Ação Revisional de Alimentos (Com Pedido de Liminar)

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3) MODELO DE PEÇA – AÇÃO REVISIONAL DE ALIMENTOS

(COM PEDIDO DE LIMINAR)

EXCELENTÍSSIMO DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __a VARA DE FAMÍLIA E SUCESSÕES DA


COMARCA DE (domicílio do réu – regra geral; CPC/2015, art. 46)

Evaldo (sobrenome), brasileiro, desempregado, solteiro, portador da cédula de identidade RG nº


(número), inscrito no CPF sob o nº (número), usuário da conta de e-mail (endereço eletrônico), residente e
domiciliado nesta cidade, em (endereço), vem à presença de Vossa Excelência, com fundamento no art. 1.699
do CC/2002 e demais dispositivos pertinentes à espécie, por seu advogado regularmente constituído, segundo
procuração anexa, ajuizar

AÇÃO REVISIONAL DE ALIMENTOS COM PEDIDO DE LIMINAR

em face de Julieta (sobrenome), representada por sua genitora, Samara (sobrenome), brasileira, fisioterapeuta,
casada, portadora da cédula de identidade RG nº (número), inscrita no CPF sob o nº (número), usuária da conta
de e-mail (endereço eletrônico), residente e domiciliada nesta cidade, na Rua (endereço), pelos fatos e
fundamentos a seguir expostos:

I – DOS FATOS

O autor e a representante da ré mantiveram breve relacionamento amoroso no final do ano de 2002,


quando eram colegas no curso de fisioterapia na Universidade do Leão. Dessa união, nasceu a ré em 20 de
setembro de 2003.
Tão logo soube da gravidez, o autor buscou ajustar com a genitora da ré o valor devido a título de
alimentos (dois salários mínimos), que vem sendo pago corretamente desde então (docs. anexos).
Infelizmente, por estar desempregado há mais de um ano, o autor tem sobrevivido a partir de trabalhos
esporádicos, de modo que o valor fixado inicialmente não se coaduna com sua precária realidade financeira; pelas
contas que fez, consegue pagar apenas 30% do salário mínimo vigente. Além disso, ele sabe que Samara é hoje uma
fisioterapeuta bem-sucedida que recentemente abriu uma clínica particular em um bairro nobre da capital,
apresentando no momento melhores condições de fazer frente aos gastos da ré.

II – DO DIREITO

Diz o art. 1.694, § 1o, do Código Civil que os alimentos devem ser fixados na proporção das
necessidades do alimentando e dos recursos do alimentado, segundo o binômio necessidade/possibilidade.
O art. 1.699 do mesmo Código ressalta que, quando sobrevier mudança na situação financeira (seja do
alimentante, seja do alimentado), poderá o interessado reclamar ao juiz, conforme as circunstâncias, a exoneração, a
redução ou a majoração do encargo.
É certo que o autor tem direito a ter sua pretensão acolhida no sentido de uma diminuição do valor
pago à ré a título de pensão alimentícia: de um lado, sua possibilidade de arcar com a prestação foi
drasticamente reduzida desde o momento de fixação do patamar atual (dois salários mínimos); de outro, a
representante legal da ré, que detém a guarda da criança, teve notável incremento nos seus rendimentos,
encontrando-se em situação muito confortável, com plenas condições de oferecer um alto padrão de vida à
filha – algo que infelizmente o autor não consegue fazer no momento.
O autor já contraiu dívidas para pagar as últimas pensões alimentícias, que somam dois salários
mínimos; a situação, porém, revela-se insustentável: é essencial a redução imediata do encargo para o valor
mensal de 30% (trinta por cento do salário mínimo vigente) pelo período em que perdurar a situação precária
ensejada pela falta de renda consistente do autor. Eis trechos de decisões que, em casos semelhantes,
reconheceram a procedência de pedido similar ao do réu:

Ação Revisional de alimentos. Modificação de situação econômica do alimentante. Pleito


de redução de percentual. Comprovação do desemprego do genitor. Alteração do valor
arbitrado. Fixação em 30% (trinta por cento) do salário mínimo para cada filha do
alimentante. Observância do Binômio: Necessidade e Possibilidade. Plausibilidade do
direito invocado (TJSE, AI 201600718353, Ac. 17421/2016, 1.ª Câmara Cível, Relª Desª
Elvira Maria de Almeida Silva, julgado em 19.09.2016, DJSE 22.09.2016).

Alimentante que alegou desemprego como causa para pedir a redução do encargo alimentar,
fixado em 20% sobre seus rendimentos [...] Com o desemprego do alimentante, de rigor fixar
uma quantia a ser paga para esse momento de ausência de vínculo formal de emprego. Hipótese
de fixação de alimentos em 30% do salário mínimo, enquanto o alimentante não tiver vínculo
formal de emprego (TJRS, AC 0202254-93.2016.8.21.7000, Esteio, 8.ª Câmara Cível, Rel. Des.
Rui Portanova, julgado em 29.09.2016, DJERS 05.10.2016).

Em atenção ao art. 319, VII, do CPC e demais dispositivos cabíveis, o autor manifesta seu interesse na
realização de sessão de mediação com o objetivo de que as partes busquem atuar conjuntamente para o encontro
de uma solução consensual para o litígio com a contribuição de um mediador.

III – DO PEDIDO E DOS REQUERIMENTOS

Ante o exposto, o autor pede e requer a Vossa Excelência:

a) a concessão de medida liminar para a imediata redução do valor da pensão alimentícia atualmente
devida pelo autor, fixando-a no valor mensal de 30% (trinta por cento) do salário mínimo pelo período em que
perdurar a situação de desemprego do autor e, ao final, o julgamento da procedência do pedido da ação para
reduzir o valor da pensão alimentícia para 30% do salário mínimo enquanto perdurar o desemprego do autor;
b) a citação da ré e sua intimação, na pessoa de sua representante legal, por meio de oficial de justiça,
com os benefícios do art. 212, § 2o, do CPC/2015, para comparecer a audiência de mediação a ser designada por
Vossa Excelência;
c) o reconhecimento, nos termos do art. 1º, §§ 2º e 3º, da Lei 5.478/68 (aplicável a demandas
revisionais por força do art. 13 da mesma lei), da incidência dos benefícios da justiça gratuita por não estar o
autor em condições de pagar as custas do processo sem prejuízo do sustento próprio ou de sua família;
d) a intimação do representante do Ministério Público para acompanhar o feito tendo em vista a
presença de interesse de incapaz.

Requer provar o alegado por todos os meios admitidos em direito, notadamente por provas documentais
e orais.
Dá-se à causa o valor de R$ 5.280,00.
Cidade, data, advogado, assinatura.

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