Mandado de Segurança

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AO JUÍZO DE DIREITO DA VARA DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE

GUAPORÉ

RODRIGUES LTDA, pessoa jurídica do direito privado,


inscrita no CNPJ sob n° 00.000.000/000-00, com sede na
Rua Cabral, n°233, Bairro Centro, situada na cidade de
Guaporé, CEP: 60233-120, vem à presença de Vossa
Excelência, por meio de seu advogado, infra assinado,
com fundamento legal na Súmula 512 do STF, Súmula
105 do STJ e Art.25 da Lei n° 12.016/2009, Código
Tributário Nacional e Constituição Federal de 1988,
impetrar

MANDADO DE SEGURANÇA C/C PEDIDO DE


LIMINAR

em face do ato emanado pelo ESTADO ALFA, cujas


atividades são vinculadas aos órgãos públicos, situada
na Rua 28 de Maio, n° 15, Bairro Partenon, na cidade de
Porto Alegre, CEP: 45232-111, pelos fatos jurídicos a
seguir expostos.

I. DA LIMINAR

Com base na Lei 12.016 de 07 de agosto de 2009, para fins de assegurar que o
novo tributo discutido na presente ação não poderá impedir o impetrante de obter a
certidão de regularidade fiscal da pessoa jurídica, requer liminarmente a
determinação para que o Estado não inclua o nome da empresa nos órgãos de
restrição de crédito, possibilitando a emissão da certidão de regularidade fiscal.

II. DO CABIMENTO

De acordo com a Constituição Federal de 1988, conceder-se-á o Mandado de


Segurança para proteger o direito líquido e certo, quando o responsável pela
ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica
nos exercícios das atribuições do Poder Público, conforme (art.5° LXIX).

No presente caso, o Impetrante teve seu direito líquido e certo violado pela
instituição de taxa de limpeza, tendo em vista que a mesma taxa já é englobada
pelos tributos federais, gerando taxação em dobro, comprometendo assim o
orçamento da empresa. Dessa forma, o Requerente encontra-se impossibilitado de
exercer o seu direito, não restando outra alternativa, senão a impetração do
presente remédio constitucional.
III. BREVE SÍNTESE DOS FATOS

Em 13 de Março de 2020, o Estado Alfa instituiu uma taxa de serviço de limpeza


pública por meio de um Decreto, no qual as empresas com sede no Estado Alfa
deveriam recolher os impostos tendo como base a porcentagem absurda de 1%
sobre o faturamento líquido mensal da empresa.

Ocorre excelência, que o referido decreto não discrimina grandes empresas de


pequeno porte, as quais lutam para sobreviver e que já sofrem com altíssimos
impostos brasileiros, que detém a carga tributária sobre o consumo de bens e
serviços como uma das mais altas do mundo, ficando atrás apenas de países como
Hungria, Grécia e Dinamarca.

No caso concreto, a empresa Requerente vem enfrentando dificuldades para


manter-se adimplente com os entes públicos, sendo que foi fortemente atingida
pelos efeitos da pandemia, e por pouco não teve suas atividades encerradas. Neste
ano, visando ventilar o fluxo de caixa, pretende candidatar-se em um processo
licitatório em data próxima, para o qual é indispensável a apresentação da certidão
de regularidade fiscal, que somente será fornecida se pago o tributo. Ocorre,
excelência , que a referida empresa não estava planejada para suportar um novo
tributo, o que geraria um rombo gigantesco em suas finanças, tendo em vista que
todos os seus lucros têm sido direcionados para manter-se de portas abertas.

Portanto, vem diante do presente recurso, requerer a suspensão da taxa, e


liminarmente a determinação para o Estado não inclua o nome da empresa nos
órgãos de restrição de crédito, possibilitando a emissão da certidão de regularidade
fiscal.

IV. DO DIREITO

Como o presente caso se trata de um direito líquido e certo, a medida não


comporta condenação em honorários advocatícios, tendo como base a Súmula 512
do STF, Súmula 105 do STJ e Art. 25 da Lei nº 12.016/2009. A taxa de Serviço de
Limpeza Urbana, pode ser classificada como serviço do tipo “uti universi", que são
aqueles serviços que a Administração Pública presta sem ter usuários determinados,
são prestações públicas que possuem como objetivo atender a coletividade no seu
todo, portanto indivisíveis, caso existam, devem ser custeados por impostos e não
taxas.

Portanto, a taxa exigida no Decreto Estadual não vai de acordo com os


preceitos da Constituição Federal de 1988, em razão da violação do princípio da
legalidade citado no art. 150, I da CF/88 e também fere o princípio da anterioridade
(tanto a anterioridade do exercício financeiro quanto à anterioridade nonagesimal –
Art. 150, III, b e c, da CF). Como também, é de grande relevância citar que, o fato
gerador da taxa não corresponde ao serviço público específico e divisível, l (Art. 145,
II, da Constituição), e portanto, não possui legitimidade para ser exigível a cobrança.
Art. 16. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma
situação independente de qualquer atividade estatal específica,
relativa ao contribuinte.

Portanto, as taxas podem ser classificadas como serviços “uti singuli”, ou seja,
são atividades destinadas a usuários determinados, com utilização particular e
mensurável para cada destinatário. O art.145, § 2º, da Constituição Federal,
corrobora com o entendimento postulado acima, uma vez que informa que “as taxas
não poderão ter base de cálculo própria de impostos”.

V. DOS PEDIDOS

Diante do exposto, espera que a ordem seja concedida, assegurando ao impetrante


o direito de especificar e que se suspenda o ato impugnado até decisão da causa.

a) Requer-se a notificação da autoridade coatora, que pode ser encontrada no


endereço supra referido, do inteiro conteúdo desta inicial, entregando-lhe a
segunda via acompanhada de todos os documentos anexos para que preste
as informações que julgar necessárias no prazo de quinze (10) dias, nos
termos do artigo 7º, inciso I, da Lei nº 12.016/09.

b) Requer que se dê ciência do fato ao órgão de representação judicial da


pessoa jurídica interessada, enviando-lhe cópia da inicial sem documentos,
para que, querendo, ingresse no feito, nos moldes do artigo 7º, inciso II, da
Lei 12.016/09.

c) Findo o prazo para informações, e ouvido o Ministério Público, devem os


autos irem à conclusão para a decisão definitiva que será comunicada à
autoridade coatora.

d) Requer, ainda, a condenação do Impetrado no pagamento das despesas


processuais na forma da lei.

Dá-se à presente ação o valor de R$36.000,00 (Trinta e seis mil reais).

Nesses Termos,
pede e espera Deferimento.

Advogados:

Gislaine Inácio OAB/RS 000.000


Ana Júlia Paini OAB/RS 000.000
Wesley de Freitas OAB/RS 000.00

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