Apostila Concreto III INBEC UNIP
Apostila Concreto III INBEC UNIP
Apostila Concreto III INBEC UNIP
2. FISSURAÇÃO .......................................................................................... 28
3. PUNÇÃO .................................................................................................. 48
4. LAJES NERVURADAS............................................................................. 63
7. ANEXOS.................................................................................................... 95
2
1. DIMENSIONAMENTO DE LAJES
1.1. Introdução
Generalidades
As lajes são elementos estruturais laminares planos, solicitados predominantemente
por cargas normais ao seu plano médio. Elas constituem os pisos ou coberturas dos
edifícios correntes de concreto armado. Nas estruturas laminares planas, predominam
duas dimensões, comprimento e largura, sobre a terceira que é a espessura. Da mesma
forma, que as vigas são representadas pelos seus eixos, as lajes são representadas pelo
seu plano médio. As lajes são diferenciadas pela sua forma, vinculação e relação entre os
lados. Geralmente, nas estruturas correntes, as lajes são retangulares, mas podem ter
forma trapezoidal ou em L.
Classificação das lajes quanto à relação entre os lados
As lajes retangulares são classificadas como:
lajes armadas em uma só direção: são aquelas em que a relação entre o maior e o
menor vão é superior a 2 (>2) ou, analogamente, a relação entre o menor e o
maior vão é inferior 0,5.
lajes armadas em duas direções ou armadas em cruz: são aquelas em que a relação
entre o maior e o menor vão é igual ou inferior a 2 (≤2) ou, analogamente, a
relação entre o menor e o maior vão é igual ou superior a 0,5.
3
Vinculação
As bordas das lajes podem apresentar os seguintes tipos de vinculação:
apoiada: quando a borda da laje é continuamente suportada por vigas, paredes de
alvenaria de tijolos cerâmicos, de blocos de concreto ou de pedras.
livre: quando a borda da laje não tiver nenhuma vinculação ao longo daquele lado.
engastada: quando a borda da laje tem continuidade além do apoio
correspondente daquele lado (laje adjacente).
4
Toda a laje que tiver um lado adjacente a uma laje rebaixada tem este lado
apoiado. Toda laje rebaixada deve ser considerada apoiada, salvo se tiver outros três lados
livres (ver figura 50).
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Figura 52 – Vãos efetivos
Nas lajes em balanço, o vão efetivo é o comprimento da extremidade até o centro
do apoio, não sendo necessário considerar valores superiores ao comprimento livre
acrescido de trinta por cento da espessura da laje junto ao apoio.
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- peso específico do concreto armado = 2500 kgf/m³
- peso específico do concreto simples = 2400 kgf/m³
- peso específico de revestimentos/enchimentos em argamassa de cimento e areia = 2100
kgf/m³
- cargas de revestimento em tacos ou tabuões de madeira = 70 kgf/m² (estimado)
- cargas de revestimento em material cerâmico = 125 kgf/m² (estimado)
- cargas de forro falso = 100 kgf/m² (estimado)
- carga variável em salas, dormitórios, cozinhas, banheiros = 150 kgf/m²
- carga variável em despensa, lavanderia, área de serviço = 200 kgf/m²
- carga variável em corredores, escadas em edifícios:
não residenciais = 300 kgf/m²
residenciais = 250 kgf/m²
- sacada: mesma carga da peça com a qual se comunica.
- “Para-peito” - carga variável linear nas bordas das lajes de 200 kgf/m (vertical) e 80
kgf/m na altura do paramento (horizontal).
Além da carga superficial, é comum ocorrer cargas lineares, correspondentes a
paredes de alvenaria executadas sobre a laje. A carga linear é obtida a partir do peso
específico da alvenaria, da espessura da parede e de sua altura:
- 1300 kgf/m³ tijolos cerâmicos furados
- 1800 kgf/m³ tijolos cerâmicos maciços
- 1500 kgf/m³ bloco de concreto
- 550 kgf/m³ bloco de concreto celular autoclavado (SICAL)
Espessura mínimas e cobrimentos mínimos das lajes
De acordo com a NBR 6118/2014, as espessuras das lajes devem respeitar os
seguintes limites mínimos:
- 7 cm para lajes de cobertura não em balanço;
- 8 cm para lajes de piso não em balanço;
- 10 cm para lajes em balanço;
- 10 cm para lajes que suportem veículos de peso total menor ou igual a 30 kN;
- 12 cm para lajes que suportem veículos de peso total maior que 30 kN;
- 15 cm para lajes com protensão;
- 16 cm para lajes lisas e 14 cm para lajes-cogumelo, fora do capitel.
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No dimensionamento das lajes em balanço, os esforços solicitantes de cálculo
devem ser multiplicados por um coeficiente γn, sendo n 1,95 0,05h . Salientando-se
que h é a espessura da laje e o coeficiente de majoração deve ser considerado sempre
maior que 1 (para espessuras menores que 19 cm, o coeficiente γn é maior que 1).
Recomenda-se usar espessura mínima de 10 cm, para evitar o aparecimento de
fissuras pela presença de eletrodutos ou caixas de distribuição embutidas na laje. Além
dos cobrimentos “ocuparem” boa parte da atura útil da peça e das questões de isolamento
acústico e de vibrações. Por esta razão, os valores mínimos de 7 cm e 8 cm não são
aconselhados, levando-se em consideração a experiência dos projetos usuais.
Conforme dito no parágrafo anterior, são especificados, normativamente falando,
os valores mínimos de recobrimento para armaduras das lajes, de acordo com a
agressividade do meio em que se encontram. Esses valores são dados na tabela 19,
extraída da NBR 6118/2014.
O valor de Δc que aparece nesta tabela é um acréscimo no valor do cobrimento
mínimo das armaduras, sendo considerado como uma tolerância de execução. O
cobrimento nominal é dado pelo cobrimento mínimo acrescido do valor da tolerância de
execução Δc , que deve ser maior ou igual a 10 mm.
Tabela 19 – Cobrimento nominal para Δc = 10 mm
8
1.2. Reação das lajes (apoio em vigas, paredes, etc)
O cálculo das reações pode ser feito mediante o uso de tabelas baseadas no
processo das áreas, fornecendo-se coeficientes adimensionais (rx, rxe, ry, rye), a partir das
lx ly
condições de apoio e da relação ou ,com os quais se calculam as reações, dadas
ly lx
por:
Rx = 0,001rxplmenor & Ry = 0,001ryplmenor
Para as lajes armadas em uma direção, as reações de apoio são calculadas a partir
de considerações feitas na teoria das estruturas para uma viga faixa de largura equivalente
a 1 metro. Como exemplo, podemos definir para uma laje com vão lx, engastada em uma
das extremidades e livre na outra, uma reação por metro, igual a R = plx, onde p é a carga
total da laje.
Para os casos onde temos lajes com um bordo livre o l y será sempre o vão
perpendicular a este bordo e as equações das reações são dadas por:
Rx = 0,001rxplx & Ry = 0,001ryplx
onde lx é o vão oposto ao bordo livre.
1.3. Momentos Fletores
Os processos numéricos que envolvem o cálculo dos momentos fletores em lajes
também podem ser utilizados através de tabelas semelhantes ao apresentado para as
reações de apoio e os coeficientes tabelados (mx, mxe, my, mye, mxy) são adimensionais;
sendo os momentos fletores descritos por unidade de largura e dados pelas expressões:
Mx = 0,001mxpl2menor & My = 0,001mypl2menor
Mx momento fletor na direção do vão lx
My momento fletor na direção do vão ly
Para as lajes armadas em uma direção, os momentos fletores são calculados a
partir de considerações feitas na teoria das estruturas para uma viga faixa de largura
equivalente a 1 metro. Como exemplo, podemos definir para uma laje com vão lx,
engastada em uma das extremidades e livre na outra, um momento fletor por metro, igual
2
pl x
a M , onde p é a carga total da laje.
2
Para os casos onde temos lajes com um bordo livre o ly será sempre o vão
perpendicular a este bordo e as equações dos momentos fletores são dadas por:
Mx = 0,001mxpl2x & My = 0,001mypl2x
onde lx é o vão oposto ao bordo livre.
9
Lajes adjacentes podem apresentar momentos fletores diferentes sendo, portanto
necessária uma compatibilização de momentos fletores. No cálculo desses momentos,
consideram-se os apoios internos como perfeitamente engastados, o que na realidade,
pode não ocorrer.
Em um pavimento qualquer, as lajes adjacentes diferem nas condições de
contorno, nos vãos teóricos ou nos carregamentos, resultando, no apoio comum, dois
valores diferentes para o momento negativo (traciona a parte superior da laje). Esta
situação está ilustrada na figura 54. Daí a necessidade de promover a compatibilização
desses momentos.
Na compatibilização dos negativos, o critério usual consiste em adotar o maior
valor entre a média dos dois momentos e 80% do maior. Esse critério apresenta razoável
aproximação quando dois momentos são da mesma ordem de grandeza.
Em decorrência da compatibilização dos momentos negativos, os momentos
positivos (traciona a parte inferior da laje), na mesma direção, devem ser analisados. Se
essa correção tende a diminuir o valor do momento positivo ignora-se a redução a favor
da segurança, como ocorre nas lajes L1 e L4 da figura 54.
Caso contrário, se houver acréscimo no valor do momento positivo, a correção
deverá ser feita, somando-se ao valor deste momento fletor a média das variações
ocorridas nos momentos fletores negativos sobre os respectivos apoios, como no caso da
laje L2 da figura 54.
Pode ocorrer de a compatibilização acarretar diminuição do momento positivo, de
um lado, e acréscimo, do outro. Neste caso, ignora-se a diminuição e considera-se
somente o acréscimo, como no caso da laje L3 da figura 54.
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Figura 54 – Compatibilização de momentos fletores
Se um dos momentos negativos for muito menor do que o outro, por exemplo,
m’12 < 0,5m’21, um critério melhor consiste em considerar L1 engastada e armar o apoio
para o momento m’12, admitindo, no cálculo da L2, que ela esteja simplesmente apoiada
nessa borda.
1.4. Flechas
Assim com as reações de apoio e os momentos fletores das lajes, as deformações
verticais (flechas) no centro das peças, também são definidas através de coeficiente (wc)
por meio de tabelas:
pl menor
4
Ecs h 3
Wc 0,001wc ; onde D
D 12(1 2 )
Para as lajes armadas em uma direção, as flechas também são calculadas a partir
de considerações feitas na teoria das estruturas para uma viga faixa de largura equivalente
a 1 metro.
Para lajes com um bordo livre temos:
4
pl x
Wc 0,001wc
D
onde lx é o vão oposto ao bordo livre.
1.5. Lajes armadas em uma só direção
Como visto anteriormente, as lajes armadas em uma só direção são dimensionadas
como se fossem vigas (viga faixa), e a vinculação é definida segundo o menor vão.
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Figura 55 – Lajes armadas em uma só direção
Verificou-se ainda que, todos os casos são solucionados a partir da teoria das
estruturas e da resistência dos materiais. Assim, segue abaixo os esquemas estruturais
utilizados:
Tabela 20 – Momentos e reações em vigas
12
Tabela 21 – Flechas e deflexões angulares em vigas
13
Tabela 22 – Valores mínimos para armaduras em lajes de concreto armado
Armaduras Armaduras Armadura
negativas de positivas de positiva Armadura positiva
Armaduras
Armadura bordas sem lajes armadas (principal) de (secundária) de lajes
negativas
continuidade nas duas lajes armadas armadas em uma direção
(figura 57) direções em uma direção
A taxa de armadura é calculada ρs = As/Ac e ρmin não pode ser inferior a 0,15%.
fck
Tabela 23 – Valores de ρmin em % para o aço CA-50, d/h=0,8, γc=1,4 e γs=1,15
Forma da Valores de rmín (As,mín/Ac)
seção 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 90
Retangular 0,150 0,150 0,150 0,164 0,179 0,194 0,208 0,211 0,219 0,226 0,233 0,239 0,245 0,251 0,256
14
l*x
a 4 onde l*x é o maior vão entre os menores vãos das lajes contíguas e lb
lb 2hlaje
é o comprimento de ancoragem e será visto adiante.
Armadura perimetral (borda sem continuidade)
15
Bordas livres e aberturas – devem ser respeitadas as prescrições mínimas
contidas na figura 59.
16
A armadura de canto deve ser composta por barras superiores paralelas à bissetriz
do ângulo do canto e barras inferiores, perpendiculares a ela. Tanto a armadura superior
quanto a inferior deve ter área de seção transversal, pelo menos, igual à metade da área
da armadura no centro da laje, na direção mais armada.
As barras deverão se estender até a distância igual a 1/5 do menor vão da laje,
medida a partir das faces dos apoios. A armadura inferior pode ser substituída por uma
malha composta por duas armaduras perpendiculares, conforme indicado na figura 61.
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Momentos Fletores – Laje com bordo livre
lx/ly wc mx my mxy rx ry
0,50 10,13 100,0 36,7 52,8 269 366
0,55 9,38 93,4 38,8 51,8 268 353
0,60 8,65 86,9 40,7 50,6 267 340
0,65 7,94 80,5 42,3 49,4 266 326
0,70 7,26 74,3 43,5 47,9 265 315
0,75 6,62 68,3 44,2 46,3 263 303
0,80 6,03 62,7 44,6 44,6 261 291
0,85 5,48 57,6 44,9 42,8 259 281
0,90 4,98 52,8 45,0 41,0 256 270
0,95 4,51 48,3 44,7 39,1 253 260
1,00 4,06 44,2 44,2 37,1 250 250
ly/lx wc mx my mxy rx ry
1,00 4,06 44,2 44,2 37,1 250 250
0,95 4,51 44,7 48,3 39,1 260 253
0,90 4,98 45,0 52,8 41,0 270 256
0,85 5,48 44,9 57,6 42,8 281 259
0,80 6,03 44,6 62,7 44,6 291 261
0,75 6,62 44,2 68,3 46,3 303 263
0,70 7,26 43,5 74,3 47,9 315 265
0,65 7,94 42,3 80,5 49,4 326 266
0,60 8,65 40,7 86,9 50,6 340 267
0,55 9,38 38,8 93,4 51,8 353 268
0,50 10,13 36,7 100,0 52,8 366 269
18
Tabela 25 – Laje tipo 2
19
Tabela 26 – Laje tipo 3
lx/ly wc mxe mx my rx ry
0,50 2,62 -84,5 41,7 10,0 98 451
0,55 2,57 -84,3 41,4 11,1 97 447
0,60 2,52 -83,7 40,9 12,3 96 442
0,65 2,46 -82,8 40,3 13,6 97 437
0,70 2,40 -81,6 39,5 14,9 97 432
0,75 2,34 -80,1 38,4 16,1 98 427
0,80 2,27 -78,4 37,1 17,3 98 422
0,85 2,20 -76,5 35,9 18,6 99 417
0,90 2,12 -74,4 34,6 19,8 99 411
0,95 2,03 -72,2 33,1 20,7 100 406
1,00 1,92 -69,8 31,7 21,5 102 398
ly/lx wc mxe mx my rx ry
1,00 1,92 -69,8 31,7 21,5 102 398
0,95 2,25 -74,5 33,5 24,8 109 412
0,90 2,62 -79,6 35,2 28,6 117 426
0,85 3,05 -84,9 36,7 33,0 126 441
0,80 3,55 -90,2 38,1 38,0 136 455
0,75 4,13 -95,7 39,5 43,8 149 469
0,70 4,80 -101,1 40,7 50,6 162 482
0,65 5,58 -106,3 41,4 58,1 178 495
0,60 6,45 -111,1 41,3 66,2 196 507
0,55 7,41 -115,4 40,5 75,0 215 518
0,50 8,45 -119,1 39,4 84,6 236 528
20
Tabela 27 – Laje tipo 4
21
Tabela 28 – Laje tipo 5
22
Tabela 29 – Laje tipo 6
23
Tabela 30 – Laje tipo 7
ly/lx wc my mx w0 mx0 rx ry
0,30 1,31 12,3 13,4 2,47 21,8 210 150
0,35 1,76 15,6 17,5 3,22 29,0 227 175
0,40 2,24 19,0 22,4 3,98 36,3 240 200
0,45 2,74 22,3 27,8 4,74 43,6 248 225
0,50 3,26 25,1 33,3 5,50 51,0 250 250
0,55 3,78 27,5 38,7 6,23 58,3 250 273
0,60 4,30 29,6 43,9 6,94 65,1 250 292
0,65 4,80 31,3 49,1 7,59 71,6 250 308
0,70 5,29 32,7 53,9 8,20 77,4 250 321
0,75 5,76 33,8 58,4 8,73 82,8 250 333
0,80 6,21 34,7 62,7 9,22 87,5 250 344
0,85 6,64 35,4 66,8 9,65 91,7 250 353
0,90 7,03 36,0 70,7 10,03 95,5 250 361
0,95 7,40 36,3 74,3 10,40 99,2 250 368
1,00 7,76 36,3 77,6 10,75 102,6 250 375
1,05 8,08 36,3 80,7 11,00 105,1 250 381
1,10 8,39 36,3 83,8 11,25 107,6 250 386
1,15 8,67 36,2 86,5 11,47 109,8 250 391
1,20 8,95 36,0 89,1 11,68 111,9 250 396
1,25 9,18 35,8 91,4 11,83 113,4 250 400
1,30 9,41 35,5 93,7 11,98 114,8 250 404
1,35 9,63 35,3 95,7 12,10 116,0 250 408
1,40 9,85 35,0 97,6 12,22 117,2 250 411
1,45 10,06 34,7 99,3 12,32 118,2 250 414
1,50 10,27 34,4 100,9 12,42 119,1 250 417
1,55 10,41 34,0 102,2 12,46 119,5 250 419
1,60 10,55 33,7 103,5 12,51 120,0 250 422
1,65 10,69 33,3 104,8 12,55 120,4 250 424
1,70 10,83 33,0 106,1 12,60 120,9 250 427
1,75 10,97 32,6 107,4 12,64 121,3 250 429
1,80 11,09 32,3 108,4 12,68 121,7 250 431
1,85 11,21 31,9 109,4 12,72 122,1 250 433
1,90 11,32 31,6 110,4 12,76 122,4 250 434
1,95 11,44 31,2 111,4 12,80 122,8 250 436
2,00 11,56 30,9 112,4 12,84 123,2 250 438
24
Tabela 31 – Laje tipo 8
25
Tabela 32 – Laje tipo 9
26
Tabela 33 – Laje tipo 10
27
2. FISSURAÇÃO
2.1. Introdução
A fissuração é um fenômeno inevitável no concreto e um dos fatores que mais
influenciam no comportamento das peças estruturais, tendo em vista que pode
comprometer a utilização (necessidade funcional da estrutura), a durabilidade e a estética
das mesmas. As fissuras ocorrem basicamente nas zonas submetidas a esforços de tração,
devido à baixa resistência do concreto a esse tipo de solicitação (≈10% da resistência a
compressão).
Existem basicamente três razões para se controlar a fissuração: a durabilidade
(corrosão da armadura), a aparência e a estanqueidade a líquidos e gases.
A corrosão da armadura está geralmente associada a três mecanismos que
desencadeiam o processo corrosivo: a carbonatação, a presença de cloretos ou a ruptura
do concreto por esforços mecânicos. Além disso, a espessura, a porosidade e o cobrimento
do concreto são parâmetros importantes nesse processo.
Melhorar a qualidade do concreto e controlar a abertura das fissuras são fatores
importantes para o controle da fissuração. Portanto, é necessário especificar o valor limite
da abertura da fissura de acordo com a agressividade do meio ambiente.
As aberturas da fissuras com valores abaixo de 0,3 mm geralmente não causam
inquietação às pessoas. Obviamente, a aparência tolerável da abertura da fissura é muito
subjetiva e depende de vários fatores, tais como a distância entre o observador e a fissura,
a iluminação e as condições da superfície.
A necessidade da estanqueidade depende da natureza do gás ou do líquido que será
retido pela estrutura. Teoricamente é possível especificar e contar com uma estrutura sem
fissuras visíveis. Isto é mais coerente, no entanto, quando se especifica um limite para a
abertura da fissura. Pesquisas e experiências têm mostrado que estruturas para retenção
de água podem ter fissuras com aberturas de no máximo 0,1 a 0,15mm. Assim uma
fissura, mesmo quando atravessa totalmente a espessura da parede, pode permitir a
penetração de umidade após a ocorrência da primeira fissura; mas o estancamento do
vazamento ocorre em poucos dias (denomina-se colmatação – preenchimento de poros,
falhas ou fissuras por um determinado corpo ou matéria).
A NBR 6118/2014 considera que a fissuração é nociva quando a abertura das fissuras
na superfície do concreto ultrapassa os seguintes valores (tabela 36).
28
Tabela 36 - Limite de abertura de fissuras (NBR 6118/2014)
TIPO DE CONCRETO CLASSE DE EXIGÊNCIAS COMBINAÇÕES DE
ESTRUTURAL AGRESSIVIDADE RELATIVAS À AÇÕES EM SERVIÇO
AMBIENTAL (CAA) FISSURAÇÃO A UTILIZAR
CONCRETO SIMPLES CAA I a CAA IV NÃO HÁ -
As fissuras podem ser classificadas em dois grupos conforme elas sejam ou não
produzidas pela ação de cargas. As fissuras não produzidas por cargas são devidas ao
abatimento do concreto ainda plástico, devidas a alterações volumétricas (retração e
efeitos térmicos), desde que a peça esteja restrita; e devidas à corrosão das armaduras.
Por outro lado, as fissuras que ocorrem devido aos esforços mecânicos são basicamente
decorrentes de tensões de tração devidos aos esforços de tração propriamente dita (pura),
de flexão, de cisalhamento ou de torção.
30
É conveniente que toda a armadura de pele i da viga, na sua zona tracionada, limite
a abertura de fissuras na região Acri correspondente, e que seja mantido um espaçamento
menor ou igual a 15.
A grandeza da abertura de fissuras, w, determinada para cada parte da região de
envolvimento, é a menor entre as seguintes expressões:
i si 3 si i si 4
w ;w 45
12,5 i E si f ctm 12,5 i E si r ri
31
Tabela 37 – Coeficientes de conformação superficial
Coeficiente de conformação superficial
Tipo de barra
1
Lisa (CA-25) 1,0
Entalhada (CA-60) 1,4
Alta aderência (CA-50) 2,25
f yd As ,calc
si
f As ,real
32
Para seção retangular comum, pode-se tomar Acr = bw (cobrimento + estribo +
0,5barra_longitudinal + 7,5barra_longitudinal), desde que tenhamos apenas uma camada de ferros
longitudinais.
rr = rri = As,real/Acr
Analogamente:
rr,calc = As,calc/Acr
Como conseqüência a equação de σsi pode ser reescrita:
f yd r r ,calc
si
f rr
Levando-se a equação acima nas expressões das aberturas estimadas de fissuras
w, e substituindo w por wk (aberturas limites de fissuras), obtêm-se duas novas equações
onde a única incógnita será a relação (rr,calc/rr), ou inversamente (rr/rr,calc) = (As /As,calc).
Como para calcular a abertura estimada, adota-se o menor valor de w, agora para atender
a fissuração para o valor limite wk, será adotada a menor relação (As/As,calc), lembrando-
se que em nenhuma hipótese essa relação poderá ser menor que 1.
Assim:
tem-se:
2
3a w f yd As ,calc
1
f f ctm As
Portanto a primeira relação entre as áreas real fica:
As 3a w f yd
1
As ,calc f f ctm
Analogamente à primeira equação, reescrevendo-se a segunda equação de w em
função de aw, obtém-se:
33
r r ,calc 4 r r ,calc
1 aw 45 a w 4 45r r
rr rr rr 2
Resolvendo-se a equação acima do segundo grau em função de rr, obtém-se o
valor possível para rr:
ou
rr As 4a w
22,5a w 22,5a w 2 1
r r ,calc As ,calc r r ,calc
Para atender a fissuração deve-se adotar a menor relação obtida nas equações de
As/As,calc. Caso uma delas inicialmente dê um número menor que 1, significa que a
armadura já calculada à flexão As,calc, atende à fissuração e portanto naturalmente não
precisa achar a outra relação. Não se pode adotar uma relação menor que 1, o que
significaria usar uma armadura inferior àquela calculada à flexão, atendendo aos
requisitos do estado limite último.
Particularizando a verificação da fissuração para aço CA-50, o valor de aw dado
na equação fica:
i
a w 7,361 10 5
f wk
As equações de rr e rr/rr,calc são as mesmas da formulação do professor Tepedino
(1983), com o valor de aw atualizado pelas novas prescrições da NBR 6118/2014.
34
Figura 72 – Seção fissurada (estádio II)
x II A A2 B
Com
A = (eAs + ’eA’s) / b
B = 2 . (eAsd + ’eA’sd’) / b
3
bx
I II II 'e A' s x II d ' e As d x II
2 2
3
As fórmulas acima são as mesmas, deduzidas de forma análoga.
As tensões no concreto e nas armaduras são as tensões no estádio II, dadas por:
35
M
c x II
I II
's e
M
x II d '
I II
si e
M
d x II
I II
36
Resumo: Dimensionamento à fissuração
Tabela 39 – Expressões principais para a fissuração
fctm 0,3fck2/3 ou 2,12ln(1+0,11fck) MPa
ηi 1,0; 1,4 ou 2,25
Esi 210000 MPa
ρri As,real/Acr
Acr bw x (cob + est + 0,5long + 7,5long) (1)
wk 12,5 i E si f ctm
si’
3i MPa
wk 12,5 i E si
si’’ ( 4 45)
i r ri MPa
f yd As ,calc
si
f As ,real MPa
kfiss’ si/si’
kfiss’’ si/si’’
k é o menor valor entre kfiss’ e kfiss’’ ≥ 1
As,necessário As,real x k
(1)
A fórmula descrita refere-se à armadura em uma só camada. Caso hajam duas ou mais camadas, as barras
das camadas mais externas e seus respectivos espaços verticais devem ser acrescidos, considerando-se long
como o diâmetro dos ferros mais próximos do centro de gravidade da peça (última camada).
Exercício de dimensionamento
Verificar a fissuração para uma viga bi-apoiada com 6m de vão, carga total p = 40
kN/m, sendo a carga permanente g = 28 kN/m e a acidental q = 12 kN/m, seção de 20x60
cm2, concreto fck = 20 MPa, aço CA-50, destinada a edifício residencial com revestimento
de argamassa e pintura. Adotar = 20 mm e utilização de brita em gnaisse.
Obra urbana (CAA II) wk = 0,3 mm; Cobrimento c = 3 cm.
Como é ambiente interno e seco e, além disso, ainda tem revestimento, pode-se
admitir um micro clima com uma classe de agressividade mais branda (um nível acima),
ou seja CAA I, e portanto o cobrimento nominal a ser adotado será de 2,5 cm. Assim para
o cálculo à flexão será adotada uma altura útil:
d = h - c - estribo - (0,5 . longitudinal) = 60 - 2,5 – 0,63 – 0,5 x 2 ≈ 56 cm
37
Cálculo à flexão
fc = 0,85 x 2 / 1,4 = 1,21 kN / cm2
M = 40 x 62 / 8 = 180 kN.m [126 (Mg) + 54 (Mq)]
k = 18000 x 1,4 / (1,21 x 20 x 562) = 0,331 > kL = 0,295
As1 = (1,21 x 20 x 56 / 43,48) x (1 – (1 – 2 x 0,295)1/2) = 11,21 cm2
As2 = (1,21 x 20 x 56 / 43,48) x (0,331 – 0,295) / (1 – 4 / 56) = 1,21 cm2
As = 12,42 cm2 nbarras = 12,42 / 3,142 = 3,95 4 20 mm
As,real = 12,57 cm2
A’s = As2 = 1,21 cm2 3 8 mm (1,51 cm2)
Para combinação freqüente (ELS–w, estado limite de serviço correspondente à abertura
de fissuras), tem-se:
Nota: quanto maior o γf, menor será o si e menor
S 1,4 180
f d 1,7 será o kfiss. Resultando em um menor fator de
S serv 126 0,4 54 majoração da armadura – menos aço será utilizado.
Verificação da fissuração
Cálculo de Acr
bútil = b – 2(c + est) = 20 – 2 x (2,5 + 0,63) ≈ 14 cm
O espaçamento mínimo livre entre as faces das barras longitudinais ah = 2 cm, portanto o
número máximo de barras de 20 mm em uma só camada será:
butil a h 14 2
nbarras/ camada 4 4 barras/camada
a h long 22
38
d = d-dcorrigido = 56-55,87 = 0,13cm < 5%h = 3 cm não é necessário
redimensionar
Conforme a figura 73 tem-se: Acr = 20 x (2,5 + 0,63 + 1 + 15) ≈ 383 cm2
434,8 12,42
si . 252,71MPa (si aproximado)
1,7 12,57
Verificação
39
B = 2 x (9,86 x 12,57 x 56 + 8,86 x 1,51 x 4) / 20 = 699,42
xII = - 6,87 + [(6,87)2 + 699,42]1/2 = 20,45 cm
III = 20 x 20,453 / 3 + 8,86 x 1,51 x (20,45 – 4)2 + 9,86 x 12,57 x (56-20,45)2
III = 217271 cm4
si = 9,86 x (14760 / 217271)(56-20,45) = 23,81 kN/cm2
A diferença quando se considera armaduras existentes, comparado com a forma
aproximada, fica em torno de 5,8%.
Estimando-se a abertura de fissura, vem:
20 252,7 3.252,7
si,aproximado = 25,27 kN/cm2 wk1 0,29mm ;
12,5.2,25 210000 0,3.20 2 / 3
20 252,7 4
wk 2 45 0,14mm
12,5.2,25 210000 12,57
383
20 238,1 3.238,1
si,Asreal = 23,81 kN/cm2 wk1 0,26mm ;
12,5.2,25 210000 0,3.20 2 / 3
20 238,1 4
wk 2 45 0,13mm
12,5.2,25 210000 12,57
383
A diferença nesse exemplo quando se usa o valor aproximado da tensão de serviço
si, comparado com o valor calculado no Estádio II, ficou aproximadamente em 10%,
tanto no cálculo da tensão quanto na abertura estimada de fissuras. Do exposto acima,
nota-se que ao trabalhar com o valor simplificado, obtido com f,real > 1,4, obtém-se
valores satisfatórios, com bem menos trabalho.
M
3
M
3
I I eq r I c 1 r I II
Ma M a
42
bw é a base da seção transversal.
As é a área de aço encontrada.
O valor de Mr deve ser reduzido à metade, no caso de utilização de barras lisas.
Flecha diferida
A flecha adicional diferida, decorrente das cargas de longa duração em função da
fluência, pode ser calculada de maneira aproximada pela multiplicação da flecha imediata
pelo fator αf dado pela expressão:
f
1 50 r '
As '
ρ’ é a taxa de armadura de compressão (armadura dupla), dada por: r '
bw d
(t ) (t 0 )
t é o tempo, em meses, quando se deseja o valor da flecha diferida;
t0 é a idade, em meses, relativa à data de aplicação da carga de longa duração.
Obtém-se, portanto:
Flecha diferida: af = αf . ai
Flecha total: at = ai + αf . ai = ai (1 + αf)
Tabela 40 – Valores do coeficiente ξ em função do tempo
Tempo (t) em meses 0 0,5 1 2 3 4 5 10 20 40 >70
Coeficiente ξ(t) 0 0,54 0,68 0,84 0,95 1,04 1,12 1,36 1,64 1,89 2
O coeficiente ξ para um tempo menor que 70 meses pode também ser calculado pela
seguinte equação (o valor também pode ser tirado da tabela 40 diretamente, como nos
casos de t >70 meses):
(t ) 0,68(0,996t )t 0,32 para t 70 meses
Verificação das flechas
Os deslocamentos obtidos devem ser comparados com os valores limites dados na
tabela 41 com os demais valores indicados na NBR 6118/2014.
Caso esses limites sejam ultrapassados, tem-se entre as soluções possíveis:
• Aumentar a idade para aplicação da carga (aumentar t0), mantendo o
escoramento por mais tempo ou retardando a execução de revestimentos, paredes etc.
43
• Adotar uma contra-flecha (ac), que pode ser estimada por meio da expressão
(flecha imediata mais metade da flecha diferida):
f a
ac ai 1 ai f
2 2
É usual arredondar o valor da contra-flecha (ac) para o múltiplo de 0,5 cm mais próximo
do valor calculado. A contra-flecha pode ser adotada mesmo quando os deslocamentos
estiverem abaixo dos limites da Norma. Lembrando que, em termos executivos, a adoção
dessa última solução, acarreta em uma reprogramação dos prazos pois ela retarda o tempo
de confecção das formas.
Tabela 41 – Limites para deslocamentos
Razão da Deslocamento a Deslocamento
Tipo de efeito Exemplo
limitação considerar limite
Deslocamentos
visíveis em
Visual Total L/250
Aceitabilidade elementos
sensorial estruturais
Vibrações Devido a cargas
Outro L/350
sentidas no piso acidentais
Superfícies que
Coberturas e
devem drenar Total L/250(1)
varandas
água
L/350+contra-
Pavimentos que Total
flecha(2)
Efeitos devem Ginásios e pistas
Ocorrido após a
estruturais em permanecer de boliche
construção do L/600
serviço planos
piso
Elementos que De acordo com
Ocorrido após
suportam recomendação
Laboratórios nivelamento do
equipamentos do fabricante do
equipamento
sensíveis equipamento
(1)
As superfícies devem ser suficientemente inclinadas ou o deslocamento previsto compensado por contra-
flechas, de modo a não se ter acúmulo de água.
(2)
Os deslocamentos podem ser parcialmente compensados pela especificação de contra-flechas. Entretanto,
a atuação isolada da contra-flecha não pode ocasionar um desvio do plano maior que L/350.
44
Exercício
Verificar os ELS para a viga bi-apoiada indicada na figura abaixo.
Dados: seção 22 cm x 40 cm, L = 410 cm, concreto C25, aço CA-50, armadura
longitudinal 4ø20 (12,60 cm2), d = 35,9cm, classe II de Agressividade Ambiental e brita
de basalto. Carregamento distribuído de 40 kN/m (permanente) e 10 kN/m (sobrecarga)
Momento de fissuração
f ct I c
Mr
yt
α= 1,5 (seção retangular)
bh 3 22 40 3
Ic 117333cm 4
12 12
yt = 40/2 = 20cm
a) Formação de fissuras
b) Deformação excessiva
22 x2
2 2
bw x2
e As x2 e As d 0 7,25 12,60 x2 7,25 12,60 35,9 0
2 2
45
11x22 + 91,35x2 – 3279,47= 0 dividindo por 11, temos x22 + 8,30x2 – 298,13= 0
x2 = 13,61 (ignorando a raiz negativa)
22 13,613
3
bw x2
I II e As (d x2 ) 2 I II 7,25 12,60(35,9 13,61) 2
3 3
III= 63874 cm4
Combinação quase permanente
Fd,serv = Fgk + ψ2 . Fqk → 40kN/m + 0,3 x 10 kN/m = 43kN/m=0,43 kN/cm
pl 2 43 4,10 2
M 90,35kNxm
8 8
Momento de inércia equivalente
M 3
3
→ I eq 22,6 117333 1 22,6 63874
3 3
M
I I eq r I c 1 r I II
Ma M a 90,35 90,35
5 pl 4 5 0 ,43 410 4
ai ai 0 ,844 cm
384 EI 384 2898 64711
Flecha diferida
f
1 50 r '
T ≥70 meses, t0= 1 mês → 2 0,68 1,32
ρ' = 0 (armadura simples)
1,32
f 1,32
1 50 0
af = αf . ai= 1,32 . 0,844 = 1,114 cm
Flecha total
at = ai + αf . ai = ai (1 + αf)= 0,844(1 + 1,32) = 1,96 cm
Flecha limite
Para que tenhamos uma aceitabilidade visual, temos:
alim = L/250 = 410/250= 1,64 cm
Como 1,64 cm (alim) é menor que 1,96 cm (at), necessita-se de contra-flecha ou
de redimensionamento da seção transversal da viga.
Contra-flecha
46
f a 1,114
ac ai 1 ai f = 0,844 1,40 cm
2 2 2
Trinca em reservatório
Figura 74 – Estudo de caso – diferença entre fissura e trinca
47
3. PUNÇÃO
49
(vide figura 21). Esse sólido teria a forma aproximada de um tronco de cone, com a
superfície inclinada entre 25º e 30º em relação ao plano da laje.
Na zona contígua ao tronco de cone, a laje seria dividida em elementos rígidos
iguais, limitados pela superfície inclinada e por fissuras radiais. Cada elemento rígido
produziria um trabalho decorrente da rotação em torno de um ponto chamado “centro de
rotação” CR, como mostra a figura 22. Esse ponto seria o limite entre dois estágios ideais
de fissuração: as fissuras que limitam a superfície inclinada, bem como as fissuras radiais,
seriam formadas antes da ruptura da laje, e a fissura localizada entre a periferia do pilar e
o CR somente seria formada no instante da ruptura da laje.
A partir dessas hipóteses de funcionamento, é possível estabelecer as condições de
equilíbrio entre os esforços externos e internos, mostrados na figura 21. Nessas
circunstâncias, há condições de se estabelecer uma teoria próxima da realidade, bastando,
para isso, aplicar o princípio dos trabalhos virtuais, supondo a rotação do elemento como
mostra a figura 22. Porém, como o modelo estudado por KINNUNEN e NYLANDER foi
realizado em pilares circulares, quando se tenta estender essa teoria para formas
quadradas ou retangulares, a formulação fica pouco confiável.
50
Figura 22 – Esquema da fissuração inclinada e da rotação dos segmentos da laje
51
No caso de pilares com capitel (engrossamento localizado da laje), em lajes
denominadas cogumelo, devem ser feitas verificações nos contornos críticos C’1 e C’2,
conforme ilustra a figura 24. As verificações são:
se lc 2(dc – d), verifica-se somente o Contorno C’2;
se 2(dc – d) < lc 2 dc , basta verificar o Contorno C’1; e
se lc > 2 dc, é necessário verificar os Contornos C’1 e C’2.
52
Cálculo da tensão solicitante nas superfícies críticas de contorno C e C’
onde:
Tabela 2 - Valores de k
c1/c2 0,5 1,0 2,0 3,0
53
Para pilares circulares internos, deve ser adotado o valor K= 0,6.
Os valores de Wp devem ser calculados pelas expressões a seguir:
- para um pilar retangular:
contorno C Wp1 = c1²/2 + c1c2 & Wp2 = c2²/2 + c2c1
contorno C’ Wp1 = c1²/2 + c1c2 + 4c2d + 16d² + 2dc1 & Wp2 = c2²/2 + c2c1
+ 4c1d + 16d² + 2dc2
contorno C” Wp1 = c1²/2 + c1c2 + 4c2d + 16d² + 2dc1 + 2c2β + 16dβ + 4β²
+ c1β & Wp2 = c2²/2 + c2c1 + 4c1d + 16d² + 2dc2 + 2c1β + 16dβ + 4β² + c2β
onde β é a distância da face do pilar até a última linha de conectores, ou haste da armadura
de punção.
- para um pilar circular:
contorno C Wp = D²
contorno C’ Wp = (D + 4d)²
contorno C” Wp = (D + 2β +4d)²
onde D é o diâmetro do pilar, d é a altura útil da laje e β é a distância da face do pilar até
a última linha de conectores, ou haste da armadura de punção;
Wp pode ser calculado desprezando a curvatura dos cantos do perímetro crítico através
da seguinte expressão:
u
W p e dl ,
0
onde:
Fazendo-se as adaptações necessárias para k1 e k2, bem como para Wp1 e Wp2. A figura 26
esclarece as associações dos momentos com os lados da seção.
54
Figura 26 - Associação dos lados da seção do pilar com os momentos fletores
Contorno C
sd Rd 2 0,27 v f cd ,
v = (1 - fck/250), com fck em MPa,
onde:
αv é o fator de fragilidade do concreto; e
fcd é a resistência à compressão de cálculo do concreto.
O valor de Rd2 poderá ser ampliado em 20%, quando os vãos que chegam ao pilar em
questão não diferem entre si em mais de 50%, e se não existirem aberturas junto ao pilar,
ou seja, Rd 2 0,324 v f cd .
Contorno C’
20
sd Rd 1 0,131 100 r f ck 3 ,
1
d
r rx ry ,
onde:
d é a altura útil média da laje ao longo do contorno crítico C’, em centímetros;
r é a taxa geométrica de armadura de flexão aderente;
fck é a resistência característica à compressão do concreto, em MPa;
rx e ry são as taxas de armadura nas duas direções ortogonais, assim calculadas:
55
- na largura igual à dimensão ou área carregada do pilar, acrescida de 3d para cada
um dos lados;
- no caso de proximidade da borda, prevalece a distância até a borda, quando menor
que 3d.
20 dA f sen
sd Rd 3 0,101 100 rf ck 3 1,5 sw ywd
1
,
d s r (ud )
onde:
sr é o espaçamento radial entre linhas de armadura de punção, sempre menor ou
igual a 0,75d;
Asw é a área da armadura de punção em um contorno completo paralelo a C´;
α é o ângulo de inclinação entre o eixo da armadura de punção e o plano da laje;
u é o valor numérico do perímetro crítico;
fywd é a resistência de cálculo da armadura de punção, não maior que 300 MPa para
conectores, ou 250 MPa para estribos (CA-50 ou CA-60). Para lajes com espessura
maior que 15 cm, pode assumir os seguintes valores:
Quando for necessário utilizar armadura de combate à punção, ela deve ser estendida em
contornos paralelos a C’ até que, em um contorno C’’ afastado 2d do último contorno de
armadura (figura 27), não seja mais necessária armadura, isto é sd Rd 1 .
56
Pilares de borda e canto
Tratando dos pilares de borda, quando não agir momento no plano paralelo à borda
livre:
FSd K M
τ Sd 1 Sd1
u* d W p1 d
sendo:
MSd1 = (MSd - MSd*) 0 (pode-se considerar MSd* igual a zero à favor da segurança)
onde:
FSd é a reação de apoio;
u* é o perímetro crítico reduzido;
MSd é o momento de cálculo no plano perpendicular à borda livre;
MSd* é o momento de cálculo resultante da excentricidade do perímetro crítico reduzido
u* em relação ao centro do pilar;
WP1 é o módulo de resistência plástica perpendicular à borda livre, calculado para o
perímetro u.
O coeficiente K1 assume os valores estabelecidos para K na tabela 2, com c1 e c2
de acordo com a figura 28
FSd K M K M
Sd 1 Sd 1 2 Sd 2
u* d W p1 d Wp2 d
onde:
57
MSd2 é o momento de cálculo no plano paralelo à borda livre;
WP2 é o módulo de resistência plástica na direção paralela à borda livre, calculado pelo
perímetro u.
O coeficiente K2 assume os valores estabelecidos para K na tabela 2, substituindo-
se c1/c2 por c2/2c1 (sendo c1 e c2 estabelecidos na figura 28).
Com relação aos pilares de canto aplica-se o disposto para o pilar de borda quando
não age momento no plano paralelo à borda.
Como o pilar de canto apresenta duas bordas livres, deve ser feita a verificação
separadamente para cada uma delas, considerando o momento fletor cujo plano é
perpendicular à borda livre adotada.
Nesse caso, K deve ser calculado em função da proporção c1/c2, sendo c1 e c2,
respectivamente, os lados do pilar perpendicular e paralelo à borda livre adotada,
conforme tabela 2 (ver figura 29).
58
Armadura contra colapso
progressivo (armadura que
aumenta a ductilidade da ligação
na fase de pós puncionamento,
redistribuindo os esforços de
modo a evitar a ocorrência do
colapso progressivo)
1,5 FSd
As ,ccp
f yd
onde As,ccp é o somatório de todas as áreas das barras inferiores que cruzam cada
uma das faces do pilar e FSd pode ser calculado com γf (coeficiente de majoração dos
o diâmetro da armadura de estribos não pode superar h/20, onde h é a espessura da laje.
Além disso, deve haver contato mecânico das barras longitudinais com os cantos dos
estribos (ancoragem mecânica), conforme mostra a figura 31;
59
as armaduras devem ser dispostas de forma que se possa garantir o seu posicionamento
durante a concretagem.
Exercício
Considerando as seguintes características para o dimensionamento à punção da laje com
carregamento usual para prédios de apartamentos convencionais.
Trata-se de um pilar de centro com carga total de 300 kN/pavimento (Fsd = 300x1,4 =
420kN) e dimensões 100 x 35 cm, laje de espessura total de 17 cm (altura útil 15 cm) e
concreto fck = 30 MPa.
Os vários contornos críticos a se considerar são:
Ao longo da superfície crítica C: u = 2 × 100 + 2 × 35 = 270,00 cm
Ao longo da superfície crítica C’: u* = 2 × 100 + 2 × 35 + 2 × ×30 = 458,50 cm
Ao longo da superfície crítica C”: uo* = 2 × 100 + 2 × 35 + 2 × × 60 = 647,00 cm
60
Taxa de armadura:
rx = 10 c/ 20 → rx = As/Ac → rx = 4 cm² / 100 cm x 15 cm – 0,27%
10 = 0,79 cm² → 100/20 = 5 → 5 x 0,79 4 cm²
ry = 10 c/ 20 → ry = As/Ac → ry = 4 cm² / 100 cm x 15 cm – 0,27%
10 = 0,79 cm² → 100/20 = 5 → 5 x 0,79 4 cm²
63
perdas e aumento da produtividade, racionalizando a construção.
Essas nervuras podem ser numa só direção ou nas duas direções constituindo,
como nas lajes maciças, lajes nervuradas armadas em uma só direção e lajes de armaduras
cruzadas.
No anexo desse estudo um catálogo técnico é apresentado, mais precisamente de
uma das mais conceituadas empresas, em termos nacionais, da comercialização e
otimização deste tipo de laje: a forma ATEX.
O valor mínimo absoluto da espessura da mesa deve ser 5 cm, quando existirem
tubulações embutidas de diâmetro menor ou igual a 10 mm. Para tubulações com
diâmetro maior que 10 mm, a mesa deve ter a espessura mínima de :
- 4 cm + o diâmetro da tubulação ou 4 cm + duas vezes o diâmetro da tubulação
no caso de haver cruzamento destas tubulações.
A espessura das nervuras não pode ser inferior a 5 cm.
Nervuras com espessura menor que 8 cm não podem conter armadura de
compressão (armadura dupla). Nesses casos adotamos expedientes como “alargar” as
nervuras nestas regiões.
Para o projeto das lajes nervuradas, devem ser obedecidas as seguintes condições:
a) para lajes com espaçamentos entre eixos de nervuras menor ou igual a 65 cm,
pode ser dispensada a verificação da flexão da mesa, e para a verificação do
cisalhamento da região das nervuras, permite-se a consideração dos critérios
da laje;
b) para lajes com espaçamento entre eixos de nervuras entre 65 e 110 cm, exige-
se a verificação da flexão da mesa, e as nervuras devem ser verificadas ao
cisalhamento como vigas; permite-se essa verificação como lajes se o
espaçamento entre eixos de nervuras for até 90 cm e a largura média das
64
nervuras for maior que 12 cm;
c) para lajes nervuradas com espaçamento entre eixos de nervuras maior que 110
cm, a mesa deve ser projetada como lajes maciça, apoiada na grelha de vigas,
respeitando-se os seus limites mínimos de espessura.
Os apoios das lajes nervuradas devem sempre ser feitos ao longo das nervuras,
podendo também ser necessária a utilização de capitéis ou engrossamentos locais nas
lajes.
As lajes pré-moldadas devem atender adicionalmente às prescrições das normas
brasileiras especificas (ABNT NBR 9062).
As lajes nervuradas unidirecionais devem ser calculadas segundo a direção das
nervuras, desprezadas a rigidez transversal e a rigidez á torção. Por outro lado, as lajes
nervuradas bidirecionais, podem ser calculadas, para efeito de esforços solicitantes, como
lajes maciças.
4.4 Vinculação
Para as lajes nervuradas, procura-se evitar engastes e balanços, visto que, nesses
casos, têm-se esforços de compressão na face inferior, região em que a área de concreto
é reduzida. Nos casos em que o engastamento for necessário, duas providências são
possíveis:
• limitar o momento fletor ao valor correspondente à resistência da nervura à
compressão;
• utilizar mesa na parte inferior (figura 37), situação conhecida como laje
dupla, ou região maciça de dimensão adequada (capitéis como visto acima).
66
Figura 37 – Diagrama de momentos para lajes nervuradas contínuas
4.5 Dimensionamento
O dimensionamento das lajes nervuradas é feito através da consideração das
nervuras como vigas “T” ou “L”. Assim devem-se observar as orientações normativas,
bem com os cálculos, referentes a estas peças, conforme estudado anteriormente.
67
No caso dos momentos fletores devemos fazer duas considerações:
Caso 1 – se as nervuras e o espaçamento entre elas são iguais (inércias iguais nas duas
direções), conforme visto na figura 39.
No caso 1 calculamos os esforços como lajes comuns utilizando para tal qualquer
tabela de laje, exceto as que consideram como princípio básico as “linhas de ruptura”.
Sendo assim utilizaremos a tabela de “Bares” de momentos fletores em regime elástico.
68
Tabela 3 – Momentos Fletores – Regime elástico
No caso 2 os esforços são calculados utilizando-se a “teoria das grelhas” que tem
como princípio básico a compatibilidade das flechas das nervuras nas direções a e b.
Assim determinam-se “quinhões de carga” para cada direção. Procedendo-se assim
reduzimos o problema da bi-flexão das lajes em duas flexões ortogonais “independentes”.
Neste caso não levamos em consideração o efeito benéfico dos momentos volventes que
reduzem o efeito dos momentos fletores positivos atuantes.
Assim temos:
qa = ka x q ou qb = kb x q
1
ka 4
ou k b 1 k a
c I a
1 a b
cb I a b
q a cb E a I a b 4 qa cb E a I a b 4
qb c a Eb I b a 4 q a q b c a E b I b a 4 cb E a I a b 4
Porém sabemos que qa + qb = q e como o concreto armado tem o mesmo módulo
de elasticidade nas duas direções, temos:
70
cb I a b 4 1
qa q ou q a q ou ainda
c a I b a 4 cb I a b 4 c I a
4
1 a b
cb I a b
1
qa = ka x q onde k a 4
c I a
1 a b
cb I a b
Analogamente:
1
qb = kb x q onde k b 4
cb I a b
1
ca I b a
Exercício
Dimensionar a laje nervurada abaixo para um concreto com fck = 20 MPa, aço CA-50,
sobrecarga de 200 kgf/m², 50 kgf/m² de revestimento e utilizando tijolos cerâmicos
furados como enchimento das nervuras. Adotar cobrimento igual a 2 cm.
71
b/a = 1000/800 = 1,25 laje tipo 1 ma = 16,45 e mb = 23,95
Ma = 600 x 8²/ 16,45 = 2334 kgf x m/m
Mb = 600 x 8²/ 23,95 = 1603 kgf x m/m
ou
Ma = 2334 x 0,50/1,00 = 1167 kgf x m/nervura
Mb = 1603 x 0,50/1,00 = 801 kgf x m/nervura
Dimensionamento como viga “T”
Para Ma
Cálculo de bf
0 ,1 800 80
b1
0 ,5 40 20
bf = 10 + 20 + 20 = 50 cm
Armadura para as nervuras
0 ,85 200
fc 121,43kgf / cm²
1,4
d = h – d’ = 17 – 3 = 14 cm
k k L k ' k Armação simples
Md bf hf hf
k 1 (1 ) k 0 Seção re tan gular b f h
f c bw d ² bw d 2d k k k ' k Armação dupla
L L
1,4 116700 50 7 7
k 1 ( 1 ) 0 ,813 k 0 Seção re tan gular b f h
121,43 10 14² 10 14 2 14
1,4 116700
k 0 ,137 0 ,295
121,43 50 14²
121,43 50 14
As ( 1 1 2 0 ,137 ) 2 ,89cm² 1 8 3 10 por nervura
4348
Para Mb
Cálculo de bf
0 ,1 1000 100
b1
0 ,5 40 20
bf = 10 + 20 + 20 = 50 cm
72
Armadura para as nervuras
1,4 80100 50 7 7
k 1 ( 1 ) 1,03 k 0 Seção re tan gular b f h
121,43 10 14² 10 14 2 14
1,4 80100
k 0 ,094 0 ,295
121,43 50 14²
121,43 50 14
As ( 1 1 2 0 ,094 ) 1,93cm² 1 8 2 10 por nervura
4348
Exercício
Dimensionar a laje nervurada abaixo para um concreto com fck = 20 MPa, aço CA-50,
sobrecarga de 150 kgf/m², 50 kgf/m² de revestimento e utilizando tijolos cerâmicos
furados como enchimento das nervuras. Adotar cobrimento igual a 2 cm.
Cálculo de bfa
0 ,1 700 70
b1
0 ,5 20 10
bf = 10 + 10 + 10 = 30 cm
Cálculo de bfb
0 ,1 900 90
b1
0 ,5 40 20
bf = 10 + 20 + 20 = 50 cm
73
Cálculo de Ia e Ib
30 7 18 ,5 10 15 7 ,5
ya 13,92cm
30 7 10 15
30 7 3 10 15 3
Ia 30 7 18 ,5 13,92 10 15 13,92 7 ,5 14257 ,50cm 4 / nerv
2 2
12 12
12 12
Como temos inércias diferentes nas duas direções usaremos a teoria das grelhas
1
ka 0 ,793
5 4
33893,33 700
1 384
5 47525 ,01 900
384
74
Mb = 1370,70 x 0,50/1,00 = 685,35 kgf x m/nervura
Dimensionamento como viga “T”
Para Ma
Armadura para as nervuras
d = h – d’ = 22 – 3 = 19 cm
1,4 95297 30 7 7
k 1 ( 1 ) 0 ,297 k 0 Seção re tan gular b f h
121,43 10 19² 10 19 2 19
1,4 95297
k 0 ,101 0 ,295
121,43 30 19²
121,43 30 19
As ( 1 1 2 0 ,101 ) 1,70cm² 1 6 ,3 2 10 por nervura
4348
Para Mb
Armadura para as nervuras
1,4 68535 50 7 7
k 1 ( 1 ) 0 ,983 k 0 Seção re tan gular b f h
121,43 10 19² 10 19 2 19
1,4 68535
k 0 ,044 0 ,295
121,43 50 19²
121,43 50 19
As ( 1 1 2 0 ,044 ) 1,19cm² 1 6 ,3 2 8 por nervura
4348
75
5. LAJES LISAS E LAJES COGUMELOS
Segundo a NBR 6118/2014 as lajes-cogumelo são elementos laminares apoiados
diretamente em pilares com capitéis, enquanto lajes lisas são apoiadas nos pilares sem
capitéis (ver figura 42).
A análise estrutural de lajes lisas e cogumelo deve ser realizada mediante emprego
de procedimento numérico adequado, por exemplo, diferenças finitas, elementos finitos
ou elementos de contorno. Na figura 43 tem-se uma laje lisa modelada no software Sap
2000 (MEF – método dos elementos finitos).
Figura 44 – Faixas de laje para distribuição dos esforços nos pórticos múltiplos
Em lajes sem vigas, maciças ou nervuradas, calculadas pelo processo visto acima,
devem ser respeitadas as disposições contidas na figura 45.
- pelo menos duas barras inferiores devem passar continuamente sobre os apoios,
respeitando-se também a armadura contra o colapso progressivo visto no capítulo 3.
- em lajes com capitéis, as barras inferiores interrompidas, além de atender as demais
prescrições, devem penetrar pelo menos 30 cm ou 24ф no capitel.
- devem ser atendidas as condições de ancoragem.
O diâmetro máximo da armadura de flexão é h/8 e seu espaçamento máximo 2h
ou 20 cm. As armaduras secundárias devem ter 20% da área da armadura principal no
mínimo e espaçamento até 33 cm
77
Figura 45 – Disposições construtivas para lajes lisas
As lajes cogumelo devem ter espessura mínima de 14 cm fora do capitel; já as
lajes lisas devem ter no mínimo 16 cm
Método de dimensionamento
O método de dimensionamento das lajes lisas ou cogumelo partem da divisão dos
painéis das lajes em faixas internas e externas, como visto na figura 44.
Para o cálculo dos esforços atuantes, considera-se que o conjunto laje-pilares
formem pórticos (pórticos equivalentes), ou vigas, perpendiculares entre si, de acordo
com a figura 46. E neste procedimento o carregamento total atua em cada direção
isoladamente. Naturalmente que, para o cálculo das reações nos pilares, isso não deve ser
considerado (a área de influência do pórtico nas duas direções não deve ser sobreposta).
A partir daí carregam-se os pórticos com as solicitações atuantes. E como o
carregamento pode ter parcelas de cargas de natureza diferentes (cargas permanentes e
cargas acidentais), deve-se comparar os valores dessas cargas afim de se considerar suas
combinações mais desfavoráveis.
Como última etapa deste procedimento de cálculo deve-se distribuir os momentos
fletores encontrados, pelas faixas internas e externas, de acordo com os percentuais
estudados na página anterior. Somente após esta divisão e que se parte para o
dimensionamento das seções a flexão no Estado Limite Último.
Se a variação no módulo dos carregamentos for considerável em termos de
natureza dos esforços, por exemplo, a carga permanente apresentar uma magnitude
78
similar à carga acidental, uma pesquisa de “maior momento” nas seções pode ser
requerida; conforme visto nas considerações estudadas anteriormente para as cargas
acidentais maiores que 20% da carga total (estudo de VIGAS).
Por considerações arquitetônicas, nem sempre se consegue que os pilares estejam
alinhados. Com isso permite-se um desalinhamento máximo entre pilares de até 10% dos
vãos entre pilares adjacentes para validação do processo estudado. Do contrário, métodos
mais avançados deverão ser utilizados (MEF).
Exercício
Dimensionar a laje abaixo usando CA-50 e fck igual a 20 MPa. Trata-se de um piso de
prédio residencial. O desnível entre andares é de 3,05 m. Espessura da laje igual a 16 cm
e dimensões dos pilares iguais a 30 cm x 30 cm. Adotar como carregamento peso próprio,
revestimento de 80 kgf/m², carga de alvenaria distribuída uniformemente de 100 kgf/m²
e sobrecarga de 150 kgf/m². Adotar cobrimento igual a 2 cm (d’ 3 cm).
79
Resolução
q = 0,16 x 2500 + 80 + 100 +150 = 730 kgf/m²
Cálculo dos esforços (Direção x igual a direção y)
Inércia da viga fictícia: Iv = 4 x 0,16³/12 = 0,001365 m4 (linhas externas)
Inércia da viga fictícia: Iv = 6 x 0,16³/12 = 0,002048 m4 (linhas interna)
Inércia do pilar: 0,34/12 = 0,000675 m4
Diagrama de momentos fletores para as linhas externas por metro de laje (tf x m)
80
Diagrama de momentos fletores para as linhas internas por metro de laje (tf x m)
Dimensionamento
O cálculo é feito para os valores máximos encontrados para cada trecho. Será feito um
dimensionamento único para todos os eixos já que pequenas diferenças foram
encontradas entre os valores dos pórticos externos e internos.
6m
Momentos Finais
Largura das faixas → 6,00/4 = 1,50 m
Faixas Externas
Momentos % por Momento As (total)*** As (por
(Painel) * faixa por faixa** metro)****
1580 x 6 = 37,5 3555 9,68 cm² 6,46 cm²
9480 kgfxm/m kgfxm/m
2580 x 6 = 37,5 5805 17,09 cm² 11,39 cm²
15480 kgfxm/m kgfxm/m
1320 x 6 = 27,5 2178 5,70 cm² 3,80 cm²
7920 kgfxm/m kgfxm/m
81
Faixas Internas
Momentos % por Momento As (total)*** As (por
(Painel) * faixa por faixa** metro)****
1580 x 6 = 12,5 1185 3,02 cm² Asmín
9480 kgfxm/m kgfxm/m
2580 x 6 = 12,5 1935 5,03 cm² 3,36 cm²
15480 kgfxm/m kgfxm/m
1320 x 6 = 22,5 1782 4,62 cm² 3,08 cm²
7920 kgfxm/m kgfxm/m
*O valor que multiplica os momentos finais (6 m) deve ser igual à base em que foi
modelado o pórtico; lembrando que nesse exemplo o dimensionamento foi único para
todos os eixos
**O momento por faixa será o valor do momento no painel dividido por 1 metro e
multiplicado pela porcentagem por faixa.
***As (total) tem como base a largura da faixa (bw)
****As (por metro) divide o As (total) pela largura da faixa
Asmín = 0,15% bwh = 2,40 cm²/m
O detalhamento das barras nas respectivas faixas deve ser orientado de acordo
com a figura 45.
Não será verificada a resistência ao puncionamento apenas por questões
acadêmicas, já que este assunto foi abordado no capítulo 3. Porém salienta-se que a
mesma deve ser analisada sempre que tratarmos de projetos estruturais de engenharia.
82
6. ESCADAS E CAIXAS D’ÁGUA
Cálculo de escadas usuais
Classificação
Podemos classificar as escadas comuns de edifícios em 3 classes:
a) Escadas armadas transversalmente;
b) Escadas armadas longitudinalmente;
c) Escadas armadas em cruz.
Depois de estudar o funcionamento destas 3 classes de escadas, passaremos ao cálculo
das vigas que servem de apoio às mesmas e, em seguida, ao projeto dos principais tipos
de escadas usualmente empregados em edifícios.
Cargas atuantes
As cargas que atuam nas escadas são a sobrecarga (NBR 6120/1980), os
revestimentos, o peso próprio e os parapeitos.
A sobrecarga é tomada como carga vertical por metro quadrado de projeção horizontal
de escada, sendo adotados os seguintes valores:
- Escada com acesso ao público → 3 kN/m²
- Escada sem acesso ao público → 2,5 kN/m²
Quando uma escada for constituída por degraus isolados, estes devem ser calculados
para suportarem um carga concentrada de 2,5 kN, aplicada na posição mais desfavorável.
Este carregamento não deve ser considerado na composição de cargas das vigas que
suportam os degraus, as quais devem ser calculadas para a carga indicada acima.
O revestimento varia de 50 a 100 kgf/m², e é considerado como carga vertical por metro
quadrado de projeção horizontal.
O peso próprio das escadas pode também ser avaliado por metro quadrado de projeção
horizontal. Porém, devido à variação da espessura pela existência dos degraus, uma
espessura média deve ser considerada.
Uma relação, utilizada nos projetos arquitetônicos, entre o piso do degrau e seu espelho
é estabelecida pela fórmula de Blondel; preconizada por:
2E + P = 64 cm
onde E é a altura do espelho e P é o piso (ver figura 47)
83
Figura 47 – Fórmula de Blondel
O parapeito, em geral, se apóia nas vigas laterais, salvo o caso de escadas sem vigas,
onde o seu peso pode ser distribuído por metro quadrado de projeção horizontal.
Escadas armadas transversalmente
Nas escadas armadas transversalmente, os apoios serão vigas ou paredes situadas
longitudinalmente nas faces laterais da escada.
85
Exercício
A escada residencial descarrega nas vigas V1 e V2, conforme esquema abaixo,
dimensione a armação principal da escada considerando-se fck igual a 30 MPa,
revestimento de 50 kgf/m², cobrimento de 2 cm e CA-50.
86
Cálculo de caixas d’água
Classificação
Nos edifícios, as caixas d’água se apresentam, em geral, constituídas de várias placas
planas, podendo ser adotada uma classificação simples abrangendo os principais tipos
encontrados na prática.
As caixas d’água serão divididas em duas classes quanto à situação em relação à
estrutura de base: elevadas e enterradas.
Ambos estes tipos são subdivididos em:
a) Caixas d’água armadas segundo um plano horizontal;
b) Caixas d’água armadas segundo um plano vertical;
c) Caixas d’água armadas em vários planos;
d) Caixas d’água contendo vigas ou paredes intermediárias.
Cargas
As cargas que atuam nas caixas d’água, além das sobrecargas e do peso próprio, temos:
- Nas caixas elevadas: empuxo d’água;
- Nas caixas enterradas: empuxo d’água, empuxo de terra e subpressão d’água.
O empuxo d’água será representado por uma carga triangular atuando normalmente às
paredes, e o valor em qualquer ponto será:
qágua = 1000xh, onde h é a altura da coluna d’água em metros e qa o empuxo em kgf/m².
Na figura 51 apresentamos a configuração dos diagramas dos esforços solicitantes
oriundos do peso d’água.
87
Nos reservatórios enterrados, quando o nível do lençol freático (nível d’água) é mais
elevado que o fundo da caixa, temos que considerar uma pressão exercida pela água no
sentido ascendente (baixo para cima), denominada subpressão (ver figura 52). Chamando
de h’ a diferença entre o nível d’água (NA) e o fundo da caixa, podemos considerar a
subpressão com o valor igual a 1000xh’, expresso em kgf/m².
88
Reservatório enterrado cheio
Cálculo aproximado
Nas caixas d’água armadas em mais de uma direção, o cálculo exato se torna muito
complexo, pois teríamos que considerar a situação da caixa com seu funcionamento em
89
conjunto no espaço, estudando o problema à luz da teoria da elasticidade.
Para estudar o calculo das lajes armadas em mais de uma direção por métodos
aproximados, podemos inicialmente observar que, na união das lajes entre si, isto é, nas
8 arestas da caixa d’água existem dois tipos de situação distintas:
a) Arestas que possuem grandes momentos devido à continuidade, os quais se
aproximam dos valores que se obtêm imaginando engastamento perfeito;
b) Arestas que possuem momentos pequenos, podendo ser assimiladas a apoio
simples, para efeito de cálculo aproximado.
As arestas verticais, que unem as paredes entre si, são sempre do tipo “a”, isto é, tem
grandes momentos e podem ser consideradas como engaste perfeito, para efeito de cálculo
aproximado.
Quanto às arestas horizontais que ligam as paredes com a tampa e as paredes com o
fundo, devemos considerar a direção das cargas de acordo com as figuras 57, 58 e 59.
90
Tabelas para cálculo de lajes com carga triangular
A
q
B
Tabela 4 – Laje retangular simplesmente apoiada em dois lados opostos e engastada nos
outros, sujeita a carga triangular – Tipo 1
A/B f Xb Ma Mb fmax Xb max Ma max Mb max
0,50 0,00422 -0,0596 0,0399 0,0117 0,00422 -0,0601 0,0425 0,0117
0,55 0,00370 -0,0577 0,0349 0,0133 0,00370 -0,0582 0,0375 0,0133
0,60 0,00322 -0,0556 0,0302 0,0146 0,00322 -0,0562 0,0330 0,0146
0,65 0,00279 -0,0532 0,0260 0,0155 0,00279 -0,0543 0,0290 0,0155
0,70 0,00240 -0,0506 0,0221 0,0159 0,00240 -0,0522 0,0254 0,0159
0,75 0,00207 -0,0479 0,0187 0,0160 0,00207 -0,0499 0,0225 0,0160
0,80 0,00177 -0,0451 0,0158 0,0159 0,00177 -0,0475 0,0202 0,0159
0,85 0,00152 -0,0425 0,0133 0,0157 0,00152 -0,0450 0,0191 0,0157
0,90 0,00131 -0,0398 0,0112 0,0153 0,00131 -0,0424 0,0163 0,0153
0,95 0,00112 -0,0373 0,0095 0,0149 0,00113 -0,0399 0,0146 0,0149
1,00 0,00096 -0,0349 0,0079 0,0142 0,00098 -0,0375 0,0130 0,0142
A
q
B
Tabela 5 – Laje retangular simplesmente apoiada em dois lados opostos e engastada nos
outros, sujeita a carga triangular – Tipo 2
A/B f Xb Ma Mb fmax Xb max Ma max Mb max
0,50 0,00131 -0,0423 0,0009 0,0207 0,00161 -0,0572 0,0076 0,0247
0,55 0,00129 -0,0421 0,0015 0,0204 0,00156 -0,0546 0,0089 0,0239
0,60 0,00126 -0,0419 0,0021 0,0200 0,00150 -0,0521 0,0099 0,0231
0,65 0,00123 -0,0414 0,0029 0,0195 0,00144 -0,0496 0,0108 0,0220
0,70 0,00120 -0,0408 0,0036 0,0190 0,00138 -0,0473 0,0115 0,0210
0,75 0,00117 -0,0401 0,0044 0,0183 0,00132 -0,0451 0,0121 0,0198
0,80 0,00114 -0,0392 0,0052 0,0175 0,00126 -0,0433 0,0125 0,0185
0,85 0,00110 -0,0382 0,0059 0,0167 0,00119 -0,0417 0,0129 0,0174
0,90 0,00106 -0,0372 0,0067 0,0159 0,00112 -0,0403 0,0131 0,0163
0,95 0,00101 -0,0361 0,0073 0,0151 0,00105 -0,0389 0,0131 0,0152
1,00 0,00096 -0,0349 0,0079 0,0142 0,00098 -0,0375 0,0130 0,0142
91
2
A
q 1
B
Tabela 6 – Laje retangular engastada em seu contorno, sujeita a carga triangular – Tipo 1
A/B f Xa¹ Xa² Xb Ma Mb fmax Xb max Ma max Mb max
0,50 0,00125 -0,0469 -0,0327 -0,0280 0,0200 0,0019 0,00125 -0,0294 0,0200 0,0050
0,55 0,00122 -0,0487 -0,0319 -0,0280 0,0192 0,0028 0,00122 -0,0296 0,0192 0,0051
0,60 0,00117 -0,0475 -0,0309 -0,0281 0,0183 0,0038 0,00117 -0,0297 0,0183 0,0052
0,65 0,00111 -0,0463 -0,0297 -0,0283 0,0173 0,0048 0,00111 -0,0298 0,0173 0,0055
0,70 0,00104 -0,0449 -0,0282 -0,0284 0,0161 0,0058 0,00104 -0,0298 0,0161 0,0058
0,75 0,00098 -0,0431 -0,0266 -0,0282 0,0149 0,0066 0,00098 -0,0296 0,0152 0,0066
0,80 0,00092 -0,0412 -0,0249 -0,0279 0,0136 0,0072 0,00092 -0,0293 0,0142 0,0072
0,85 0,00085 -0,0391 -0,0230 -0,0275 0,0123 0,0078 0,00085 -0,0290 0,0132 0,0078
0,90 0,00078 -0,0370 -0,0211 -0,0270 0,0111 0,0083 0,00078 -0,0285 0,0122 0,0083
0,95 0,00071 -0,0351 -0,0194 -0,0263 0,0099 0,0086 0,00071 -0,0279 0,0112 0,0086
1,00 0,00064 -0,0333 -0,0178 -0,0255 0,0088 0,0088 0,00064 -0,0270 0,0101 0,0088
A
q
1
Tabela 6 – Laje retangular engastada em seu contorno, sujeita a carga triangular – Tipo 2
A/B f Xa¹ Xa² Xb Ma Mb fmax Xb max Ma max Mb max
0,50 0,00125 -0,0449 -0,0111 -0,0413 0,0019 0,0200 0,00139 -0,0500 0,0092 0,0223
0,55 0,00122 -0,0434 -0,0123 -0,0403 0,0028 0,0192 0,00128 -0,0482 0,0092 0,0210
0,60 0,00117 -0,0427 -0,0135 -0,0392 0,0038 0,0183 0,00119 -0,0461 0,0092 0,0196
0,65 0,00111 -0,0419 -0,0147 -0,0380 0,0048 0,0173 0,00112 -0,0438 0,0092 0,0180
0,70 0,00104 -0,0410 -0,0158 -0,0366 0,0058 0,0161 0,00104 -0,0414 0,0093 0,0164
0,75 0,00098 -0,0399 -0,0166 -0,0349 0,0066 0,0149 0,00098 -0,0387 0,0097 0,0150
0,80 0,00092 -0,0387 -0,0171 -0,0330 0,0072 0,0136 0,00092 -0,0360 0,0101 0,0136
0,85 0,00085 -0,0375 -0,0175 -0,0310 0,0078 0,0123 0,00085 -0,0336 0,0103 0,0123
0,90 0,00078 -0,0362 -0,0177 -0,0290 0,0083 0,0111 0,00078 -0,0313 0,0104 0,0111
0,95 0,00071 -0,0348 -0,0178 -0,0271 0,0086 0,0099 0,00071 -0,0291 0,0103 0,0099
1,00 0,00064 -0,0333 -0,0178 -0,0255 0,0088 0,0088 0,00064 -0,0270 0,0101 0,0088
92
A
q
B
A
q
B
94
7. ANEXOS
7.1 Tabelas de deslocamentos e momentos de engastamento perfeito
95
96
97
98
99
100
101
7.2 Dados Técnicos – ATEX Brasil
102
103
104
105
106
107
7.3 Expressões Práticas para Perímetros e Módulos de Resistência Plástica
das Superfícies Críticas para Pilares de Borda e Canto.
Pilares de borda
Perímetros reduzidos
1,5d
onde a0 1,5d e a
0,5C1
– Contorno C
u * 2a0 C2 2C1 C2
C12 C1C 2
w p1
2 2
C22
wp2 C1C2
4
CC
C1a 0 a 02 1 2
e* 2
2a 0 C 2
– Contorno C’
u * 2a C2 2d
C12 C1C 2
w p1 2C 2 d 8d 2 dC1
2 2
C2
w p 2 2 C1C2 4C 1d 8d 2 dC2
4
CC
C1a a 2 1 2 2C 2 d 8d 2 dC1
e* 2
2a C 2 2d
108
– Contorno C”
u * 2a C2 2d p
C12 C1C 2 pC1
w p1 2C 2 d 8d 2 dC1 C 2 p 8dp 2p 2
2 2 2
C 2
pC2
w p 2 2 C1C2 4C 1d 8d 2 dC2 2C1 p 8dp 2 p2
4 2
CC pC1
C1a a 2 1 2 2C 2 d 8d 2 dC1 C 2 p 8dp 2p 2
e* 2 2
2a C 2 2d p
Pilares de canto
– Contornos críticos
1,5d 1,5d
a01 a02
C1 C 2
1,5d 1,5d
a1 a2
0,5C1 0,5C2
109
– Análise de Msd1
– Análise de Msd2
– Contorno C
u * a01 a02 C1 C2
– Análise de Msd1
C12 C1C2
w p1
4 2
C a a 01 a 02C1
2
e1* 1 01
2a01 a02
– Análise de Msd2
C22 C2C1
wp2
4 2
110
C 2 a02 a02
2
a01C 2
e2*
2a02 a01
– Contorno C’
u * a1 a2 d
– Análise de Msd1
– Análise de Msd2
– Contorno C”
p
u * a1 a2 d
2
– Análise de Msd1
– Análise de Msd2
111
7.4 Tabela de Carregamentos – NBR 6120
Carga
Local
KN/m2
1- Arquibancadas 4
2- Balcões Mesma carga da peça com a qual se comunica e as
-
previstas para parapeitos e balcões (ver adiante)
3- Bancos Escritórios e banheiros 2
Salas de diretoria e de gerência 1,5
Sala de leitura 2,5
Sala para depósito de livros 4
4- Bibliotecas Sala com estantes de livro, a ser determinada em cada
caso ou 2,5 kN/m2 por metro de altura observado, 6
porém o valor mínimo de
5- Casa de (incluindo o peso das máquinas) a ser determinada em
máquinas caso, porém com o valor mínimo de 7,5
Platéia com assentos fixos 3
6- Cinemas Estúdio e platéia com assentos móveis 4
Banheiro 2
Sala de refeição e assembléia com assentos fixos 3
7- Clubes Sala de assembléia com assentos móveis 4
Salão de danças e salão de esportes 5
Sala de bilhar e banheiro 2
8- Corredores Com acesso ao público 3
Sem acesso ao público 2
9- Cozinhas não A ser determinada em cada caso, porém com o mínimo
3
residenciais de
10- Depósitos A ser determinada em cada caso e na falta de valores
-
experimentais conforme a tabela 1 da NBR-6120
11- Edifícios Dormitório, sala, copa, cozinha e banheiro 1,5
residenciais Despensa, área de serviço e lavanderia 2
12- Escadas Com acesso ao público 3
Sem acesso ao público 2,5
112
13- Escolas Anfiteatro com assentos fixos, corredor e sala de aula 3
Outras salas 2
14- Escritório Salas de uso geral e banheiro 2
15- Forros Sem acesso a pessoas 0,5
16- Galerias de A ser determinada em cada caso, porém com o mínimo
3
arte de
17- Galeria de A ser determinada em cada caso, porém com o mínimo
3
lojas de
18- Garagens e Para veículos de passageiros ou semelhante com carga
estacionamento máxima de 25 kN. Valores de indicados adiante 3
19- Ginásio de
5
esporte
Dormitórios, enfermarias, sala de recuperação, sala de
20- Hospitais cirurgia, sala de raio X e banheiro 2
Corredor 3
21- Laboratórios Incluindo equipamentos, a ser determinada em cada
caso, porém com o mínimo de 3
22- Lavanderias Incluindo equipamentos 3
23- Lojas 4
24- Restaurantes 3
25- Teatros Palco 5
Demais dependências: cargas iguais às especificadas -
para cinemas
Sem acesso ao público 2
Com acesso ao público 3
26- Terraços Inacessível a pessoas 0,5
Destinados a heliportos elevados: as cargas deverão
ser fornecidas pelo órgão competente do Ministério da -
Aeronáutica
27- Vestíbulo Sem acesso ao público 1,5
Com acesso ao público 3
113