Fechamento Tutoria 12
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Tecido muscular
Existem 3 tipos de tecido muscular
Esquelético – movimenta os ossos do esqueleto. Apresenta tecido muscular
estriado: faixas de proteínas claras e escuras alternadas (estriações) que são
visíveis quando tecido é examinado ao microscópio. Seu funcionamento é de
maneira voluntária. Sua atividade é controlada por neurônios (células nervosas)
integrantes da divisão somática do sistema nervoso.
Cardíaco – apenas o coração apresenta esse tecido. Forma a maior parte da
parede cardíaca. É também é estriado, porém sua ação é involuntária. A
contração e o relaxamento alternado não são controlados conscientemente. O
coração se contrai porque possui um marca-passo natural que inicia cada
contração – ritmo inerente; autorritmicidade.
Liso – localização: paredes das estruturas internas ocas – vasos sanguíneos, vias
respiratórias, maioria dos órgãos na cavidade abomino pélvica, na pele preso aos
folículos capilares. Não apresenta as estriações, por isso é chamado de liso. A
ação do músculo é involuntária – autorritmicidade.
MÚSCULO ESQUELÉTICO
A unidade de organização estrutural do músculo esquelético é a fibra muscular, uma
célula altamente especializada, longa, cilíndrica e multinucleada. Cerca de 75 a 92% do
volume total do tecido muscula é constituído pelas fibras musculares, sendo que a
matriz extracelular, tecido conjuntivo, fibras nervosas e vasos sanguíneos constituem o
volume restante. No músculo, as fibras musculares são agrupadas paralelamente
formando feixes de fibras ou fascículos e os feixes estão associados de vários modos
para formar os diversos tipos de músculos. As fibras musculares individuais, os feixes e
o músculo como um todo são recobertos pelo tecido conjuntivo que forma uma rede
contínua, mas que vão receber nomes diferentes dependendo da sua localização. Assim,
o tecido conjuntivo que envolve o músculo recebe o nome de epimísio, os delgados
septos que se estendem para dentro circundando todos os feixes constituem o perimísio
e a rede extremamente delicada que recobre as fibras musculares individualmente
chama-se endomisio.
As fibras nervosas e os vasos sanguíneos que irrigam o músculo esquelético
acompanham os septos de tecido conjuntivo a partir do endomísio e vão se ramificando
até atingir cada fibra muscular. As arteríolas e vênulas são orientadas transversalmente
em relação as fibras musculares e a maioria dos capilares são arranjadas paralelamente
ao eixo longitudinal das fibras. Esse arranjo permite uma extensa cobertura da
superfície da célula para a troca de nutrientes e produtos do metabolismo celular. Cada
fibra nervosa pode se ramificar e enervar numerosas fibras musculares. O contato entre
os axônios terminais e as fibras musculares acontece através das placas motoras
terminais. Os neurônios que estimulam o músculo esquelético a se contrair são
chamados de neurônios somáticos motores. Cada neurônio somático motor apresenta
um axônio que se estende do encéfalo ou medula espinal até um grupo de fibras
musculares esqueléticas. O axônio de um neurônio somático motor normalmente se
ramifica muitas vezes e cada ramo se estende para uma fibra muscular diferente. Os
capilares são abundantes no tecido muscular; cada fibra muscular está em contato
íntimo com um ou mais capilares. Eles vão levar nutrientes e oxigênio e removem o
calor e produtos residuais do metabolismo muscular. Especialmente durante a
contração, uma fibra muscular sintetiza e usa uma quantidade considerável de ATP.
MÚSCULO LISO
O músculo liso está presente nas paredes do trato digestivo e das vias respiratórias, nos
ductos urinários e genitais, nas paredes das artérias, veias e grandes vasos linfáticos e na
pele. Suas fibras são normalmente fusiformes, mas também podem variar muito em
tamanho e forma, dependendo de sua localização. As fibras do músculo liso dispõem-se
de modo que a parte mais espessa de uma está justaposta as extremidades delgadas de
fibras adjacentes, assim, em cortes transversais o músculo liso apresenta contornos que
variam de arredondados até triangulares ou poligonais, com grande diferença de
diâmetro entre as células. O sarcolema forma pontes de contato entre as células
vizinhas, e no sarcoplasma o ret.sarcopls. é menos desenvolvido que no músculo
esquelético. As fibras possuem um único núcleo que normalmente se localiza no centro
da célula. Os miofilamentos são menos ordenados em comparação ao músculo
esquelético, e se ordenam aos pares e paralelamente ao eixo longitudinal da fibra.
Actina e miosina estão presentes nas mesmas proporções que no músculo esquelético,
mas não há formação e estrias. As células musculares lisas podem apresentar-se isoladas
ou em pequenos grupos formados feixes, em qualquer um dos casos são envolvidas por
tecido conjuntivo que as mantem unidas e que transmite a força de contração
uniformemente. Os espaços entre as fibras do músculo liso são preenchidos por tecido
conjuntivo, fibras nervosas e vasos sanguíneos, no entanto, as fibras do músculo liso são
menos irrigadas que as do músculo esquelético.
CONTRAÇÃO E RELAXAMENTO
Acreditava-se que a contração muscular fosse um processo de dobramento, algo como
fechar um acordeom, em vez disso, os pesquisadores descobriram que o músculo
esquelético encurta durante a contração porque os filamentos finos e grossos deslizam
uns sobre os outros. O modelo que descreve esse processo é conhecido como
mecanismo de deslizamento dos filamentos. As fibras nervosas que transmitem o
estímulo contrátil aos músculos esqueléticos são denominadas nervos motores. Nas
células vivas, sob condições normais de repouso, sempre existe um potencial elétrico
entre o interior e o exterior da célula. Estes potenciais podem variar de 10 a 100
milivolts, dependendo do tipo de célula, mas em fibras musculares ou nervosas em
repouso, o potencial está em torno de 90 milivolts. O potencial da membrana dos nervos
e músculos é resultado dos seguintes fatores:
Transporte ativo dos íons através das membranas;
Característica de permeabilidade seletiva da membrana a difusão de íons e
pequenas moléculas;
Composição iônica única dos fluidos intracelulares e extracelulares
As fibras musculares e nervosas apresentam um potencial de membrana e capacidade
específica que nenhum outro tipo de célula apresenta. Elas são capazes de transmitir um
impulso elétrico chamado potencial de ação através das superfícies de suas membranas.
Quando o potencial de ação e transferido de um nervo motor para uma fibra muscular,
inicia-se a contração muscular. O estímulo (potencial de ação) que inicia a contração
muscular é transferido da fibra nervosa para a fibra muscular na junção mioneural.
Nessa junção, o nervo motor ramifica-se em vários terminais que estão localizados em
pequenas invaginações do sarcolema. Estes terminais aderem fortemente ao sarcolema,
mas não o penetram. A maioria das fibras apresentam apenas uma junção mioneural de
onde o estímulo é transmitido para todas as partes da fibra. O potencial de ação inicia-se
na junção mioneural e avança longitudinalmente, em ambas as direções, ao longo do
sarcolema, estimulando toda a fibra. Ele é transmitido para cada miofibrila no interior
da fibra através dos túbulos T e é transmitido ao reticulo sarcoplasmático que envolve
cada miofibrila.
No estado de repouso, o musculo gera uma tensão mínima e permanece extensível. Isso
significa que não existe pontes entre os filamentos de actina e miosina. Já no rigor
mortis ( ..) forma-se pontes permanentes entre os filamentos e o músculo trona-se
inextensível. O músculo em repouso apresenta um teor muito baixo de íons cálcio no
fluido sarcoplasmático que circunda as miofibrilas. Entretanto, o teor total de íons cálcio
no músculo esquelético é superior a este nível em mil vezes, estando praticamente todo
o cálcio armazenamento no retículo sarcoplasmático.
Mecanismo de deslizamento dos filamentos
A contração muscular ocorre porque as cabeças de miosina se prendem e ‘’caminham’’
ao longo dos filamentos finos na direção da linha M. Em consequência, os filamentos
finos deslizam para dentro e se encontram no centro do sarcômero. Conforme os
filamentos finos vão se deslizando, a banda I e a zona H se estreitam e, por fim,
desaparecem juntas quando o músculo está em contração máxima. Entretanto, a largura
da banda A e os comprimentos individuais dos filamentos finos e grossos permanecem
inalterados. Uma vez que os filamentos finos em cada lado do sarcômero estão presas as
linhas Z, quando os filamentos finos deslizam, as linhas Z se aproximam e o sarcômero
encurta. O encurtamento dos sarcômeros causa encurtamento de toda a fibra muscular,
que por sua vez, leva ao encurtamento de todo o musculo.
Ciclo de contração
No início da contração, o reticulo sarcoplasmático libera íons cálcio (Ca2+) no
sarcoplasma, onde se ligam a troponina. A troponina, por sua vez, faz com que a
tropomiosina se movimente para longe dos locais de ligação com a miosina a actina.
Uma vez ‘’liberados’’ os locais de ligação, o ciclo de contração - a sequência repetida
de eventos que faz com que os filamentos deslizem – começam. O ciclo consiste em 4
etapas:
Hidrólise de ATP: a cabeça de miosina engloba um local de ligação com o ATP
e uma ATPase, enzima que hidrolisa o ATP em ADP (difosfato de adenosina) e
um grupo fosfato. Essa reação de hidrólise reorienta e energiza a cabeça de
miosina. Observe que os produtos da hidrólise de ATP – ADP e um grupo
fosfato – ainda continuam presos a cabeça de miosina.
Acoplamento da miosina a actina para formar pontes transversas: as cabeças de
miosina energizadas se fixam aos locais de ligação com a miosina na actina e
liberam o grupo fosfato previamente hidrolisado. Quando as cabeças de miosina
se prendem a actina durante a contração, elas são chamadas pontes transversas.
Movimento de força: depois da formação das pontes transversas, ocorre o
movimento de força. Durante o movimento de força, o local na ponte transversa
onde o ADP ainda está ligado se abre. Em consequência disso, a ponte
transversa roda e libera o ADP. A ponte transversa gera força ao redor em
direção ao centro do sarcômero, deslizando o filamento fino pelo filamento
grosso na direção da linha M.
Desacoplamento da miosina da actina: ao final do movimento de força, a ponte
transversa permanece firmemente presa a actina até se ligar a outra molécula de
ATP. Quando o ATP se liga ao local de ligação com o ATP na cabeça de
miosina, a cabeça de miosina se solta da actina.
O ciclo de contração se repete conforme a ATPase da miosina vai hidrolisando as
moléculas recentemente ligadas de ATP e continua enquanto houver ATP disponível
e o nível de Ca2+ perto do filamento fino estiver suficientemente alto. As pontes
transversas se mantem rodando a cada movimento de força. Puxando os filamentos
finos na direção da linha M. Cada uma das 600 pontes transversas em um filamento
grosso acopla e desacopla cerca de 5 vezes por segundo.
Acoplamento excitação-contração
A elevação da concentração de Ca2+ no sarcoplasma a contração muscular e a
diminuição cessam. Quando uma fibra muscular está relaxada, a concentração de
Ca2+ no seu sarcoplasma é muito baixa, apenas de 0,1 micromol por litro
(0,1umol/l). no entanto, uma enorme quantidade de Ca2+ está armazenada dentro do
retículo sarcoplasmático. Conforme o potencial de ação muscular vai se propagando
ao longo do sarcolema e nos túbulos T, os canais de liberação de Ca2+ na
membrana do RS vão se abrindo. Quando esses canais se abrem, o Ca2+ sai do RS
para o sarcoplasma ao redor dos filamentos grossos e finos. Em consequência disso,
a concentração de Ca2+ no sarcoplasma sob 10 vezes. Os íons de cálcio liberados
combinam com a troponina, fazendo com que mudem de forma. Essa alteração de
conformação movimenta a tropomiosina para longe dos locais de ligação com a
miosina na actina. Uma vez livres esses locais de ligação são referidos
coletivamente como acoplamento excitação-contração, já que constituem as etapas
que conectam a excitação (u potencial de ação muscular se propagando pelo
sarcolema e nos túbulos T) a contração (deslizamento dos filamentos).
A membrana do RS também contém bombas de transporte ativo de Ca2+ que usam
ATP para movimentar Ca2+ de maneira constante do sarcoplasma para o RS.
Enquanto os potenciais de ação musculares se propagam pelos túbulos T, os canais
de liberação de Ca2+ são abertos. Íons de cálcio fluem para o sarcoplasma com mais
rapidez do que são transportados de volta pelas bombas. Depois da propagação
pelos túbulos T o último potencial de ação, os canais de liberação de Ca2+ fecham.
Com o cálcio levado de volta para o RS pelas bombas, a concentração de Íons cálcio
no sarcoplasma rapidamente diminui, dentro do RS, as moléculas de uma proteína
de ligação com o cálcio, apropriadamente chamada calsequestrina, se ligam ao
cálcio, possibilitando que mais cálcio seja sequestrado ou armazenado dentro RS.
Em consequência disso, a concentração de cálcio ´e10000 vezes mais elevado no RS
do que no citosol de uma fibra muscular relaxada. Com a queda do nível de Ca2+, a
tropomiosina cobre os locais de ligação da miosina e a fibra muscular relaxa.