Modelo ESTELIONATÁRIO
Modelo ESTELIONATÁRIO
Modelo ESTELIONATÁRIO
FALSIFICAÇÃO DE CHANCELA DE
AUTENTICAÇÃO BANCÁRIA EM GUIA DE RECOLHIMENTO DE
IMPOSTO. ITBI. ESTELIONATO. NÃO CONFIGURAÇÃO DE CRIME
CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA.
I. RELATÓRIO
É o relatório.
O Administrador Público poderá sempre optar por decisão (ou solução jurídica)
diversa daquela exposta pelo parecerista, em razão de argumento de ordem técnica relacionado à
área de atuação ou mesmo com base em outros argumentos jurídicos, inclusive contrários ao
presente parecer, que, repita-se, expressa apenas a opinião jurídica deste subscritor e não vincula
o agente público responsável por emitir o ato administrativo.
seja, é a efetivação da obrigação tributária por meio de sua liquidez e certeza. O Crédito Tributário
por sua vez, é o vínculo jurídico obrigacional, por força do qual o Estado exige do contribuinte ou
contextualizado com a ordem econômica constitucional, haja vista que, a elisão não se configura
infração à legislação tributária, mas sim, uma forma constitucional e legal que propicia ao
III - falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota de venda, ou qualquer
Para que se inicie uma Ação Penal Tributária concernente ao crime de sonegação
fiscal, é salutar a consumação material do delito, sendo obrigatória, a remessa da notitia criminis
(notícia crime) ao Ministério Público, sob pena, de carência da Ação Penal por falta do quesito
‘justa causa’.
autenticação bancária em guia de recolhimento de imposto (ITBI), não podendo ser enquadrado
Isso porque, apesar de aparentemente poder-se enquadrar tal conduta como crime
contra a ordem tributária, na verdade o agente jamais conseguirá suprimir ou reduzir o tributo
devido, uma vez que o Código Tributário Nacional somente considera extinto o débito pago:
I - o pagamento;
II - a compensação;
III - a transação;
IV - remissão;
V - a prescrição e a decadência;
VI - a conversão de depósito em renda;
VII - o pagamento antecipado e a homologação do lançamento nos termos do disposto no
artigo 150 e seus §§ 1º e 4º;
VIII - a consignação em pagamento, nos termos do disposto no § 2º do artigo 164;
IX - a decisão administrativa irreformável, assim entendida a definitiva na órbita
administrativa, que não mais possa ser objeto de ação anulatória;
X - a decisão judicial passada em julgado.
XI – a dação em pagamento em bens imóveis, na forma e condições estabelecidas em lei.
Parágrafo único. A lei disporá quanto aos efeitos da extinção total ou parcial do crédito sobre
a ulterior verificação da irregularidade da sua constituição, observado o disposto nos artigos
144 e 149.
suprimir ou reduzir o crédito tributário devido à Fazenda Pública, podendo tal conduta caracterizar
Vejamos:
prestadora de serviço público, autoriza a aplicação do §3° do artigo 171 do CP. 3. O uso de
do delito de estelionato e, por tal razão, não há que falar em crime impossível.
Observe-se que à fl. 42 foi constatado que não só o débito acerca do ITBI não se
juntado pelo Contribuinte, o que caracteriza crime de estelionato, conforme o Código Penal
Brasileiro: “Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio,
induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio
fraudulento”
Portanto, por se tratar de crime de estelionato, não vislumbro como alçada desse
departamento a possibilidade de elaboração de notitia criminis, uma vez que não se trata de crime
Por fim, já comprovada a dívida do ITBI, deve essa retornar ao Cadastro da Dívida
Ativa.
IV. CONCLUSÃO
, pessoa jurídica de direito público interno, inscrito no CNPJ sob o n, com sede na, vem,
respeitosamente, perante V. Excelência, por seu Procurador-Geral, ex vi legis, nos termos do art. 5º, II do
CPP, NOTICIAR suposto delito praticado por, em razão de falsificação de chancela de autenticação
bancária em guia de recolhimento de imposto.
Por fim, o Município coloca-se à disposição para quaisquer outros esclarecimentos, caso
necessário.
Respeitosamente,
Nome
Procurador-Geral do Município