A Arte Barroca Na Europa

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A ARTE BARROCA NA EUROPA

A ARTE BARROCA NA EUROPA

A arte barroca desenvolveu-se no século XVII, período de grandes mudanças na Europa da Idade
Moderna. Para melhor entender os acontecimentos daquele século, precisamos buscar suas origens
em fatos do XVI, dos quais um dos mais importantes foi a Reforma Protestante, que se iniciou na
Alemanha e expandiu-se por muitos outros países.
Nesse período do século XVI a pintura, a arquitetura e a escultura já manifestam um novo estilo,
como podemos observar na obra de Michelangelo, O Juízo Final.

ORIGENS E CARACTERÍSTICAS GERAIS DO BARROCO

A arte barroca originou-se na Itália, logo se espalhou por outros países da Europa e chegou à
America. Porém, apresentou características bastante diferentes nos vários países. O Barroco italiano
do inicio do século XVII, por exemplo, difere muito do Barroco holandês da mesma época. Ainda
assim, há aspectos comuns às obras desse período: o predomínio da emoção, e não da razão, que
prevaleceu no Renascimento; o acentuado contraste entre tons claros e escuros, que intensifica a
expressão dos sentimentos. Os temas são variados: religiosos, mitológicos e na forma de retratos.

A PINTURA

Os pintores italianos Caravaggio, Tintoretto e Andrea Pozzo estão entre os mais representativos do
Barroco.

CARAVAGGIO: BELEZA ALÉM DA ARISTOCRACIA

Caravaggio (1573-1610) não se interessava pela beleza clássica – a dos deuses da mitologia grega
ou dos membros da aristocracia -, que tanto encantou os artistas do Renascimento. Para ele, não
havia ligação entre beleza e aristocracia, e seus modelos eram vendedores, músicos ambulantes,
ciganos; enfim, gente do povo. O que melhor caracteriza sua pintura é a utilização original da luz:
ela não aparece como reflexo da luz solar, mas é criada de modo intencional para direcionar a
atenção do observador. Isso é fundamental em sua obra que ele é considerado importante pintor da
luz, como demonstra a obra Vocação de São Mateus.

TINTORETTO: A EXPRESSIVIDADE NO CORPO

A extensa produção artística de Tintoretto (1518-1594) tem dois aspectos marcantes: o corpo mais
expressivo que o rosto; a intensidade da luz e da cor. Para ele, um quadro devia ser visto
inicialmente em seu conjunto e só depois percebido em seus detalhes.

ANDREA POZZO: A ABERTURA PARA O CÉU

A pintura barroca desenvolveu-se também no teto de igrejas e palácios. Embora com finalidade
predominantemente decorativa, apresenta algumas obras em que a perspectiva é trabalhada de
forma audaciosa. Esta técnica é observada na obra, A glória de Santo Inácio, afresco do teto da
Igreja de Santo Inácio em Roma de Andrea Pozzo (1642-1709).

A ESCULTURA

Nos gestos e no rosto das figuras representadas, a escultura barroca exprime emoções: alegria, dor,
sofrimento. Por vezes, um grupo de esculturas compõe uma cena dramática. As formas sugerem
movimento e apresentam efeitos decorativos. Predominam linhas curvas, drapeados das vestes e
tons dourados. Entre os artistas do Barroco italiano Bernini (1598-1680) foi, sem dúvida, o mais
importante e completo: foi arquiteto, urbanista, escultor, decorador e pintor.

A ARQUITETURA

Como a Igreja Católica queria proclamar a importância da fé, criou obras que impressionam pelo
esplendor. A arquitetura expressou, ainda, o desejo dos governantes de demonstrar poder por meio
de seus palácios. Assim, os arquitetos do Barroco deixam de lado a simplicidade e a racionalidade
do Renascimento e investem na grandiosidade das igrejas e dos palácios e nos efeitos decorativos.
Nessa época firmou-se também a idéia de que o espaço em torno da obra arquitetônica era
importante para a beleza da construção com os projetos de praças das igrejas como a da basílica de
São Pedro, no Vaticano.
Também nesse período criaram-se projetos paisagísticos de grandes jardins de palácios, como os de
Versalhes, na França.

O BARROCO NA ESPANHA

Do século XVII até a primeira metade do século XIII o Barroco expandiu-se da Itália para toda a
Europa e ganhou, em cada país, características próprias, como é o caso da Espanha e dos Países
Baixos, que veremos adiante.
Um traço original do Barroco espanhol encontra-se na arquitetura, principalmente nas portadas dos
edifícios civis e religiosos, decoradas em relevo. A pintura
espanhola foi muito influenciada pelo Barroco italiano,
principalmente no uso expressivo de luz e sombra, mas conservou
preocupações próprias: o realismo e o domínio da técnica. Entre
os pintores mas representativos estão El Greco e Velázquez.

EL GRECO: AS FORMAS ALONGADAS

El Greco (1541-1614) nasceu na ilha de Creta, Grécia, e mais


tarde foi para Roma. Após breve período em Madri, partiu para
Toledo na Espanha, onde se instalou definitivamente. Seu nome
verdadeiro era Domenikos Theotokopoulos, mas seu apelido – El
Greco – reuniu as três culturas que o influenciaram: o artigo “El”
do espanhol, o substantivo “Greco” do italiano, o qual indicava
sua origem. Sua pintura é marcada pela verticalidade: figuras
esguias e alongadas que deixam de lado o ideal de beleza do
Renascimento italiano, em que o corpo humano é representado
com formas perfeitas.

VELÁZQUEZ: RETRATOS DA CORTE ESPANHOLA

Velázquez (1599-1660), assim como Caravaggio, trabalhou a luz


em contraste com a sombra. Tornou-se famoso por retratar a corte
espanhola do século XVII. Entre esses retratos está As meninas,
uma de suas obras mais importantes.
O BARROCO NOS PAÍSES BAIXOS

Nos Países Baixos o Barroco desenvolveu-se em duas grandes direções, sobretudo na pintura. Na
Bélgica manteve as linhas movimentadas e a forte expressão emocional. Já na Holanda ganhou
aspectos mais próximos do espírito prático e austero do povo holandês; daí a pintura de cenas da
vida doméstica e social trabalhadas com minucioso realismo.

REMBRANDT: A GRADUAÇÃO DA CLARIDADE

A pintura de Rembrandt (1606-1669) revela um pintor que trabalho com precisão os efeitos da luz.
O que dirige nossa atenção não é propriamente o contraste entre luz e sombra, mas os diversos
graus de claridade, os meios-tons, as penumbras que envolvem áreas de luminosidade mais intensa.
É isso, por exemplo, o que se vê no quadro A lição de anatomia do douto Tulp.

VERMEER: A DELICADEZA DA VIDA COMUM

Diferentemente de Rembrandt, Vermeer (1632-1675) trabalha os tons em plena claridade. Seus


temas são sempre os da vida das pessoas comuns da Holanda seiscentista. Seus quadros
documentam com dedicada beleza os momentos simples da vida cotidiana.

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