Liberdade Por Um Fio - J.J. Reis e Flávio Gomes (Sumário)
Liberdade Por Um Fio - J.J. Reis e Flávio Gomes (Sumário)
Liberdade Por Um Fio - J.J. Reis e Flávio Gomes (Sumário)
Liberdade
por um fio
HISTÓRIA
DOS QUrLOlrBos
NO BRÁSIL
LÊ&-
Copi,right O 1996 by os Autores
CaPa:
Joào Bapri.rta da Corto Aguiar
Preparação:
Flávio Ribeiro de Oliveiru
Cíntia Ávila
Revisão:
Maria Cecília Madarás
Isabel Cury
Ro semam Catald.i Machado
ISBN 978-85-7164-596 7
cDD-981
2011
(*) Agradeço a João José Reis os comentiírios a uma versão anterior deste ani*o.
263
!;ILOMBOS DO RECÔNCAVO DA GUAj\*ABARA *. RIO DE JANEIRO _ sEt.
MÀeé
a"
l. do
Csr€rnadÕÍ
tl
t:
- ^ so P,TLÂNTlCo
(]cr-ê'-
Meriti contava com no\re engenhos de açúcar. -107 escravos. uma rnédiir ,.r.
264
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\,BEIA 1: PRODUÇÃO ANUAL DE GÊ,NEROS ALI\ÍEATTÍCÍO.§;\á
REGIAO DE IGUAÇU 1778 (POR ALQUEIRES i
-
: . l.l.I Furirtha ivíilho Fei.jíio Ato:. Total
i0000 20800
:,@* 10000 400 400
265
**,.-l-§,.,'&;
vários rios, principalmente o Iguaçu e o Sarapuí, abastecendo toda a regiã: r I
escoando sua produção fora dela. Matoso Maia Forte, que estudou a forma.;&*,
da região. anota que
seus l'r(r\. ijfnO. il.ii 'liÍcili ii lritiiuc'iir I]ilt.a il Bir:,r. :ei.,.l:;:i \J ilrl::--
t'eijão. café. cujos lênertrs ler aut coin iae ilidade para o Rio ,:1c .Ian.-rri, ..:
todos os ribeirtles e rios adjacentes s,to nit\e-qá\'eis e()nl as graitde: r.n:,:.:.
viajante inglês John Luccock, que visitou o Rio de Janeiro nos primeirrls .i:r, .,
século xrx, ha\,ia destasado clue o recôncavo da Guanabara erii
banhaclo por'lalga etseada que não é ern todo seu contorno aproveiÍlirt,
grande lavourit..As cuh.uras aiinientares encontram aí bastanle espaço. bcn;
nas ilha,s Íi'onteiras. A capital cla colônia é bem abastecicla. por.que àqueir.
sejuntam as áreas contíguas à cidade para o interior, num raio de mais de
légua.'o
sécu1o xrx. o
enrão município de Iguaçu possuía r,ários estabeieciment,-r. _ -
*B
:+§
merciais com grandes trapiche.r para atmazeltamento de produtos.ri
ã
À partir de meados do século xrx, parte da região passou a ser corteik.
lambém pelo transporte ferroviário, destacando-se a estação de Maxambomb-- êH
na freguesia de Santo Antônio de Jacutinga. Em 1840, dada a importâncie iie
_ê
comércio local, havia am projeto, pasteriornente arquivado, para a construl*- ã
ã
de uma estrada de ferro que se estendesse da vila de Iguaçu até argum pcra:;, á
a
266
-
ir..r
paÍa se desenvolver, a
:
Jacutinga 3540 t4f]4 39,6 2138 ffi.4 3700 1?7+ 34."+ :rl í
Meriti 1616 638 39,5 978 60,5 2264 696 30.7 .:f '
Iguaçu 2182 963 44 t2l9 56 4167 1914 {ó I:l
Pilar 3895 )o)1 <) 1868 48 4372 r958 14.8
Telal 13054 5932 45,4 7t22 54,6 18705 75fl {O.3 . .5-i
..Memórias públicas e econômicas da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro para us* *-::
Fonte:
vice-reiLuizdeVasconcellosporobservaçãocuriosadosannosde 1779AÉoílÊ 1789-. In: NHG"* '
Escrava
tao 1850 IE72 tao l§0 Itrn
Fre,gtre-rir: ' núnt q, Nirrl * ruim- Vo núm * nbn * aúnl e
abs. obs- abs. abs. ab§- obs.
Marapicu 2828 +3 3371 §22 @,4 3758 i-<:i -<1 2m2 35.É
268
,=,situaçãopodeterseoriginadodeváriosfatores'Comofimdotrát'ictr
eill 1850, provavelmente os fazendeiros e lavradores da região
não
:.i,--r.
preços dos es-
.iilam renovar seus plantéis devido ao súbito aumento de
Em 1850 havia cerca de 5l ,5Vc de africanos, enquanto em 1872
eles
para 849i enl
:. ;ii)eüâS L6Ça. Os crioulos passaram de 42'5c/c em 1850
tráilco ne-
I Ou seja, em meados do século xtx' o impacto africano do
embora o per-
ainda se tazia presente na população escrava de Iguaçu'
,r " r r,-il de crioulos nesse período já losse consideráve1'"
j i ievando em consideração as faixas etárias dos escraYos em 1850. temo'
de 507o dos cativos na faixa de quinze a quaÍentâ anos.::
,,,;.ffii..e*
o grosso da
cafeekas do vale
.,-,ffi;;-úra escrava disponível estava direcionado às áreas
l': fiaraiba fluminense. Mesmo considerando a coâstituição
de pequenos plan-
la'oura
i,ffi. o aluguel de escravos etc., as áreas náo voltadas à grande
de braços escravos ra se-
i:.Wr.avetmente tiveram dificuldade paÍa se abastecer
t'riswq*t* metade do século xx''o
: .i::I-ONCAVO E OS MOCAMBOS
osquiiombostlaregiãodelguaçuSeencontrantregistradosnadocunren.
:t--.-.L^ .I^
,, . ." ;;;,rol*", difere'te s' ora ap arecem ti1", ;?::1:*:
;";;;;; ::
..:;,';.o,r., qrirombo cio Pillnr", ou.rtão como "Quilombo da Bar-
-r'.,Rit"lSarapuhi".Emmeaclosdoséculoxlx'essesquilombosapareceram
,lllasseguintesdenonritrações:..QuilonrbotloBorrrba'....Quilonrboclo
,.,:r'iei" e "Qtiilombo da Estrela"':5
Aregiãoclelguaçutbrmavaumaextensaplalríciecomriachosepântanos"
e o de-
,,i;r;;; * ;;J; po..ontriuuir rtecisir,amenre para a lormação encon-
., ,-úi.iJI\imento de quilombos duratlte o século xlx' Ali os escravos
::' - para estabelecer seus tmocambos' Em 1808' o intendente
.. aÍam refúgio seguro
;-. ;É #;
tryrrvr4 ã aoí"' Pauto Feraardes visra' ofi ciava ao cT'11T::contra
::-::t:,::
qul-
!.'.a*ge * região vizinha a lguaçu - ordenando
o envio de tropas
Macacu,
i-,Jãtorur. Ã ordeos estendiam-se também aos capitães das vilas de
269
circunvizinhas, ccÍno Magé, suruí,Inhcmirim, Guapimirim e Guia' e
t}§ $&*
búrbics da Corte próximai, camo lrajá e Campo Grande, esse número cff5Éf
paraZBT ,cerca dã 239o da total de escravos recolhidos no calabouço naquek
àno, tanto na Corte corno em toda a província fluminense't*
justiça et
Em i825, o chefe de po1ícia da corte informara o ministro da
e cliiirr'
existência de "grandes quilombos entre sarapuí. e Rio de iguaçu.
gares".:-" Em abril do mesmo ano. um fazendeiro próximo ao rio Sal'' '
Corie - -
áoutor Jacinto José da Silya Quinrão. queixou-se às autoridades da
--
cia que *n"ortru*o* de quilombos localizados em Iguaçu data de 1812. E;* '''
ardenou ao "Comandante d*
3unú desse ano, o intendente de polícia da Corte
bir*ito" da Freguesia de Santo Antônio de Jacutinga que prestasse "todos o:
auxílios" ao capitão-dô-mâto Claudio Antônio para a realização de uma expe- .:
..dar nos quilombos a prerder os negÍos fugidos que se encoc- '' *ê
dição para
polí-ia
trarem". Meses antes, no final da aao de l8i 1, a refer;do inaendente de !a
providê*'-
tinha igualmente ordenado ao "Ccronel de Inhomirin:" que tomasse :ê
.F
..toda a sua atividade para repreenderem negÍos fugidos. dertrui: Í
cias com
quilombos e conter essa tropa de facinorosos". Não só a região iguaçuana.
ma'
out ut áreas viziúas do recôncavo da GuanabaÍâ, estâYam floridas de rnocas-
fazea-
bos. No ano de 1812, as autoridades da Corte buscavam lecutsos dos
deiros para preparar "uma entrada nos Quilombos" localizados no distrito dE
São Gonçalo.32
Mas a baixada iguaçuana parecia ser o local de maior concentração de
quilomholas. No ano de 1816, Joaquim Congo, João Mofumbe e JasÉ
B*nguelu haviam sido remetidos do "Quilombo do Pilar" para o Calabouço'::
polícia da Corte prepaÍou mais uma
Quale dez anos depois' ou seja, em 1825, a
oilgencia com o objetivo de bloquear as entradas dos riachos de onde - se-
gundo constava os quilombolas de Iguaçu saíam paÍa atacar as embarcaqôei
- porém, não alcançaram o fim desejado. na
f,ue aii trafegavam. Esias investidas,
avaliação posterior do próprio intendente de polícia'3'
:70
i. os produtos rios quiiombolas do lguaçu chegavam ao rnercado da cor-te- c. 1825
("Rue Droite à Rio de Janeiro", M. Rugendas, Malerische Reise in Brasilien,Paris,
Engelmann & Cie., 1835' Reprod' Bauer Sá)'
//11 1Í
Os resultados dessas expedições pareciam, de fato, efêmeros. Ainda rr
alo de 1838, N,tanuel Joaquim de Souza, morador no porto do Caiundu, pl "
ximo da freguesia do Pilar, reclatnava ao juiz" cle paz local dos freqüentes at'.
ques que sofria por parte dos quilombolas." No finai da década de 1850'
áçoe, àe.t.s já eram consideradas problema crônico de segurança pública '
região, segunclo as autoridades provinciais'
As constantes reclamações, não só aquelas publicadas em periódicos .
Corte, mas também as diversas caftas e petições enviaclas para a Secreterir' .
Polícia da Província. inÍbrmavam que os habitantes dos mocambos plilticÀ.
freqüentes roubos na região, principahnente pirateando barcos. carre-gadcr
produtos, que navegavam os rios. Segundo as denúncias, os quilonbolas L1s3\ '
iunoo, que mantinham escondidas nos manguezais dos inúmeros afluente '
I_euaçu
-
e Sarapuí eln seus assaltos e. "para evitarem os insultos clos salteatii-' -
- pactuado com eles. pa-cai
fquilornbolas], alguns mestres daqueias lanchas têm
-
thes tributo rJe carne. farinha etc.".'" As ditrcuidades alegadas pelas autonü-'-
para destruir os mocambos eral]]. elltre ouiras. sua localização em regiÕe: ':
iunorus, de diÍícil acesso e a "corür'ência" coni os quilombolas de colnerci*:
tabemeiros. Cati\,os das plantações I iz-inhirs, escravos remadores e lavrador':'
No Brasil e eln outras partes da Afirérica, como Jamaica e surinatne .
calização geo-sráfica lbi um importante fator de sobrevivência e zlutonotll:;
-.
comunidades de escravos fugicios. Apesar do difíci1 acesso. a maioria delai-
pre que possíve1, se estabeleceu em regiões não totalmente isoladas das ár:-
iultivo, fossem elas exportadoras ou não. e dos pequellos centros de çot::: -
\.
entrepostos mercantis. lsso fulcionava Como estratégia econômiCa, uil1A ' -
z/t
aos quilomboias Íempo sufi-
,.,r) íJe acesso acabava por proporcionar
tliticil
por parte das Íropas' Desse
, .'irte paÍa abantlonar *"* 'u"f'oi anies.do ceÍco nas
..-.:ilo. evitava-se o elemento surpresa muito perseguido pelas itr-rtoridatles
colocavarn estrepe\ envenena-
,-ies de repressão. Além disso, os quilombolas
."]s.quepodianrsernaturaisoufeitoscomnratleirasoupedaç--t.lsdebarrrbue
,.r:raverdÊ,abriamtuf'otpituOusnomeiodan-rataefaziantouiirrsarmadilhas'
i]SâYam,conrisso.ut.*,*anrarcharlastrrrpasnointeriordirtitlresia,muitas
fatiganrlo-as à exaustão' Algtrns
quilomboiai prcctlrlif itl-ll Íixar seus
irzes Yigias
e íngremes' Também crrii:;avam
.:,:unpanentos em locais montanhoios
..-slocaisepreparaYamemboscaclasContraasexpediçries1.P1..!5|}riti'Assim
-.:l]legidos,u,quito,,t,otaspodianrcuiilarrleoutrirscoisasiiir:l..rli.-erriienta-
:reilto com as forças militares"
Asfontestlisponíveisarespeitodasatir.idadeseconí;r:-ticilldasconru.
IIesmO ct]n-
-;iades de fugitivOs no Brasil são aincia escassas e dispel'slts.
.ljerandoosgrancles,oo."*boodosséculosXVIiexvlII.asinfi--r.nraçÕessoi.rre
':iCoiloÍtliââpontamtãcl.stlmentepaÍaumaagricuituradesubsistôirciaacou"t-
Sabe-se" contudo' que
-,nhada pelo extrativismo' a caça e a pesca abundantes'
a maior parte agrícoiil-§
-,ritos quilornbos produziam também exceclentes --
coll1L) complemento
-elnpequetlaescaia,favorecendotrocastnercarrtis'ErnmuitosCaSoS.a..ra-
, :,agem", por meiode saques e loubos' pociia iuncionar
-.: atividades econômicas' " existem ürtormaçoes de que seus
Sobre os grande-s quiiombos de Palmares'
,.colhiain duas yezes poÍ anü". iêijão, batata-
.:.niranres ptrnrou.n, nilho, que Gerais no
para a capitania cre Minas
_ -..:e. ma'dio.n, uurun" di
"-.urru-,r"-uçt"i.iu.
itt. exisiem evidências de que os
qullombolas tinham uma economia
-:Juio \\
:lsiltcada.cuin.u,a",op*touaexistênciaalidetrêsatir,iç]arleseconômica:
ao realizaten
-. :':crls: a produção o roubo e a rnineração' Com "f*o'
'gtttãi", "1iSi]i as au
- ra erpedição- .,,
i7S+, çontra os Oa
Quilombos
-tl1-flranaíba"'
..tregros''' encontÍarafi176 ranchos t
.ldades. embora prendessem Somente oito
No ano de 1766' quan
':,rpiosas lavouras e mantimentos recolhiclos aos paióis"'
"câtorzr
cle Pitarrgui, enconlraram-se
_ , ioi atacado tlr, q.,lio*bo na freguesia
--rchos de capirn' O" miltro' feijao' algoclão' meianciaç e mais frutas''
'oç*'t
;:.:arrtoaoquilombo,t,N'tutiun',atacadoem1733'dizia-sequeosquilombola
roças' o que era muito pre
."fo'io*por terem neie lmocambo1
': retugiar.am.
mirreiros em Catr
:Lr atalhar-se". Por ocasião de um ataque a dois quilombos
- haver neles "muiÍc
l-'ãTi,à: :L irrr. ,, cáloniais a{iirnaram
autoridades
',.'*irlran,os futuro"'*
e grarrdes roçarias para o ano
dos quilombos no Brasil era
A base aa proOuçao'ug'itàtu da maioria pesca' t
da agricultura' da caça e da
i;:" *qadiocu e o mittto. iom o-s e*""dentes meio de trt
produros de quà necessiÍavam, por
âi:.,,,ã;; Jt;r.ttril ãuoo,
273
Ças com taberaeiros, pequenos iavradores e de cativos de fazendas cirrr-íÍ:*!..
zinhas. Esses produtos podiam ser, poÍ exemplo, o sal, impoÍante na corr,{ry
.
vação de alimentos, aguardente, carnes, roupas, armamentos e muniçâo. *.=tar .
274
, r. Maria Odila. por exemplo, Ía.mbétn aponta a existência cie redt. ';'.-iiis i
.,. tieqüentes relações de "coinércio ciandestino" envolvendo quii,,r-
j:';r:'
.,:ritivos, escravos "ao ganho" e quilornbolas. "'
O comércio de lenha entre quilorlbolas e taberneiros erfl-, Çonfr-'r''r-,: rll-
,imações das autoridades, "um lucr:ativo comércio", pelo menos p:ir.:l *s
e "lrell
-,terneiros, que reyendiam a lenha na Cofte. ollde era muito procui'ada
:r:fâ". Em troca, os fugitivos obtinham "gêneros alimentares de pouco vaior".
rr.
quilombolas podern ter controlado boa parte desse tipo de comérciü
-,,r,,Lleireiro naquela região. já que controlavam várias saídas dos rios.
Podianl.
':rJlusive, manter à força esse doritínio. pois os barqueiros que não nego-
. t.:,isÊlTl SUitS lenhas, tfa[§portando-As para â Corte' ou não oS provessem COm
. lllantimentos que t'equisitavani. corriam o risco de terem SeUS ilarcos aS-
,,:t;.rclos. Sabia-se. por exemplo. que os Inestres dos barcOs. por medo. tllan-
o'pacto" cor.l os quilornbolas da região para poderen] IlaYegar livre-
:,irrrrn um
--,.âte. Esse .,pacto" pocia enyoiver um "tributg" em mantimentos, pois "os
-,iiões rle lanchas de Iguaçu e do Pilar que não se âchanl em haruronia e re-
-,.ÕeS corn os habitantes desse pequeno Paltnares. Correm verdadeiro risco,
.,-.n{io passan} pelas vizinhanças do quilombo".:'r
O quadro cle quase teffor e pânico qLIe muitâs vezes aparecia nas gazetilhas
:lâtérias "a pedidc" dos periódicos e as Íreqüentes clenúncias de molaclores,
..,.,adeiros e comerciautes daquelas ceÍCanias. talvez uão se relacionassem so-
-.::ie com as ações dos quilombolas. mas também Íizessem p:u'te da estratégia
- .roiítica econômica cle aigitns taberneiros iocais
r que tlão queriam perder a
ji1
, , e o rnonopólio claqr,rele tão "lttcrativo" negócio. Quanto a esse fato, a
intbnnaria certa ocasião que os taherneiro§
- r.rilha r1o Jctrrutl clo Camércio er:r
: , llerciantes. proprietários de barcos que abasteciarn de lenha a Corte, se
275
';eto de preocupação permanente por parte das autoridades
polici,i:
c funcion:unenro das ,ub..nrs. proibindo
::::,j:il::i:|*r*
tiírios.de fazerern qualquer tipo
de ;.*;;;" ;;;;:;;;:.i."il] ;,,:
seir. .,
X::j:::":: :::,:
de paz a respeiro : :"
ou Íras áreas ruã, i*.i
",.
# .. r,., I;,.,].'.,.
cle raberneiros. vendeiros
. *;;;;;:;:;;il:. ,. .
olx,",.,uuo,, c,
il:T:'l?}::,T'frTais:: rerações
aquilombaclos' :": :::::
::.'.',':l:'
incluíarn to.,,r"]riro""' rr
m uiros de re
r"*rll:r,.
- i,,
-g
:,
i
"
uo faro de qu* *uiro, raberneiros
ãT:j":::::::::,::::1"1"
"abrindoas suas vendas trb.*u.*uit" ;sIaTã.
" que ""ràãlã"rt *";.::::tt*t:1tff'.
:l*::,..,]::11.1i1.:l,i
de funcionamenro
devem ua.i,-,.;,.- A preocupação co,, ;;,j:
clas rabernas
satinos" dos capoeiras, principarmenre
relaciona'a-* ir,lol", .,ll"jl?ji.;",,,]ll:;
à noite. Em rg36, as autoriJ;Je:.::
Corte recomendaram
ru a s, di s s orv* o" iil;:T :jHHy,*
", que admitem
parte dos taberneiros,
::J :;:?:::
H: :Ji : : :, :: i; :.,
com mai,s freqüência essas reuniôr,,.. ..
A Cone e o interior da província
do fuo cle ,,,,. ,1 .
Janciro tbrun, r _
um grande medo diante ,a possibilidade
de insurreições escravas. ,r",r.r,,
cançaria a dimensão de pânico
nos anos ig30, depois o,
.
dos malês, na Bahia, em-ianeiro riir ie'oli.
ae r s:s. Àcànstanre relação"firuJi"
entre tallilrneirc)
escravos' quilombolas e mesmo
capoeiras só fazia aumentá-lo. pardor
pretos libertos, principalmente ,., re: =
aqueles de origem africana que
na corte e nos subúrbios limítrofár, ma:i.ilrr.1\:1:-
eram fr.qüentemente acusados
levantes escravos' Thmbém taberneiros .rc irr,.rij
e.u* *.uro,ros. segundo cie.Lr:r. r,:., .
taberneiros seriam responsáveis
pelo fornecimento de arrnamentos
para conspiradores cativos.56 e,: :.: -.
Em Ig3g, as posturas municipar. .
(muitas das quais seguidas :
posteriormen,"p* our.o, município:
tlelerminavam prisão e murtas para c. : -:
os tabàrneiro. ücu.rdo.
c: ::_
esCraVos'.,ApossibiIidatIedaentradadec1uiIomhoir.Iln.,'-.=
lações assusrava sobremaneira
fazendeirol .
enr massadorescravos e insurreiçôes
;;;,;,,r..I _.. .
27ó
o medo que rondava a corte na década de rg30 também arcançou a bai-
-
xada iguaçuana. No ano de I g36, denúncias davam conta
da existência de ..dois
,, focos de insurreição" próximos às freguesias de santo
Antôaio de Jacutinga e
são João de Meriti entre os escravos das fazendas de ..Nazaré,, .,do
e Bar-
' bosa".s Dois anos depois, na freguesia de Inhomirim,
houve ,.arguns indícios
'-'I de uma insurreição de africanos, IibeÍos e escravos". Numa noià, em fins de
' abril daquele ano, o fazendeiro Miguel José Gomes descobriu próximo a sua
,, ,
a:tu "um tumulto de 30 a 40 africanos". presos e interrogados, alguns
desses
"drsseram
plncanos que a intenção da reunião era combinarem entre si,
e con-
:r' vidarem os mais africanos, para se insurgirem contra os brancos,
cuja subre-
vação ser na noire aà z para o oiã: de maio conente,,.6 Em 1g41,
,. , Í"y*t: as
' auÍoridades fluminenses preocupavam-se com o "preto forro
Domingos,,, de
cabinda. Este já hávia siào preso em diversos lugares do
::§.i
*iuq.::.ry perigoso, sem meios de vida, ..aliciador de pretos para
município de
insur_
reição".6Í os quilombolas poderiam tornar-se aliados providenciais
das re_
*rültas organizadas por cativos principalmente de africanos o que ater-
, rsrizava os fazendeiros. - -,
' _ As autoridades tentavam justificar o insucesso na destruição dos quilombos
§e -Iguaçu,
, alegando a exisÍência das rerações mercantis entre fugitivos
e
taberneiros. Escreveria o presidente da província a seu
chefe de polícia em I g59:
Tendo examinado as instruções que v. sa. tem de expedirpara
a dispersão e ex_
tinçâo do quilombo existente ra margem do rio lguaçu.
cabe-me ponderar que os
meios indicados por v. sa. ao Deiegado do termo de promover
u .upturu dos ca_
lhambolas que forem encontrados fora dos quilombos são
os mesmos que até o
presente se tem empregado sem resultado, por isso que
mantendo eles relações
com os donos das vendas próximas, que rhes compram
renha e fornecem manti-
mento§, e assim concoÍrem para a conservação dos quilombos,
trem como acon-
tece com um Fuão [furaaoJ penedo da Taberna sita à
: log"r denominado _. a vassoura
margem do Rio sarapuí, no
e com um cefio Garcia com venda pirar,
-
.o1,ru:to-existirem estes reconiecidos asiiadores e protetores
no
277
ternrediários Ern 1g6g''ois
escravo§ pertencentes
a
..negociantei
!r: -
o. .,i*ià.#reraçôes diretas
ffi:;::":,::: ?:1T::::,0",
jü:'-:,3I";J::::;;;#;,*:J:T:,".'J*;ff co.i .
iliffi L',?:.
- Quanto a essa possibilidade, vale lembrar orre êrnm ^c ón^,^-.-
:;ifi""1;;:,:*:Í:'_1'j','üffi"J::ffi ff
queatichegavamprovenient,es;;J;&ffi;::ãXH::#;:;J:ffi
fr fftrTJIlffi
H:$:.}}:L,i,TJ,T;""11*.1::iffi
transportados, mas também
vaqç
*"o,,,o.,eramprodutos$&*FB
uutru§, eram produtos
$&crâffi,
*uitu, ,"rã :amente reYendidos pot
cravos "ganhadores" nu,
.ou, da cidade. att * m- l
E
Escravo fujão (terceiro de pe a cootar da esquerda) participa de roda de dança c. 1825
('Daace batuca", M. Rugendas, Malerische Reise in Brasilien,Puis,
Engelmanr: & Cie., 1835. Reprod. Bauer Sá).
280
"parcelas de
terras" para os cativos cultivarem suas próprías lar-ouras para
o
seu sustento.T? Determinavam que se desse aos escrayos ..o
dia de sábado para
trabalharem nas suas roças, ainda que as semanas tenham
dias sant*s € qus se
Ihes desse toda a teffa que lhes for necessária paÍa
.'Íayos também recebiam pagamentos pelo tempo aabalhado
as suas larouru, . õ;;;:
para os §'§&ges
-tros seus dias", isso é, nos
dias destinados ao curtivo de suas lavouras.-.
Além de tirarem sua subsistência dessas lavouras, os escravos
produziaxr
ercedentes, os quais procuravam comerciar. o comércio
era feito provavel-
:I;ente com os tabemeiros da regiãa, realizg§s em pequenos
mercados locais.
*egociado com outÍos cativos de algumas fazendas vizinhas
: àq)las.7e
ou com os quilom-
rambém existia a possibi-lidade de o próprio mosteiro comprar
os
produzidos pelos cafivos. um exemplo disso é quando
=êneros os beneditiqos
tr*nsferiam escravos de uma fazendap*u oot a. Em 1g3'9, ô cativo
severino e
. s.a mulher' ao serem tansferidos da fazenda de Maricá para
a de Iguaçu, foram
i*denizados em 40$000 réis referentes à roça de mandioca.
Dois aãos depois, o
.i,.'rir\{) Simiano, também enviado para a fazenda de lguaçu, vendeu ao
l=tir[i11iv "'duas sacas de milho". Nas fazendas beneditinas
a"1guãçu, os cativos,
;riém de roças, fabricavanifarinha para consumo próprio
p*iu"nd", e tinham
"
:rado". Entre os anos de lg39 e rg42, o mosÍeiracomprou aos escravos da
fazenda de Iguaçu o total de nove bois e três vacas ..ccm
suas crias,,.s,
o silêncio da documentação beneditina a respeito da existência
de
çilombos em suas terras. das a@s dos quilomboras (que segundo se dizia as-
:altavam barcos e roubavam gado na região) e da soridariàade
de seus es_
lTavos para com eles talvez seja um irdício de que o
mosteiro de São Bento
:àzia visÍas grossas pâra o assunto. Isso pode
indicar, incrusive, que os monges
vissem "perigo" iminente nas ações dos quilomboras
=ão rocai, já que suas
cropriedades provavelmente não eram saqueadas, nem *"r,
fugiam
Jefinitivameilte para os quilombos. euem sabe os próprios "r"ru-uos
administradores
das- fazendas beneditinas na região comprassem .1enha
do mangue,, aos
q=ilombolas para fazer funcionar as fábricas de tijolos
e telhas? E talvez fosse
a*s barcos dos escravos beneditinos que os quilombolas
também fizessem
corte os seus produtos. pooe ainda ser que os quilomboras de
';fue-€ar até a
íeaaçu trânsportassem em suas próprias canoas o§ produtos
excedentes das
:4-as dos cativos do mostêiro até os taberneiros da re-
ião.
28]
r-
(
Na região de lguaçu, apresençae atuação dos quilombolas, porquâse um sécu-
lo pelo menos, possibilitaram a criação de uma economia local em QU€ os r
'
quilombos acabaram se tornando comunidades quase legitimadas localrnem.
ao mesmo tempo dentrc da emavidão e altemativa áela. Apesar de dezenas &
documentos falando, na maieria das vezes, de temores, é difícil acreditar quqã: -l
convivência com os quilombos. naqueia região, fosse sempre uma suerra sei:
tróguas. Os quilombolas de Iguaçu podem ter mesmo criado uma coriunida,j:
camponesa relatirarnente estár'el, Negitciavam não só os excedente, Je su;
lavoura, mas também ertraíanr. arrnazenavam e controlavam pafie iiir iomé.,
*: cio local de lenha
*:
§,::
Em dir,ersas regiões escrar,istas brasileiras, assim como em ourra_< áre3.
§.
das Américas nesÍas. os escravos, a partir de suas roças e economia próprias. :
§r
Si
os quilombolas, com suas atividades econômicas. acabaram pcrr, icrilar un
§
Ê campesinato negro ainda durante a escravidão. Para abordar esse tenta e irlpor-
tante se*euir as análises pioneiras de Sidney Mintz. Ele argunenril que i
deirnição de camponês deve ser entendida no sentido das experiêacia. histón-
cas vividas e não sornente etn terno§ abstratos de uma categoria anaiítr..L. Der e-
se ter em mente as variadas relações de detenninados setores rurais coru a so-
ciedade como ur-n tçdo. incluindo aí suas estratégias de sobrevivênci;i" rnodo de
vida e práticas çulturais e econômicas. impiica também, nesse conte)it(,. recons-
tifuírmos o desenvolvimento e os aspectos rnultifacetados das relações entre os
vários setores camponesss e não-campolreses numa determinada sociedarie.''
Em outras palar.ras, Mintz sugere que a formação de um campesinatrt
deve ser pensada enquanto um processo histórico, ao invés de sistemas
tipológicos estáticos. Analisando a formação de um campesinato iregro no
Caribe no período pós-emancipação, ele <liscute como esse campesinato ori-
ginou-se do desenvolvimento da economia própria dos cativos durante a es- i
çravidão. Segundo ele,,os escravos do sisierna de roças e os quilombolas orga- r:
nizados em comunidades, ao clesenvolverem variadas práticas e relaçÕes 't.,
282
.-_
. para arém da
r"'#5Tj:'ffi"#lt:"r':',i;?.,, a parrir das
comu-
T:Í:: :;,:f#*1i:*:
::ti: de um : :j1'yr
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a ri - o p en
câixpo negro por intermédio
* ;;i#ffi:,ã:r.ff; ffi:il;Jli s c a
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{§Ira ârreêÇa ::.*:::":
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permanente. As:,:::11
g *, .. 0", de oriciane daire ]*p,",.n,ul*
s
'::
:
çonsrant". r"gr., o
com as revortas de escravos
po;r"dffiffi;tJ".t:":il:
'u**ação u. ,ãu, que podiam ser rearizadas
&*: quilombolas causavarn " pe_
temor €ntre os fazendeiros. Ariás, para
estes- a sim_
,#::-'#::t;;:'"*f#*s
tl1"^Y:
de quil0muorr.l"po.elrava
uma ameaça a sua
t*"ndas, já
que a ameaça de Íugas para
r. ubos erâ .nncÍânrÀ
[email protected]*oil;;.ü;;*ã:ffi:""Tjff os mo-
',,,,ffiffi::'S'::1:.^f:lrg:; Trr#i-
e""r* deixavam os seúores so-
hrer srados. " Exem pio di sso
al
é'rr," al.e;,ã*o,u,
ãrã#iit;"ixilH;i#ffi ffi;
,3r Capivari reclamavam
que
283
em nossos cafezais' a pÔÍtt* de #l
Além do roubo escandaloso que sofremos
noturxt'e--'&s
rcuu/-ruds a menos
reduzidas uv *"tuaá
trrurrv!) o" rrrv as nossas colheitas' e dos assaltos
pelo perigo irnir'e:-... -.
_t:a
.. {s várias relações econômicas mantidas pordiversas comunidadesçrilom-
,-.à6Eês. mesmo que a maioria delas tivesse um caráter semiclandestilt*. pqdiam
,'--=ltar por fazê-las prosperar. Scb o prisma sóciopolítico, numa sociedade es-
mrisra, não há dúvidas de que as comunidades de escravos fugidos ccnstiruíram
,.{4 : de resistência ameaçadores pala os fazendeiros e proprietlários de esr.-Iãçc:
ry geral. De fato, a existência de incontáveis mocambos representa\?. eÍãre cê-
,.-: -oi\as. um forte póio de atração. promovendo as fugas de escr;llos.
Os quilombos de Iguaçu, como urna hidra de várias cabeças. tortr"ri;:--':
.....:slcgçadores para os mundos da escravidão. As cabeças imortais da hidra de
-- :;r-r. aléffi dos quilombolas. eram os taberneiros, pequenos lavradore.. e -'
. . .,. rernadores etc. O pântano onde ela trabitava era o própriil campo lle gr,
.&rú7]1S
§
ffi
: p+ Je Estrela, em 1846. Essa região compreende atualmente os municípios de Belford Roxo,
r,pca1*e de Caxias, Nova Iguaçu e São João de Meriti, peÍencentes ao estado do Rio de Janeiro
. y*z iJados socioeconômicos no século xvrll, ver: "Memórias púbiicas e econômicas da cidadt
.',§r5âo Sebastião do Rio de Janeiro para uso do vice-rey Luiz de Vasconcellos por observaçâo cu'
w
e:. 'rÉ*s: rjos _annos de 1779 até o de i789" in: Revista da Instituta Hístórico e Geográfico Brasileirc
F
,.=ã=rçe). tomo xLvII (47), p. 27.
i.', (2) Cf. "Retação do marquez de Lavradio" iu RlHcB, tomo r-xxvr (79), pp" 289-360.
t, \3j ldem,pp.320-4 e326-9.
,
'.:1.
{4) A propósito, Waldick Pereira ressalta que a diferença entre o oúmero de esctavos em'
@gados los engenhos e engenhocas que apar€cem nos dados do marquês de Lavradio e a
po
,,ffi1,i{ão escrava total da região se deve ao "fato de que naquela infomração não se incluíram a
,;&e**rJas plantadoras de cana, o que absorveria grande parte daquela popdação". Cf. Waldicl
..- rrlra. Cruw, café e laranja. História econôtnica de Novtt lguttçu, Rio de Janeiro. rcv/srec
'::r':. p.25. Analisaldo a distribuição dos escratos em engenhos e engenhocas Íluminenses en
i=; do século xvür a partil dos mesmos dados da "Relação do marquez do Lavradio"' Iraci Cos'
,= iesuca que predomina a propriedade de engenho com o tamanho do plantel de 21 a quareati
===r'os. enquanto a média de escravos que fabâlhavam nas engenhocas é de dez cativos. Cf. Cos
k:ci del Nero da, 'i§ota sobre a posse de escravos nos engenhos e engenhocas fluminensel
=
'-.:-8i". Rrrrsta do lnstin*o de Esatdos Brasileiros,23 (1988), pp. 111-3-
t5) Ver: WaldickPereiru op- cit.
t6) Cf. Iosé Manoso MataFc,rte, Memória dafundação de lguassri,Rio de Jareiro, Typ. ú
fueal do ComrÉrcio, 1933. p.36.
F
*
*: : (8) Cf. MaiaForte. Mcmória,P.64.
E :,; ç19) Idem,p.46-
É- -, ,-- i.:-:'i-:-,,,:.. \,.-,,!,,r),r .,Rt,,tlt..ltttttítot,pttrtt.tnrcríit,'trr1,r/oIJirirr/. l,t ''
E , ,-.,.:.',Í, Sâo Paulo- Livraria lÍartins- 1942- citado em: Márcia Maía Menendes Mottâ, "Pelas 'Ban
\.jI";r',ltt:-r- r:.:-.--l-,-,,:iarJ.ii..ar(rr-a.Lril\i\tlllc111 illllitrcgiili'i-',lililtlitore--l:1''
. ' . \lclril. tji'r;.i.,,..,, ,1.' rrrj'il.rri(). 'a;, ii ir. i98v. p 5.
28-t
(1 l) Cf. Maia Forte, Menuiriu, pp. -56-7.
(121 ldent, p.59.
( l3) Ver: Pereira, Carttt, cu.fé e larun.jct.'. Maia Forte, Menrória'. Renato da Silr,eira NIe: -
(2-5 ) Quanto .tos nolnes dados aos quilombos da regiho de lgr.raçu é possível sup. ,
tivessem relacionados a suas localizações geo_qr:ificas. A palavra Bontbtt. por certo. !:_
Macharnbornba. uma localidade dessa área (nome inclusive de um engenho-de-açhcl: :
desde o século rvrt). Já Gubriel ela o nome de um riacho local, importante afluenr.
Iguaçu e Sarapuí. Frederico Fernandes, em artigo não destituído de interesse, analisa . .
cados da pa.latrtr ntot:hurn.tnrn.hu na região de Iguaçu e sua origem aÍiicana banto. Ct : .
Fernandes Pereira, ''Maxambomba A raiz negra e mística de Nova Iguaçu'. C
-
286
t8z
8-/g dd'Z16l 'ãlrrozl,loH olâg'.fl17./ag stlutlN aa soqtú,
'i\lrqrBSfprêLulvap.HiuêpllilÀ:çl d(gg6l)gl'\'o)lutouo)z:-opnlsí',.(rrr,rxoti--:
+rurl\) oJno op o[113âs op soqruopnb sO.,'sâ!.11]urnD ouÉr:1rJ so1.ru3:gi.d .99,-
.!5ezrlr\rJ'oJrâuuf âp orà'pê Ít'j-)-tDLulDd sop otluropnb O,o.trâull?J uosrp-l .::.. --
'tf-Bt'dd'Zg6l'ot-rêqy opxlâr{'a:ão1y ogo6''pe ra,o.!tà ) j,
-\,, O 'selrê:5 orJgC .rêA suJlutç)uoJê secrlgrd srudrcurrd suns op .lupd B so.rrâlr\...
sop og5nrgrsselJ putn noloqulê splrâlC orJg6'pJrtrruênbse .-muap.rod anb rFu:.*
'6çgl zâp 6 '(rà) .pÍru.r,\o.rd up r:rc1pd êp â-+âq.) or opBr^uê ns..r--
ap ope8alep op orrlJo.,'(ru) ercuy,rord ap saluaprse.rd êp sorl.]O.g99 o5ur_u ,1it . .
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-uê]ur op orr].+o,, :6ç
upnrrrlodâpãluspusturoporlrJo,,'tL's-L+'t lo^,ZIgÍ.uni71 ,eiurlnf,clêpolu!.,_.
erzania;l1lp oyttsrp op eluppuuruoJ oe oprpadxa orrrJo op orlsrãeg., .gzt êorpgr .r..
'tlt d'0i 'deo'r.;ly ut altl a,tolg.qost.rrr
'çz8l 'rqe 6z ',.o!ji.i '
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LZI sU'ç lo^'gzgl zâp çl '6zE ârrpç)r...
'^ 6t sL+'l
to^'g0gl 'tnlgl
.gIf errpgo.(Nv)
luuorrEN o,rinL..:.
'z6l'd'LL6l'IJo E^oN 'rôr'lousàuàt.)oç ltuttDtuDld plr(,A ttlàN ur .úart»15 tr,
atilDlDdruo) 'ruâpnJ lnqIv ê urqnà e:er1 ur ,..Á:nluao qluâêluê^ês eql uÍ urSuo s]: . -
l;T:,Hl:1r;',lt
l7 dez. 1859 e eN, , t, rnaço
:j:.1".1.1"81_ã9
de.rsua,su ;il" ao chere de porícia cra
societies, l;:#il,:l::';,:"1HlT[:l:"::,
;:: ::::,::
rcon p. 14
f,]3[:1::TIT#.iJ;
(52) Stein analisando o município
de Vassouras na província fluminense
o ertr,.ln,4^ no
r
nicínirt hrrtdloiv^.1^
"^.^^^^:^ -^
to./t 1^^^ ^,
::üJ;;;;;,i'§il:il1;;^
i;{:\:;:ii:,,ro
178 e 209-10.
^^t: 18s0.1e,,,nio
cto café, ae ian"i.ã, ü;"";#,#, i,iillíil1í;
(53) aN, maço trt: on,.i:r.l"
trl,
rresidenres de província (nr), ..petição enviada
fora da Vila Real da praia Grande,,,
i5 mai. I g23.
(5'1) r'rr maço I6'1. oÍíci.s cle porícia
"^' '
cla Cone. I2 abr. 1g2.5.
cla corte, portaria expeclida pelo
cherr:
288
69Z
1'd.nr.11t1azog,6991 .uu!'9,ot)r?Lut.uo) op
'
'ç'd'ou1ttctto11.9lgl .ln!rl,sor[run3
ap,
.g21 .d,.ttt z1o ,uro15 .I ialur:.r
'Ztg .reut .Epurrlrtuapr
J lZ oçSeluaunrop .0gt S ç êlorud .tj
.dd,(8961
,ZI o 8tI ),91 :g.ür9j!;tH itj
-aàr'.,\t\ olnJgs op oltâupf ora ou oquuã êp so^ejlsê sO.. .sêJEoS solll;J zr1_rr
âp
.
'.\ al â .g9g .zap
.sL+
at t g7 ,.,sopr3.3,rod (r9:atr51) opÕua1aq
orn3 ., ,
ep apuparrdo:d ap saq5e.relrap êp or^r-1.. .zt, "p "u
otuâurnf,op.ç91 opialoc,oo.ãpun,
Janeiro, ver': Flávio dos Sântos Gomes, Histórias de
tluilombolas' Mocantbo" -
senz.alcts no Rio de Janeiro século xIX, Rio de Janeiro, Imprensa Nacional ' -::
-
(84) O Município, 30 mar. 1879, 'Anúncios", p' 4'
(85) Ver: Ira Berlin e Philip D. Morgan (eds ), "The slaves'economl'
tion by slaves in the America" , Slavery & abolitktn, I2: I (1991)' pp' l-21
(86)Ver:SidneyW.Mintz,..TheoriginsoftheJamaicanmarkets.vsterr...'-
191 4' pp' 1 80-2 I 3
transfo rmations, Aldine Publishing Company, Chicago'
(87) Ver: David Barry Gaspar, "Slavery, amelioration and sunday mar\'':
g: I (1988), pp' l-28 e Betty Wood' "'\\.hiic ' ' '
1823-1831", Slaverl' & abc.tlirion,
'informai'slave economies of lowcountry Georgia, c 1763-1830"' 'Slalen a
(i990),
' pp. 313-31.
1SSl Ver: Gomes, lfisrórl as de
quilombolzzs, especialmente o câp' tIi: "Sob a
cravos'e quilombolas agenciando a sua própria emancipação
nas úitimas décadas ;-
(SS) Um estudo pioneiro e importante sobre os quilombos brasileiros
clóvis Moura, Rebeliões das senz,alas. Quilombos, insurreições e
guerrilhus'R" "
Conquista,1972.(Al'ediçãodessaobradatadelg5g,publicadapelaEditoraZur::
as comunidades de
análises indicativas a respeito das ameaças que representavam
em John W. Blassingame, The si': '-
oS senhores nos Estados Unidos encontram-se
plantation life in the antebelluntsoullr, NovaYork, OxfoÍd University f'1ssal9l9
,t'
(90) l,qp, fundo pp, Coleção I33, "Representação dos fazendeiros de Capirar' '
políciadaprovínciadoRiodeJaneiro", 10fev 1885,citadoem: Hybello,Fe:an::'
vale do
brrroror, senhores e café; trm estudo sobre a crise da cafeiculturtt do
( I 860- I BS S ),Niterói, dissertação de mestrado, tcrr/upr', 1 983' p 233'
(9 1 ) VerPrice (org.), M aro on s o ci etie s, pp' 1 0- 1'
de Décio
igZ),t tlr,,to de exemplo, podemos citar aqui a seguinte afirmação
quilombosmedravamàmargemdasociedadeescravista:marginalidadegeográf,ca.
sério ao sistema'
social. Não ofereciam, à vista disso, qualquer risco rcalmente
uma forma
bações e prejuízos, é certo, porém deixavam-no intacto' Configurando ,:-l^J^:-a
^
lutaelibertação,mostravam-seincapazesdesubjugaretLansformarasociedadeinteri'
se de uma luia repetitiva e sem esperança" Freitas, O escravismo' p' 45 '
(93) Ver Situia W. de Groot, "Maroon of Surinam: dependence and
independen;''
(.orgs.), Comparative perspectives,pp' 455-63' Ver também da mesma autc't
bin e Tuden . r n:-r-^-l-^.. A1^^l:-- - -
MaroonofSurinan:agentsostheirownemancipation,,,inDavidRichardson,Aboli:.
aftermath.Thehistoricalcontext,]790-]91ó,UrriversityofHull,1985,pp.54-79.
369v'
(94) AN, Athanázio (escravo), réu; processo crime/Corte de Apelação' caixa
2.l863.municípiodeltu,provínciadeSãoPaulo...InterrogatóriodoescravoAthi.irij,z
290
i
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rsBN 978-85-71 64-596-7
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