Aula 12 Período Pos Operatório

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CENTRO CIRÚRGICO

Aula12
Prof.ª IARA BARBOSA
RECUPERAÇÃO PÓS ANESTÉSICA
O período de recuperação anestésica é considerado crítico, pois os
pacientes encontram-se muitas vezes inconscientes, entorpecidos e com
diminuição dos reflexos protetores.

A enfermagem deve estar voltada para a individualidade de cada


paciente, desde a admissão, até a alta da unidade. (prestando também
informações aos familiares que aguarda notícias

VIGILÂNCIA CONSTANTE ATÉ SUA COMPLETA RECUPERAÇÃO


Estabilidade hemodinâmica

Amplitude respiratória normalizadas

Saturação de O² nos limites normais

Estabilidade da temperatura corporal

Estado de consciente
CUIDADOS DE ENFERMAGEM

NO

PÓS OPERATÓRIO
O CUIDADO DE ENFERMAGEM NO
PÓS OPERATÓRIO
Pós-operatório inicia-se a partir da saída do cliente da sala de
operação e perdura até sua total recuperação.
Subdivide-se :
•Pós operatório imediato (POI): até às 24 horas
posteriores à cirurgia;
Pós-operatório mediato: após as 24 horas e até 7
dias
Pós operatório tardio: após 7 dias do recebimento
da alta.
Objetivos: identificar, prevenir e tratar os problemas comuns aos
procedimentos anestésicos e cirúrgicos, tais como dor, laringite pós-
entubação traqueal, náuseas, vômitos, retenção urinária, flebite
pós-venóclise e outros, com a finalidade de restabelecer o seu
equilíbrio.
AVALIAÇÃO BÁSICA PÓS-OPERATORIO
IMEDIATO
 Avaliação da permeabilidade da via aérea e toma providências
necessárias.
 Avalia a presença de rouquidão, sibilos ou diminuição do murmúrio
vesicular;

 Aplicar oxigênio umidificado através de cânula nasal ou máscara facial;


 Registrar os SSVV (pressão arterial, força e ritmo cardíaco, frequência
e profundidade das respirações, saturação de oxigênio, coloração da pele
e temperatura.)
 Avaliar condição do local da cirurgia
 Manutenção da hemostasia orgânica

Promoção dos parametros e funções orgânicos vitais

Monitorização das funções vitais (respiração,circulação,metabolismo,


sensorial e excretora)
Manutenção da vias aéreas
 Aspiração traqueal
Ambu ou ventilador mecânico ou artificial
Hiperestensão do pescoço ( se não houver contra indicação)
Posição no leito.
Controle e equilíbrio
. hemodinâmico

 Monitorização continua da atividade elétrica do coração


PA
PVC
Investigar e observar criteriozamente sinais de sangramanto
(cirurgia)
Controle e balanço hidríco
Controle da dore promoção de conforto
Posicionamento adequado
 Administração de analgésico
PÓS OPERATÓRIO MEDIATO
As primeiras 24 horas após o ato cirúrgico
 (há dor mas com menos intesidade)
Promoção de deambulação precoce
.
Higiene após a cirurgia
Realizar curativo após o banho
PÓS OPERATÓRIO TARDIO
Díficil determinação
Se relaciona com o desaparecimento dos achados clínicos
(dor , mal estar, instabilidade dos sistemas ôrganicos)
Evolução da cicatrização do processo cirúrgico
As ações de enfermagem se baseiam nas manifestações do
cliente após a cirurgia
Orientação do auto cuidado
PRINCIPAIS COMPLICAÇÕES
Alteração dos sinais vitais (TPR-PA)

Hipertermia :retirar os cobertores, resfriar o ambiente, aplicar compressas


frias nas regiões da fronte, axilar e ingüinal e medicar antitérmico, de acordo
com a prescrição;
.
Hipotermia: o cliente deve ser agasalhado e sua temperatura monitorada.
A hipotensão arterial: Hidratação rigorosa pela via EV, Mantendo-se
posição de Trendelemburg - para melhorar o retorno venoso Administrando-
lhe oxigênio.
Dor: Geralmente na região da cirurgia
Ações:
afrouxar e/ou trocar os curativos, aliviar a retenção de urina e fezes, fazer a
mudança de decúbito, apoiar segmentos do corpo em coxins e aplicar
compressas frias ou quentes, escurecer o ambiente e diminuir os barulhos,
estimulando o cliente a repousar e/ou proporcionar-lhe algo que o distraia, por
exemplo, televisão, música, revistas, etc. Administração de medicação.
Cefaléia pós Raquianestesia:
Decúbito baixo em posição supina,
Hidratação adequada por VO e/ou EV
Administração de analgésicos prescritos
PRINCIPAIS COMPLICAÇÕES
Sonolência: A sonolência é uma característica muito freqüente no
cliente cirúrgico.
Ações: avaliação do nível de consciência deve ser sempre
verificada mediante alguns estímulos (perguntas, estímulo tátil)
alterações podem indicar .complicações graves – como, por
exemplo, hemorragia interna.
 Soluço: Os soluços são espasmos intermitentes do diafragma,
provocados pela irritação do nervo frênico. No pós-operatório, suas
causas mais comuns são a distensão abdominal e a hipotermia.
Ações: aspiração ou lavagem gástrica (na distensão
abdominal), deambulação, aquecimento do cliente hipotérmico e
mudança de decúbito. Outras, orientar o cliente para inspirar e
expirar em um saco de papel, porque o dióxido de carbono diminui a
irritação nervosa; ou administrar lhe metoclopramida (Plasil®) de
acordo com a prescrição médica.
COMPLICAÇÕES RESPIRATÓRIAS
Limitação na expansão pulmonar por acumulo de secreção traqueobronquica e
dificuldade do cliente em elimina-la.
Atelectasia: colabamento dos alvéolos pulmonares pela obstrução dos
brônquios por tampão mucoso.
Manifestações: aumento na frequencia respiratória Dispnéia, hipoventilação
pulmonar, cianose, agitação, alteração de nível de consiência.
Ações:Manutenção da ventilação (artificial)
Permeabilidade das vias aéreas(Aspiração traqueal )
Posicionamento adequado
 Estimulação da tosse,
Estimulação de exercícios respiratórios
 Realizar nebulização, Mudança de decúbito.
PNEUMONIA: Inflamação do parenquima pulmonar (alvéolos) normalmente
provocada por um processo infecciosos, geralmente de origem bacteriana
(Estase pulmonar).
Manifestações:Dor torácica,Febre,Tosse produtiva, calafrios,
prostração.Eliminação de muco purulento,Dispnéia.
Prevenção:Mudança de decúbito,Promoção de expectoração.
Ações; Administração de medicação
Higiene corporal
Estimular ingesta hídrica.
Estimular deambulação
COMPLICAÇÕES PULMONARES
Embolia Pulmonar: embolo de gordura de ar ou de coagulo
sanguíneo se desloca através da corrente sanguínea ate o ramo
de um vaso pulmonar(artéria e veias pulmonares) ocasionando
obstrução parcial ou total
.
Manifestações: Dor aguda no peito,( comum na fase aguda),
Dispnéia, Diaforese, Ansiedade ,Agitação Alterações de nível de
consciência podendo levar a morte.

Ações: Prevenção do quadro de trombo embolismo


 Exame físico
Realizar exercícios ativos ou passivos (simples contrações
musculares poderá ajudar no retorno venoso)
Utilizar meias
Controlar administração de medicamento,
Estimular a deambulação
 mudança de decúbito em intervalos regulares
COMPLICAÇÕES URINÁRIAS
Infecção urinária e a retenção urinária (bexigoma), é
geralmente causada por falhas na técnica de sondagem vesical e
refluxo da urina.
Manifestação: hipertermia,. disúria e alterações nas
características da urina.
Ações:Higiene íntima adequada do cliente, bem como técnica
asséptica na passagem da sonda e sempre utilizar extensões,
conectores e coletores esterilizados com sistema fechado de
drenagem.
Retenção urinária:
Medicando o cliente contra a dor
Promovendo sua privacidade
Mudando-lhe de posição (se não houver contra-indicação)
 Avaliando a presença de dobraduras e grumos nas extensões das
sondas e drenos nas proximidades da bexiga.
COMPLICAÇÕES GASTROINTESTINAIS
a) Náuseas e vômitos: Os efeitos colaterais dos anestésicos e a
diminuição do peristaltismo ocasionam distensão abdominal,
acúmulo de líquidos e restos alimentares no trato digestório; em
conseqüência, o cliente pode apresentar náuseas e vômito.
Ações: clientes sem sonda nasogástrica devem ser colocados em
decúbito lateral ou com a cabeça lateralizada para facilitar a
drenagem do vômito pela boca.
clientes com sonda nasogástrica aberta, abrir a sonda e,
mantendo-a aberta, proceder à aspiração para esvaziar a cavidade
gástrica.
Administrar antieméticos
 passar a sonda nasogástrica (mantendo- a aberta)
 aspirar mais freqüentemente o conteúdo gástrico, de acordo com
as orientações da enfermeira e/ou médico
COMPLICAÇÕES GASTROINTESTINAIS
Constipação intestinal:
Diminuição do peristaltismo provocada pelo efeito colateral do
anestésico, imobilidade prolongada no leito, quadro inflamatório,
exposição e manipulação do intestino durante as cirurgias abdominais
e o medo da dor. Como resultado,
. ocorre retenção de fezes
acompanhada ou não de dor, desconforto abdominal e flatulência.

Ação:
movimentação no leito, deambulação precoce, ingestão de
líquidos e aceitação de alimentos ricos em celulose.
A aplicação de calor na região abdominal
orientação, ao cliente, para que degluta menos ar ao beber ou ingerir
alimentos pode ajudar no retorno do movimento peristáltico e diminuir o
acúmulo de gases.
promover sua privacidade para que possa eliminar os gases
O médico pode prescrever laxante no período noturno e/ou lavagem
intestinal.
COMPLICAÇÕES GASTROINTESTINAIS
Sede:
.
Provocada pela ação inibidora da atropina,
perdas sangüíneas e de líquidos pela cavidade exposta
. sudorese e hipertermia.
durante o ato operatório,

Ação: A equipe de enfermagem deve observar a


presença de sinais de desidratação
(alteração no turgor da pele e da PA e diminuição da
diurese).
Manter a hidratação por via oral e, nos clientes
impossibilitados de hidratar-se por via oral, umidificar os
lábios e a boca
 Realizar higiene oral e manter hidratação endovenosa
COMPLICAÇÕES VASCULARES
Hemorragia
.
Primaria: se relaciona com o processo cirurgico
Intermediaria: primeiras 12 horas de pós operatorio
Secundaria: ate 24 horas após a cirurgia
Interna: se faz para o interior
. de uma cavidade
Externa: a localização do sangramento e visível o sangue se
exterioriza
Manifestações: taquicardia, taquipnéia, acrocianose,
hipotensão,choque.
Ações:
Controlar SV
Posicionamento adequado de acordo com possibilidade
Supressão do sangramento(compressão dos vasos ou tecidos
quando possível)
Cateterismo vesical
 sonda nasogástrica
Lavagem gástrica no caso de hemorragia digestiva,
Controlar medicamentos e soluções administradas
incluindo hemoderivados
coleta e amostra de exames
Infecção da ferida cirúrgica
Caracteriza-se pela presença de secreção purulenta que varia de
clara inodora a pus espesso com odor fétido, com a presença ou não
de necrose nas bordas da ferida.

Quando ocorre um processo inflamatório, normalmente os sintomas


se manifestam entre 36 e .48 horas após a cirurgia, mas podem passar
desapercebidos devido à antibioticoterapia.
Prevenção:
 preparo pré-operatório adequado, utilização de técnicas assépticas
 observação dos princípios da técnica de curativo e alerta aos sinais que
caracterizam a infecção.
Os clientes devem ser orientados quanto aos cuidados, durante o
banho, com o curativo fechado.
 Nas instituições que têm por rotina trocar o curativo somente após o 2o
dia pós-operatório (DPO), o mesmo deve ser coberto com plástico, como
proteção à água do chuveiro - caso molhe-se acidentalmente, isto deve
ser notificado
Nas instituições onde os curativos são trocados diariamente, o curativo
pode ser retirado antes do banho, para que o cliente possa lavar o local
com água e sabão, e refeito logo após.
DEISCÊNCIA
Abertura total ou parcial da incisão cirúrgica provocada por infecção,
rompimento da sutura, distensão abdominal, ascite e estado
nutricional precário do cliente.
Ação:
 lavagem ou irrigação do local com solução fisiológica, podendo haver
a necessidade de o cliente revisar os pontos cirúrgicos.
 A troca do curativo pode ou não ser atribuição da equipe de
enfermagem e o tempo de permanência dos curativos fechados
depende da rotina da instituição ou da equipe médica.
Todos os curativos com saída de secreções (purulenta,
sangüinolenta) devem ser do tipo fechado; nos casos de
sangramento, indica-se o curativo compressivo.
CHOQUE
Estado inadequação circulatória grave(condições orgânicas e
fisiológicas que impossibilitam a manutenção do debito cardíaco
capaz de atender as necessidades metabólicas do organismo.
Choque Hipovolêmico: relacionado a grande hemorragia
Choque séptico: Infecção
Choque Cardiogênico: insuficiência cardiaca
Choque neurogênico: alterações neurológicas
Manifestações:
Importante hipotensão arterial, baixo débito cardiaco
(exeto no choque séptico)
Hipoperfusão tecidual, hipóxia,Baixo débito urinário (oligúria)
Taquicardia e bradicardia(achados no choque tardio),Pulso filiforme
Alterações importante do nível de consiência.
Ações:
Decúbito dorsal ao nível da cabeça.
Permebilidade das vias aéreas.
Avaliar dinâmica ventilatória.
Realizar rigoroso balanco hidríco.
Monitorizar sinais vitais.
Manter cliente aquecido.
ALTA HOSPITALAR
Os familiares, o cliente e a alta hospitalar A alta é um momento importante
para o cliente e seus familiares, pois significa sua volta ao contexto social. É
uma fase de transição que causa muita ansiedade e preocupação para todos
os envolvidos. Para minimizar esses sentimentos, faz-se importante a correta
orientação quanto aos cuidados a serem prestados e as formas de adaptá-los
no domicílio; bem como alertar o cliente sobre seu retorno ao serviço de saúde,
para avaliação da evolução. Para que os familiares efetivamente compreendam
a complexidade dos cuidados (técnicas assépticas, manuseio dos curativos,
grau de dependência, uso de medicações, etc.), as informações devem ser
passadas paulatinamente. Esta estratégia evita que o momento da saída não
seja conturbado por conta de um acúmulo de informações para a continuidade
do bem-estar do cliente
BOA NOITE!

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