Homilética 1

Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1de 37

I – Homilética

“Como maçãs de ouro em salva de prata, assim é a palavra dita há seu


tempo”. Pv 25:11
1.Definição O termo homilética deriva do substantivo grego "homilia",
que significa literalmente "associação", "companhia", e do verbo homileo, que
significa "falar", "conversar". O Novo Testamento emprega o substantivo
homilia em 1 Coríntios 15.33 - “... as más conversações corrompem os bons
costumes”. Mas foi a partir do século IV que os pregadores cristãos começaram
a estruturar suas mensagens, seguindo as técnicas da retórica grega e da
oratória romana. Com efeito, porém, desde o primeiro século da Era Cristã, esta
influência estrutural da homilética já começava a ser sentida no Cristianismo.
Não é de se surpreender, portanto, que a maioria dos teólogos cristãos
primitivos compunha-se dos que aceitavam as teorias gregas e romanas, pois
muitos deles eram filósofos neoplatônicos convertidos ao Cristianismo ou
estavam sob a influência dessas idéias (conforme foi o caso de Justino Mártir, de
Clemente de Alexandria, de Orígenes, de Agostinho, de Ambrósio e muitos
outros).
Mas foi no período do Iluminismo, entre os séculos XVII e XVIII, que
algumas disciplinas teológicas receberam nomes gregos, como, dogmática,
apologética e hermenêutica.
O alemão Stier, foi quem propôs Kerictica como nome que é uma
derivação de keryx, qual o significado é “arauto”. Já Sikel sugerio haliêutica,
oriundo de halieos, que significa “pescador”.
O termo "homilética" tornou-se assim universalmente conhecido como
a disciplina teologica que estuda a ciência, a arte e a técnica de analisar,
estruturar e entregar a mensagem do evangelho.
"A homilética é ciência, quando considerada sob o ponto de vista de seus
fundamentos teóricos (históricos, psicológicos e sociais); é arte, quando
considerada em seus aspectos estéticos (a beleza do conteúdo e da forma); e é
técnica, quando considerada pelo modo específico de sua execução ou ensino."
O termo "homilética" tem suas raízes etimológicas em 3 palavras da cultura
grega:
1. Homilos, que significa "multidão", "turma", "assembleia do povo" (cf.
At 18.17);
2. Homilia, que significa "associação", "companhia" (cf. 1 Co 15.33);
3. Homileo, que significa "falar", "conversar" (cf. Lc 24.14s.; At
20.11,24.26).

2. Origem da Homilética

Não podemos falar sobre Homilética, sem antes fazer um fundo histórico
da retórica e oratória.
Desde os tempos mais remotos, quando o homem começou o convívio
social, ouve a necessidade de por nomes as coisas e organizar suas idéias. Ele
vem desenvolvendo os meios de comunicação oral e logo após veio à
necessidade da escrita. No principio utilizavam os pictogramas (figuras
simbólicas), depois vieram os ideogramas (sinais que representam idéias), mais
tarde vieram os hieróglifos (desenhos que representavam sons vocais), e por
fim as letras (sinais que representa sons vocais).

3.A origem da Conversa

A convivência social, que levou o homem a criar palavras e frases levou o


mesmo a reproduzir a conversa, isto é, a troca de idéias. Os gregos a chamavam
de “homilia” já os romanos chamavam de sermonis que significa conversa.

4. A origem do Discurso

Das mesmas necessidades da palavra e da conversa originaram-se o


discurso. Não se sabe a origem exata, mas se tem uma idéia de como surgiu:
justamente quando alguém teve a necessidade de “aumentar a sua voz” para se
comunicar com o grupo, provavelmente a família. Quando um pai tentava
comunicar sua idéia ou quando um comandante militar queria comunicar as
suas ordens falava mais alto, surgindo, assim, o “discurso”.

5. A origem da Retórica

Quando surgiu a democracia na Grécia, os cidadãos se reuniam nas


praças para participarem diretamente das discussões e das liberações públicas
sobre os problemas cotidianos comuns. Não tardou a se perceber, que os
cidadãos falantes, com fluência verbal, aqueles que se expressava mais
adequadamente, sempre ganhavam destaque, alem de conseguir dominar a
situação, influenciando a opinião alheia e saindo vitoriosos em suas teses. Não
era só isso, além de tudo, caíam na graça do povo, sendo admirados por todos e
acabavam por galgar os melhores cargos públicos na sociedade. Não demorou
muito para surgir os grandes mestres como: Demóstenes, Sócrates, Platão,
Aristóteles e outros que se espalharam por todo país.
Mais sem dúvida foi Demóstenes o maior orador grego de extraordinária
eloquência, contemporâneo de Filipe da Macedônia, que através das filípicas,
Orações violentas, atacavam a sua política, denunciando-lhe as intenções de
dominar a Grécia. Demóstenes tornou-se o maior orador grego depois de
vencer uma série de dificuldades físicas, como respiração, dicção, articulação e
postura, além de falar baixo e de ter pouca resistência, não lhe creditavam as
condições mínimas para que pudesse atingir seu objetivo de tornar-se orador.

A determinação

Ao iniciar sua preparação, isolou-se num local onde ninguém pudesse


perturbá-lo para que sua concentração e meditação fossem completas. A sua
dicção foi corrigida com seixos que colocava na boca e com os quais procurava
pronunciar as palavras de forma mais correta possível; discursava na praia
vencendo o barulho das ondas; correr, subindo montanhas íngremes, recitando
trechos de autores gregos para desenvolver o fôlego, etc. Outros maus hábitos,
como o de levantar os ombros quando fava foi também corrigido com disciplina
rígida. O resultado de seus esforços foi gratificante. Ele conseguiu aquilo que
almejava. Assim, a democracia grega não só influenciava o comportamento
político de seu povo, mas passava a influir também na educação, determinando
uma nova filosofia educacional.

Definição

O vocábulo retórico (do Grego, “rhetor”, orador numa assembleia) tem


sido interpretado como a arte de falar bem ou a arte de oratória, isto é, a arte de
usar todos os meios e recursos da linguagem com o objetivo de provocar
determinado efeito nos ouvintes. Os gregos sofistas a dividiam em três grupos:
• Política
• Forense
• Epidíca (demonstrativa)
A retórica teve início no ano de 465 a.C. Dois homens dotados de grande
inteligência e poder verbal começaram a ensinar o povo a se defender, por meio
da palavra bem construída, dos ataques dos tiranos de Siracusa. Tísias e Córax
resolveram escrever o primeiro tratado sobre a arte de falar bem, instruindo as
vítimas usurpadas de suas propriedades e de outros direitos a sustentarem suas
razões nos tribunais da cidade, com firmeza, com destemor, com argumentos
sólidos e técnicas apropriadas. Tíssias tornou-se discípulo mais famoso de
Córax.
Quando Córax lhe cobrou as aulas ministradas, Tíssias recusou a pagar,
alegando que, se fora bem instruído pelo mestre, estava apto a convencê-lo de
não cobrar, e, se este não ficasse convencido, era porque o discípulo ainda não
estava devidamente preparado, fato que desobrigava de qualquer pagamento.
O resultado é que Tíssias ganhou a questão.

REGRAS DO DISCURSO CRIADAS POR CÓRAX

Córax formulou uma série de regras para dividi o discurso em cinco


partes:
• Proêmio (prólogo)
• Narração
• Argumento
• Observações adicionais
• Peroração (epílogo)
A regra estabelecida por Córax tinha como objetivo proteger o povo dos
tiranos que utilizavam da oratória para tirarem proveito próprio. Por isso que a
palavra “demagogo” significa “guia do povo” ou “líder popular”, logo passou a
significar, pejorativamente, aquele que ilude que engana o povo, que trapaceia
com o povo. Sócrates se opôs a retórica dos sofistas por causa do utilitarismo
deles e de sua falta de ética, mas reconheceu que ela poderia se revestir de
significado. Aos poucos a nova arte foi ganhando brilho e graça fazendo parte
da formação cultural dos jovens da época. Alastrou-se pelo mundo e ganhou
foros de sacralidade nos tempos de ouro da cultura grega, com Demóstenes,
Péricles e Sócrates, quando mais uma vez foi usada para a pregação do que
existe de grandioso no espírito humano.
6. A origem da Oratórica

A origem da oratória está fortemente associada às causas nobres, como a


construção do império do direito contra a violência das armas, a afirmação da
dignidade humana, a construção do bom governo, a busca do bem, do belo e do
justo.
Obs. A retórica inventada pelos gregos chegou ao mundo romano com o
nome de oratória e para o campo religioso com o nome de homilética. Mas 9 a
partir do século IV a.C, retórica e oratória tornaram-se sinônimos para o
discurso profano e homilética para o campo sacro.

7. A Homilética antes da Homilética

A homilética cristã é historicamente herdeira da tríplice hierarquia


judaica: rei — sacerdote — profeta.
Pode-se dizer dos Sacerdotes que estes praticavam uma homilética da
celebração do cotidiano. O sermão sacerdotal atua, em geral, como
recapitulação da memória fundante de Israel e convocação à prática dos
preceitos dados por Deus e registrados nos escritos sagrados — Torá (Lei), dos
Nebiim (Profetas) e dos Ketubim (Escritos).
Quanto aos Reis-pregadores, tratava-se de uma homilética da sabedoria
familiar. Na Bíblia Hebraica, constata-se a responsabilidade homilética de
chefes de família, de clãs e de reis. O papel de pregador não se restringia aos
reis. Também era responsabilidade dos “anciãos de Israel”, isto é, dos chefes de
família, explicar para os seus familiares e agregados o sentido das festas e das
cerimônias religiosas que, como povo, celebrava anualmente. Por essa prática
homilética as tradições e a cultura religiosa eram transmitidas de geração a
geração.
Quanto aos Profetas, sua homilética é a da contestação e da esperança. A
homilética profética judaica se manifestava de duas maneiras: no anúncio das
promessas divinas e nas denúncias de eventuais desvirtuamentos em 10 relação
à vontade divina. Deve-se acrescentar, a respeito dos profetas, que sua pregação
não se restringia ao discurso oral. Muito de sua pregação se efetivava por meio
de atos simbólicos, do gestual, do vestuário (ou ausência dele) e do seu próprio
estilo de vida. Os profetas se comunicavam verbalmente (alguns chegavam a
gritar, cf. Is 40.6), alguns poucos escreviam suas mensagens, mas, “falado ou
escrito, o seu discurso, feito de palavras e de frases, se desdobrava em outra
linguagem, a dos sinais, dos gestos”. Portanto “a palavra dos profetas era
também ‘gestual’; as suas proclamações oratórias eram pontilhadas de atos
significativos rasgando mantos (1 Rs 11.30 – 32), brandindo chifres de ferro (1 Rs
20.35 – 43), casando com prostitutas (Oséias), dando nomes-mensagens aos
filhos (Is 7.3; 8.3; 7.14; 8.3s), andando nus e descalços (Is 20), lavando cintos no
Eufrates (Jr 13.1 – 11), quebrando jarros (Is 19), carregando cangas no pescoço (Jr
27), trancandose em casa, mudos e atados (Ez 3.24 – 64), cortando fios da barba
e do cabelo (Ez 5.1 – 3), comendo alimento de miséria (Ez 12.17 – 20), para
citarmos uns poucos exemplos.
Da profecia bíblica, a práxis homilética herdou a solidariedade para com
o povo oprimido e o engajamento no serviço de uma Palavra que transcende o
orador o discurso verbal, chegando mesmo a expressar-se espetacularmente por
meio de atos simbólicos significativos, com vistas à transformação da realidade.

8. A Homilética Cristã

A análise da práxis homilética de Jesus, dos apóstolos e dos primeiros


líderes cristãos, ajudará na compreensão do conceito de pregação cristã.

Jesus: uma homilética da (con)vivência.

Conforme relato das comunidades dos evangelistas Lucas e Marcos,


principalmente, o próprio Jesus teria afirmado que sua missão consistia numa
tarefa homilética (ver Lc 4.18 – 19 e Mc 1.38 – 39). Em síntese, Jesus era um
pregador itinerante.
Pelos registros evangélicos, nota-se que Jesus pregava com simplicidade
sobre uma grande variedade de temas e que conquistava a simpatia dos seus
interlocutores. Nas páginas dos evangelhos, Jesus é sempre encontrado
pregando: quer sejam pregações formais nas sinagogas; pregações ocasionais
nas praias, pelos caminhos, sobre as montanhas e vales; ou pregações
individualizadas dirigidas a pessoas com quem se encontrava nas casas, nas
praças, alhures e algures.
Note-se o uso que Jesus fazia da linguagem imagética, do raciocínio
analógico, das figuras de linguagem, particularmente as metáforas, da
cenografia, das possibilidades acústicas, da linguagem corporal, etc. A maneira
como seus discursos surpreendem, despertam o interesse, apresentam o
contraponto ideológico e rendem o auditório são dignos de nota.
A interpretação mais notável que os evangelhos fazem do estilo
homilético de Jesus é o registro do Sermão da Montanha (Mt 5). A homilética de
Jesus não seria tão notável, entretanto, se estivesse restrita somente ao nível do
discurso. A força persuasiva da sua pregação é reforçada por seu modo de vida.
A novidade da homilética de Jesus está, portanto, na sua práxis, isto é, na
maneira como ele combina palavra e ação: é, portanto, uma homilética da
vivência e da convivência.

Pedro: uma homilética da emoção e da persistência.

O sermão de Pedro, no dia de Pentecostes (At 2.14 – 36), se caracteriza


pela ausência do elemento subjetivo; pelo mérito conferido à obra do Espírito
Santo; pelo apelo à história e à profecia, como base da fé; pela citação
abundante das Escrituras; pela proclamação direta do evangelho (culpabilidade
humana e salvação mediante a morte e ressurreição, ascensão e glorificação de
Jesus). Pedro evoca os escritos proféticos para fundamentar sua prédica. A
seguir, interpreta a palavra profética a partir da vida e dos ensinamentos de
Jesus. Mais do que re-interpretar o texto sagrado, o próprio Jesus é apresentado
como o Messias a respeito de quem os textos sagrados se referem.
A pregação nos primeiros séculos: uma homilética familiar e
eloquente.
Ao longo de três séculos, a pregação teria apresentado distinto
progresso. O caráter menos técnico de pregações como as de Pedro, deu lugar a
uma forma mais sistematizada de discurso; o ensino, que era principalmente
expositivo, tornou-se lógico e claramente demarcado; a homilia, que tinha
caráter informal, foi substituída pelo sermão, muito mais formal; os argumentos
até então simples e suficientes, baseados unicamente nas Escrituras, agora
carecem da complementação da opinião humana por causa do aumento da
erudição do público; a essa influência intelectual acrescente-se o efeito da
cultura retórica. Nesse período, a prédica se caracterizou definitivamente como
parte integrante da expressão litúrgica das comunidades cristãs.
Cultura geral, conhecimento dos textos bíblicos e de autores clássicos,
conhecimento dos princípios da gramática e da retórica, bem como da exegese
bíblica (com os limites da época, naturalmente, pois a noção de exegese era
diferente do que a modernidade consagrou por meio do método histórico-
crítico), traduzidas num discurso acessível e apaixonadas, proferidas no
contexto celebrativo da comunidade cristã, fizeram de pregadores como
Jerônimo, Ambrósio e Agostinho, referência homilética para as futuras gerações
de pregadores cristãos.

9. A homilética medieval

A pregação na Idade Média: uma homilética mendicante


O período de nove séculos que formam a Idade Média, que vai desde a
queda do Império Romano (séc. V), até o nascimento do mundo moderno (séc.
XV), é marcado pela propagação do cristianismo por toda a Europa. Nele se dá
a transição do fim da Patrística e o começo da Escolástica. A Idade Média foi
marcada por um tipo de racionalidade muito peculiar, por um lado, e por uma
mística inusitada, por outro. A homilia — como discurso familiar, simples e
íntimo — foi substituído pelo discurso tópico (temático), bem ao gosto dos
melhores pregadores gregos, e nos moldes da filosofia escolástica.
Em contrapartida na Escolástica, dissemina-se uma mística que contagia
o povo e alarma a hierarquia, que ficou conhecida como movimento das ordens
mendicantes. Dentre seus maiores expoentes está Francisco de Assis (1182 – 
1226). Francisco de Assis preferia pregar a céu aberto para as multidões que se
ajuntavam ao seu redor, em lugar de fazê-lo nas igrejas, mesmo aquelas que se
ofereciam para acolhê-lo. Sua pregação se distanciava do intelectualismo e do
dogmatismo rígidos do seu tempo e procurava apresentar Cristo “de todo o seu
coração”, convidando seus ouvintes para seguirem a Cristo como ele mesmo o
fazia. Essa postura não o protegia das superstições que grassavam nas camadas
populares, a despeito da ortodoxia do alto clero.
Tais eram os pregadores místicos: faziam votos de pobreza e de
castidade, entusiásticos e dedicavam-se à pregação em linguagem própria da
região (enquanto o alto clero preferia o latim), e frequentemente buscavam
inspiração na natureza e apelavam para o exemplo de Jesus, enfatizando sua
humildade e pobreza. “Se os Escolásticos eram luz sem coração, os Místicos
eram coração sem luz”.
10. A homilética reformada

A pregação na Reforma: uma homilética professoral


Para Whilhelm Pauck, “nada é mais característico do Protestantismo do
que a importância que ele dá à pregação”. Muito embora a prédica sempre
tenha sido importante na história do cristianismo, ela nunca teve papel tão
central como no período da Reforma Protestante do século XVI.
Para os reformadores, particularmente Martinho Lutero (1483 – 1546) e
João Calvino (1509 – 1564), a Igreja se encontra onde a Palavra de Deus é
corretamente pregada e ouvida e os sacramentos são corretamente
administrados e recebidos.
Assim, surge uma nova concepção do termo “ministro”, este é, agora, o
minister verbi divini (servo da Palavra de Deus). Os reformadores se referiam
costumeiramente ao “ministro” ordenado como “pastor”, mas mais
frequentemente como “pregador” (Prediger ou Praedikant). O povo em geral,
se referia aos ministros como “pregadores”.
No tempo de Lutero, era prática comum pregar-se um livro da Bíblia
todo, domingo após domingo. Segundas e terças-feiras pregava-se sobre uma
parte do catecismo, do decálogo, do credo, da oração do Senhor ou sobre os
sacramentos. O sermão de quarta-feira centrava-se no evangelho de Mateus e
nas quintas e sextas, expunham-se as epístolas. O evangelho de João oferecia a
base para o sermão dos ofícios realizados aos sábados.
Os reformadores se viram às voltas com a ignorância do povo em geral e
do clero em particular. Para enfrentar esse desafio, foram tomadas providências
para que o púlpito se convertesse em um meio de instrução. A ênfase da
homilética reformada não era, portanto, convercionista, nem pretendia
provocar emoções ou sentimentos, mas inspirava discursos cada vez mais
catequéticos e doutrinários. O tom da tarefa do ministro clérigo tornase
predominantemente didático, mesmo a administração dos sacramentos é
acompanhada por algum tipo de instrução.
Uma possível síntese da doutrina da prédica reformada pode assim ser
expressa, no entendimento de Michael Rose como:
(1) a primazia da palavra oral em relação aos outros meios de graça;
(2) a Palavra de Deus deve consolar e libertar a consciência moral do ser
humano por meio da prédica evangélica;
(3) somente a Cristo se deve pregar (solus Christus praedicandus);
(4) a pregação da Palavra se destina ao indivíduo;
(5) integração ou nexo entre pregação, culto e espaço público; e
(6) troca do meio de pregação mais acentuadamente visual para uma
comunicação mais acentuadamente auditiva, linguística.
11. A Homilética na pós-Reforma
A pregação no pós Reforma: uma homilética apologética e iluminada
Após a ruptura eclesiástica resultante da excomunhão de Martinho
Lutero do quadro sacerdotal da igreja romana, a igreja cristã ocidental
enfrentou os séculos subsequentes dividida e dividindo-se.
A homilética nos séculos da pós-Reforma (XVII e XVIII) é marcada pelo
Movimento Tridentino (Contra-Reforma), o Pietismo (movimento de
afervoramento religioso na igreja luterana no século XVII, iniciado na
Alemanha por Spener) e o Iluminismo.
A retomada da ortodoxia romana, pelo movimento da Contra-Reforma,
promoveu, em contrapartida, a reafirmação da ortodoxia reformada. Nesse
período a prédica ocupava-se da reafirmação e da instrução da reta doutrina,
em contraposição a “outros conteúdos doutrinais, principalmente os católicos”,
o que significa dizer que “a edificação ou a nutrição da fé não tinham um papel
tão decisivo”. Trata-se, portanto de uma pregação apologética marcada por
disputas teológicas e controvérsias doutrinárias, tanto por parte da igreja
romana como das protestantes — uma enfática guerra de ortodoxias.
Outro movimento que influenciou a práxis homilética a partir do século
XVIII foi o avivamento religioso inglês. Na primeira metade do século XVIII,
teve início um movimento liderado George Whitefield (1714 – 1770) e por John
Wesley (1703 – 1791) e que pretendia “reformar a nação e, em particular, a
igreja; para espalhar a santidade bíblica sobre toda a terra”.
Desprestigiada pela igreja oficial, a prática homilética desse
movimento se notabilizou pela realocação dos púlpitos para as praças e
outros lugares públicos fora das fronteiras eclesiásticas.
Também o auditório seleto dos templos foi substituído pela massa
excluída pela igreja oficial. A pregação passou a ser dirigida aos pobres, aos
trabalhadores das minas, aos escravos, aos prisioneiros, aos desempregados, e à
multidão que vagava pelas ruas em busca de esperança e do pão cotidiano.

12. A homilética moderna


A pregação no tempo das missões: uma homilética conversionista e
estrangeira

Os séculos XIX e XX ficaram marcados, pelo menos nas igrejas


protestantes, pela obra missionária estrangeira mundial. Tanto o movimento
missionário como o filantrópico do princípio do século XIX foram resultado do
avivamento evangélico deflagrado pela geração de John Wesley.
Não obstante os prejuízos e preconceitos culturais, políticos e
econômicos, decorrentes das missões estrangeiras, ouve interessantes atuações
de missionários que, de alguma forma, se converteram aos que pretendia
converter, e passaram a lutar ao seu lado para preservar-lhes a dignidade, como
foi o caso de David Livingstone (1813 – 1873).
De todas as formas, o evangelho chegava às regiões mais distantes do
globo, pregado por missionários que, além da Bíblia, traziam consigo toda uma
bagagem cultural e ideológica que se confundia com o próprio Evangelho. O
resultado foi uma ação missionária imperialista, cuja ênfase conversionista
impunha a ideologia dos pregadores. Muitos faziam isso convicto de que sua
cultura de origem havia sido levantada por Deus para dominar o mundo,
outros, por sua vez, sequer tinham consciência de que o evangelho que
pregavam tinha muito mais do que sotaque estrangeiro.
A pregação no tempo das revoluções: uma homilética das libertações,
dos carismas e das mídias
As transformações iniciadas no século XVIII se intensificaram de tal
forma nos séculos XIX e XX que Hobsbawn passou a designar esse período
como à “era das revoluções”: políticas, economia, culturas, tecnologias, entre
outras. Dentre esses acontecimentos, como observou Manuel Castells, destaca-
se, no final do século XX, o processo de globalização, que promove a
interdependência econômica global; o colapso do estadismo soviético, que
alterou significativamente a geopolítica global; mas, principalmente, a
“revolução tecnológica concentrada nas tecnologias da informação”, que está
“remodelando a base material da sociedade”.
A prática homilética experimentada nesse período não ficou indiferente e
engajou-se igualmente colocando seu produto, isto é, suas prédicas, a serviço
das revoluções ou das contra-revoluções. Desse período, merecem serem
destacadas, além da tradicional, as propostas Homilética dos setores
progressistas da igreja, além das propostas dos movimentos carismático-
pentecostais e, mais recentemente, dos neopentecostais com suas incursões pela
mídia. Podemos, assim, distinguir didaticamente uma homilética das
libertações, uma homilética dos carismas e uma homilética das mídias.

1. Homilética contemporânea

Após esta breve revisão histórica, conclui-se que não poderia haver uma
definição única para a homilética, porque não há de fato uma só homilética. O
que se tem são homiléticas. Em cada época, o discurso religioso procurou
cumprir seu papel da maneira que julgava ser a mais adequada, influenciando e
sendo influenciado por seu tempo. Naturalmente, as gerações homiléticas
sucessoras ora se sentiam herdeiras das anteriores, ora as rejeitavam como
filhas rebeldes. Mas de uma forma ou de outra, não puderam se livrar
completamente de suas influências e de suas raízes.
A práxis homilética é essencialmente dependente de seu contexto
histórico-temporal. Por isso, o pregador, ou o teólogo, “deve percorrer um
duplo caminho: o do pensamento ascendente e o do pensamento descendente” 
— este serviço, o pregador o faz mediante o que ele chamou de, “anúncio de um
acontecimento por vir e anúncio do que está acontecendo”.
Karl Barth teria sido o primeiro a se referir às três formas da Palavra de
Deus: pregada (ou proclamada), escrita e revelada. Na analogia trinitária de
Barth, cada forma da Palavra se relaciona com uma das pessoas da Trindade:
Deus, o Pai Criador com a Palavra revelada, Deus, o Filho Reconciliador com a
Palavra escrita e o Espírito Santo Redentor com a Palavra proclamada — esses
três, no entanto, são uma única e só Palavra de Deus. Portanto, Karl Barth eleva
a prédica à categoria de Palavra de Deus, no mesmo nível da Palavra escrita e
da Palavra revelada.
Um novo elemento é acrescentado por Dietrich Ritschl, para quem o que
há de especial com a prédica é que esta “oferece o que o mundo não pode
oferecer”, na medida em que “cada sermão deve expressar a vontade graciosa
de Deus em Cristo Jesus para estar em solidariedade com os pecadores”. A
novidade do pensamento de Ritschl está na compreensão de que “nós [os
pregadores] não convertemos os outros, mas temos que nos converter aos
outros”. Nesse sentido, a homilética, em lugar de se ocupar da oratória, deveria
se ocupar de um tipo de escutatória, para que a prédica possa ser transformada
pela cumplicidade com a experiência (o “pecado”) da comunidade para a qual é
pregada.
Note-se que, de uma forma ou de outra, no acontecimento homilético,
está sempre presente a relação entre o pregador, a revelação e a vida das
pessoas no seu contexto cultural e cotidiano. Para a conceituação da homilética,
portanto, é preciso considerá-la em relação ao seu tempo e lugar.
Para concluir, pode-se dizer, então, que a homilética é o exercício que
cada omeleta faz na tentativa de comunicar e atualizar a Palavra de Deus para o
seu tempo e a sua gente, convertendo-se à Palavra, ao seu tempo e à sua gente,
permanentemente.

II – A PREGAÇÃO
• Pregação é a exposição simplificada do plano da salvação de Deus para
o homem.
• É o correto manuseio da verdade sagrada com o objetivo de cortar
retamente a escritura.
• A transmissão oral da verdade com o objetivo de persuadir.
• A pregação é a manifestação do Verbo encarnado, a partir do verbo
escrito, por meio do verbo falado.
• Pregação é a comunicação ou transmissão oral da divina verdade com
o fim de persuadir as pessoas, alvo de nossa mensagem. Pregar sem a graça e a
unção é desperdiçar tempo e oportunidade, talento e cultura. Homilética sem a
unção do Espírito Santo é palha seca, comida sem sal e sem tempero, é como
carro sem gasolina.

1. Elementos da Pregação
1.1. O Assunto
Tomando o assunto o pregador precisa conhecer bem o que está falando,
sem o domínio do assunto não inspirará confiança nos seus ouvintes. A
confiança ajuda e facilita a aceitação dos argumentos do pregador, por isso todo
pregador necessita ser estudioso e bom pesquisador.
O pregador sem convicção (só com a técnica homilética) é como um
falsário, um verdadeiro vigarista da palavra, que usa a mentira (em ilustrações
de atos que nunca aconteceram) como força persuasiva.

“Quando um homem não sabe a que porto quer chegar, nenhum vento
é o vento certo”. Sêneca

1.2. As Palavras
O pregador precisa ser amigo da gramática e de um bom dicionário a fim
de conhecer o significado das palavras na oração, a ortografia e as pessoas da
oração.
Segundo a oratoria a prorpiedade das palavras consiste no conhecimento
exato de sua forma ( morfologia oral e escrita), origem (etimologia), significado
atual ( semântica ou semiologia) e significado contextual (sintaxe).
A diferença entre quem ensina e quem prega está em que o professor
convence pela lógica, pela verdade em si. O pregador necessita envolver seus
ouvintes numa atmosfera emocional, que facilita uma sábia decisão por Cristo
pelo despertar da imaginação e dos sentidos. O pregador precisa vibrar de
emoção com a mensagem que prega vivenciar a palavra que anuncia no poder
do Espírito Santo.

“Seja sua fala, melhor do que o silêncio ou então fique calado.”


Dionísio

1.3. O Texto
Modernamente texto é versículo, frase, o capítulo, ou apenas uma
palavra que o pregador toma por tema para o sermão. Todas as pregações
devem originar-se da leitura ou citação de texto da Bíblia pelos seguintes
motivos:
• A mensagem sem respaldo bíblico é como um trem sem trilhos porque
“um texto sem contexto pode ser mero pretexto”. O pregador deve ter
sabedoria ao escolher o seu texto bíblico e saber utilizá-lo.
• O pensamento de um pregador deve ser bem ordenado, para que a
mensagem seja simples, mas eficaz.
• Procurar não gritar é bem sugestivo, pois o grito demonstra aos
ouvintes falta de argumentos.

III – O PREGADOR

“O Deus Todo-Poderoso tinha apenas um filho e este se tornou


pregador”. Anônimo

O pregador precisa antes de falar de Deus aos homens, falar dos homens
a Deus. Ele precisa ter uma vida libada de oração. A aparência do pregador
deve ser alegre, simpática, inspirada, agindo favoravelmente nos seus ouvintes,
pois essa é à hora de falar, e os ouvintes esperam uma palavra ungida que
toque os seus corações e almas. Faz-se necessário que o pregador tenha um bom
conhecimento da homilética, e ser cheio da graça de Deus. É claro que o
conceito público sobre as qualidades de um pregador é muito relativo, pois
depende muito da capacidade de julgamento do ouvinte. Poucos sabem
distinguir um sermão de uma arenga e a grande maioria prefere palha a
alimento. Para certas camadas sociais, o pregador é ótimo se ele apela para as
emoções, se impressiona pelos chavões, pelas frases de efeito, pelos gestos
dramáticos, embora vazios de conteúdo. Infelizmente, foi na retórica que a
palavra “demagogo” adquiriu o sentido pejorativo de enganador do povo. A
homilética não está imune também a demagogia.

1. Requisitos Pessoais
a) Antes de tudo deve-se conhecer a Cristo pessoalmente em experiência
e filiação;
b) Amar o conhecimento: conhecimento com humildade, sinceridade e
devoção.
c) Piedade: é necessário que o pregador viva em íntima comunhão com
Deus e se dedique ao estudo da Palavra de Deus – “exercita-te na piedade“ (I
Tm 6.3,4); 26
d) Dons Naturais: Raciocínio claro, rápido, vigoroso e lógico; imaginação
fecunda e criadora; voz cheia e harmoniosa; sentimentos profundos; expressão
entusiástica e enérgica;
e) Cultura: o pregador deve ter uma boa e sólida cultura geral tanto
bíblica como secular;
f) Habilidade: consiste este requisito no processo de colecionar, escolher e
dispor o material da pregação. Este processo é o segredo da arte de pregar e,
como todas as artes, esta exige um grande e demorado esforço.

"Pregue o evangelho em todo o tempo. Se necessário use palavras". Francisco


de Assis

2. Características do Pregador
No escopo espiritual:
a) Precisa ser regenerado (João 3.3);
b) Precisa possuir uma chamada divina (CI 4.17; II Tm 4.5);
c) Precisa sempre se manter aprovado por Deus (II Tm 2.15), pela Igreja,
pelo Pastor e pelo Ministério.

No lar:
a) Ser Moderado
b) Ser compreensível
c) Ser responsável
d) Ser o exemplo
e) Ser carinhoso

Na sociedade:
a) Ter um bom testemunho
b) Não ser ignorante
c) Ter um espírito ajudado
d) Ser uma luz
e) Ser cortês (em palavras e maneiras)

Na igreja:
a) Irrepreensível
b) Observador
c) Apresentável
d) Humilde
e) Sincero

No escopo ministerial (em relação ao pastor):


a) Ser compreensivo
b) Ser obediente
c) Ser consciente da sua posição
d) Orar pelo pastor
Em relação ao Ministério:
a) Cultivar amizades
b) Não fazer acepção de pessoas
c) Demonstrar sempre a verdadeira humildade
d) Ajudar os companheiros
e) Interceder a Deus pelo Ministério

No escopo individual (em relação a Deus):


a) Manter uma vida de oração
b) Manter uma vida de renúncia
c) Não se exaltar
d) Sempre dar glória a Deus
e) Ser um porta-voz da vontade de Deus

Em relação à Bíblia:
a) Deve conhecer a Bíblia
b) Deve examinar a Bíblia
c) Deve crer na Bíblia
d) Deve usar a Bíblia
e) Deve ser fiel à Bíblia

Em relação ao preparo:
a) Deve estar sempre pronto para o arrebatamento
b) Deve aprimorar os seus conhecimentos gerais e bíblicos
c) Deve ser submisso ao Espírito Santo
d) Deve ser equilibrado
e) Deve ser despir de preconceitos teológicos

Perfil psicológico:
O pregador tem que ser uma pessoa equilibrada mental e
emocionalmente. Ele vai revelar por suas palavras esse equilíbrio. A psicologia
da linguagem ensina-nos que as palavras não são portadoras apenas de idéias,
mas de emoções, de temperamentos que revelam motivações até inconscientes.
As ideias acompanhadas de emoções (alegria, tristeza, ira, amor, coragem,
medo, otimismo, frustração, realização, derrota, vitória, etc.) revelam o
temperamento (agressivo, submisso, introvertido, extrovertido, etc.) e as
motivações (conscientes ou inconscientes). Há pregadores que transmitem mais
a sua personalidade quando pregam, do que ideias. Por isso para os assistentes
esclarecidos, o púlpito se transforma, às vezes, mais num divã de psicanálise
(onde o pregador oferece abundantes dados de sua personalidade doentia) do
que numa fonte de orientação sadia (onde o pregador oferece a luz, a
espiritualidade e a inspiração de Deus). Há pregadores que falam mais de si do
que das verdades de Deus que os ouvintes foram buscar.

3. A Postura, O Corpo e a Roupa


A postura do pregador é de suma importância diante do auditório. Esta
postura deve ser cultivada, a fim de que, elegante e educadamente, tenha o
pregador uma postura natural, livre de hábitos prejudiciais.
O corpo deve estar naturalmente ereto e todos os movimentos devem ser
conscientes; colocar as mãos nos quadris, cruzar os braços, por às mãos no bolso
é deselegância. Os gestos das mãos e dos dedos devem ser naturais,
disciplinados.
A roupa do pregador deve dignificar sua posição de Ministro da Palavra de
Deus. Devem-se usar roupas decentes, roupas que demonstrem zelo, asseio e
ordem. O pregador deve zelar por toda a aparência: as unhas, a gravata, etc.

4. A Voz
VOZ – DICÇÃO – VOCABULÁRIO
A voz é um dos cartões de visita. Ela é muito importante e vai fazer com
que o auditório aceite o discurso. Para que o pregador obtenha sucesso com a
sua voz, é preciso primeiro conhecê-la. O modo como você começa as frases,
forma vogais, faz pausa, tudo isso é muito importante para um bom
desempenho da pregação. O exercício mais importante é a leitura em voz alta.
Leia para você mesmo. Mas quais são os elementos que o pregador deve
trabalhar na voz para melhorar a dicção?
Existem alguns fatores que podem ser analisados separadamente:
a)Volume: este elemento está associado à modulação do discurso. Caso
sua apresentação dure mais de 3 minutos é necessário modular o volume vocal
(falar mais alto e mais baixo, mais depressa e mais devagar). Em pequenos
intervalos, de 45 segundos a 1 minuto e meio, fale mais baixo e mais
lentamente. Lembre-se, porém, que sempre a sua voz deve ser ouvida por todo
o auditório. Após este intervalo, volte ao seu ritmo normal de forma brusca e
energética. Isto vai tornar suas apresentações mais atraentes. Tome cuidado
com a implementação desta técnica, ela requer muito treino para que você
obtenha êxito. Porém, ao falar mais alto, a sua voz tende a sair mais fina e
desarmoniosa, exigindo bastante cuidado.
b) Andamento e Ritmo : este elemento está associado a quão
rapidamente você articula as palavras e sons, ou seja, sua dicção. Para melhorar
bastante neste fator, recomendamos que todos os “trava-línguas” que seguem
adiante sejam treinados e lidos com fluência. Na realização destes exercícios
sugerimos que cada quebra-língua seja lido 3 vezes seguidas, rapidamente, em
voz alta, sem titubear (pare para respirar quando for necessário). O segredo
reside em começar a pronunciar fonemas no lugar de palavras.
Dos requisitos indispensáveis para o sucesso da pregação, “a voz“ é o
principal. Sendo assim, o pregador deve cultivar o uso correto da sua voz.

EXERCÍCIO
1)Brito britou brincos de brilhantes, brincando de britador.
2)Um pé de gabiroba “bem gabirobadinho”, quem bem o
desengabirobar, bom desengabirobador será.
3) Tagarelarei / Tagarelarás / Tagarelará / Tagarelaremos
/Tagarelareis / Tagarelarão.
4)Céu está enladrilhado; quem o desenladrilhará? Quem o
desenladrilhar, bom desenladrilhador será.
5)Grude da gruta gruda a grua de gringa que grita e, gritando,grimpa a
grade da garota grandiosa.
6)Quando lhe fala da falha, falha-lhe a fala.
7) Luíza lustrava o lustre listrado; o lustre lustrado luzia.
8) Franqueia-se o frango frito frio, frigorificado à francesa, no frigorífico
do frade;
9)Arcebispo de Constantinopla será
desarcebispoconstantinopolizado; quem o
desarcebispoconstantinopolizará?
Quem o desarcebispoconstantinopolizar, bom
desarcebispoconstantinopolizador será.

IV – O SERMÃO
1.A Estrutura do Sermão
a) Deve ser breve
b)Deve ser apropriado
c) Deve ser interessante
d)Deve ser simples

2.O Movimento do Sermão


a) Deve possuir uma ordem própria nas divisões
b)O cuidado de transição de um pensamento para outro
c) As divisões devem ser pertinentes com as necessidades presentes
d)As divisões devem eliminar toda digressão desnecessária

3. A Peroração do Sermão
a) A recapitulação
b) Narração
c) Persuasão
d) Convite/Apelo

4.Como Fazer um Sermão


4.1. Construção
a) O pregador decide com que idéia vai começar
b)O pregador decide com idéia deve findar
c) O pregador dever estudar os pontos intermediários
d)O sermão precisa ter uniformidade
e)O sermão precisa ter simetria
f) O sermão precisa ter transição

4.2. A Escolha do Texto


a) Devemos evitar a escolha de passagens da Bíblia que contenham
palavras de homens ímpios ou de Satanás;
b)Devemos evitar a escolha de textos de linguagem pomposa;
c) Devemos escolher textos com linguagem clara;
d)Devemos evitar textos extravagantes, isto é, passagens que despertam
repugnância física ou mortal, ou que provoquem gracejos ou hilaridade, e ainda
que descrevam cenas de vida sexual íntima;
e) Escolha textos que tenham objetividade para a congregação, passagens
que tragam lição, estímulo, solução aos problemas do povo.

4.3. Ordem Numérica dos Sermões


a) Os pontos principais são indicados, por algarismos romanos. Ex. I, II,
III, IV, V, etc.
b)Os subpontos são indicados pelos algarismos arábicos. Ex: 1, 2, 3, 4, 5,
etc.
c) Os pontos dos subpontos são indicados por letras minúsculas, como: a,
b, c, d, etc.
d)À ordem do esboço deverá se processar conforme a ilustração abaixo:
Tema (Deve ser centrado)
Texto (deve ser alinhado à esquerda)
Introdução

I. (Primeiro ponto principal)


1. subponto
a. ponto de subponto
2. subponto
3. subponto

II. (Segundo ponto principal)


1. subponto
2. subponto
a. ponto do subponto
b. ponto do subponto
3. subponto

III. (Terceiro ponto principal)


1. subponto
2. subponto
Conclusão. (Deve ser escrita de forma breve e clara)

4.4. Pontos a Serem Observados


a) O propósito do sermão é alcançar um objetivo. Os argumentos do
sermão não devem ser extensos, ou prolixos;
b)O pregador não deve cansar o auditório, mas mantê-lo interessado e
atento durante todo o sermão.

5. Os Temas dos Sermões


a) Fugir de temas triviais (vulgar) e frívolos (fútil ou leviano)
b)Escolher temas de fácil comunicação
c) Definir-se por temas que produzem benções
d)Escolher temas apropriados à época, lugar e ocasião e) Escolher temas
fáceis de serem desenvolvidos.

5.1. Tipos de Temas


a) Tema em forma de pergunta
b)Tema em forma de uma palavra ou uma frase
c) Tema em forma de uma declaração
d)O tema histórico
e) Tema imperativo

5.2. Classificação dos Assuntos


a)Doutrinários: Estes são os temas que abordam doutrinas, tais como:
dízimo, justificação, arrependimento, fé, regeneração, providência divina, obra
do Espírito Santo, santificação, graça, etc. As pregações desta qualidade são
sempre didáticas porque ensinam a doutrina. Ainda há os temas polêmicos ou
apologéticos, quem têm por fim a defesa da doutrina e dos princípios
evangélicos ou cristãos;
b)Morais: Estes estão relacionados com a conduta, as virtudes e a vida
cristã. O objetivo das pregações morais deve ser o de convencer o povo a
praticar os ensinamentos e os princípios do Evangelho de Cristo;
c)Históricos: As pregações dentro deste assunto oferecem excelentes
lições da vida humana nas suas relações com Deus e com a sociedade, pois há
uma estreita relação entre a história bíblica e a história profana;
d)Biógrafos: Abraão, Isaque, Jacó, José, Moisés, Davi, Daniel, Paulo e
tantos outros nos sugerem magníficas pregações, cheias de lições espirituais e
morais;
e)Experimental: A experiência dos antigos crentes nos serve de lições
magníficas, tanto nos erros, como nos acertos;
f) Ocasionais: São as pregações cujos temas variam de acordo com as
circunstâncias ou evento.
Podemos definir alguns, como:
Espécies de Sermão
❖Sermão textual (o texto)
❖Sermão expositivo (a porção)
❖Sermão temático (a passagem)
❖Sermão ilativo (uma inferência)
❖Sermão extemporâneo (palavra)
❖Sermão para ocasiões especiais (uma frase)

6. As três formas principais de Sermão


Tradicionalmente, as obras homiléticas diferenciam três tipos de sermão:
o sermão temático (também chamado de sermão de tópico), cujos argumentos
resultam do tema, independentemente do texto; o sermão textual, cujos
argumentos principais são tirados do texto bíblico; e o sermão expositivo, cujos
argumentos giram em torno da exposição exegética completa do trecho bíblico
em pauta.
Atualmente, esta classificação está sendo questionada por ser artificial,
confusa, inútil, teórica e restritiva, pois qualquer mensagem bíblica é: temática,
por ter um tema principal; textual, porque se baseia em um ou alguns textos
bíblicos; e também expositiva, visto que expõe as ideias da Palavra de Deus.
"Cada sermão, pelo seu texto, pelo seu tema, pela sua tese e pela sua
argumentação, torna-se uma peça original, única, específica, que não comporta
classificação genérica em particular. É verdadeira perda de tempo o que se tem
feito nesse sentido".
Reconhecemos que existem várias maneiras de se classificarem os
sermões. Poderíamos agrupar as mensagens conforme seu conteúdo ou assunto
principal, sua estrutura, seu método psicológico (indutivo, expositivo) ou ainda
sua categoria eclesiástica (evangelísticas, exortativas, doutrinárias, de
avivamento, devocionais, inspirativas, consoladoras, nupciais, natalícias,
cívicas, fúnebres, festivas etc.).

7. As partes que compõem um Sermão


7.1. Os elementos gerais do Sermão
Os elementos gerais (ou funcionais) que compõem o sermão, conforme a
divisão correta é:
- Título
- Tema
- Texto
- Introdução
a) Exórdio
b)Introdução central
c) Intróito
- O corpo do sermão - divisões, subdivisões e transições
- Aplicação do Sermão
- A conclusão do Sermão

7.2. As diretrizes básicas da enunciação


Alguém poderá então perguntar: Por que tantos elementos funcionais na
composição do sermão? Estabelecer uma ideia central como âmago do sermão
nem sempre é fácil, especialmente quando se trata de sermões textuais e
expositivos. É aí, segundo a divisão correta, que necessariamente deve o
pregador fixar sua mente e a de seus ouvintes sobre as palavras, frases e
cláusulas do título, do tema e do texto. Somente assim eles terão percepção
correta do assunto em discussão.
TÍTULO: Sua função é chamar a atenção, interessar e atrair as pessoas.
Não devemos confundir tema com título, o título dá nome ao conteúdo e o tema
dá nome ao assunto em discussão. O título deve ser bem sugestivo, interessante
e relacionar-se com as situações e necessidades da vida. Não deve ser
extravagante, negativo. O título pode ser, segundo a divisão correta, local, geral
ou intermediário. Local, quando se prende apenas a um assunto; geral, quando
encabeça outros títulos; intermediário, quando é uma parte apenas do título
geral, também podendo ser chamado de título parcial.
TEMA: É a síntese do assunto em discussão. Dentro do sermão em
síntese é exatamente esta a posição do tema. Sua posição técnica no sermão
encontra-se entre o título e o texto. A função do tema é sintetizar o assunto e
personificá-lo. Por isso, tema é o nome do assunto que será tratado ou a síntese
do conjunto dele, enquanto que o assunto (corpo do sermão) vai ser a
argumentação (ou conteúdo do tema). Quando o tema é geral, pode servir de
título. Em alguns casos, isso é natural. Exemplo: Numa dissertação sobre a
morte de Cristo, o tema geral seria A morte de Cristo, enquanto que, nesse caso,
o título viria depois com a seguinte frase: Os sofrimentos de Cristo. Com efeito,
portanto, o tema viria primeiro e o título depois, sem que alterasse as regras do
procedimento. Mas, no contexto prático, o título deve vir mesmo, em primeiro
lugar.
TEXTO: Refere-se à passagem bíblica em síntese ou no seu todo, usado
pelo pregador para fundamentação do sermão. Dependendo da natureza do
sermão, o texto pode sofrer alterações no uso da pronúncia.
INTRODUÇÃO: É a parte inicial do corpo do sermão, a plataforma de
acesso ao ponto central da argumentação. O propósito da introdução é
despertar a atenção do povo e desadiar-lhe o pensamento de tal modo que se
interesse ativamente pelo assunto. Quando a introdução é mal feita, a tese se
desenvolve defeituosa. Os oradores mais exigentes dividiam a introdução em
três partes, a saber:
a) Exórdio (prelúdio), Introdução central (plataforma), intróito (entrada).
Com efeito, a parte final da introdução deve ser chamada de “o intróito”, visto
ser ela a que dá entrada no corpo do sermão propriamente dito.
CORPO DO SERMÃO: É o conjunto de fatos, de ideias, de provas ou de
argumentos arrolados pelo pregador. Deve ser bem apresentada e ao mesmo
tempo mesclada com o sabor da graça de Deus. Dependendo da cultura geral
ou ambiental, esta parte do sermão pode ser chamada de:
Descrição, Dissertação Exposição Oração
Narração Explanação Argumentação Tese
Proposição Assunto Tópico central Tratado
Prédica Calor da eloquência Âmago da oratória
Centro da pregação Corpo do discurso Desenvolvimento
Conteúdo da passagem , etc.
Os objetivos do sermão são dois: Persuadir e dissuadir. O alvo do
pregador ou mesmo da mais humilde testemunha de Cristo, é salvar e edificar
os crentes. Para persuadir os ouvintes e levá-los à salvação ou edificação
espiritual, todas as formas de sermão podem ser usadas.
APLICAÇÃO DO SERMÃO: É um dos elementos mais importantes do
discurso. Mediante esse processo, obtem-se o resultado negativo ou positivo
daquilo que é pregado ou ensinado. A aplicação desse sermão deve ser de
acordo com o tipo da mensagem que pregamos. Definimos a aplicação como
sendo o apelo, ou melhor, posição correta, o convite oferecido aos ouvintes. Esta
parte é a penúltima peça do sermão, antecedendo assim a conclusão do
discurso. O objetivo da aplicação no sermão visa o resultado positivo daquilo
que ministramos. Por exemplo: quando pregamos a palavra da salvação aos
pecadores, a aplicação deve ser o convite (o apelo).
CONCLUSÃO DO SERMÃO: No sentido homiliasta é uma síntese de
todas as verdades que foram ditas no sermão. A conclusão torna-se a parte mais
gratificante do sermão para o pregador, pois, segundo se diz, é o momento
quando o pregador se obriga a fazer uma síntese de tudo o que disse, não só
para destacar e fazer lembrar as verdades principais, mas para ajudar os
ouvintes a se beneficiarem da mensagem. Por essa razão, ela deve ser breve.
Lamentavelmente, alguns pregadores, porém, se esquecem da
importância da conclusão, e, como resultado, seus sermões, embora
cuidadosamente preparados nas outras partes, fracassam no ponto crucial.
Portanto, aconselha-se, por outro lado, uma boa conclusão; ela pode, às vezes,
suprir as deficiências de outras partes do sermão, ou servir para aumentar o seu
impacto.
O DESDOBRAMENTO NUMÉRICO-DIDÁTICO DO TEXTO
A divisão ou desdobramento numérico-didático de um texto, bem como
a estética a ser adotada nesse texto, depende da sua finalidade específica e do
tipo de usuário em vista. Revistas e Jornais. Têm praticamente a mesma estética
de desdobramento quanto à disposição do texto. Livros. Utilizam quase sempre
estética à base de divisão numérica ou alfanumérica do texto, dependendo da
classe do livro, isto é, o fim a que se destina. Há cinco principais sistemas de
divisão didática do texto, a saber:
1. Divisão Alfanumérica Não-Alternada. (Pode ser não alternada direita
ou não alternada vertical)
2. Divisão Alfanumérica Alternada. (Pode ser alternada direita ou
alternada vertical.)
3. Divisão Numérica.
4. Divisão Decimal.
5. Divisão Paragráfica.

Divisão Alfanumérica Não-Alternada

I. As Bênçãos Que Acompanham a Salvação.


1. O Batismo com o Espírito Santo.
a) A promessa do batismo com o Espírito Santo.
1) A promessa do batismo no Antigo Testamento,
a) A promessa na época dos profetas.
(1)
Divisão Alfanumérica Alternada
I. As Bênçãos Que Acompanham a Salvação.
1. A promessa do batismo com o Espírito Santo.
a) A promessa do batismo no Antigo Testamento.
1) A promessa do batismo na época dos profetas.
a) A promessa do batismo no livro do profeta Isaías.
(1)
(a)

Divisão Numérica

I. AS BÊNÇÃOS QUE ACOMPANHAM A SALVAÇÃO,


l. O batismo com o Espírito Santo.
1) A promessa do batismo com o Espírito Santo.
(1) A promessa do batismo na época dos profetas.

Divisão Decimal
l AS BÊNÇÃOS QUE ACOMPANHAM A SALVAÇÃO.
1.1 O batismo com o Espírito Santo.
1.1.1 A promessa do batismo com o Espírito Santo.
1.1.1.1 A promessa do batismo no livro do profeta Isaías.

Divisão Paragráfica .

01 AS BÊNÇÃOS QUE ACOMPANHAM A SALVAÇÃO .


02 O batismo com o Espírito Santo .
03 A promessa do batismo com o Espírito Santo. .
04 A promessa do batismo na época dos profetas. .
05 A promessa do batismo no livro do profeta Isaías.
2.01 Etc.

Observações sobre as diversas divisões didáticas


1.A divisão NÃO-ALTERNADA é mais preferida no Brasil.
2.A divisão ALTERNADA é mais preferida entre os povos de fala
inglesa.
3.O termo alfanumérico é assim chamado porque, no desdobramento da
respectiva divisão, entram letras e algarismos.
4.A divisão NÃO-ALTERNADA é assim chamada porque suas três
primeiras subdivisões não são rigorosamente alternadas.
5.As divisões NÃO-ALTERNADA ou ALTERNADA são chamadas
direitas, quando na estética do texto, cada linha subsequente a cada subdivisão,
é alinhada por essa subdivisão.
6.As divisões NÃO-ALTERNADA e ALTERNADA são chamadas
verticais, quando suas subdivisões são alinhadas verticalmente, como segue:
I. 1.
a)
7.A divisão NUMÉRICA não tem emprego geral; é mais individual,
dependendo da conveniência. Só emprega números. É muito usada em
sermões.
8.As divisões DECIMAL e PARAGRÁFICA têm emprego especial em
diretivas, normas, regimentos, manuais técnicos, instruções, circulares, etc.
9.Em caso de subdivisão INTERPARAGRÁFICA (isto é, no interior do
parágrafo):
a)
1)

Você estudou, temos três tipos de sermões:


-o temático;
-o textual;
-o expositivo.
Nesta parte final do livro ofereceremos alguns modelos de sermões
conforme as suas espécies. Cada esboço de sermão obedecerá criteriosamente os
requisitos homiléticos, bem corno a sua ordem lógica e cronológica. Para sua
lembrança, a ordem lógica de um sermão diz respeito à correlação que deve
existir entre os pontos principais e seus subpontos no esboço do sermão. A
ordem cronológica refere-se à organização apropriada que se deve dar a um
sermão, tanto no falar como no próprio esboço. Lembre-se, a ordem cronológica
se preocupa em colocar um ponto após outro. Observe isto: a preparação de um
esboço de pregação envolve, em primeiro lugar, a inspiração do Espírito Santo.
Essa inspiração oferece ao pregador um assunto, uma ideia ou
pensamento para a mensagem que deseja pregar. Caberá a você organizar, em
espírito de oração, o seu sermão, a partir da ideia ou assunto, ou versículo
bíblico que deseja abordar. Nos modelos a seguir você deverá considerar,
detidamente, a correlação existente entre o tema, o texto escolhido, os pontos e
subpontos de cada sermão.

SERMÃO TEMÁTICO
1. O Sermão Temático é assim chamado porque a divisão é tirada do
tema do Sermão.
2. O desenvolvimento dos pontos principais é feito baseado no assunto
do sermão. Ele não se baseia na escolha de um texto bíblico como o Sermão
Textual.
3. O tema pode surgir de várias fontes. Da leitura de uma porção bíblica,
da leitura de um jornal, nas meditações, viajando, observando o mundo ao
redor, etc.
4. Portanto, os pontos principais e seus subpontos, podem ser derivados
de várias passagens da Bíblia, sem, contudo, obrigar ao pregador prender-se a
essas passagens.
5. A ideia central do sermão está no tema, e daí, sua divisão pode ser
enriquecida com pensamentos e passagens bíblicas.

CRISTO NOSSO ESCAPE Is 32.2

INTRODUÇÃO:
Esse texto do profeta Isaías tem sentido escatológico. Os dois primeiros
versículos do capítulo 32 apontam para o futuro de Israel no "dia do Senhor",
quando ele reinará por mil anos. Porém, o personagem é um só e diz respeito a
Cristo. Por isso, traremos o texto para nossos dias e o aplicaremos à nossa
experiência diária. Veremos o que Cristo significa e representa para as nossas
vidas no presente.

I. ELE É NOSSO ESCONDERIJO "E será Aquele Varão como um


esconderijo contra o vento..."
1. O mundo tem passado por arrasadores vendavais na política, na
economia, na religião, etc.
2. "O vento" do qual se precisa esconder, diz respeito ao seu poder
destruidor, que transforma tudo ao nosso redor.
3. Cristo é "AQUELE VARÃO" forte, no qual podemos nos
esconder.
II. ELE É NOSSO REFÚGIO "... É um refúgio contra a tempestade..."
1. Grandes tempestades têm mudado a vida da humanidade.
2. A "tempestade" aqui tem caráter geral e individual.
3. Cristo nos refugia das tempestades que vem para assolar.

III. ELE É NOSSA FONTE "... como ribeiros de águas em lugares secos..."
1. O mundo ao nosso redor é seco e desértico.
2. Cristo é a Fonte Espiritual que sacia e refresca a nossa alma.
3. Ele é uma fonte abundante. "... eu vim para que tenham vida e a
tenham com abundância. " (Jo 10.10).
IV. ELE É NOSSA SOMBRA "... e como sombra duma grande rocha em
terra sedenta. "
1. Cristo aqui se identifica de dois modos:
a) "uma grande rocha " - que dá segurança e firmeza.
b) "como sombra" - que protege da fúria dos ventos e do
ardor do sol.
2. Cristo é Sombra acolhedora:
a) ao cansado e abatido (Mt 11.28).
b) aos peregrinos sem rumo nesta vida.
3. O mundo é um deserto hostil e causticante, mas Cristo é a
NOSSA SOMBRA.

CONCLUSÃO: Cristo é tudo quanto precisamos para todas as horas.


Ninguém possui os qualificativos espirituais que Ele tem.

A VITÓRIA QUE VENCE O MUNDO l Jo 5.4


INTRODUÇÃO: A Bíblia fala de três inimigos espirituais do crente que
são a carne, o mundo e o Diabo. Esses três inimigos combatem contra a vida
espiritual do crente. Entre esses inimigos queremos destacar um deles: "o
mundo". A Bíblia fala de, pelo menos, três tipos de "mundo": o mundo físico, o
mundo cósmico e o mundo espiritual. Falaremos nesta mensagem do "mundo
espiritual".

I. QUE É O MUNDO
1. No grego, a palavra "mundo" é Kosmos, isto é, um sistema de
governo; uma ordem de coisas.
2. O mundo, de que falamos, é um sistema espiritual que orienta
os habitantes dele, a terra.
3. É um sistema governado pelo Diabo, conforme diz a Palavra: "o
mundo jaz no maligno".

II. QUE OFERECE O MUNDO


1. Uma paz fictícia
a) nas filosofias e religiões;
b) na segurança dos armamentos;
c) paz política.
2. Uma alegria passageira.
3. Um prazer efémero que destrói.

III. A VITÓRIA QUE VENCE O MUNDO


1. A nossa fé.
a) no sentido de convicção, crença.
b) na Palavra de Deus.
2. Está no testemunho do Filho de Deus (l Jo 5.10).
3. O poder incontestável de uma convicção.
a) na Palavra escrita de Deus;
b) na experiência pessoal.
CONCLUSÃO:
Não há nada capaz de destruir uma fé alicerçada em Deus e na
experiência. Por isso devemos buscar essa fé e seremos vencedores.

PASSOS PARA DEUS Tiago 4.8

INTRODUÇÃO:
São necessários alguns passos para chegar-se a Deus; passos
indispensáveis, sem os quais nenhuma outra via de acesso a Deus será possível.
Jesus identificouse certa feita, dizendo: "EU SOU O CAMINHO" (Jo 14.6). Ele é
a via de acesso a Deus, o Pai. Ele nos indica quatro passos principais.

I. O PASSO DA APROXIMAÇÃO
1. É o passo que nos leva a conhecer:
a) Nossa incapacidade como pecadores (Rm 3.23).
b) Que só Jesus é o meio de Salvação (At 4.12).
2. É o passo que nos conscientiza:
a) acerca do grande amor de Deus (Jo 3.16);
b) da importância do sacrifício expiador de Cristo;
c) da inutilidade de nossos méritos pessoais.
3. É o passo que nos possibilita chegarmos a Deus através de Jesus
Cristo.

II. O PASSO DA DECISÃO


1. Aqui o coração e a mente já não vacilam.
2. O ato de aproximação a Deus possibilitou o passo da decisão.
3. Decisão aqui implica:
a) no reconhecimento de Cristo como Salvador;
b) na confissão de sua fé em Cristo.

III. O PASSO DA RENDIÇÃO


1. Não há mais que medir ou pesar; não há mais sombra de
dúvida.
2. A verdade foi aclarada; a decisão está tomada; resta tão só - a
rendição total a Cristo.
3. Render-se a Cristo significa: a) reconhecê-lO; b) submeter-se a
Ele.
4. Rendição significa entregar-se sem reservas a Ele.

IV. O PASSO DA APROPRIAÇÃO


1. É o passo que conduz à posse das bênçãos outorgadas.
2. Cristo é a maior apropriação que um ser humano pode ter.
3. Há mais de 35 mil promessas de bênçãos na Bíblia, disponíveis
ao crente.
CONCLUSÃO:
A mensagem de Tiago é um convite de forma imperativa: "Chegai-vos a
Deus". Quatro passos são oferecidos aos que desejam conhecê-lO, amá-lO e
recebê-lO em sua vida.

SERMÃO TEXTUAL
1.Você estudou sobre os três modos de se dividir os Sermões Textuais.
São as divisões natural, analítica e sintética.
2. O mais importante fato que o pregador precisa saber, é que a divisão
dos pontos e subpontos do Sermão Textual é tirada do texto escolhido.
3. A divisão natural é fornecida pelo próprio texto bíblico. A distinção
entre um ponto e outro é percebida sem precisar maior esforço para descobri-la.
4. A divisão analítica preocupa-se em achar a ideia geral do texto. Daí
então, o pregador fará seu esboço dividindo-o analiticamente, isto é, a
preparação do sermão deverá ser dividida, obedecendo a sua ordem conforme
está no texto. É o estudo do texto e suas partes distintas.
5. A divisão sintética preocupa-se primeiro em achar o assunto que o
texto contém. Depois, a divisão fica a critério do pregador, sem preocupar-se
com a ordem do texto, podendo até modificá-la. O importante na divisão
sintética do texto é achar o assunto que nele é tratado.
A SEGURANÇA DO CRENTE (Texto natural.) 2 Sm 22.3

INTRODUÇÃO:
Há muitos conhecimentos na Bíblia que falam da segurança do crente.
No texto lido encontramos alguns desses termos que são colocados em
destaque. Termos como "rochedo", "escudo", "força", "salvação" e "alto retiro",
são suficientes nesta mensagem para representar e dar significado à Segurança
do Crente.

I. DEUS E O ROCHEDO DO CRENTE


1. A palavra "rochedo" denota lugar de proteção e fortaleza contra
o perigo.
2. O crente deve firmar sua vida na gloriosa Rocha, que é Cristo.
3. Estando sobre o "Rochedo", nada poderá movê-lo da sua fé em
Deus.

II. DEUS É O ESCUDO DO CRENTE


1. O escudo é um instrumento de defesa que o lutador dos tempos
bíblicos usava durante uma batalha.
2. A Bíblia diz que a fé é um escudo contra as setas malignas (Ef
6.16).
3. Fé (crença no invisível), é um escudo contra as falsas doutrinas e
contra todo o mal.
III. DEUS É A FORÇA DO CRENTE
1. Deus é o vigor, a saúde e a força da vida do crente (SI 27.1).
2. O crente em si mesmo é fraco, porém, seu vigor vem de Deus.
a) alimentando-se com a Palavra de Deus (Dt 8.3; l Pé 2.2; SI
19.10);
b) exercitando a sua fé na vida cristã.
3. Com essa força de Deus, o crente poderá enfrentar todos os
reveses e gigantes.

IV. DEUS É A SALVAÇÃO DO CRENTE


1. Salvação aqui, significa ser isento da morte.
2. A morte pode derrotar o corpo, mas para a alma, o espírito de
Deus é a salvação.
3. Este Deus Salvador é identificado na Pessoa de Jesus Cristo (Jo
4.42).
4. Paulo pregou esta salvação, tanto aos gentios como aos judeus.
5. Deus é Salvador da pena, do poder e do corpo do pecado.

V. DEUS É O ALTO RETIRO DO CRENTE


1. "Alto retiro" refere-se a um lugar separado e seguro; um lugar
de refúgio e descanso.
2. É nesse lugar que o crente deposita toda a sua vida e ansiedade
em Deus (SI 37.5).
3. Deus é o alto retiro contra a tempestade e o vento (Is 32.1,2).
CONCLUSÃO:
Todos esses predicados de Deus fortalecem a nossa vida espiritual.
Estando confiados nEle, não temos o que temer.

O MARAVILHOSO AMOR DE DEUS (Textual natural.) Jo3.16

INTRODUÇÃO:
Tudo aquilo que ultrapassa a capacidade natural de acontecer, é
maravilhoso. Assim é o amor de Deus. Nenhuma qualidade moral ou espiritual
supera o amor divino. Na verdade, é desse amor que brotam todas as demais
qualidades. João 3.16 é conhecido como o texto áureo da Bíblia. Ele engloba
toda a humanidade. Não há distinções ou diferenças nesse amor.

I. UM AMOR IMENSURÁVEL "... Deus amou o mundo..." 1. A sua


altura, profundidade, largura e espessura, ultrapassam quaisquer medidas
possíveis.
2. A imensidão dos céus, limita-se dentro da nossa visão natural,
mas o amor divino alcança todo o "mundo".
II. UM AMOR INDESCRITÍVEL "... de tal maneira... "
1. Esse amor é mais que simples virtude moral e espiritual.
2. Ultrapassa a todas as barreiras do pensamento humano.
3. Nem a filosofia, nem a religião ou ciência poderão descrever o
Amor de Deus.
4. E o ÁGAPE divino; é o tipo de amor que só Deus pode ter e
outorgar.
III. UM AMOR CONSTRANGEDOR "... que deu seu Filho Unigénito ..."
1. Que ato humano maior poderia nos constranger? Qual pai daria
seu único filho para morrer no lugar de um bandido?
2. Toda a vaidade humana e presunção caem por terra, diante de
tão profunda manifestação de amor.
IV. UM AMOR CONVINCENTE "... para que todo aquele que nele crer,
não pereça..."
1. Um amor que apresenta a opção da vida eterna.
2. Um amor convincente pela mensagem que apresenta: "... aquele
que nele crer não pereça..."
3. Um amor que convence, porque todos os outros tipos de amor
são temporais e limitados.
4. Um amor universal, com alcance individual - "... todo aquele ..."
V. UM AMOR VITAL "... mas tenha a vida eterna..."
1. É o único amor capaz de dar vida eterna.
2. Cristo é o Senhor da Vida (Jo 14.6; Jo 11.25).
CONCLUSÃO:
Haverá amor maior que este? NÃO! Só Deus pode amar tanto, porque
Ele mesmo é a Fonte de Amor.

O CÂNTICO DE DAVI (Textual sintético) 2 Sm 22. l-7

INTRODUÇÃO:
Davi foi, sem dúvida, o maior dos salmistas. No texto em destaque, ele
oferece a Deus um cântico de ação de graças pelas vitórias alcançadas sobre
seus inimigos. Davi sabia ser agradecido a Deus em todas as circunstâncias. O
seu cântico é enriquecido com expressões que destacam a segurança do Senhor.

I. SEGURANÇA DO SENHOR
1. Rochedo (v. 2).
2. Lugar forte (v. 2).
3. Escudo (v. 3).
4. Alto retiro (v. 3).
5. Refúgio (v. 3).

II. OS PERIGOS AMEAÇADORES


1. "... todos os seus inimigos..." (v. 1).
2. violência (v. 3).
3. ondas de morte (v. 5).
4. torrentes de Belial (v. 5).
5. cordas do inferno (v. 6).
6. laços de morte (v. 6).

III. PREDICADOS DO SENHOR


1. O Libertador (v. 2).
2. A força de Salvação (v. 3).
3. O Senhor dos senhores (v. 4).
4. "... o meu Deus ..." (v. 7).

CONCLUSÃO:
Estamos sempre rodeados de inimigos, à espreita, para nos surpreender.
Porém, o Senhor é o nosso Libertador e nada devemos temer. Ele é a nossa total
segurança.

O DILEMA DE UM HOMEM (Textual sintético) Mt 19.16.22

INTRODUÇÃO:
Há, na experiência individual de cada pessoa, o confronto com os
problemas da vida cotidiana. Nesta passagem bíblica encontramos um homem
com um dilema espiritual. Ele desejava algo mais que o que vinha
experimentando com sua educação, sua posição social, sua religiosidade e suas
posses. Retrata um homem insatisfeito consigo mesmo, mas que avalia os
valores espirituais de modo incorreto. Teve um encontro com Jesus, que marcou
profundamente a sua vida.

I. O QUE ESSE HOMEM TINHA (w 17-22)


1. Riqueza material;
2. Cultura;
3. Religiosidade;
4. Bom Caráter.

II. O QUE ESSE HOMEM DESEJAVA "... que farei para herdar ávida
eterna?" (v. 16).
1. Preencher o vazio do seu coração.
2. Ter uma vida diferente do que vinha tendo.
3. Algo transcendental que o satisfizesse interiormente.

III. O QUE ESSE HOMEM CARECIA


1. Desembaraço das coisas materiais (v. 21). "Vai"; "Vende"; "Dá".
2. Resignação por Cristo - "... depois vem ... " (v. 21).
3. Obedecer a Cristo - "... e segue-me. " (v. 21).

CONCLUSÃO:
Não há outro modo de ser feliz. Não há outro modo de preencher o vazio
interior. A fórmula para ser feliz, é receber a Cristo como Senhor, renunciando o
seu próprio "EGO", obedecendo a seu chamado: "Segue-me."

O JULGAMENTO IMPROVISADO (Textual analítico) Jo 8.1-11.

INTRODUÇÃO: Esse julgamento não foi previamente marcado, nem


aconteceu num Tribunal. Foi um julgamento improvisado, porque a causa que
provocou o julgamento foi o de uma mulher adúltera apanhada em flagrante.
Entretanto, a razão desse julgamento estava na tentativa dos inimigos de Jesus -
o Juiz; incriminá-lO na forma do juízo que aplicaria. Pensavam eles que Jesus
contrataria a lei de Moisés, mas foram surpreendidos e envergonhados diante
da Sabedoria do Juiz por excelência.

I. ELA FOI ACUSADA (w 3,4)


1. Foi acusada publicamente por 4 agentes de acusação:
a) A sociedade (a gente de sua cidade);
b) a lei de Moisés;
c) os chefes religiosos;
d) a própria consciência da acusada.
2. Na verdade, aquela mulher estava indefesa moral e
espiritualmente.

II. ELA FOI DEFENDIDA (w 7,8)


1. Os personagens desse Tribunal:
a) a acusada - "a mulher adúltera";
b) o advogado de acusação - "os fariseus";
c) o advogado de defesa - "Jesus";
d) o Juiz de causa - "Jesus".
2. Antes do veredito final, Jesus torna-se o advogado de defesa da
"mulher adúltera" (l Jo2.1).
3. Jesus defendeu a mulher adúltera baseado no fato de que todos
são pecadores (v. 7).

III. ELA FOI ABSOLVIDA (w 10,11)


1. Jesus, após a defesa, assume a posição natural de JUIZ.
2. Aplicou dois juízos com o seguinte veredito:
a) juízo redentor - com o veredito: "nem eu te condeno",
b) juízo correcional - com o veredito: "Vai, não peques
mais".
3. A absolvição foi feita baseada na Justiça do perdão.

CONCLUSÃO:
A lição que aprendemos neste julgamento, é a possibilidade que Deus dá
ao pecador mediante a obra expiatória de Jesus Cristo. Aceitá-lO como
Salvador, significa receber a justificação da pena do pecado cumprida por Ele
no Calvário.

ENCONTRO COM CRISTO (Textual analítico) Jo 4.4-15

INTRODUÇÃO:
O encontro pessoal com Cristo foi a razão porque mudou a vida da
mulher samaritana. Há algo de maravilhoso em Cristo. Aquele encontro
promoveu uma mudança total na vida e no modo de pensar daquela mulher.
Assim, todo o ser humano precisa ter um encontro com Cristo, para que a
esperança seja renovada e a alegria verdadeira volte a acontecer.

I. UM ENCONTRO PESSOAL (w 6,7).


1. Aquela mulher encontrou-se com uma pessoa, não com um
símbolo, com uma idéia ou qualquer coisa fictícia.
2. Encontrá-lO pessoalmente não significa encontrá-lO em
pinturas artísticas e esculturas, mas espiritualmente e direto.
3. É com o Cristo Pessoal, que fala, que ouve e sente as nossas
necessidades.

II. UM ENCONTRO TIRA DUVIDAS (w. 7,10-14).


1. Cristo está acima das diferenças raciais, intelectuais e sociais (Jo 4.9).
a) Ele era judeu; a mulher era samaritana.
b) Ele era o Senhor; a mulher vivia uma vida irregular.
c) Ele era o Salvador; a mulher era uma pecadora.
2. Jesus ofereceu-lhe água viva, em lugar de água do poço de Jacó.
a) Ela não entendia a diferença, mas Jesus revelou a
verdade e o mistério da água viva (Jo 4.13,14).
3. A verdade revelada, desvendou-lhe o mistério e ela conheceu
quem era Jesus.

III. FOI UM ENCONTRO SACIADOR (v 15).


l. À medida que a mulher foi conhecendo Jesus, começou a ver
mais claramente a verdade. 163
2. Jesus revelou a vida moral e espiritual daquela mulher (v. 16-18).
3. Jesus revelou o verdadeiro lugar de adoração a Deus: nem no
monte, nem em Jerusalém, mas em espírito e em verdade (v. 20-24).
4. Jesus revelou-se a Si mesmo como o Messias Prometido, o Cristo
de Deus (v. 25,26).

CONCLUSÃO:
Esse encontro pode ser o seu também. Jesus é indiferente às
circunstâncias e diferenças raciais e sociais. Ele é o Salvador. Ele quer revelar-se
como a Fonte que sacia a Sede Espiritual.

SERMÃO EXPOSITIVO

1. Este tipo de sermão tem todos os seus pontos principais derivados da


passagem central, tal como a divisão textual.
2. Porém, a divisão expositiva difere da divisão textual. Ela se preocupa
em expor de maneira mais minuciosa e profunda, a passagem bíblica escolhida.
3. A divisão expositiva preocupa-se com os detalhes de uma passagem
bíblica; seus aspectos históricos e geográficos; seus aspectos pitorescos, bem
como, linguagem, costumes, etc.
4. Um sermão expositivo pode ocupar um capítulo inteiro ou até um
livro inteiro da Bíblia.
5. A divisão deve obedecer aos mesmos princípios dos demais tipos de
divisões. Deve haver ordem lógica e cronológica.
CARTA A IGREJA EM EFESO (Expositivo) Ap 2. l-7

INTRODUÇÃO:
O Senhor escolheu 7 igrejas da Ásia Menor para revelar a Sua vontade,
não só para elas, mas para toda a Igreja Universal. Na visão de João, o Senhor se
apresenta no meio das 7 igrejas, as quais são representadas por 7 castiçais. Ele
tem na sua mão "7 estrelas" que são os ministros dessas igrejas. Ele é o Senhor
das igrejas e dos pastores. Entre estas igrejas, o Senhor escolheu a Éfeso. Cidade
culta e religiosa, porém, voltada para um politeísmo enorme. Entre os cultos
idolátricos e pagãos estava o Culto a Diana (At 19). Porém, havia uma razão
especial porque o Senhor ordenou a João escrever a esta igreja.

I. ELE SE IDENTIFICA COM A IGREJA (2.1).


l. Ele se identifica primeiro, com o Pastor da igreja (2.1).
a) "ao anjo"- entende-se por "mensageiro", ou "enviado" por
Deus para ministrar a Palavra de Deus.
b) "estrelas" referem-se a todos os 7 pastores das 7 igrejas
endereçadas e diz respeito à luz que deve brilhar sobre a igreja.
c) A palavra "anjo" nada tem a ver com algum ser angélico,
mas é uma figura.
2. Ele se identifica como o Senhor da Igreja (2. l). "... o que anda no
meio dos castiçais... "
a) os "castiçais ", representam as igrejas locais e, Jesus, é o
Senhor que sustenta esses castiçais.
b) Estar "no meio dos castiçais", significa tê-lO como a razão
principal, porque a luz precisa estar nos castiçais.
II. ELE CONHECE OS ATOS DA IGREJA (2 2,3)
1. Ele conhece as obras da igreja - públicas e individuais (SI
139.3,15,16).
2. Ele conhece o trabalho, isto é, o labor da igreja na preparação, e,
a defesa do Evangelho.
3. Ele conhece a paciência da igreja com os falsos crentes (v. 2).
4. Ele conhece o labor (e trabalhaste) e reconhece que ela não se
deixou esmorecer (e não te cansaste) (v. 3).

III. ELE ACUSA E ADVERTE A IGREJA (2 4,5)


1. Ele acusa a igreja por ter perdido o primeiro amor (v. 4).
a) Essa perda modificou a conduta dos crentes;
b) "deixar" o primeiro amor é o mesmo que deixar ir
embora, relaxar.
2. A advertência do Senhor (v. 5).
a) "Lembre-te pois donde caíste... " - lembra o primeiro
estado espiritual e a razão da perda do primeiro amor.
b) "... arrepende-te... " - volta atrás e recomeça.
c) "... pratica as primeiras obras" - aquelas obras movidas
pelo Espírito Santo no princípio da fé.
d) "... se não, tirarei do seu lugar o teu castiçal... " - significa
que, se a luz do castiçal não pode brilhar, deve ser retirado do seu lugar.
IV. ELE ELOGIA E PROTEGE A IGREJA (2 6,7)
l. Elogia a atitude da igreja contra os falsos mestres, dentro da
igreja (v. 6). 166
2. Promete ao vencedor "... dar-lhe-ei a comer da árvore da vida..."
na eternidade (v. 7).
CONCLUSÃO:
Esta carta é uma advertência à Igreja, hoje. Devemos utilizá-la na vida da
igreja atual.
O CRENTE NA BATALHA ESPIRITUAL (Expositiva) Ef 6.10-20

INTRODUÇÃO:
A vida cristã é uma batalha espiritual. No texto em estudo, o apóstolo
Paulo conduz-nos para dentro de um campo de batalha. Não se trata de uma
batalha comum, mas, espiritual, e requer armas espirituais. Como vencer e
lutar, é apresentado pelo apóstolo.

I.PREPARAÇÃO PARA A BATALHA (6.10,11)


1. Fortalecimento (v. 10).
a) ninguém poderá lutar "enfraquecido", por isso, o
conselho é: "...fortaleceivos... "
b) a fonte do fortalecimento espiritual é "... no Senhor e na
força do Seu Poder."
2. Conhecimento (w. 10,11).
a) o lutador crente deve conhecer a armadura de Deus, que
é o equipamento pessoal de guerra.
b) a palavra "... revesti-vos... " (v. 11), dá a ideia de vestir de
novo, ou vestir sobre outra vestimenta.
c) não bastam nossos vestidos próprios. São incapazes. É
preciso "revestirnos".
3. Capacitação (v. 11).
a) sem preparação para a guerra, não haverá vitória;
b) essa capacitação é recebida na igreja, orando, estudando
a Palavra, e exercitando;
c) o instrutor da capacitação é o Espírito Santo.

II. O CAMPO DE BATALHA (6.11,12).


1. O lugar de combate (v. 12).
a) é espiritual - "... nos lugares celestiais";
b) não é um lugar geográfico, terreno.
2. Os inimigos a serem enfrentados (w. 11,12).
a) o Diabo (v. 11);
b) hostes espirituais da maldade (v. 12).

III. AS ARMAS ESPIRITUAIS DA BATALHA (6.13-17).


1. O imperativo da batalha (v. 13).
a) "... tomai toda a armadura de Deus... "
b) "... ficar firmes ..." (v. 13).
2. A designação das armas (w. 14-17).
a) o cinto da Verdade (v. 14);
b) a couraça da Justiça (v. 14);
c) calçados na preparação do Evangelho (v. 15).
d) o escudo da Fé (v. 16).
e) o capacete da Salvação (v. 17);
f) a espada do Espírito (v. 17).
IV. PROVISÃO DA BATALHA (6.18,19).
1. A oração na batalha (w. 18,19).
2. Orando em todo o tempo (v. 18).
3. Vigiando com perseverança (v. 18).
4. A força da Palavra com confiança (w. 19,20).
CONCLUSÃO:
Nesta passagem bíblica aprendemos que o crente está num campo de
batalha espiritual, e, inevitavelmente, tem de lutar para ser um vencedor. A
certeza da vitória é dada aos que lutam, e não fogem.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
J BROADUS, John A. O Sermão e Seu Preparo.
MARINHO, Robson Moura. A arte de pregar. Vida Nova, 2008.
ULRICH, Hans Reifler. Pregação ao Alcance de Todos. Vida Nova
SILVA,Severino Pedro. Homilética: O pregador e o sermão. CPAD, 1992
AUGUSTO, Cesar Socorro. Tenho que Preparar um Sermão. AD Santos
Editora.
LOPES, Hernandes Dias. Pregação Expositiva sua Importância para o
Crescimento da Igreja. Hagnos, 2008.
SILVA, Plinio Moreira. Homilética: A Eloquência da Pregação. AD Santos
Editora
COSTA, Ermisten Mais Pereira. Curso Introdutório de Homiletica
VIDA NOVA. CD-Rom “A Bíblia Em Ação – Pregando com os mestres”.
UNESCO. Como Falar Bem em Publico-programa de Qualificação. Disponível
em: http://cibi.org.br/658-novos-modelos-de-pregação.htm.

Você também pode gostar