Barroco 1
Barroco 1
Barroco 1
Prof. Venceslau
BARROCO
Características do Barroco
● Valorização do detalhe;
● Dualismo e contradições;
O estilo barroco teve início na Itália, sendo, posteriormente, desenvolvido em outros países
europeus na pintura, na arquitetura, na escultura, na música e na literatura.
O Barroco na Itália
A Itália foi considerada o berço do Renascimento e da arte barroca, onde diversos artistas se
destacaram.
1. Caravaggio (1571-1610)
Caracterizado pela rudez de suas obras, Caravaggio pintou temas religiosos em que explorava o
contraste entre luz e sombras.
Destacam-se: "A Captura de Cristo", "Flagelação de Cristo", "A Morte da Virgem", "A Ceia de
Emaús", "Davi com a cabeça de Golias".
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A Ceia de Emaús (1601), de Caravaggio
2. Bernini (1598-1680)
Bernini foi um escultor e arquiteto italiano. Suas obras encontram-se em Roma e no Vaticano,
entre elas: a "Praça de São Pedro", "Catedral de São Pedro", "O Êxtase de Santa Teresa", "Busto de
Paulo V" e "Castelo de Santo Ângelo".
Francesco Borromini foi arquiteto e escultor italiano. Entre suas obras destacam-se: a "Catedral
de São Pedro", "Sant'Agnese in Agone", "Palazzo Spada", "Palazzo Barberini", "Sant'Ivo alla
Sapienza" e a "Igreja de San Carlo alle Quattro Fontane".
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Sant'ivo alla Sapienza (1642-1660), de Borromini
4. Andrea Pozzo (1642-1709)
Pozzo foi arquiteto, pintor e decorador italiano. Entre suas obras estão: "Glorificação de Santo
Inácio", "Anjo da Guarda", "A Apoteose de Hércules", o teto do "Salão Nobre do Palácio
Liechtenstein", em Viena, e a "Falsa Cúpula de São Francisco Xavier".
O Barroco na Espanha
A Espanha foi o centro dos poetas barrocos, dos quais se destacaram: Quevedo, Gôngora,
Cervantes, Lope de Vega, Calderón, Tirso de Molina, Gracián e Mateo Alemán.
Eles que fizeram a melhor literatura do século XVII, assimilada pelo resto da Europa a partir da
segunda metade do século XVII.
Além da literatura, o barroco espanhol foi um dos mais marcantes desse período, onde se
destaca o pintor Diego Velázquez e as obras: "As meninas", "Velha fritando ovos", "Retrato de um
homem" e "Cristo Crucificado".
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As Meninas (1656), de Diego Velásquez
O Barroco em Portugal
Em Portugal, o Barroco vai de 1508 a 1756. Padre Antônio Vieira é o principal autor do Barroco
literário no país, no entanto, passou a maior parte de sua vida no Brasil.
Sua Principal obra "Os Sermões" constituem um mundo rico e contraditório. Revelam sua
inteligência voltada para as coisas sacras e, simultaneamente, para a vida social portuguesa e
brasileira.
Vieira foi uma espécie de cronista da história imediata. Assim, ele elaborava os sermões dentro
da técnica medieval, explicitando as metáforas da linguagem bíblica.
Além de Vieira, merecem destaque: o padre Manuel Bernardes, D. Francisco Manuel de Melo,
Francisco Rodrigues Lobo, soror Mariana Alcoforado e Antônio José da Silva.
Na pintura do barroco português, merece destaque a pintora Josefa de Óbidos, que embora tenha
nascido na Espanha, viveu e desenvolveu sua arte em Portugal. Dentre suas obras mais destacadas
estão: "Maria Madalena confortada pelos Anjos", "Calvário", "A Sagrada Família" e "Santa Maria
Madalena".
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Sagrada Família (1664), de Josefa de Óbidos
O Barroco no Brasil
O Barroco no Brasil foi introduzido por intermédio dos jesuítas, no fim do século XVI. Só partir
do século XVII, generaliza-se nos grandes centros de produção açucareira, especialmente na Bahia,
através das igrejas.
Passada a fase do Barroco baiano, suntuoso e pesado, o estilo atingiu no século XVIII a
província de Minas Gerais. Foi ali que Aleijadinho (1738-1814) elaborou uma arte profundamente
nacional.
Cena da Paixão de Cristo no Santuário de Bom Jesus do Matosinhos, em Congonhas (MG). Essa obra
foi produzida por Aleijadinho entre 1796 e 1799
Nessa época, não havia no Brasil condições para o desenvolvimento de uma atividade literária
propriamente dita. O que se viu foi alguns escritores se espelhando nas fontes estrangeiras,
geralmente nos portugueses e espanhóis.
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● Gregório de Matos (1633-1696)
As características do humanismo
O Humanismo em Portugal
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O marco inicial do humanismo literário português foi a nomeação de Fernão Lopes como
cronista mor do reino, em 1434. Esse movimento vai até 1527 com a chegada do poeta Sá de
Miranda da Itália, quando começa o Classicismo.
O teatro popular, a poesia palaciana e a crônica histórica foram os gêneros mais explorados
durante o período do humanismo em Portugal.
Dentre os principais autores do humanismo português estão: Gil Vicente, Fernão Lopes e Garcia
de Resende.
Gil Vicente (1465-1536) foi considerado o “pai do teatro português” e sua obra aborda temas
religiosos e humanos. Apesar de possuir uma visão religiosa cristã e moralista, seus textos também
apresentam críticas sociais.
Esse autor escreveu diversas peças teatrais chamadas de Autos e Farsas. Os Autos focavam em
temas humanos e divinos, e as Farsas estavam relacionadas com os costumes da sociedade
portuguesa da época.
Diabo Cavaleiros
— Cavaleiros, vós passais — Quem morre por Jesus Cristo
e nom perguntais onde is? não vai em tal barca como essa!
Anjo
2.º Cavaleiro — Ó cavaleiros de Deus,
— Vós que nos demandais? a vós estou esperando,
Sequer conhecermos bem: que morrestes pelejando
morremos nas Partes d'Além, por Cristo, Senhor dos Céus!
e não queirais saber mais. Sois livres de todo mal,
mártires da Santa Igreja,
Diabo que quem morre em tal peleja
— Entrai cá! Que cousa é essa? merece paz eternal.
Eu nom posso entender isto! E assim embarcam.
Fernão Lopes (1390-1460) foi o maior representante da prosa historiográfica humanista, além
de fundador da historiografia portuguesa.
Antes dele, a historiografia de Portugal se resumia aos nobiliários, ou seja, os livros de linhagem
que reuniam as árvores genealógicas dos nobres medievais.
Assim, ele ampliou esse conceito ao escrever obras de grande valor artístico e histórico sobre a
história dos reis de Portugal, das quais merecem destaque:
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● Crônica de El-Rei D. Pedro I
E porquanto el−rei Dom Pedro, cujo reinado se segue, usou da justiça, de que a Deus mais
praz que cousa boa que o rei possa fazer, segundo os santos escrevem, e alguns desejam saber
que virtude é esta, e pois é necessaria ao rei, se o é assim ao povo: vós, n'aquelle estilo que o
simplesmente apanhámos, o podeis lêr por esta maneira.
Justiça é uma virtude, que é chamada toda virtude; assim que qualquer que é justo, este
cumpre toda virtude; porque a justiça, assim como lei de Deus, defende que não forniques nem
sejas gargantão, e isto guardando, se cumpre a virtude da castidade e da temperança, e assim
podeis entender dos outros vicios e virtudes.
Esta virtude é mui necessaria ao rei, e isso mesmo aos seus sujeitos, porque, havendo no rei
virtude de justiça, fará leis por que todos vivam direitamente e em paz, e os seus sujeitos sendo
justos, cumprirão as leis que elle puzer, e cumprindo−as não farão cousa injusta contra nenhum. E
tal virtude, como esta, póde cada um ganhar por obra de bom entendimento, e ás vezes nascem
alguns assim naturalmente a ella dispostos, que com grande zelo a executam, posto que a alguns
vicios sejam inclinados.
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Os humanistas: autores e obras do humanismo
Os humanistas eram os estudiosos da cultura antiga que se dedicavam, sobretudo, aos estudos
dos textos da antiguidade clássica greco-romana.
Todos eles foram influenciados por características do período como o culto às línguas e às
literaturas greco-latinas (modelo clássico).
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● a invenção da imprensa de Johannes Gutenberg, que proporcionou a expansão do conhecimento,
antes controlado pela igreja.
● as grandes navegações e a expansão marítima europeia, que permitiram ampliar os horizontes do
homem europeu.
● a crise do sistema feudal, pois diversas atividades comerciais despontavam, dando início ao
mercantilismo e o uso de moedas de troca (dinheiro).
● o surgimento da burguesia como uma nova classe social, que se consolida com a expansão do
comércio e o desenvolvimento das cidades medievais.
Todas essas mudanças foram necessárias para questionar os velhos valores num impasse
desenvolvido entre a fé a razão.
Diante disso, o teocentrismo (Deus como centro do mundo) e a estrutura hierárquica medieval
(nobreza-clero-povo) sai de cena, dando lugar ao antropocentrismo (homem como centro do mundo).
Esse último, foi o ideal central do humanismo renascentista.
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