Ba Ii Módulo I
Ba Ii Módulo I
Ba Ii Módulo I
Nas construções de concreto armado, sejam elas de pequeno ou de grande porte, três
elementos estruturais são bastante comuns: as lajes, as vigas e os pilares. As lajes são os
elementos planos que se destinam a receber a maior parte das ações aplicadas numa
construção, como de pessoas, móveis, pisos, paredes, e os mais variados tipos de carga que
podem existir em função da finalidade arquitetônica do espaço físico que a laje faz parte. As
ações são comumente perpendiculares ao plano da laje (Figura 1.1), podendo ser divididas
em: distribuídas na área (peso próprio, revestimento de piso, etc.), distribuídas linearmente
(paredes) ou forças concentradas (pilar apoiado sobre a laje). As ações são geralmente
transmitidas para as vigas de apoio nas bordas da laje, mas eventualmente também podem ser
transmitidas diretamente aos pilares.
onde,
( AsL representa a área de armadura de tracção, prolongando-se não menos do que d + Lb,net
para além da secção considerada) , k1 = 0.15
(Nsd representa o esforço normal devido a cargas aplicadas ou ao pré-esforço, e deve ser
considerado positivo quando for de compressão).
1.3.2 Estados Limites de Utilização
• Fendilhação
A verificação ao estado limite de fendilhação pode ser efectuada de forma directa ou
indirecta.
A forma directa consiste no cálculo da abertura característica de fendas e comparação
com os valores admissíveis.
O controle indirecto da fendilhação, de acordo com o EC2, consiste em:
Adopção de armadura mínima
Imposição de limites ao diâmetro máximo dos varões e/ou afastamento máximo dos
mesmos (EC2 Quadros 7.2 e 7.3).
• Deformação
- Os elementos em que o betão é fracamente solicitado são aqueles em que ρ < 0.5%,
podendo na maioria dos casos admitir-se que as lajes são fracamente solicitadas (o betão é
fortemente solicitado se ρ > 1.5%).
- Para lajes vigadas armadas em duas direcções, a verificação deverá ser efectuada em
relação ao menor vão. Para lajes fungiformes deverá considerar-se o maior vão.
1.4.1 Pré-Dimensionamento
No projecto de lajes armadas numa direcção, a primeira etapa consiste em determinar os vãos
livres (lo), os vãos teóricos (l) e a relação entre os vãos teóricos.
Vão livre é a distância livre entre as faces dos apoios. No caso de balanços, é a distância da
extremidade livre até a face do apoio (Figura 1.3).
O vão teórico (l) é denominado vão equivalente, que o define como a distância entre os
centros dos apoios, não sendo necessário adoptar valores maiores do que:
• Em laje isolada, o vão livre acrescido da espessura da laje no meio do vão;
• Em vão extremo de laje contínua, o vão livre acrescido da metade da dimensão do
apoio interno e da metade da espessura da laje no meio do vão.
Nas lajes em balanço, o vão teórico é o comprimento da extremidade até o centro do apoio,
não sendo necessário considerar valores superiores ao vão livre acrescido da metade da espessura da
laje na face do apoio.
Em geral, para facilidade do cálculo, é usual considerar os vãos teóricos até os eixos dos
apoios (Figura 1.3).
1.4.1 Definição
Considera-se que as lajes são armadas numa direcção (ou funcionam
predominantemente numa direcção) se:
• As condições de apoio o exigirem;
• Conhecidos os vãos teóricos considera-se lx o menor vão, ly o maior e λ = ly/lx
(Figura 1.4). De acordo com o valor de λ A relação entre vãos respeitar a condição λ≥
2 → laje armada em uma direção.
Para sobrecargas correntes em edifícios (SC < 5 kN/m2), a espessura das lajes armadas numa
direcção pode ser determinada a partir da seguinte relação:
Esta expressão tem por base o controlo indirecto da deformação e o nível de esforços na laje.
1.4.3 Pormenorização De Armaduras
1.4.3.1 Disposição De Armaduras
As armaduras principais devem ser colocadas por forma a funcionarem com o maior braço, tal
como se encontra ilustrado nas figuras seguintes.
Deste modo, é necessário dispor de armadura na face superior da laje junto às vigas de
bordo, na direcção perpendicular às mesmas, cuja disposição se apresenta.
Por forma a não exceder em nenhum ponto a capacidade resistente da laje, m(q)< mR,
onde, m(q) - momento da distribuição equilibrada de esforços devido à carga q; mR - momento
resistente da laje;
Se mxy = 0, a equação de equilíbrio toma a forma,
Pode então admitir-se que a carga é suportada em bandas nas direcções x e y, ou seja,
1.5.3 Pré-Dimensionamento
Para sobrecargas correntes em edifícios (SC < 5 kN/m2), a espessura das lajes armadas
em duas direcções pode ser determinada a partir da seguinte relação:
Esta expressão tem por base o controlo indirecto da deformação e o nível de esforços
na laje.
Indicações mais detalhadas em relação ao valor de L/h podem ser vistas no Quadro 7.4
N do EC2.
1.5.4 Pormenorização de Armaduras
• Disposição de armaduras
Este comportamento provoca fendilhação nas faces superior e inferior das lajes, junto
aos cantos, conforme se ilustra na figura seguinte.
Dado que a rigidez de torção da viga não é significativa, o momento MAB terá que ser
o mesmo, à esquerda e à direita. O momento MAB será intermédio entre MA e MB e
dependente da rigidez dos painéis adjacentes:
com,
Simplificadamente, poderá considerar-se
Deste modo, os momentos negativos nos bordos em que existe continuidade são
calculados considerando os painéis encastrados e actuados pela carga permanente e pela
sobrecarga.
1.5.8.2 Momentos positivos
Indica-se na figura seguinte a distribuição de sobrecargas que produz um momento
flector máximo no painel 5.
1. 6 Aberturas Em Lajes
Quando as dimensões das aberturas não excederem determinados limites, podem
adoptar-se regras simplificadas para a pormenorização das zonas próximas das aberturas.
1.6.1 Laje armada numa direcção
1.6.2 Laje armada em duas direcções
Se estes limites não forem excedidos, o dimensionamento das lajes pode ser efectuado
admitindo que não existem aberturas. As armaduras que forem interrompidas na zona da
abertura deverão ser colocadas como se indica em seguida.
Em aberturas de dimensões relativamente grandes (superiores a 0.5m), é conveniente
dispor uma armadura suplementar junto aos cantos, segundo a diagonal, para controlar uma
eventual fendilhação.
Em geral, para que não surjam momentos torsores nas barras (equilíbrio apenas com
momentos flectores), atribui-se às barras rigidez de torção nula (GJ = 0). Como consequência,
o modelo é mais flexível o que leva à obtenção de maiores deslocamentos verticais do que os
que na realidade se verificam.
Caso se pretenda simular mais aproximadamente a deformabilidade da laje, deverá atribuir-se
às barras, uma inércia de torção
• As cargas actuantes em cada pórtico correspondem à largura das suas travessas (não se
considera qualquer repartição de cargas entre pórticos ortogonais);
(pórtico na direcção x)
• Após a determinação dos momentos flectores, estes devem ser distribuídos nas faixas
central e lateral, de acordo com as seguintes regras:
• Carga centrada:
Caso a abertura se encontre a uma distância superior a 6d, não é necessário considerá-la para
efeitos de verificação da segurança ao punçoamento.
onde,
Asp representa a área total de armadura de punçoamento necessária;
fywd,ef = 250 + 0.25 d ≤ fywd e representa a tensão de cálculo efectiva da armadura de
punçoamento.
• Pormenorização das armaduras
A armadura de punçoamento pode ser constituída por varões inclinados ou por
estribos, sendo esta última a solução mais utilizada.
• Pilares de bordo
• Excentricidade para o interior (na direcção perpendicular ao bordo da laje)
• Excentricidade numa direcção
Simplificadamente, pode considerar-se a força de punçoamento uniformemente distribuída ao
longo do perímetro de controlo equivalente u1*, (ver figura seguinte), ou seja, b = u1 / u1*.
• Pilares de canto
• Excentricidade para o interior
Simplificadamente, pode considerar-se a força de punçoamento uniformemente distribuída ao
longo do perímetro de controlo equivalente u1*, (ver figura seguinte), ou seja, b = u1 / u1*.