Modelo Ação Monitória

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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUÍZ(A) DE DIREITO DA _ª

VARA CÍVEL DA COMARCA DE ARACATI - CE.

BEMOL CONFECÇOES LTDA - ME, pessoa jurídica de


direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº 41.296.575/0001-80,
sito à Rua Antônio Correia Lima, n° 3565, Montese, Fortaleza –
CE, CEP: 60.410-221, vem, perante Vossa Excelência, por
intermédio de seu procurador in fine assinado (procuração em
anexo), com base no art. 700º do Código de Processo Civil, propor
a presente:

AÇÃO MONITÓRIA

em face de ELAYNE DE OLIVEIRA ARRUDA, brasileira, inscrita no CPF


sob o n° 072.481.783-22, residente e domiciliada à S/R, nº 225,
Várzea da Matriz, Aracati – CE, CEP: 62.800-000, pelos fatos a
seguir delineados:

WSTC – Washington Soares Trade Center Av.


Washington Soares, 3663 - Edson Queiroz,
Fortaleza - CE, 60811-341 | Sala, 505
I – PRELIMINARMENTE DA JUSTIÇA GRATUITA

Trata-se de Pessoa Jurídica microempresária, com


despesas superiores à receita, pois com o advento do novo
coronavírus as atividades de cunho não essencial tiveram
que paralisar suas atividades.

Ademais, em razão da pandemia, após a política de


distanciamento social imposta pelos Decretos, a situação
econômica da empresa se agravou drasticamente.

Trata-se de situação excepcional que deve ser


considerada, conforme precedentes sobre o tema:

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. Pedido de justiça


gratuita ou diferimento do pagamento das
custas. Possibilidade de parcelamento do valor,
tendo em vista a atual circunstância social de
enfrentamento da pandemia que presumidamente
impôs significativa redução de receita às
empresas. Embargos acolhidos, com efeito
parcialmente modificativo do julgado. (TJSP;
Embargos de Declaração Cível 2061096-
84.2020.8.26.0000; Relator (a): Marcelo Semer;
Órgão Julgador: 10ª Câmara de Direito Público;
Foro de Mauá - 4ª Vara Cível; Data do
Julgamento: 27/04/2020; Data de Registro:
27/04/2020)

Ou seja, a empresa Requerente não dispõe de


condições financeiras para arcar com as custas processuais
sem prejuízo da saúde financeira já abalada da empresa,
conforme declaração de hipossuficiência.

"Na mesma direção apontou a Corte Especial do


mesmo Tribunal, julgando os Embargos de
Divergência no Recurso Especial 653.287/RS: "Se
provar que não tem condições de arcar com as
despesas do processo, a pessoa jurídica,

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independentemente de seu objeto social, pode
obter o benefício da justiça gratuita. Embargos
de divergência conhecidos e providos." Seguem-
se incontáveis outros precedentes de mesmo
teor. Nesta senda, parece-me que as situações
de crise econômico-financeira que justificam a
decretação da falência ou o deferimento do
processamento da recuperação judicial amoldam-
se confortavelmente à excepcionalidade que
justifica a concessão dos benefícios da
gratuidade. (...) É no mínimo paradoxal
considerar o insolvente capaz de suportar os
ônus do processo; seria preciso não ser
insolvente, por certo, para poder suportá-
los." (MAMEDE, Gladson. Direito empresarial
brasileiro. Falência e Recuperação de empresas.
9ª ed. Editora Atlas, 2017. Versão Kindle, p.
1325)

A possibilidade da gratuidade de justiça à empresa


já foi sumulada pelo STJ, nos seguintes termos:

Súmula 481 - Faz jus ao benefício da justiça


gratuita a pessoa jurídica com ou sem fins
lucrativos que demonstrar sua impossibilidade
de arcar com os encargos processuais. (Súmula
481, CORTE ESPECIAL)

Por não ser considerada um serviço essencial, foi


obrigada a fechar a suas portas por um determinado período.

Trata-se de uma situação excepcional que deve ser


considerada, conforme precedentes sobre o tema:

COVID-19. SITUAÇÃO EXCEPCIONAL QUE DEMANDA


RESPOSTAS EXCEPCIONAIS. JUSTIÇA GRATUITA. A
Excepcionalidade do momento atual – estamos
vivendo a pandemia do coronavírus (covid-19) –
pode justificar a adoção de tratamento
excepcional às partes, inclusive no que
concerne à concessão dos benefícios da justiça
gratuita à pessoa jurídica. Mas a invocação
dessa situação não é um álibi argumentativo: é
necessário justificar a necessidade de
tratamento excepcional.

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(TRT18, RORSum – 0010211-44.2020.5.18.0010,
Rel. MARIO SERGIO BOTTAZZO, 3ª TURMA,
19/08/2020)
No mesmo sentido é o entendimento firmado em
inúmeros precedentes:

AGRAVO DE INSTRUMENTO – EMBARGOS À EXECUÇÃO –


PEDIDO DE ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA –
PESSOA JURÍDICA E PESSOA FÍSICA – DOCUMENTAÇÃO
JUNTADA AOS AUTOS QUE SE MOSTRA SUFICIENTE PARA
A COMPROVAÇÃO DA HIPOSSUFICIÊNCIA DA EMPRESA
AGRAVANTE – EMPRESA INATIVA – AUSÊNCIA DE
FATURAMENTO – PESSOA FÍSICA DESEMPREGADA –
COMPROVAÇÃO PELA CTPS – JUSTIÇA GRATUITA
DEFERIDA – DECISÃO REFORMADA – RECURSO
CONHECIDO E PROVIDO. (TJPR - 16ª C. Cível -
0051668- 28.2019.8.16.0000 - Maringá -
Rel.:
Desembargadora Maria Mércis Gomes Aniceto - J.
25.05.2020) (TJ-PR - AI: 00516682820198160000
PR
0051668-28.2019.8.16.0000 (Acórdão), Relator:
Desembargadora Maria Mércis Gomes Aniceto, Data
de Julgamento: 25/05/2020, 16ª Câmara Cível,
Data de Publicação: 29/05/2020)

JUSTIÇA GRATUITA - PESSOA JURÍDICA -


COMPROVAÇÃO DE HIPOSSUFICIÊNCIA -
DEFERIMENTO. - Para a
concessão da gratuidade de justiça para pessoa
jurídica, faz-se necessária a apresentação de
documentação que comprove a condição de
hipossuficiência da empresa -Demonstrada a
impossibilidade financeira de arcar com as
despesas do processo, deve ser deferido o
benefício para a pessoa jurídica. (TJ-MG - AI:
10000190283739001 MG, Relator: Pedro Aleixo,
Data de Julgamento: 17/07/2019, Data de
Publicação: 18/07/2019)

Ao disciplinar sobre o tema, grandes doutrinadores


corroboram com este entendimento:

"Pessoa Jurídica e Assistência Judiciária


Gratuita. A pessoa jurídica que não puder fazer
frente às despesas do processo sem prejuízo de
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seu funcionamento também pode beneficiar-se das
isenções de que trata a gratuidade da justiça.

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"Faz jus ao benefício da justiça gratuita a
pessoa jurídica com ou sem fins lucrativos que
demonstrar sua impossibilidade de arcar com os
encargos processuais" (Súmula 481,
STJ)." (MARINONI, Luiz Guilherme. ARENHART,
Sérgio Cruz. MITIDIERO, Daniel. Novo Código de
Processo Civil comentado. 3ª ed. Revista dos
Tribunais, 2017. Vers. ebook. Art. 98)
Por tais razões, com fulcro no art. 5º, inciso
LXXIV da Constituição Federal e pelo artigo 98º do CPC,
requer que seja deferida a gratuidade de justiça à empresa
Requerente nesta ação.

II – BREVE SÍNTESE DOS FATOS

Inicialmente, salienta-se que a empresa Requerente


atua no ramo têxtil, confeccionando peças de vestuário e
fornecendo essas peças para diversas empresas do ramo
varejista.

A Sra. Elayne de Oliveira, Requerida nesta ação,


adquiria as peças fornecidas pela empresa Requerente
através de sua própria empresa, ELAYNE DE OLIVEIRA ARRUDA
ME – empresa esta que encontra-se baixada -.

As empresas mantinham entre si uma boa relação


comercial, no entanto, a extinta empresa da Sra. Elayne
realizou uma compra com a Bemol e repassou-lhe 2 (dois)
cheques, estes datados de 14 de junho de 2019 e 14 de julho
de 2019. Ambos com o mesmo valor de R$: 1.017,00 (hum mil e
dezessete reais), cada.

a) Cheque nº 001019, no valor de R$: 1.017,00,


emitido em 14 de junho de 2019.
b) Cheque nº 001020, no valor de R$: 1.017,00,
emitido em 14 de julho de 2019.

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Ocorre, Excelência, que tais cheques repassados pela
Requerida foram sustados pelo banco da empresa Bemol, tendo
em vista não terem provisão de fundos suficientes para
obter o saque.

Sabe-se, Nobre Julgador, que emitir cheque sem que


este tenha fundos suficientes para quitar o débito no qual
este visa adimplir é crime previsto no ordenamento jurídico
brasileiro, tipificado como estelionato.

Ademais, a empresa Bemol, acreditando na boa-fé da


Requerida, tentou diversas vezes obter a resolução
extrajudicial desta lide. Inclusive, enviou-lhe 2 (duas)
notificações extrajudiciais e um aviso sobre o ingresso da
presente ação (comprovantes em anexo), a fim de que a Sra.
Elaynes prontificar-se a resolver este impasse; no entanto,
todas as tentativas restaram-se infrutíferas.

Salienta-se, ainda, que a dívida atualizada


encontra- se no importe descrito abaixo:

VALOR R$: 2.034,00


CORREÇÃO MONETÁRIA (INPC) R$: 196,30
JUROS SIMPLES (1% AO MÊS) R$: 487,69
MULTA (2%) R$: 44,61
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS (20%) R$: 552,52
VALOR ATUALIZADO R$: 3.315,12

Sempre procurando respeitar as inúmeras promessas de


pagamento por parte da Requerida, a parte Autora fora
penalizada com a prescrição dos títulos para fins de
execução, devido a mora da Requerida, conforme art. 394º do
Código Civil.

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Destarte, na ausência de interesse da parte ré em
resolver este conflito e como esgotaram-se todos os meios
administrativos possíveis para obter quitação do débito
pendente, a empresa Requerente ingressa com a presente Ação
Monitória visando obter do judiciário a satisfação do seu
direito e a realização da lídima justiça.

III – DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS

1) DA VIABILIDADE DO PRESENTE INSTRUMENTO PROCESSUAL

Nos termos do inciso I, do art. 784º do Código de


Processo Civil, o cheque traduz-se como título executivo
extrajudicial. O prazo prescricional para a execução de cheque
emitido na mesma praça de pagamento é de 6 (seis) meses
contados, nesse caso, do término do prazo de 30 dias para
apresentação, conforme arts. 33º e 59º da Lei nº 7.357/85.

Art. 33 O cheque deve ser apresentado para pagamento,


a contar do dia da emissão, no prazo de 30 (trinta)
dias, quando emitido no lugar onde houver de ser
pago; e de 60 (sessenta) dias, quando emitido em
outro lugar do País ou no exterior.

Art. 59 Prescrevem em 6 (seis) meses, contados da


expiração do prazo de apresentação, a ação que o art.
47 desta Lei assegura ao portador.

Neste sentido, os prazos para as execuções dos cheques


findaram-se, respectivamente, em 14 de janeiro de 2020 e 14 de
fevereiro de 2020.

Na hipótese em liça, dispondo a parte autora de prova


escrita sem eficácia de título executivo, é cabível a ação
monitória, conforme redação clara do Código de Processo Civil.

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Art. 700. A ação monitória pode ser proposta por
aquele que afirmar, com base em prova escrita sem
eficácia de título executivo, ter direito de exigir
do devedor capaz:

I - o pagamento de quantia em dinheiro;

II - a entrega de coisa fungível ou infungível ou de


bem móvel ou imóvel;

III - o adimplemento de obrigação de fazer ou de não


fazer.

Cumpre-nos ressaltar as lições de Luiz Guilherme


Marinoni, o qual, sobre o tema, professa que:

“O procedimento monitório foi pensado como


alternativa para uma mais tempestiva prestação
jurisdicional, podendo ser usado por quem tem prova
escrita, sem eficácia executiva, de obrigação, e
pretende obter soma em dinheiro, entrega de coisa
fungível ou infungível ou de bem móvel ou imóvel ou
ainda a prestação de fazer e não fazer. Diante da
petição inicial devidamente acompanhada com a prova
escrita, o juiz deve mandar expedir o mandado de
pagamento ou de entrega de coisa. O devedor, no prazo
de quinze dias, poderá cumprir o mandado – caso em
que ficará isento do pagamento de custas e obterá uma
redução no valor dos honorários advocatícios para
cinco por cento do valor da causa (art. 701, e seu §
1º, CPC)-, restar inerte ou apresentar embargos ao
mandado. Não apresentados ou rejeitados os embargos,
o título executivo é constituído”
(MARINONI, Luiz Guilherme, Novo Código de Processo
Civil comentado, 3ª Edição, 2017, p.796)

Neste azo, é perfeitamente viável que a empresa credora


de um cheque prescrito se utilize da via monitória para
recebimento da quantia, pois o título é prova escrita da dívida,
cuja admissão é pacífica diante da redação do enunciado da Súmula
nº 299 do Superior Tribunal de Justiça.

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STJ Súmula: 299

É admissível a ação monitória fundada em cheque


prescrito.

Ademais, vejamos um entendimento recente acerca da


aplicação da ação monitória em um caso análogo à este:

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO MONITÓRIA. CHEQUE PRESCRITO.


Desnecessidade de declinar a causa debendi. Cheque
que circulou. Princípio da inoponibilidade das
exceções pessoais. Ação monitória
procedente.Gratuidade judiciária mantida ao
embargante.APELAÇÃO DESPROVIDA.

(TJ-RS - AC: 70081783078 RS, Relator: Antônio Maria


Rodrigues de Freitas Iserhard, Data de Julgamento:
14/04/2020, Décima Primeira Câmara Cível, Data de
Publicação: 08/09/2020)

Portanto, tem-se que perfeitamente cabível a presente


demanda.

2) DO PRAZO PRESCRICIONAL

Ressalta-se, inicialmente, que a prescrição em tablado


não se refere ao título extrajudicial, mas sim à própria
pretensão de cobrança do débito, via ação monitória. Destarte, o
prazo deve ser contado a partir da emissão da cártula e não após
o prazo de apresentação, já que o cheque passou a ser mero
elemento de prova.

Neste enfoque, temos que a ação monitória, fundada em


cheque prescrito, está subordinada ao prazo prescricional de 5
(cinco) anos de que trata o art. 206º, § 5º, I, do Código Civil.

Art. 206. Prescreve:


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(...)

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§ 5 o Em cinco anos:
I - a pretensão de cobrança de dívidas líquidas
constantes de instrumento público ou particular;

A propósito, vejamos a seguinte decisão do Superior


Tribunal de Justiça:

EMENTA: AÇÃO MONITÓRIA - CHEQUES - PRAZO


PRESCRICIONAL DE 5 ANOS CONTADOS DA EMISSÃO DOS
TÍTULOS - CITAÇÃO NÃO EFETIVADA QUATRO ANOS APÓS O
AJUIZAMENTO - DEMORA DECORRENTE DO TRÂMITE PROCESSUAL
E DE FALHA DO JUDICIÁRIO - PRESCRIÇÃO -
AFASTAMENTO. I - O prazo
prescricional para a propositura de ação monitória de
cheques sem eficácia executiva é de 05 anos, contados
do dia seguinte à emissão dos títulos. Inteligência
da Súmula 503, STJ. II - Ajuizada a tempo e modo a
ação monitoria, e não efetivada a citação do réu, ao
longo de quatro anos, pelas dificuldades decorrentes
da própria máquina judiciária e de erro do Juízo ao
qual deprecada a realização do ato citatório, não há
falar- se em prescrição, pois a parte não pode ser
prejudicada pela demora a que não deu causa.

(TJ-MG - AC: 10024142526235001 MG, Relator: João


Cancio, Data de Julgamento: 12/03/2019, Data de
Publicação: 14/03/2019)

Portanto, à luz da decisão supra aludida, ultrapassado o


prazo de execução, os cheques perdem sua natureza de título de
crédito, consubstanciando, tão somente, documento representativo
de determinada dívida, que pode ser objeto de ação de cobrança,
ou mesmo de ação monitória, essas últimas reguladas pelo prazo
prescricional cinco anos, nos termos do art. 206º, § 5º, inciso
I, do Código Civil.

3) DA PRESCINDIBILIDADE DE DEMONSTRAÇÃO DA CAUSA DEBENDI

Por outro lado, destaca-se que, tratando-se de ação


monitória, é imprescindível que a parte autora comprove os fatos
constitutivos de seu direito.

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Desta forma, a pretensão autoral está devidamente
fundamentada nesta peça, uma vez que os cheques prescritos e
assinados pela Requerida foram devidamente colacionados aos
autos, demonstrando a causa debendi, consoante reiterada
jurisprudência. E, muito embora possa a Ré instaurar o
contraditório com a discussão da causa subjacente, cabe à ela o
ônus de sua demonstração.

Nesse sentido tem decidido os tribunais:

EMENTA: APELAÇÃO - AÇÃO MONITÓRIA - CHEQUE - CAUSA


DEBENDI - PAGAMENTO - ÔNUS DO DEVEDOR - QUITAÇÃO. Ao
embargar a monitória o devedor instaura um
procedimento incidental de natureza cognitiva
exauriente, sujeito ao procedimento comum, cabendo-
lhe o ônus da prova quanto ao pagamento da dívida.
Comprovada a quitação do débito por escritura
pública, devem ser acolhidos os embargos monitórios.

(TJ-MG - AC: 10000205740079001 MG, Relator:


Evangelina Castilho Duarte, Data de Julgamento:
21/01/2021, Câmaras Cíveis / 14ª CÂMARA CÍVEL, Data
de Publicação: 22/01/2021)

Salienta-se, ainda, que o entendimento dos tribunais é


firmado no sentido de ser cabível a ação monitória para cobrança
de cheque prescrito, exigindo-se apenas "prova escrita sem
eficácia de título executivo", conforme o art. 1.102º - A do
Código de Processo Civil.

Art. 1.102 - A. A ação monitória compete a quem


pretender, com base em prova escrita sem eficácia de
título executivo, pagamento de soma em dinheiro,
entrega de coisa fungível ou de determinado bem
móvel.

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E nesse mesmo sentido, as mais recentes decisões
jurisprudenciais de diversos tribunais pátrios:

APELAÇÃO CÍVEL. PRELIMINAR. LITISCONSÓRCIO PASSIVO


NECESSÁRIO. REJEIÇÃO. AÇÃO MONITÓRIA. CHEQUE
PRESCRITO. PROVA ESCRITA. DOCUMENTO HÁBIL.
DESCONSTITUIÇÃO DA DÍVIDA. ÔNUS DO DEVEDOR. SENTENÇA
MANTIDA. - Não há que se falar em litisconsórcio
passivo necessário, pois o emitente do cheque tem
legitimidade para figurar no polo passivo da
monitória, como responsável pelo seu pagamento,
devendo buscar eventual responsabilização de
terceiros por meio de ação adequada. - O cheque
prescrito é documento escrito apto a embasar a
admissibilidade da ação monitória, independentemente
de se investigar a causa de sua origem, a qual pode
ser discutida em embargos monitórios. - Havendo
início de prova escrita, caberá ao devedor
desconstituir a pretensão do credor, nos termos do
art. 373, inc. II, do CPC.

(TJ-MG - Apelação Cível 1.0625.13.015419-2/001,


Relator (a): Des.(a) Aparecida Grossi, julgamento em
12/12/2019, publicação da sumula em 22/01/2020)

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO MONITÓRIA. PROVA ESCRITA IDÔNEA


À DEMONSTRAÇÃO DO CRÉDITO. CHEQUE PRESCRITO. CAUSA
SUBJACENTE NÃO INFIRMADA PELA PARTE RÉ. CONSTITUIÇÃO
DO TÍTULO EXECUTIVO JUDICIAL. RECURSO DESPROVIDO. 1.
Se a parte autora apresenta prova escrita hábil à
demonstração do crédito reclamado, consubstanciada em
cheque referente a operação de empréstimo, cuja
regularidade não foi infirmada, e.g., com a
demonstração do adimplemento, deve ser constituído o
título executivo judicial. 2. Recurso desprovido.
(TJ- MG - Apelação Cível 1.0024.12.103827-7/006,
Relator (a): Des.(a) Otávio Portes, julgamento em
18/12/2019, publicação da sumula em 22/01/2020)

Destarte, torna-se desnecessário que o autor/credor


comprove a causa debendi que originou os cheques ora cobrados.

4) DIES A QUO DOS JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA

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- CORREÇÃO MONETÁRIA

Na ação monitória para cobrança de cheque prescrito, a


correção monetária corre a partir da data em que foi emitida a
ordem de pagamento à vista. É que, apesar de carecer de força
executiva, o cheque não pago é título líquido e certo.

Lei nº 6.899/81

Art 1º - A correção monetária incide sobre qualquer


débito resultante de decisão judicial, inclusive
sobre custas e honorários advocatícios.

§ 1º - Nas execuções de títulos de dívida líquida e


certa, a correção será calculada a contar do
respectivo vencimento.

Ademais, prescreve a legislação cível que:

Art. 397. O inadimplemento da obrigação, positiva e


líquida, no seu termo, constitui de pleno direito em
mora o devedor.

Neste sentido, têm-se o seguinte julgado:

EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO MONITÓRIA - CORREÇÃO


MONETÁRIA. "A jurisprudência do STJ é firme no
sentido de que a correção monetária incide para
manutenção do poder aquisitivo, motivo pelo qual, o
termo inicial, na ação monitória, é a data do
vencimento do título, a fim de não gerar um
enriquecimento da parte contrária" (STJ, AgRg no
AREsp 679.160/SP).

(TJ-MG - AC: 10512160078931001 MG, Relator: José


Augusto Lourenço dos Santos, Data de Julgamento:
28/05/2020, Data de Publicação: 16/06/2020)

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Portanto, requer que seja reconhecida a correção
monetária a partir da data em que foi emitida a ordem de
pagamento dos 2 (dois) cheques ora cobrados via procedimento
monitório.

- JUROS MORATÓRIOS

No que diz respeito aos juros moratórios, estes devem


incidir a partir do ato citatório, conforme preceitua o Código
Civil.

Art. 405 - Contam-se os juros de mora desde a citação


inicial.

Dessa forma, vejamos o seguinte julgado:

APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO MONITÓRIA - JUROS DE MORA E


CORREÇÃO MONETÁRIA - TERMO INICIAL. APELAÇÃO CÍVEL -
AÇÃO MONITÓRIA - JUROS DE MORA E CORREÇÃO MONETÁRIA -
TERMO INICIAL. APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO MONITÓRIA -
JUROS DE MORA E CORREÇÃO MONETÁRIA - TERMO INICIAL.
APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO MONITÓRIA -- JUROS DE MORA E
CORREÇÃO
MONETÁRIA - TERMO INICIAL. Conforme o entendimento do
Superior Tribunal de Justiça no REsp 1556834/SP,
submetido à sistemática do art. 1.036 do CPC/2015, em
qualquer ação que haja a cobrança de cheque, os juros
de mora e a correção monetária deve incidir a partir
da emissão da cártula e os juros de mora a contar da
primeira apresentação do título.

(TJ-MG - AC: 10000190513507001 MG, Relator: Estevão


Lucchesi, Data de Julgamento: 18/07/2019, Data de
Publicação: 19/07/2019)

Portanto, requer que seja reconhecida a contagem de juros


moratórios a partir da citação.

IV - DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO

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Manifesta-se a parte autora sobre seu interesse na
realização de audiência de conciliação ou mediação, nos termos
do art. 319º, inciso VII do Código de Processo Civil.

Art. 319. A petição inicial indicará:


(...)
VII - a opção do autor pela realização ou não de
audiência de conciliação ou de mediação.

V – DOS PEDIDOS

Diante o exposto, requer que Vossa Excelência digne-se a:

a) Conceder a gratuidade da justiça à empresa Requerente,


nos moldes do art. 5º, inciso LXXIV da Constituição Federal;

b) Requerer a citação da parte ré, para que, desejando,


conteste a presente ação no momento processual oportuno, sob
pena de revelia e confissão;

c) Reconhecer a qualidade de credora da empresa


Promovente e de devedora da parte Promovida, assim como a
validade dos documentos atrelados à presente e efetive as
seguintes providências:

1 - Deferir, de plano, a expedição do competente MANDADO


DE PAGAMENTO, visando instar a parte ré para que pague, no prazo
de 15 (quinze dias), a quantia reclamada de R$ 3.315,12 (três
mil, trezentos e quinze reais e doze centavos) – consoante
memorial anexo -, acrescida dos encargos moratórios legais,
declinando à mesma, neste mesmo mandado, que esta poderá
ofertar Embargos,

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querendo, no prazo antes citado, sob pena de não os apresentando,
ser constituído de pleno direito em título executivo judicial;

d) Condenar a parte ré ao pagamento das custas e demais


despesas processuais, inclusive em honorários advocatícios
sucumbenciais, que deverão ser arbitrados por este Juízo,
conforme norma do art. 85º do CPC;

e) Atender a manifestação da parte autora sobre seu


interesse na realização de audiência de conciliação ou mediação,
nos termos do art. 319º, inciso VII do CPC.

Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em


direitos admitidos, por mais especiais que sejam, sobretudo com
a oitiva de testemunhas, o que desde já requer, sob pena de
confissão.

Dá-se à causa o valor de R$ 3.315,12 (três mil,


trezentos e quinze reais e doze centavos).

Nestes termos, pede e espera provimento.

Aracati, 30 de abril de 2021.

RENAN BARBOSA DE AZEVEDO


OAB/CE Nº 23.112

WSTC – Washington Soares Trade Center Av.


Washington Soares, 3663 - Edson Queiroz,
Fortaleza - CE, 60811-341 | Sala, 505

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