Cad 7 - Metodologias de Exito
Cad 7 - Metodologias de Exito
Cad 7 - Metodologias de Exito
em Conteúdo,
Método e
Gestão
Metodologias
de Êxito
Ensino Médio
Inovações em Conteúdo, Método e Gestão • Metodologias de Êxito • Ensino Médio 73
Caro Educador!
É com muita alegria e satisfação que apresentamos os Cadernos de Formação da
Escola da Escolha dirigidos ao Ensino Médio.
Essa coleção consolida os esforços para a realização de uma das ambições do nosso
Instituto: influenciar e apoiar equipes na adoção de processos de gestão e pedagógi-
cos para efetivar o Modelo da Escola da Escolha como política pública bem-sucedida
nos estados e municípios onde atua como parceiro.
Um desses processos refere-se à oferta de meios para a formação das Equipes Escola-
res e das Equipes Gestoras dos Programas das Secretarias de Educação, o que não se
encerra nos primeiros contatos com o Time ICE e se estende num movimento formativo
contínuo que busca assegurar a todos o pleno domínio do entendimento e capacidade
de aplicação dos fundamentos do Modelo da Escola da Escolha, seja no cotidiano único,
complexo e desafiador do universo escolar, seja no âmbito das Secretarias, na implan-
tação e expansão dos respectivos Programas.
O PRIMEIRO VOLUME
1. Caderno Memória e Concepção – Concepção do Modelo da Escola da Escolha
2. Caderno Memória e Concepção – Conceitos
3. Caderno Memória e Concepção – Educação Inclusiva
O SEGUNDO VOLUME
4. Caderno Modelo Pedagógico – Concepção do Modelo Pedagógico
5. Caderno Modelo Pedagógico – Princípios Educativos
6. Caderno Modelo Pedagógico – Eixos Formativos
O TERCEIRO VOLUME
7. Caderno Inovações em Conteúdo, Método e Gestão – Metodologias de Êxito
8. Caderno Inovações em Conteúdo, Método e Gestão – Rotinas e Práticas Educativas
O QUARTO VOLUME
9. Caderno Inovações em Conteúdo, Método e Gestão – Espaços Educativos
10. Caderno Inovações em Conteúdo, Método e Gestão – Gestão do Ensino e da
Aprendizagem
O QUINTO VOLUME
11. Caderno Concepção do Modelo de Gestão - Tecnologia de Gestão Educacional
12. Caderno Escola da Escolha – Palavras Fáceis para Explicar Coisas que Parecem Difíceis
Cada volume concentra dois ou três cadernos com temas distintos para os quais exis-
te uma lógica para a leitura, tendo em vista que eles são interdependentes e se com-
plementam entre si, embora não exista uma hierarquização de conteúdos.
O primeiro volume é a nossa “breve história de quase tudo desde o início”. Ele traz o
Caderno Memória e Concepção – Concepção do Modelo da Escola da Escolha, onde
é apresentada a história da criação do Modelo, de onde partiu a sua motivação, as difi-
culdades e oportunidades envolvidas, os atores que fizeram parte e que contribuíram
para a sua elaboração, bem como a evolução desde a sua implantação no Ginásio Per-
nambucano em 2003.
No terceiro volume são introduzidas as inovações concebidas para trazer do plano teóri-
co-conceitual as ideias elaboradas e dar-lhes corpo no Projeto Escolar a partir de um con-
junto de definições que seguem um currículo comprometido com a integralidade da ação
educativa. Essa materialidade se mostra nos Cadernos Inovações em Conteúdo, Método
e Gestão – Metodologias de Êxito e Caderno Inovações em Conteúdo, Método e Ges-
tão – Práticas Educativas.
O Caderno Escola da Escolha – Palavras Fáceis para Explicar Coisas que Parecem Difí-
ceis encerra o quinto volume. Ele é um Caderno “bem diferentão” porque não se encontra
em nenhuma das categorias acima (Memória, Pedagógico, Gestão, Inovação...). E o que ele
é, afinal? Ora, ele é o que o próprio nome diz: uma coleção de palavras essenciais para aju-
dar a compreender coisas muito importantes, mas que da forma como são apresentadas
parecem complicadas, mas, em essência, não são. Além disso, traz também algumas re-
ferências teóricas fundamentais, linhas de pensamento e os seus mestres, e uma ou outra
organização cujos estudos são referências importantes para o ICE. A vivência do Time ICE
nas escolas brasileiras nos proporciona uma riqueza sem fim de situações sobre as quais
aprendemos muito. Trouxemos algumas dessas situações aqui porque elas se transforma-
ram em recomendações e são ilustrativas de elementos formativos do Modelo. Para nós,
elas valem muito pelo estatuto da experiência que carregam.
Bem-vindo à Escola da Escolha! Nela trabalhamos pelos mais importantes projetos brasi-
leiros e, certamente, os mais desafiadores e valiosos para a Equipe Escolar: os Projetos de
Vida dos estudantes.
Bom estudo!
PRESIDENTE
Marcos Antônio Magalhães
EQUIPE DE DIREÇÃO
Alberto Chinen
Juliana Zimmerman
Thereza Barreto
CRÉDITOS DA PUBLICAÇÃO
Organização: Thereza Barreto
Coordenação: Amália Ferreira e Johanna Faller
Supervisão de Conteúdo: Thereza Barreto
Redação: Renata Campos e Thereza Barreto
Leitura crítica: Alberto Chinen, Amália Ferreira e Elizane Mecena
Edição de texto: Korá Design
Revisão ortográfica: Palavra Pronta e Cristiane Schmidt
Projeto Gráfico e Diagramação: Korá Design
4ª Edição | 2020
© Copyright 2020 - Instituto de Corresponsabilidade pela Educação. “Todos os direitos reservados”
Olá, Educador!
Olá, Educador!
Para tanto, tratar o currículo de maneira integrada significa assegurar que a sua
Parte Diversificada ganhe robustez e lugar ao lado dos componentes curriculares da
Base Nacional Comum Curricular. Para a efetivação da Parte Diversificada, foram
concebidas Metodologias de Êxito que compõem a tecedura do fazer pedagógico.
Na perspectiva da integralidade curricular, a Parte Diversificada não é um comple-
mento ao currículo, mas o currículo em sua plenitude.
Há cerca de 20 anos, com o advento da Lei de Diretrizes e Bases para a Educação (Lei
9.394), foi regulamentada uma base nacional comum para a Educação Básica, a ser
considerada nos currículos da Educação Infantil, do Ensino Fundamental e do Ensino
Médio, em cada sistema de ensino e em cada estabelecimento escolar.
http://portal.mec.gov.br/secad/arquivos/pdf/ldb.pdf
Acessado em 17/09/2017.
A PARTE DIVERSIFICADA
No Art.15 das Diretrizes Curriculares Nacionais gerais para a Educação Básica (DCN), em
resolução CNE/CEB nº 04/2010, a Parte Diversificada é tratada como elemento que en-
riquece e complementa a BNCC, relacionando os estudos que considerem as caracterís-
ticas regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia, bem como da comunidade
escolar, a despeito dos tempos e espaços curriculares.
Uma proposta educativa formulada a partir dessa perspectiva expõe a urgência de revi-
são da prática pedagógica com mudanças em conteúdo (o que ensinar enquanto aquilo
que tem sentido e valor), método (como ensinar) e gestão (condução dos processos de
ensino e de aprendizagem tratando do conhecimento a serviço da vida), profundamente
alinhadas com o ideal de formação de uma pessoa autônoma, solidária e competente.
Para cada uma das Metodologias, apresenta-se o seu conceito, seus mecanismos de ope-
ração e os eixos que as estruturam.
Metodologias de Êxito
• Projeto de Vida
• Pós-Médio
• Pensamento Científico
BASE
NACIONAL PARTE METODOLOGIAS
• Eletivas
COMUM DIVERSIFICADA DE ÊXITO
CURRICULAR
• Protagonismo
• Estudo Orientado
• Práticas Experimentais
Ensino Fundamental Anos Iniciais Ensino Fundamental Anos Finais Ensino Médio
O CONCEITO
O Projeto de Vida tem a centralidade do Modelo da Escola da Escolha porque é para ele
que convergem todas as energias, dedicação, talento e foco da Equipe Escolar. Ao Proje-
to Escolar cabe prover as condições para a sua elaboração e aos estudantes a sua execu-
ção em virtude da excelente formação acadêmica recebida, da base de valores constitu-
ída e consolidada pelas experiências vividas e pelo desenvolvimento de um conjunto de
competências e habilidades que permitirão ao estudante viver, se posicionar e enfrentar
os desafios deste século.
No rol de condições providas pelo Projeto Escolar, consta na Parte Diversificada do Cur-
rículo uma Metodologia de Êxito oferecida aos estudantes sob forma de aulas, tanto nos
Anos Finais do Ensino Fundamental quanto no Ensino Médio, denominada Projeto de Vida.
O PROJETO DE VIDA
É o traçado entre o “ser” e o “querer ser”
É preciso cuidado para não repetir os padrões, dizer para o jovem “o que ele deve ser”
ou o que ele “deve fazer para ser alguém”.
Ele deverá ter descoberto a necessidade de projetar seus sonhos e desejos em forma
de ações e terá vivenciado um pouco da experiência de saber que este é um caminho
que deve ser construído e cuidado por cada um, com o apoio dos seus educadores e
da sua família.
No Modelo da Escola da Escolha o foco é o jovem e o seu Projeto de Vida. Isso significa
que todos reúnem os esforços para a sua realização por meio do Projeto Escolar, que
se estrutura para esse fim, porque a escola provê as condições para a oferta de uma
formação acadêmica de excelência associada a uma sólida formação em valores fun-
damentais para apoiar os estudantes nas decisões que tomarão ao longo das suas vi-
das e no desenvolvimento de competências, que os permitirão transitar e atuar diante
dos imensos desafios e possibilidades que encontrarão.
Esse conjunto deverá criar as condições e apoiar o estudante nas decisões relativas à
continuidade dos seus estudos no Ensino Médio, reconhecendo a imprescindibilidade
dos processos educativos para a construção de um projeto para a sua vida.
O fato de existir no currículo uma metodologia específica não prescinde toda a equipe
de educadores de se envolver com a sua realização, na medida em que o Projeto de
Vida do jovem é o foco do projeto escolar.
As aulas estruturadas, ministradas nos dois primeiros anos do Ensino Médio, ofere-
cem subsídios para que os jovens iniciem um processo gradual, lógico e reflexivo por
meio de temáticas fundamentais, que se relacionam e se complementam, auxiliando
na construção da sua identidade (o ponto de partida) e o seu posicionamento diante
das distintas dimensões e circunstâncias da vida.
Esse processo, realizado na especificidade dessa metodologia, mas presente na prática pe-
dagógica de todos os educadores, existe para apoiar o jovem:
1º ano 2º ano
A Centralidade do Modelo
é o Jovem e o seu Projeto de Vida
• Estímulo àqueles que nem ousam sonhar; • Realização de testes vocacionais e psi-
cológicos;
• Aquisição, ampliação e consolidação de va-
lores e princípios necessários à vida pesso- •Julgamento pessoal do seu conjunto
al, social e produtiva dos estudantes; de princípios e valores e das suas es-
colhas e/ou referências pessoais;
• Oferta de condições para que o estudante
crie expectativas em relação ao futuro e • Preparação para o mundo do trabalho;
construa uma visão de si próprio;
• Elaboração de um projeto coletivo.
• Fomento à responsabilidade pessoal de
cada estudante para que desenvolva
suas potencialidades e tome a decisão
de ser o principal condutor do seu Pro-
jeto de Vida.
O CONCEITO
Elas devem possibilitar ao estudante a construção de parte do seu próprio currículo por meio
da ampliação, diversificação e/ou aprofundamento de conceitos, conteúdos ou temas tra-
balhados na Base Nacional Comum Curricular que não são garantidas no espaço cotidiano.
Numa condição extraordinária, elas também podem ser propostas a partir de temas
e/ou conteúdos alinhados às necessidades de aprendizagem dos estudantes, identifi-
cadas nas avaliações diagnósticas realizadas no início do ano letivo e, assim, poderão
colaborar com o desenvolvimento das suas aprendizagens. Nessa perspectiva, extraor-
dinária e temporariamente, as Eletivas podem fazer parte do conjunto das ações estra-
tégicas do Nivelamento das Aprendizagens. Mas é importante destacar que essa não é
a natureza, o propósito e o fundamento das Eletivas.
Ampliação do
Repertório Cultural
ARTICULAÇÃO TEMAS
CRIATIVIDADE
COM A BNCC TRANSVERSAIS
As Eletivas são parte do Currículo, assim como a Matemática ou a Geografia. Elas não
concorrem com a Base Nacional Comum Curricular, nem a substituem. As Eleti-
vas não são um satélite girando em torno do currículo, mas, ao contrário, têm
um lugar próprio, sendo uma grande potência para integrar as distintas áreas do
conhecimento porque promovem a ampliação do menu de temas, de “coisas para
se pensar a respeito”, “de coisas para se descobrir”, ou “de coisas para saber
mais”, assim como o enriquecimento e diversificação do repertório de vivências
culturais, artísticas, esportivas, científicas, estéticas e linguísticas.
Ao decidir por uma Eletiva, entre as opções oferecidas, o estudante exercita a sua
capacidade de escolha com base num repertório ampliado, aprende a estabelecer
critérios valorando o que lhe interessa e o que lhe importa naquele momento de sua
vida escolar e ao mesmo tempo entende que sua escolha não o impede nem o limita
a aprender sobre as demais áreas do conhecimento. Para que a Eletiva cumpra o seu
papel de ampliação, enriquecimento e diversificação, é fundamental que seja atra-
ente e tenha sentido para o jovem, sendo planejada por meio de uma rica variedade
tanto teórico-conceitual, quanto metodológica e didática.
A base curricular organizada por áreas de conhecimento exige um processo mais glo-
bal de aprendizagem, articulado com várias dimensões do desenvolvimento pessoal
do estudante. A Escola da Escolha incorpora ao seu currículo as Eletivas. Por meio
dessa oferta, objetiva-se que o estudante aprofunde conceitos ao longo do Ensino
Médio, diversifique e amplie o seu repertório de conhecimentos e descubra o
prazer de seguir em busca de mais conhecimentos ao longo da vida. Sempre numa
perspectiva ampla, considerando as diversas áreas da produção humana. As Eletivas
devem ser uma oportunidade para desenvolver nos estudantes um conjunto de ha-
bilidades essenciais que não estão no estatuto das competências cognitivas apenas.
O PLANEJAMENTO
Eletivas
Nessa direção, recomenda-se que o planejamento das Eletivas permita que todos os
estudantes da turma sejam capazes de participar ativamente de seu processo de en-
sino-aprendizagem, por meio de atividades que proporcionem múltiplos meios de re-
presentação, ação, expressão e envolvimento. Assim, todos aprenderão com todos, de
modo verdadeiramente inclusivo.
É preciso ter em mente a diversidade que compõe o universo dos jovens. Seus diferentes
perfis são a maior riqueza que este encontro singular, mediado pelo professor, pode propor-
cionar. Relacionar os temas/conteúdos à vida do jovem quanto à sua história de vida, origem
e identidade, aos ambientes de seu convívio social e pessoal, aos conhecimentos de interesse
e aqueles que podem ser despertados, das regras de convivência, do relacionamento com os
temas da atualidade, entre outros, pode se apresentar como uma estratégia interessante.
MOLÉCULAS AO CREME
TURMAS: 1º ao 3º ano
Definidas as Eletivas, inicia-se a fase de divulgação para a comunidade escolar, que consiste
em expor uma lista com os temas em local de ampla visibilidade na escola e na “propaganda”
individual feita pelos professores nos intervalos e nas salas de aula durante a semana de ins-
crição, conforme previsto no planejamento. Há muitas maneiras de realizar essa divulgação
e algumas muito criativas como o recurso da “mídia humana”, no qual os professores encar-
nam os personagens relativos às Eletivas que oferecerão (já imaginou o Bono Vox, líder da
banda U2, conversando sobre a paz com Barack Obama, presidente dos EUA, em pleno pátio
da escola?). Outra forma é a “Feira das Eletivas”, na qual os professores organizam no pátio
da escola suas mesas, expõem materiais ilustrativos (folders, cartazes etc.) e apresentam
aos estudantes os conteúdos e objetivos propostos.
Vale destacar que na organização semanal dos horários para as Eletivas é necessário o ali-
nhamento com todas as turmas para favorecer a troca entre os estudantes e professores,
bem como para o desenvolvimento de todas as atividades de forma compartilhada, provo-
cando a curiosidade dos jovens em relação ao que está acontecendo em todas as turmas, a
vontade de conhecer, saber e aprender neste momento em que a escola tem uma dinâmica
diferenciada e bastante estimulante.
Assim, o próximo passo é quando os estudantes poderão se inscrever na Eletiva que lhes
chamou mais atenção e despertou sua curiosidade. Com o apoio dos professores das Ele-
tivas, os estudantes são orientados a escolher entre as opções divulgadas e inscrever o seu
nome, definindo em qual participará. O importante aqui é criar condições para que todos os
estudantes possam fazer sua escolha, atentando-se para não se escolher “pelo” estudante.
Os estudantes não são organizados em séries ou turmas, mas pelas Eletivas que esco-
lheram. Isso significa que os grupos serão formados por estudantes de várias turmas e
de várias séries, indistintamente. Aí reside mais um elemento de extrema riqueza desta
Metodologia de Êxito: possibilitar a multiplicidade de convivência de perfis em termos
de maturidade, de histórias de vida, de experiências, de repertórios, de perspectivas, de
limites e de possibilidades em torno de um objeto em comum.
A EXECUÇÃO
A cada semestre, o processo se repete e os jovens devem optar por Eletivas diferentes das
que vivenciaram no período anterior, mesmo que algumas delas sejam oferecidas novamen-
te, sobretudo quando elas foram muito celebradas, bem avaliadas e por isso, procuradas.
A CULMINÂNCIA
Neste dia, todos os estudantes têm a oportunidade de falar sobre o que aprenderam, con-
solidar as bases acadêmicas que construíram, avaliar as escolhas que fizeram e os valo-
res que agregaram às suas vidas, bem como de se expor às críticas e proposições daque-
les para quem apresentarão os seus trabalhos. Os produtos, sob a forma de relatórios de
projetos de pesquisa, jogos, robôs, experiências científicas, jornais, dramatizações, músi-
cas, reportagens, HQ, curta-metragem etc., não são apenas apresentados, mas expostos
É um exercício rico de competências que deverá ter sentido e significado por meio do
conhecimento gerado pelo e para os jovens, nas diversas dimensões da vida.
A AVALIAÇÃO
Os distintos marcos legais das Secretarias de Educação (estaduais e municipais) que tra-
tam da avaliação da aprendizagem normatizam os critérios para aprovação ou retenção
nos componentes curriculares da Parte Diversificada. No entanto, isso não significa que
não devam existir mecanismos de avaliação. Uma ponderação: como há o objetivo de
assegurar a integralização entre os componentes curriculares da Parte Diversificada e os
componentes curriculares do Núcleo Comum, recomenda-se que o desenvolvimento dos
estudantes na Eletiva deva ser considerado na avaliação dos componentes curriculares
com a qual ela está mais diretamente ligada. Ou seja, que o desempenho do estudante na
Eletiva durante o semestre possa influenciar o resultado da avaliação dos componentes
curriculares X ou Y.
Por exemplo, “Einstein, Galileu, Newton e eu: os melhores amigos do planeta” é uma
Eletiva que reúne componentes curriculares das Áreas de Ciências e de Matemática e
Arte. Os estudantes criam diários, dramatizações e outras atividades sobre os cientistas
em seus respectivos cotidianos e contextos históricos e as relacionam com o contex-
to atual. Nessa Eletiva, o desempenho dos estudantes poderá ser considerado nos dois
componentes curriculares a partir de critérios estabelecidos e pactuados entre os profes-
sores, estudantes e Coordenação Pedagógica, observado o sistema de avaliação vigente
na respectiva Secretaria de Educação. Alguns critérios comumente utilizados são: quali-
dade da participação do estudante nos processos de planejamento, execução e avaliação
das atividades, envolvimento pessoal e disposição em contribuir com o grupo, domínio do
conteúdo e, principalmente, a aplicação prática da aprendizagem sobre o que aprendeu.
Os registros semanais dos professores e a adoção de um caderno/diário personalizado
para as Eletivas é recomendável.
O Papel do Educador
O papel do professor nas aulas das Eletivas é levar os estudantes a analisar os pro-
blemas, as situações e os acontecimentos dentro de um contexto real, utilizando os
conhecimentos presentes nas diversas áreas.
O Perfil do Educador
• É curioso, idealista, criativo, próativo, apaixonado pela construção do co-
nhecimento e anseia por novidades;
ATUAÇÃO DO EDUCADOR
A seguir, apresentamos algumas sugestões de Eletivas. Observe que aqui não apre-
sentamos o Mapa da Eletiva, apenas uma pequena fração do seu roteiro para inspirar a
criação de outras. Seus títulos são criativos, como sugerimos que devam ser as Eletivas
na Escola da Escolha:
Espírito
Entusiasmo
gregário
Capacidade de
Foco
Planejamento
Capacidade
Esforço
de iniciativa
Eletivas
Autoconheci-
Curiosidade
mento
Autodidatismo Resolutividade
Outros
Outros
Outros
O CONCEITO
O Estudo Orientado é uma Metodologia de Êxito que objetiva oferecer um tempo qua-
lificado destinado à realização de atividades pertinentes aos diversos estudos. Inicial-
mente orientado por um professor, o estudante aprende métodos, técnicas e proce-
dimentos para organizar, planejar e executar os seus processos de estudo visando ao
autodidatismo, à autonomia, à capacidade de auto-organização e de responsabilidade
pessoal. Não deve ser confundido com “tempo para realizar as tarefas”, mas para
realizar quaisquer atividades relativas às necessidades exigidas pelos estudos, entre
elas as próprias tarefas.
O OBJETIVO
O Estudo Orientado no Ensino Médio busca promover junto aos jovens o apoio necessário
para sua aprendizagem por meio de situações didáticas planejadas para o desenvolvi-
mento de habilidades relacionadas à sua capacidade de auto-organização, autodidatis-
mo, didatismo, entre outras.
Criar uma cultura de estudos na escola é uma das estratégias mais eficazes na direção da
Formação para a Excelência Acadêmica. Assegurar uma rotina permanente de estudos
junto aos estudantes é uma das ações para realizar essa estratégia e por isso a criação
de tempos qualificados para a realização dos estudos torna-se fundamental. Ter clareza
sobre isso e investir nessa estratégia é uma das medidas mais acertadas para um Plano
de Ação bem sucedido.
Por essa razão, no Estudo Orientado para o Ensino Médio constam não apenas os tempos
destinados às aulas e aqueles que posteriormente serão destinados à realização dos es-
tudos propriamente ditos, mas constam também 2h semanais destinadas à realização de
avaliações semanais – sendo essa uma ação extremamente eficaz.
Essas avaliações, que podem ser chamadas de “Avaliação de Bloco”, “Avaliação de Mó-
dulo” ou qualquer outro (não importa qual nome), desde que sejam realizadas, fazem
Essas provas devem ser objetivas, com no máximo 20 questões, elaboradas pelos pró-
prios professores das escolas e sob a orientação dos Coordenadores de Área que repor-
tarão ao Coordenador Pedagógico (responsável por todo o processo).
Para que não representem altos custos para a escola, já que implica em muitas repro-
duções, é necessário estabelecer um padrão de fonte, tamanho, espaçamento, não utili-
zação de figuras etc. Isso deve ser definido previamente pela Coordenação Pedagógica
e divulgado junto aos professores. É necessário haver muita disciplina e controle nesse
processo. Os professores não podem esquecer que essas avaliações não substituem os
demais instrumentos que eles utilizam em suas práticas. Nestas, eles aplicam as ques-
tões subjetivas, mais ou menos questões, realizam nos dias da semana que assim for
definido, enfim, fazem parte de outro processo.
A correção deve ser realizada pelos professores por meio dos gabaritos e os seus resul-
tados divulgados junto aos estudantes periodicamente.
Os resultados dos simulados devem ser exibidos sob a forma de gráficos objetivando de-
monstrar a evolução das turmas (para cada turma) e de cada estudante individualmente
para que sirva de parâmetro para os seus planos de estudo e para os professores como
referências para os seus trabalhos.
Muitas experiências se mostraram eficazes quando os resultados dessas provas são con-
tabilizados para efeito de pontuação nas respectivas disciplinas. A depender do sistema
de avaliação da Secretaria de Educação, deve ser incorporada nos termos que couber, ou
seja, podem ser consideradas como parte da média do bimestre de maneira ponderada,
pode valer como uma das notas do bimestre, pode valer como pontos etc., sempre ali-
nhado ao sistema de avaliação vigente na Secretaria. O objetivo não é essencialmente
avaliar domínios, mas assegurar a rotina de estudos, por isso a Avaliação Semanal é
parte das ações do Estudo Orientado.
ORGANIZAÇÃO PESSOAL
• O apoio dos pais para a limpeza das mochilas pelo menos sema-
nal, a organização do uniforme, o controle das tarefas de casa, o
estímulo e a valorização dos estudos e conquistas dos seus filhos.
Atenção, responsabilidade e organização do que é preciso para estudar fazem parte não
apenas da vida escolar, mas também expressam uma maneira de ser e estar no mundo.
Estes hábitos e atitudes ocupam um papel importante no processo de aprendizagem,
aspectos característicos da autonomia.
HABILIDADES METACOGNITIVAS
Segundo Flavell citado por Yavas (1988), é na fase intermediária da infância, período
compreendido entre os 04 e os 08 anos de idade, que as crianças percebem como po-
dem controlar seus processos intelectuais. Por outro lado, os autores também desta-
cam a influência do fator escolarização, pois mesmo que os professores não se ocupem
de ensinar estratégias às crianças, o próprio meio escolar, com as atividades e tarefas
que lhe são próprias, se encarrega de fazê-lo. À medida que a criança é confrontada
com a resolução de problemas cognitivos, como repetir, agrupar, classificar, evocar
os conteúdos que as situações de aprendizagem lhe trazem, elas necessitam utilizar-
-se das estratégias de que dispõem, o que as leva ao aperfeiçoamento das mesmas e
à aquisição de novas estratégias, confirmando a idéia de Vygotsky (1984) de que, o
ingresso no ambiente escolar favorece a conscientização da criança acerca de seus
próprios processos mentais.
As aulas de Estudo Orientado devem ter como foco cada jovem em sua individualidade,
levando em consideração suas modalidades de aprendizagem e favorecendo o desenvol-
vimento de habilidades importantes para sua vida e sua formação acadêmica, indo além
do que é trabalhado em sala de aula como a auto-organização, a autonomia (algumas
das habilidades da competência pessoal do Pilar Aprender a Ser - um dos princípios do
Modelo), a resolutividade, a capacidade de organização do tempo e do espaço, sem ne-
cessariamente ter a presença dos professores.
Todos podem aprender a estudar. Esta não é uma questão pequena, uma vez
que ainda encontramos em diversos espaços educacionais estudantes que,
devido às suas singularidades, terminam por ficar na periferia dos processos
pedagógicos ainda que estejam “incluídos” no ambiente da sala de aula. É
importante que as equipes de apoio às escolas possam oferecer à Equipe
Escolar condições para que todas as crianças, adolescentes e jovens possam
aprender a estudar e estudar para aprender dentro de suas condições.
A priorização do que deve ser estudado está relacionada aos indicadores de desempenho
dos estudantes. A Equipe Escolar deve fazer uso do Modelo de Gestão para que o Modelo
Pedagógico (na articulação entre Base Nacional Comum Curricular e Parte Diversificada)
aponte a direção para que os jovens superem possíveis dificuldades e/ou potencializem
o que já sabem mediados pelo professor de Estudo Orientado.
Para o planejamento das aulas de Estudo Orientado é preciso sempre levar em consideração:
É importante instalar a rotina de estudos na vida dos estudantes pelo domínio de ha-
bilidades que favoreçam as suas aprendizagens e desenvolver atitudes que cultivem o
desejo de continuar a aprender ao longo da vida.
Ao final das aulas, espera-se que os estudantes consigam aperfeiçoar seus horários de
estudos a partir do que aprenderam e consigam estudar de forma autônoma.
No Ensino Médio, espera-se que os estudantes consigam estabelecer uma sólida rela-
ção entre estudar e suas razões/objetivos para concluir a Educação Básica e dar sequ-
ência ao Projeto de Vida, além de cultivar o desejo de continuar aprendendo ao longo
da vida.
A organização dos horários de estudo de cada turma, sob a orientação de um mesmo pro-
fessor, ou mais de um, é determinada pela distribuição de carga horária feita pela escola.
Assim, uma turma pode ter vários professores de Estudo Orientado e outras apenas um.
A cooperação em sala de aula pode ser um fator importante para a inclusão das pessoas com
deficiência, pois permite interação e troca entre os estudantes. O desenvolvimento de estra-
tégias pode ser decisivo para criar esse ambiente de cooperação em que os estudantes que
têm mais habilidades em alguma matéria possam ajudar aqueles com menos habilidades.
Uma dificuldade comum aos jovens é não saber como administrar o próprio tempo,
entender e aceitar a necessidade de estabelecer rotinas em sua vida. Assim, sempre
que o professor achar necessário, é importante criar espaços nos horários de Estudo
Orientado para que todos falem sobre o seu tempo: se faltou tempo para fazer o que
foi pedido, se alguma matéria tomou muito tempo, se conseguiram fazer todas as
tarefas da semana, se foi fácil dar conta das tarefas, como estudou, se o estudo foi
produtivo e, principalmente, se eles conseguiram perceber o que aprenderam.
Nos horários de Estudo Orientado de sua turma, o Líder pode assumir, com apoio e su-
pervisão do professor, a condução de uma atividade de extrema importância, caracteri-
zada pelo alto nível de corresponsabilidade e compromisso: a liderança do Plano de Ati-
vidades ou Plano de Estudos da Turma. Trata-se de um conjunto de fichas com o nome
de todos os estudantes para o registro da frequência e da atividade a qual cada um está
dedicado naquele horário de Estudo Orientado. Essas fichas ficam armazenadas numa
pasta sob a responsabilidade do líder de Turma. Ao final do horário de Estudo Orientado,
o Líder entrega a pasta à Coordenação Pedagógica, encarregada de fazer os encaminha-
mentos posteriores necessários.
Outra ação de grande importância do Líder de Turma é o registro, com o apoio dos pro-
fessores, de todas as demandas dos componentes curriculares (trabalhos, provas, pes-
quisas, seminários etc.) prescritas pelos professores para assegurar que seja preservado
o devido equilíbrio, sem sobrecarregar os estudantes e assegurar que as atividades se-
jam mantidas pelos professores conforme planejado. À medida que os professores pres-
crevem, o Líder de Turma ajuda os professores a localizar no Plano de Atividades da
Turma os dias e horários para apresentação/entrega. Esse é um importante instrumen-
to de diálogo/negociação entre os professores e estudantes e uma maneira de favorecer
o desenvolvimento de habilidades como planejamento, flexibilidade, organização etc.
Durante o Estudo Orientado, o Líder de Turma chama a atenção para o Plano de Ativida-
des da Turma e alerta sobre as suas prioridades.
Componentes
Segunda Terça Quarta Quinta Sexta
curriculares
Portuguesa
Responder
Língua
questionário
da pág. 10
Matemática
Resolver
Prova Bloco I exercícios do
Capítulo II
Física
Fazer pesquisa
Prova Bloco I sobre os seres
vivos.
Habilidades trabalhadas
nas aulas de Estudo Orientado
Espírito
gregário
Autonomia Entusiasmo
Autogestão Foco
Estudo
Orientado
Planejamento Esforço
Autodidatismo Responsabilidade
Outros
Outros
Outros
O CONCEITO
A busca do desenvolvimento social com equidade tem sido, ao longo dos séculos, um
objetivo permanente das civilizações. Para se atingir esta condição, todavia, sabe-se
hoje que existe uma série de pressupostos:
A beleza da ciência reside na ideia de que a certeza teórica, enquanto certeza abso-
luta deve ser abandonada para dar lugar ao que Popper (1982) afirma, ou seja, há um
progresso que pode ser ultrapassado e que permanece incerto.
Karl Popper (1902 – 1994), filósofo austro-húngaro, foi um dos grandes filósofos
liberais da Ciência do Século XX.
Então, a Ciência é este esforço natural da condição humana, e o Cientista é esta figura
que em todos nós pode ser educada!
GRAÇAS ÀS CIÊNCIAS...
É a tecnologia que hoje nos permite a comunicação entre indivíduos de maneira pra-
ticamente ubíqua; possibilita-nos as múltiplas formas de entretenimento sem sair
de casa; fornece-nos o acesso rápido à informação acumulada pela humanidade no
decorrer de toda sua história; oferece-nos diagnósticos médicos cada vez mais pre-
cisos, aumentando a qualidade e a expectativa de vida das pessoas. Some-se a este
conjunto de conquistas a comprovação de que os anos de escolaridade de uma popu-
lação são um dos principais definidores do seu PIB per capita.
Aprender Ciências significa, por um lado, aproximar-se das grandes linhas do pensa-
mento científico e, por outro, desenvolver o pensamento lógico.
É assim que nos tornamos capazes de analisar uma situação; de identificar seus as-
pectos relevantes e secundários e, dessa forma, elaborar uma explicação acerca da
mesma; de descobrir implicações e estabelecer suas inter-relações; de levantar hipó-
teses para, então, confirmá-las ou negá-las.
A formação de uma atitude científica está intimamente vinculada ao modo como se cons-
trói o conhecimento e por isso, na Escola da Escolha, os Laboratórios de Ciências e de Ma-
temática são potencialmente mais que recursos didáticos. Eles são, em essência, espaços
privilegiados de re-significação da experiência porque contribuem para o desenvolvimento
de conceitos científicos, além de permitir que os estudantes aprendam como abordar obje-
tivamente fenômenos e como desenvolver soluções para problemas complexos.
Muitos dos fenômenos naturais pressupõem transformações e estas podem ser compre-
endidas a partir da maneira pela qual lidamos com o conceito de substância, por exemplo,
como no ciclo da água, na combustão e na digestão.
No Caderno Palavras Fáceis para Explicar Coisas que Parecem Difíceis encontra-se
uma breve orientação sobre como organizar um rodízio para uso dos laboratórios e assegu-
rar turmas menores, oferecer melhor atendimento do professor nos experimentos e maior
rotatividade dos estudantes nos laboratórios.
O CONCEITO
São muitas reflexões sobre qual o caminho a tomar para a sua formação profissional e
suas decisões se tornam tão mais complexas quanto menos eles forem apoiados e te-
nham dedicado tempo e atenção ao planejamento do seu Projeto de Vida.
Mais do que nunca o apoio dos professores se torna essencial nesse momento diante da
missão de acompanhá-los nessa reflexão e decisão, apoiando-os na construção do seu
próprio marco lógico e levando-os a pensar sobre o fato de que talvez adorem alguma
área da atividade humana (paixão) e até sejam bons nessa área (talento), mas também
precisam considerar formas de prover seu autossustento (necessidade).
Por outro lado, não é recomendável limitá-los a uma reflexão que os leve a vislumbrar
uma profissão que remunere bem (necessidade), mas que não lhes traga felicidade (pai-
xão) ou não explore seus dotes (talento).
Durante seu processo de escolarização, o jovem deverá ter se apropriado de uma série
de conhecimentos e informações, mas não apenas de natureza acadêmica. Há outra di-
mensão igualmente importante para sua tomada de decisão, que se refere à compreen-
são das relações dinâmicas do mundo produtivo e das muitas possibilidades que ele tem
diante de si.
Essa preparação encontra-se na Parte Diversificada do Currículo como parte das estra-
tégias da Escola da Escolha para apoiar os estudantes do 3º ano do Ensino Médio naquilo
que é o seu foco, seja o ingresso na universidade ou a inserção no mundo do trabalho ou
outra área do campo produtivo, numa ação que complemente a sua formação de orien-
tação acadêmica.
E uma vez a cada mês, destinam 2h da carga horária à aplicação do material elaborado
intitulado Pós-Médio: Um Mundo de Possibilidades, onde consta um conjunto de refe-
rências, informações e orientações fundamentais para a conclusão do processo de apoio
ao Projeto de Vida iniciado no 1º ano. Esse conteúdo deve ser trabalhado desde diferentes
perspectivas, que incluem não só a expectativa de inserção no mundo do trabalho, mas
QUAL É O ASSUNTO
O conteúdo poderá ser utilizado da forma que melhor se adequar ao trabalho idealizado
pelo professor, considerando sua opção metodológica, seja na forma de debates, oficinas,
painéis, seminários, palestras, etc.