2022-07 - RELATÓRIO - Estrada Piracanga

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VISITA TÉCNICA

RELATÓRIO – ESTRADA PIRACANGA


REQUERENTE: COMUNIDADE DA REGIÃO
DE PIRACANGA
LOCAL: PENÍNSULA DE MARAÚ – MARAÚ - BA

Resp. Técnico:
WALTER GUIMARÃES
Engº. Civil CREA/BA: 0518850838-D

E-mail: [email protected]
SUMÁRIO

1. APRESENTAÇÃO

2. REQUERENTE

3. OBJETO DA AVALIAÇÃO

4. FINALIDADE

5. CRITÉRIOS E ATIVIDADES REALIZADAS

6. HORIZONTE TEMPORAL DA DILIGÊNCIA

7. CARACTERÍSTICAS DA ESTRADA VICINAL

7.1. EXAME DOCUMENTAL

7.2. DESCRIÇÃO TÉCNICA DO OBJETO

7.2.1. ESTRADA VICINAL

7.2.2. BENFEITORIAS

7.3. INVENTÁRIO FOTOGRÁFICO

7.3.1. IMAGENS RECUPERADAS

8. METODOLOGIA

8.1. METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO DAS ESTRADAS E TRATAMENTO CIENTÍFICO

8.2. DIAGNÓSTICO DO ESTUDO

9. CONSIDERAÇÕES FINAIS

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01. APRESENTAÇÃO

As estradas vicinais são importantes elos entre as áreas rurais e urbanas,


proporcionam o escoamento e comercialização das atividades produtivas e
insumos agrícolas fundamentais à produção, além de serem, também, o
principal acesso aos serviços de saúde, educação, de lazer, e de turismo
disponíveis nas áreas urbanas para os habitantes das localidades mais
distantes, aumentando, assim, os laços de desenvolvimento econômicos e
sociais, principalmente das comunidades camponesas ou agricultores
familiares.
Diante disso os serviços de conservação são extremamente necessários para
assim melhorar a capacidade de fluxo permanente de pessoas e mercadorias,
principalmente aumentando a segurança dos usuários da estrada vicinal,
objetos do projeto.
Este relatório é apresentado de forma simplificada e consiste em analisar os
problemas de conservação da estrada em questão, assim como apresentar
soluções que preservam as características técnicas e físico-operacionais do
corpo estradai, dentro de padrões de serviço estabelecidos.
Este projeto é destinado ao uso dos habitantes da zona de Piracanga, assim
como da Prefeitura Municipal de Maraú, para que tenham um conhecimento
geral das condições de trafegabilidade da estrada vicinal, do projeto, e das
obras, reunindo todos os elementos de interesse para a comunidade, assim
como dos locais para a execução das obras.

Vegetação
A vegetação da Península de Maraú é bastante diversificada. Seu
ecossistema é estuarino com manguezais, coqueirais, restingas e
remanescentes da mata atlântica. O relevo é composto por muitas planícies,
que são cortadas por inúmeros rios e ribeirões.

Hidrografia
A hidrografia da zona de Piracanga é caracterizada pela presença dos
rios Tiririca e Piracanga. O rio Piracanga encontra-se com o rio Tiririca, desse
encontro forma-se uma grande bacia, encharcada na maior parte do ano, o que
favorece o acumulo de bastante água.
Esta zona alagada localiza-se a poucos metros do oceano, o que nos
possibilita planejar a abertura de um canal que facilite o escoamento das águas
para o mar.
A estrada vicinal que atende a zona de Piracanga, é cortada transversalmente
pelos dois rios da região, o que nas épocas de cheias tornam se um grande
transtorno, pois a estrada é vitimada pelos rios, suas pontes transbordam, o
caminho torna-se intransitável para todos os habitantes dos confins de
Piracanga.

Clima
A península de Maraú caracteriza-se por apresentar um clima Tropical
Litorâneo, o período mais intensos das chuvas acontece entre os meses de
março a julho.

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Figura 1: Maraú, localização no mapa da Bahia, Brasil

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02. REQUERENTE

COMUNIDADE DA REGIÃO DE PIRACANGA, moradores da zona de


Piracanga. Área situada na bacia dos rios Piracanga e Tiririca; localizada na
parte leste, e ao sul da península de Maraú, Bahia.
CEP: 45520-000.

03. OBJETO DA AVALIAÇÃO

Estrada vicinal, via não pavimentada, que liga a zona de Piracanga a BR-
030, rodovia federal que liga a cidade de Maraú, ao povoado de Campinhos, no
extremo norte da península de Maraú.

Foto 01: vista de satélite da estrada vicinal que liga Piracanga a BR-030
Fonte: Google Earth, 2022 (www.googleearth.com)

Foto 2: vista geral da estrada vicinal, que corta a zona de Piracanga

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Fotos 03 e 04: ponte de madeira, e manilhas no entorno da estrada

04. FINALIDADE

A finalidade do presente Relatório é fornecer subsídios ao requerente,


através de parecer técnico, onde contemple os aspectos técnicos da estrada
vicinal, como das pontes nela presente; com base na visita técnica realizada in
loco. Descrição dos aspectos referentes as condições presentes na mesma,
para fins de recuperação das condições de trafegabilidade.

05. CRITÉRIOS E ATIVIDADES REALIZADAS

Para realização do Relatório da estrada vicinal, o critério utilizado


fundamentou-se nas normas de avaliação de estradas e rodovias, conforme
previsto pelas Normas Técnicas do DNIT - Departamento Nacional de
Infraestrutura de Transportes: DNIT 134/2018-ME Pavimentação – Solos –
Resiliência; DNER-PRO 381/98 Projeto de aterro sobre solos moles para obras
viárias; DNIT 179/2018-IE Pavimentação Solo; DNIT 122/2009-ES Pontes e
viadutos rodoviários – Estruturas de concreto armado, e outras. Consoante
com o fim a que se destina o parecer.
O grau de detalhamento das atividades a serem desenvolvidas neste ditame
compreendeu a abordagem dos seguintes tópicos:
 Escolha dos métodos e critérios utilizados;
De acordo com a necessidade para avaliação da estrada, e ou rodovia,
determina-se como o trabalho será realizado, para que sejam supridas
as exigências do contratante.

 Vistoria e/ou exame do objeto da avaliação;


Nesta etapa realizam-se, as constatações in loco e a tomada de
fotografias do objeto da avaliação.

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 Considerações finais e conclusões;
Neste sentido, passaremos, a seguir, a desenvolver o Relatório nos seus
aspectos técnicos propriamente ditos.

06. HORIZONTE TEMPORAL DA DILIGÊNCIA

A visita técnica na estrada vicinal em estudo, foi realizada, através de


tráfego pela estrada, com paradas sistemáticas para melhor observação com
registros fotográficos, e assim ocorrendo no levantamento dos pontos críticos e
questões mais problemáticas. O relatório fotográfico com os apontamentos de
campo em cada trecho da estrada vicinal em estudo, está no item 07.3. –
Inventário Fotográfico.
O presente trabalho de campo foi desenvolvido na estrada vicinal em
referência, no dia: 30 de maio de 2022, transcorrendo a partir daquele dia, até
a presente data, todas as demais etapas operacionais pertinentes, o que
abrangeu desde a vistoria, relatório fotográfico, estudo do relevo da região,
análise e processamento dos dados colhidos, até a elaboração final
propriamente dita do presente Documento.

07. CARACTERÍSTICAS DA ESTRADA VICINAL

Inicialmente, buscarmos as informações gerais da mesma.

07.1. EXAME DOCUMENTAL

Os elementos necessários para elaboração deste trabalho, foram


considerados por premissa, como válidos e corretos, e colhidos de boa fé.

07.2. DESCRIÇÃO TÉCNICA DO OBJETO

07.2.1. ESTRADA VICINAL

A estrada vicinal, localizada em área rural do munícipio de Maraú, Bahia,


às margens direita da BR-030 - Maraú / Campinhos, apresenta-se em terreno
com topografia predominantemente plana, e nível do logradouro abaixo das
margens adjacentes ao terreno, e superfície das margens relativamente
umedecidas.
Importante salientar que nos meses mais chuvosos do ano, na província, o
período que vai de março a julho a pluviosidade média desses meses está a
cima de 230 mm, e a pluviosidade média anual na península de Maraú é de
2.327 mm*. A BR-030, como trata-se de rodovia não pavimentada, assim como
as estradas vicinais da região, transbordam e ficam impenetráveis.
A estrada vicinal em estudo, possui aproximadamente 6,5 Km de extensão,
segmento que vai da Ecovila Piracanga até o entroncamento com a BR-030.

*Fonte: Clima-date.org

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07.2.2. BENFEITORIAS

A estrada vicinal apresenta como benfeitorias, duas pontes de madeira,


estando uma das pontes em estado deplorável.

07.3. INVENTÁRIO FOTOGRÁFICO

As intervenções foram fotografadas na estrada vicinal, além das


margens adjacentes da mesma, com o objetivo de apresentar através de
imagens, as situações mais importantes para a demanda em questão.

Foto 05: vista aérea da estrada vicinal, zona de Piracanga para BR-030

Foto 06: estrada com grandes poças de águas pluviais, em época de chuvas

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Foto 07: rio Tiririca que corta o terreno longitudinalmente, provocando
grandes alagamentos nas épocas de chuvas

Foto 08: vegetação a margem da estrada, plantas típicas de superfícies alagadiças;


apresentação do capim verde, o que caracteriza o solo com maior índice de umidade

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Foto 09: pseuda ponte sobre o rio Piracanga, na estrada vicinal que liga a BR-
030 a zona de Piracanga, visivelmente em estado lastimável, o que provoca a
retenção de água no leito da estrada em época de chuva, formando uma
grande piscina natural

Foto 10: ponte sobre o rio Tiririca, com frequentes transbordos, devido
principalmente ao assoreamento do rio

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Foto 11: vista geral da estrada, para a BR 030, tendo no primeiro plano
grandes poças d’águas

07.3.1. IMAGENS RECUPERADAS

Foto 12: vista da estrada em época de cheias, transformando o leito


carroçável da via, em um rio paralelo - Fonte: acervo do contratante

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Foto 13: estrada totalmente coberta pelas águas das chuvas, após passagem
de temporal - Fonte: acervo do contratante

08. METODOLOGIA

08.1. METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO DAS ESTRADAS E TRATAMENTO


CIENTÍFICO

Para a realização deste trabalho utilizou-se o Método de Observação


Direta, conforme embasamento teórico do Manual de Conservação Rodoviária,
Publicação IPR 710, Edição 2005; e de publicações do DNIT, que tem como
missão implementar a política de transporte terrestre e aquaviários do país,
Manual de Pavimentação. Publicação IPR - 791.2.ed. Rio de Janeiro:
Ministério dos Transportes, Instituto de Pesquisas Rodoviárias, 2006.
Sendo por isso os mais recomendados e utilizados para a avaliação de
estradas e rodovias.
Neste método, a determinação das condições das estradas estudadas
resulta da comparação destas, com outras de natureza e características
intrínsecas e extrínsecas semelhantes, a partir de dados pesquisados in loco.
As características e os atributos dos dados obtidos são ponderados por meio
de técnicas de homogeneização normatizadas.

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08.2. DIAGNÓSTICO DO ESTUDO

Problemas Detectados

Na análise da estrada vicinal, foram detectados vários problemas que


acabam interferindo negativamente na trafegabilidade do trecho, esses
problemas aumentam o tempo de viagem, depreciação do veículo, diminui a
capacidade de suporte da via, segurança e conforto do usuário.
Dentre esses problemas destacam-se:
 Seção transversal imprópria
 Drenagem inadequada
 Pontes obsoletas

 Seção Transversal Imprópria

O leito carroçável da estrada não pavimentada deve ser conformada de tal


maneira que permita a eficiência da drenagem superficial que precipitam sobre
o terraço da via e os demais sistemas de drenagem.

Figura 2: seção transversal imprópria

Solução a Seção Transversal Imprópria – Reconformação


Reconformação da plataforma que consiste na regularização da pista através
de cortes e aterros, geralmente de até 0,20 cm compensados lateralmente, de
modo a permitir a drenagem das águas superficiais para as sarjetas, e na
execução de valetas laterais nos cortes e leiras nos aterros. Compreende
basicamente, o patrolamento da pista, a simultânea execução das sarjetas e
leiras e a execução da correta compactação. O objetivo é conseguir um perfil
transversal correto para o trecho. Nas curvas, a superfície da estrada deve ter
inclinação constante, de borda a borda, sendo que o lado externo deve ser
mais elevado.
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 Drenagem Inadequada

Ocorre quando não há: canais de drenagens, saídas d’aguas, canais


desaguadouros, bacias de contenção, entre outros estão cobertas de
vegetação e/ou entulho e deste modo não direcionam a água. A drenagem
ineficiente dá origem aos depósitos de água em determinados setores da
Plataforma.

Figura 3: drenagem inadequada

Solução a Drenagem Inadequada – Abaulamento, canais desaguadouros,


Canais de Drenagem e Revestimento Primário

Para estes problemas a correção deve começar pela retirada de vegetação,


abaulamento transversal da pista de rolamento; depois retirar a água
acumulada no local através de canais de drenagem, os quais devem ser
encontrados em número satisfatório por todo o traçado.

Para os problemas como: trilho de rodas e perda de agregado, a solução para


a correção dos mesmos é a execução de revestimento primário, com materiais
de boa qualidade e bem compactados.

Para a realização dos serviços, as etapas recomendadas a serem executadas


são a limpeza lateral, elevação do greide em pontos críticos, posteriormente
o abaulamento da pista de rolamento e revestimento primário.

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Limpeza Lateral
A limpeza lateral deve ser realizada ao longo da extensão de cada trecho em
3,00 metros para cada lado da pista.
Essa limpeza consiste na remoção de arvores com até 0,15m de diâmetro,
remoção da camada vegetal, regularização de canal de drenagem e execução
de canais desaguadouros para retirada das águas superficiais da pista.
É de suma importância a execução do canal de drenagem, que fica situado as
margens da estrada com a finalidade de coletar e conduzir as águas
provenientes do escoamento superficial gerado na própria pista e
eventualmente, de áreas adjacentes a estrada.
Com o canal de drenagem é necessário a realização de canais desaguadouros
retirando as águas da pista e evitando assim a concentração do escoamento
superficial ao longo do canal. Outra finalidade dos canais desaguadouros é de
evitar que o escoamento superficial atinge energia erosiva capaz de degradar o
canal de drenagem e consequentemente comprometer as condições de
trafegabilidade da rodovia.

Elevação do Greide
Esse serviço consiste na construção de corpo de aterro em pontos críticos da
estrada afim de evitar a transposição das águas sobre o corpo estradai.

Figura 4: drenagem inadequada

Abaulamento da Pista
O abaulamento ou a superelevação transversal é a principal forma de promover
a retirada da água da superfície da estrada, abaular a superfície da estrada
significa criar um ponto de cota ligeiramente maior no centro, de modo que a
água é conduzida para a cota menor, as laterais. Segundo orientação do DNIT,
para esse serviço deve ser adotado a Declividade transversal de 3%.

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Figura 5: seção Transversal Pista com Superelevação

Revestimento Primário
Em toda extensão da estrada vicinal há necessidade da execução de
revestimento primário, que consiste no preenchimento da plataforma da
estrada com material granular: cascalho; coletado em jazidas próximas, e que
possuam características técnicas como granulometria, capacidade de suporte,
limite de liquidez e plasticidade satisfatórios.

 Pontes Obsoletas

O trecho da estrada que vai da Ecovila ao entroncamento com a BR-030 possui


2 (duas) pontes de madeira, a primeira mais próxima da Ecovila e sobre o rio
Tiririca, é uma ponte de madeira, estreita e excessivamente rebaixada,
frequentemente invadida pelas águas do rio Tiririca em épocas de cheias do
rio. A segunda ponte, sobre o rio Piracanga, encontra-se em estado deplorável,
o que provoca a retenção de água no leito da estrada em época de chuvas,
formando assim uma grande lagoa intransponível pelos moradores locais.

Solução as Pontes Obsoletas – Pontes de Concreto Armado

Pontes de Concreto Armado, os elementos naturais em contato com a ponte


(vento, água, terra) exercem pressões sobre a estrutura, originando
solicitações que devem ser levadas em conta na especificação do tipo da
ponte, em rios sujeitos a grandes cheias, a pressão da água gera solicitações
consideráveis nos pilares, frequentemente agravadas pelo impacto de troncos
de árvores trazidos pelas enxurradas.
Os empuxos de terra e a subpressão da água, quando agem continuadamente,
são também incorporados na categoria de carga permanente.
Neste caso, a solução se dá pela substituição das pontes de madeira por
pontes de concreto armado, mais largas, compridas e mais altas; pois desta
maneira tonaram a trafegabilidade local mais segura e acessível para todos.

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09. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A erosão provocada pela água da chuva no leito e nas margens da


estrada vicinal, que não se encontra pavimentada, está diretamente
relacionada à má drenagem, ocasionando um escoamento hídrico que
corrobora com a degradação da via. Portanto, faz-se necessário algumas
intervenções, para que a via torne se trafegável, e possa proporcionar uma
melhor mobilidade na zona de Piracanga; incrementando de maneira positiva o
escoamento agroindustrial local, e o turismo da região a nível mundial.

Tendo cumprido todas as etapas necessárias à completa avaliação


apresentada pelo estudo em referência, damos este Relatório como encerrado,
testificando que o mesmo é composto de 17 páginas impressas de anverso,
sendo esta folha datada e assinada pelo autor do presente trabalho.

Itabuna, Bahia, 07 de julho de 2022.

Walter Guimarães
Engenheiro Civil
CREA–BA 0518850838-D

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