Sonda Vesical

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CURSO DE ENFERMAGEM

SONDA VESICAL
ELABORADO POR: Grupo nº1

DOCENTE
_______________________
Pedro Visela

Benguela, Junho de 2022


COLÉGIO WILIETE
CURSO DE ENFERMAGEM

SONDA VESICAL
Integrantes do Grupo nº1
 Abel António Chiloia
 Ana Maria Silvano
 Arlete Vanessa de Sousa
 Celita Freitas
 Dedaldino Correia Inácio
 Domingos Pedro
 Feliciano Munjanga
 Fernando Songa
 Florentina Mbindji
 Florentina Graciana Simão
 Gabriel Manuel Tchimuenho
 Isabel Ruth Domingos
 Isabel Silvia Narciso
 Joaquina Chicumba Chimunu
Turma: B
Classe: 12ª
Disciplina: Técnica de Enfermagem
ÍNDICE
INTRODUÇÃO......................................................................................................4
CONCEITO...........................................................................................................5
Drenagem vesical supra-púbica........................................................................6
TIPOS DE SONDAS OU CATETERES................................................................6
Sonda vesical de demora..................................................................................7
Sonda vesical de alívio ou intermitente.............................................................7
PRINCIPAIS INDICAÇÕES DE CATETERISMO VESICAL................................8
PROCEDIMENTO................................................................................................9
Medidas Preventivas Gerais...........................................................................10
CONCLUSÃO.....................................................................................................12
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................13
ANEXOS.............................................................................................................14
INTRODUÇÃO
Seguramente, o cateterismo vesical constitui o procedimento médico
mais amplamente praticado e segue sendo de inestimável valor para o
diagnóstico e tratamento de vários processos patológicos. No entanto, a sua
execução pode ter sérias complicações, se realizada sem os cuidados básicos
da instrumentação urológica. As vias excretoras urinárias, como estruturas
ocas, são passíveis de serem atingidas pela introdução de instrumentos de
variados tipos e com finalidade diversa (exploração, dilatação, drenagem da
urina, introdução de medicamentos na bexiga). A utilização de instrumentos
introduzidos pela uretra remonta às mais antigas civilizações.
Nenhum melhoramento significativo foi obtido até o século XIII, quando
se empregaram sondas de prata e seda trançada. No decorrer do século XIX,
quando se descobriram os métodos para tratamento da borracha, houve um
avanço significativo na confecção de sondas uretrais. Nesta época, a urologia
francesa, representada por nomes da mais alta expressão médica, como Pierre
Jules Beniqué, Mercier, Nélaton, Felix Guyon, Malecot, entre outros, introduziu
uma série de inovações nas sondas e cateteres, apresentando as
características empregadas até hoje. Uma das contribuições mais importantes
para o cateterismo de demora surgiu ao se ter disponível um látex mole, fato
que permitiu a confecção do cateter de Foley, tão útil e eficaz na prática
urológica diária. Um melhoramento bastante significativo foi a utilização de
silicone na confecção de cateter de Foley, o que tem proporcionado uma
diminuição das complicações do cateterismo de demora. Os cateteres são
calibrados de acordo com a escala Charriére (Fr), que progride um terço de
milímetro por número. Assim, um cateter com calibre 18Fr significa que tem 6
milímetros de diâmetro.

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CONCEITO
A anatomia do trato urinário é estéril, com exceção da porção distal da
uretra que, por sua proximidade com o meio externo, pode sofrer invasão
bacteriana. As diferenças anatômicas, masculina e femininas, tornam-se
relevantes quanto ao procedimento e ocorrência de complicações. A uretra
masculina tem um comprimento médio de 18 a 20 cm, e a feminina, de 3,5 a
4,0 cm.

Imagem: Anatomia das vias urinárias: (A) masculina; (B) feminina. Fonte: Scalabrini-Neto (2016)

A sondagem vesical é a introdução de uma sonda ou cateter na bexiga,


que pode ser realizada através da uretra ou por via supra-púbica, e tem por
finalidade a remoção da urina.
Suas principais indicações são: obtenção de urina asséptica para
exame, esvaziar bexiga em pacientes com retenção urinária, em preparo
cirúrgico e mesmo no pós-operatório, para monitorizar o débito urinário horário
e em pacientes inconscientes, para a determinação da urina residual ou com
bexiga neurogénica que não possuam um controle esfincteriano adequado.
A sondagem vesical pode ser dita de alívio, quando há a retirada da
sonda após o esvaziamento vesical, ou de demora, quando há a necessidade
de permanência da mesma. Nestas sondagens de demora, a bexiga não se
enche nem se contrai para o seu esvaziamento, perdendo com o tempo, um
pouco de sua tonicidade e levando à incapacidade de contração do músculo
detrursor; portanto antes da remoção de sonda vesical de demora, o
treinamento com fechamento e abertura da sonda de maneira intermitente,
deve ser realizada para a prevenção da retenção urinária.
Quando há a necessidade de uma sonda de demora, é imperativo a
utilização de um sistema fechado de drenagem, que consiste de uma sonda ou

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cateter de demora, um tubo de conexão e uma bolsa coletora que possa ser
esvaziada através de uma valva de drenagem, tudo isto para a redução do
risco de infecção.
O risco de infecção é inerente ao procedimento; a colonização
bacteriana ocorre na metade dos pacientes com sonda de demora por duas
semanas e praticamente em todos os pacientes após seis semanas de
sondagem. Sabe-se que as infecções do trato urinário são responsáveis por
um terço de todas as infecções hospitalares, e que na grande maioria das
vezes existiu um procedimento invasivo do trato urinário, pois nesses
procedimentos os microorganismos podem ter acesso ao trato urinário através
da uretra no momento da sondagem, através da delgada camada de líquido
uretral externo à sonda e através da luz interna da sonda após contaminação.
Este índice de infecção acontece mesmo com a obediência de todos os
preceitos de uma boa técnica de sondagem vesical.

Drenagem vesical supra-púbica 


É realizada através da introdução de um cateter após uma incisão ou
punção na região supra-púbica, a qual é preparada cirurgicamente, sendo que
o cateter é posteriormente conectado à um sistema de drenagem fechado.
Suas indicações principais são pacientes com retenção urinária por obstrução
uretral sem possibilidades de cateterização, em pacientes com neoplasia de
próstata ou em pacientes com plegias, ou seja quando há necessidade de uso
crônico da sonda. São várias as vantagens da drenagem supra-púbica: os
pacientes são capazes de urinar mais precocemente, é mais confortável do que
uma sonda de demora trans-uretral, possibilita maior mobilidade ao utente.

TIPOS DE SONDAS OU CATETERES 


Variam de modelos e materiais, de acordo com o tipo de sondagem, se
de alívio ou de demora. Para as sondagens de alívio, as mais utilizadas são a
sonda de nelaton; para as sondagens de demora temos as sondas de duas
vias, como a de Foley (figura abaixo) ou a de três vias para lavagem vesical.

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Sonda vesical de demora
A sonda vesical de demora é utilizada quando é preciso manter a
drenagem contínua de urina por vários dias, semanas ou meses (utiliza a
sonda de Foley).
Este tipo de sonda está indicada quando é necessário promover o
esvaziamento constante da bexiga, monitorar o débito urinário, fazer o preparo
cirúrgico, realizar irrigação vesical ou para diminuir o contacto da urina com
lesões de pele próximas à região genital.

Vantagens da sonda vesical de demora:


 Menor custo, pois um mesmo dispositivo pode durar mais tempo
 Menor trauma uretral referente à passagem do mesmo
 Ideal para pacientes graves, nos quais é necessário a
quantificação do volume urinário
Desvantagens da sonda vesical de demora:
Maior risco de colonização bacteriana e consequentemente, maior risco
de Bacteriúria assintomática e Infecção do Trato Urinário – ITU

Sonda vesical de alívio ou intermitente


Ao contrário da sonda vesical de demora, a sonda de alívio não
permanece por muito tempo na pessoa, sendo normalmente retirada após o
esvaziamento da bexiga.
Este tipo de sonda é mais utilizado para drenar a urina antes de algum
procedimento médicos ou para alívio imediato em pessoas com paralisia e
retenção urinária crônica, por exemplo. Também pode ser usada em pessoas
com bexiga neurogênica, para a obtenção de amostra estéril de urina ou para
fazer o exame de urina residual após esvaziamento da bexiga.

Vantagens da sondagem vesical de alívio:


 Não tem tempo hábil para a disseminação e colonização de
bactérias nas paredes no tubo, consequentemente, não está tão
associada a infecção urinária quanto à sonda vesical de demora.

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Desvantagens da sondagem vesical de alívio:
 Maior custo (para cada procedimento deve-se utilizar um novo
cateter)
 Maior risco de trauma na uretra se necessitar ser passado várias
vezes

PRINCIPAIS INDICAÇÕES DE CATETERISMO VESICAL


 Esvaziar a bexiga em casos de retenção urinária aguda ou crônica;
 Controle do débito urinário;
 Insuficiência renal pós-renal, por obstrução infravesical;
 Hematúria;
 Coleta de urina estéril para exames;
 Medição do volume residual;
 Controle de incontinência urinária;
 Dilatação ureteral;
 Avaliação da dinâmica do aparelho urinário inferior;
 Esvaziamento da bexiga antes, durante e após cirurgias e exames;
 Controle hemodinâmico do paciente crítico.

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Além disso, a colocação de uma sonda vesical também pode ser feita
para realizar a administração de medicamentos diretamente na bexiga, em
casos de infecções graves, por exemplo.

Já em relação às contraindicações, temos:


 Traumatismo de períneo, com ou sem fraturas de ossos da
pelve e uretrorragia;
 Dificuldade na introdução da sonda;
 Processos infecciosos graves da região;
 Falta de cateteres apropriados.

PROCEDIMENTO
De início devemos ao paciente uma orientação sobre as necessidades
e técnicas. Após lavagem adequada das mãos, deve-se reunir todo o material
necessário para o procedimento.
O isolamento do paciente nos quartos comunitários é humano. Quanto
à melhor posição, é para as mulheres a ginecológica e para os homens o
decúbito dorsal com as pernas afastadas.
Após a abertura do pacote de cateterismo, calçar luvas estéreis. Nas
mulheres, realizar antissepsia da região pubiana, grandes lábios e colocar
campo fenestrado; entreabrir os pequenos lábios e fazer antissepsia do meato
uretral, sempre no sentido uretra-ânus, levando em consideração de que a mão
em contato com esta região é contaminada e não deve voltar para o campo ou
sonda.
Introduzir a sonda lubrificada no meato urinário até a verificação da
saída de urina. Se for uma sonda de Foley, insuflar o balão de segurança com
água destilada, obedecendo o volume identificado na sonda. Conectar à
extensão, fixar a sonda e reunir o material utilizado. Se for uma sonda de alívio,
aguardar esvaziar a bexiga e remover imediatamente a sonda.
Nos homens, após a antissepsia da região púbica, realiza-se o mesmo
no pênis, inclusive a glande com movimentos circulares, e para a passagem do
cateter, traciona-se o mesmo para cima, introduzindo-se a sonda lentamente.

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Nas sondagens vesicais de demora, com o sistema de drenagem
fechado, deve-se observar algumas regras para diminuição do risco de
infecção do trato urinário: nunca elevar a bolsa coletora acima do nível vesical;
limpeza completa duas vezes ao dia ao redor do meato uretral;
Nunca desconectar o sistema de drenagem fechado, e a troca do
sistema deve ser realizado a cada sete dias na mulher e a cada 15 dias no
homem, ou na vigência de sinais inflamatórios.
Materiais a usar:
 Prescrição médica;
 Bandeja;
 Pacote estéril de cateterismo vesical com: 1 cuba rim, 1 pinça
Pean, 3 bolas de algodão e 1 cuba redonda pequena;
 1 Campo fenestrado (opcional)
 1 Cateter uretral tipo Foley (duas vias) de calibre adequado ao
paciente (usualmente de 12Fr a 14Fr)
 1 Bolsa coletora sistema fechado
 Solução anti-séptica aquosa de PVPI tópico a 10% ou solução
de Clorexidina a 2%
 1 Pacote de gaze estéril
 1 Agulha 40mm x 12mm
 1 Seringa de 20 ml
 2 Ampolas de 10 ml ou 01 ampola de 20ml de água destilada
 Gel anestésico estéril com seringa aplicadora
 Recipiente com bolas de algodão embebido em álcool a 70%
 1 Par de luvas estéreis em numeração adequada ao profissional
 Fita hipoalergênica
 Material para higiene íntima
 Biombos.
Atenção: os conhecimentos sobre higiene íntima e manuseio de
materiais estéreis são essenciais para a realização deste procedimento,
recorde-os.
Medidas Preventivas Gerais

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Uma avaliação precisa da indicação do uso de sondagem vesical é
fundamental no contexto de prevenção de complicações. Além disso, uma
revisão diária (ou periódica, a depender do contexto) é necessária para se
julgar a necessidade de manutenção da sonda vesical. Estas medidas simples
são fundamentais para evitar eventos adversos aos pacientes.
As medidas mais efetivas na prevenção de complicações relacionadas
à sondagem vesical envolvem treinamento e educação permanente sobre o
assunto para os profissionais de saúde nos hospitais. Além disso, deve-se
realizar um acompanhamento do uso da sonda de forma a identificar se a
indicação de uso está correta, e quando é a situação ótima para sua retirada
em definitivo.
Entre as diferentes medidas que ajudam a prevenir complicações
associadas com sondas vesicais estão incluídas:
- O uso de sondas vesicais apenas para indicações apropriadas;
- Considerar alternativas para sondagem vesical com o uso de
camisinhas acopladas a coletor em pacientes masculinos (uripeno, etc);
- Realizar treinamento adequado para a equipe médica e outros
profissionais de saúde sobre a colocação e manutenção da sonda vesical;
- Retirar prontamente sondas vesicais sem indicação de uso;
- Não realizar troca de sonda vesical sem indicação;
- Usar um sistema de drenagem contínua fechado para sondas vesicais
de demora;
- Não irrigar rotineiramente pacientes sondados; cateteres são irrigados
apenas em circunstâncias específicas (pós-operatório, terapia farmacológica,
manejo de hematuria macroscópica).

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CONCLUSÃO
O cateterismo vesical continua sendo um procedimento largamente
empregado, que procura beneficiar o paciente em várias situações clínicas. Por
outro lado, apresenta complicações graves, com uma taxa de morbidade e até
de mortalidade, bastante expressiva. Por isso, a indicação para um cateterismo
de demora deve ser precisa e criteriosa, a fim de minimizar as possíveis
sequelas. Todos os métodos de drenagem da urina pretendem,
essencialmente, alcançar três metas:
Proteger o aparelho urinário, principalmente os rins, de danos
permanentes. Neste particular, a prática do cateterismo intermitente tem
proporcionado melhores resultados.
Minimizar a infecção urinária associada ao cateter. É inevitável a
infecção urinária associada ao cateter de demora. Os meios profiláticos
conseguem apenas controlar e retardar o início da infecção urinária. Por isso, a
maneira mais eficiente de alcançar esta meta é utilizar o cateter vesical pelo
menor tempo possível.
Livrar o paciente, o mais rápido possível, da dependência do cateter
vesical. Inquestionavelmente, livrar o paciente da dependência do cateter
proporciona o seu bem-estar, e a sua reintegração à vida social e sexual. Sob o
ponto de vista médico, esta condição é, igualmente, muito vantajosa, pois livra
o paciente das graves complicações determinadas pelo cateterismo de demora.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Medidas de Prevenção de
Infecção Relacionada à Assistência à Saúde. Agência Nacional de Vigilância
Sanitária, Brasília: Anvisa, 2017. Disponível em:
http://www20.anvisa.gov.br/segurancadopaciente/index.php/publicacoes/item/
medidas-de-prevencao-deinfeccao-relacionada-a-assistencia-a-saude-3.
CARMAGNANI, Maria I., FAKIH, Trevisani, CANTERAS, Lígia Mara Silva,
TERERAN, N. Procedimentos de Enfermagem - Guia Prático, 2ª edição.
Guanabara Koogan, 04/2017. VitalBook file. TTI, NETINA, Sandra M. Prática
de Enfermagem, 10ª edição. Guanabara Koogan, 05/2016. VitalBookfile.
OLIVEIRA, R. G. de Blackbook – Enfermagem. Belo Horizonte: Blackbook
Editora, 2016. POTTER, P. A.; PERRY, A.G.; STOCKERT, P.; HALL, A.
Fundamentos de Enfermagem. 9ªed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2018

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ANEXOS

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