Documento_de278a2
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em face do acórdão sentença prolatado nos autos da reclamação trabalhista ajuizada, pelas
razões a seguir alinhadas.
Nestes termos,
OAB SP 343673
RAZÕES DE RECURSO DE REVISTA
EGRÉGIO TRIBUNAL,
COLENDA TURMA,
NOBRES JULGADORES,
O juízo a quo entendeu pela parcial procedência da reclamação trabalhista, para condenar
a reclamada em horas extras, intrajornada, indenização por danos morais e tíquetes
refeição em suposto trabalho em folgas. Com a devida vênia, o entendimento merece
reforma, pelo fatos e motivos a seguir expostos.
1. PRELIMINARMENTE:
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III - das despesas com as publicações indispensáveis no jornal
encarregado da divulgação dos atos oficiais;
3. Ademais, conforme seu art. 4º, alterado pela Lei nº 7.510/86, a simples afirmação
do alegado estado de pobreza, ou seja, de que faz jus aos benefícios da justiça
gratuita, acompanhada de requerimento, é suficiente para caracterizar a exigência
informada, sendo lícito o indeferimento do pedido pelo magistrado apenas quando
houver nos autos prova em contrário, encarregando-se a própria lei de infligir
penalidades às afirmações falsas.
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Súmula 481: Faz jus ao benefício da justiça gratuita a pessoa jurídica
com ou sem fins lucrativos que demonstrar sua impossibilidade de arcar
com os encargos processuais
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7. De fato, impedir à concessão do benefício às pessoas jurídicas, vai de encontro a
norma constitucional insculpida no art. 5º, inciso LXXIV, a qual estabelece que
“Estado prestará assistência jurídica e integral aos que comprovarem insuficiência
de Recursos”.
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10. De todo o exposto, não se vislumbra haver possibilidade de se negar o
deferimento de assistência judiciária às pessoas jurídicas, mas, ao contrário das
pessoas físicas em que se faz necessária apenas a declaração de que não pode
arcar com as despesas do processo sem prejuízo próprio ou de sua família, para a
pessoa jurídica, exige-se a comprovação de que esta não possui condições
financeiras, sob pena de até mesmo comprometer a própria manutenção da
atividade econômica que desenvolve.
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1.2 - VALOR DA CAUSA
12. Impugna-se, o valor dado à causa, eis que exorbitante, pois todas as verbas
líquidas pleiteadas foram aleatoriamente apuradas, com valores irreais, assim,
aleatoriamente chegou-se a um valor absurdo.
14. Assim requer-se que se fixe o valor da causa em dois salários mínimos e meio, eis
que mais condizente com todo o pedido e o tempo do pacto laboral, até mesmo
porque, se acaso a reclamada for condenada em algum pedido, hipótese que se
admite apenas para argumentar, sem se aceitar, deverá ser apurado em regular
execução de sentença, compensando-se todos os valores pagos sob o mesmo
título.
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1.4 - DO INCIDENTAL DE FALSIDADE DOCUMENTAL
15. O artigo 430 do Novo CPC acentua que a falsidade deve ser suscitada pelo réu na
contestação, pelo autor na réplica, no prazo de 15 dias, contados a partir da
intimação da juntada dos documentos aos autos.
16. O parágrafo único do mesmo artigo 430 informa que a arguição de falsidade deve
ser resolvida incidentalmente, salvo se a parte requerer que o juiz a decida como
questão principal, como autoriza o inciso II do artigo 19 também do Novo CPC:
17. Desta forma, cumpre observar que os documentos constantes nos presentes autos
SÃO FALSOS, dado que (i) não há cadeia de custódia sobre quem registrou
as fotos, onde elas foram tiradas e quando; (ii) as fotos não são condizentes
com o local de trabalho do Reclamante; (iii) as fotos não foram tiradas
quando da existência de contrato de trabalho mantido com a Urutu
Vigilância, ora Reclamada, dado que está explícito que a Reclamada
encerrou o posto em 2020 e as fotos foram retiradas em 2021, veja:
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18. Deste modo, requer-se desde já que V. Exa. oficie as companhias telefônicas
(TIM, Claro, Vivo e OI) para comprovar de quem é o telefone de número +55 12
99676-1630, para que seja possível a realização de perícia sobre a validade e
quanto a esta produção de prova as fotos apresentadas.
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1.5 DAS INCONSISTÊNCIAS OBSERVADAS NA INSTRUÇÃO
PROCESSUAL
20. Com a devida vênia, deve-se ter em conta a enorme quantidade de contradições
quanto aos horários de trabalho apontados pelas testemunhas e pelo reclamante,
especialmente no que diz respeito aos horários de entrada, saída e intervalo.
21. Observe-se que, diferente das alegações, restou evidenciada a distância entre os
postos, a existência de refeitório na DERSA, a efetiva marcação de ponto de
forma correta, o formato das rondas de vigilantes e o tempo que elas levavam.
Ademais, restou evidente ainda que os empregados poderiam se alimentar no
tempo designado para seu intervalo sem qualquer interferência da Reclamada,
considerando que os pontos estavam ao longo de uma rodovia.
22. Desta forma, requer-se a acurada análise acerca das contradições existentes entre
os depoimentos do reclamante e da testemunha apresentada, valendo-se disso para
anular as informações ali prestadas.
24. Ora Excelência, a testemunha se contradiz, e não pode ser levada em consideração
para fins de produção de prova, motivo pelo qual requer a desconstituição dessa
prova, para todos os fins de direito.
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26. O parágrafo único do mesmo artigo 430 informa que a arguição de falsidade deve
ser resolvida incidentalmente, salvo se a parte requerer que o juiz a decida como
questão principal, como autoriza o inciso II do artigo 19 também do Novo CPC.
DOS FATOS
31. Observe ainda, Excelência, que o intervalo para refeição, era devidamente
indenizado, conforme consta em documentação anexa e está previsto na
Convenção Coletiva cláusula 40, V e VI e artigo 71 parágrafo 4º da CLT (A
intrajornada de 30 minutos era paga na rubrica 2235/255). O Reclamante nunca
trabalhou em folgas ou em plantão diverso da sua foilha de ponto, sendo que
o posto de trabalho dele não havia controle e acesso de pessoas.
32. No que diz respeito à jornada de trabalho, cumpre observar que o reclamante
recebia cartão de alimentação e cesta básica, enquanto o intervalo intrajornada de
30 minutos era efetivamente pago na rubrica 2235/255, conforme previsto na
CCT.
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33. Assim, não há o que se falar em eventuais diferenças de verbas e/ou valores a
serem devidos ao obreiro, por conta de suas verbas rescisórias.
34. No que diz respeito aos extratos de FGTS, cumpre observar que o reclamante
juntou o extrato de FGTS no qual aparece o crédito efetuado. Os meses que
eventualmente não aparecem no extrato de FGTS, tem relação direta com o
parcelamento deferido pelo governo federal, devido à pandemia Covid-19, sendo
que os créditos foram devidamente pagos. Postula-se desde já que o Reclamante
apresente extrato atualizado, dado que a empresa não tem mais acesso ao
documento, por conta do desligamento do Reclamante.
35. Desde logo, eventuais créditos deferidos deverão observar fielmente a evolução
salarial do Reclamante, sendo que, de meridiano conhecimento, as horas extras
somente integram o salário para fins de pagamento de natalinas, férias, FGTS, não
podendo haver a soma ao salário da média de horas extras, para cálculos de
suplementares, como pretende fazer crer o Reclamante, já que haveria o inefável
bis in idem.
JORNADA DE TRABALHO
39. Por fim, cabe esclarecer que a empresa tem reserva técnica para fins de
substituição, portanto impossível trabalhar nos dias alternados ou folgas, como alega
na inicial.
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40. No horário de trabalho, o reclamante sempre foi remunerado pela sua hora de
descanso, conforme a Convenção Coletiva cláusula 40, V e VI. e o artigo 71 da
CLT, parágrafo 4º da CLT, diante do que depreende-se dos holerites anexados.
41. São descabidas as alegações do reclamante, que têm o único intuito de obter
vantagem pecuniária, alegando fatos que sabidamente não aconteceram.
42. O reclamante quando excedeu seu horário de trabalho, recebeu as horas extras
efetuadas, conforme consignados no controle de jornada e recibos de pagamentos
anexos. Não há registro de horas extras efetuadas sem a contrapartida do
recebimento em seus holerites.
43. Portanto, não há que se falar em horas extraordinárias, por não exceder o
reclamante sua carga horária diária, bem como não há que se falar em pagamento
de Horas extras feriados, por já haver ocorrido o referido pagamento, conforme
constam nos holerites, portanto, todas as horas extras executadas pelo reclamante,
foram devidamente pagas e restam cabalmente comprovadas seu pagamento nos
recibos de pagamentos. Ficam portanto, impugnados os pedidos de horas extras
acima da 8ª diária e acima da 44 semanal, acrescidos de 60%, com integrações e
reflexos nos DSR, férias +1/3, 13° salários, nos depósitos fundiários, conforme
exposto na exordial.
44. Impugna-se a alegação de existência de folgas trabalhadas, uma vez que não há
qualquer produção de prova neste sentido e que a Reclamada mantém reserva
técnica de empregados, de modo que não utiliza desse expediente no cumprimento
dos seus contratos.
45. Deve-se ter em conta que a escala de trabalho 12x36 foi ajustada mediante Acordo
Coletivo de Trabalho e o TST entende não ser devida a dobra salarial para o labor
nos feriados, uma vez que o descanso está inserido nas horas consecutivas à
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jornada, que pela sua natureza, inevitavelmente recairá em alguns domingos ou
feriados.
46. Por fim, em atenção à concentração da matéria de defesa, requer-se desde já, que,
no caso de reconhecimento de horas extras, que seja observada a vigência da
Súmula nº 444/TST.
47. O Reclamante postula pela quebra de escala 12x36, ao alegar que trabalhava em
feriados e folgas.
48. O
ra, Excelência, o Reclamante simplesmente falta com a verdade dos fatos, na
medida em que nunca trabalhou fora da sua escala, como se depreende, inclusive
da folha de ponta juntada aos autos.
52. Quanto ao mais, cumpre destacar que inexiste controvérsia acerca da existência de
norma coletiva a amparar a adoção das escalas de trabalho 12x36.
53. Neste ponto, imperioso observar que o artigo 7.°, inciso XIII, da Constituição
Federal, embora estabeleça jornada máxima de 8 horas diárias e 44 horas
semanais, permite a compensação de horário mediante acordo ou convenção
coletiva de trabalho, tendo o inciso XXVI, ainda reconhecido os instrumentos
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coletivos de trabalho, sobretudo se instituídas condições mais benéficas aos
trabalhadores.
55. Com efeito, tendo a matéria sido submetida à negociação coletiva, entendo que
esta deve prevalecer, pois é uma das melhores medidas para a pacificação dos
conflitos, estando prevista constitucionalmente. Assim, é válida a negociação
coletiva onde as partes convencionam que a jornada será de 12 horas de labor por
36 horas de folga.
57. Assim, frente a eventual argumento da invalidade da jornada 12x36 fixada nos
instrumentos coletivos por suposta afronta à CF, não haveria motivo para se
condenar a reclamada em horas extras.
58. Vale ressaltar que o regime de 12X36 é uma escala diferenciada, diverso do
clássico acordo de compensação.
59. No caso dos autos, além de não existir horas extras, uma vez que não houve
comprovação, os documentos apresentados são insuficientes para descaracterizar a
jornada 12x36, mais benéfica e devidamente respaldada em normas coletivas.
60. Portanto, deve esse juízo reconhecer que não houve elastecimento da jornada de
trabalho do reclamante, impondo-se a inaplicabilidade da Súmula n.º 85, IV, do
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TST.
DO INTERVALO INTRAJORNADA
61. O reclamante sempre recebeu pelo seu intervalo, conforme consta da folha de
pagamento, especificamente na rubrica 2235/255, em atenção a convenção
coletiva cláusula e ao artigo 71 CLT parágrafo 4º.
64. Ademais, vale argumentar também sobre a impossibilidade de qualquer outro ex-
empregado testemunhar em favor do Reclamante, tendo em vista que os postos de
trabalho eram espaçados ao longo da rodovia e não tinham interconexão ou
comunicação entre si. Veja-se imagem de satélite para a total compreensão sobre
o local dos postos de trabalho:
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Desta forma, reitera-se o pedido de improcedência sobre os pontos levantados em
sede de oitiva de testemunha, tendo em vista a impossibilidade de comprovação
testemunhal seja no que diz respeito às supostas horas extras, seja no que diz
respeito aos demais pontos da reclamação trabalhista.
66. Isto porque a Lei 13.497/2017 estabeleceu que a convenção coletiva e o acordo
coletivo têm prevalência sobre a lei, quando dispuser sobre os direitos
mencionados nos incisos I a XV do referido artigo.
67. Significa dizer que a empresa poderá, mediante acordo coletivo ou convenção
coletiva, reduzir o intervalo para refeição dos empregados de 1 hora para 45
minutos ou para 35 minutos (limitado a 30 minutos), considerando a adequação de
escala de serviços ou de produção, sem a necessidade de interferência do
Ministério do Trabalho ou a necessidade de ouvir a Secretaria de Segurança e
Saúde no Trabalho (SSST).
68. No caso exposto nos autos, cumpre observar que a redução do intervalo
intrajornada está devidamente prevista no acordo coletivo de trabalho, motivo
pelo qual reitera-se a validade do intervalo intrajornada indenizado ao
Reclamante. Veja-se
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DO PAGAMENTO LIMITADO AO ADICIONAL EXTRAORDINÁRIO
69. Cumpre observar que todo o serviço prestado de forma extraordinária fora
devidamente remunerado pela Reclamada, conforme resta documentado.
70. Ademais, apenas por amor debate, caso V. Exa. erroneamente entenda ainda que
não houve a justa remuneração da pausa de intervalo (o que se admite pelo
Princípio da Eventualidade), restaria ao obreiro apenas o direito ao adicional legal
incidente sobre os minutos de intervalo. A imposição de pagamento dos minutos
mais o adicional importa em bis in idem, sendo que o duplo pagamento deve ser
extirpado, até mesmo por dever de ofício, pois o processo não pode gerar
enriquecimento sem causa (analogia ao Enunciado da Súmula 85/TST).
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“Intervalo intrajornada – verificada nos autos a ausência da concessão
do intervalo intrajornada, legalmente imposto, é devido apenas o
adicional de horas extras.” (TRT 9ª.Reg. 5ª. Turma, RO 0288/98, Ac.
017894/98, Rel. Luiz Felipe Haj Mussi).
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71. Portanto, em havendo condenação (o que anui pelo princípio da ampla defesa),
que seja determinado apenas o pagamento do adicional constitucional de 50% pela
supressão do intervalo.
72. Temos ainda que o Reclamante laborou nas jornadas e escalas acima destacadas,
era empregado mensalista e independentemente da fruição do intervalo e diante da
premissa de que o intervalo não é cumputado na jornada, recebia pelas horas
mensais.
74. E mais, logrando êxito o Reclamante em provar seu intento (arts. 818 da CLT e
333, I do CPC), e acarrete a conclusão de que devido o intervalo, aqui admitido
frente ao Princípio da Eventualidade, não há se falar em paga integral de 1 hora
diária, já que somente há se falar no pagamento dos minutos residuais.
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76. Mais ainda, pois o próprio § 4º do artigo 71 da CLT menciona que o adicional é
devido pelo “período correspondente” ao intervalo não concedido, que quer dizer
que o período concedido de intervalo, ainda que não integral, será válido e não
será remunerado como hora extra.
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Art. 71, § 4º da CLT. Concessão parcial de intervalo. Direito apenas ao
período remanescente. A concessão de intervalo intrajornada inferior a
uma hora dá direito apenas ao período faltante para completar a hora
integral. Fere o senso de justiça o deferimento de uma hora inteira se o
intervalo é concedido de forma parcial, eis que não podem ser tratados
da mesma maneira o empregador que concede trinta minutos de
intervalo e aquele que não concede intervalo algum. (TRT 2a Região,
ac. 20040155867, decisão 01/04/2004, RO 00044-2003-471-02-00, 1ª.
Turma, fonte DOE/SP/PJ/TRT 2ª de
20/04/2004, Rel. Wilson Fernandes
79. Primeiramente, o texto do parágrafo 4º, do art. 71, da CLT, não faz qualquer
alusão à hora extraordinária, determinado tão somente, para efeito de
ressarcimento ao empregado que cumpriu jornada contínua, em afronta ao
disposto no “caput”, um acréscimo de no mínimo 50% sobre o valor da hora
normal para o período correspondente ao intervalo não concedido.
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81. Conclui-se, portanto, que a norma insculpida no parágrafo 4º, do art. 71 celetizado
possui índole indenizatória, pois criada como forma de compensar o empregado
pela perda do descanso e, em última análise, punir o empregador. Por não se tratar
de verba salarial, indevidos os reflexos nas demais verbas.
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declaram, tampouco quantos dias na semana ou no mês não o
usufruíam. Deixando o autor de provar os fatos constitutivos de seu
direito, há que restar improcedente sua pretensão.Ademais, entendo
que a não concessão do intervalo intrajornada não gera o direito ao
pagamento de horas extras e reflexos, mas tão-somente do
adicional, na forma indenizada, pelo descumprimento da norma.
Assim, por não se tratar de verba com natureza salarial, mas sim
indenizatória, não há se falar em reflexos. (TRT 15ª, Ac:
019510/2001, dec: 21/05/01 ROS 035533/2000 – 5ª Turma) gn
INTERVALOS INTRAJORNADA -
NÃO-CONCESSÃO - ARTIGO 71, § 4º, DA CLT - NATUREZA
JURÍDICA
INDENIZATÓRIA. A não-concessão de intervalo intrajornada, sem
resultar em acréscimo da jornada, tem natureza indenizatória, nos
termos do que dispõe o artigo 71, § 4º, da CLT, de forma que não há
suporte jurídico que autorize seu reflexo em outras parcelas, salvo
ajuste expresso, individual ou coletivo, em sentido contrário. Recurso
de revista conhecido e provido. (TST, processo RR - 2499/2001-069-
02-00, publicação DJ - 12/08/2005, 4ª Turma, Rel. Juiz Convocado
José Antonio Pancotti)
“INTERVALO INTRAJORNADA -
DESCUMPRIMENTO -
DIREITO À INDENIZAÇÃO. Se a Empresa exige o retorno do
trabalhador ao serviço antes do intervalo de descanso assegurado pela
lei, ocasionando um desgaste maior ao empregado, por ainda não se
haver recuperado do esforço despendido, deve indenizá-lo pela
exigência suplementar. Convém destacar que o pagamento do intervalo
não gozado não se confunde com o de horas extras, quando a jornada
continua inalterada no seu cômputo geral. Não se trata de
reconhecimento de sobrejornada, mas do direito à indenização prevista
em lei (CLT, art. 71, § 4º)” (TST-RR- 35.629/2002-900-03-00.8, Rel.
Min. Ives Gandra Martins Filho, 4ª Turma,
“in” DJ de 30/05/03).
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84. Portanto, mais uma vez, falece a pretensão na exordial, pelo que, não há que se
falar em pagamento de horas extras e reflexos a esse título.
87. A CLT estabelece que as horas extras têm de ser remuneradas com adicional de no
mínimo 50%. Prevê também (art. 71, § 4º) que o empregador, não concedendo o
intervalo para repouso e descanso, fica obrigado a remunerar o período
correspondente com o mesmo acréscimo de 50%.
88. Com base nas convenções coletivas, os empregados recebiam adicional de 60%
nas horas trabalhadas além da jornada regular.
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a supressão total ou parcial do intervalo intrajornada implica no cumprimento de
uma obrigação, qual seja, o pagamento total do intervalo com acréscimo de no
mínimo 50%.
90. Destarte, não se pode aplicar o adicional normativo de horas extras, e ainda,
inexistindo na norma, adicional específico superior a 50% para incidir sobre a
remuneração do período do intervalo intrajornada, deve ser aplicado o percentual
mínimo de acréscimo previsto no § 4º, do art. 71, consolidado, ou seja, 50%.
DO TRABALHO EM FERIADOS
92. Desta forma, em todas as escalas, excluindo-se a Jornada 12x36, e com as suas
folgas devidamente gozadas, não há implicação em pagamento de 100% sobre o
domingo trabalhado, uma vez que devidamente compensado, mas desde que pelo
menos uma folga no mês coincida com o dia de domingo.
93. Desta forma deve-se ter em conta que o reclamante trabalhava na escala 12 x
36, sua hora extra foi paga na rubrica 2799 do hollerith.
94. Por conta disto, a Reclamada pleiteia, desde já, o indeferimento do pedido.
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DA AUSÊNCIA DE DIFERENÇAS DE VALE
REFEIÇÃO/ALIMENTAÇÃO
96. Ademais, cumpre observar que o reclamante não demonstra o que não foi pago,
faz um pedido genérico, de modo que é impossível fazer prova contrária diante
das alegações abstratas apresentadas.
97. Desta forma, impugna-se o pedido e reitera pedido de improcedência deste ponto
em específico.
REFLEXOS LEGAIS
99. Ademais, alguma das parcelas anteriormente citadas também não devem ser
incluídas em quaisquer verbas de direito, pois, em consonância com o princípio
emergente do brocardo jurídico “assessorium sui principalis naturam sequitur”
(artigo 92 do Código Civil), inexistindo principal a ser deferido (como exposto à
saciedade), inexistentes são todos os correspondentes acessórios.
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101. Ora, a integração dos reflexos das horas extras em DSR´s e desse resultado
em outras verbas, carece de respaldo e fundamento legal.
102. Trata-se do reflexo do reflexo. No mais o artigo 7 o., da Lei 605/49, não
dispõe que haja novos reflexos, pois do contrário os reflexos dos reflexos seriam
indefinidos, como se estivéssemos diante de espelhos, além do que não haveria
uma fórmula de como calculá-los. (argumentos in Ac. 02990035260, Rel. Sérgio
Pinto Martins, TRT/SP).
104. Mas, igualmente sabido, o DSR é verba reflexa que, dada a sua natureza,
não repercute em qualquer outra, sob pena de restar configura bis in idem, efeito
cascata e reflexos sobre reflexos, o que é defeso e leva à configuração do inefável
enriquecimento sem causa. Julgados oportunos:
32
106. O Reclamante aduz que deve receber a multa de 40% do FGTS, por conta
da forma de rescisão que ele postula. Os pedidos, novamente, não devem
prosperar.
109. Desta forma, o FGTS foi pago na sua completude, tendo me vista a forma
de rescisão do contrato de trabalho.
DO AVISO PRÉVIO
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dias, uma vez que foi diretamente contratado na empresa que assumiu o contrato
com a tomadora dos serviços (DERSA), a Prosperus, o qual ajuizou a mesma
demanda, com mesmo pedido e causa de pedir. Desta forma, não há que se falar
em condenação de aviso prévio, dada a continuidade do contrato.
115. Inicialmente, veja-se que o Reclamante falta com a verdade dos fatos. A
Reclamada não deu causa, em momento algum, ao dano moral o qual o
Reclamante exige. Ademais, a parte autora não demonstrou o dano que
supostamente tenha ocorrido.
116. Para que se possa comprovar o que se alega, a Reclamada requer juntada
de vídeo demonstrando o justo asseio do local de trabalho do Reclamante:
https://drive.google.com/file/d/1-XXpIHj-
q1bGmqwJbTxKopAUgi1xMSTl/view?usp=sharing
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118. Quanto ao ônus da prova, há que se esclarecer que cabe a parte autora
provar os fatos constitutivos de seu direito, consoante preconiza o art. 333, I do
CPC, in verbis:
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121. A lesão de interesses não patrimoniais de pessoa física ou jurídica,
provocada pelo fato lesivo. A expressão dano moral deve ser reservada
exclusivamente para designar o agravo que não produz qualquer efeito
patrimonial. Se há conseqüências de ordem patrimonial ainda que mediante
repercussão, o dano deixa de ser extra-patrimonial.
124. Frise-se ainda que da própria narrativa dos fatos da Inicial, está claro que
os fatos não configuram dano moral, e o entendimento dos tribunais tem sido de
que não gera direito a indenização:
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"Art. 953. A indenização por injúria, difamação ou calúnia,
consistirá na reparação do dano que delas resulte ao
ofendido. Parágrafo Único. Se o ofendido não puder provar o
dano material, caberá ao juiz ficar, equitativamente, o valor da
indenização, na conformidade das circunstâncias do caso.
127. A Professora Maria Helena Diniz, nesse sentido, destaca essa posição
importante, defendendo a sua tese a respeito do assunto:
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129. Essas razões bem demonstram que a pretensão indenizatória, despida de
qualquer elemento ou parâmetro, é abusiva e ilegal, não podendo subsistir. Desta
feite, reitera-se o pedido de improcedência deste ponto em específico.
130. Também nesse particular, falece razão o Reclamante, haja vista que não
restaram preenchidos os requisitos legais previstos na Lei 5584, de 28/06/70.
131. Com efeito, o Reclamante não efetuou qualquer prova no sentido de que
necessite de Assistência Judiciária Gratuita, nem, tampouco, de que a presente
demanda poderá vir a prejudicar-lhe o sustento próprio e da família. Ademais
disso, o Reclamante não esta sendo assistida pelo seu Sindicato de Classe, nem
mesmo por qualquer Organização criada para auxiliar a Justiça quanto à
assistência dos mais necessitados, ao contrário, contratou advogado particular.
DA LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ
133. Em vista disso, o CPC enumerou como deveres das partes, bem como de
todos os envolvidos em processo judicial, “expor os fatos em juízo conforme a
verdade” (art. 14, inc. I, CPC), “proceder com lealdade e boa-fé” (art. 14, inc. II,
CPC) e “não formular pretensões, nem alegar defesa, cientes de que são
destituídas de fundamento” (art. 14, inc. III, CPC), entre outros.
134. Entretanto, por todo o exposto até então percebe-se claramente que a parte
autora faltou com o cumprimento dos referidos deveres, vez que distorceu a
verdade dos fatos ao realizar suas alegações, como ficou comprovado pela
documentação acostada.
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135. Ao alterar a verdade dos fatos, a Reclamante deixou de proceder com
lealdade e boa-fé, formulando pretensão destituída de fundamento e violando, por
conseguinte, os deveres enumerados no art. 14 do CPC.
DA COMPENSAÇÃO / ABATIMENTO
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salário de contribuição, insculpida no artigo 28, incisos e parágrafos da
mencionada lei.
DO IMPOSTO DE RENDA
140. Requer também a ora ré, nos termos do inciso III, do artigo 153, da
Constituição Federal, a aplicação do provimento 1/96 da Corregedoria Geral
da Justiça do Trabalho e Enunciado nº 368/TST, seja autorizada a retenção do
imposto de renda na fonte sobre as verbas eventualmente deferidas. Esclarece a
reclamada, que vigora com relação ao item supra o regime-de-caixa.
40
Fls.:
CONCLUSÕES
142. Por todo o exposto, ficam com veemência impugnadas todas as alegações
constantes da exordial, bem como os documentos que não atendam as normas
cogentes e de ordem pública insculpidas no art. 830, da CLT, como também os
cálculos, valores e verbas na mesma apresentados, por aleatórios e incondizentes
com a realidade fática e salarial do Reclamante, e na eventual hipótese de uma
condenação, o que não se espera, os valores então devidos haverão de ser obtidos
por meio de regular execução da sentença.
OAB-SP Nº 343673