Noções de Parasitologia

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NOÇÕES DE PARASITOLOGIA

Parasitologia é a ciência que estuda os parasitas, os seus hospedeiros e relações entre eles.

Parasitologia é o estudo dos parasitas ou doenças parasitárias, métodos de diagnósticos e controle


de doenças parasitárias. Na maioria dos casos um organismo (o hospedeiro) passa a constituir o
meio ecológico onde vive o outro ( o parasita ).

1.1. ASCARIDÍASE

Morfologia

O Ascaris lumbricoides, popularmente conhecido como lombriga, é o maior nematódio intestinal


do homem. A doença causada pelo Ascaris é a Ascaridíase. O Ascaris adulto tem coloração
amarelo-rosada, três lábios em sua extremidade anterior, tem uma cutícula lisa e duas linhas
brancas lateralmente distribuídas pelo corpo.

Ciclo Biológico

Os ovos fecundados são eliminados pelas fezes, desenvolvem-se à temperatura de 30-35o C,


humidade e oxigênio. Nessas condições, o ovo pode desenvolver-se em 12 dias, formando
primeiramente em seu interior, uma larva que, em uma semana, sofre mutação para os estágios
de segunda e terceira larvas, respectivamente. Esta terceira larva é a larva dita infectante. O
homem infecta-se ingerindo água contaminada ou alimentos crus infectados com a mesma. As
crianças podem se contaminar através do solo, pelo fato de levarem as mãos à boca. Os ovos
ingeridos atravessam o estômago e as larvas vão ser liberadas no intestino delgado. Atravessam
em seguida a parede do intestino e caem na circulação sanguínea, onde vão cair no coração
direito e em seguida, pulmões, onde sofrem novas mudas e depois migram pela árvore brônquica
e são ou eliminados pela saliva ou deglutidos. Quando deglutidos, vão para o intestino e
provocam a infecção, atingindo a maturidade e sendo capazes de reiniciar o seu ciclo.

Epidemiologia: A ascaridíase é uma das helmintoses mais comuns no Brasil senão a helmintose
mais comum, bem como em todo o mundo, principalmente nas regiões subtropicais do planeta.
Nas sociedades de baixo nível socioeconômico, sua prevalência facilmente ultrapassa os 80%.

Manifestações clínicas:

No estágio larvário, dificilmente provocam algum sintoma relato, podendo ser comuns
manifestações intestinais, pois as larvas migram para veia porta. Na sua passagem pelos
pulmões, podem provocar infecções moderadas que por vezes podem evoluir e levam à tosse,
febre, dispneia, dor torácica, roncos, sibilos e moderada ou intensa eosinofilia. O diagnóstico é
dado por amostragem de larvas no escarro e, na criança pequena, pelo lavado gástrico, suas
principais manifestações são

 Acentuação da lordose lombar


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 Abdome proeminente.
 A desnutrição

Diagnóstico: É feito pela presença do parasita nas fezes, ou no material vomitado.

Tratamento: O tratamento deve ser feito de imediato, mesmo com pequeno número de vermes,
pois sua migração pode aparecer de fato. Apenas nos casos de ascaridíase intestinal, as drogas
mais indicadas são: os

 sais de piperazina
 sais de tetramisol ou
 levamisol,
 mebendazol,

Profilaxia: Os principais meios de prevenção são a educação para a saúde, de modo a evitar a
contaminação no solo com fezes, e contacto directo com solo, melhoria dos hábitos higiénicos no
preparo de alimentos e seu manuseio, especialmente vegetais.

O saneamento básico, a desinfecção e o tratamento são os principais meios de erradicar a doença.

1.2. Tricomoníase

É uma infecção sexualmente transmissível causada pelo parasita Trichomonas vaginalis. Nas
mulheres, ataca o colo do útero, a vagina e a uretra, e nos homens, o pênis.

Causas: A tricomoníase é encontrada em todo mundo. o maior número de casos é observado em


mulheres de 16 a 35 anos de idade. O Trichomonas vaginalis é disseminado através do contato
sexual com um parceiro infectado. Isso inclui a relação pênis-vagina ou contato vulva-vulva. O
parasita não sobrevive na boca ou no reto. A infecção geralmente não causa sintomas nos
homens e desaparece por si só em algumas semanas.

Sinais e Sintomas: Os sintomas mais comuns são

 Dor durante a relação sexual,


 Corrimento abundante,
 Ardência e dificuldade para urinar,
 Coceira nos órgãos sexuais,

Formas de contágio: A doença pode ser transmitida pelo sexo sem camisinha com uma pessoa
infectada. Amostra da secreção da vagina ou do pênis que será examinada através de um
microscópico e será positivo se o examinador visualizar as formas do Tricomonas. Nas mulheres,
um exame pélvico mostra manchas vermelhas na parede vaginal ou cérvix. Uma análise a fresco
(exame microscópico de corrimento) pode mostrar sinais de inflamação ou organismos

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causadores de infecção nos fluídos vaginais. Um esfregaço de Papanicolau também pode
diagnosticar a condição. A doença pode ser difícil de ser diagnosticada nos homens. Os homens
são tratados se a infecção for diagnosticada em qualquer um de seus parceiros sexuais. Eles
também podem ser tratados se apresentarem sintomas contínuos de queimação ou coceira na
uretra apesar do tratamento para gonorreia e clamídia.

Tratamento: O antibiótico

 metronidazol
 Tinidazol

Prevenção:o uso de preservativos continua sendo a melhor e mais confiável maneira de


proteger-se contra infecções sexualmente transmissíveis. Os preservativos devem ser usados de
forma consistente e correta para que sejam eficientes.

1.3. Giardíase

A Giardia intestinalis (Giardia duodenalis, Giardia lamblia) é um protozoário da porção superior


do intestino delgado. Constitui causa muito frequente de doença diarreica em grande variedade
de espécies animais, incluindo o homem (1, 2).

O agente e seu ciclo biológico

A Giardia intestinalis é um protozoário flagelado, em forma de pera. O trofozoíto mede 20 por


10μm, existindo de cada lado um disco em forma de ventosa, por meio do qual se fixa à
superfície das células da mucosa intestinal, sendo encontrado em toda a extensão do duodeno.
Possui ciclo biológico monoxênico (apenas um hospedeiro definitivo). Após a ingestão, os cistos
se rompem no duodeno, for- mando trofozoítos, os quais se multiplicam intensamente. Os cistos
são eliminados pelas fezes em grande quantidade (300 milhões a 14 bilhões por dia), ocorrendo
períodos de interrupção de eliminação de sete a 10 dias. Os trofozoítos também podem estar
presentes nas fezes, mas são os cistos os responsáveis pela transmissão. Os cistos resistem fora
do hospedeiro, sobrevivendo em água doce e fria. Entretanto, toleram o aquecimento, a
desidratação e a exposição prolongada às fezes.

Epidemiologia

A giardíase está distribuída por todo o planeta, sobretudo em regiões tropicais e subtropicais. No
Brasil sua prevalência varia de 12,4% a 50%, dependendo do estudo, da região e da faixa etária
pesquisada, predominando nas crianças entre zero e seis anos.

A manifestação clínica

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A manifestação clínica mais frequente é a

 Síndrome diarreica,
 Cólicas abdominais, com alternância de exonerações normais e constipação intestinal. As
evacuações em geral ocorrem duas a quatro vezes ao dia. As fezes são pastosas,
abundantes, fétidas e com predomínio de muco.

Outras apresentações clínicas menos comuns são:

 síndrome de má absorção, que causa emagrecimento,


 anorexia,
 distensão abdominal,
 flatulência,
 desnutrição,
 raquitismo e esteatorreia, além de anemia;
 síndrome dispéptica, com sensação de desconforto epigástrico,
 plenitude gástrica pós-prandial,
 eructações,
 pirose e náuseas,
 além de vómitos;
 síndrome pseudoulcerosa,

Diagnóstico

O diagnóstico definitivo é realizado a partir do encontro dos trofozoítos, cistos ou antígenos de


G. intestinalis em qualquer amostra de fezes ou fluido duodenal .

 Pesquisa de cistos (em fezes formadas): exame direto (a fresco) ou corado pelo lugol;
podem ser também utilizados o método de Faust e colaboradores (método de escolha) ou
o de Hoffman, Pons e Janer.
 Pesquisa de trofozoítos (em fezes líquidas): direto a fresco, ou corado pelo lugol,
hematoxilina férrica ou mertiolateiodo-formol (MIF) (é a rotina, e tem menor custo).
Como os trofozoítos são destruídos no meio externo em 15 minutos, é conveniente
conservar as fezes com o conservante de Schaudinn ou MIF.

Tratamento

O Ministério da Saúde propõe os seguintes tratamentos para a giardíase:

 Nitazoxanida 500mg, 2x por dia, durante 3 dias. Alternativamente, pode-se usar


 Metronidazol 15 a 20mg/kg/dia, 2x por dia, durante 5 dias
 Tinidazol 50mg/kg/dia, por 3 dias (dose única de 2g)

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O objectivo do tratamento é reduzir o período sintomático, impedir complicações e evitar maior
transmissão da doença.

Profilaxia e controle

As medidas mais importantes para a prevenção da giardíase são o acesso a adequamdas


condições de saneamento, ingestão de água tratada ou fervida, cuidados com a higiene pessoal e
adequada preparação e conservação dos alimentos. Além disso, são importante o controle de
insetos e o adequado diagnóstico e tratamento dos doentes, visando interromper a cadeia de
transmissão.

Para prevenir a doença, é necessária garantia de saneamento básico e água potável ferver e filtrar
a água são métodos eficientes. Além disso, boa higiene alimentar, lavagem das mãos e dos
alimentos e trata- mento de indivíduos parasitados contribuem para a prevenção.

1.4. ANCILOSTOMÍASES

A ancilostomose é uma helmintíase que pode ser causada tanto pelo Ancylostoma duodenale
como pelo Necatur americanus. .

Sintomas: No local da penetração das larvas filarióides, ocorre uma reação inflamatória
(pruriginosa). No decurso, pode ser observada tosse ou até pneumonia (passagem das larvas
pelos pulmões). Em seguida, surgem perturbações intestinais que se manifestam por

 Cólicas,
 Náuseas
 Hemorragias

Prevenção: As principais medidas de prevenção consistem na construção de instalações


sanitárias adequadas, evitando assim que os ovos dos vermes contaminem o solo; uso de
calçados, impedindo a penetração das larvas pelos pés. Além do tratamento dos portadores, é
necessária uma ampla campanha de educação sanitária. Caso contrário, o homem correrá sempre
o risco de adquirir a verminose.

No tratamento dos doentes, o remédio clássico é o befênio; também são eficazes os

 pirantel,
 mebendazol
 tiabendazol.

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