Ficha de Trabalho Nº3

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FICHA DE TRABALHO Nº3

Energia e Fenómenos Térmicos


Física A 10º ano Domínio 3
FÍSICA E
QUÍMICA A Aluno:_________________________________________________
Nº ________ Turma: _______ Data: ____ / ____ / ____
TEMPERATURA E EQUILÍBRIO TÉRMICO
Termodinâmica – Parte da FÍSICA que estuda os fenómenos térmicos.
Designa-se por sistema a região do espaço que se pretende estudar: corpo ou conjunto de
corpos.
FRONTEIRA
▪ A fronteira separa a vizinhança do sistema.
SISTEMA
▪ A vizinhança é o exterior do sistema que com ele pode interagir.
Sistema isolado – não troca matéria nem energia com o exterior; VIZINHANÇA
Sistema fechado – troca energia mas não matéria com o exterior;
Sistema aberto – troca matéria e energia com o exterior.
Sistema termodinâmico – Sistema em que importa considerar a energia interna (U) e a sua variação.
A energia interna é a energia associada às partículas que constituem um corpo. 𝑼 = 𝑬𝒄𝒊𝒏é𝒕𝒊𝒄𝒂 + 𝑬𝒑𝒐𝒕𝒆𝒏𝒄𝒊𝒂𝒍
A Energia cinética está associada à temperatura do sistema e é uma medida da agitação das partículas do sistema, assim,
um aumento de temperatura leva a um aumento da energia interna do sistema.
A Energia potencial está associada às interações entre as partículas que constituem o sistema, por isso, um aumento da
massa do sistema leva a um aumento da E. potencial do mesmo e, consequentemente, a um aumento da energia interna do
sistema.
Grandezas físicas que permitem o estudo de um sistema termodinâmico:
𝑻𝒆𝒎𝒑𝒆𝒓𝒂𝒕𝒖𝒓𝒂 (𝑻), 𝑷𝒓𝒆𝒔𝒔ã𝒐 (𝒑), 𝒒𝒖𝒂𝒏𝒕𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆 𝒒𝒖í𝒎𝒊𝒄𝒂 (𝒏) 𝒆 𝑽𝒐𝒍𝒖𝒎𝒆 (𝑽)

Equilíbrio Térmico - dois corpos a temperaturas diferentes trocam energia entre si até que ambas as temperaturas se
igualem, atingindo uma situação de equilíbrio térmico, que corresponde à igualdade de temperaturas.
Calor (Q ou E) - Chama-se calor à energia térmica transferida entre corpos. Se os corpos estiverem em contacto, a energia
transfere-se sempre do corpo a maior temperatura para o corpo a menor temperatura.
LEI ZERO DA TERMODINÂMICA - Dois corpos em equilíbrio térmico com um terceiro
corpo, estarão em equilíbrio térmico entre si.

A TEMPERATURA é a propriedade física que indica se um corpo está ou não em


equilíbrio térmico com outros. Dois corpos em equilíbrio térmico entre si estão à mesma
temperatura.

Escalas de temperatura mais utilizadas: Celsius (t) e Kelvin (T):


a) Escala de Celsius - Escala estabelecida a partir de situações de equilíbrio térmico da água à pressão de uma atmosfera.
O valor 0 ∘C corresponde ao ponto de fusão da água e o valor 100 ∘C corresponde ao ponto de ebulição da água.
Dividindo esta diferença de temperatura em 100 partes iguais, obtém-se o valor unitário da escala Celsius, ou seja,
1∘C.
b) Escala Kelvin – Escala termodinâmica de temperatura sendo o kelvin (símbolo: K) a unidade do Sistema
Internacional de Unidades (SI) para a grandeza temperatura termodinâmica. O kelvin é a fração 1/273,16
da temperatura termodinâmica do ponto triplo da água, ou seja, é definido de tal modo que o ponto triplo da água é
exatamente 273,16 K.O zero absoluto corresponde a 0 K, valor inatingível pela matéria.
Enquanto unidade do SI, o kelvin não deve ser precedido pelas palavras 'grau' ou 'graus' ou pelo símbolo °, como em
grau Celsius. Isto acontece porque estas são escalas de medição, enquanto o kelvin é uma unidade de medição. A
omissão de "grau" também indica que não é relativo a um ponto de referência arbitrária como as escalas Celsius, mas
sim uma unidade absoluta de medida.
Nota: Em termodinâmica, o ponto triplo é um estado particular de uma substância determinado por valores
de temperatura e pressão, no qual os três fases de agregação da substância (sólido, líquido e gasoso) coexistem
em equilíbrio.
Conversão da escala de Celsius para a escala de Kelvin: 𝑻 = 𝒕 (℃) + 𝟐𝟕𝟑, 𝟏𝟔 SI (K)
Termómetros - Os termómetros são dispositivos utilizados para medir a temperatura de um corpo ou de um sistema, com o
qual está em equilíbrio térmico.

1|P á g i n a
Os termómetros baseiam-se na variação de uma propriedade com a temperatura:
− dilatação de um líquido ou gás;
− diferença de potencial entre metais a temperaturas diferentes;
− variação da resistência elétrica;
− radiação de um corpo.

TRANFERÊNCIA DE ENERGIA COMO CALOR


Calor - Energia transferida entre sistemas vizinhos que se encontram a diferentes temperaturas.
− O calor flui sempre de uma região a temperatura mais elevada para outra a menor temperatura.
− A quantidade de calor recebida por um dos corpos é simétrica da quantidade de calor cedida pelo outro se o conjunto
for um sistema isolado.
− Por convenção, o calor é negativo se é transferido do sistema para o exterior e é positivo se é transferido do exterior
para o sistema.

Experiência de Benjamin Thompson: primeira experiência que, no


final do séc. XVIII, estabeleceu uma relação entre calor e trabalho.
Ao supervisionar o funcionamento de canhões enquanto servia
para os militares em 1798, Thompson observou o aquecimento do
latão quando perfurado pelas brocas no processo de fabricação
de canhões. O cientista britânico notou a ausência de troca de
substâncias durante o processo, mesmo havendo aquecimento
de ambos os materiais, o que colocava à prova a noção de calor
como substância (fluído designado por calórico à altura). Thompson concluiu que não havia como explicar o fenómeno
abordando o calor como um fluido, concluindo então que a energia que aquecia os materiais provinha da energia mecânica
das brocas. Ao correlacionar a equivalência da energia mecânica com o calor, Thompson deixou claro que o calor é uma forma
de energia, e foi o primeiro cientista a estabelecer a equivalência entre calor e trabalho mecânico.

Experiência de James Joule: Em meados do séc. XIX, Joule realizou várias experiências para
demonstrar a equivalência entre calor e trabalho, mostrou que um aquecimento pode
ser feito através de dois processos: calor e trabalho.
Demonstrou que, em alguns casos, o trabalho de forças externas resulta numa variação de
temperatura, tal como quando se transfere energia para o sistema sob a forma de calor: O
corpo em queda provoca a rotação das pás dentro de água exercendo forças sobre esta,
isto é, realizavam trabalho. A transferência de energia por trabalho provoca um aumento
da temperatura da água.
Determinou a energia necessária, para aumentar de 1 ℃, a temperatura de 1 g de água,
definindo a unidade de caloria e determinando o valor do “equivalente mecânico de
calor”: 1 caloria (cal) = 4,18 Joule (J)

A transferência de energia como calor pode ocorrer por radiação, através da propagação da luz sem existir contacto entre
sistemas, ou por condução e convecção que implicam contacto entre sistemas.

− Condução térmica - Necessita obrigatoriamente de meio material para se propagar; Transferência de energia de
partículas mais energéticas para partículas menos energéticas através do contacto direto; Ocorre principalmente nos
sólidos.
− Convecção térmica - Necessita obrigatoriamente de um meio material para se propagar; Transmissão de energia
através da agitação molecular e do movimento do próprio meio ou de partes desse meio; Ocorre apenas nos fluidos
(gases e líquidos).
− Radiação - Não necessita de meio material para se propagar; Ocorre através da propagação de luz; Toda a matéria
emite radiação.

2|P á g i n a
RADIAÇÃO E IRRADIÂNCIA
RADIAÇÃO - Energia transferida por ondas eletromagnéticas, também designada por radiação que pode ser visível ou invisível.
- Um corpo, desde que esteja a uma temperatura superior ao zero absoluto (0 K), emite energia na forma de radiação.
- O tipo de radiação emitida por um corpo depende da sua temperatura. Quanto maior for a temperatura maiores são as
frequências atingidas no espetro de emissão do corpo, razão pela qual as estrelas emitem na região do visível.
- Todos os corpos emitem radiação e, à temperatura ambiente, emitem predominantemente no infravermelho.

Exemplos de aplicações tecnológicas da emissão de infravermelhos:

Detetores de Termografia por Termómetros de Visão noturna


infravermelhos infravermelhos infravermelhos

Quando a radiação incide na superfície de um corpo, pode ser absorvida, refletida ou transmitida através do corpo.

Absorção da radiação - Quando a luz branca, resultante da combinação


de todas as radiações da zona do visível, incide sobre um corpo, este
absorve parte dessas radiações, chegando apenas aos olhos do
observador as outras cores, as que foram refletidas pelo corpo.

Os corpos pretos absorvem toda a radiação visível que sobre eles


incide, logo são bons absorsores de calor e também bons emissores de
calor.

Uma superfície branca reflete toda a radiação visível, não a


absorvendo (embora absorva radiação não visível), é um mau absorsor
e um mau emissor de calor.

Superfícies espelhadas absorbem menos radiação que as superfícies rugosas uma vez que as superfícies espelhadas refletem
mais radiação que as rugosas.
Qualquer corpo absorve radiação. A intensidade da radiação absorvida depende das propriedades do corpo e do comprimento
de onda da radiação incidente.
Para comparar a energia emitida por dois corpos distintos deve ser considerada a potência da radiação emitida, designada
𝑬
potência irradiada pelo corpo: 𝑷 =
∆𝒕

IRRADIÂNCIA - Energia da radiação emitida por um corpo por unidade de tempo


𝑬 𝑷
e por unidade de área. 𝑬𝐫 = ⟺ 𝑬𝒓 =
𝑨 ∆𝒕 𝑨

- Arrefecimento de um corpo – ocorre quando a temperatura do corpo é inferior à do meio onde encontra. A energia radiativa
que emite em cada segundo é superior à que recebe do meio, no mesmo segundo, levando a uma diminuição da energia
interna do corpo.
- Aquecimento de um corpo – ocorre quando a temperatura do corpo é superior à do meio onde encontra. A energia radiativa
que emite em cada segundo é inferior à que recebe do meio, no mesmo segundo, levando a um aumento da energia interna
do corpo.
- Equilíbrio térmico radiativo de um corpo – ocorre quando a temperatura do corpo é igual à do meio onde encontra. A
energia radiativa que emite em cada segundo é igual à que recebe do meio, no mesmo segundo, levando à não variação da
energia interna do corpo.

3|P á g i n a
Irradiância solar (designada por constante solar S) - Valor da irradiância média no topo da atmosfera. S = 𝟏𝟑𝟔𝟕 𝐖 𝐦−𝟐
O valor da irradiância varia com a localização geográfica e com a época do ano.

Painéis fotovoltaicos - Permitem aproveitar a energia da luz


solar convertendo - a em corrente elétrica.

Célula fotovoltaica - Dispositivo que aproveita a energia da


luz solar para criar diretamente uma diferença de potencial
elétrico nos seus terminais, produzindo uma corrente
elétrica contínua.
Os painéis fotovoltaicos são compostos por um conjunto de
células fotovoltaicas, constituídas por um material
semicondutor (geralmente silício).

De forma a maximizar o rendimento de um sistema fotovoltaico é necessário dimensionar a área atendendo à irradiância
solar média no local da instalação, ao número médio de horas de luz solar por dia e à potência a debitar.

CONDUÇÃO E CONVECÇÃO
CONDUÇÃO: Mecanismo de transferência de energia como calor que ocorre devido à
transferência de energia das partículas mais agitadas (a maior temperatura) para as mais
lentas (a menor temperatura). As partículas mais agitadas propagam a agitação às
partículas vizinhas havendo assim transferência de energia sem transporte de matéria.

Condutividade térmica de um material (k) - Grandeza física escalar que caracteriza um


material quanto à rapidez com que nele a energia se transfere por condução térmica. Pode
ser definida como a energia transferida sob a forma de calor por unidade de tempo através
de uma superfície com 1 m2 de área e 1 m de espessura quando a k/ W 𝐦−𝟏 𝐊 −𝟏
Material Material k/ W 𝐦−𝟏 −𝟏
diferença de temperatura entre as duas faces dessa superfície é 1 K.
Prata 427 Borracha 0,19
Relaciona-se com a taxa temporal de transferência de energia como
calor por condução térmica. Unidade SI: W 𝐦 𝐊 −𝟏 −𝟏 Cobre 397 Lã pura 0,04
Tem um valor elevado para os bons condutores térmicos e um valor Alumínio 238 Cortiça 0,04
baixo para os isoladores térmicos. Condutividade térmica de alguns Condutividade térmica de alguns
De uma maneira geral, nos líquidos, a condutividade térmica é inferior materiais: condutores térmicos. materiais: isoladores térmicos.
à dos sólidos metálicos. E nos gases a condutividade térmica é ainda
menor, uma vez que as partículas dos gases estão muito afastadas umas das outras, comparativamente com as dos líquidos e
as dos sólidos.

Se um cilindro de área de base A e comprimento L, estiver em


contacto, através das suas extremidades, com uma fonte
“quente” à temperatura TQ e com uma fonte “fria” à
temperatura TF, a taxa temporal de transferência de energia,
sob a forma de calor, por condução através de um material é
inversamente proporcional à sua espessura e diretamente proporcional à área transversal e à diferença de temperatura nas
suas extremidades.

- Se a diferença de temperatura aplicada nas extremidades do paralelepípedo for igual nas duas situações, a taxa temporal de
transferência de energia será maior no segundo caso (B), pois apresenta uma maior área e uma menor espessura.

CONVECÇÃO - Mecanismo de transferência de energia como calor que ocorre em fluidos (líquidos e gases) acompanhado de
movimentos do próprio fluido que são designados de correntes de convecção.

Nos sólidos só é possível transferir energia sob a forma de calor por condução; nos fluidos pode transferir-se energia sob a
forma de calor por condução e/ou convecção, sendo o segundo mais eficaz.

4|P á g i n a
Correntes de Convecção - o fluído que se encontra junto da fonte quente aumenta a sua temperatura que provoca um
aumento do volume do fluído. O aumento do volume origina uma diminuição da densidade da massa de fluído aquecida, o que
obriga a que essa massa de ar ascenda. Durante a ascensão, a temperatura da massa de fluído diminui, obrigando a um
aumento da densidade da massa de fluído e por tal a massa de fluído desce. Este movimento de massa de fluído ascendente e
descente é bastante eficaz no aquecimento geral da massa de fluído.

A Convecção permite explicar vários fenómenos que acontecem no nosso planeta, como por exemplo: a brisa marítima durante
o dia e a brisa terrestre durante a noite. Permite também explicar a renovação do ar junto ao solo e a dispersão dos poluentes
atmosféricos.

TRANSFERÊNCIA DE ENERGIA COMO CALOR NUM COLETOR SOLAR


Coletor solar - Os coletores solares são equipamentos que aproveitam a radiação solar para aquecer fluidos, que são
normalmente água ou ar, que circulam no interior de tubos.

No funcionamento do coletor solar, verificam-se os três mecanismos de transferência de energia como calor:
radiação, condução e convecção.
Existem vários modelos de coletores solares, no entanto o mais comum é o coletor solar plano.

Constituição do Coletor:
− Os vários componentes encontram-se numa caixa que dá rigidez
ao coletor e que o protege de agentes atmosféricos Cobertura transparente
− Cobertura transparente - Deixa entrar radiação visível mas não Placa coletora
deixa sair a radiação Infra-vermelha, provocando efeito de estufa. Tubo de aquecimento
Geralmente é feita de vidro ou de acrílico. Material isolante
− Placa coletora - Absorve radiação, sendo normalmente de metal e
de cor negra.
− Tubo de aquecimento - Soldado à placa coletora, aquece por
condução térmica. No seu interior circula o fluido que aquece por convecção térmica.
− Material isolante - Evita transferências de energia por calor para o exterior.
A
Instalação de um coletor solar: Água quente para
− O coletor solar é instalado no telhado de uma casa para consumo
B
receber mais radiação.
− O fluido térmico circula em circuito fechado (A),
transferindo calor para a água de consumo (B) que se
encontra no depósito.
− A circulação do fluido faz-se através de circulação forçada, Bomba
Água quente Água fria Bomba
ou seja, utilizando uma bomba.
Água fria

CAPACIDADE TÉRMICA MÁSSICA


− Quanto maior for a variação de temperatura que se quer provocar, maior será a quantidade de energia que terá de
ser fornecida a esse sistema.
− Quanto maior for a massa de substância que se quer aquecer, maior será a quantidade de energia que terá de ser
fornecida a esse sistema.
− Ao fornecer a mesma quantidade de energia a dois sistemas com a mesma massa, se estes forem constituídos por
substâncias diferentes, as temperaturas finais serão diferentes.

Aquecimento/arrefecimento de um sistema - A energia a transferir sob a forma de calor é diretamente


proporcional à variação de temperatura que se quer provocar e à massa de substância e dependente do
material que a constitui.

Energia recebida (cedida) num aquecimento (arrefecimento), sem mudança de estado físico:

5|P á g i n a
Aquecimento

Arrefecimento

Capacidade térmica mássica - A capacidade térmica mássica, c, quando expressa em J kg−1 K−1 é a energia
necessária para elevar de 1 K a temperatura de 1 kg de material.
Também pode ser expressa em 𝐉 𝐤𝐠 −𝟏 °𝐂 −𝟏 Notar que: ∆𝑻 (𝐊) = ∆𝒕 (°𝐂)

Capacidade térmica mássica do gelo: 𝒄𝐠𝐞𝐥𝐨 = 𝟐, 𝟏𝟎 × 𝟏𝟎𝟑 𝐉 𝐤𝐠 −𝟏 ℃−𝟏 É necessária a energia


Material c/J − ° −
de 2,10 × 103 J para elevar 1 ℃ a temperatura de 1 kg de gelo. (a 25 °C)
Capacidade térmica mássica da água líquida: 𝒄á𝐠𝐮𝐚 = 𝟒, 𝟏𝟖 × 𝟏𝟎𝟑 𝐉 𝐤𝐠 −𝟏 ℃−𝟏 É necessária a Água líquida 4,18 × 103
energia de 4,18 × 103 J para elevar 1 ℃ a temperatura de 1 kg de gelo. Azeite 2,00 × 103
⟹ 𝒄á𝐠𝐮𝐚 = 𝟐 𝒄𝐠𝐞𝐥𝐨 Quanto maior for a capacidade térmica mássica de um material, menor Alumínio ,00 × 10
será a variação de temperatura do sistema para a mesma energia recebida (ou cedida). Ferro 4,4 × 10
A água líquida tem uma capacidade térmica mássica elevada. Por isso, é bastante utilizada em Cobre , 0 × 10
sistemas de aquecimento e refrigeração. Capacidades térmicas mássicas
PRINCÍPIO DA CONSERVAÇÃO DE ENERGIA: Dois sistemas a temperaturas diferentes, isolados de alguns materiais.
em relação ao meio exterior, colocados em contacto entre si, trocam energia sob a forma de
calor até atingirem o equilíbrio térmico, ou seja, até ficarem à mesma temperatura. A energia cedida pelo corpo a
temperatura superior é igual, em módulo, à energia recebida pelo
corpo a temperatura inferior.
VARIAÇÃO DE ENTALPIA DE FUSÃO E DE VAPORIZAÇÃO

6|P á g i n a
Quando uma substância muda de estado físico, a energia sob a forma de calor que é necessário fornecer à substância é tanto
maior quanto maior a sua massa e quanto maior a variação de entalpia.

VARIAÇÃO DE ENTALPIA: A variação de entalpia (ΔH) é a constante de


proporcionalidade da expressão e indica a energia que é
necessário fornecer à unidade de massa (1 kg) de uma
substância para mudar de estado físico, apresentando
valores característicos para cada substância e para cada
mudança de estado físico.

O valor 3,33  105 J kg−1 para a variação de entalpia de


fusão da água significa que é necessário fornecer 3,33  105 J de energia a cada quilograma de água no estado sólido (gelo), à
temperatura de fusão, para que esta passe ao estado líquido.

Curva de aquecimento da água

aquecimento do gelo - Durante as mudanças de estado


físico, a temperatura não varia, pois a
energia recebida pelo sistema no
fusão do gelo
aquecimento é usada para quebrar
ligações intermoleculares entre os
: aquecimento da água seus corpúsculos e não para
aumentar a agitação corpuscular.
- A energia absorvida pela água
vaporização da água
quando não há mudança de estado
físico é usada para aumentar a
aquecimento do vapor agitação corpuscular, razão pela qual
a sua temperatura aumenta.
PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA
PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA ou LEI DA CONSERVAÇÃO DA ENERGIA - Numa transformação entre dois estados, a
variação de energia interna de um sistema é igual à soma do
trabalho realizado sobre o sistema (ou que o sistema faz sobre
o exterior) com o calor transferido para o mesmo (ou cedido
por ele).
A energia não se cria nem se destrói mas pode-se transferir.

Se ∆𝑼 > 𝟎, a energia interna aumenta; Se ∆𝑼 < 𝟎, a energia interna diminui.

Nesta “contabilidade” de energia que “entra” ou “sai” do sistema,


considera-se:
- positivos, o trabalho e o calor fornecidos ao sistema pelo exterior;
- negativos, o trabalho e o calor cedidos pelo sistema ao exterior.
Quando não há variação da energia interna ∆𝑼 = 𝟎 , então:

7|P á g i n a
- O sistema é isolado: Não há trocas de energia - O sistema recebe energia por um processo mas cede

a mesma energia noutro processo. |𝑊| = |𝑄|


∆ =0

∆ =0 ∆ =0

SEGUNDA LEI DA TERMODINÂMICA


A Primeira Lei da Termodinâmica indica que a energia se conserva, mas
ENERGIA DISSIPADA
nada refere sobre o aproveitamento da energia de forma útil.
ENERGIA ÚTIL
Degradação da energia e rendimento - Em qualquer processo, há ENERGIA
sempre uma parte da energia que se degrada, ou seja, que não é DISPONÍVEL
aproveitada de forma útil.

PROCESSO MECÂNICO:
- Nos sistemas mecânicos, o maior rendimento depende da diminuição de forças dissipativas, Num processo mecânico há sempre
como o atrito. degradação de energia.
- A energia não se perde mas só uma parte da energia pode ser utilizada de forma útil.
PROCESSO ELÉTRICO:
- A distribuição de eletricidade é feita em linhas de alta tensão para minimizar a dissipação de
energia (para a vizinhança) por efeito Joule.
PROCESSO TERMODINÂMICO:
- Quando se cozinha há sempre energia que se dissipa, ou seja, que não é aproveitada da
O atrito entre peças móveis
forma útil. aumenta a energia dissipada.
- Nos sistemas de aquecimento há sempre transferência de energia para a vizinhança.
A Primeira Lei da Termodinâmica nada indica quanto à evolução dos processos.
- Espontaneamente, a energia transfere-se do corpo Processo
espontâneo Corpo quente Energia Corpo frio
quente para o corpo frio.
- Os processos em que há transferência de energia do Processo não
corpo frio para o corpo quente não são espontâneos, espontâneo Corpo quente Energia Corpo frio
requerendo a ação de uma máquina.
Ação de uma máquina
Transformação irreversível: ocorre apenas num
sentido.
• Os fenómenos naturais são irreversíveis porque, de modo espontâneo, apenas se realizam num sentido, não podendo
nas mesmas condições, ocorrer espontaneamente na direção oposta.

Segunda Lei da Termodinâmica:


• As transformações espontâneas ocorrem sempre acompanhadas de um aumento de entropia do Universo.
• A entropia do Universo nunca diminui.
• Nos processos espontâneos há diminuição da energia útil.
• O rendimento de uma máquina é sempre inferior a 100%.

8|P á g i n a
EXERCÍCIOS PARTE I

9|P á g i n a
10 | P á g i n a
11 | P á g i n a
12 | P á g i n a
13 | P á g i n a
14 | P á g i n a
15 | P á g i n a
16 | P á g i n a
17 | P á g i n a
18 | P á g i n a
19 | P á g i n a
20 | P á g i n a
21 | P á g i n a
22 | P á g i n a
23 | P á g i n a
24 | P á g i n a
25 | P á g i n a
26 | P á g i n a
27 | P á g i n a
EXERCÍCIOS PARTE II
1. Um corpo de massa 200 g é constituído por uma substância de capacidade térmica mássica 0,4 J/ (g °C). Determina:
a) a quantidade de calor que o corpo deve receber para que a sua temperatura varie de 5°C para 35°C.
b) a quantidade de calor, que deve ceder às vizinhanças, para que a sua temperatura diminua 15°C.

2. A temperatura de 100 g de um líquido cuja capacidade térmica mássica é 0,5 J/(g °C) sobe de -10°C até 30°C. Em quantos
segundos será realizado esse aquecimento com uma fonte que tem uma potência de 50 W?
Considera que toda a energia da resistência foi transferida para o líquido.

3. Um corpo de massa 200 g é aquecido por uma fonte de potência constante e igual a 200
calorias por segundo. O gráfico mostra como varia, no tempo, a temperatura do corpo.
Determina a capacidade térmica mássica no SI da substância que constitui o corpo, considerando
que toda a energia da fonte foi transferida para o líquido.
Dado: 1 cal = 4,18 J.

4. O gráfico da figura fornece a quantidade de calor absorvida por três corpos A, B e C


em função da temperatura. Calcula, para cada um dos corpos, a capacidade térmica
mássica (SI) das substâncias que os constituem.
São dadas as massas: mA = mB = 20g e mC = 10g
Considera 1 cal = 4,18 J

5. Um alfinete de peito feito em prata, de massa 20 g, a 160 °C, é colocado em 28 g de água inicialmente a 30°C. Qual a
temperatura final do equilíbrio térmico, admitindo trocas de calor apenas entre a prata e a água?
Dados: c prata = 0,235 J/(g.°C) ; c água = 4,2 J/(g.°C)

6. Um bloco de cobre de 60 g perde 332 J sob a forma de calor. Sabendo que, inicialmente, se encontrava a 40 °C, determina a
sua temperatura final
Dado: cCu= 387 Jkg-1°C -1

7. Num calorímetro, de capacidade térmica desprezável, aqueceu-se 100 mL de água,


inicialmente a 15°C, utilizando uma resistência de 600 W durante 30 segundos. Qual a
temperatura final da água?
Dados: (H2O)=1g/cm3; C(H2O)=4,2x103 J.kg-1K-1).

8. Seleciona a(s) opção(ões) correta(s):


8.1. Aquece-se água contida numa panela, onde se colocou um termómetro. Verifica-se que a temperatura se mantém
constante, apesar de se fornecer energia à panela. Isto acontece porque:
A. A água tem uma capacidade térmica mássica muito elevada.
B. A condutividade térmica da panela é muito elevada.
C. Está a ocorrer uma mudança de estado.
D. A água tem uma densidade pequena.
E. Só se fornece energia à panela e não à água.
8.2. Uma certa quantidade de água está a condensar-se. Nesta situação:
A. A água está a ganhar energia.
B. A água está a perder energia.
C. A água está a temperatura constante.
D. A energia trocada entre a água e a sua vizinhança é diretamente proporcional à massa de água que se condensa.
E. A vizinhança eleva a sua temperatura.

28 | P á g i n a
9. O gráfico representa a energia transferida no aquecimento de um bloco de chumbo de
100 g, inicialmente no estado sólido.
9.1. Que energia foi transferida enquanto durou a fusão do chumbo?
9.2. Qual é a temperatura de fusão do chumbo?
9.3. Determina:
a) A capacidade térmica mássica do chumbo no estado sólido.
b) A variação da entalpia do chumbo.

10. A variação da entalpia de fusão e vaporização da água são, respetivamente, 3,34 x 10 5


J/kg e 22,56 x 105J/kg. As capacidades térmicas mássicas do gelo e da água líquida são, respetivamente, 2100 J/(kg °C) e 4180
J/(kg °C). Todos estes valores se referem a condições de pressão atmosférica normal. Calcula a energia que é necessário
fornecer a 1 kg de gelo, inicialmente a -5 °C, para o vaporizar completamente.

11. Uma resistência de imersão de 500 W ligada a uma tomada de 230 V é introduzida num recipiente com 500 g de gelo a 0
°C. Supondo que o rendimento do processo é 80 %, quanto tempo deve estar ligada a resistência de modo:
11.1. A fundir o gelo.
11.2. A obter água líquida à temperatura de 10 °C.
Dados: Hfusão (gelo) = 3,34 x 105 J/kg e c(água) = 4180 J/(kg °C)
12. Um gás contido num balão sofre uma expansão durante a qual são transferidos 2,0x10 4 J para as vizinhanças. A quantidade
de energia transferida na forma de calor para o balão foi 2,6x104 J. Calcula a variação da energia interna do gás.

13. Considera que 20 g de gás sofrem uma expansão isobárica (pressão constante) com uma transferência de energia sob a
forma de trabalho entre o sistema e as vizinhanças de 60 J. Durante o processo a temperatura passa de 300 °C para 120 °C.
Sabendo que a capacidade térmica mássica do gás a pressão constante é c=52,2 J.kg -1K-1. Calcula:
13.1. o calor que foi transferido pelo gás.
13.2. a variação da energia interna do gás.

14. Durante um processo, são realizados 100 J de trabalho sobre um sistema, observando-se um aumento de 50 J na sua
energia interna. Determina a quantidade de calor trocada pelo sistema com a vizinhança especificando se foi adicionado ou
retirado.

15. Aqueceu-se 10 mL de água, num tubo de ensaio, sobre uma lamparina de álcool.
15.1. Determina a variação da energia interna da água se esta receber 50 % da energia resultante da combustão do álcool,
correspondente a 2,7 x 104 J, e irradiar uma energia de 500 J.
15.2. Que consequências físicas poderá originar a variação da energia interna anterior?
16. Durante a entrada de uma nave espacial na atmosfera terrestre o seu revestimento aumenta de temperatura devido:
A. Ao trabalho realizado pelas forças de atrito.
B. À radiação solar recebida.
C. À transmissão de calor, por condução, da atmosfera para a nave.
D. A todas as razões anteriormente indicadas.
Escolhe, justificando, a opção correta.
17. O João colocou 400 g de arroz no forno micro-ondas, de potência 1200 W, durante 5 minutos. Determina a variação da
energia interna do arroz, considerando que não houve dissipação de energia.

18. O derreter gelo é um processo espontâneo e irreversível a 20°C. Num congelador que funciona numa sala a 20°C não haverá
uma violação da 2ª lei da Termodinâmica?

19. Quando uma planta cresce, vai formando uma estrutura sucessivamente mais complexa e com um maior grau de
organização. Não haverá aqui uma violação da 2ª Lei da Termodinâmica?

20. Classifica as seguintes transformações como reversíveis ou irreversíveis:


A. Um copo a partir-se
B. Água a cair
C. O balouçar de um balouço
D. A queda de uma folha de uma árvore

29 | P á g i n a
21. Associa a cada uma das afirmações A, B, ... as letras I, II e III:
I - Primeira Lei da Termodinâmica.
II - Segunda Lei da Termodinâmica.
III - Lei Zero da Termodinâmica
A. Foi formulada depois das outras leis da Termodinâmica.
B. Indica que a energia do universo é constante.
C. Indica que a entropia do universo nunca diminui.
D. Indica que o rendimento dos processos termodinâmicos é sempre inferior a 100%.
E. Indica que a energia de um sistema isolado é constante.
F. Indica que, nos processos termodinâmicos, diminui a energia útil disponível.
G. Indica que a entropia de um sistema aumenta sempre num processo irreversível.
H. Indica que a entropia de um sistema isolado ou se mantém ou aumenta.

22. Num dia de Verão, tira-se leite frio do frigorífico e põe-se num copo de vidro. Na superfície exterior do copo aparecem
gotas de líquido. De onde provêm? Este processo aquece ou arrefece o copo? Justifica.
23. Um coletor solar de água, tem um aquecimento devido a radiação incidente com uma potência de 800 W por metro
quadrado. O rendimento das transferências no interior do coletor até à água é de cerca de 20%. Que área deverá ter o coletor
para aquecer 100 L de água de 18°C a 29°C, em 4,0h?
Dados: (H2O)=1g/cm3; c(H2O)=4,2x103 J.kg-1K-1

24. Um painel fotovoltaico tem uma potência máxima de 40 W. Quando o ligamos a uma resistência de aquecimento de água,
a intensidade da corrente que percorre o circuito é de 0,4 A e a diferença de potencial nos terminais do painel fotovoltaico é
de 20V. Calcula o rendimento do funcionamento do painel fotovoltaico com esta resistência.

25. Pretende-se montar painéis fotovoltaicos para abastecer uma casa que consome
3600 kW.h de energia por ano. A casa está numa zona em que a insolação é, em
média, 5 horas por dia.
a) Qual é o consumo de energia da casa, por dia?
b) Que potência é necessário instalar para o consumo da casa?
c) Que potência é fornecida aos painéis, sabendo que o seu rendimento é
15%?
d) Se cada célula tiver uma potência útil de 1,5 W, quantos painéis de 36
células serão necessários?
e) Que área aproximada ocuparão os painéis se cada célula tiver uma área de 100 cm2?

26. Para diminuir as despesas relacionadas com o consumo de energia na sua habitação, uma família decidiu instalar um
sistema de aquecimento de água, recorrendo ao aproveitamento da radiação solar. Consultou, então, uma empresa
especializada na instalação de coletores solares, no sentido de ser realizado um estudo de modo a adquirir o sistema mais
eficiente para aquecer água contida num depósito de 250 L.
Após um estudo detalhado, foi instalado no telhado da habitação um coletor solar que, em condições atmosféricas adequadas,
absorve, por metro quadrado, 800 W da radiação solar incidente e que apresenta um rendimento de 30%.
Durante um mês a família testou o funcionamento do coletor instalado. Verificou que ao fim de 10 horas, durante as quais não
se consumiu água do depósito, a temperatura da água aumentou, em média, 35 °C.
Determina a área total ocupada pelo coletor instalado na habitação da família.
Dados:  (H2O) = 1,0 g/cm3; c(H2O) = 4,18 kJ/(kg °C)

27. Numa instalação solar de aquecimento de água para consumo doméstico, os coletores solares ocupam uma área total de
4,0m2. Em condições atmosféricas adequadas, a radiação solar absorvida por estes coletores é, em média, 800 W/m 2.
Considera um depósito, devidamente isolado, que contém 150 kg de água. Verifica-se que, ao fim de 12 horas, durante as quais
não se retirou água para consumo, a temperatura da água do depósito aumentou 30 °C.
Calcula o rendimento associado a este sistema solar térmico.
Dado: c(H2O) = 4,18 kJ/(kg °C)

30 | P á g i n a
SOLUÇÕES EXERCÍCIOS PARTE I

31 | P á g i n a
SOLUÇÕES PARTE II 13.1) -188J
1.a) 2,4 x 103J 13.2) -248J
1.b) - 1,2 x 103J 14) -50J
2) 40s 15.1) 1,3x104J
3) 3135J kg-1 K-1 16) A
4) A: 418Jkg-1°C-1 17) 3,6x105J
B: 836Jkg-1°C-1 20) Reversível: C
C: 2508Jkg-1°C-1 Irreversível: A B D
5) 35°C 21) I: B E
6) 25,7°C II: C D F G H
7) 58°C III: A
8.1.1) A 23) 2m2
8.2) B C D e E 24) 20%
9.1) 2,46kJ 25.a) 9,86kWh/dia
9.2) 327°C b) 1,97kW
9.3.a) 159J kg-1°C-1 c) 13,1kW
9.3.b) 2,46x104J/kg d) 37 painéis
10) 3,0x106J e) 13,3m2
11.1) 418s 26) 4,2m2
11.2) 470s 27) 13,6%
12) 6,0x103J

32 | P á g i n a

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