Base Do Sistema Eductivo Caboverdiano
Base Do Sistema Eductivo Caboverdiano
Base Do Sistema Eductivo Caboverdiano
BOLETIM OFICIAL
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ÍNDICE
PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA:
Decreto presidencial nº 30/2018:
Condecorando com o Primeiro Grau da Ordem Amílcar Cabral, Sua Majestade Rei Wil-lem-Alexander
Claus George Ferdinand dos Países Baixos e com a Primeira Classe da Medalha de Mérito Sua
Majestade Rainha Máxima dos Países Baixos..............................................................................1934
CONSELHO DE MINISTROS:
Decreto Legislativo nº 13/2018:
Procede à primeira alteração ao Decreto-Legislativo n.º 2/2010, de 7 de maio, que define as Bases do
Sistema Educativo...........................................................................................................................1934
Resolução nº 123/2018:
Institui o “Dia Nacional dos Direitos Humanos” a ser comemorado, anualmente e em todo o território
nacional, no dia 25 de setembro.....................................................................................................1954
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ambas de 15 de Agosto, nas redacções dadas pela Lei nº desenvolver com as crianças, dotando a educação pré-escolar
18/V/96, de 30 de Dezembro; com conteúdos curriculares e materiais pedagógicos que
permitam a familiarização com a língua portuguesa e a
O Presidente da República decreta o seguinte: preparação para o ingresso no 1.º ano do ensino básico.
Artigo Primeiro
Assume-se a gratuitidade do ensino básico obrigatório
É condecorado com o Primeiro Grau da Ordem Amílcar sob a modalidade de oferta de ensino público com isenção
Cabral Sua Majestade Rei Willem-Alexander Claus George de propinas, taxas e emolumentos e o alargamento da
Ferdinand dos Países Baixos. gratuitidade ao ensino secundário, sob a modalidade de
isenção de propinas. Com esta medida, pretende-se que
Artigo Segundo o rendimento familiar não seja um fator condicionante
do acesso e da permanência no sistema.
É condecorada com a Primeira Classe da Medalha de
Mérito Sua Majestade Rainha Máxima dos Países Baixos. No ensino básico, com o desenvolvimento de competências
Artigo Terceiro e a revisão dos curricula, pretende-se, no 1.º ciclo, o
desenvolvimento oral da língua portuguesa e a iniciação
O Presente Decreto Presidencial entra imediatamente e progressivo domínio da leitura e da escrita, das noções
em vigor. essenciais da aritmética e do cálculo, das ciências integradas
e das expressões plástica, dramática, musical, motora
Publique-se. e da educação moral e cívica. No 2º ciclo pretende-se
reforçar a proficiência linguística, de matemática, de
Palácio do Presidente da República, na Praia, aos 6 de ciências naturais e humanas, com a introdução das línguas
Dezembro de 2018. — O Presidente da República, JORGE estrangeiras, das tecnologias com carater instrumental e
CARLOS DE ALMEIDA FONSECA transversal, capazes de proporcionar o desenvolvimento
de competências básicas nos alunos, bem como vivenciar
––––––o§o–––––– valores da cidadania, designadamente de defesa e proteção
CONSELHO DE MINISTROS do ambiente, solidariedade, responsabilidade social,
igualdade e respeito pelas diferenças, numa perspetiva
–––––– transversal.
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alunos optar por uma delas. Isto requer uma aposta forte Artigo 14.º
no reforço do programa de orientação escolar, vocacional e […]
profissional, que de forma organizada, deverá iniciar a sua
intervenção junto dos alunos do 2.º ciclo do ensino básico 1. […]
obrigatório, com a realização de dinâmicas e aplicação de
instrumentos bem identificados que permitam aos alunos 2. A gratuitidade no ensino básico traduz-se na isenção
estarem em condições de escolher as áreas de maior de propinas, taxas e emolumentos relacionados com a
interesse para a sua integração no ensino secundário. matrícula, inscrições e certificação do aproveitamento.
3. O Estado promove a criação de condições para alargar
Outrossim, garante-se no ensino secundário o reforço progressivamente a gratuitidade ao ensino secundário.
da área científica e tecnológica e a integração de linguais
estrangeiras facultativas. Possibilita-se, igualmente, a 4. A gratuitidade no ensino secundário traduz-se na
melhoria do acesso a este nível de ensino, a sua qualidade isenção de propinas.
e relevância, visando dotar os jovens de literacia,
numeracia, competências e capacidades necessárias para 5. Os alunos dos ensinos básico e secundário dispõem
o prosseguimento de estudos e para a vida ativa. ainda de apoios no âmbito da ação social escolar, nos
termos da lei aplicável.
A introdução de línguas estrangeiras facultativas no
Artigo 15.º
currículo é concebida como uma contribuição na construção
de oportunidades académicas e profissionais para os jovens, […]
antecipando maior competência para facilitação da sua
integração no mundo global, face ao contexto económico 1. Para efeitos do presente diploma, entende-se por
nacional e mundial. currículo nacional, o conjunto das aprendizagens a
desenvolver pelos alunos que frequentem o sistema
De igual forma, estabeleceu-se um desenho de educativo referido no artigo 12.º.
reconceptualização da educação básica de jovens e
adultos que garanta a escolaridade básica em cinco 2. O currículo nacional, tendo por base os perfis de saída,
anos, equiparada ao 8.º ano do ensino básico obrigatório, concretiza-se através da definição dos planos de estudo
promova a intercomunicabilidade entre os subsistemas e que integram disciplinas e ou áreas disciplinares, das
desenvolva perfis de saída adequados à entrada na formação modalidades de avaliação e da elaboração dos materiais
profissional. Nesta perspetiva, o modelo de educação curriculares, nos termos aprovados por diploma próprio.
básica de jovens e adultos desenhado deve assegurar a Artigo 16.º
mobilidade dos alunos com o sistema formal, através da […]
revisão dos curricula, adequando-os aos novos desafios
do desenvolvimento. Esse modelo estará, igualmente, em 1. A educação pré-escolar enquadra-se nos objetivos da
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articulação com o sistema de formação profissional e o universalização do acesso à educação, visando, por um
sistema nacional de qualificações, por forma a permitir a lado, o desenvolvimento da criança e, por outro, a sua
capacitação de jovens e adultos com competências para a socialização e preparação para o ingresso na educação
vida e uma integração plena no mundo laboral. escolar.
Assim, 2. A educação pré-escolar destina-se a todas as
crianças a partir do ano em que atinjam os 4 anos de idade.
Ao abrigo da autorização legislativa concedida pela Lei
n.º 39/IX/2018, de 16 de agosto; e 3. [Revogado]
No uso da faculdade conferida pela alínea b) do n.º 2 do 4. A universalização da educação pré-escolar implica
artigo 204.º da Constituição, o Governo decreta o seguinte: para o Estado o dever de garantir as condições e medidas
Artigo 1.º que permitam o acesso de todas as crianças à educação
pré-escolar.
Objeto
Artigo 17.º
O presente diploma procede à primeira alteração ao
Decreto-Legislativo n.º 2/2010, de 7 de maio, que define […]
as Bases do Sistema Educativo. […]
Artigo 2.º
a) […]
Alterações
b) […]
São alterados os artigos 12.º, 14.º, 15.º, 16.º, 17.º, 18.º,
19.º, 22.º, 23.º, 24.º, 25.º, 26.º, 28.º, 54.º, 55.º, 56.º, 57.º, 58.º c) […]
e 59.º do Decreto-Legislativo nº 2/2010, de 7 de maio, que d) […]
passam a ter a seguinte redação:
“Artigo 12.º
e) Possibilitar a familiarização das crianças com
a língua portuguesa e o desenvolvimento de
[…] habilidades motoras, psicomotoras e normas de
1. […] convivências positivas necessárias ao ingresso
no 1.º ano do ensino básico;
2. A educação pré-escolar visa proporcionar a formação
e o desenvolvimento das potencialidades das crianças, de f) [Anterior alínea e)]
forma equilibrada para a sua socialização e preparação g) [Anterior alínea f)]
necessárias ao ingresso na educação escolar.
Artigo 18.º
3. […] […]
4. A Educação extraescolar engloba as atividades de 1. […]
alfabetização, de educação básica de jovens e adultos e de
formação profissional numa perspetiva de aprendizagem 2. A educação pré-escolar faz-se em jardins-de-infância
ao longo da vida, articulando-se com a educação escolar. oficialmente reconhecidos.
5. […] 3. […]
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b) […] c) [Revogada]
4. [Revogado]
c) Fomentar a aquisição de conhecimentos que
contribuam para a compreensão, preservação 5. Os planos curriculares do ensino básico integram
e sustentabilidade do meio; áreas curriculares disciplinares e de enriquecimento
curricular, em termos a estabelecer por diploma próprio.
d) Fortalecer atitudes, hábitos e valores de natureza
ética e os vínculos de família, os laços de 6. No final do ensino básico, o aluno pode prosseguir
solidariedade humana e de respeito recíproco os estudos secundários, ou ainda seguir um curso de
em que se assenta a vida social; formação profissional, nos termos e condições a definir
em diploma próprio.
e) Promover o conhecimento, apreço e respeito pelos
valores que consubstanciam a identidade cultural 7. [Anterior n.º 6]
cabo-verdiana;
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Artigo 24.º
f) Desenvolver a capacidade de aprender, tendo como […]
ferramentas basilares o pleno domínio da leitura
e interpretação da escrita e do cálculo; 1. O ensino secundário dá continuidade ao ensino
básico e permite o desenvolvimento dos conhecimentos,
g) [Revogado] aptidões e capacidades intelectuais e emocionais, a par de
h) Promover o domínio da língua portuguesa como uma formação humanista contemporânea, necessárias à
instrumento de comunicação e de estudo, e intervenção criativa na sociedade, essenciais na construção
desenvolver a capacidade de compreensão e do projeto de vida.
interpretação oral e escrita; 2. O ensino secundário visa possibilitar a aquisição
i) Proporcionar a aprendizagem de duas línguas das bases científico-tecnológicas e culturais necessárias
estrangeiras, e a utilização das tecnologias de ao prosseguimento de estudos e ingresso na vida ativa
informação e comunicação como instrumentos e, em particular permite, pelas vias técnicas, artísticas e
de aprendizagem; profissionais, a aquisição de qualificações e competências
profissionais para inserção no mundo laboral.
j) Promover o reconhecimento e o respeito por todos 3. As condições de acesso e permanência no ensino
os ofícios e profissões. secundário são definidas em diploma próprio.
Artigo 23.º Artigo 25.º
[…] […]
1. O ensino básico tem a duração de oito anos e […]
compreende dois ciclos sequenciais, de quatro anos cada,
organizados da seguinte forma: a) Desenvolver a capacidade de análise, criatividade, e
despertar o espírito de pesquisa e de investigação;
a) No 1º ciclo, o ensino é globalizante, da responsabilidade
de um professor, que pode ser coadjuvado em b) Possibilitar a aquisição das bases científicas,
áreas especializadas; tecnológicas e culturais necessárias, quer ao
prosseguimento de estudos, quer ao ingresso
b) No 2º ciclo, o ensino organiza-se segundo um na vida profissional ativa;
plano curricular unificado, que integra áreas
vocacionais diversificadas, e desenvolve-se em c) Reforçar a capacidade de comunicação e expressão oral
regime de pluridocência; e escrita, aprofundar e alargar as competências
linguísticas das línguas oficiais adquiridas nos
c) [Revogada] ciclos precedentes;
2. Os dois últimos anos do ensino básico constituem anos d) Desenvolver as capacidades de aprendizagem,
de transição para o ensino secundário e consequentemente tendo em vista a aquisição de conhecimentos,
anos de iniciação da orientação escolar, vocacional e habilidades e a consolidação de atitudes e valores
profissional que faculte a opção de formação subsequente. éticos e morais;
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formação profissional, inicial ou complementar, nos termos d) Promover a articulação preferencial entre o ensino
e condições a definir em diploma próprio. básico de jovens e adultos e a formação profissional;
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para a generalização da educação pré-escolar, ao mesmo Por outro lado, atribui-se aos estabelecimentos do
tempo que se clarifica o papel do Governo, sobretudo no que ensino superior a faculdade de organizarem cursos
tange, de um lado, às medidas de coordenação, de orientação de formação pós-secundária, que não conferem graus
pedagógica e de formação do pessoal concernentes e, de académicos, mas de natureza profissionalizante, cursos aos
outro lado, quanto à determinação dos objetivos gerais e quais se poderá conferir diploma de Estudos Superiores
diversos dispositivos para a educação das crianças antes Profissionais, creditáveis, em determinadas condições,
da escolaridade obrigatória. para o prosseguimento de cursos superiores com grau
de licenciatura.
O alargamento da escolaridade obrigatória para oito
anos é das principais medidas de fundo que se pretende Ainda, a nível do ensino superior, redefine-se o
implementar com este diploma. O novo modelo, que sistema de seu financiamento e do respetivo controlo,
se preconiza sob o signo da universalidade de acesso, designadamente prevendo que possam ser subsidiados
assenta-se na observância dos parâmetros da qualidade, pelo Estado, incluindo instituições privadas do ensino
da equidade e da sustentabilidade financeira deste superior, guiado pelos princípios: a) da comparticipação
subsistema de ensino, necessariamente, implicará não financeira do Estado; b) da cogestão; c) da universalidade;
só um redesenho da estrutura de ciclos de ensino e da d) da socialização dos custos; e) da não exclusão; f) da
respetiva matriz curricular, como também a adequação do equidade; g) da autonomia; e h) da sustentabilidade.
regime de docência, a relevar em sede legislativa própria.
Por isso mesmo, se prevê a implementação de um
Preconiza ainda o presente diploma a possibilidade de sistema de controlo de qualidade do ensino superior no
ser alargada, gradativamente, a escolaridade obrigatória País, através de adoção de medidas de política adequadas
até o 12º Ano, consoante forem sendo criadas as bases de bem como da instituição de um serviço competente na
sustentabilidade, mediante condições a determinar por Orgânica do departamento governamental da área do
Resolução do Conselho de Ministros. Ensino Superior para a regulação, acreditação e avaliação
Com efeito, prevê-se que o novo modelo de ensino básico das instituições do ensino superior em Cabo Verde.
compreenda três ciclos sequenciais, sendo primeiro de
quatro anos e o segundo e o terceiro de dois anos cada, Pretende-se com esta autorização legislativa a harmonização
em articulação sequencial progressiva, conferindo-se a do novo regime do ensino superior em Cabo Verde com o
cada ciclo a função de completar, aprofundar e alargar chamado “modelo de Bolonha”, bem como o enquadramento
o ciclo anterior, numa perspetiva de unidade global do do sistema do ensino superior resultante da criação da
ensino básico. Universidade de Cabo Verde, por forma a aproximar o
sistema educativo cabo-verdiano aos patamares almejados e
Por outro lado, decorrente dos reflexos imediatos da em experimentação a nível internacional, designadamente
opção e medida do alargamento do ensino básico, recorta- na Europa, por forma a, designadamente, assegurar as
se neste diploma uma nova formatação curricular do vantagens da mobilidade e do sistema de créditos para
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Consequentemente, neste particular, propugna-se que observam as disposições relativas aos princípios,
em todos os subsistemas do ensino, incluindo no pré- estrutura, objetivos e programas em vigor no ensino
escolar, os docentes tenham formação qualificada, obtida público, particular e cooperativo e aos demais programas
em estabelecimento de ensino superior que confira ou de índole especializada, competindo-lhe ainda definir
não graus académicos superiores, sendo proporcionada as condições de validação dos respetivos diplomas para
a formação em exercício, nos termos em que tem vindo a efeito de obtenção de equivalência.
acontecer, até aqui, com determinadas classes do pessoal
docente. Artigo 4.º
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O processo educativo integra a formação teórica 1. A escola cabo-verdiana deve ser um centro educativo
e a formação prática, contribuindo em geral para o capaz de proporcionar o desenvolvimento integral do
desenvolvimento global e harmónico do país e, em particular, educando, em ordem a fazer dele um cidadão apto a intervir
para o desenvolvimento da economia, do bem-estar das criativamente na elevação do nível de vida da sociedade.
populações e para a realização pessoal do cidadão.
2. São tarefas fundamentais da escola e do processo
Artigo 9.º educativo que nela se desenvolve:
Educação e identidade cultural
a) Proporcionar à geração mais jovem a consciência
1. A educação deve basear-se nos valores, necessidades e crítica das realidades nacionais;
aspirações coletivas e individuais e ligar-se à comunidade, b) Desenvolver e reforçar em cada indivíduo o sentido
associando ao processo educativo os aspetos mais relevantes patriótico e a dedicação a todas as causas de
da vida e da cultura cabo-verdiana. interesse nacional;
2. Com o objetivo de reforçar a identidade cultural e de c) Desenvolver o apreço pelos valores culturais e nacionais
integrar os indivíduos na coletividade em desenvolvimento, e o sentido da sua atualização permanente;
o sistema educativo deve valorizar a língua materna,
como manifestação privilegiada da cultura. d) Estreitar as ligações do ensino e da aprendizagem com
Artigo 10.º
o trabalho, favorecendo a assimilação consciente
dos conhecimentos científicos e técnicos necessários
Objetivos da política educativa ao processo global do desenvolvimento do país;
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2. O ensino secundário tem a duração de quatro anos, 4. Aos alunos que terminarem com aproveitamento, os
num ciclo único, do 9º ao 12º ano de escolaridade, e cursos de formação artísticas é atribuído o competente
estrutura-se em duas vias opcionais, via geral e via técnica. diploma.
Subsecção III
a) [Revogada]
Ensino superior
b) [Revogada]
Artigo 32.º
3. No final do ensino secundário, o aluno pode prosseguir Âmbito do ensino superior
os estudos superiores, ou ainda seguir um curso de
formação profissional, inicial ou complementar, nos termos 1. O ensino superior compreende o ensino universitário
e condições a definir em diploma próprio. e o ensino politécnico.
4. A conclusão do ensino secundário confere direito à 2. O ensino universitário visa, através da promoção da
atribuição de certificado e de um diploma, que certifica investigação e da criação do saber, assegurar uma sólida
a formação adquirida e a qualificação obtida. preparação científica, técnica e cultural dos indivíduos,
habilitando-os para o desenvolvimento das capacidades
5. [Revogado] de conceção, análise crítica e inovação para o exercício
de atividades profissionais, socioeconómicas e culturais.
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c) Estimular o pensamento reflexivo, a criação cultural, 4. Além do disposto no número anterior, têm acesso
o desenvolvimento do espírito científico e a ao ensino superior:
capacidade empreendedora;
a) Os maiores de 25 anos que, não sendo titulares
d) Incentivar o trabalho de pesquisa e investigação da habilitação de acesso ao ensino superior,
científica, visando o desenvolvimento da ciência façam prova da capacidade de frequência através
e da tecnologia e a criação e difusão da cultura, da realização de provas especiais de aptidão
e, desse modo, aumentar a capacidade de organizadas pelos estabelecimentos de ensino
compreensão e transformação das condições superior;
de existência e de realização do homem na
sociedade e no mundo em que vive; b) Os titulares de qualificações pós-secundárias nas
áreas correspondentes às dos cursos superiores
e) Promover a divulgação de conhecimentos científicos, a que se candidatam.
culturais e técnicos que constituem património
da humanidade e comunicar o saber através 5. Compete aos estabelecimentos de ensino superior
do ensino, de publicações ou de outras formas organizar o processo de avaliação da capacidade para a
de comunicação; frequência, bem como o de seleção e seriação dos candidatos
ao ingresso nos respetivos cursos.
f) Estimular o conhecimento e análise dos problemas
nacionais e do mundo de hoje, prestar serviços 6. O Estado deve criar as condições para que os cursos
especializados à comunidade e estabelecer com existentes e a serem criados correspondam globalmente
esta uma relação de reciprocidade; às necessidades em quadros qualificados, às aspirações
individuais e à elevação do nível educativo, cultural e
g) Estimular e apoiar a formação cultural técnica científico do País, para que seja garantida a qualidade
e profissional dos cidadãos pela promoção de do ensino ministrado.
formas adequadas de extensão cultural;
7. Os trabalhadores-estudantes beneficiam, nos termos
h) Encorajar a busca permanente de aperfeiçoamento da lei, de regimes especiais de acesso e frequência do ensino
intelectual, cultural, técnico e profissional, favorecendo superior, em sintonia com os princípios da aprendizagem
a integração e aplicação os conhecimentos que ao longo da vida e da flexibilidade ou mobilidade dos
vão sendo adquiridos ao longo das gerações, na respetivos percursos escolares.
perspetiva de educação e de desenvolvimento
de competências ao longo da vida; 8. O Governo define, por Decreto-lei, o regime e as
condições de acesso ao ensino superior.
i) Contribuir para a modernização do sistema educativo
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Artigo 36.º
a todos os níveis, designadamente através da
promoção do conhecimento e da pesquisa, adoção Organização e reconhecimento da formação
e disseminação de novas metodologias de ensino.
1. A organização da formação ministrada pelos
Artigo 35.º estabelecimentos de ensino superior obedece ao sistema
de créditos, tendo em consideração o seguinte:
Acesso
a) Os créditos são a medida do número de horas de
1. O Estado deve criar as condições que garantam aos trabalho do estudante;
cidadãos a possibilidade de frequentar o ensino superior,
de forma a neutralizar os efeitos discriminatórios de b) O número de horas de trabalho do estudante a
correntes das assimetrias regionais ou de desvantagens considerar na definição do número de créditos
socioeconómicas. inclui todas as formas de trabalho académico
previstas, designadamente as horas de contacto
2. O acesso ao ensino superior rege-se pelos seguintes e as horas dedicadas a estágios, trabalhos no
princípios: terreno, estudo individual ou coletivo e avaliação.
a) Democraticidade, equidade e igualdade de 2. A mobilidade dos alunos entre os estabelecimentos
oportunidades; de ensino superior nacionais, do mesmo ou de diferentes
subsistemas, bem como entre estabelecimentos de
b) Objetividade dos critérios de seleção e seriação ensino superior estrangeiros e nacionais, é assegurada
dos candidatos; através do sistema de créditos, com base no princípio
do reconhecimento mútuo do valor da formação e das
c) Universalidade de regras para cada um dos competências adquiridas.
subsistemas de ensino superior;
3. Os estabelecimentos de ensino reconhecem, através
d) Valorização do percurso educativo do candidato do sistema de créditos, as competências profissionais e,
no ensino secundário, nas suas componentes de em particular, a formação pós-secundária dos que neles
avaliação contínua e provas nacionais, traduzindo sejam admitidos, através das modalidades especiais de
relevância para o acesso ao ensino superior acesso, a definir através do diploma a que se refere o nº
do sistema de certificação nacional do ensino 4 do artigo anterior.
secundário;
4. Sem prejuízo do disposto neste artigo, o Governo
e) Valorização das competências do candidato, define, por Decreto-lei, o regime de créditos no ensino
independentemente da forma como tenham superior.
sido adquiridas.
Artigo 37.º
3. Têm acesso ao ensino superior os indivíduos habilitados Graus académicos e diplomas
com o curso do ensino secundário ou equivalente que
façam prova de capacidade para a sua frequência, nos 1. No ensino superior são conferidos os graus académicos
termos definidos por lei. de licenciado, mestre e doutor.
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2. Os estabelecimentos de ensino superior podem, 5. O grau de mestre é conferido após a conclusão, com
nos termos do presente diploma, ministrar cursos não aproveitamento, de um ciclo de estudos com um número
conferentes de grau académico, cuja conclusão, com de créditos a que corresponda uma duração compreendida
aproveitamento, confere a atribuição de um diploma. entre três e quatro semestres curriculares.
3. Nos termos a definir por Decreto-Lei, cabe apenas 6. Excecionalmente, mediante deliberação favorável
aos estabelecimentos de ensino universitário organizar da entidade de regulação e para efeitos de acesso ao
cursos ou programas de pós-doutoramento. exercício de uma determinada atividade profissional, o
grau de mestre pode ser igualmente conferido mediante
4. Os ciclos de estudos conducentes ao grau de licenciado, a conclusão, com aproveitamento, de um ciclo integrado
mestre ou doutor podem ser organizados por etapas, de estudos, subsequente ao 12º ano de escolaridade, com
conferindo-se, no final de cada etapa, um diploma. um número de créditos a que corresponda uma duração
5. Só podem conferir grau académico numa determinada compreendida entre dez e doze semestres curriculares.
área os estabelecimentos de ensino superior que, por 7. O ciclo de estudos a que se refere o número anterior
disporem de um corpo docente próprio, qualificado nessa pode ser organizado por etapas, atribuindo-se o grau de
área e demais recursos humanos e materiais que garantam licenciado aos que tenham concluído, com aproveitamento,
o nível e a qualidade da formação adquirida, estejam, um período de estudos com duração não inferior a seis
para tanto, devidamente acreditados, nos termos da lei. semestres.
6. Os estabelecimentos de ensino superior podem 8. A conclusão, com aproveitamento, do grau de mestre
associar-se com outros estabelecimentos de ensino é certificada por uma carta magistral.
superior, nacionais ou estrangeiros, para conferirem os
graus académicos e atribuírem os diplomas previstos nos Artigo 40.º
artigos seguintes. Doutoramento
7. Só as instituições de ensino universitário podem 1. O grau de doutor comprova a realização de uma
conferir graus académicos de mestre, doutor e diplomas contribuição inovadora e original para o progresso do
de cursos pós-doutoramento. conhecimento, um alto nível cultural numa determinada
Artigo 38.º área do conhecimento e aptidão para a realização de
Licenciatura trabalho científico independente.
1. O grau de licenciado comprova uma sólida formação 2. O grau de doutor é conferido no ensino universitário.
cultural, científica e técnica, que permita aprofundar os 3. Têm acesso ao ciclo de estudos conducente ao grau
conhecimentos e competências, com vista à especialização, de doutor:
numa determinada área do saber e a uma adequada
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f) Preparar o portador de deficiência para a sua 1. São incentivadas e apoiadas as iniciativas educacionais
integração na vida ativa. de associações de cabo-verdianos, assim como as atividades
desenvolvidas por entidades estrangeiras, públicas
Artigo 49.º ou privadas, que contribuam para a prossecução das
seguintes finalidades:
Educação para crianças sobredotadas
O Estado providencia ainda no sentido de serem criadas a) Divulgar a cultura cabo-verdiana e preservar o
condições especializadas de acolhimento de crianças com sentido da nacionalidade;
superior ritmo de aprendizagem, com o objetivo de permitir b) Facilitar a integração dos cabo-verdianos emigrados
o natural desenvolvimento das suas capacidades mentais. na realidade nacional em que estejam inseridos;
Artigo 50.º
c) Contribuir para a preservação do património e
Educação para crianças e jovens com necessidades da identidade culturais cabo-verdianos nas
educativas especiais comunidades emigradas.
1. A educação das crianças e jovens com necessidades 2. A organização das ações a que se refere o presente
educativas especiais, incluindo as derivadas de deficiências, artigo depende de acordos e protocolos de cooperação entre
organiza-se segundo métodos específicos de atendimento a República de Cabo Verde e os países de acolhimento
adaptados às suas características. das comunidades emigradas.
2. A integração em classes regulares de crianças e 3. Nos termos e condições a serem estabelecidos através
jovens com necessidades educativas especiais, incluindo de protocolos com instituições nacionais de educação e
as derivadas de deficiência, é promovida tendo em conta formação, são asseguradas quotas de frequência por parte
as necessidades de atendimento específicas e apoio aos de alunos cabo-verdianos que, nos países de emigração em
professores, pais ou encarregados de educação. que residam, não tenham possibilidades de prossecução
de estudos pós-secundários.
3. A educação dos alunos com necessidades educativas
especiais pode ser desenvolvida em instituições específicas Secção IV
desde que o grau de deficiência ou a sobredotação o justifique.
Educação extraescolar
4. A educação dos alunos com necessidades educativas Artigo 54.º
especiais pode desenvolver-se, para efeitos do cumprimento
da escolaridade básica, de acordo com currículos, programas Caracterização
e regime de avaliação adaptados às características do
educando. 1. A educação extraescolar tem como objetivo promover
o desenvolvimento pessoal, escolar e profissional, que
5. O departamento governamental responsável pela favoreça a participação ativa dos jovens e adultos na
área da Educação, em coordenação com outros sectores sociedade numa perspetiva de aprendizagem ao longo
estatais, organiza formas adequadas de educação visando da vida.
a integração social e profissional do educando com
necessidades educativas especiais. 2. [Revogado]
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4. Em cada uma dessas vertentes se desenvolve processos 7. Para todos os efeitos legais, o diploma de educação
educativos próprios de uma educação formal e não formal, básica de adultos é equivalente ao da escolaridade básica
organizadas por unidades capitalizáveis, constituindo uma obrigatória.
modalidade que apela à flexibilidade, à adaptabilidade dos
ritmos de aprendizagem à disponibilidade, aos conhecimentos 8. A organização e funcionamento da educação Básica de
e às experiências de vida dos jovens e adultos. Adultos, bem como o sistema de avaliação e os diplomas
e certificados a conferir, são objetos de regulamentação
Artigo 55.º própria.
Objetivos
Artigo 57.º
São objetivos da educação extraescolar:
Formação Profissional e Aprendizagem ao Longo da Vida
a) Eliminar o analfabetismo literal e funcional;
1. A formação profissional e aprendizagem são organizadas
b) Contribuir para a efetiva igualdade de oportunidades numa perspetiva de capacitação de jovens e adultos para
educativas e profissionais dos jovens e adultos, o exercício de uma profissão, por forma a responder às
que não frequentaram ou não concluíram o ensino necessidades nacionais de desenvolvimento e a inclusão
básico na idade escolar; social.
c) Preparar cidadãos nos planos cívicos, culturais e 2. A formação profissional e ações de aprendizagem, no
profissional capazes de intervir no processo de
desenvolvimento do país, promovendo a formação, âmbito da educação básica, desenvolvem-se em centros
específicos, empresas ou serviços, com base em acordos
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2. A formação dos docentes a que se refere o número 1. A formação do pessoal docente desenvolve-se num
anterior prossegue os seguintes objetivos: quadro integrado de gestão e de racionalização dos meios
formativos existentes.
a) Habilitar os docentes a orientar o processo de
ensino-aprendizagem segundo parâmetros 2. O departamento governamental responsável pela
educacionais de excelência; área da Educação fomenta, apoia iniciativas e desenvolve
b) Dotar os docentes de informações sobre os aspetos programas de formação com carácter sistemático, articulando
relevantes da política educativa e do desenvolvimento as prioridades de desenvolvimento dos serviços com os
científico e pedagógico; planos individuais de carreira.
c) Promover e facilitar a investigação, a inovação 3. A formação do pessoal docente pode enquadrar-se
e a utilização das tecnologias de informação, em iniciativas articuladas com universidades, institutos
orientadas para o exercício da função docente; superiores de formação, politécnicos, associações públicas
e sindicais, de forma a promover a qualificação profissional
d) Desenvolver nos docentes, competências que lhes e a otimização da oferta da qualidade do ensino.
permitam participar na preparação, realização
Secção II
e avaliação de reformas no sistema educativo,
de carácter global ou parcelar; Formação de quadros no estrangeiro
e) Promover a capacitação dos docentes para a produção de Artigo 77.º
meios didáticos e a sua introdução na prática escolar; Princípios Gerais
f) Habilitar os docentes para, com a sua ação, promoverem A formação de quadros no estrangeiro é objeto de
a dinamização do meio profissional e sociocultural adequado planeamento, a realizar pelo departamento
em que a escola se insere. governamental responsável pela área da Educação, em
3. A formação dos docentes a que se refere o número colaboração com outros departamentos governamentais
anterior é fomentada mediante criação de condições interessados, a fim de a ajustar às necessidades de
para a frequência de cursos que confiram ou não graus desenvolvimento do País.
académicos superiores, nos termos do presente diploma, CAPÍTULO VII
devendo incluir, para além das componentes curriculares
dos respetivos ciclos de estudos, conteúdos específicos RECURSOS FINANCEIROS E MATERIAIS
das ciências da educação, das metodologias, da prática
Artigo 78.º
pedagógica e da investigação aplicada.
Recursos Financeiros
4. Compete à entidade de regulação a que se refere
o número 2 do artigo 46.º a verificação dos requisitos e 1. O sistema público de ensino deve ser considerado
objetivos previstos nos números 1 e 2, com poderes para como uma prioridade da política nacional, na elaboração
conceder ou denegar autorização a qualquer instituição de e aprovação do Orçamento Geral do Estado e do Plano
ensino organizada para ministrar a formação de docentes. Nacional de Desenvolvimento, caso houver.
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4. O ensino particular ou cooperativo rege-se por 2. No prazo de três anos, devem ser concluídos os
estatuto próprio que deve subordinar-se ao disposto no cursos médios iniciados antes da entrada em vigor do
presente diploma. presente diploma.
5. Cabe ao Estado fiscalizar a qualidade do ensino 3. Os cursos médios já concluídos ou a concluir nos
ministrado nos estabelecimentos de ensino particular ou termos dos números anteriores produzem os efeitos
cooperativo e as condições de seu funcionamento. previstos na legislação vigente à data da entrada em
vigor do presente diploma.
6. O exercício do ensino particular carece de autorização
estatal, a obter nas condições e segundo os critérios que 4. Os indivíduos habilitados com cursos médios podem
vierem a ser estabelecidos no Estatuto do Ensino Particular. ingressar no ensino superior nas mesmas condições que
os titulares de curso do ensino secundário.
Artigo 86.º Artigo 91.º
Pessoal docente Cursos de bacharelato
1. Ao pessoal docente em exercício de funções no 1. Os cursos de bacharelato previstos no artigo 34.º da
ensino particular e cooperativo são exigidas as mesmas Lei n.º 103/III/90, de 29 de dezembro, na redação dada pela
qualificações profissionais estabelecidas no presente Lei n.º 113/III/99, de 18 de outubro, em funcionamento à
diploma que aos docentes do ensino oficial. data do presente diploma, continuam a ser ministrados nos
mesmos termos, até à sua conclusão, sendo os respetivos
2. O Estado pode apoiar ações pontuais de formação diplomas e certificados válidos para todos os efeitos legais.
para os docentes do ensino particular e cooperativo.
2. No prazo de quatro anos, devem ser concluídos os
CAPÍTULO XI cursos de bacharelato iniciados antes da entrada em vigor
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS do presente diploma.
3. Os cursos de bacharelato já concluídos ou a concluir
Artigo 87.º
nos termos dos números dois e três produzem os efeitos
Qualificações profissionais previstos na legislação vigente à data da entrada em
O sistema educativo, no âmbito da formação profissional, vigor do presente diploma.
nos subsistemas da educação básica de adultos, do ensino 4. Os indivíduos habilitados com o grau de bacharelato
secundário, da via técnica, e do ensino superior, confere, nos termos dos números anteriores consideram-se titulares
nos termos estabelecidos no presente diploma, certificados de curso superior que não confira grau de licenciatura.
e diplomas para o exercício específico de uma profissão. 5. Os titulares de curso de bacharelato concluído até ao
Artigo 88.º fim do prazo referido no número anterior podem adquirir
o grau de licenciatura mediante a frequência de um ciclo
Desenvolvimento do diploma
complementar de estudos com um número de créditos a
2 618000 000000
1. No contexto do presente diploma, o Governo desenvolve que corresponda a duração de dois a quatro semestres
o presente diploma, promovendo a aprovação da legislação curriculares de trabalho, nos termos definidos pelas
complementar necessária, designadamente sobre: instituições do ensino superior.
a) A gratuitidade e a obrigatoriedade do ensino; 6. Findo o prazo referido no número anterior, os titulares
de certificados de curso incompleto de bacharelato podem
b) Diretivas e planos curriculares da educação pré- prosseguir os estudos conducentes à obtenção do grau de
escolar, do ensino básico e do ensino secundário; licenciatura, mediante a obtenção do respetivo certificado
c) A gestão dos estabelecimentos de ensino básico; de equivalência junto do estabelecimento de ensino superior
onde pretendam continuar a formação académica.
d) Os princípios orientadores da formação de docentes Artigo 92.º
para os subsistemas de ensino básico e secundário; Formação em exercício de professores do ensino básico e
secundário
e) O novo estatuto do pessoal docente;
1. A formação de docentes em exercício visa a atualização,
f) A instituição de um serviço competente para a regulação, o aperfeiçoamento, a reconversão e o completamente dos
acreditação e avaliação do ensino superior; conhecimentos e formação pedagógica dos professores em
g) A revisão do Regime Jurídico do Ensino Superior. serviço à data da entrada em vigor do presente diploma.
2. Pode ser organizado um sistema de formação de
2. No prazo de 180 dias a contar da data de entrada em docentes em exercício, visando garantir a respetiva
vigor deste diploma, o Governo aprova e publica o calendário qualificação profissional e académica adequada.
de transição do sistema ora em vigor para o sistema
Artigo 93.º
consagrado neste diploma, que deve, prioritariamente,
garantir uma sucessão gradual de sistemas, com vista a Norma revogatória
evitar ruturas na evolução das atividades dos agentes do Em resultado da execução do presente diploma fica
ensino e funcionamento das suas estruturas. revogada toda a legislação em contrário.
Artigo 89.º Artigo 94.º
Entrada em vigor
Garantia de direitos
O presente diploma entra em vigor no dia seguinte ao
Da aplicação do sistema educativo previsto no presente da sua publicação.
diploma não podem resultar ofensas de direitos anteriormente Visto e aprovado em Conselho de Ministros.
adquiridos por docentes, alunos e demais pessoais a ele afetado.
José Maria Pereira Neves – Cristina Isabel Lopes da
Artigo 90.º Silva Monteiro Duarte- Fernanda Maria de Brito Leitão
Cursos médios Marques Vera-Cruz Pinto- Octávio Ramos Tavares
1. Os cursos de nível médio previstos nos artigos Promulgado em 3 de maio de 2010.
28.º a 30.º da Lei n.º 103/III/90, de 29 de dezembro, na Publique-se.
redação dada pela Lei n.º 103/III/99, de 18 de outubro, em O Presidente da República, PEDRO VERONA RODRIGUES
funcionamento à data do presente diploma, continuam a PIRES
ser ministrados nos mesmos termos, até à sua conclusão,
sendo os respetivos diplomas e certificados válidos para Referendado em 3 de maio de 2010
todos os efeitos legais. O Primeiro-Ministro, José Maria Pereira Neves
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Anualmente, em todo o mundo, diversas entidades a) Construir e reforçar a consciência cívica através de
ligadas aos direitos humanos promovem atividades de ações educativas, de sensibilização e reflexão sobre a
natureza diversificada, para assinalar a grande conquista problemática do Direitos Humanos em Cabo Verde;
que foi a Declaração dos Direitos do Homem. b) Realizar um ato central de comemoração da data,
Se a nível internacional existe uma mobilização em com a participação dos Órgãos de Soberania, com
torno da comemoração e celebração da grande conquista o intuito de chamar a atenção para a necessidade
e ganho civilizacional que foi a aprovação dos direitos da realização de ações concretas do Estado e da
humanos universais, a nível nacional não se fixou ainda sociedade civil no sentido de garantir e promover
uma data para tal comemoração. os Direitos Humanos para todos;
Assim, considerando que a Constituição da República c) Reforçar e congregar todas as entidades públicas,
de Cabo Verde fundamenta-se no respeito pela Dignidade privadas e organizações da sociedade civil que
da Pessoa Humana, na inviolabilidade e inalienabilidade de algum modo lidam com o tema dos Direitos
dos direitos humanos e por conseguinte nos princípios da Humanos para que, em conjunto, se reflita
Declaração Universal dos Direitos Humanos; sobre essa matéria, por forma a promover a sua
realização, monitorizar a sua violação e alcançar
Considerando que foi com a aprovação da Constituição os objetivos de um Cabo Verde justo, inclusivo e
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I SÉRIE
BOLETIM
O F I C I AL
Registo legal, nº 2/2001, de 21 de Dezembro de 2001
I.N.C.V., S.A. informa que a transmissão de actos sujeitos a publicação na I e II Série do Boletim Oficial devem
obedecer as normas constantes no artigo 28º e 29º do Decreto-Lei nº 8/2011, de 31 de Janeiro.
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