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Treinamento em HS

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v.1, n. 1, p. 70-86.

Agosto/2020

Treinamento em Habilidades Sociais: uma intervenção clínica


________________________________________
Danilo Pereira Lima ¹
Maria Virgínia de Carvalho ²

Resumo
O objetivo deste trabalho foi realizar e avaliar o treinamento de habilidades sociais no formato individual. Os
atendimentos foram realizados no Núcleo de Estudo, Pesquisa e Prática Psicológica – NEP, do Centro
Universitário Alves Faria – UNIALFA. Como instrumento de medida para avaliação do repertório
comportamental em habilidades sociais utilizou-se o Inventário Assertivo e entrevistas realizadas com o
cliente. Constatou-se com a aplicação do instrumento que o cliente apresentava um padrão de comportamento
socialmente não-hábil, o que foi percebido como repertório comportamental agressivo nos relatos trazidos pelo
cliente. Durante o treinamento em habilidades sociais utilizou-se de textos informativos, da análise funcional
dos comportamentos e das técnicas de ensaio comportamental, feedback, reforçamento, modelação,
modelagem, tarefas de casa, instrução e procedimentos cognitivos. Os resultados, expressos nas verbalizações
trazidas pelo cliente demonstraram um repertório comportamental assertivo em alguns contextos, sem a
observação de generalização deste. Na reaplicação do Inventário Assertivo percebeu-se uma redução no
repertório geral de assertividade do cliente. Conclui-se que esta redução possa ser explicada pela percepção
mais adequada do próprio comportamento. Ressalta-se que talvez a generalização de comportamentos
assertivos poderia ter ocorrido com um número maior de sessões em que se tivesse a oportunidade de treinar
outras classes de comportamentos.

Palavras-chave: Treinamento em habilidades sociais; Análise funcional; Comportamento

Abstract
The objective of this work was to carry out and evaluate social skills training in an individual format. The
consultations were carried out at the Center for Study, Research and Psychological Practice - NEP, at the Alves
Faria University Center - UNIALFA. As an instrument for measuring the behavioral repertoire in social skills,
the Assertive Inventory and interviews with the client were used. It was found with the application of the
instrument that the client had a pattern of socially behavior unskilful, which was perceived as an aggressive
behavioral repertoire in the reports brought by the client. During training in social skills, informative texts,
functional analysis of behaviors and behavioral testing techniques, feedback, reinforcement, modeling,
modeling, homework, instruction and cognitive procedures were used. The results, expressed in the
verbalizations brought by the client, demonstrated an assertive behavioral repertoire in some contexts, without
the observation of its generalization. In the reapplication of the Assertive Inventory, there was a reduction in
the client's general assertiveness repertoire. It is concluded that this reduction can be explained by the most
adequate perception of the behavior itself. It is noteworthy that perhaps the generalization of assertive
behaviors could have occurred with a greater number of sessions in which one had the opportunity to train
other classes of behaviors.

Keywords: Social skills training; Functional analysis; Behavior


_________________________________________
1
Graduado em Psicologia pelo Centro Universitário Alves Faria - UNIALFA. Residente em psicologia pelo Programa de Residência
Multiprofissional da Secretaria Estadual de Saúde de Goiás – SES-GO. E-mail: [email protected]
2
Doutora em Ciências da Saúde pela Universidade Federal de Goiás (UFG). Mestra em Psicologia Experimental pela Universidade
de Brasília (UnB). Professora na graduação do curso de psicologia do Centro Universitário Alves Faria - UNIALFA. E-mail:
[email protected]

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Na perspectiva behaviorista, o Skinner (1991), o ambiente atua de duas


comportamento pode ser entendido como “a formas: como consequência em
variável dependente da psicologia, o objeto a comportamento operante ou como disposição
ser entendido/explicado” (Todorov, 2012). de modo a evocar/eliciar um comportamento,
Como afirmado por Todorov e Henriques em comportamento operante ou respondente.
(2013), a psicologia, na ótica da análise do Diante destas disposições, far-se-á necessária
comportamento, é entendida como o estudo a utilização de uma ferramenta que seja capaz
das interações entre os organismos e o de analisar adequadamente situações de
ambiente, predominantemente organismos interação entre o organismo e seu ambiente,
humanos. Ainda segundo estes autores, o segundo Todorov (2007), esta ferramenta
comportamento enquanto unidade, se denomina-se: análise funcional.
configura como a ação componente das A análise funcional pode ser
interações dos organismos examinados. entendida, enquanto recurso explicativo,
Segundo Matos (1999a), o comportamento como “uma ‘explicação’ de um evento pela
pode ser definido como um componente descrição de suas relações com outros
importante do funcionamento geral do eventos”, segundo Matos (1999b).
indivíduo, que implica uma relação com o Complementa a autora que toda análise
ambiente em que ocorre, e só tem sua funcional busca, em última instância,
conceitualização completa quando atinge seu identificar o valor de sobrevivência de um
fim. determinado comportamento. Esta autora
Em decorrência desta conceituação ressalta ainda que, nesta perspectiva
do comportamento, Matos (1999b) define funcional, a noção de causa é então
também, o que é entendido como ambiente substituída pela de função e, portanto, não se
para um psicólogo behaviorista, sendo este fala em uma causa única, mas sim em um
um “conjunto de condições ou circunstâncias conjunto de variáveis.
que afetam o comportar- se, não importando Leonardi, Borges e Cassas (2012)
se estas condições estão dentro ou fora da preconizam, amparado nestes conceitos, uma
pele” (Smith, 1983 citado em Matos, 1999a). definição operacionalizada de avaliação
Desta forma, eventos internos tais como as funcional, entendendo-a como a
emoções, passaram a ser tomadas pelos identificação de relações de dependência
comportamentalistas como uma condição entre os comportamentos, o contexto em que
corporal, definição já antecipada por William estes ocorrem, os eventos consequentes a sua
James (citado por Skinner, 1991), cujas emissão e as operações estabelecedoras
verbalizações que as nomeiam são existentes – eventos ambientais que
aprendidas e mantidas pela comunidade de provoquem mudanças na efetividade das
falantes. Como explicitado por Thomaz consequências ou na frequência de
(2012), os comportamentos tidos emocionais determinados comportamentos, conforme
que só podem ser adequadamente entendidos Aureliano e Borges (2012). Esta evolução na
quando em uma relação contingencial, entre aplicação dos pressupostos behavioristas à
comportamentos que são eliciados a partir de prática clínica, fez surgir inúmeras técnicas e
uma interação encadeada entre o meio campos de intervenção utilizáveis pelos
externo e interno. psicólogos de várias abordagens da
Corroborando com esta perspectiva, psicologia, pelas facilidades práticas de suas
Todorov (2007) aponta que as interações aplicações, como apontado por Guilhardi
entre os organismos e o ambiente podem se (1987). Dentre estes campos formados,
dar em níveis externos (físico e social) e destaca-se a área de investigação, teórica e
internos (biológico e histórico). Segundo empírica, do treinamento em habilidades

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sociais, conforme assinalado por Del Prette e facilitar a identificação de comportamentos


Del Prette (2001). socialmente competentes, de acordo com Del
Segundo Caballo (1999), o campo das Prette e Del Prette (2005).
habilidades sociais enfrentou problemas Os estilos comportamentais citados
conceituais, não havendo ainda hoje um acima congregam características específicas
consenso sobre o que seria um em nível molar – habilidades gerais - e
comportamento socialmente habilidoso. molecular – componentes específicos de uma
Uma das definições adotadas é a que resposta -, de acordo com Caballo (2003). O
considera o comportamento socialmente estilo comportamental que, segundo Del
habilidoso aquele que é emitido em Prette e Del Prette (2005), contribuem para a
determinado contexto, de forma que expresse competência social e representam uma
sentimentos, atitudes, desejos, opiniões, de coerência entre os comportamentos públicos
modo adequado a situação, considerando os e encobertos, adequação as demandas e
demais, reduzindo a chance de que consequências obtidas, é a reação habilidosa,
problemas futuros ocorram e resolvendo os um equivalente ao comportamento assertivo.
imediatos, conforme conceituado por A fim de propiciar a aquisição de novos
Caballo, 1986, (citado em Caballo, 2003). comportamentos ao repertório do cliente,
Del Prette e Del Prette (2005) destaca Caballo (1999) propõe a existência de quatro
que a competência social pode ser elementos estruturantes fundamentais no
considerada um indicador do ajustamento treino de habilidades sociais: 1- Treinamento
psicossocial enquanto o repertório em habilidades; 2- Redução de ansiedade; 3-
empobrecido pode acarretar problemas Reestruturação cognitiva; 4- Treinamento em
psicológicos. Segundo Del Prette e Del Prette solução de problemas.
(2002), o sucesso nas relações interpessoais é Ainda segundo Caballo (1999), estes
importante para o desenvolvimento, a elementos estruturantes do treinamento em
realização pessoal e a qualidade de vida dos habilidades sociais podem ser explicadas da
seres humanos. Por outro lado, a falha no seguinte forma: 1- Treino de comportamentos
estabelecimento desses vínculos e específicos ao cliente, de modo que estes sejam
relacionamentos pode acarretar desde integrados em seu repertório, por meio de
sentimentos de insegurança, rejeição, técnicas comportamentais de aprendizagem; 2-
insatisfação com a autoimagem e solidão, até Realizada por meio de técnicas de relaxamento
problemas mais graves, como transtornos e treino de comportamentos concorrentes aos
psiquiátricos. comportamentos ansiogênicos; 3- Realizada
No desenvolvimento do campo das por meio da aquisição de novos
habilidades sociais, de acordo com Caballo comportamentos que, a longo prazo, produzem
(1999), os comportamentos socialmente alterações nas crenças e valores do indivíduo;
habilidosos e não-habilidosos foram 4- Consiste em treinar o sujeito em perceber
classificados em classes de respostas. determinadas situações de vários ângulos
Produto destas classificações, alguns termos relevantes de modo que se consiga atingir de
identificadores surgiram para embasar as forma eficaz os objetivos da interação social
avaliações feitas sobre os comportamentos de específica.
interação social. No decorrer do processo de O treinamento em habilidades sociais
evolução da teoria, foram formados, possui procedimentos norteadores de prática
fundamentalmente, três “estilos” Caballo (1999), que incluem a identificação
comportamentais importantes, quais sejam os do comportamento-problema, ou seja, aquele
“estilos” assertivo, não-assertivo e agressivo. comportamento ou classe de
Estes estilos surgiram com o objetivo de comportamentos com os quais o indivíduo

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apresenta alguma dificuldade; identificar a O cliente A., do sexo masculino, 41


função destes comportamentos-problema e anos, fotógrafo e funcionário de um
impedimentos envolvidos na variação destes supermercado, trouxe à clínica demandas
comportamentos; informar ao cliente os relacionadas à problemas com autocontrole,
objetivos esperados dos procedimentos; déficits na interação social, principalmente
manejo dos aspectos motivadores no contexto do trânsito e do trabalho, e
relacionados aos treinos comportamentais, de episódios de ansiedade. Durante o processo
forma que o indivíduo nutra uma atitude de treinamento, o cliente mudou-se de
positiva com relação ao treino; uma vez emprego, antes de fotógrafo, para trabalhar
começado o programa de treinamento, pode como funcionário em um supermercado e,
ser importante o ensino de técnicas de eventualmente, em regime de freelance,
relaxamento; consolidação da ideia de que como fotógrafo no antigo estabelecimento
todos possuem direitos básicos, inclusive o em que desempenhava esta função.
próprio indivíduo; ensinar ao cliente a Os atendimentos foram realizados no
distinguir entre os estilos de comportamento; Núcleo de Estudo, Pesquisa e Prática
realização da reestruturação cognitiva; e por Psicológica – NEP, do Centro Universitário
último a realização do ensaio Alves Faria - UNIALFA, no consultório três.
comportamental.
De acordo com Caballo (2003), as Instrumentos e Materiais
intervenções no treinamento de habilidades
sociais têm aplicação ampla podendo ser Para os atendimentos foram utilizadas
utilizada em transtornos específicos (clínico) uma poltrona, uma cadeira, um espelho e um
e em contextos não patológicos (não clínico). notebook para que o psicoterapeuta pudesse
Por exemplo, em contexto clínico foi fazer anotações pertinentes. Na primeira
estudado habilidades sociais em grupos de sessão, foi ao cliente o contrato terapêutico
pessoas com depressão (Fernandes, Falcone cuja adesão era condição para a continuação
& Sardinha, 2012) e grupo de pessoas com dos atendimentos, ao que foi feito por meio
fobia social (Rocha, Bolsoni-Silva & Verdu, de assinatura, com uma via de posse do
2012) e em contexto não clínico em grupo de terapeuta e outra em posse do cliente.
estudantes universitários (Gomes & Soares, Como instrumento de medida para a
2013) e grupo de policiais militares (Couto, sondagem do repertório comportamental em
Vandenberghe & Brito, 2012). habilidades sociais utilizou-se o Inventário
A intervenção no treinamento em Assertivo, adaptado por Fernanda Silva
habilidades sociais também pode ser Brandão e Priscila Derdyk (2007), retirado
realizada de forma individual em contexto do livro de Albert, R e Emmons, M. (1978).
clínico, como por exemplo, em pessoa com Utilizou-se também o texto “Comportamento
depressão (Donadon, Correia, Nunes & Assertivo, Inassertivo e Agressivo” traduzido
Nicoletti, 2016) e não clínico em professor por Hélio José Guilhardi e Patrícia Queiroz,
(Lessa, Felício & Almeida, 2017), dentre a Tabela 6.1 (p.189) “Amostra de Direitos
outras populações. Este trabalho teve como Humanos Básicos” e o quadro 6.3 (p. 227)
objetivo realizar e avaliar um treinamento de “Três Estilos de Resposta” retirados do livro
habilidades sociais no formato individual e “Manual de Avaliação e Treinamento das
em contexto clínico. Habilidades Sociais” de Vicente E. Caballo
(2003) e a figura 18.1 (p.373) “O que é
treinamento assertivo? ” retirada do livro
Método
“Manual de Técnicas de Terapia e
Participante

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Modificação do Comportamento” de Vicente A. foi encaminhado para o atendimento


E. Caballo (1999). através da secretária da clínica escola que
O Inventário Assertivo é composto realizou os primeiros contatos telefônicos e
por 35 questões que são utilizadas para procedeu com o agendamento do dia e
avaliar as habilidades sociais do indivíduo e, horário, de acordo com as disponibilidades
para isto, é solicitado ao sujeito marcar com do estagiário e do cliente. Os agendamentos
um X a opção que mais se encaixar com seu posteriores foram todos feitos pelo estagiário
padrão de comportamento. Diante das responsável pelos atendimentos.
questões propostas em cada enunciado, o Ressalta-se que em 2017, no primeiro
sujeito deve marcar SIM quando sempre semestre, o cliente passou por uma avaliação
fizer, ou na maioria das vezes; marcar ÀS de psicodiagnóstico que não pôde ser
VEZES quando ficar em dúvida ou quando concluída em razão das demandas
achar que está na média (entre o Sim e o emergentes durante o processo. No segundo
Não); marcar NÃO quando for algo que semestre do mesmo ano, o cliente foi
raramente ou nunca faz. Cada opção SIM encaminhado e submetido a atendimento
pode ter o valor +1 ou -1, a opção ÀS psicoterápico e em função dos vínculos dos
VEZES sempre tem valor igual a zero e a estagiários com a clínica, o cliente entrou em
opção NÃO pode ter o valor +1 ou -1. O lista de espera. No ano de 2018, o cliente foi
valor +1 é atribuído a comportamentos encaminhado para ter a continuidade dos
socialmente hábeis e o valor -1 a atendimentos pelo estagiário responsável
comportamentos não hábeis. O Inventário pelo presente artigo.
Assertivo é quantificado em uma escala de Após a análise do prontuário e do
-35 à +35, se a soma dos pontos for positiva primeiro atendimento de 2018, a intervenção
o indivíduo tende a demonstrar foi baseada nos procedimentos próprios do
comportamentos mais assertivo e quanto treino em habilidades sociais, uma vez que a
mais distante o valor positivo estiver de demanda trazida pelo cliente se referia aos
“zero”, maior a assertividade. Por outro lado, seus déficits no repertório comportamental
se a soma dos pontos for negativa o indivíduo para se expressar habilmente, de modo
tende a demonstrar comportamentos de alternativo à um padrão de comportamento
pouca assertividade (passividade ou agressivo instalado. O treino em habilidades
agressividade) e quanto mais distante estiver sociais é composto de algumas etapas que
do valor “zero”, menor a assertividade. Se o devem ser adequadamente selecionadas e
resultado der “zero” significa que o aplicadas de acordo com as demandas de
comportamento está dentro da média. cada cliente. Em todas as etapas, relações
funcionais foram avaliadas com o cliente. O
Procedimentos treinamento em habilidades sociais foi não
sistematizado e composto de quinze sessões,
O presente artigo foi produzido a semanais com duração de cinquenta minutos
partir de quinze sessões de atendimentos de aproximadamente. Os atendimentos e seus
treinamento em habilidades sociais prestados respectivos temas estão relacionados no
durante o ano de dois mil e dezoito. O cliente quadro abaixo:

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Quadro 1 – Apresentação das sessões e seus respectivos temas


Sessões Temas
Compreender a demanda, apresentação do Termo de Consentimento Livre e
Sessão 1
Esclarecido (TCLE), e do contrato terapêutico.
Sessão 2 Compreender a demanda.
Sessão 3 Compreender a demanda e aplicar o Inventário Assertivo.
Identificar as diferenças entre reações agressivas, passivas e assertivas. Admitir
Sessão 4 erros. (Tarefa de casa: texto “Comportamento Assertivo, Inassertivo e Agressivo” de
Hélio Guilhardi e Patrícia Queiroz)
Identificar as diferenças entre reações agressivas, passivas e assertivas.
Sessão 5
(Tarefa de casa: emitir comportamentos de cumprimento e agradecimento)
Identificar as diferenças entre reações agressivas, passivas e assertivas. Fazer e
Sessão 6 recusar pedidos. (Tarefa de casa: emitir comportamentos de cumprimento e
agradecimento)
Fazer e recusar pedidos. (Tarefa de casa: emitir comportamentos de cumprimento e
Sessão 7
agradecimento)
Fazer e recusar pedidos, e expressar incômodo justificado. (Tarefa de casa: emitir
Sessão 8
comportamentos de cumprimento e agradecimento)
Sessão 9 Dar e receber feedback.
Sessão 10 Fazer e recusar pedidos, e expressar incômodo justificado.
Fazer e recusar pedidos, e treinar autocontrole. (Tarefa de casa: emitir
Sessão 11 comportamentos de cumprimento e agradecimento, e elaborar lista de qualidades e
defeitos próprios)
Pedir mudança de conduta no outro. Solução de problemas interpessoais. (Tarefa de
casa: emitir comportamentos de cumprimento e agradecimento; foi entregue os
Sessão 12
textos “Três Estilos de Resposta”, “Amostra de Direitos Humanos Básicos” e “O que
é treinamento assertivo?”)
Pedir mudança de conduta no outro e expressar incômodo e desagrado. Admitir
Sessão 13
erros. (Tarefa de casa: emitir comportamentos de cumprimento e agradecimento)
Fazer e recusar pedidos, e expressar incômodo justificado. Defender os próprios
Sessão 14
direitos.
Expressar opiniões pessoais, auto controle e expressar incômodo. Reaplicação do
Sessão 15
Inventário Assertivo.
Fonte: Própria (2018)

Nas duas primeiras sessões, a coleta Derdyk (2007). Os conceitos básicos da


de dados sobre a história de vida do cliente, análise funcional e das habilidades sociais
dados sobre sua demanda e sondagem do foram transmitidos em linguagem adequada
repertório comportamental do cliente foi ao nível de compreensão do cliente,
realizada por meio de escuta ativa com posteriormente a compreensão destes
questionamentos. Na terceira sessão foi conceitos, a sua aplicação prática foi
realizada a coleta de dados e utilizado o verificada. Complementarmente, foi
Inventário Assertivo adaptado por Brandão e entregue ao cliente textos sobre as

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classificações dos padrões de comportamento folha de papel A4, o quadro 6.3 “Três Estilos
agressivo, passivo e assertivo. Na quarta de Resposta”, a Tabela 6.1 “Amostra de
sessão, como tarefa de casa, foi pedido ao Direitos Humanos Básicos”, e a figura 18.1
cliente que realizasse exercícios em “O que é treinamento assertivo? ”. Os textos
habilidades sociais, contidos no texto entregues foram trabalhados relacionando-os
“Comportamento Assertivo, Inassertivo e com as demandas trazidas pelo cliente
Agressivo” traduzido por Hélio Guilhardi e durante as sessões. Na sessão treze e
Patrícia Queiroz (não publicado). As tarefas quatorze, foram realizados ensaios
de casa pedidas durantes as sessões foram comportamentais em consultório. Na sessão
verificadas na sessão seguinte. quatorze foi treinado, em especial, o respeito
Nas sessões cinco, seis, sete e oito o a direitos humanos básicos. Na sessão quinze
cliente foi instruído à prática, em ambiente foi reaplicado o Inventário Assertivo
natural, de pequenos comportamentos adaptado por Brandão e Derdyk (2007) e
assertivos, com atenção aos componentes discutido com o cliente suas respostas no
paralinguísticos da interação, ajudado por um teste. Salienta-se que o treinamento de
espelho. Atividades de ensaio habilidades sociais se estendeu até o fim do
comportamental, com representação de semestre letivo, porém, para que fosse
papéis pelo terapeuta e pelo cliente, foram cumprida as datas estabelecidas para o
realizadas a partir da quinta sessão. Os término do Trabalho de Conclusão do Curso,
ensaios comportamentais foram baseados em foram consideradas somente estas sessões
situações representadas em situações (quinze sessões realizadas, três faltas do
cotidianas trazidas pelo cliente e retiradas do cliente e três recessos por feriado).
texto traduzido por Hélio Guilhardi e Patrícia
Queiroz a partir dos padrões de Resultados
comportamento agressivo, passivo e
assertivo. Durante o ensaio comportamental A partir dos dados coletados durante
foi utilizado a técnica do Feedback, do o processo de treinamento por meio de
reforçamento, modelação e, posteriormente entrevista com o cliente, pôde-se observar a
foi pedido ao cliente, como tarefa de casa, presença de um padrão de comportamento de
que emitisse alguns dos comportamentos, tipo agressivo generalizado para contextos
representados dentro do consultório, no cotidianos. As principais queixas do cliente
ambiente natural. Na sessão nove foi pedido advinham de conflitos interpessoais no
ao cliente que desse feedback com relação contexto do trânsito e do trabalho. Na área do
aos atendimentos e os procedimentos trabalho a maior parte das tarefas de casa se
psicoterapêuticos. A sessão nove, marcou a concentrou na categoria de comportamentos
última sessão antes do recesso de um mês de cumprimento e agradecimento, nos quais
(férias letivas) da clínica escola da faculdade. o cliente apresentou muita dificuldade. Os
Os atendimentos foram retomados comportamentos de agradecer e
normalmente a partir da sessão dez, quando cumprimentar se mostraram viáveis, pelo
foram retomadas as atividades de ensaio cliente, para execução fora do consultório e
comportamental em consultório e as tarefas foram generalizados para diversos contextos.
de casa. Na décima primeira sessão, foi Os resultados percebidos a partir do
pedido ao cliente, como tarefa de casa, que relato do cliente, foram agrupados em
elaborasse uma lista de qualidades e defeitos tabelas, com duas colunas. A coluna da
que considerasse possuir para trabalhar a esquerda mostrando as verbalizações que
autopercepção. Na sessão décima segunda indicaram as queixas norteadoras das
sessão, foi entregue ao cliente, impresso em intervenções, e, na coluna à direita, as

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verbalizações que podem indicar as melhoras atendimentos, que indicam a presença de


sobre as queixas relatadas. As tabelas foram comportamentos pouco adaptativos e,
acompanhadas de descrições operantes do posteriormente, possível estabelecimento de
comportamento relatado, bem como as padrão de comportamento assertivo, no
oscilações de sua ocorrência segundo o relato contexto de trânsito:
do cliente durante o processo de treinamento.
Na Tabela 1, encontra-se as
verbalizações, extraídas das transcrições dos

Tabela 1
Verbalizações do cliente que indicam comportamentos agressivos e possíveis melhoras, no contexto
de trânsito.
Verbalizações de Comportamentos Verbalizações que Indicam Possível
Agressivos Melhora Comportamental
Eu gosto de pedalar, o motorista não respeita, Fui lá falar com ele, mas falei com
você anda no trânsito aí sabe como é, a educação porque eu acredito que tem que
ansiedade às vezes vem fico nervoso, tirei matar a pessoa com educação, disse que ele
satisfação com um sujeito essa semana. quase tinha me atropelado, ele pediu
desculpas, o bom foi isso, o bonito do ser
humano é errar e pedir desculpa.
Teve uma situação que eu gritei com um Eu não tive mais desavenças no trânsito, eu
motorista, aí ele falou que ia puxar uma arma, tô mais tranquilo, eu tô tentando evitar que
eu falei “seu marica, não adianta arma não, aconteça alguma coisa errada, tô andando
arma não vai resolver nada não”, aí ele entrou na calçada, evitando de entrar em confusão.
no carro e foi embora, mas eu tinha razão, eu Muitas vezes a pessoa buzina, e eu faço
sei quando eu tenho razão, se eu não tenho, eu assim (faz sinal positivo com a mão), sorrio,
não falo nada tô levando na esportiva.

A partir do relato do cliente, exposto pela literatura para redução de ansiedade


na Tabela 1, é possível perceber diferença na (Caballo, 2003/1999), foram utilizadas
forma de lidar com situações relativas ao técnicas de relaxamento e, paralelamente, foi
trânsito. Os comportamentos de tipo inserido o modelo de explicação do
Agressivo (tirar satisfação) no contexto do comportamento por contingências – a
trânsito diminuíram, em favor de um padrão retomada deste modelo ocorreu durante todo
de comportamento mais próximo ao assertivo o processo psicoterapêutico – trazendo
(falar com ele com educação), apesar de questionamentos sobre a relação de causa e
ainda estarem presentes manifestações de efeito entre a ansiedade e os comportamentos
agressividade (a gente tem que matar a agressivos, manifesta como crença nas
pessoa). A agressividade também pode ser verbalizações do cliente. Destaca-se que no
vista quando afirma que gritou, xingou e só decorrer do processo de treinamento houve
percebe a sua razão. As verbalizações expressiva redução na presença de
posteriores que indicam melhora estavam verbalizações de queixa relacionadas ao
associadas a comportamentos de evitação do trânsito.
conflito, autocontrole e melhoras do ponto de Na Tabela 2, observa-se as
vista molar e, do ponto de vista molecular, verbalizações, extraídas das transcrições dos
como “sorrir” e “acenar positivamente com a atendimentos, que indicam a presença de
mão”. Seguindo-se as orientações trazidas comportamentos pouco adaptativos e,

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posteriormente, possível estabelecimento de


comportamentos mais assertivo, no contexto
de seu trabalho como fotógrafo:

Tabela 2
Verbalizações do cliente que indicam comportamentos agressivos e possíveis melhoras, no contexto
de trabalho como fotógrafo.

Verbalizações de Comportamentos Verbalizações que Indicam Possível


Agressivos Melhora Comportamental
Essa semana tive um desentendimento feio no Ontem eu estava em uma festa de aniversário,
trabalho, eu disse pra mulher lá que o horário eu procurei sorrir, fiz brincadeira, o pessoal lá
do pagamento era um e ele disse que não era, da festa disse ‘que fotógrafo legal’, elogiou a
ficou teimando, depois ela viu que não era, e gente, mas é difícil viu. (...) Eu procurei sorrir
eu fiquei parecendo mentiroso. Eu me sinto mais, fazer brincadeira, não briguei com a
como se fosse mentiroso, já tinha avisado o minha colega de trabalho, como já aconteceu
horário, e ela falou de um jeito que era outras vezes.
arrogante, eu não vou mentir também não, eu
agi meio agressivo, o meu amigo foi lá e disse
pra pararmos de fazer isso.

O relato do cliente, exposto na Tabela consequências típicas do padrão de


2, aponta uma mudança na ocorrência de comportamento Agressivo como
comportamentos de tipo Agressivo no demonstrado no trecho “o meu amigo foi lá e
contexto do trabalho, em favor de um padrão disse para paramos de fazer isto” (sic), e na
de comportamento mais próximo ao verbalização posterior, o cliente relatou ter
assertivo. As verbalizações acima indicam, entrado em contato com as consequências
primeiramente, um tipo de comportamento típicas de um padrão de comportamento
agressivo, e posteriormente um tipo de Assertivo como no trecho “o pessoal lá da
comportamento mais assertivo, que inclui, do festa disse ‘que fotógrafo legal’, elogiou a
ponto de vista molecular, “sorrir” e “fazer gente” (sic).
brincadeira”, e a evitação de conflitos com Na Tabela 3, encontra-se as
sua colega de trabalho. As verbalizações de verbalizações, extraídas das transcrições dos
queixa relacionadas ao trabalho do cliente atendimentos, que indicam a presença de
como fotógrafo diminuíram ao longo do comportamentos pouco adaptativos e,
processo de treinamento, principalmente posteriormente, possível estabelecimento de
após o cliente ter ido trabalhar em outro local, padrão de comportamento mais assertivo, no
e este emprego passado a ser secundário. contexto de seu trabalho como funcionário de
Ressalta-se que, na primeira verbalização, o um supermercado:
cliente relatou ter entrado em contato com as

Tabela 3
Verbalizações do cliente que indicam comportamentos agressivos e possíveis melhoras, no contexto
de trabalho como funcionário de um supermercado.

Verbalizações de Comportamentos Verbalizações que Indicam Possível


Agressivos Melhora Comportamental

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Eu estava sentado na mesa, ele (encarregado) [...] o rapaz disse que eles (diretores)
chegou e tirou uma foto. Eu fico nervoso só de podiam parar no estacionamento lá de trás,
lembrar. [...] Nervoso. Eu fui grosso com ele, mas eu esqueci, eu posso ter errado, ele
simplesmente, ele ficou lá do meu lado. Disse (encarregado) já veio e brigou comigo, eu
que ia postar no grupo, ah pelo amor de Deus. falei que poderia ter sido nervoso com você.

O relato do cliente, exposto na Tabela um tipo de comportamento, também


3, aponta uma mudança na expressão de agressivo, no entanto com mostras de maior
ocorrência de comportamentos de tipo autocontrole, como demonstrado pela
Agressivo no contexto do trabalho como verbalização “eu poderia ter sido nervoso
funcionário em supermercado, em favor de com você” (sic).
um padrão de comportamento mais próximo Na Tabela 4 encontra-se as
ao assertivo, no entanto ainda agressivo. As verbalizações, extraídas das transcrições dos
verbalizações acima indicam, inicialmente, atendimentos, que indicam um processo de
um tipo de comportamento agressivo, reestruturação cognitiva de um modelo de
expresso de forma molar como “fui grosso crenças disfuncionais para um modelo de
com ele” (sic) e “eu fico nervoso só de crenças mais funcional:
lembrar”, posteriormente, o cliente relatou

Tabela 4
Verbalizações do cliente que indicam crenças disfuncionais e crenças mais funcionais.

Crenças Disfuncionais Crenças mais Funcionais


Eu fico com medo de uma hora pra outra surtar Nesse mundo de hoje, se você tá dentro do
e bater em alguém. ônibus você põe um fone de ouvido pra
escutar sua música, eu tô aprendendo a
respeitar o próximo, você sorri pra pessoa
mesmo que a pessoa não sorria.
Tem mulher que gosta de cara vagabundo, se Eu tô aprendendo que muita coisa é minha
tem um carro com som tem uma mulher culpa e não depende de coisas materiais, às
bonita, mas se você tiver um carro de luxo, a vezes aquela mulher bonita, trata com
mulher que estiver do seu lado vai ser mais educação, às vezes nem é bonito né?
bonita.

As verbalizações do cliente, expostas aproximando-se de crenças que favorecem


na Tabela 4, apontam uma mudança no um comportamento de tipo empático. Na
sistema de crenças do cliente. A primeira segunda verbalização de queixa, percebe-se
verbalização de crenças disfuncionais indica um sistema de crenças baseado em
uma crença de desconfiança sobre sua estereótipos e relações ancoradas em trocas
própria capacidade de autocontrole diante de materiais e pouca habilidade em perceber a
situações de conflito interpessoal. relação de mútua influência na maneira como
Posteriormente, na primeira verbalização de as pessoas se comportam. Na segunda
possível melhora perceber-se mudança na verbalização de possível melhora, percebe-se
crença sobre sua própria capacidade de lidar o afastamento das crenças presentes na
com as outras pessoas, com o primeira verbalização e um aumento na
reconhecimento de sua mudança, habilidade em perceber a relação de mútua

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influência no comportamento entre pessoas. repertório e no de outras pessoas,


Apesar destes indicativos de reestruturação comportamentos assertivos, passivos e
cognitiva, o cliente relatou situações agressivos. Durante o processo de
cotidianas em que emitiu comportamentos de treinamento, as distinções comportamentais
tipo agressivo, sem perceber adequadamente vezes, e permitiram com que o cliente
as consequências da emissão destes conseguisse distinguir satisfatoriamente os
comportamentos e, pautando-se, em leituras três estilos comportamentais, em exemplos
estereotipadas das situações. cotidianos e trazidos nos textos apresentados.
Os resultados da primeira aplicação A distinção adequada destes tipos de
do Inventário Assertivo indicaram a presença comportamento favorece a aprendizagem de
de um repertório comportamental assertivo comportamentos de tipo assertivo, como
reduzido, assinalando uma pontuação de apontado pela teoria Caballo (2003/1999), no
cinco pontos positivos (+5). Porém, na entanto, não foram suficientes para que o
reaplicação do Inventário Assertivo, a cliente executasse comportamentos
pontuação obtida no inventário foi de três assertivos. Distinguir (saber) comportamento
pontos positivos (+3), indicando uma assertivo dos demais não implica em executá-
redução do repertório geral de assertividade lo (fazer), ou seja, nem sempre há
do indivíduo. correspondência entre o saber e o fazer
(Simonassi, Pinto & Tizo, 2012; Simonassi,
Discussão 2001).
A terceira fase do treinamento em
No processo de treinamento as habilidades sociais refere-se à reestruturação
melhoras alcançadas no repertório cognitiva. Esta fase, assim como apontado
comportamental do cliente A., relacionadas por Caballo (2003), foi construída a partir dos
às habilidades sociais, podem ser explicadas ensaios comportamentais que, ao ampliar o
a partir das quatro fases do treinamento em repertório comportamental do indivíduo, cria
habilidades sociais, relatadas por Caballo condição para que a reestruturação cognitiva
(2003). O autor salienta que a primeira fase ocorra. Estas mudanças ocorrem a longo
do treinamento em habilidades sociais trata prazo, como apontado por Caballo (2003), e,
do estabelecimento de crenças que respeitem por esta característica, a reestruturação
o próprio direito do indivíduo bem como o cognitiva do cliente foi pouco expressiva em
direito dos demais. Durante todo o processo situações concretas. Apesar do cliente
de treinamento mudanças nas crenças do conseguir relatar, durante as sessões, sobre
cliente foram promovidas e, até o limite das seus direitos e os dos outros de modo
sessões consideradas neste trabalho, algumas adequado, a reestruturação cognitiva diante
crenças disfuncionais permaneceram, tais dos casos concretos foi pouco expressiva,
como a crença na relação de causa e efeito uma vez que situações de emissão de
entre ansiedade e agressividade e a comportamentos agressivos, ainda que
consideração de elementos de sua trajetória atenuados, continuaram a ocorrer, e os
de vida pessoal como justificativa adequada pensamentos e crenças mencionados nestas
para a emissão de comportamentos situações, por vezes, não se
agressivos o que pode ser verificado na compatibilizavam aos modelos de crença
Tabela 4. relatados em sessão. E mais uma vez
De acordo com Caballo (2003) a percebe-se a não correspondência entre o
segunda fase do treinamento em habilidades saber e o fazer (Simonassi, Pinto & Tizo,
sociais consiste em prover condições para 2012; Simonassi, 2001).
que o cliente consiga distinguir, em seu

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A quarta fase do treinamento em comportamentos agressivos apareceram nas


habilidades sociais trata do ensaio verbalizações do cliente.
comportamental. Os ensaios O presente treinamento em
comportamentais começaram a ser realizados habilidades sociais poderia ter sua eficácia
a fim de identificar situações em que os favorecida pela generalização, elemento
déficits eram mais acentuados, e se importante apontado pela literatura (Caballo,
mantiveram na maior parte das sessões até o 1999/2003; Pereira-Guizzo, Del Prette & Del
fim dos atendimentos. Os ensaios Prette, 2012) para a consolidação de
comportamentais identificaram déficits repertório comportamental assertivo.
comportamentais em fazer pedidos, Segundo Caballo (2003), existem cinco
autocontrole e expressar desagrado, formas de generalização: 1 – Generalização
principalmente. Os déficits comportamentais com relação ao tempo: trata-se da
encontrados no repertório do cliente foram manutenção de comportamentos por um
acentuados, apresentando dificuldade ou período de tempo após ter sido aprendido; 2
mesmo não conseguindo comportar-se de – Generalização com relação ao contexto
maneira assertiva. Nestes casos, o terapeuta físico: refere-se a presença de
serviu como modelo para fornecer uma comportamentos ensaiados sob condições
alternativa assertiva de responder às ambientais diferentes das originalmente
situações propostas. treinadas; 3 – Generalização com relação a
Esta forma de aprendizagem, por situações interpessoais: trata-se de empregar
modelação, é um procedimento eficaz para as habilidades sociais aprendidas para
adquirir comportamentos, quando estes são situações interpessoais diferentes das que
melhor entendidos por meio da prática, foram ensaiadas; 4 – Generalização em
Caballo (1999/ 2003). Os resultados relação a resposta: desenvolvimento de
apontados, pela literatura, por este habilidades não ensaiadas, dentro da mesma
procedimento para ampliação de repertório classe de resposta, das habilidade aprendidas
comportamental são positivos (Nicolino & em processo psicoterapêutico; 5 –
Malerbi, 2011; Coelho & Murta, 2007; Del Generalização em relação às pessoas:
Prette, 2012). Neste estudo, sua eficácia pôde apresentação de comportamentos ensaiados
ser observada principalmente nos diante de pessoas que não estiveram
comportamentos paralinguísticos que foram envolvidas no ensaio.
melhor adquiridos, já o conteúdo das falas Durante o procedimento de
e o autocontrole, foram obtidos em menor treinamento, a generalização,
grau, sendo associado a estas categorias principalmente, com relação ao contexto
instruções verbais e treina de técnicas de físico e às situações interpessoais, não foi
relaxamento. atingida. A generalização, no presente caso,
Destaca-se que a queixa de ansiedade foi avaliada a partir dos relatos do cliente
trazida pelo cliente, em muitos momentos foi que, como mostrado nas Tabelas 1, 2 e 3,
tomada como causa dos comportamentos de apresentou indícios de melhora estritamente
tipo agressivo. Após ser abordado o modelo aos contextos ensaiados. Durante os
de explicação do comportamento por atendimentos, utilizou-se elementos
contingências, o cliente apresentou apontados por Caballo (2003, citando Scott,
compreensão razoável sobre este modelo, no Himadi & Keane, 1983) que aumentam a
entanto, até a última sessão considerada neste probabilidade de generalização. Destacam-
estudo, as crenças que associavam uma se, dentre eles, três elementos utilizados: o
relação causal entre ansiedade e emprego de situações relevantes para o
cliente para que o ensaio ocorra; treinamento

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com pessoas significativas que possam duas característica foram consideradas no


fornecer reforço; e treinamento para processo de treinamento em habilidades
discriminação de sinais sociais adequados. sociais, por meio da adoção de
As atividades, descritas acima, foram procedimentos cognitivos como
satisfatoriamente treinadas em contexto questionamentos e a utilização de material
clínico e, em algumas situações, o cliente textual - a fim de permitir a adoção de regras
experimentou, como pode ser observado na mais adaptadas para o cliente e trabalhar os
Tabela 2, consequências positivas ao agir de comportamentos menos sensíveis ao
forma assertiva, o que foi ressaltado durante procedimento de modelagem, e utilizou-se de
a sessão. As tarefas de casa foram modelagem e modelação, por meio de
executadas, em algumas ocasiões com ensaios comportamentais e tarefas de casa de
atraso e certa resistência pelo cliente, o que exposição ao ambiente, para que o próprio
pode indicar caráter pouco reforçador da sujeito pudesse formular novas regras, além
exposição gerada pelas tarefas de casa e de reformular as antigas, a partir do contato
reações aversivas a contatos interpessoais em com reforçadores sociais importantes
situações de conflito, ensaiadas durante as advindos do estilo de comportamento
sessões. A resistência em executar as assertivo.
atividades pode ter decorrido, também, da É importante salientar que, segundo
presença de crenças disfuncionais (Cameschi Caballo (1999/2003), a generalização das
& Simonassi, 2005; Caballo, 1999/2003). habilidades sociais treinadas nas sessões é
As crenças disfuncionais são um processo gradual e pode ser favorecido
especialmente importantes em contexto de por tarefas de casa que aumentem
treinamento em habilidades sociais, uma vez gradualmente de complexidade, para melhor
que na perspectiva analítico comportamental, execução por parte do cliente. Depreende-se,
conforme apontado por Cameschi e portanto, que a generalização de
Simonassi (2005), as crenças podem ser comportamentos ensaiados poderia ter sido
entendidas como regras – estímulos mais eficaz se contasse com um número
discriminativos verbais que descrevem maior de sessões de treinamento em que se
contingências, segundo Matos (2001) – e, pudesse ensaiar várias classes de
portanto, podem ter a função de criar comportamentos, em fases de gradação, em
contexto para a ocorrência ou não de níveis molares e moleculares, e estes
determinado comportamento (estímulo comportamentos ensaiados fossem
discriminativo) e a função de evocar reproduzidos em ambiente natural, a fim de
comportamentos (operação estabelecedora). expor o cliente as consequências naturais
Desta forma, as crenças disfuncionais desta forma de se comportar.
trazidas pelo cliente evocavam e criavam Na aplicação do Inventário Assertivo,
condição para a ocorrência de os dados indicaram uma pontuação geral de
comportamentos pouco adaptativos, uma vez assertividade de cinco pontos. Estes
que tratavam de descrições de contingências resultados indicaram que o cliente possuía
pouco adequadas aos contextos em que este um repertório comportamental que tendia aos
se encontrava inserido. comportamentos mais assertivos, apesar de
Segundo Matos (2001), as regras tratar-se de um número baixo (+5), se
possuem duas características marcantes: comparado ao número total possível no
instruem comportamentos menos sensíveis inventário (+35). Indicar que o sujeito possui
ao procedimento de modelagem e podem um repertório comportamental que tende à
manter comportamentos anteriormente assertividade, segundo Caballo (2003),
modelados por contingências naturais. Estas “implica a especificação de três componentes

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da habilidade social: uma dimensão vivências, minimiza a possibilidade de


comportamental (tipo de habilidade), uma aumento da ansiedade, tornando menos
dimensão pessoal (as variáveis cognitivas) e provável a primeira.
uma dimensão situacional (o contexto Os autores acrescentam que o sujeito
ambiental)”. Desta forma, os dados que apresentou mais dificuldades para emitir
apresentados no inventário permitem inferir alguns dos conjuntos de competências, após
que o sujeito tenha em seu repertório, apesar o treinamento, se expôs menos ao
de escassamente, habilidades de tipo treinamento de dificuldades específicas, o
assertivo, crenças que favoreçam o que torna a segunda explicação mais
comportamento assertivo. Quando se pertinente. Para o autor do presente trabalho,
confronta os dados obtidos nas entrevistas - que desenvolveu o treinamento, a segunda
exemplificados nas Tabelas 1, 2, 3 e 4 -, possibilidade é mais coerente para entender
percebe-se que os comportamentos assertivos os dados apresentados pois, pode-se inferir
se encontram diminuídos em detrimento de que as sessões realizadas não foram
um padrão de comportamento de tipo suficientes para que o sujeito integrasse
agressivo. adequadamente comportamentos assertivos
Os resultados apontados na em seu repertório, apesar de conseguir
reaplicação do Inventário Assertivo distinguir, por auto-observação e
indicaram uma redução, quantitativa, na autopercepção que seu repertório
tendência do cliente se comportar de forma comportamental era de tipo agressivo.
assertiva. A redução foi de dois pontos em Assim, observa-se que a discrepância entre o
relação a primeira aplicação, passando de saber e o fazer (Simonassi, Pinto & Tizo,
cinco pontos para três pontos. Esta 2012; Simonassi, 2001) ainda foi mantida.
diminuição no repertório comportamental do
indivíduo, pode ser explicada por hipóteses Considerações Finais
levantadas em um estudo de Del Prette e Del
Prette (2003). O estudo foi realizado com dez Quanto as etapas práticas de execução
universitários em fase final de graduação na do treinamento das habilidades sociais,
área de ciências exatas. Neste estudo, os propostas pela literatura (Caballo,
autores observaram que para a maioria dos 1999/2003), foram todas trabalhadas durante
sujeitos houve uma redução da dificuldade o processo e ocorreram de forma simultânea,
em emitir os conjuntos das competências se repetindo em diversos momentos do
avaliadas. No entanto, um dos sujeitos treinamento respeitando-se as demandas
avaliados relatou emitir com maior emergentes do cliente (frequentemente
dificuldade alguns dos conjuntos de queixas relacionadas a ansiedade,
competências. comportamentos no trânsito e trabalho).
Os autores levantam duas explicações Neste estudo observou-se que o
teóricas para este fato. A primeira seria de treinamento em habilidades sociais se
que a reaplicação do instrumento poderia mostrou eficiente ao promover mudança
acentuar a ansiedade atribuída a evocação de parcial no repertório do indivíduo em relação
situações apresentadas no instrumento, pelo aos comportamentos agressivos emitidos no
fato do indivíduo estar mais preocupado com contexto do trânsito e no trabalho. Não foi
a competência social. A segunda se relaciona possível observar a generalização dos
a uma percepção mais acurada do próprio comportamentos assertivos, aprendidos em
comportamento desenvolvida pelo contexto clínico, nem uma remissão
treinamento. No entanto, os autores destacam completa dos comportamentos de tipo
que a metodologia do programa, através de agressivo. Ainda na última sessão

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considerada para a elaboração deste artigo, o modificação do comportamento (p. 361-


cliente trouxe relatos de comportamentos de 398). São Paulo: Santos.
tipo agressivo, menos acentuados, mas sem a
consolidação de um padrão de Caballo, V. E. (2003). Manual de avaliação e
comportamento assertivo abrangente. treinamento das Habilidades Sociais. São
A literatura segundo (Caballo, Paulo: Santos.
1999/2003), aponta que a generalização de Cameschi, C. E., & Simonassi, L. E. (2005).
habilidades socias se dá de forma gradual e é Causa e explicação: debate entre o
potencializada por meio de tarefas de casa. A mentalismo e o behaviorismo radical.
emissão dos comportamentos de Revista Brasileira de Terapia
cumprimentar e agradecer, solicitadas ao Comportamental e Cognitiva, 7(1), 21- 38.
cliente na maior parte das tarefas de casa, foi Recuperado em 03 de junho de 2020, de
generalizada com eficácia para diversos http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script
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déficit comportamental do cliente abrangia 55452005000100005.
várias classes de comportamentos que não
foram possíveis de serem abordadas nas Carneiro, R. S., & Falcone, E. M. O. (2004). Um
tarefas de casa pela dificuldade do cliente em estudo das capacidades e deficiências em
adquirir tais comportamentos e pelas habilidades sociais na terceira idade.
limitações temporais. Depreende-se, Psicologia em Estudo, 9(1), 119-126.
portanto, que a generalização de outros Coelho, M. V., & Murta, S. G. (2007).
comportamentos, no presente caso, poderia Treinamento de pais em grupo: um relato de
ter sido favorecida com um número maior de experiência. Estudos de Psicologia
atendimentos que possibilitassem o treino de (Campinas), 24(3), 333-341.
mais classes de comportamentos relevantes
para o cliente e a execução de um número Couto, G., Vandenberghe, L., & Brito, E. de A.
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