Apostila Arte Rococó
Apostila Arte Rococó
Apostila Arte Rococó
A ascensão da burguesia
A revolução burguesa na Inglaterra
novas seitas religiosas, como a dos presbiterianos, que c.1635, Museu do Louvre em Paris
O despotismo Esclarecido
É evidente que o absolutismo monárquico, ou seja, o poder divino, absoluto e
incontestável do rei, não foi tão rapidamente derrubado nos outros países da Europa. Na França,
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filósofos como Voltaire defendiam uma monarquia respeitadora dos direitos individuais,
governada por um soberano esclarecido, sensível às necessidades de todos os cidadãos.
No fundo, os déspotas esclarecidos não abandonaram suas intenções políticas
conservadoras, mas as reformas que eles implementaram, inspiradas em ideais do Iluminismo,
prolongaram um pouco mais sua permanência no poder.
Neste momento de poucos conflitos entre os países, impulsionados pelo “Século das
Luzes”, os artistas se libertam da temática religiosa, dedicando-se a arquitetura de palácios civis,
retratos e festas galantes, onde eram representados os costumes e as atitudes de uma sociedade
em busca de felicidade, da alegria e do prazer sensual.
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Arquitetura
A arquitetura rococó é marcada pela
sensibilidade, percebida na distribuição dos
ambientes interiores, destinados a valorizar um
modo de vida individual e caprichoso. Essa
manifestação adquiriu importância
principalmente no sul da Alemanha e na França.
Suas principais características são uma
exagerada tendência para a decoração carregada,
tanto nas fachadas quanto nos interiores. As
Palácio de Schönbrunn em Viena
cúpulas das igrejas, menores que as das barrocas,
multiplicam-se. As paredes ficam mais claras, com tons pastel e o branco. Guarnições douradas
de ramos e flores, povoadas de anjinhos, contornam janelas ovais, colocadas para que possam,
com sua ação estética, quebrar a rigidez das paredes.
O mesmo acontecia com a arquitetura
palaciana. A expressão máxima dessa tendência
são os pequenos pavilhões e abrigos de caça dos
jardins. Construídas para o lazer dos membros
da corte, essas edificações, decoradas com
molduras em forma de argolas e folhas
transmitiam uma atmosfera de mundo ideal. Para
completar essa imagem dissimulada, surgiam no
teto, imitando o céu, cenas bucólicas em tons
Pavilhões e abrigos de caça dos jardins do Palácio de
Schönbrunn em Viena pastel. Na metade do século, o "estilo
Pompadour" já constituiu uma variante do
rococó: curvas e contra curvas animam as paredes e os ritmos
decorativos, afirma-se a assimetria, a trama linear invade tudo. As Vilas
construídas para a favorita de Luís XV sugerem a evolução de um gosto
que se desenvolve com pequenas oscilações.
Os móveis, importantíssimo complemento da construção
arquitetônica, assumem uma transcendência particular. De um lado isto
decorre da exigência, de determinados arranjos. De outro lado a variedade
Cadeira da época do Rei Luis XV
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cromática, devido ao emprego de madeiras raras marchetadas, ornadas de frisos dourados, é
acompanhada pelo requinte de suas linhas. Acompanha tudo isso o gosto pelos bibelôs.
Escultura
Devido ao grande desenvolvimento decorativo, a escultura ganha
importância. Os escultores do rococó abandonam totalmente as linhas
do barroco. Suas esculturas são de tamanho menor. Embora usem o
mármore, preferem o gesso e a madeira, que aceitam cores suaves. Os
motivos são escolhidos em função da decoração. Até artistas famosos,
principalmente aqueles ligados a manufatura de Sèvres se apressam a
preparar para ela, desenhos e modelos. Em função de lembrança, do
souvenir, os pequemos grupos representam cenas de gênero e narram, Vasos de Sèvres,"O estudo"
França, 1829
com linguagem espontânea e cores luminosas, episódios galantes,
brincadeiras e jogos infantis.
Nas igrejas da Baviera surge o teatro sacro. Altares com
iluminação a partir do fundo, decorados com cenários carregados de
anjos, folhas e flores, são a referência ideal para cenas religiosas de uma
inegável atmosfera de ópera.
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Pintura
A pintura rococó deixa de lado os afrescos a fim
de dar lugar aos arrases que pendem macios das paredes
e tornam íntimos e discretos os ambientes; aproveita os
recursos do barroco, liberando-os de sua pesada
dramaticidade por meio da leveza do traço e da
suavidade da cor. Agora o quadro tem pequenas
dimensões, passando a ser colocado nas entreportas, ou
ao lado das janelas, onde antes eram colocados os
espelhos. Por vezes, os quadros têm um lugar reservado:
são os gabinetes de pintura, onde se reúnem os
“entendedores” para apreciar as obras.
O homem do rococó é um cortesão, amante da Jean-Marc Nattier, Madame Vitória (1748)
boa vida e da natureza. Vive na pompa dos palácios, passa o dia em seus jardins e se faz retratar,
tanto nos salões de espelhos e mármores, luxuosamente trajado, quanto, em meio a primorosas
paisagens bucólicas, vestido de pastorzinho.
As cores preferidas são claras. Desaparecem os intensos vermelhos e turquesa do barroco,
e a tela se enche de azuis, amarelos pálidos, verdes e rosa. As pinceladas são rápidas e suaves,
movediças. A elegância se sobrepõe ao realismo. As texturas se aperfeiçoam, bem como os
brilhos.
Existe uma obsessão muito particular pelas sedas e
rendas que envolvem as figuras. Os retratos de Nattier e as
cenas galantes de Fragonard são as obras mais
representativas desse estilo.
Nessa estética do prazer a sensualidade tinha
especial apelo, mas não como componente narrativo de
erotismo puro; antes, fornecia um pretexto para os artistas
explorarem os limites da representação, almejando uma
tangibilidade que suscitasse uma resposta sensorial global
mais imediata e intensa, o que era um dos parâmetros para
a qualificação de uma obra de arte naquele tempo, e se
inscrevendo numa concepção de vida mais ampla onde o
Jean Honoré Fragonard, “O Balanço” (1767)
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despreocupado prazer de viver era a tônica. Mais sugerindo que explicitando, mais convidando à
fantasia complementar do público do que apresentando-o por inteiro, o que seria considerado
ofensivo, o erotismo na pintura rococó é mais penetrante e eficiente do que em composições
onde o significado fica exaurido desde o início pela obviedade das referências diretas.
O material preferido para obter o efeito aveludado das sedas e dos brocados, a
transparência das gazes e o esfumado das perucas brancas são os tons pastel. Esses pigmentos de
cores diferentes, prensados na forma de pequenos bastões, ao serem aplicados sobre uma
superfície rugosa vão se desfazendo e é preciso fixá-los com um líquido especial. Sem sombra de
dúvida, é nesse período que a técnica do pastel atinge seu ponto máximo de excelência.
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É importante ressaltar a integração entre as formas arquitetônicas, a decoração e as
pinturas presentes na moradia.
Artistas Pintores
Na pintura, temos grandes nomes como Giovanni Battista Tiepolo (1696-1770), Jean-
Antoine Watteau (1684 - 1721) e William Hogarth (1697-1764) e Jean-Honoré Fragonard
(1732-1806), discípulo de Chardin e de Boucher,
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HOGARTH (William), pintor e
gravador inglês (Londres, 1697 – id., 1764).
Praticou uma arte moralizante e fixou os
costumes da época. Foi também célebre
pelos retratos.
William Hogarth é tido como o
fundador da famosa escola inglesa de
pintura (até então a Inglaterra não tinha
William Hogarth, Marriage à la Mode 2: O Tête a Tête (1745) demonstrado realmente grandes nomes
nessa expressão artística pela qual
notabilizar-se-ia posteriormente). Suas preferências caíam nas pinturas de cunho moralizante
tiradas de sátiras, como a extremamente bem humorada série "Marriage à la Mode".
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Artistas escultores
Na escultura temos Egid Quirin Asam (1692-1750), exemplificado pela obra "Assunção
da Virgem", na Abadia de Rohr, Alemanha, e Claude Michel, ou Clodion, um dos últimos
expoentes do rococó francês, com sua obra "A Ninfa e o Sátiro se divertem".
Merecem destaque as esculturas realizadas em larga escala, especialmente na Alemanha e
na Áustria.