Teste 3-Direito Das Obrigações
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Tema:
RESPONSABILIDADE CIVIL
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 1
3 CONCLUSÃO ....................................................................................................... 14
1.1 Objectivos
1.1.1 Geral
O trabalho tem como objectivo geral, retratar o entendimento sobre Responsabilidade
Civil
1.1.2 Específicos
➢ Conceituar a Responsabilidade Civil;
➢ Identificar as clausulas;
➢ Detalhar sobre a natureza jurídica;
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2 RESPONSABILIDADE CIVIL
2.1 Responsabilidade Civil: Origem do Instituto e Pressupostos Gerais
Conceito
De acordo com Rui Stoco, a ideia de responsabilidade civil está relacionada à noção de
não prejudicar outro. A responsabilidade pode ser definida como a aplicação de medidas
que obriguem alguém a reparar o dano causado a outrem em razão de sua acção ou
omissão.
“A noção da responsabilidade pode ser haurida da própria origem da palavra, que vem do
latim respondere, responder a alguma coisa, ou seja, a necessidade que existe de
responsabilizar alguém pelos seus actos danosos. Essa imposição estabelecida pelo meio
social regrado, através dos integrantes da sociedade humana, de impor a todos o dever de
responder por seus actos, traduz a própria noção de justiça existente no grupo social
estratificado. Revela-se, pois, como algo inarredável da natureza humana”
"O termo responsabilidade é Dever jurídico, em que se coloca a pessoa, seja em virtude
de contrato, seja em face de fato ou omissão, que lhe seja imputado, para satisfazer a
prestação convencionada ou para suportar as sanções legais, que lhe são impostas. Onde
quer, portanto, que haja obrigação de fazer, dar ou não fazer alguma coisa, de ressarcir
danos, de suportar sanções legais ou penalidades, há a responsabilidade, em virtude da
qual se exige a satisfação ou o cumprimento da obrigação ou da sanção”.
“No direito actual, a tendência é de não deixar a vítima de actos ilícitos sem
ressarcimento, de forma a restaurar seu equilíbrio moral e patrimonial O lesionamento a
elementos integrantes da esfera jurídica alheia acarreta ao agente a necessidade de
reparação dos danos provocados. É a responsabilidade civil, ou obrigação de indemnizar,
que compele o causador a arcar com as consequências advindas da acção violadora,
ressarcindo os prejuízos de ordem moral ou patrimonial, decorrente de facto ilícito
próprio, ou de outrem a ele relacionado”.
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distinguir a obrigação da responsabilidade. “A obrigação é sempre um dever jurídico
originário; responsabilidade é um dever jurídico sucessivo consequente à violação do
primeiro”.
Com o passar do tempo a aplicação desta pena, entretanto, passou a ser marcada pela
intervenção do poder público, que poderia permiti-la ou proibi-la. Posteriormente, ainda
vigorando a Lei das XII Tábuas, inicia-se o período da composição tarifada, onde a
própria lei determinava o quantum para a indemnização, regulando o caso concreto. Nas
palavras de Alvino Lima, esta fase “é a reacção contra a vingança privada, que é assim
abolida e substituída pela composição obrigatória”
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Esta legislação destacou-se por trazer a substituição da multa fixa por uma pena
proporcional ao dano causado. O intitulado dammun injúria datum, regulado por esta lei,
definia o delito praticado por alguém que prejudicasse a outrem, injustificadamente, por
dolo ou culpa, tanto física como materialmente.
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declínio da responsabilidade civil subjectiva se deu principalmente em função da
evolução da sociedade industrial e o consequente aumento dos riscos de acidentes de
trabalho.
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exemplo mais comum na doutrina é o clássico caso da obrigação de reparar os danos
oriundos de acidente entre veículos. Esta categoria de responsabilidade civil - que visa a
reparar os danos decorrentes da violação de deveres gerais de respeito pela pessoa e bens
alheios – costuma ser denominada de responsabilidade em sentido estrito ou técnico ou,
ainda, responsabilidade civil geral.
O Código Civil Moçambicano estabelece a definição de factos ilícito em seu artigo 483:
“Aquele que, com dolo ou mera culpa, violar ilicitamente o direito de outrem ou qualquer
disposição legal destinada a proteger interesses alheios fica obrigado a indemnizar o
lesado pelos danos resultantes da violação.”.
1. Que haja um facto (uma acção ou omissão humana, ou um facto humano, mas
independente da vontade, ou ainda um facto da natureza), que seja antijurídico, isto é, que
não seja permitido pelo Direito, em si mesmo ou nas suas consequências;
2.Que o facto possa ser imputado a alguém, seja por dever a actuação culposa da pessoa,
seja por simplesmente ter acontecido no decurso de uma actividade realizada no interesse
dela;
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4. Que tais danos possam ser juridicamente considerados como causados pelo acto ou
facto praticado, embora em casos excepcionais seja suficiente que o dano constitua risco
próprio da actividade do responsável, sem propriamente ter sido causado por esta
2.7 Conduta
O elemento primário de todo acto ilícito, e por consequência da responsabilidade civil é
uma conduta humana. Entende-se por conduta o comportamento humano voluntário, que
se exterioriza através de uma acção ou omissão, produzindo consequências jurídicas. No
entendimento de Maria Helena Diniz a conduta é:
2.8 Dano
A existência de dano é requisito essencial para a responsabilidade civil. Não seria possível
se falar em indemnização, nem em ressarcimento se não existisse o dano.
“O acto ilícito nunca será aquilo que os penalistas chamam de crime de mera conduta;
será sempre um delito material, com resultado de dano. Sem dano pode haver
responsabilidade penal, mas não há responsabilidade civil. Indemnização sem dano
importaria enriquecimento ilícito; enriquecimento sem causa para quem a recebesse e
pena para quem a pagasse, porquanto o objectivo da indemnização, sabemos todos, é
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reparar o prejuízo sofrido pela vítima, reintegrá-la ao estado em que se encontrava antes
da prática do ato ilícito. E, se a vítima não sofreu nenhum prejuízo, a toda evidência, não
haverá o que ressarcir. Daí a afirmação, comum a praticamente todos os autores, de que
o dano é não somente o fato constitutivo, mas, também, determinante do dever de
indemnizar”
Segundo Maria Helena Diniz “o dano pode ser definido como a lesão (diminuição ou
destruição) que, devido a um certo evento, sofre uma pessoa, contra a sua vontade, em
qualquer bem ou interesse jurídico, patrimonial ou moral.”
Cabe citar Agostinho Alvim: “pode-se dizer que o dano ora produz o efeito de diminuir
o património do credor, ora o de impedir-lhe o aumento, ou acrescentamento, pela
cessação de lucros, que poderia esperar.”
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O dano emergente consiste no efectivo prejuízo suportado pela vítima, ou seja, o que ela
efectivamente perdeu em razão da lesão. É o dano que vem à tona de imediato, em razão
de um desfalque concreto do património da pessoa lesada, e, por esse motivo, não há
grandes dificuldades para a mensuração da indemnização.
2.10 Culpa
A culpa não é definida e nem conceituada no Código Civil de Moçambique. A regra geral
do Código Civil Moçambicano para caracterizar o acto ilícito, contida no artigo 483,
estabelece que este somente se materializará se o comportamento for culposo. Neste
artigo está presente a culpa lato sensu, que abrande tanto o dolo quanto a culpa em sentido
estrito. Por dolo entende-se, em síntese, a conduta intencional, na qual o agente actua
conscientemente de forma que deseja que ocorra o resultado antijurídico ou assume o
risco de produzi-lo. Já na culpa stricto sensu, não existe a intenção de lesar. A conduta é
voluntária, já o resultado alcançado, não. O agente não deseja o resultado, mas acaba por
atingi-lo ao agir sem o dever de cuidado. A inobservância do dever de cuidado revela-se
pela imprudência, negligência ou imperícia.
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Se não houvesse esse intento deliberado, proposital, mas o prejuízo veio a surgir, por
imprudência ou negligencia, existe a culpa (stricto sensu)”
Cláusula penal é obrigação acessória, pela qual se estipula pena ou multa destinada a
evitar o inadimplemento da principal, ou o retardamento de seu cumprimento. É também
denominada pena convencional ou multa contratual. Adapta-se aos contratos em geral e
pode ser inserida, também, em negócios jurídicos unilaterais, como o testamento, para
compelir, por exemplo, o herdeiro a cumprir fielmente o legado. A cláusula penal
consiste, pois, em previsão, sempre abjecto a um contrato, de natureza acessória,
estabelecida como reforço ao pacto obrigacional, com a finalidade de fixar previamente
a liquidação de eventuais perdas e danos devidas por quem descumpri-lo.
De acordo com ANTUNES VARELA, a cláusula penal — stipulatio penae dos romanos
— “consiste na convenção pela qual o devedor, no caso de não cumprimento da
obrigação, de mora no cumprimento ou de outra violação do contrato, se obriga para com
o credor a efectuar uma prestação, diferente da devida, por via de regra em dinheiro, com
carácter de uma sanção civil”.
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2.12 Natureza Jurídica
A pena convencional tem a natureza de um pacto secundário e acessório, pois a sua
existência e eficácia dependem da obrigação principal. Os números 1 e 2 do artigo 810
do Código Civil Moçambicano distinguem a cláusula penal da obrigação principal. Por
sua vez, o número 1 do mesmo artigo do mesmo diploma prevê a possibilidade de ser
estipulada em acto posterior, reconhecendo tratar-se de duas obrigações diversas. Desse
modo, a invalidade da obrigação principal importa a da cláusula penal, mas a desta não
induz a daquela, como preceitua o art. 811 do mesmo diploma.
De acordo com KARL LARENZ “ressalta esses aspectos, assinalando que a finalidade
de semelhante pena contratual ou pena convencional é, em primeiro lugar, estimular o
devedor ao cumprimento do contrato. Ademais, por intermédio dessa instituição se
garante ao credor uma indemnização pelos danos ocasionados pela infracção contratual
de natureza não patrimonial ou cujo montante, no caso, lhe seria difícil provar”.
“1. As partes podem, porém, fixar por acordo o montante da indemnização exigível: é o
que se chama de cláusula penal.
Proclama o artigo. 813 do mesmo diploma elenca que “o credor incorre em mora quando
sem motivo justificado, não aceita a prestação que lhe é oferecida nos termos legais ou
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não pratica os actos necessários ao cumprimento da obrigação”. A cláusula penal é a
prefixação das perdas e danos resultantes de culpa contratual, apenas. Assim, se há outros
prejuízos decorrentes de culpa extracontratual, o seu ressarcimento pode ser pleiteado,
independentemente daquela.
Se tal acontecer, o juiz determinará a sua redução, não declarando a ineficácia da cláusula,
mas somente do excesso, nos termos do n.º1 do artigo 812 do CC. A cláusula penal pode
ser compensatória e moratória. É da primeira espécie quando estipulada para a hipótese
de total inadimplemento da obrigação (CC, art. 814). ; ou b) a evitar o retardamento, a
mora (art. 813).
Quando o contrato não se mostra muito claro, costuma-se atentar para o montante da
multa, a fim de apurar a natureza da disposição. Se de valor elevado, próximo do atribuído
à obrigação principal, entende-se que foi estipulada para compensar eventual
inadimplemento de toda a obrigação. Se, entretanto, o seu valor é reduzido, presume-se
que é moratória, porque os contratantes certamente não iriam fixar um montante modesto
para substituir as perdas e danos decorrentes da inexecução total da avença. Tal critério,
contudo, somente pode ser aplicado em caso de dúvida, por falta de clareza e precisão do
contrato.
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2.15 Utilidade da Cláusula Penal
A Cláusula penal oferece grande utilidade e daí a enorme frequência do seu emprego.
Com efeito, dispensa a prova de existência de prejuízos e do seu montante e, obviamente,
também na existência de nexo causal. Todas as dificuldades e incertezas inerentes a esta
prova ficam afastadas. Obtém-se assim importante vantagem de segurança e
simplicidade.
Por outro lado, a cláusula penal, se for de quantitativo apreciável, dá enormes valores
práticos a obrigação, visto que a mune de sanção certa. Muitas vezes o direito do credor
carece de valores efectivos porque a sua violação não causa prejuízos facilmente
demostráveis ou de montantes apreciáveis. Em tais casos o devedor, se não for
escrupuloso, sentir-se-á tentado a faltar ao cumprimento da obrigação. Não sucederá
assim se existir cláusula penal. Esta pode mesmo evitar um processo, compelindo o
devedor a pagar perante a evidência da violação do contrato, uma vez que não há um
problema de prejuízo e a discutir.
Quanto à cláusula penal, é ela, segundo o actual código, susceptível de ser reduzida pelo
tribunal, a pedido do devedor e de acordo com a equidade, quando for manifestamente
excessiva ainda que por causa superveniente artig 812, n.º1 do CC.
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3 CONCLUSÃO
Conclui – se que, Ao epilogar este trabalho importa salientar que, segundo Sílvio
Rodrigues “A responsabilidade civil é a obrigação que pode incumbir uma pessoa a
reparar o prejuízo causado a outra, por fato próprio, ou por facto de pessoas ou coisas que
dela dependam. Olhando este conceito de forma mais profunda, importa salientar que, de
forma mais clara, se notabiliza uma proibição de causar prejuízos a outrem, e quando caso
acontecer, carecerá de uma responsabilidade, como exposto pelo autor.
Neste caso, tratar-se-á de mal infligido ao infractor em acréscimo a essa reparação, com
uma função essencialmente preventiva, destinando-se a constituir forte estímulo ao
cumprimento específico. O interessado perante a ameaça de ter de pagar uma
indemnização e de ter suportar ainda uma pena, sentir-se-á fortemente compelido a não
faltar ao seu compromisso.
Nestes termos, podemos entender que a cláusula penal se distingue com medidas
compulsórias na medida em que a cláusula penal fixa o quanto da indemnização, não é
algo que se some a esta enquanto a medida compulsória tem natureza e finalidades
diversas, acrescendo a indemnização se ela houver lugar. Visam a compelir
psicologicamente o infractor a cumprir, ainda que tardiamente, mediante a inflicção de
um mal continuado ou reiterado que cessará com tal cumprimento.
Portanto, não seria possível falar deste magnífico tema sem abordar sobre a
responsabilidade civil e os seus pressupostos gerais.
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4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
4.1 Legislação
4.2 Manuais
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