Puerperio

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O que é?

Puerpério, também chamado resguardo


ou quarentena, é a fase pós-parto em
que a mulher experimenta modificações
físicas e psíquicas. Este é o período de
tempo que decorre desde a dequitadura
até que os órgãos reprodutores da mãe
retornem ao seu estado pré-gravídico.
Nesta fase, a mulher é chamada de
puérpera. Wikipédia

Será que é só isso?

O puerpério dura só 40 dias mesmo?

Tudo se dá por conta do desequilíbrio


hormonal?

Porque se fala tão pouco sobre?

O que você sabe sobre o puerpério?


O que é Puerpério?
O conceito é bem mais amplo do que se imagina, não é só
aquele primeiro mês de acomodação a chegada do bebê,
não é só um processo de exaustão física, privação de sono!

Puerpério é um movimento interno, um mergulho na alma!

É o momento onde a mulher vai construir uma consciência


profunda sobre qual é o lugar dela no mundo depois desse
bebê, como a identidade dela vai se manifestar...

Não é perda de sono... é perda de identidade: a mulher que


eu era, não é mais a mulher que eu sou!

É um processo de desconstrução, a alma da mulher está


totalmente se construindo e se desconstruindo, sente um
monte de emoções todas ao mesmo tempo, um encontro
profundo com ela mesma!

Isso é só um pouquinho do que a mulher passa no


puerpério! Precisamos falar mais sobre isso!
A humanidade se encontra em
resguardo, uma quarentena forçada
em nossas casas para nos
protegermos de um potente vírus,
que se propaga entre e através da
nós. Já pensou se não fosse somente
de uma quarentena, mas sim que
estamos todos passando por um
puerpério. Lidando com as incertezas
do que teremos que fazer durante
esse período, com o luto do que
eram nossas vidas antes, com o
contato íntimo com nossas emoções
e com uma possibilidade única de
escolher vivermos uma vida
transformada depois disso
Muito se fala em depressão pós parto,
mas existe uma condição muito comum
nas puérperas que é chamada de Baby
Blues
Baby Blues, é um momento muito
delicado que acomete 1/3 das puérperas,
não é uma depressão, mas as turbulências
emocionais podem lembrar uma
depressão pós parto. As emoções alteram
períodos de grande alegria e grande
tristeza, tem sentimento de culpa e
choram com facilidade, estão bastante
sensíveis e acham que não vão dar conta.
Porque?
Acham que todo mundo está cobrando
Não conhecem o bebe direito
Acham que os outros sabem cuidar
melhor, por exemplo o pai ou avó
Sentem muita insegurança
Sentem-se pressionada a partir do
momento que nasce a saber fazer tudo, já
saber dar de mama, já saber se ele está
com cólica e na verdade não sabem
Muita gente vê isso como frescura da
mesma forma que a ignorância de alguns
veem a licença maternidade como férias
remuneradas. Subestimam esse momento
que a mulher passa no pós parto.

O Baby Blues é mais comum do que o


conhecido culturalmente.

Será que é só comigo?

Essa voz vem da falta de ouvir, ver e


sentir mulheres falando sobre isso que é
a parte mais difícil e não a visão
hollywoodiana em que todas parecem
bem e se sentem muito bem logo
após o parto.
Por mais que a mulher conscientemente não adote a
imagem de supermãe isso influencia, porque ela não
quer ser a mãe que diz “não sei o que estou fazendo” e
as outras “nós sabemos”, mas se as mães se reunissem
diriam umas às outras “estou tendo dificuldades” todas
diriam

O humor pós parto é depressivo e a nossa sociedade


não lida bem com nada que é depressivo.

O Baby Blues é bom e esperado, pois é um momento de


crise de maturidade de adaptações e de transformações
e de lutos importantes.

Muda a configuração familiar, o corpo, as relações


sociais, no trabalho
O puerpério é um processo que todas as mães passam!

Algumas com muitas dificuldades, outras com menos,


mas a verdade é que as dificuldades existem!

Não fuja delas! Elas fazem parte de um processo


evolutivo, onde literalmente a mulher passa de fase!

A vida muda! E não é somente pelo bebê, é também


por um movimento interno da mulher que literalmente
se desconstrói para se construir novamente!

Essa construção leva tempo mas vale muito a pena,


a mulher que "renasce", sem dúvida, é uma mulher
que ela própria vai gostar e valorizar mais!
E aquela vida de antes, já não é mais a
mesma. De repente, você se vê com
um serzinho tão pequeno e indefeso,
e se pergunta: será que dou conta?
Será que sou capaz de cuidar, educar,
criar...?
Durante a gravidez, esses pensamentos
já assombram a mulher. Mas o fato é
que sim, você dá conta, você é capaz.
A natureza é sábia. Após o parto, nasce
um bebê e uma mãe. A mulher de
antes morre, não existe mais. E nesse
conflito entre aprender a cuidar, a
interpretar sons e sinais do bebê,
ainda tem que se redescobrir, se
redefinir, no meio do furacão de
hormônios, noites sem dormir, cansaço
e mais cansaço. A vida vira de ponta
cabeças e, à medida que o serzinho
cresce, o amor cresce
exponencialmente. Mamães grávidas,
fiquem tranquilas. A MULHER não
nasce sabendo, mas a natureza nos
ensina.
A sua natureza, mais profunda, uma
sombra com a qual quem sabe você
nunca tenha de deparado, é preciso
se encarar, olhar para dentro!
Respirar fundo e dizer de boca cheia,
CLARO QUE CONSIGO! EU SOU FODA!
Aceitar que o puerpério é momento de entrega de corpo e alma.
Aceitar que o bebê real não é igual ao idealizado.
Aceitar que a maternidade não é um mar de rosas sempre.
Aceitar que muita coisa vai se perder e se modificar.
Aceitar que dói.
Aceitar que não podemos mudar algumas coisas.
Aceitar que a vida mudou muito.
Aceitar que a criança precisa mais de você do que você imaginou.
Aceitar que é solitário às vezes.
Aceitar que algumas expectativas não serão atendidas.

Aceitar e ao mesmo tempo manter o passo da melhora do que pode ser


melhorado, acertar os ponteiros do que pode ser acertado,
continuar evoluindo.

Essa é a dança das cadeiras da maternidade, é equilibrar o que precisa


ser aceito com o que pode ser modificado.

A maternidade é aprender a conduzir uma dança com o caos, nosso caos


Porque não me contaram?

Todo mundo vive isso, não é depressão pós parto, é um


processo profundo de luto, perda de um pedaço da sua
identidade e de aquisição de uma nova identidade.

Junto com o amor ao filho está vindo uma série de


emoções que você não esperava viver.

A sociedade não lida bem com isso, só permite que se


expresse amor e cansaço, não permite que você
expresse raiva, medo perguntas do tipo 'será que eu
queria isso mesmo pra minha vida?' "Será que era
esse meu projeto de vida?“

São questionamentos comuns, mas a maioria


não expressa... então você se sente a única a pensar
assim e com isso vem uma culpa que você não deve
carregar, você não está sozinha!
Importância de uma rede de apoio!

A puérpera se vê invisível e a
Invisibilidade, é uma das formas
mais cruéis da gente enlouquecer
um ser humano

Companheiro (a):
Nossa gravidez é externa. Nosso
convite é olhar para ela, ela se tornou
uma grande “nutriz” – alimenta com
leite, com olhar, com amor, medo.

Tudo faz parte de um reconhecimento


profundo do seu bebe com ela e o
bebe, está entendendo quem é essa
mãe do lado de fora.
A mãe precisa de tranquilidade, porque
a tarefa já é muito exaustiva, só que
o mundo não para, pra gente nutrir
os nossos filhos.

Você merece ser o guardião dessa


Tranquilidade.
As mulheres puérperas têm a sensação de enlouquecer, de perder todos os
espaços de identificação ou de referência conhecidos; os ruídos são imensos,
a vontade de chorar é constante, tudo é incomodo, acreditam ter perdido a
capacidade intelectual, racional. Não estão em condições de tomar decisões a
respeito da vida doméstica. Vivem como se estivessem fora do mundo; vivem,
exatamente, dentro do “mundo do bebê’.”

Vale considerar que é um momento de muitas mudanças, tanto efetivas de


vida quanto hormonais, o que torna essa “Loucura Necessária” algo que vem
à tona em um momento de muita vulnerabilidade e sensibilidade.
Que é justo quando surge o contato com lado obscuro, o “encontro com a
própria sombra”, que se reflete nesse relacionamento fusional com o bebê.

E como tudo na vida, a experiência desse encontro será única e individual para
cada mãe, e a diversidade disso faz com que apareça de inúmeras formas e
configurações diferentes! E isso abre portas para diagnósticos errados e
medicalização, que muitas vezes acabam por adormecer e esconder
quimicamente o que deveria ser um processo saudável.
Por que "permitir enlouquecer"?

Porque uma das grandes dificuldades dessa “Loucura


Necessária” se instalar é a cobrança daqueles que rodeiam a
mãe! Querem que continue “funcionando como antes”, que
esteja feliz e sorridente, linda e arrumada, quando a mulher
precisa é estar mergulhada nessa experiência!

E a Depressão Pós-Parto?
Para que se instale a doença real, faz-se necessário haver um
desequilíbrio emocional ou psíquico importante anterior ao
parto. Além disso, a experiência de um parto mal cuidado e a
desproteção emocional pós-parto também. No entanto,
somente algumas mulheres desenvolverão a doença
propriamente dita. A maioria supera naturalmente, com o
apoio e o tempo, o desconcerto que pode ser produzido com
sua queda emocional.

Mergulhe nessa loucura, posso garantir, o crescimento é


enorme, nada, mas nada mesmo nesse mundo pode se
comparar a essa experiência que proporciona rever, remoldar,
evoluir, reconstruir a própria identidade!
Calma! Nem tudo no puerpério é dor, é sofrimento, é choro, é angustia...
Lembre-se sempre, esses sentimentos negativos, só existem porque
durante o puerpério, se está passando por um processo profundo de
autoconhecimento e de transformação, onde você se transforma em uma
pessoa que com certeza vai amar muito mais do que a pessoa que era antes.

E o mais legal, você também se transforma PARA uma pessoa, uma pessoinha
que você vai aprender a entender e a amar, um amor que não existe igual,
Vale muito a pena.

Apresento a vocês a Sofia! Ela foi e continua sendo o motivo do puerpério


aqui de casa!

Não passei nem por um décimo do que passou minha esposa, mas tenho
certeza que se lhe for perguntado agora se ela passaria por tudo novamente
para ter essa pequena tocadora de violão ao nosso lado a resposta seria um
Estrondoso “SIM”

“Vamos descobrir o mundo juntos Sofia, quero aprender, com teu pequeno,
grande coração, meu amor!”

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