve conter, no mínimo:

I) medidas perimétricas, medida de superfície (área), localização e confrontações;


II) descrição individualizada dos acessórios e benfeitorias, se houver;
III) contextualização do imóvel na vizinhança e infraestrutura disponível;
IV) aproveitamento econômico do imóvel;
V) data da vistoria.

§ 3º - Ao Parecer Técnico de Avaliação Mercadológica recomenda-se estarem anexados:

I) mapa de localização;
II) certidão atualizada da matrícula no Cartório do Registro de Imóveis;
III) relatório fotográfico.

O artigo 13 estabelece que “o Presidente do COFECI Conselho Federal de Corretores


de Imóveis regrará, através de Ato Normativo de observância obrigatória”.
SER PERITO JUDICIAL
para Corretores de Imóveis

No Ato Normativo nº 001/2011 emitido pelo COFECI é estabelecido no parágrafo único do artigo
7º que:
O PTAM deverá conter, no mínimo, os requisitos listados no modelo contido no Anexo IV.

Ato Normativo COFECI nº 001/2011


ANEXO IV
PARECER TÉCNICO DE AVALIAÇÃO MERCADOLÓGICA

Requisitos Mínimos
1. Identificação do solicitante;
2. Finalidade do PTAM;
3. Identificação e caracterização do imóvel:

Situação e localização (Estado, Município, logradouro, número, etc.);


Número de matrícula e cartório de registro imobiliário;
Áreas (do terreno, de construção, real privativa, de uso comum, real total, fração ideal,
etc.) e dimensões do imóvel;
Características e infraestrutura disponível no logradouro e na região onde se encontra
o imóvel;
Descrição detalhada do imóvel e acessórios (construções, benfeitorias, instalações,
etc.);
Relatório fotográfico, da data da vistoria realizada no imóvel;

4. Pesquisa de imóveis comparandos, para aplicação do Método Comparativo Direto de Dados de


Mercado:
Identificação dos imóveis escolhidos para compor a amostra, explicitando as
respectivas fontes;
Homogeneização dos itens da amostra;

5. Determinação do Valor de Mercado do imóvel avaliando;

6. Encerramento:

Conclusão do PTAM;
Data e assinatura do C.I. emissor do PTAM;
Aposição do Selo Certificador ao lado da assinatura

44
4
AULA
Laudo Pericial de Avaliação
Mercadológica de Imóveis

7. Anexos:

Relatório fotográfico (quando não incluído na Caracterização do Imóvel)


Plantas de situação e localização, mapas, etc.
Certidão atualizada da matrícula no Cartório do Registro de Imóveis;
Documentos diversos (outras certidões, recibos de impostos, CCIR, etc.)
Currículo do C.I. avaliador

Apresentação do Laudo
Pericial
O artigo 477 do CPC - Código de Processo Civil, estabelece que o Perito protocolará o
laudo em juízo, no prazo fixado pelo juiz, pelo menos 20 (vinte) dias antes da audiência
de instrução e julgamento.

Normalmente, o juiz estabelece a data ou a quantidade de dias (prazo) para a


finalização do PTAM. A entrega é feita conforme os procedimentos do Tribunal.
Existem tribunais que recebem o material impresso e existem tribunais que o recebem
na forma digital. Portanto, é preciso se inteirar no Cartório da vara do tribunal em que
for nomeado perito judicial como deve ser feita a entrega.
SER PERITO JUDICIAL
para Corretores de Imóveis

EXERCÍCIOS

QUESTÃO 1
Assinale a alternativa que NÃO apresenta algo que o Laudo Pericial deva conter.

A) A exposição do objeto da perícia.

B) A análise técnica ou científica realizada pelo perito.

C) A indicação do método utilizado, esclarecendo-o e demonstrando ser predominantemente


aceito pelos especialistas da área do conhecimento da qual se originou.

D) Resposta conclusiva a todos os quesitos apresentados pelo juiz, pelas partes e pelo órgão do
Ministério Público.

E) Os honorários arbitrados pelo perito.

QUESTÃO 2
Quando um Corretor de Imóveis é nomeado perito judicial, o que deverá entregar ao juiz?

A) Um Parecer Judicial.

B) Uma carta de recomendação.

C) Um Laudo Médico.

D) Um Parecer Técnico de Avaliação Municipal.

E) Um Laudo Pericial.

46
5
AULA
Sendo um
Perito Judicial

AULA 5

Nesta última aula, enfim, discorremos sobre o que fazer para efetivamente ser nomeado um
perito judicial e apresentamos algumas sugestões de textos para as principais petições a serem,
eventualmente, usadas para comunicação com o juiz.

Ser Legalmente Habilitado


No caso de corretores de imóveis, o que determina isso é o seu registro profissional no Conselho
Regional de Corretores de Imóveis da Região onde o corretor atua (CRECISP para o Estado de São
Paulo, CRECI-RJ para o Estado do Rio de Janeiro, CRECI-PE para o Estado de Pernambuco etc.).
Então, o CIRP – Cartão de Identidade e Regularidade Profissional, emitido pelo CRECI é documento
suficiente para tal comprovação. Contudo, pode ser interessante ter uma certidão de regularidade,
ainda que isso não seja obrigatório.

A inscrição no CNAI – Cadastro Nacional de Avaliadores Imobiliários é opcional, mas, ainda


assim, é extremamente importante, pois pode legitimar a especialização do corretor de imóveis
no assunto sobre avaliação mercadológica de bens imóveis.

Cadastro no Tribunal
! Lembrando: Perito Judicial é Auxiliar da Justiça!

Os Tribunais, normalmente, mantêm o cadastro de todos os auxiliares da justiça e, na ficha


cadastral, a pessoa indica que tipo de auxiliar pretende ser: perito, tradutor, mediador etc.

Para informações adequadas sobre o processo de inclusão no cadastro mantido pelo Tribunal, é
indicado entrar em contato com o Tribunal e questionar sobre como realizar o Cadastro de Perito
Judicial ou como realizar o cadastro de Auxiliar da Justiça.
SER PERITO JUDICIAL
para Corretores de Imóveis

Honorários do Perito Judicial


Atuação na Defensoria Pública: Existe uma tabela fixada de valores. Neste caso, o Perito é que
deve decidir se aceita trabalhar pelo valor já determinado.

Atuação em demais esferas: Existem, basicamente, 2 formas de cálculo de honorários:

• Usando a tabela do CRECI: Cada CRECI, em sua Região, emitiu uma portaria, contendo uma lista de
sugestões de preços para cada atividade do corretor de imóveis, incluindo a avaliação imobiliária.
A portaria apresenta uma sugestão e não uma determinação. Portanto, é totalmente permitido
cobrar mais ou cobrar menos daquilo que esteja estabelecido na tabela. A tabela do CRECI indica
a cobrança de um percentual do valor do imóvel avaliando. Como o valor do imóvel avaliando é
o resultado final do serviço de avaliação imobiliária, torna-se complicado apresentar um valor
antes do início dos trabalhos. Neste caso, alguns profissionais acabam supondo mentalmente,
por experiência, um valor aproximado do imóvel que irão avaliar, para que, com isso, calculem,
conforme a tabela do CRECI, o percentual e, consequentemente, o preço deste trabalho. Neste
caso, fica fácil de justificar o valor, pois está estabelecido como orientação pela autarquia federal
de registro e fiscalização profissional.

IMPORTANTE!
A proposta de honorários que o perito vai apresentar deve ter como ser justificada, pois, pode
acontecer de o juiz pedir esclarecimentos quanto ao valor proposto e, por isso, o perito deve
conseguir explicar.

• Usando os cálculos por hora de trabalho: Tratam-se de honorários calculados com base
na quantidade de horas que demandarão em cada tipo de tarefa que vai compor a atividade da
perícia. Por exemplo: Para vistoria, define-se um valor por hora, que será diferente do valor por
hora para busca de referenciais, que será diferente do valor por hora das análises que devem ser
feitas, e assim sucessivamente (conforme complexidade de cada tarefa), até completar todas as
atividades. Basta analisar onde se localiza o imóvel para calcular os custos de vistoria, e qual seria
a dificuldade de encontrar imóveis referenciais para essa avaliação, de modo a poder-se calcular
o tempo demandado para isso. Com base nisso, é possível estimar a quantidade de horas para
cada tarefa, multiplicar pelos respectivos preços por hora (definido pelo perito) e somar tudo
para compor o total final dos honorários. Neste caso, fica fácil apresentar a composição do preço,
demonstrando o esforço para cada tarefa a ser desempenhada.

48
5
AULA
Sendo um
Perito Judicial

Adiantamento e redução
de honorários
ADIANTAMENTO:

Art. 465. O juiz nomeará perito especializado no objeto da perícia e fixará de imediato o prazo
para a entrega do laudo.

§ 1º Incumbe às partes, dentro de 15 (quinze) dias contados da intimação do despacho de


nomeação do perito:
I - arguir o impedimento ou a suspeição do perito, se for o caso;
II - indicar assistente técnico;
III - apresentar quesitos.

§ 2º Ciente da nomeação, o perito apresentará em 5 (cinco) dias:


I - proposta de honorários;
II - currículo, com comprovação de especialização;
III - contatos profissionais, em especial o endereço eletrônico, para onde serão dirigidas as
intimações pessoais.

§ 3º As partes serão intimadas da proposta de honorários para, querendo, manifestar-se no


prazo comum de 5 (cinco) dias, após o que o juiz arbitrará o valor, intimando-se as partes
para os fins do art. 95 .

§ 4º O juiz poderá autorizar o pagamento de até CINQUENTA POR CENTO DOS HONORÁRIOS
ARBITRADOS A FAVOR DO PERITO NO INÍCIO DOS TRABALHOS, devendo o remanescente
ser pago apenas ao final, depois de entregue o laudo e prestados todos os esclarecimentos
necessários.

Mas, atenção! Veja o que estabelece o parágrafo 5º deste mesmo artigo:

§ 5º Quando a perícia for inconclusiva ou deficiente, o juiz poderá reduzir a


remuneração inicialmente arbitrada para o trabalho.
SER PERITO JUDICIAL
para Corretores de Imóveis

Peticionando o juiz
PE-TI-ÇÃO (Etm. do latim: petitio.onis)
s.f. Requerimento; pedido efetuado de modo escrito.
Ação ou consequência de pedir.
Jurídico. Solicitação feita por escrito para pedir um favor.

A comunicação enviada ao juiz é uma petição.

Uma petição deve possuir a descrição dos fatos e os fundamentos legais nos quais se baseia o
pedido.

A transformação digital tem permeado os tribunais e, a grande maioria já conta com petições
eletrônicas.

Seguem alguns textos exemplos de petição, os quais podem ser usados como modelos em petições
futuras.

Aceitação da nomeação
de Perito Judicial
(nome do perito), (nacionalidade), (estado civil), RG n°. (número do documento), CPF nº. (número
do documento), inscrito no CRECISP (ou CRECI-RN ou CRECI-DF etc.), sob o nº (colocar o número
de inscrição) com escritório profissional nesta cidade na rua (nome da rua) nº (número da casa
ou apto), bairro (nome do bairro), na cidade de (nome da cidade), Estado (nome do estado), vem,
respeitosamente, informar a Vossa Excelência, em conformidade com os artigos 156, § 1º, e
465, § 2º, ambos do Código de Processo Civil, que aceita o encargo para o qual foi nomeado e
que apresentará a proposta de honorários judiciais após a juntada dos quesitos pelas partes.

Desta forma, requer a juntada desta aos autos para tornar ciente todas as partes interessadas e
devidos fins de direito.

É o que requer.

Pede Deferimento.

50
5
AULA
Sendo um
Perito Judicial

Escusa de nomeação
de Perito Judicial
(nome do perito), Perito deste Juízo, devidamente qualificado nos autos do processo em epígrafe
vem, respeitosamente, informar a Vossa Excelência, que por motivos alheios à vontade,
encontra-se impossibilitado de exercer o encargo (Se for por motivo de impedimento ou suspeição
deve explicar a situação colocando: “, devido a...”). Dessa forma, apresenta sinceras escusas e
fica à disposição deste Juízo para prestar maiores esclarecimentos, bem como para atuar em
processos futuros, quando for solicitado.

Isto posto, requer a sua dispensa do encargo e a juntada desta aos autos para tornar ciente as
partes interessadas e para os devidos fins de direito.

É o que requer,

Pede deferimento.

Apresentação de proposta
de honorários periciais
(nome do perito), Perito deste Juízo, devidamente qualificado nos autos do processo em epígrafe,
vem, respeitosamente, requerer a Vossa Excelência a fixação dos honorários periciais em R$
(valor em números e depois, entre parênteses, o valor por extenso).

Diante do exposto, requer a intimação (do autor/réu, responsável pelo pagamento) para que
efetue o depósito da quantia fixada a título de verba honorária, no montante arbitrado por Vossa
Excelência, a título de adiantamento, objetivando, assim, dar início às diligências periciais.

É o que requer,

Pede deferimento.
SER PERITO JUDICIAL
para Corretores de Imóveis

Solicitação de uso de
outros meios necessários
(nome do perito), Perito deste Juízo, devidamente qualificado nos autos do processo em epígrafe,
vem, respeitosamente, requerer a Vossa Excelência autorização para (descrever o que precisa
– exemplo: questionar alguma pessoa, fazer busca de documentos em algum órgão, ter acesso ao
interior de imóvel trancado e desabitado etc.)

Desta forma, requer a Vossa Excelência, (fazer o requerimento de acordo com o pedido acima,
caso haja necessidade de intimações, notificações, dilação de prazo etc).

É o que requer,

Pede deferimento.

Intimação de morador de imóvel


para acesso ao interior do imóvel
(nome do perito), Perito deste Juízo, devidamente qualificado nos autos do processo em epígrafe,
vem, respeitosamente, requerer a Vossa Excelência, a expedição de mandado para intimação
do morador do imóvel no qual deve realizar a perícia, Sr. (nome do morador), residente e
domiciliado nesta cidade, (nome da rua, nº da casa), para que permita o ingresso deste Perito
no imóvel, para realizar as diligências periciais necessárias, visto que não logrou êxito nas
tentativas anteriores, uma vez que o Sr. (nome do morador) não autorizou o ingresso no imóvel.
Diante dos fatos, requer a Vossa Excelência a intimação do Sr. (nome do morador), bem como
fazer constar no mandado que o seu descumprimento acarretará em crime de desobediência,
autorizando o Perito a recorrer, se necessário, às forças policiais para o cumprimento do
encargo que lhe foi incumbido.

É o que requer,

Pede deferimento.

52
5
AULA
Sendo um
Perito Judicial

Solicitação de auxiliar técnico


ATENÇÃO!
O perito judicial poderá ter auxiliares técnicos.
Não confunda o auxiliar técnico do perito judicial com o assistente técnico da parte.

(nome do perito), Perito deste Juízo, devidamente qualificado nos autos processuais vem,
respeitosamente, requerer a Vossa Excelência, a designação de auxiliar técnico.

Isto posto, requer a Vossa Excelência, que comece a correr o prazo para entrega do laudo
somente após o auxiliar técnico ser designado e todas as partes estarem cientes, pelo fato da
necessidade das diligências serem realizadas conjuntamente.

É o que requer,

Pede deferimento.

Apresentação de laudo e pedido


de liberação dos honorários
(nome do perito), Perito deste Juízo, devidamente qualificado nos autos processuais, vem,
respeitosamente, apresentar a Vossa Excelência, dentro do prazo legal, o Laudo Pericial em
Anexo. Requer a liberação de seus honorários

Isto posto, requer a expedição de mandado de pagamento em favor do ora Requerente.

É o que requer,

Pede deferimento.
SER PERITO JUDICIAL
para Corretores de Imóveis

Pedido de prorrogação de
prazo para entrega do laudo
(nome do perito), Perito deste Juízo, devidamente qualificado nos autos processuais, vem,
elucidar e requer a Vossa Excelência:

Como observável nos autos, pela grande quantidade de quesitos apresentados e a necessidade
de apuração fática criteriosa da matéria (ou outro motivo razoável), o prazo deferido por Vossa
Excelência se tornou escasso, pelo fato de pretender, este Perito, obter as melhores colocações
de ordem técnica, com o aprimoramento das diligências concernentes;

É fato que a matéria em análise, no entender deste Perito, não apresenta problemática de
perigo e/ou urgência. Desse modo, não é possível gerar aos interessados danos irreparáveis ou
de difícil solução, bem como a complexidade técnica para justificar alteração de rito.

Assim, requer a Vossa Excelência, apresentando suas desculpas, a prorrogação do prazo pelo
período de (dizer o tempo necessário). Ainda, requer que o prazo comece a correr a partir da
ciência deste Perito, dando-se ciência imediata aos interessados, para os devidos fins de direito.

É o que requer

Pede deferimento.

Indicação do dia e da hora


para início da diligência
(nome do perito), Perito deste Juízo, devidamente qualificado nos autos processuais, vem,
requerer a Vossa Excelência que sejam intimadas as partes e demais interessados para início da
diligência da prova pericial no (citar o dia, a hora e o local exatos), ficando este Perito à disposição
para informações complementares, se necessário e solicitado.

É o que requer.

Pede deferimento.

54
5
AULA
Sendo um
Perito Judicial

Comunicando fato ocorrido


durante a diligência
(nome do perito), Perito deste Juízo, devidamente qualificado nos autos processuais, vem,
respeitosamente, elucidar e requerer a Vossa Excelência:

Na forma legal, este Perito deu início às diligências periciais. Entretanto, ocorreu (transcrever o
que ocorreu);

Em decorrência dos fatos supramencionados este Perito entendeu que é devido suspender
todos os atos periciais, objetivando levar ao conhecimento de Vossa Excelência e dos demais
interessados o ora esposado.

Este Perito sugere a Vossa Excelência que tome providências no sentido de (colocar o que acha
cabível para a hipótese);

(discorrer sobre outras hipóteses, o que mais for relevante para o caso concreto, se de interesse)
Dessa forma, aguarda a solução do Juízo para fins de dar prosseguimento nas diligências
periciais, requerendo a suspensão do prazo para entrega do Laudo.

É o que requer.

Pede deferimento.
SER PERITO JUDICIAL
para Corretores de Imóveis

EXERCÍCIOS
QUESTÃO 1
O que demonstra que um corretor de imóveis é legalmente habilitado?

A) O registro no Ministério do Trabalho.

B) O registro na Prefeitura.

C) O registro no CRECI de sua Região.

D) O registro no Tribunal Eleitoral.

E) O registro no Tribunal de Justiça.

QUESTÃO 2
Qual é o percentual máximo que pode ser adiantado ao perito judicial?

A) 50%

B) 25%

C) 5%

D) 20%

E) 15%

QUESTÃO 3
É possível que haja redução da remuneração do Perito?

A) Não, pois, uma vez aceito, não pode ser alterado.

B) Sim, quando a perícia for inconclusiva ou deficiente, o juiz poderá reduzir a remuneração
inicialmente arbitrada para o trabalho.

56
5
AULA
Sendo um
Perito Judicial

QUESTÃO 4
Assinale a alternativa que completa a afirmação: A comunicação enviada ao juiz é uma...

A) Pretensão.
B) Prestação.
C) Petição.
D) Presunção.
E) Preleção.

REFERÊNCIAS:

BRASIL. Código de Processo Civil. Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015. Disponível em


<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm>.

FIKER, José. Manual de avaliações e perícias em imóveis urbanos. Oficina de Textos, 2001.

MELLO, Luiz Fernando de; MELLO, Carlos Henrique Neves de. Modelos de Petições de Avaliações
de Perícias. Leud, 2018.
SER PERITO JUDICIAL
para Corretores de Imóveis

Depois de todo o curso, realmente esperamos que você possa ingressar neste mundo das perícias
judiciais e consiga ter sucesso nesta atividade.

Sugerimos que utilize este material para consultas futuras, de modo que sempre possa responder
às responsabilidades adequadamente, principalmente respeitando os prazos estabelecidos pelo
Código de Processo Civil.

Enfim, além de esperarmos que tenha desenvolvido o entendimento para ser competente nesta
área, desejamos boa sorte, já que sorte é um ingrediente muito bem-vindo para ampliar o potencial
de realizações.

Sucesso!!!

58
Gabarito

GABARITO - AULA 1
Questão 1
Qual é a definição de perícia?

A) Discussão que resulta de uma análise comprovável sobre algo específico, realizada por uma
pessoa especializada e habilitada no assunto, obtida a partir do uso e aplicação de métodos
técnico-científicos.

B) Conclusão que não resulta de uma análise comprovável sobre algo específico, realizada por
uma pessoa especializada e habilitada no assunto, obtida a partir do uso e aplicação de métodos
técnico-científicos.

C) Conclusão que resulta de uma análise comprovável sobre algo específico, realizada por uma
pessoa especializada e habilitada no assunto, obtida a partir do uso e aplicação de métodos
técnico-científicos.

D) Conclusão que resulta de uma análise não possível de ser comprovada sobre algo específico,
realizada por uma pessoa especializada e habilitada no assunto, obtida a partir do uso e aplicação
de métodos técnico-científicos.

E) Conclusão que resulta de uma análise comprovável sobre algo que seja genérico e nem um
pouco específico, realizada por uma pessoa especializada e habilitada no assunto, obtida a partir
do uso e aplicação de métodos técnico-científicos.

Resposta correta: Alternativa C.

Comentário: A perícia é a conclusão, assim como periciar é o mesmo que buscar a conclusão. Esse
resultado é obtido a partir de uma análise com objetivo de comprovar e, portanto, que apresente
provas sobre algo específico (aquilo que se esteja analisando). Quem realiza a perícia deve conhecer
do assunto e deve aplicar métodos que possam ser reproduzidos.

Questão 2
Analise se a seguinte afirmação é verdadeira ou falsa:

“O fato jurídico pode ser provado mediante perícia.”

A) Verdadeiro.
B) Falso.

Resposta correta: Alternativa A.

Comentário: Estabelecido pelo Art. 212 do Código Civil Brasileiro.


SER PERITO JUDICIAL
para Corretores de Imóveis

Questão 3
Quando a perícia é requerida?

A) Quando a determinação do fato não depender de conhecimento técnico especializado.

B) Quando a prova do fato depender de opinião pessoal amadora.

C) Quando a determinação do valor dos honorários depender de conhecimento técnico


especializado.

D) Quando a prova do fato depender de conhecimento técnico especializado.

E) Quando o juiz necessitar ajuizar ação contra o réu.

Resposta correta: Alternativa D.

Comentário: Art. 156 do CPC. “O juiz será assistido por perito quando a prova do fato depender de
conhecimento técnico ou científico”.

Questão 4
Analise se a seguinte afirmação é verdadeira ou falsa:

“A Perícia Arbitral é uma perícia realizada ao judiciário, determinada diretamente pelo juiz.”

A) Verdadeiro.
B) Falso.

Resposta correta: Alternativa B.

Comentário: A perícia arbitral é aquela que é realizada no juízo arbitral, conforme Lei Federal
9.307/96.

GABARITO - AULA 2
Questão 1
Assinale a alternativa CORRETA:

A) Perito Judicial é um cargo.


B) Perito Judicial é um posto de trabalho.
C) Perito Judicial é uma profissão.
D) Perito Judicial é um juiz.
E) Perito Judicial não é uma profissão.

60
Gabarito

Resposta correta: Alternativa E.

Comentário: O Perito Judicial é nomeado pelo juiz dentro de um processo específico. Dessa
forma, quando se encerra o processo, encerra a função do Perito Judicial. Portanto, uma pessoa
tem uma profissão e graças à sua especialização nessa profissão, poderá auxiliar a justiça,
momentaneamente, num ou outro processo, realizando perícias.

Questão 2
Quando a prova do fato depender de conhecimento técnico ou científico, o juiz poderá ser assistido
por quem?

A) Perito.
B) Assistente Técnico.
C) Assistente da Justiça.
D) Mediador.
E) Tradutor.

Resposta correta: Alternativa A.

Comentário: Estabelecido no Código de Processo Civil, Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015, Art.
156.

Questão 3

Analise se a seguinte afirmação é verdadeira ou falsa:

“O Assistente Técnico nunca, em hipótese alguma, poderá acompanhar o Perito Judicial durante
a diligência da perícia.”

A) Verdadeiro.
B) Falso.

Resposta correta: Alternativa B.

Comentário: Segundo o Art. 466, § 2º. “O perito deve assegurar aos assistentes das partes o
acesso e o acompanhamento das diligências e dos exames que realizar, com prévia comunicação,
comprovada nos autos, com antecedência mínima de 5 (cinco) dias”. Dessa forma, fica a critério
do assistente técnico acompanhar ou não o perito durante a diligência da perícia.
SER PERITO JUDICIAL
para Corretores de Imóveis

GABARITO - AULA 3
Questão 1
Assinale a situação que poderá fazer com que o perito fique inabilitado para atuar em outras
perícias no prazo de 2 (dois) a 5 (cinco) anos.

A) Se, por dolo ou culpa, prestar informações absolutamente verdadeiras.


B) Se, por dolo ou culpa, prestar informações inverídicas.
C) Se, por dolo ou culpa, prestar serviço adequado.
D) Se, por dolo ou culpa, prestar informações verídicas.
E) Se, por dolo ou culpa, não prestar informações inverídicas.

Resposta correta: Alternativa B.

Comentário: Estabelecido no artigo 158 do Código de Processo Civil.

Questão 2

Segundo o Código Penal brasileiro, o que pode acontecer se o Perito fizer afirmação falsa?
A) Reclusão, de 12 (doze) a 14 (quatorze) anos, e multa.
B) Reclusão, de 20 (vinte) a 40 (quarenta) anos, e multa.
C) Apenas multa.
D) Apenas reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) meses.
E) Reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

Resposta correta: Alternativa E.


Comentário: Estabelecido no artigo 342 do Código.

Questão 3
O Perito pode ser substituído?

A) Não, pois após nomeado, nada pode demovê-lo de seu posto.


B) Sim, pois as partes podem solicitar a substituição, a qualquer tempo, mediante qualquer motivo.
C) Não, pois a função do Perito é atribuída a partir de Concurso Público.
D) Sim, caso faltar-lhe conhecimento técnico ou científico ou caso, sem motivo legítimo, deixar
de cumprir o encargo no prazo que lhe foi assinado.
E) Sim, caso fizer afirmação verídica e, mesmo assim, falar a verdade.

Resposta correta: Alternativa D.

Comentário: Estabelecido pelo artigo 468 do Código de Processo Civil

62
Gabarito

Questão 4
Assinale a alternativa que NÃO contenha situação que haja impedimento do Perito, sendo-lhe
vedado exercer suas funções.

A) Quando for parte no processo seu cônjuge.


B) Quando for sócio ou membro de direção ou de administração de pessoa jurídica parte no
processo.
C) Quando promover ação contra a parte ou seu advogado.
D) Quando for herdeiro de qualquer das partes.
E) Quando estiver inadimplente nas suas obrigações perante o seu Conselho Profissional.

Resposta correta: Alternativa E.

Comentário: Inadimplência, não é um item listado no CPC que determine o impedimento do Perito
Judicial. É totalmente possível um profissional liberal estar inadimplente nas suas obrigações
perante o seu Conselho Profissional e, ainda assim, estar ativo.

Questão 5
Qual é o prazo para a realização da perícia?

A) 15 dias.
B) 30 dias.
C) Prazo determinado pelo juiz.
D) Prazo determinado pelas partes.
E) 25 dias.

Resposta correta: Alternativa C.

Comentário: Estabelecido no Art. 157 do CPC.

GABARITO - AULA 4
Questão 1
Assinale a alternativa que NÃO apresenta algo que o Laudo Pericial deva conter.

A) A exposição do objeto da perícia.


B) A análise técnica ou científica realizada pelo perito.
C) A indicação do método utilizado, esclarecendo-o e demonstrando ser predominantemente
aceito pelos especialistas da área do conhecimento da qual se originou.
D) Resposta conclusiva a todos os quesitos apresentados pelo juiz, pelas partes e pelo órgão do
Ministério Público.
E) Os honorários arbitrados pelo perito.
SER PERITO JUDICIAL
para Corretores de Imóveis

Resposta correta: Alternativa E.

Comentário: Honorários do Perito Judicial são peticionados pelo Perito Judicial e arbitrados pelo
juiz, antes do início da perícia. No Laudo pericial deve constar, obrigatoriamente, o que lista o Art.
473 do CPC.

Questão 2
Quando um Corretor de Imóveis é nomeado perito judicial, o que deverá entregar ao juiz?

A) Um Parecer Judicial.
B) Uma carta de recomendação.
C) Um Laudo Médico.
D) Um Parecer Técnico de Avaliação Municipal.
E) Um Laudo Pericial.

Resposta correta: Alternativa E.

Comentário: Perito Judicial entrega Laudo Pericial ao juiz, seja corretor de imóveis ou outro
profissional.

GABARITO - AULA 5
Questão 1
O que demonstra que um corretor de imóveis é legalmente habilitado?

A) O registro no Ministério do Trabalho.


B) O registro na Prefeitura.
C) O registro no CRECI de sua Região.
D) O registro no Tribunal Eleitoral.
E) O registro no Tribunal de Justiça.

Resposta correta: Alternativa C.

Comentário: Para ser corretor de imóveis é preciso ter registro no CRECI de sua Região, assim
como para ser Advogado é preciso ter inscrição na OAB e, para ser médico é preciso ter registro no
CRM.

64
Gabarito

Questão 2
Qual é o percentual máximo que pode ser adiantado ao perito judicial?

A) 50%
B) 25%
C) 5%
D) 20%
E) 15%

Resposta correta: Alternativa A.

Comentário: Segundo o Art. 465, § 4º “O juiz poderá autorizar o pagamento de até cinquenta por
cento dos honorários arbitrados a favor do perito no início dos trabalhos, devendo o remanescente
ser pago apenas ao final, depois de entregue o laudo e prestados todos os esclarecimentos
necessários”.

Questão 3
É possível que haja redução da remuneração do Perito?

A) Não, pois, uma vez aceito, não pode ser alterado.


B) Sim, quando a perícia for inconclusiva ou deficiente, o juiz poderá reduzir a remuneração
inicialmente arbitrada para o trabalho.

Resposta correta: Alternativa B.

Comentário: Estabelecido pelo artigo 465, § 5º, do CPC – Código de Processo Civil.

Questão 4
Assinale a alternativa que completa a afirmação: A comunicação enviada ao juiz é uma...

A) Pretensão.
B) Prestação.
C) Petição.
D) Presunção.
E) Preleção.

Resposta correta: Alternativa C.

Comentário: Petição é o documento que se encaminha ao juiz estabelecendo a comunicação.

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