Processo Penal
Processo Penal
Processo Penal
Recurso Repetitivo
NATUREZA DA AÇÃO PENAL NO CRIME DE LESÃO CORPORAL PRATICADO
MEDIANTE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR (Tema Repetitivo: 177)
PETIÇÃO. QUESTÃO DE ORDEM. RECURSOS REPETITIVOS. TEMA N. 177.
CRIMEDE LESÕES CORPORAIS COMETIDOS CONTRA A MULHER NO
ÂMBITO DOMÉSTICO EFAMILIAR. NATUREZA DA AÇÃO PENAL. REVISÃO
DO ENTENDIMENTO DASTERCEIRA SEÇÃO DO STJ. ADEQUAÇÃO AO
JULGAMENTO DA ADI N. 4.424/DFPELO STF E À SÚMULA N. 542 DO STJ.
AÇÃO PÚBLICA INCONDICIONADA.1. Considerando os princípios da segurança
jurídica, da proteção da confiança e da isonomia, deve ser revisto o entendimento firmado
pelo julgamento, sob o rito dos repetitivos, do REsp n.1.097.042/DF, cuja quaestio iuris,
acerca da natureza da ação penal nos crimes de lesão corporal cometidos contra a mulher
no âmbito doméstico e familiar, foi apreciada pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal
em sentido oposto, já incorporado à jurisprudência mais recente deste STJ. 2. Assim, a
tese fixada passa a ser a seguinte: a ação penal nos crimes de lesão corporal leve cometido
sem detrimento da mulher, no âmbito doméstico e familiar, é pública incondicionada. 3.
Questão de ordem acolhida a fim de proceder à revisão do entendimento consolidado por
ocasião do julgamento do REsp n.1.097.042/DF - Tema 177.(Pet 11805 DF, Rel. Ministro
ROGERIO SCHIETTI CRUZ, TERCEIRA SEÇÃO, ulgado em 10/05/2017, DJe
17/05/2017)
JURISPRUDÊNCIA EM TESE
11) O crime de lesão corporal, ainda que leve ou culposo, praticado contra a mulher no
âmbito das relações domésticas e familiares, deve ser processado mediante ação penal
pública incondicionada.
JURISPRUDÊNCIA EM TESE
13) A falta de comunicação ao acusado sobre o direito de permanecer em silêncio é causa
de nulidade relativa, cujo reconhecimento depende da comprovação do prejuízo.
JURISPRUDÊNCIA EM TESE
16) É dispensável a expedição de mandado de busca e apreensão domiciliar quando se
trata de flagrante de crime permanente, como é o caso do tráfico ilícito de entorpecentes
na modalidade guardar ou ter em depósito.
JURISPRUDÊNCIA EM TESES
6) O indulto e a comutação de pena incidem sobre as execuções em curso no momento
da edição do decreto presidencial, não sendo possível considerar na base de cálculo dos
benefícios as penas já extintas em decorrência do integral cumprimento.
JURISPRUDÊNCIA EM TESES
1) Há remição da pena quando o trabalho é prestado fora ou dentro do estabelecimento
prisional, uma vez que o art. 126 da Lei de Execução Penal não faz distinção quanto à
natureza do trabalho ou quanto ao local de seu exercício.
INFORMATIVO
DIREITO PROCESSUAL PENAL. FALTA GRAVE HOMOLOGADA APÓS
PUBLICAÇÃO DO DECRETO QUE PREVIU COMUTAÇÃO DE PENAS. O
benefício da comutação de penas previsto no Decreto n. 8.172/2013 deve ser negado
quando o apenado tiver praticado falta disciplinar de natureza grave nos doze meses
anteriores à publicação do Decreto, mesmo que a respectiva decisão homologatória tenha
sido proferida posteriormente. Inicialmente, no julgamento do REsp 1.364.192-RS (DJe
17/9/2014), em regime repetitivo, a Terceira Seção definiu que "não é interrompido
automaticamente o prazo pela falta grave no que diz respeito à comutação de pena ou
indulto, mas a sua concessão deverá observar o cumprimento dos requisitos previstos no
Decreto Presidencial pelo qual foram instituídos". O Decreto n. 8.172/2013, que tratou da
matéria de concessão de indulto natalino e comutação de penas, assim dispôs: "Art. 5º A
declaração do indulto e da comutação de penas previstos neste Decreto fica condicionada
à inexistência de aplicação de sanção, reconhecida pelo juízo competente, em audiência
de justificação, garantido o direito ao contraditório e à ampla defesa, por falta disciplinar
de natureza grave, prevista na Lei de Execução Penal, cometida nos doze meses de
cumprimento da pena, contados retroativamente à data de publicação deste Decreto." A
Quinta Turma, interpretando de forma literal o artigo, firmou-se no sentido de que o prazo
de 12 (doze) meses limita tão somente a expressão "por falta disciplinar grave" e não todo
o artigo, uma vez que a homologação não fica condicionada ao mencionado tempo. Em
outras palavras, somente a falta grave está condicionada a lapso anterior ao Decreto, mas
o processo administrativo para apuração e a homologação da falta podem ocorrer após à
publicação do Decreto (AgRg no REsp 1.478.459-RS, Quinta Turma, DJe 25/2/2015;
AgRg no REsp 1.593.381-MG, Quinta Turma, DJe 24/8/2016; HC 317.211-MG, Quinta
Turma, DJe 30/5/2016; HC 350.021-SP, Quinta Turma, DJe 28/4/2016). A manutenção
do entendimento adotado pacificamente pela Quinta Turma harmoniza-se com a
orientação de ser de natureza declaratória a decisão proferida pelo Juízo da execução, seja
deferindo progressão seja determinando regressão por faltas graves (STF, HC 115.254-
SP, Segunda Turma, DJe 26/2/2016). EREsp 1.549.544-RS, Rel. Min. Felix Fischer,
julgado em 14/9/2016, DJe 30/9/2016.
DISCIPLINA: PROCESSO PENAL
ASSUNTO: EXECUÇÃO PENAL
TEMA: PRESO. CUMPRIMENTO DE PENA. PROXIMIDADE AO MEIO
SOCIAL E FAMILIAR.
PROCESSUAL PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NO HABEAS CORPUS.
EXECUÇÃO PENAL. TRANSFERÊNCIA DO APENADO PARA UNIDADE
PRISIONAL PRÓXIMA À FAMÍLIA. CONVENIÊNCIA DA ADMINISTRAÇÃO.
INDEFERIMENTO. FUNDAMENTAÇÃO CONCRETA E IDÔNEA. AGRAVO
REGIMENTAL DESPROVIDO.
1. A jurisprudência desta Corte é pacífica no sentido de que a transferência do sentenciado
para unidade prisional mais próxima da família não constitui um direito subjetivo do
apenado, cabendo ao Juízo de Execuções Penais avaliar a conveniência da medida, desde
que de maneira fundamentada.
2. O pleito do reeducando está situado no espectro deliberativo do poder-dever do Juiz,
que se deve nortear pelo atendimento à conveniência do processo de execução penal, seja
pela garantia da aplicação da lei, seja pelo próprio poder de cautela de Magistrado. No
caso dos autos, verifica-se que o indeferimento do pedido de transferência do apenado foi
mantido pelo Tribunal estadual de forma fundamentada, com base nas peculiaridades do
caso concreto, sobretudo considerando que o sentenciado responde por diversos delitos
graves, possui longo período de pena a cumprir (27 anos, 1 mês e 7 dias), cumpriu pena
no Regime Disciplinar Diferenciado, além do envolvimento com facção criminosa,
exigindo maior cautela para transferência a fim de evitar risco de fuga e resgate do preso.
3. Agravo regimental desprovido (AgRg no HC 505.956/SP, Rel. Ministro JOEL ILAN
PACIORNIK, QUINTA TURMA, julgado em 25/06/2019, DJe 05/08/2019).
JURISPRUDÊNCIA EM TESES
1) Após a vigência da Lei n. 11.466, de 28 de março de 2007, constitui falta grave a posse
de aparelho celular ou de seus componentes, tendo em vista que a ratio essendi da norma
é proibir a comunicação entre os presos ou destes com o meio externo.
TEMA REPETITIVO
IMPOSSIBILIDADE DE CONCESÃO IMEDIATA DA PRISÃO DOMICILIAR SEM
PRÉVIA OBSERVÂNCIA DOS PARÂMETROS TRAÇADOS NO RE 641.320/RS.
(Tema Repetitivo: 993) EMENTA [...] 1. Recurso representativo de controvérsia, para
atender ao disposto no art. 1.036 e seguintes do CPC/2015 e na Resolução STJ n. 8/2008.
2. Delimitação da controvérsia: "(im)possibilidade de concessão da prisão domiciliar,
como primeira opção, sem prévia observância dos parâmetros traçados no RE
641.320/RS". 3. TESE: A inexistência de estabelecimento penal adequado ao regime
prisional determinado para o cumprimento da pena não autoriza a concessão imediata do
benefício da prisão domiciliar, porquanto, nos termos da Súmula Vinculante n° 56, é
imprescindível que a adoção de tal medida seja precedida das providências estabelecidas
no julgamento do RE n° 641.320/RS, quais sejam: (i) saída antecipada de outro
sentenciado no regime com falta de vagas, abrindo-se, assim, vagas para os reeducandos
que acabaram de progredir; (ii) a liberdade eletronicamente monitorada ao sentenciado
que sai antecipadamente ou é posto em prisão domiciliar por falta de vagas; e (iii)
cumprimento de penas restritivas de direitos e/ou estudo aos sentenciados em regime
aberto e que a adoção de uma solução alternativa não é um direito do condenado. [...]
(REsp 1710674 MG, Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA, TERCEIRA
SEÇÃO, julgado em 22/08/2018, DJe 03/09/2018)
DISCIPLINA: PROCESSO PENAL
ASSUNTO: EXECUÇÃO PENAL
TEMA: DETENTO. DIREITO DE VISITA. CRIANÇA E ADOLESCENTE.
RECURSO ESPECIAL. EXECUÇÃO PENAL. DIREITO DE VISITA. ENTRADA DE
CRIANÇAS E ADOLESCENTES. PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO INTEGRAL.
IMPOSSIBILIDADE. RECURSO PROVIDO.
1. Nos termos do art. 227 da CF, a proteção das crianças e dos adolescentes constitui
obrigação da sociedade e dos Poderes Públicos, os quais devem pautar suas decisões na
concretização desta imposição legal.
2. Segundo o entendimento vigente neste Superior Tribunal de Justiça, embora a
legislação considere a importância do direito de visita para o processo de ressocialização
do condenado, o referido benefício não pode se sobrepor à manutenção da integridade
física e psíquica das crianças e dos adolescentes, sendo, desse modo, inadequada a
permissão da entrada dos menores de idade em estabelecimentos prisionais.
Precedentes.
3. In casu, verifica-se que o benefício foi concedido ao recorrido para fins de possibilitar
a entrada no estabelecimento prisional de seus enteados de 05 (cinco) e 09 (nove) anos de
idade, situação a qual faz concluir pela indiscutível prejudicialidade da medida ao pleno
desenvolvimento psíquico destas crianças que, em ambiente indiscutivelmente impróprio
para sua formação, estarão em constante risco de dano à sua integridade. 4. Recurso
especial provido (REsp 1744758/RS, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA,
julgado em 09/10/2018, DJe 17/10/2018).
TEMA REPETITIVO
Necessidade de instauração do procedimento administrativo disciplinar (PAD) para o
reconhecimento de falta grave (tema repetitivo: 652)
EMENTA RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DA CONTROVÉRSIA.
EXECUÇÃO PENAL. 1. RECONHECIMENTO DE FALTA GRAVE.
IMPRESCINDIBILIDADE DE INSTAURAÇÃO DE PROCEDIMENTO
ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR (PAD). [...] 1. Para o reconhecimento da prática de
falta disciplinar, no âmbito da execução penal, é imprescindível a instauração de
procedimento administrativo pelo diretor do estabelecimento prisional, assegurado o
direito de defesa, a ser realizado por advogado Constituído ou defensor público nomeado.
[...] (REsp 1378557 RS, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, TERCEIRA
SEÇÃO, julgado em 23/10/2013, DJe 21/03/2014)
TEMA REPETITIVO
Impossibilidade de alteração da data-base para concessão de novos benefícios executórios
em razão da unificação das penas. (tema repetitivo: 1006)
EMENTA [...] 1. A superveniência de nova condenação no curso da execução penal
enseja a unificação das reprimendas impostas ao reeducando. [...] 2. A alteração da data-
base para concessão de novos benefícios executórios, em razão da unificação das penas,
não encontra respaldo legal. Portanto, a desconsideração do período de cumprimento de
pena desde a última prisão ou desde a última infração disciplinar, seja por delito ocorrido
antes do início da execução da pena, seja por crime praticado depois e já apontado como
falta disciplinar grave, configura excesso de execução. 3. Caso o crime cometido no curso
da execução tenha sido registrado como infração disciplinar, seus efeitos já repercutiram
no bojo do cumprimento da pena, pois, segundo a jurisprudência consolidada do Superior
Tribunal de Justiça, a prática de falta grave interrompe a data-base para concessão de
novos benefícios executórios, à exceção do livramento condicional, da comutação de
penas e do indulto. Portanto, a superveniência do trânsito em julgado da sentença
condenatória não poderia servir de parâmetro para análise do mérito do apenado, sob pena
de flagrante bis in idem. 4. O delito praticado antes do início da execução da pena não
constitui parâmetro idôneo de avaliação do mérito do apenado, porquanto evento anterior
ao início do resgate das reprimendas impostas não desmerece hodiernamente o
comportamento do sentenciado. As condenações por fatos pretéritos não se prestam a
macular a avaliação do comportamento do sentenciado, visto que estranhas ao processo
de resgate da pena. 5. Recurso especial representativo da controvérsia não provido,
assentando-se a seguinte tese: a unificação de penas não enseja a alteração da data-base
para concessão de novos benefícios executórios. (ProAfR no REsp 1753509 PR, Rel.
Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 18/12/2018,
DJe 11/03/2019) (ProAfR no REsp 1753512 PR, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI
CRUZ, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 18/12/2018, DJe 11/03/2019)
INFORMATIVO
Execução penal. Remição. Atividade realizada em coral. Interpretação extensiva in
bonam partem do art. 126 da LEP. Redação aberta. Finalidade da execução atendida.
Incentivo ao aprimoramento cultural e profissional. O reeducando tem direito à
remição de sua pena pela atividade musical realizada em coral. O ponto nodal da
discussão consiste em analisar se o canto em coral, pode ser considerado como trabalho
ou estudo para fins de remição da pena. Inicialmente, consigna-se que a jurisprudência
do Superior Tribunal de Justiça, como resultado de uma interpretação analógica in bonam
partem da norma prevista no art. 126 da LEP, firmou o entendimento de que é possível
remir a pena com base em atividades que não estejam expressas no texto legal. Concluiu-
se, portanto, que o rol do art. 126 da Lei de Execução Penal não é taxativo, pois não
descreve todas as atividades que poderão auxiliar no abreviamento da reprimenda. Aliás,
o caput do citado artigo possui uma redação aberta, referindo-se apenas ao estudo e ao
trabalho, ficando a cargo do inciso I do primeiro parágrafo a regulação somente no que
se refere ao estudo – atividade de ensino fundamental, médio, inclusive
profissionalizante, ou superior, ou ainda de requalificação profissional. Na mesma linha,
consigna-se que a intenção do legislador ao permitir a remição pelo trabalho ou pelo
estudo é incentivar o aprimoramento do reeducando, afastando-o, assim, do ócio e da
prática de novos delitos, e, por outro lado, proporcionar condições para a harmônica
integração social do condenado (art. 1º da LEP). Ao fomentar o estudo e o trabalho,
pretende-se a inserção do reeducando ao mercado de trabalho, a fim de que ele obtenha o
seu próprio sustento, de forma lícita, após o cumprimento de sua pena. Nessa toada,
observa-se que o meio musical satisfaz todos esses requisitos, uma vez que além do
aprimoramento cultural proporcionado ao apenado, ele promove sua formação
profissional nos âmbitos cultural e artístico. A atividade musical realizada pelo
reeducando profissionaliza, qualifica e capacita o réu, afastando-o do crime e
reintegrando-o na sociedade. No mais, apesar de se encaixar perfeitamente à hipótese de
estudo, vê-se, também, que a música já foi regulamentada como profissão pela Lei n.
3.857/1960 (REsp 1.666.637-ES, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, por unanimidade,
julgado em 26/09/2017, DJe 09/10/2017).
JURISPRUDÊNCIA EM TESES
3) O trancamento da ação penal pela via do habeas corpus é medida excepcional,
admissível apenas quando demonstrada a falta de justa causa (materialidade do crime e
indícios de autoria), a atipicidade da conduta ou a extinção da punibilidade.
1. O prazo para o Assistente de Acusação habilitado nos autos apelar é de 5 (cinco) dias,
após a sua intimação da sentença, e terminado o prazo para o Ministério Público apelar.
Incidência do enunciado da Súmula n.º 448 do Supremo Tribunal Federal. 2. Precedentes
do Superior Tribunal de Justiça. 3. Habeas corpus concedido. (HC 237.574/SP, Rel.
Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado em 13/11/2012, DJe 23/11/2012)
ASSISTENTE DE ACUSAÇÃO NÃO HABILITADO NOS AUTOS. MARCO
INICIAL. TÉRMINO DO PRAZO PARA O MINISTÉRIO PÚBLICO.
INTEMPESTIVIDADE MANTIDA. AGRAVO REGIMENTAL IMPROVIDO. 1. O
termo inicial para assistente não habilitado nos autos é de 15 dias, após findado o prazo
para o Ministério Público, de modo que, não interposto o recurso nesse ínterim, deve ser
mantido o não conhecimento do apelo, consoante a Súmula 448/STF e art. 598, parágrafo
único, do CPP. 2. Agravo regimental improvido. (AgRg no REsp 1782677/ES, Rel.
Ministro NEFI CORDEIRO, SEXTA TURMA, julgado em 18/06/2019, DJe 28/06/2019)
Súmula 448 STF - O prazo para o assistente recorrer, supletivamente, começa a correr
imediatamente após o transcurso do prazo do Ministério Público.
INFORMATIVO Nº 0588
[...] junto com a sentença penal, haverá uma sentença cível líquida que, mesmo limitada,
estará apta a ser executada. E quando se fala em sentença cível, em que se apura o valor
do prejuízo causado a outrem, vale lembrar que, além do prejuízo material, também deve
ser observado o dano moral que a conduta ilícita ocasionou. E nesse ponto, embora a
legislação tenha introduzido essa alteração, não regulamentou nenhum procedimento para
efetivar a apuração desse valor nem estabeleceu qual o grau de sua abrangência, pois
apenas se referiu à "apuração do dano efetivamente sofrido". Assim, para que se possa
definir esses parâmetros, deve-se observar o escopo da própria alteração legislativa:
promover maior eficácia ao direito da vítima em ver ressarcido o dano sofrido. Assim,
considerando que a norma não limitou nem regulamentou como será quantificado o valor
mínimo para a indenização e considerando que a legislação penal sempre priorizou o
ressarcimento da vítima em relação aos prejuízos sofridos, o juiz que se sentir apto, diante
de um caso concreto, a quantificar, ao menos o mínimo, o valor do dano moral sofrido
pela vítima, não poderá ser impedido de o fazer. REsp 1.585.684-DF, Rel. Min. Maria
Thereza de Assis Moura, julgado em 9/8/2016, DJe 24/8/2016.
INFORMATIVO Nº 0528
Para que seja fixado na sentença valor mínimo para reparação dos danos causados pela
infração, com base no art. 387, IV, do CPP, é necessário pedido expresso do ofendido ou
do Ministério Público e a concessão de oportunidade de exercício do contraditório pelo
réu.
DISCIPLINA: PROCESSO PENAL
ASSUNTO: SUJEITOS PROCESSUAIS
TEMA: HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. TABELA ORGANIZADA PELO
CONSELHO SECCIONAL DA OAB. DEFENSOR DATIVO. NATUREZA:
ORIENTADORA OU VINCULATIVA?
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO INTERNO NO RECURSO
ESPECIAL. OMISSÃO. FIXAÇÃO DE HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS AO
DEFENSOR DATIVO. PEDIDO DE ARBITRAMENTO QUE DEVE SER
FORMULADO NA ORIGEM. EMBARGOS ACOLHIDOS, SEM EFEITOS
MODIFICATIVOS. 1. Conforme estabelece o art. 619 do Código de Processo Penal -
CPP, os embargos de declaração são cabíveis nas hipóteses de correção de omissão,
obscuridade, ambiguidade ou contrariedade no decisum. 2. A fixação dos honorários ao
defensor dativo é de responsabilidade do Estado, nos termos do art. 22, § 1º, da Lei n.
8.906/1994 e o pedido de arbitramento de deve ser formulado na origem. 3. A Terceira
Seção desta Corte, ao julgar o Recurso Especial repetitivo n. 1.656.322/SC, Rel. Ministro
ROGERIO SCHIETTI CRUZ, firmou as seguintes teses: "1ª) As tabelas de honorários
elaboradas unilateralmente pelos Conselhos Seccionais da OAB não vinculam o
magistrado no momento de arbitrar o valor da remuneração a que faz jus o defensor dativo
que atua no processo penal; servem como referência para o estabelecimento de valor que
seja justo e que reflita o labor despendido pelo advogado; 2ª) Nas hipóteses em que o juiz
da causa considerar desproporcional a quantia indicada na tabela da OAB em relação aos
esforços despendidos pelo defensor dativo para os atos processuais praticados, poderá,
motivadamente, arbitrar outro valor; 3ª) São, porém, vinculativas, quanto aos valores
estabelecidos para os atos praticados por defensor dativo, as tabelas produzidas mediante
acordo entre o Poder Público, a Defensoria Pública e a seccional da OAB. 4ª) Dado o
disposto no art. 105, parágrafo único, II, da Constituição da República, possui caráter
vinculante a Tabela de Honorários da Justiça Federal, assim como tabelas similares
instituídas, eventualmente, pelos órgãos competentes das Justiças dos Estados e do
Distrito Federal, na forma dos arts 96, I, e 125, § 1º, parte final, da Constituição da
República". 4. Embargos de declaração acolhidos, sem efeitos modificativos, tão somente
para sanar a omissão apontada. (EDcl no AgInt no REsp 1836028/PR, Rel. Ministro JOEL
ILAN PACIORNIK, QUINTA TURMA, julgado em 05/05/2020, DJe 18/05/2020)
RECURSO REPETITIVO
1. Da suspensão condicional do processo, o benefício poderá ser revogado, mesmo se já
ultrapassado o prazo legal, desde que referente a fato ocorrido durante sua vigência. [...]
2. Da exegese do § 4º do art. 89 da Lei n. 9.099/1995 ("a suspensão poderá ser revogada
se o acusado vier a ser processado, no curso do prazo, por contravenção, ou descumprir
qualquer outra condição imposta), constata-se ser viável a revogação da suspensão
condicional do processo ante o descumprimento, durante o período de prova, de condição
imposta, mesmo após o fim do prazo legal. [...] (REsp 1498034 RS, Rel. Ministro
ROGERIO SCHIETTI CRUZ, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 25/11/2015, DJe
02/12/2015)
CPP
Art. 478. Durante os debates as partes não poderão, sob pena de nulidade, fazer
referências: (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
I – à decisão de pronúncia, às decisões posteriores que julgaram admissível a acusação
ou à determinação do uso de algemas como argumento de autoridade que beneficiem ou
prejudiquem o acusado; (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
II – ao silêncio do acusado ou à ausência de interrogatório por falta de requerimento, em
seu prejuízo. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)