I SÉRIE - Número 48 Quarta-Feira, 17 de Junho de 2015: Imprensa Nacional de Moçambique, E.P

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Quarta-feira, 17 de Junho de 2015 I SÉRIE —

­ Número 48

IMPRENSA NACIONAL DE MOÇAMBIQUE, E.P. As dúvidas que surgirem na interpretação e aplicação


do presente Aviso devem ser submetidas ao Departamento
AVISO de Regulamentação e Licenciamento do Banco de Moçambique.
A matéria a publicar no «Boletim da República» deve Maputo, 6 de Maio de 2015. ­— O Governador do Banco
ser remetida em cópia devidamente autenticada, uma de Moçambique, Ernesto Gouveia Gove.
por cada assunto, donde conste, além das indicações
necessárias para esse efeito, o averbamento seguinte,
assinado e autenticado: Para publicação no «Boletim
da República». Directrizes Sobre Prevenção e Repressão
do Branqueamento de Capitais
e Financiamento ao Terrorismo
CAPÍTULO I
SUMÁRIO
Objecto e âmbito de aplicação
Banco de Moçambique:
Aviso n.º 4/GBM/2015: 1. As presentes directrizes estabelecem os procedimentos
Aprova as Directrizes sobre Prevenção e Repressão do Branquea- e medidas de prevenção e repressão ao branqueamento de capitais
mento de Capitais e Financiamento ao Terrorismo. e financiamento ao terrorismo.
2. As presentes directrizes aplicam-se a todas as instituições
financeiras que, ao abrigo das alíneas a), b) e d) do n.º 2
do artigo 3 e da alínea a) do artigo 27 da Lei n.º 14/2013, de 12
Banco de Moçambique
de Agosto, se encontram sob supervisão do Banco de Moçambique.
Aviso n.º 4/GBM/2015 3. As instituições financeiras de espécie diferente de bancos
de 17 de Junho
e microbancos estão sujeitas às normas do presente Aviso, na
parte que lhes seja aplicável.
A Lei n.º 14/2013, de 12 de Agosto, estabelece o novo
regime de Prevenção e Combate ao Branqueamento de Capitais CAPÍTULO II
e Financiamento ao Terrorismo em Moçambique e, de entre outros
Programa de Controlo Interno
aspectos, atribui às autoridades de supervisão competência para
emitir normas para materializar o cumprimento da lei. SECÇÃO I

Mostrando-se necessário orientar a actuação das instituições Responsabilidades do Conselho de Administração ou equiparado
financeiras, que nos termos da referida Lei se encontram sob
sua alçada de supervisão, o Banco de Moçambique, usando das 1. O Conselho de Administração ou órgão com funções
competências que lhe são atribuídas pelas disposições conjugadas equiparadas das instituições financeiras deve documentar
das alíneas a) do artigo 27 e alíneas b) e c) do n.º 2 do artigo 29 e aprovar as políticas sobre identificação, avaliação e gestão
da referida Lei, determina: de risco e medidas de controlo interno que permitam gerir
1. São aprovadas as Directrizes sobre Prevenção e Repressão e mitigar eficazmente, privilegiando uma abordagem baseada
do Branqueamento de Capitais e Financiamento ao Terrorismo, no risco, os riscos de branqueamento de capitais e financiamento
em anexo ao presente Aviso, que dele faz parte integrante. do terrorismo identificados.
2. O incumprimento das normas do presente Aviso constitui 2. O Conselho de Administração ou órgão equiparado deve
contravenção punível nos termos da Lei n.º 14/2013, de 12 garantir que o processo de controlo e os procedimentos adoptados
de Agosto. são eficazes, efectivos e contribuem para a redução do risco
3. O presente Aviso entra em vigor 60 (sessenta) dias após de a instituição ser usada para fins de branqueamento de capitais
a sua publicação, revogando todas as disposições em contrário. e financiamento ao terrorismo.
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3. A política de gestão de risco de branqueamento de capitais SECÇÃO III


e financiamento ao terrorismo deve conter, nomeadamente: Responsabilidade da auditoria interna
a) Políticas e procedimentos sobre o dever de identificação
e verificação, que, no mínimo, contemplem: política de 1. A auditoria interna é responsável pela realização de uma
aceitação de clientes, procedimentos de identificação avaliação independente e pela eficácia e eficiência do sistema
e monitoramento das transacções suspeitas; de prevenção do branqueamento de capitais e financiamento
b) Políticas e procedimentos sobre a avaliação, gestão ao terrorismo, devendo nomeadamente verificar a adequação
de risco e procedimentos de monitoria; das políticas, procedimentos e suporte do sistema para detectar
c) Políticas sobre o sigilo relativo às contas que se potenciais operações suspeitas de branqueamento de capitais
encontram sob monitoramento para determinar e financiamento ao terrorismo.
transacções suspeitas; 2. O relatório de auditoria interna deve ser remetido, em tempo
d) Políticas e procedimentos internos sobre o reporte útil, ao conselho de administração e ao comité de auditoria,
de transacções suspeitas e outros tipos de reportes; havendo-o.
e) Políticas e procedimentos internos sobre a conservação 3. O programa de auditoria interna deve estar alinhado com a
de documentos. avaliação do risco efectuado pela instituição financeira.
4. O Conselho de Administração ou órgão equiparado deve
CAPÍTULO III
ainda nomear, para sede, agências, filiais, sucursais e outras formas
de representação da instituição, um Oficial de Comunicação de Dever de identificação e verificação
Transacções Suspeitas (OCOS). O OCOS deve ser escolhido de SECÇÃO I
entre os funcionários de nível de gestão da instituição, devendo,
no mínimo, exercer as atribuições referidas no n.º 2 deste Capítulo. Conheça o seu Cliente
5. O Conselho de Administração ou órgão equiparado deve As instituições financeiras devem adoptar políticas sobre
assegurar recursos suficientes para a funcionalidade do OCOS,
a identificação e verificação dos seus clientes. A política
nomeadamente recursos humanos, materiais e tecnológicos. O
do “conheça o seu cliente”, das instituições financeiras, deve
nível dos recursos deve reflectir a dimensão, complexidade,
incorporar os seguintes elementos:
número de clientes e produtos oferecidos pela instituição.
a) Política de aceitação de clientes;
SECÇÃO II b) Os procedimentos de identificação e verificação
do cliente;
Responsabilidades do OCOS
c) Monitoramento de operações; e
1. O OCOS suporta e orienta a gestão do risco de branqueamento d) Gestão de riscos.
de capitais e financiamento ao terrorismo na instituição financeira.
2. Sem prejuízo do estabelecido em demais legislação SECÇÃO II
aplicável, são responsabilidades do OCOS, nomeadamente: Política de aceitação de clientes
a) Garantir o envio de reportes de transacções suspeitas ao
Gabinete de Informação Financeira de Moçambique 1. As instituições financeiras devem elaborar uma política clara
(GIFiM), com toda a informação relevante sobre sobre a aceitação de clientes, incluindo medidas aplicáveis para
a transacção e o cliente; cada categoria de clientes.
b) Garantir o envio imediato de toda a informação adicional 2. A política de aceitação de clientes deve ter em conta
solicitada pelas autoridades competentes no âmbito riscos associados ao cliente, ao País ou à região geográfica e
de casos suspeitos de branqueamento de capitais riscos associados ao canal de entrega do produto, ao serviço ou
e financiamento ao terrorismo; à operação (conforme exemplos apresentados no Anexo n.º 1
c) Rever com regularidade a adequação do sistema deste normativo).
de controlos sobre a prevenção e combate ao 3. No essencial, a política de aceitação de clientes deve integrar,
branqueamento de capitais e financiamento ao sem limitar, o seguinte:
terrorismo, nomeadamente fiscalizando a a) Proibição de abertura de contas anónimas ou fictícias;
implementação das políticas e procedimentos para a b) Proibição de abertura de contas numeradas;
prevenção e combate ao branqueamento de capitais e c) Categorização do cliente consoante a avaliação de risco
financiamento ao terrorismo, assegurando um processo efectuada;
de monitoramento apropriado e participando de forma d) Documentação necessária, informações adicionais
activa na escolha da aplicação informática (software) a serem exigidas e medidas aplicáveis para cada
para monitorar os clientes e suas transacções; categoria de cliente, tendo por base a avaliação
d) Assegurar a coordenação com as várias partes de risco efectuada;
interessadas, nomeadamente os auditores internos, os e) Medidas de diligência reforçadas para aceitação de
auditores externos, o Banco de Moçambique, o GIFiM clientes de alto risco (conforme exemplos, meramente
e as autoridades judiciais; indicativos, constantes do Anexo 2);
e) Garantir que toda a informação relevante sobre f) Proibição de abertura ou encerramento de conta quando
a prevenção do branqueamento de capitais e a instituição financeira esteja incapaz de aplicar
financiamento ao terrorismo seja transmitida aos as medidas de diligências;
trabalhadores, fiscalizando o cumprimento das g) As circunstâncias nas quais ao cliente seja permitido agir
políticas sobre a formação e capacitação aprovada em nome de outrem (pessoa física ou entidade) devem
pela instituição e assegurando que o seu conteúdo seja estar claras e de acordo com a legislação em vigor;
adequado, actual e se encontre alinhado com as boas h) Tipo de averiguações necessárias, antes de abertura
práticas e as tendências dos contornos do fenómeno da conta, de modo a verificar se o cliente não possui
de branqueamento de capitais e financiamento antecedentes criminais, não se encontra na lista
ao terrorismo. de terroristas ou organizações terroristas.
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SECÇÃO III 10. As instituições financeiras devem, no caso de contas


Procedimentos de identificação e verificação de clientes
individuais, assegurar que as provas de identidade sejam obtidas
durante o curso de uma entrevista com o cliente, de modo a
SUBSECÇÃO I certificar se o cliente é realmente a pessoa que ele afirma ser, ou
seja, apurar a semelhança entre a pessoa e a fotografia que conste
Procedimentos gerais
do documento de identidade.
1. As instituições financeiras devem identificar os seus clientes 11. No caso de contas conjuntas, as instituições financeiras
nos termos e situações previstas na Lei n.º 14/2013, de 12 devem verificar os nomes e endereços de todos os titulares
de Agosto, e sempre que careçam de informações suficientes das contas.
e actuais sobre o cliente. 12. Os procedimentos de verificação necessários para
2. As instituições financeiras devem identificar e verificar estabelecer a identidade do cliente devem ser os mesmos, qualquer
a identidade e o endereço actual dos seus clientes e perceber que seja o tipo de conta (por exemplo, conta corrente, de depósito,
a natureza dos seus negócios do cliente, as suas fontes de entre outras).
rendimento, situação financeira e a qualidade com que pretendam 13. O nome do funcionário da instituição que conduziu o
estabelecer a relação de negócio com a instituição. processo de abertura da conta e do responsável superior que
autorizou a abertura da conta devem constar do arquivo do cliente.
3. As instituições financeiras devem assegurar, tanto quanto
14. As instituições financeiras devem proceder à identificação
possível, que estão a lidar com uma pessoa idónea e verificar
e verificação das pessoas ou entidades que detenham o controlo
a identidade da pessoa em causa, em conformidade com
sobre os negócios e os bens.
as disposições do presente Capítulo. Se os fundos a serem 15. Sempre que uma instituição financeira não possa obter
depositados ou transferidos estiverem a ser fornecidos por uma todas as informações relativas às medidas de diligências
terceira pessoa, a instituição deve proceder à identificação e necessárias, não deve abrir a conta, iniciar relações comerciais ou
verificação desta terceira pessoa. Se a instituição não for capaz realizar a transacção, devendo considerar o envio da comunicação
de determinar se o requerente, no negócio, está a agir por conta de operação suspeita ao GIFiM.
própria ou a mando de um terceiro, deve considerar a apresentação
de comunicação de operação suspeita ao GIFiM. SUBSECÇÃO II
4. As instituições financeiras devem exigir que os clientes Abertura de conta de clientes individuais
forneçam, por escrito, a identidade e informações da(s) pessoa(s)
física(s) beneficiária(s) efectiva(s) da relação de negócio ou Nos casos em que o cliente seja uma pessoa singular, a
transacção, como parte de medidas de vigilância para identificar identificação deve ser comprovada pela apresentação de um dos
e verificar a identidade do(s) mesmo(s). documentos oficiais referidos no n.º 2 do artigo 5 do Decreto
5. As instituições financeiras devem obter todas as informações n.º 66/2014, de 29 de Outubro, tendo em atenção a categoria de
necessárias para confirmar a identidade do cliente e para verificar risco do mesmo.
a informação por este prestada. Para o efeito, poderá usar SUBSECÇÃO III
informações públicas nacionais e internacionais disponíveis,
cruzar informações com outros elementos de prova, nomeadamente Abertura de conta de forma presencial por clientes individuais
factura de fornecimento de serviços de água, energia, telefone, 1. A identificação de um cliente individual deve abranger
listas telefónicas, centrais de registo de crédito, registos criminais, o nome, a data de nascimento, o endereço físico, a natureza
e manter em seus arquivos. do negócio, a fonte de rendimento, o conhecimento sobre
6. No caso de o cliente não ser o beneficiário da relação de as transacções financeiras normais e qualquer relação
negócio, a instituição deve tomar medidas razoáveis para verificar de representação.
a identidade do beneficiário efectivo, usando informações ou 2. O nome de clientes individuais deve ser verificado, através
dados relevantes obtidos a partir de uma fonte que considere de um documento válido, no decorrer de uma entrevista com
idónea para a confortar. o mesmo.
7. Quando um cliente encerre uma conta e solicite a abertura 3. Para efeitos da alínea a) do n.º 1 do artigo 6 do Decreto
de outra na mesma instituição, não fica dispensado o dever de n.º 66/2014, de 29 de Outubro, consideram-se elementos idóneos
identificação e verificação e, neste caso, os detalhes sobre o para confirmação do domicílio:
arquivo do cliente devem ser reconfirmados. Os detalhes das a) Facturas emitidas pelos serviços de fornecimento
contas e as diligências anteriormente efectuadas para verificar a de energia, água, telefone, internet;
identidade e os registos efectuados devem ser transferidos para b) Informação que conste da lista telefónica;
os registos da nova conta. c) Extracto recente do cartão de crédito ou débito de uma
8. Qualquer alteração posterior do nome do cliente, do seu outra instituição financeira;
endereço ou da informação sobre a sua situação laboral de que a d) Referência bancária recente;
instituição tenha conhecimento deve ser registada e devidamente e) Qualquer outro documento que individualmente ou
fundamentada por prova documental, como parte do processo cumulativamente comprove o endereço do requerente
de medidas de diligências. A informação relativa ao cliente e ao para o negócio, nomeadamente a declaração do bairro
beneficiário efectivo deve ser conservada em arquivo. e da entidade patronal.
9. No caso de um cliente proceder à transferência do saldo
de uma conta que ele tenha mantido com um banco para uma SUBSECÇÃO IV
outra instituição, a instituição receptora deve considerar a Formulários para abertura de conta de clientes individuais
possibilidade de o gestor de contas anterior possuir suspeitas
sobre as actividades do cliente. Se a instituição receptora tiver 1. O formulário de abertura de conta para cliente individual
qualquer razão para suspeitar que o cliente tenha sido rejeitado deve, no mínimo, conter a seguinte informação:
por outra instituição financeira, deve aplicar procedimentos a) Nome;
de diligência reforçada antes de o aceitar. b) Endereço permanente actual;
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c) Endereço para correspondência; SUBSECÇÃO VII


d) Número de telefone e fax; Abertura de conta por pessoas colectivas
e) Data e local de nascimento;
f) Nacionalidade; 1. No processo de abertura de conta de pessoas colectivas, as
g) Ocupação e nome do empregador (se trabalhador por instituições financeiras devem verificar:
conta própria, a natureza do autoemprego e a respectiva a) A identificação dos accionistas que detenham o controlo
confirmação); de negócios e activos da empresa;
h) Número Único de Identificação Tributária (NUIT); b) A identificação dos seus gestores seniores;
i) Código de Classificador de Actividades Económicas c) Identificação de todos os detentores de participação
(CAE); qualificada;
j) Assinatura(s); d) Identificação de todos os detentores de acções não
k) Carta abonatória da instituição bancária na qual o não nominativas de valor igual ou superior a 20%;
residente é cliente no país de residência; e) A identificação das pessoas autorizadas a representar
l) Autorização para a instituição financeira averiguar e obter a empresa;
referências sobre o cliente. f) Número Único de Identificação Tributária (NUIT);
2. Ao formulário devidamente preenchido deve ser anexa g) Código de Classificador de Actividades Económicas
uma cópia legível de documento de identificação usado e toda (CAE);
a documentação relativa à verificação da identidade do cliente. h) Provas sobre a existência legal da empresa.
2. No processo de identificação e verificação devem ser
SUBSECÇÃO V
exibidos os elementos indicados no n.º 4 do artigo 5 do Decreto
Verificação da identidade nos casos de abertura de conta na forma não n.º 66/2014, de 29 de Outubro.
presencial 3. Nos cenários de risco alto, a verificação e as consultas devem
ser efectuadas mediante visita à empresa, de modo a apurar a
Antes de aceitar a relação de negócios com cliente não
sua existência e confirmar a finalidade económica nos termos do
presencial, as instituições financeiras devem:
alvará ou junto da entidade de tutela, para apurar se a empresa
a) Adoptar procedimentos de identificação de clientes continua a existir e se não terá sido ou não estará em processo
aplicáveis aos clientes presenciais e, logo que possível, de dissolução ou liquidação.
criar condições para a entrevista; 4. Tal como acontece com as contas de clientes individuais,
b) Adoptar medidas de diligência reforçadas para mitigar a diligência do "conheça o seu cliente" nas contas de pessoas
o risco inerente (cliente não presencial). colectivas é um processo contínuo. Se houver mudanças na
estrutura da empresa ou propriedade, ou se as suspeitas forem
SUBSECÇÃO VI
despertadas por uma mudança na natureza do negócio ou no
Abertura de conta por clientes individuais não residentes perfil de pagamentos ou recebimentos por meio de uma conta de
empresa, outras verificações devem ser efectuadas para determinar
1. Os clientes individuais não residentes que solicitem a
a razão das referidas alterações.
abertura de conta a partir do exterior devem preencher um
formulário de candidatura que, no mínimo, contenha a seguinte SUBSECÇÃO VIII
informação:
Abertura de conta por pessoas colectivas não residentes
a) Nome;
b) Endereço permanente; O processo de identificação e verificação referido nos números
c) Endereço actual; 26 a 29 deste Capítulo é igualmente aplicável, com as necessárias
d) Número de telefone e número de fax; adaptações, às pessoas colectivas não residentes que pretendam
e) Data e local de nascimento; abrir conta a partir do exterior.
f) Nacionalidade(s);
SUBSECÇÃO IX
g) Ocupação e nome do empregador (se trabalhador por
conta própria, a natureza do autoemprego); Informação de natureza fiscal
h) Número, data de emissão e data de validade do passaporte;
1. As instituições financeiras devem, no momento da abertura
i) Assinatura(s); de uma conta de depósito bancário, obter informação sobre o
j) Carta abonatória da instituição bancária na qual é cliente Número Único de Identificação Tributária (NUIT) de cada um
no país de residência actual; dos respectivos titulares.
k) Autorização para que a instituição financeira possa 2. O Número Único de Identificação Tributária (NUIT) pode
averiguar referências sobre o potencial cliente. ser comprovado mediante a apresentação do original ou de cópia
2. O formulário de inscrição, devidamente preenchido, deve ser certificada de documento onde conste aquele número, ou através
acompanhado da cópia de passaporte válido e da informação sobre da recolha e verificação desse elemento de informação junto das
o endereço, confirmado através de original ou cópia autenticada entidades responsáveis pela sua gestão.
de factura emitida por entidades prestadoras de serviços de SUBSECÇÃO X
terceiros, nomeadamente fornecedores de serviços de energia,
água, telefone internet, etc. Consórcios/sociedades irregulares
3. Podem, ainda, ser solicitadas como medidas adicionais 1. Nos casos de empresas constituídas sob a forma de
relacionadas com a verificação de endereço, a consulta à lista consórcios ou de empresa sem personalidade jurídica, a
telefónica ou averiguações junto a instituições financeiras ou identificação e verificação das pessoas que detenham o controlo
outras entidades no país de residência do cliente, ou ainda da empresa, dos accionistas com participação qualificada e dos
consultas a fontes nacionais ou internacionais que a instituição seus mandatários, deve, igualmente, obedecer ao estabelecido
requerida considere idónea. nos n.ºs 26 a 29 deste Capítulo.
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2. As instituições financeiras devem proceder a averiguações c) Avaliar os sistemas de controlo sobre a prevenção de
para confirmar a verdadeira natureza das actividades de negócio branqueamento de capitais ou financiamento do
e para verificar se as actividades empresariais em causa possuem terrorismo e verificar se os mesmos são adequados
um propósito legítimo. e eficazes;
d) Obter autorização do competente órgão de gestão sénior
SUBSECÇÃO XI
da instituição financeira em causa, antes de estabelecer
Clubes e instituições de caridade novas relações de correspondência;
1. As instituições financeiras, antes de procederem à abertura e) Documentar as responsabilidades de cada instituição, entre
de contas para clubes ou instituições de caridade, devem outras, em matéria de prevenção ao branqueamento de
certificar a finalidade legítima da organização, solicitar uma cópia capitais ou financiamento do terrorismo;
autenticada da constituição do clube ou instituição de caridade e, f) No que respeita às contas correspondentes de transferência
em caso de dúvida, efectuar uma visita às suas instalações, para (payable-through accounts), as instituições financeiras
conhecer a verdadeira natureza das suas actividades. devem assegurar que o banco cliente aplicou as
2. A identidade e a verificação das pessoas que detenham medidas de diligência contínua relativamente ao
o controlo do clube ou da instituição de caridade devem ser cliente que tenha acesso directo às contas do banco
determinadas de acordo com os procedimentos necessários para correspondente, e que aquele banco se encontra
os clientes individuais. habilitado a fornecer dados adequados sobre a
3. As mudanças ocorridas no seio do clube ou da instituição de identificação dos seus clientes, quando tal lhe for
caridade implicam um novo dever de identificação e verificação. solicitado pelo banco correspondente.
SUBSECÇÃO XII 2. Em particular, as instituições financeiras devem recusar-se a
iniciar ou manter uma relação com o correspondente quando este
Fundações
não tenha presença física e não se integre num grupo financeiro
1. A identificação e verificação de uma fundação deve, entre regulamentado (bancos de fachada).
outros, ser efectuada nos termos que se seguem: 3. As instituições financeiras devem aplicar medidas de
a) O seu nome; diligência reforçadas nos casos de uma relação de negócio ou
b) A certidão de registo; transacções com pessoas jurídicas e instituições financeiras de
c) A data e o país de constituição; países considerados pelo FATF como não cooperantes, cabendo
d) O seu domicílio profissional; ao Banco de Moçambique a divulgação, por circular, da referida
e) O seu principal local de negócios e operações (se diferente lista.
do domicílio profissional).
SUBSECÇÃO XIV
2. A diligência para a verificação da fundação é efectuada,
nomeadamente, mediante a certidão de registo emitida pela Pessoas politicamente expostas (PPE)
entidade competente, as últimas demonstrações financeiras
auditadas e outras informações adicionais julgadas pertinentes. 1. Sem prejuízo das disposições constantes em outra legislação,
3. Com relação às pessoas que dirigem a fundação, a identidade as instituições financeiras devem:
é requerida aos membros da gestão ou de órgão equiparado, a) Adoptar sistemas de gestão de risco adequados para
especialmente aqueles que tenham autoridade para realizar um determinar se um potencial cliente, um cliente existente
negócio ou para dar instruções sobre o uso ou a transferência de ou o beneficiário efectivo é ou não uma PPE;
fundos ou bens, o fundador, o executor, o protector, o beneficiário b) Desenvolver uma política clara, procedimentos
e o administrador. de controlos internos adequados e manter-se
4. Se a fundação tiver fins de caridade, são-lhe aplicáveis as
especialmente vigilantes em relação a relações de
normas relativas à identidade de clubes e instituições de caridade,
referidas na subsecção XI deste Capítulo. negócio com as PPE, com pessoas e empresas que
estejam claramente relacionadas ou associadas a eles
SUBSECÇÃO XIII ou outros clientes de alto risco.
Bancos correspondentes 2. Adoptar medidas razoáveis para determinar as fontes
1. Nas relações de negócio com bancos correspondentes, as de riqueza e de recursos do cliente e beneficiários identificados
instituições financeiras devem: como PPE. As instituições financeiras que possuam relação de
negócios com clientes de países cujas informações públicas e
a) Reunir informações suficientes sobre os seus
correspondentes, para entender a natureza dos seus idóneas os retratem como sendo vulneráveis à corrupção, devem
negócios. Os factores a serem considerados incluem: identificar as PPE no país em causa e devem procurar determinar
informações sobre a gestão do correspondente, as se o cliente possui ou não ligação familiar ou comercial com
principais actividades de negócios, a sua localização, essas pessoas.
o regime de prevenção e combate ao branqueamento 3. As instituições financeiras devem proceder à monitoria
de capitais e financiamento do terrorismo, bem como contínua, tendo em atenção o facto de os indivíduos poderem
esforços de identificação de terceiros que utilizem estabelecer conexões com as PPE após a criação da relação
os serviços correspondentes; comercial.
b) Determinar, a partir de informações públicas disponíveis, 4. Considerando o facto de que as PPE podem não ser
a reputação da instituição e a qualidade de regulação
inicialmente identificadas como tal, e considerando ainda que os
e supervisão da instituição, inclusive se ela foi alvo
de alguma investigação ou acção relacionada com clientes existentes podem, posteriormente, adquirir a qualidade
o branqueamento de capitais ou financiamento de PPE, a instituição deve proceder a revisões regulares dos seus
do terrorismo; clientes, com a periodicidade mínima de 12 meses.
302 I SÉRIE — NÚMERO 48

SUBSECÇÃO XV SUBSECÇÃO XVII

Transferências electrónicas Instituição financeira beneficiária

1. Para garantir que o sistema de transferência electrónica não 1. A instituição financeira beneficiária deve adoptar medidas
seja usado para fins ilícitos, e sem prejuízo da demais legislação para identificar as transferências electrónicas internacionais cuja
aplicável, as instituições financeiras devem assegurar a existência informação necessária sobre o ordenante ou o beneficiário esteja
de informações exactas do ordenante, bem como informações omissa. Estas medidas podem incluir o acompanhamento posterior
exigidas sobre o beneficiário. Devem, ainda, incluir em todas as ou em tempo real, sempre que possível.
transferências de fundos as mensagens relacionadas, devendo 2. A instituição financeira beneficiária deve dispor de políticas
permanecer na cadeia da transferência de pagamento até ao seu e procedimentos eficazes baseados no risco, de modo a determinar:
destino final. a) Quando executar, rejeitar ou suspender uma transferência
2. A informação que acompanha todas as transferências electrónica cuja informação necessária sobre
electrónicas deve incluir: o ordenante ou beneficiário esteja omissa;
a) O nome do ordenante; b) As actividades adequadas de acompanhamento.
b) O número da conta do ordenante, se a conta foi usada
para o processamento da operação; SUBSECÇÃO XVIII
c) A morada do ordenante, o número do documento Transferências electrónicas nacionais
de identificação nacional ou número de identificação
de cliente, ou data e local de nascimento; 1. As transferências electrónicas nacionais devem incluir
d) O nome do beneficiário; informação do ordenante, tal como indicado nas transferências
e) O número de conta do beneficiário se essa conta for electrónicas internacionais, salvo se a informação puder ser
utilizada para o processamento da operação; disponibilizada pela instituição financeira beneficiária às
f) A instituição bancária beneficiária. autoridades competentes (GIFiM e autoridades judiciárias). Neste
caso, a instituição financeira ordenante necessita apenas de incluir
3. Nos casos de ausência de uma conta, deverá ser incluído o número de conta ou o número de referência único da operação,
o número de referência único da operação que permita sua desde que esse número permita identificar que a operação está
rastreabilidade. associada ao ordenante ou ao beneficiário.
SUBSECÇÃO XVI
2. A informação referida no parágrafo anterior deve ser
disponibilizada pela instituição financeira ordenante, num prazo
Transferências processadas por um intermediário de 3 dias úteis, após a recepção do pedido, quer da instituição
1. Sempre que as transferências de fundos sejam processadas beneficiária, quer das autoridades igualmente referidas no número
por um intermediário e nos montantes definidos pelo n.º 3 anterior.
SECÇÃO IV
do artigo 24 do Decreto n.º 66/2014, de 29 de Outubro, a
instituição financeira que actue como intermediária na cadeia de Monitoramento da conta e de transacções
transferências electrónicas deve assegurar que toda a informação
sobre o ordenante e o beneficiário que acompanha a transferência 1. O monitoramento contínuo é um aspecto essencial para a
seja conservada e, sempre que possível, incluída na mensagem gestão do risco de branqueamento de capitais e financiamento do
gerada. terrorismo. Deve incluir o exame das transacções realizadas no
2. Caso existam limitações de ordem técnica que impeçam decurso da relação com o cliente para garantir que as mesmas são
que a informação necessária sobre o ordenante ou o beneficiário consentâneas com o conhecimento que a instituição financeira
que acompanha uma transferência electrónica internacional possui do cliente, nomeadamente perfil de negócios e risco.
seja transmitida com a transferência electrónica doméstica 2. As instituições financeiras devem assegurar que os
correspondente, a instituição financeira intermediária que as documentos apresentados ou as informações recolhidas no âmbito
recebe deve manter, durante pelo menos quinze anos, um registo das medidas de diligências, são conservados de forma actualizada
de toda a informação recebida da instituição financeira ordenante e são relevantes para a reconstituição da transacção. O apuramento
ou de outra instituição financeira intermediária. da relevância é efectuado, através da realização de revisões dos
3. A instituição financeira intermediária deve adoptar registos existentes e da análise das transacções, especialmente
medidas de controlo razoáveis para identificar as transferências para as categorias de clientes ou relações comerciais de risco
electrónicas internacionais cuja informação necessária sobre mais elevado.
o ordenante ou o beneficiário se encontre omissa. 3. O monitoramento deve estar em concordância com a
4. A instituição financeira intermediária deve dispor avaliação de risco. Para todas as contas, as instituições financeiras
de políticas e procedimentos eficazes baseados no risco, para devem ter sistemas para detectar padrões complexos, incomuns ou
determinar: transacções suspeitas. Alguns tipos de transacções podem alertá-
las sobre a possibilidade de actos de branqueamento de capitais e
a) Quando deve executar, rejeitar ou suspender uma financiamento do terrorismo. Exemplos de actividades suspeitas
transferência electrónica cuja informação necessária podem ser aprofundados, através da consulta às tipologias de
sobre o ordenante ou o beneficiário se encontre omissa; branqueamento de capitais ou financiamento do terrorismo
b) As actividades adequadas de acompanhamento. publicados pelo FATF/GAFI em http://www.fatf-gafi.org,
5. A falta de informações completas do ordenante pode ser e do Anexo 3 deste normativo.
considerada factor de suspeita e, por consequência, a instituição 4. As instituições financeiras devem intensificar o
financeira intermediária deve considerar a possibilidade de monitoramento das contas de maior risco, devendo estabelecer
comunicação ao GIFiM. Em alguns casos, a instituição financeira indicadores-chave para essas contas, tomando por base a
beneficiária deve considerar restringir ou até mesmo encerrar a informação conhecida do cliente, como por exemplo, o país de
sua relação de negócios com instituições financeiras que não origem, a(s) fonte(s) de recursos, o tipo de transacções envolvidas
cumpram os requisitos acima. e outros factores de risco.
17 DE JUNHO DE 2015 303

5. As instituições financeiras devem assegurar que dispõem SECÇÃO III


de sistemas de informação de gestão adequados para fornecer Relatório de comunicação de operações suspeitas
aos gestores e OCOS, bem assim informações actualizadas
necessárias para identificar, analisar e monitorar as contas. 1. Cada instituição financeira deverá ser registada no sistema
informático do GIFiM, passando a ter um número de registo
SECÇÃO V e uma senha de acesso ao formulário, a ser atribuído ao OCOS.
Inovações financeiras 2. Cada comunicação de transacção suspeita enviada ao
GIFiM, através do formulário, manual ou electrónico, deverá ter
1. As instituições financeiras devem adoptar as políticas o seguinte conteúdo:
ou medidas necessárias para prevenir o uso indevido de
a) Instituição financeira que envia a comunicação;
desenvolvimentos tecnológicos em esquemas de branqueamento
b) Número da conta bancária envolvida na transacção;
de capitais e de financiamento do terrorismo. Devem identificar,
c) Titular da conta;
avaliar e compreender os riscos de branqueamento de capitais
e financiamento do terrorismo associados a todos os produtos d) Executor da transacção;
(novos ou pré-existentes), serviços e canais de distribuição, e) Valor monetário da transacção;
e da utilização de novas tecnologias. f) Descrição resumida da natureza da transacção e todas as
2. As instituições financeiras devem realizar a avaliação de circunstâncias que motivaram a suspeita;
risco antes da introdução de tais produtos, serviços, canais de g) A relação de negócio entre o suspeito e a instituição
entrega e tecnologias, e devem aplicar as medidas necessárias financeira;
para gerir eficazmente os riscos de branqueamento de capitais h) Quando o suspeito seja cliente interno do banco (i.e.,
e de financiamento do terrorismo associados. funcionário), deverá buscar-se informação sobre se
o suspeito ainda é ou não funcionário da instituição
CAPÍTULO IV financeira;
i) Qualquer declaração voluntária sobre a origem, fonte ou
Conservação de documentos
destino dos recursos;
SECÇÃO I
j) O impacto da actividade suspeita na credibilidade da
Registos de identidade instituição ou pessoa que comunica;
k) Nome e assinatura do oficial de comunicação de operação
1. Toda a documentação exigida pelas instituições financeiras,
suspeita.
nos termos do presente normativo e demais legislação aplicável,
para verificar a identidade dos clientes e dos beneficiários 3. O relatório interno elaborado sobre a prevenção do
efectivos deve ser conservada por um período, nunca inferior a branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo,
15 anos após o encerramento da conta ou cessação da relação de as comunicações de operações suspeitas, as transacções em
negócio com o cliente em questão. numerário, as transacções electrónicas de fundos e em cheque
2. Se se optar pelos serviços de um terceiro para realizar remetidas ao GIFiM devem ser conservados por um período não
a verificação de procedimentos de identidade ou a confirmar inferior a quinze anos após a data da respectiva elaboração.
a identidade, a conservação de documentos deve ser efectuada 4. Todas as conclusões relativas a transacções complexas, não
nos termos do número anterior. comuns, suspeitas ou outras que, não tendo aquelas características,
façam parte das transacções a serem comunicadas ao GIFiM,
SECÇÃO II devem ser mantidas, por um período não inferior a 15 anos,
Registos de transacções contados da data da respectiva constatação.

Os registos de transacções, independentemente da forma SECÇÃO IV


como são utilizados, devem ser conservados por um período
Conservação da informação relativa às investigações em curso
não inferior a quinze anos, após a conclusão das operações em
causa, de forma a auxiliar na investigação de casos de suspeita Os registos relacionados com investigações em curso
de branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo, devem ser mantidos até que seja confirmado pelas autoridades
e devem incluir o seguinte: competentes que o caso foi encerrado.
a) Volume de negócio efectuado através da conta;
SECÇÃO V
b) Origem dos fundos, incluindo todos os detalhes
do cliente; Conservação das transacções efectuadas por meios electrónicos
c) A forma em que os fundos foram creditados ou debitados
Os registos de pagamentos electrónicos e respectivas
da conta;
mensagens devem ser tratados nos termos referidos nos números
d) A identidade da pessoa que efectua a operação
anteriores deste Capítulo.
e a identidade do beneficiário efectivo;
e) Detalhes da contraparte; CAPÍTULO V
f) O destino dos fundos;
g) A forma de instrução; Reconhecimento e comunicação de operações suspeitas
h) A data da transacção; SECÇÃO I
i) O tipo e o número de identificação de qualquer conta
Reconhecimento de operações suspeitas
envolvida na transacção;
j) Qualquer outra informação que possibilite a reconstituição 1. Os funcionários das instituições financeiras devem receber
da transacção. capacitação e orientação suficientes para reconhecer as operações
304 I SÉRIE — NÚMERO 48

suspeitas (ver capítulo VI sobre "Selecção e Formação"). As 3. O OCOS deve acusar a recepção do relatório. Todas as
perguntas a serem consideradas para determinar se uma transacção investigações internas feitas em relação ao relatório, bem assim
é suspeita, podem ser, e sem limitar, as seguintes: a razão que determinou o envio ou não do relatório ao GIFiM,
a) O volume/montante da transacção está de acordo com devem ser documentadas. Esta informação pode ser necessária
as actividades normais do cliente? para completar o relatório inicial ou como evidência de boas
b) A operação é racional, no contexto do negócio do cliente práticas, se, em algum momento futuro, houver uma investigação
ou de actividades pessoais? sobre um caso que o OCOS tenha optado por não comunicar,
c) O padrão de operações realizadas pelo cliente mudou? vindo posteriormente as suspeitas a confirmar-se.
d) Quando a transacção seja internacional, existe razão SECÇÃO V
óbvia para que o cliente realize negócios com o país
envolvido? Relatório de operações suspeitas

2. No processo de actualização dos procedimentos internos, O formato padrão de comunicação de operações suspeitas é
a instituição financeira deve sempre considerar os factos e concebido e definido pelo GIFiM, devendo todas as instituições
circunstâncias que deram origem a relatórios de transacções financeiras agir nos termos determinados por este.
suspeitas.
CAPÍTULO VI
SECÇÃO II
Selecção e formação de trabalhadores
Reporte de transacções suspeitas
SECÇÃO I
Todas as instituições financeiras devem assegurar:
Selecção de funcionários
a) Que os funcionários, nos seus postos de trabalho, saibam
a quem reportar as transacções suspeitas; As instituições financeiras devem, na sua política de
b) Que a cadeia de comunicação seja clara, de modo que as contratação, adoptar procedimentos de verificação, de modo
suspeitas sejam repassadas de forma directa e imediata a garantir um elevado padrão na contratação de funcionários.
ao OCOS. A este respeito, deve procurar obter referências apropriadas
na altura do recrutamento.
SECÇÃO III
SECÇÃO II
Oficial de Comunicação de Operações Suspeitas
Formação de trabalhadores
1. As funções e atribuições do OCOS encontram-se referidas
no número 2 do Capítulo I deste normativo. Entretanto, em SUBSECÇÃO I
caso de necessidade de substituição do OCOS, por ausência ou Programa de formação contínua
outro motivo, a instituição financeira deve garantir que a sua
substituição seja apropriada e, em nenhum caso, por um membro As instituições financeiras devem, no intuito da prevenção
da Auditoria Interna, sob pena de se criar um conflito de interesses. do branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo,
2. O OCOS deve ser dotado de alto grau de responsabilidade e implementar um programa de formação contínua para os seus
independência. Ele é responsável por determinar se a informação funcionários, no que concerne a programas de gestão de risco e
ou outros assuntos contidos no relatório de transacção que recebeu práticas com vista a cumprir parte do seu dever legal de tomar
gera suspeita razoável de que um cliente possa estar envolvido medidas razoáveis nesse sentido.
em actos de branqueamento de capitais e/ou financiamento do
terrorismo. SUBSECÇÃO II
3. No julgamento, o OCOS deve considerar todas as
Requisitos para diferentes categorias de funcionários
informações relevantes disponíveis sobre a pessoa ou empresa a
quem o relatório inicial se refira. Tal pode incluir a necessidade 1. Todo o pessoal deve receber formação sobre a prevenção
de se proceder à revisão de outros padrões de transacções e dos e combate ao branqueamento de capitais e financiamento do
volumes, através da conta ou contas no mesmo nome, da duração terrorismo, relativa ao quadro legal e regulamentar vigente em
da relação de negócio e dos registos de identificação efectuados. Moçambique, sobre os normativos internacionais que regulem
Se, depois de concluir esta revisão, decidir que existem factos a matéria e sobre as tendências e os desenvolvimentos no que
suspeitos, deve imediatamente comunicar ao GIFiM. respeita às práticas de branqueamento de capitais e financiamento
4. O OCOS deve agir de forma honesta e razoável e deve do terrorismo.
formular o seu juízo na base de boa-fé. 2. Todos os funcionários devem igualmente receber formação
SECÇÃO IV sobre a avaliação e gestão de risco.
3. Os funcionários com responsabilidade de abertura de conta
Procedimento de relatórios internos e aceitação de novos clientes devem receber formação no que diz
1. O canal de comunicação de transacções suspeitas, para respeito à identificação e aos procedimentos de verificação da
garantir rapidez e sigilo, deve ser o mais curto possível, com um identidade dos clientes. Devem igualmente estar familiarizados
número mínimo de intervenientes entre o funcionário que detecta com o reconhecimento e manuseio de transacções suspeitas,
a suspeita e o OCOS. assim como com os procedimentos de comunicação de operações
2. Todas as transacções suspeitas comunicadas ao OCOS suspeitas internas.
devem ser documentadas. O funcionário que detecta a suspeita 4. Os funcionários do front-office devem receber formação
pode primeiro discutir com o OCOS e, em seguida, preparar para conhecer a verdadeira identidade do cliente e conhecer o
o relatório inicial e enviá-lo. O relatório deve incluir detalhes suficiente sobre o tipo de actividades comerciais esperadas do
completos do cliente, o seu perfil, extractos de contas, se cliente, para que estejam atentos a qualquer mudança no padrão
necessário, e o relato completo quanto possível dos motivos que das suas transacções ou a circunstâncias que possam constituir
deram origem à suspeita. conduta criminosa. Estes funcionários devem igualmente receber
17 DE JUNHO DE 2015 305

formação sobre o reconhecimento e manuseio de operações I. Circunstâncias exemplificativas para avaliação de risco
suspeitas, bem como sobre os procedimentos a serem adoptados de branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo:
quando uma transacção é considerada suspeita. 1) Os riscos de branqueamento de capitais e de financiamento
5. Os funcionários que procedam a transferências electrónicas do terrorismo podem ser, sem limitar, os seguintes:
devem receber formação sobre a prevenção do branqueamento
de capitais e financiamento do terrorismo, e sobre as medidas a) Risco cliente;
preventivas a estas aplicáveis. b) Risco país ou geográfico;
c) Risco associado ao produto, aos serviços, à operação ou
6. Os funcionários recém-admitidos devem, logo que
ao canal de pagamento.
possível, beneficiar de formação geral sobre a prevenção ao
branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo, e sobre 2) As categorias de risco de branqueamento de capitais
os procedimentos internos adoptados para o reporte de operações e financiamento do terrorismo, sem limitar, podem ser:
suspeitas. Devem, igualmente, ter acesso a toda a legislação e a) Risco baixo;
às políticas e procedimentos da instituição sobre a prevenção b) Risco moderado;
do branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo. c) Risco alto.
7. Os membros de conselhos de administração e demais II. Exemplo de diferentes categorias de riscos
gestores das instituições financeiras devem receber formação
sobre todos os aspectos do processo de branqueamento de capitais 1) Cliente de risco elevado:
e financiamento do terrorismo. Entre outros conteúdos, a formação a) A relação de negócios decorre de forma invulgar
deve incluir políticas de gestão de risco, sanções decorrentes da (exemplo, uma significativa e inexplicada distância
Lei nos casos de não-comunicação, exclusão de responsabilidades geográfica entre a instituição e o cliente);
em casos de reporte, procedimentos de comunicação interna, b) Clientes não residentes;
requisitos para a verificação da identidade, manutenção de registos c) Pessoa politicamente exposta;
e alocação de recursos para prevenção. d) Pessoas colectivas ou entidades sem personalidade
8. Para além da capacitação geral sobre a prevenção jurídica que sejam estruturadas de detenção de activos
do branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo, pessoais;
o OCOS deve beneficiar de formação sobre todos os aspectos e) Sociedade com accionistas por conta de outra pessoa
da inteligência financeira, as políticas internas aplicáveis em ou acções ao portador;
suas instituições e o reconhecimento de transacções suspeitas, f) Actividades que tenham necessidade de fontes
instrução inicial e contínua sobre a validação e comunicação de de financiamento consideráveis;
operações suspeitas, sobre o regime de retorno da informação g) A estrutura da propriedade da sociedade parece ser
suspeita encaminhada e sobre as novas tipologias e tendências invulgar ou excessivamente complexa, dada a natureza
deste tipo de crime. da actividade da sociedade.
2) Cliente de risco baixo
SUBSECÇÃO III
a) As instituições financeiras implementam eficazmente as
Curso de reciclagem obrigações de prevenção e combate ao branqueamento
de capitais e financiamento do terrorismo;
As instituições financeiras devem anualmente garantir b) As sociedades estão cotadas num mercado bolsista e
formação para que os seus funcionários não se esqueçam sujeitas a deveres de informação que visam garantir
das suas responsabilidades. transparência adequada aos beneficiários efectivos;
c) Administrações ou empresas públicas. Porém, tais
SUBSECÇÃO IV
entidades não devem necessariamente ser consideradas
Registos de risco baixo: dependendo das jurisdições, as
administrações ou empresas públicas podem ser de
As instituições financeiras devem manter o registo de todas
risco alto. Por exemplo, as empresas estatais a partir
as formações concedidas aos seus funcionários, incluindo o de um país considerado de altos índices de corrupção.
conteúdo, os beneficiários e a entidade que as facilitou.
3) Risco país ou geográfico elevado
CAPÍTULO VII a) Os países identificados por fontes idóneas, por exemplo,
Listas Designadas os relatórios de avaliação mútua ou de avaliação
pormenorizada ou relatórios de acompanhamento
Os OCOS devem consultar numa base permanente, as Listas
publicados, como não dispondo de sistemas adequados
Designadas de sanções estabelecidas pelas Resoluções 1267,
de prevenção e combate ao branqueamento de capitais
de 1999 e 1989, de 2011 do Conselho de Segurança das Nações
e financiamento do terrorismo;
Unidas, e solicitar à autoridade competente, o congelamento sem b) Países sujeitos a sanções, embargos ou medidas análogas
demora das contas constantes dessa lista ou interromper qualquer impostas, por exemplo, as sanções da Organização das
relação de negócio com titulares de tais contas. Nações Unidas - ONU (sanção por parte do Conselho
de Segurança);
ANEXO 1 – Avaliação de Risco c) Países identificados por fontes idóneas como sendo
caracterizados por níveis consideráveis de corrupção
O presente Anexo visa apresentar alguns exemplos sobre a ou outra actividade criminal;
avaliação de risco. Contudo, a sua aplicação não é considerada d) Países ou zonas geográficas identificados por fontes
obrigatória, cabendo a cada instituição financeira aferir a idóneas como proporcionando fundos ou apoio
utilidade deste instrumento no contexto da sua política e dos seus a actividade terroristas, ou nos quais operem
procedimentos de gestão de risco. organizações terroristas designadas.
306 I SÉRIE — NÚMERO 48

4) Risco país ou geográfico baixo 3. Exemplos de medidas de diligência simplificadas


a) Os países identificados por fontes idóneas como, por (medidas simplificadas):
exemplo, os relatórios publicados de avaliação a) Verificação da identidade do cliente e do beneficiário
mútua, pormenorizada, ou de acompanhamento, como efectivo após o estabelecimento da relação de negócio;
dispondo de sistemas eficazes de branqueamento b) Redução da frequência das actualizações dos elementos
de capitais e financiamento do terrorismo; de identificação do cliente;
b) Países identificados por fontes idóneas como sendo
c) Redução da intensidade da vigilância contínua
caracterizados por níveis reduzidos de corrupção
ou outra actividade criminal. e da profundidade do exame e das operações;
d) Não recolher informações específicas nem implementar
5) Risco alto associado ao produto, serviço, operação medidas específicas que permitam compreender o
ou canal de distribuição:
objecto e a natureza da relação de negócio, mas inferir
a) Banca privada (serviços corporate, banca à distância); o objecto e a natureza do tipo de transacção efectuada
b) Relações de negócio ou operações sem a presença física ou relação de negócio estabelecida.
do cliente;
c) Pagamento recebido de terceiros desconhecidos ou não
associados.
ANEXO 3 — Exemplos de Transacções Suspeitas
6) Risco baixo associado ao produto, serviço, operação
ou canal de distribuição Referentes a Actos de Branqueamento de Capitais
e Financiamento do Terrorismo
Produtos ou serviços financeiros que proporcionem serviços
limitados e definidos de modo pertinente, com vista a aumentar Nota:
o acesso a determinados tipos de clientes para fins de inclusão Nenhum dos factores a seguir exemplificados, de forma
financeira. isolada, significa necessariamente que um cliente ou terceiro está
envolvido em actos de branqueamento de capitais e financiamento
ANEXO 2 — Medidas de Diligência Contínua do terrorismo. No entanto, na maioria dos casos uma combinação
dos factores abaixo pode despertar suspeitas. Em qualquer
1. As instituições financeiras podem implementar,
caso, o que poderá ou não dar origem a uma suspeita dependerá
consoante a categoria de risco envolvida, os seguintes tipos
de circunstâncias particulares.
de medidas de diligência:
a) Medidas de diligência simplificadas: medidas de 1. Exemplos de transacções suspeitas - branqueamento
diligências menos rigorosas comparativamente às de capitais
medidas de diligência básicas, que apenas podem 1.1 Branqueamento de capitais, através de transacções
ser aplicadas quando o grau de risco seja reduzido. em numerário
As medidas de diligências simplificadas devem ser a) Depósitos à vista em montantes elevados feitos por um
proporcionais aos factores de baixo risco. indivíduo ou empresa que, pelo tipo de negócio ou
As medidas simplificadas não devem ser aplicáveis actividades que desenvolva, normalmente, seriam
quando exista suspeita de actos de branqueamento de capitais efectuados por cheques e outros instrumentos;
e de financiamento do terrorismo. b) Aumentos substanciais nos depósitos em numerário
b) Medidas de diligência reforçadas: Quaisquer medidas de qualquer pessoa ou empresa, sem causa aparente,
de diligência adicionais empreendidas para além das especialmente se tais depósitos são posteriormente
diligências básicas. Elas são realizadas para todos transferidos dentro de um curto período de tempo para
os clientes de alto risco. outra conta e/ou para um destino que normalmente não
2. Exemplo de medidas de diligências reforçadas: tem ligação com o cliente;
c) Cliente que efectua vários depósitos em numerário em
a) Obtenção de informações adicionais sobre o cliente montantes considerados normais (abaixo do limite
(profissão, bens, informações disponíveis em bases estabelecido nas alíneas a) e b) do n.º 3 do artigo 18
de dados nacionais, ou internacional, na internet, da Lei n.º 14/2013, de 12 de Agosto), mas que no final
etc.) e a actualização regular, no intervalo mínimo de totaliza montantes significativos;
12 meses, da informação de identificação do cliente d) Contas de empresas cujas operações, depósitos e
e do beneficiário efectivo; levantamentos, sejam em numerário em vez de nas
b) Obtenção de informações adicionais sobre a natureza formas de movimentos normalmente associados às
da relação de negócio; operações comerciais de uma empresa (por exemplo,
c) Obtenção de informação sobre os motivos das operações cheques, cartas de crédito, letras de câmbio, etc.);
pretendidas ou realizadas; e) Cliente que constantemente pague ou deposite dinheiro
d) Obtenção de autorização do Conselho de Administração para cobrir pedidos de transferências bancárias,
ou órgão equiparado para iniciar ou continuar conta corrente ou outros instrumentos monetários
a realização de negócio; negociáveis e facilmente comercializáveis;
e) Aumento da frequência dos controlos e selecção do f) Cliente que constantemente solicite a troca de grandes
tipo de operações que necessitem de um exame mais quantidades de notas de baixa denominação para as
profundo; de maior denominação;
f) Obrigação de efectuar o primeiro pagamento, através de g) Troca (compra) frequente de dinheiro em outras moedas;
uma conta aberta em nome do cliente, a partir de um h) Agências/Filiais com muitas mais transacções
outro banco sujeito a normas de diligência semelhante. em numerário do que o habitual.
17 DE JUNHO DE 2015 307

1.2 Branqueamento de capitais usando contas bancárias 1.4 Branqueamento de capitais envolvendo funcionários
a) Cliente que deseje manter e administrar um número de de instituições financeiras
contas não compatível com o seu tipo de negócio ou a) Alterações nas características dos empregados (por
transacções; exemplo, estilos de vida luxuosos);
b) Cliente que possua inúmeras contas bancárias e em cada b) Mudanças no desempenho do funcionário ou agente (por
uma delas, quantias em dinheiro consideradas normais exemplo, vendedor de produtos com aumento notável
para o seu perfil, mas cujo saldo total o saldo extravase ou inesperado no seu desempenho).
c) Efectivação de transacções sem que se revele a identidade
o seu perfil financeiro;
do beneficiário efectivo;
c) Qualquer pessoa ou empresa cuja conta bancária aponte
d) Esquemas de sobrefacturação, em que os materiais
para um perfil normal de negócio, mas seja usada para
encomendados para uma compra são de baixa
receber ou desembolsar grandes somas sem finalidade qualidade e os preços maiores que o estipulado, sem
óbvia nem relação com o titular da conta e/ou com o que tal se reflicta no contrato negociado.
seu negócio;
d) Solicitação de pagamento de cheques de terceiros em 1.5 Branqueamento de capitais com recurso
a financiamentos garantidos e não garantidos
grandes montantes, endossados a favor do cliente;
e) Levantamento em numerário de uma conta previamente a) Clientes que reembolsem empréstimos de forma
dormente/inactiva, ou a partir de uma conta que acabe inesperada;
b) Pedido de financiamento contra activos detidos pela
de receber um elevado crédito do exterior;
instituição ou por um terceiro, onde a origem dos bens
f) Cliente que use várias agências para realizar transacções
não seja razoavelmente conhecida ou os bens sejam
em numerário e operações cambiais; incompatíveis com a posição do cliente;
g) Uso frequente de representantes, evitando o contacto c) Pedido de financiamento cuja fonte de recursos para o
com a instituição financeira; reembolso nos termos do acordo não esteja clara.
h) Aumentos substanciais nos depósitos em numerário ou
1.6 Relação negocial
instrumentos negociáveis por uma empresa, usando
contas de clientes ou de empresa, especialmente se os a) Clientes que sem nenhuma razão discernível usem
os serviços da empresa, por exemplo, clientes com
depósitos forem prontamente transferidos para outro
endereços distantes que poderiam encontrar o mesmo
cliente ou empresa;
serviço mais próximo das suas residências;
i) Cliente que recuse fornecer informações que, em b) Clientes cujos requisitos não estejam no padrão normal
circunstâncias normais, seriam úteis para a sua dos negócios da empresa, que poderiam ser mais
elegibilidade a crédito ou outros serviços bancários. facilmente atendidos em outro lugar;
j) Uso insuficiente das facilidades bancárias normais (por c) Um investidor introduzido por uma instituição financeira
exemplo, recusas de oferta de altas taxas de juros em sedeada no exterior, baseados em países com
razão do montante do saldo existente); conotação de produção de drogas, tráfico de drogas,
k) Pagamentos efectuados por um grande número de ou outro crime conexo referido no artigo 7 da Lei
indivíduos na mesma conta, sem uma explicação n.º 14/2013, de 12 de Agosto;
adequada. d) Qualquer transacção em que a contraparte da operação
seja desconhecida.
1.3 Branqueamento de capitais através de uma actividade
internacional offshore 1.7 Intermediários
a) Uso de cartas de crédito e outros métodos de financiamento Qualquer uso aparentemente desnecessário de um intermediário
numa transacção deve dar origem a um inquérito complementar.
ao comércio exterior para movimentar dinheiro entre
os países onde esse comércio não é compatível com o 1.8 Recurso ao sigilo como fundamento para ocultar
negócio habitual do cliente; alguma informação pode despertar suspeitas:
b) Clientes que façam pagamentos regulares e em montantes a) Zelo excessivo ou desnecessário do potencial cliente;
elevados, incluindo transferências electrónicas, não b) Concessão desnecessária de amplos poderes
claramente identificados como transacções de boa- na procuração;
fé, ou clientes que recebam pagamentos regulares c) Falta de vontade de divulgar as fontes de recursos;
em montantes elevados provenientes de países d) Atraso e/ou falta de vontade de revelar a identidade
que são comummente associados com a produção, dos beneficiários efectivos.
transformação ou comercialização de drogas, 1.9 Factores de suspeitas na actuação de empresas:
organizações terroristas ou prática de qualquer um a) As empresas que mantenham a continuidade da sua
dos crimes conexos referidos no artigo 7 da Lei actividade mesmo com perdas substanciais;
n.º 14/2013, de 12 de Agosto; b) As estruturas de grupo complexas, sem uma causa
c) Existência de grandes saldos não consistentes com o aparente;
conhecimento do volume de negócios do cliente e c) A rotatividade frequente de accionistas, directores
posterior realização de transferências para conta (s) ou administradores, sem causa aparente;
no exterior; d) Estrutura de grupo rentável para efeitos fiscais;
d) Transferências electrónicas de fundos inexplicáveis por e) Uso de contas bancárias em várias moedas, sem motivo
parte dos clientes, usando os serviços de transferência aparente;
de dinheiro ou similares; f) A existência de transferências inexplicáveis de grandes
e) Pedidos frequentes de emissão de cheques de viagem, somas de dinheiro, através de várias contas bancárias;
saques em moeda estrangeira ou outros instrumentos g) Administração ou gestão fraudulenta; em prejuízo
negociáveis. dos interesses da própria empresa.
308 I SÉRIE — NÚMERO 48

2. Exemplos de operações suspeitas – financiamento 2.4 Características do cliente ou da actividade


do terrorismo a) Partilha de endereço por indivíduos envolvidos em
2.1 Contas transacções em numerário, especialmente quando
a) Conta inactiva com saldo mínimo, mas que, de repente, o endereço seja também um local de negócios e/ou
recebe um depósito ou uma série de depósitos, não pareça corresponder à ocupação declarada (por
seguidos de levantamentos diários até ao limite exemplo, estudantes, desempregados, trabalhadores
do montante depositado; por conta própria, etc.);
b) Ao abrir uma conta, o cliente furta-se a prestar as b) Ocupação declarada pelo cliente não compatível com o
informações requeridas pela instituição financeira, nível ou tipo de transacção (por exemplo, um estudante
ou presta declarações falsas ou de difícil verificação; ou um indivíduo desempregado que recebe ou envia
c) Conta sobre a qual, várias pessoas possuam poderes para um grande número de transferências bancárias, ou
assinar, aparentando tais pessoas, no entanto, não ter que faz levantamentos máximos de caixa diários em
qualquer relação entre si (qualquer vínculo familiar ou várias agências);
relacionamento de negócios); c) Transacções efectuadas por organizações sem fins
d) Conta aberta em nome de uma pessoa jurídica, uma lucrativos ou de caridade, nas quais não pareça haver
associação ou fundação, que pode estar ligada a uma finalidade económica ou lógica, e não pareça haver
organização terrorista e que apresente os movimentos relação entre a actividade declarada da organização e
de saldo acima do nível declarado. as outras partes envolvidas na transacção;
2.2. Depósitos e levantamentos d) Inconsistências inexplicáveis detectadas no processo de
a) Conta de empresa a partir da qual sejam normalmente identificação ou verificação do cliente (por exemplo,
privilegiados levantamentos em numerário em em relação ao país de residência anterior ou actual, ao
detrimento de outros meios de pagamentos; país de emissão do passaporte, a países visitados, de
b) Depósito de elevados montantes efectuado em numerário acordo com o registo do passaporte, e em documentos
para a conta de uma pessoa física ou jurídica, quando fornecidos para confirmar o nome, o endereço e a data
a actividade empresarial aparente do indivíduo de nascimento).
ou entidade seria normalmente realizada em cheque 2.5 Transacções ligadas aos países ou zonas geográficas
ou outros instrumentos de pagamento; identificados por fontes idóneas como proporcionando fundos
c) Mistura de depósitos em numerário e instrumentos ou apoio a actividades terroristas
monetários em uma conta em que tais operações
não pareçam ter qualquer relação com o uso normal a) As operações envolvendo trocas de moeda estrangeira
da conta; consecutivas dentro de um curto espaço de tempo, por
d) Várias transacções realizadas no mesmo dia, ou em transferências electrónicas para locais identificados
dias consecutivos, em várias agências da instituição por fontes idóneas como jurisdições não cooperantes;
financeira, que indiciem uma tentativa de despiste; b) Depósitos consecutivos, dentro de um curto espaço
e) Depósitos ou levantamentos em numerário, de forma de tempo, de transferências electrónicas de fundos,
consecutiva e em quantias que se encontrem abaixo especialmente para ou através de locais considerados
do limite de reporte ao GIFiM. por fontes idóneas como jurisdições não cooperantes;
c) A conta bancária que receba ou ordene um grande
2.3 Transferências electrónicas número de transferências electrónicas, em relação às
a) Transferência bancárias ordenadas em pequenos quais pareça não haver nenhuma lógica de negócio ou
montantes, em dias consecutivos ou intercalados, outra finalidade económica, principalmente quando
estando evidente um aparente esforço para evitar a estas transferências se destinem ou provenham
submissão de relatórios ao GIFiM; de jurisdições consideradas não cooperantes;
b) Transferência bancária em ausência de informações sobre d) Uso de várias contas para colectar e canalizar fundos
o remetente ou a pessoa em nome da qual a transacção para um pequeno número de beneficiários estrangeiros,
é realizada, quando a inclusão de tais informações pessoas físicas e empresas, particularmente quando
seria de se esperar; estes estejam em jurisdições não cooperantes;
c) Uso de várias contas, nomeadamente pessoal, de empresa, e) Cliente que obtenha um instrumento de crédito ou se
de organismos ou instituições de caridade para envolva em transacções financeiras comerciais com o
recolher fundos e remeter imediatamente ou após um movimento de fundos para ou a partir de jurisdições
curto período de tempo para um pequeno número de não cooperantes, quando não pareça haver razões
beneficiários estrangeiros; lógicas de negócios para lidar com esses locais;
d) Operações cambiais realizadas em nome de um cliente f) Abertura de contas de instituições financeiras a partir
por um terceiro, seguidas de transferências electrónicas de locais de jurisdições não cooperantes;
de fundos para locais que não tenham relação comercial g) Enviar ou receber fundos, através de transferências
aparente com o cliente ou para países considerados não internacionais de e/ou para locais ou jurisdições
cooperantes. não cooperantes.

Preço — 21,00 MT

IMPRENSA NACIONAL DE MOÇAMBIQUE, E.P.

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