Trinicella Spiralis

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Indice

1.Introdução.....................................................................................................................................2

1.2.Objectivo geral...........................................................................................................................2

1.2.1.Objectivos específicos............................................................................................................2

1.3.Metodologia...............................................................................................................................2

2.Fundamentação teórica.............................................................................................................3

2.1. Conceitos – chave.................................................................................................................3

2.2.Breve historial de Trichinella Spiralis...................................................................................4

2.3.Caracterização do parasita.....................................................................................................5

2.3.1.Genótipo Trichinella...........................................................................................................5

2.3.2.Hospedeiro Trichinella Spp................................................................................................5

2.3.4.Filogenia e Morfologia........................................................................................................5

2.4.Ciclo de vida de Trichinella Spiralis.....................................................................................7

2.4.1.Migração e larvas ricem eclodidas (New born)..................................................................8

2.4.2.Fase muscular e células hospedeiras (Nurse cell)...............................................................9

3.Conclusão............................................................................................................................11

Referência bibliográfica.........................................................................................................12

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1.Introdução

O presente trabalho irá se debruçar sobre o seguinte tema: Trichinella spiralis. É importante
salientar que, os parasitas do género Trichinella spp são nematódeos intracelulares capazes de
infectar todos os carnívoros e onívoros de sangue quente, causando a triquinelose, uma
enfermidade zoonótica de importância para a saúde pública. A espécie Trichinella spiralis tem
como prevalência maior as infecções em humanos e em suínos domésticos que constituem seu
reservatório principal, sendo que a infecção em suínos é adquirida por meio de alimentação com
produtos de origem animal que estejam contaminados com o parasita, da sua exposição a
roedores ou outros animais (principalmente silvestres) infectados com Trichinela spiralis e do
canibalismo em granjas com animais infectados.

Já nos humanos a principal forma de transmissão se dá através do consumo de carne suína crua
ou mal cozida que contenham larvas do parasita, outros produtos como salames, linguiças e
bacons que sejam elaborados com carne suína contaminada também pode funcionar como vector
de infecção, onde a larva do parasita enquista-se no músculo do infectado. No ser humano o
parasita pode vir a causar diversos sintomas, sendo eles, fortes dores musculares e dificuldade
respiratória, além da possibilidade de comprometimento do sistema nervoso.

1.2.Objectivo geral

Conhecer a Trichinella spiralis – conceito, manifestações e caracterização.

1.2.1.Objectivos específicos

 Descrever o breve historial de Trichinella spiralis;


 Compreender o Ciclo de vida de Trichinella Spiralis

1.3.Metodologia

Para realização da presente pesquisa recorreu-se a pesquisa bibliográfica. Gil segundo (2008)
pesquisa bibliográfica consiste no levantamento de referências teóricas já analisadas e publicadas
por meio escritos e electrónicos, como livros, artigos científicos, páginas de websites.

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2.Fundamentação teórica

2.1. Conceitos – chave

Trichinella Spiralis

Trichinella spiralis, nome científico do parasita vulgarmente  designado por Triquina, é o agente
responsável pela triquinose. São  Nematelimintas (vermes de corpo cilíndrico) do grupo dos
Nemátodes (corpo não  segmentado). Com a excepção dos trópicos, a infecção existe em todo o
mundo  sendo rara em países como a França onde os porcos são alimentados com legumes de 
raiz (que crescem debaixo da terra - beterraba, batata doce, cenoura, nabo,  etc.).

A manifestação de sintomas vária de acordo com número de larvas invasoras,   com os tecidos
invadidos e com o estado geral de saúde do hospedeiro. Um ou dois  dias após ingestão de carne
infectada surgem os sintomas intestinais podendo o  doente apresentar febre ligeira. Os sintomas
da invasão larvar surgem  normalmente 2 a 8 semanas após a infecção. Os sintomas mais comuns
são náuseas,   diarreia, vómitos, cansaço, febre e dores abdominais seguidos, enfraquecimento  e,
em casos muito graves, complicações cardíacas ou neurológicas.

O  tratamento inclui a administração oral de mebendazol e tiabendazol. Certos  corticosteróides


podem ser utilizados para reduzir a inflamação do coração e do  cérebro. Geralmente, as pessoas
afectadas recuperam completamente de  triquinose.

Triquinelose

Triquinose é uma infecção causada por Trichinella spiralis ou espécies relacionadas com


a Trichinella. Sintomas incluem irritação gastrintestinal inicial, seguida de edema
periorbitário, dor muscular, febre e eosinofilia. O diagnóstico é clínico, com confirmação
posterior por testes sorológicos. Biópsia muscular pode fazer o diagnóstico, mas raramente é
necessária. O tratamento é feito com mebendazol ou albendazol associado à prednisona, se os
sintomas forem intensos.

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2.2.Breve historial de Trichinella Spiralis

Trichinella spiralis foi descoberto em Londres no ano de 1835, por James Paget, um estudante
de medicina, quando procedia uma dissecção de tecido muscular humano. Procedendo a
observação de paget, houve algumas descrições de estrutura de uma oval em amostras
musculares, tendo sido posteriormente designadas como cápsulas de Trichinellas (Gould, 1970).

Para alguns parasitologistas, a justificação de certos tabus alimentares como a proibição religiosa
de comer carne de porco, contida no Levitico e no Deuteronômio, teria sido devido à
Triquinelose que incidiria intensamente entre os hebreus, na época em que os textos bíblicos
estavam a ser codificados (Gould, 1970).

Em 1983, Sir Richard Owen atribuiu a este nemátode o nome de Trichina Spiralis. Uma vez que
o nome Trichina foi dado previamente a um género de moscas, Railliet em 1895 atribuiu a
designação de Trichinella ao nemátode (Gould, 1970). Em 1845, Joseph Leidy ao encontrar
quistos de Trichinella em músculos de porco, identificou-os facilmente como organismo
observado várias vezes em humanos nas salas de autópsia (Gould, 1970).

Herbest foi o primeiro a referir que este parasita podia invadir os músculos através do consumo
de carne contendo larvas de Trichinella enquistadas, ao encontrar estes quistos em gatos em
1845, tendo procedido à primeira infecção experimental em um texugo e em cães. No fim de
1850, Leuckart e Verchow realizaram infecções experimentais alimentando cães com músculos
de carne humana infectada, de forma a descobrir o ciclo de vida da Trichinella (Gould, 1970).

Em 1860, a Triquinelose foi reconhecida como sendo uma doença fatal para os humanos. Zenker
observou um grande número de quistos de trichinella em amostras musculares durante a
realização de uma autópsia numa mulher, de 20 anos que tinha falecido 33 dias após ter
adoecido, o que aconteceu quatro dias após ter comido carne de porco. A observação de parasitas
adultos, mostrou que o desenvolvimento do ciclo ocorreu no próprio hospedeiro (Gould, 1970).

Após o ciclo de vida da trichinella e a sua associação à ingestão de carne serem conhecidos, o
passo seguinte direccionou-se para a protecção dos consumidores, com a obrigatoriedade do
exame microscópico da carne de porco. Iniciado na Prussia em 1879, apesar de em 1863 já ser

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praticado em algumas províncias, a inspecção era realizada através da compressão das amostras
entre dois vidros.

2.3.Caracterização do parasita

2.3.1.Genótipo Trichinella

Os parasitas do género Trichinella alteram o seu ciclo de vida em fase intestinal e fase músculo
esquelética no mesmo hospedeiro. O género Trichinella apresenta duas subdivisões: as espécies
que vão invadir as células musculares ficam rodeadas de uma cápsula de colegéneo
(enquistamento) e outras onde não ocorre enquistamento (Zerlenga et al., 2004). O grupo onde
ocorre enquistamento integra cinco espécies e três genótipos (ainda não definidos
taxonomicamente) que parasitam apenas mamíferos. Historicamente, das espécies que
enquistam, Trichinella Spiralis é a maior causadora de infecções humanas. Deste grupo fazem
parte ainda, Trichinella nativa (inclui genótipo Trichinella T6), Trichinella brivoti (inclui dois
genótipos separados, Trichinella T8 e T9), Trichinella murreli e Trichinella nelsoni (Murrell et
al., 2000 e La Rosa et al., 2003)

2.3.2.Hospedeiro Trichinella Spp

Trichinella Spp tem uma grande variedade de hospedeiros. Alguns destes hospedeiros como os
guaxinis, os murganhos e os humanos, são permissivos à infecção por diversas espécies de
Trichinella (Pozio eet al., 1992 e Oivanen et al., 2002). Outro, como os ratos e os porcos são
mais selectivos, enquanto Trinchinela nativa possui menor poder infectante (Pozio et al., 1992).

2.3.4.Filogenia e Morfologia

Os parasitas do género Trichinela são morfologicamente indistinguíveis (Dick, 1983, Lichtenfels


et al, 1983e Pozio et al., 1992), recorrendo-se ao uso de métodos bioquímicos e ou genéticos para
a sua classificação.

As parasitadas de Trichinella Spiralis são muito pequenos (fêmea com 3 a 4 mm e machos 1.4-
1.6 mm de comprimento), delgados e cilíndricos. A boca é simples e conduz ao esófago, que se
encontra parcialmente na parte muscular e outra parte contida no esticosoma.

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A fêmea é vivípara e as larvas saem pelo orifício vulvar, situado na metade anterior do corpo
(figura). O ânus é terminal em ambos os sexos, sendo a extremidade posterior do macho provida
de duas papilas canicas, designadas de apêndices copuladores. Por entre eles sai a parede da
cloaca, quando em protrusão para a copula (figura fêmea e macho).

Figura 1. Morfologia característica dos nemátodes Trichinella spp

Fonte: Despommier, 1983

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2.4.Ciclo de vida de Trichinella Spiralis

Todos os estádios de desenvolvimento de trichinella ocorrem num único hospedeiro. Após a


ingestão de carne contendo as larvas de trichinella, a larva é libertada da sua cápsula durante o
processo de digestão. Estas larvas vão depois penetrar nas células epiliais colunares do intestino
delgado. O desenvolvimento do estádio de adulto (L1a L5) no nicho intra-multicelular é rápido,
aproximadamente 30 horas (Despommier, 1983). Após a cópula o macho morre ou é eliminado e
a fêmea inicia a produção de larvas (Soulsby, 1982). Os ovos encontram-se dentro do útero e a
larva L1 tem aproximadamente 0,1 mm de comprimento quando eclode.

Das larvas produzidas, algumas são eliminadas pelas fazes. Porem, a maioria alcança os capilares
sanguíneos ou linfáticos. As que entram no sistema porta atravessam o fígado e chegam à grande
circulação. No entanto, podem permanecer nos tecidos algum tempo e depois voltarem à
circulação.

Somente as larvas que chegarem ao tecido muscular esquelético tem hipótese de prosseguir o
ciclo. Deixando os capilares, elas vão localizar-se no interior das fibras musculares (que
naturalmente ficam condenadas a destruição), crescem durante um mês, passando de 0,1 mm
para 1 mm. Nesse período sofrem três mudas. Depois enrolam-se em espiral, sendo envolvidas
por uma cápsula fibrosa (produto de reacção do hospedeiro) de forma elíptica e com eixo
orientado no sentido geral das fibras musculares.

Nessas condições, permanecem vivas durante muitos meses ou anos (5 a 10 anos, nos humanos)
sem apresentar qualquer desenvolvimento. Se a carne contendo os quistos larvares for ingerida
por outro hospedeiro, os parasitas são libertados no estômago, pelo processo digestivo.
Seguidamente passam para o duodeno, penetram a mucosa, e nela sofrem a quarta e última
muda, 2 a 3 dias depois da infecção, completando assim a sua diferenciação em machos e fêmeas
adultos. A produção de larvas começa entre o 4º e o 7º dia depois da fecundação, persistindo
durante varias semanas (figura).

Figura. Ciclo de vida da Trichinela (Nurse cells)

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Fonte: https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/

2.4.1.Migração e larvas ricem eclodidas (New born)

A produção de larvas começam uma semana após a infecção e continua varia semanas. Contudo,
as fêmeas são mais fecundas durante a primeira semana de produção larvar (Marti & Murrel,
1986). A sua fecundidade depende da espécie de Trinicella, assim como da localização no
intestino delgado. Alguns estudos demonstram que as fêmeas recolhidas a partir do jejuno
produziam mais larvas do que as recolhidas a partir do íleo (Sekhdo, 1991). As larvas recém
eclodidas (Newborn) entram na linfa, chegam a circulação e espelham-se por todo corpo.

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2.4.2.Fase muscular e células hospedeiras (Nurse cell)

Quando entram nos músculos as larvas de Trichinella Spiralis causam danos, primeiro nos
capilares e depois nas células musculares. A capilaridade é reparada sem angiogenese porque o
dano é minorado. As proteínas especificas do musculo, como creatinina kinase (CK) e a
mioglobina, são libertadas em grande quantidade em infecções humanas (capo, et al., 1998).

As larvas iniciam o enrolamento dentro da nurser cell onde vão crescer (Soulsby, 1982). O
crescimento é rápido, iniciando-se a partir do terceiro dia até a varias semanas apos a entrada no
musculo (Despommier et al., 1991). Assim, o núcleo das células infectadas aumenta de volume
atingindo um tamanho máximo ao fim de oito dias. Cada célula hospedeira (nurse cell) contém
cerca de 40 núcleos derivados de miocitos (Despommier et al., 1991). Recentemente a expressão
apoptose tem sido referida como regulador durante a transformacao de célula muscular,
sugerindo o seu desenvolvimento na formação da nurse cell (Wu e tal., 1991). De acordo com
Beiting et al., (2004) o infiltrado celular inflamatório à volta da nurse cell é, na sua maioria por
células mononucleares controladas por interleucina 10 (IL-10).

O desenvolvimento do ciclo da nurse cell vária, dependendo da espécie de Trichinela, na


Trichinella Spiralis é detectado 16 dias após a infecção.

Evolução e enquistamento das larvas L1 de Trichinella

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3.Conclusão

O género Trichinella, pelas suas características especificas das suas espécies e genótipos, que
constituem, apresenta uma distribuição praticamente global, infectando vários tipos de
hospedeiros selvagens e ou domésticos. A trichinella spiralis é mais comum no Homem, devido à
sua distribuição cosmopolitíca, pois, está presente em alguns hospedeiros de consumo humano,
por exemplo, como o porco. A criação de porcos em explorações de quintal é susceptível de
potenciar transmissão do tipo, rato – porco – homem.

Problemas como mudanças políticas, que geram sempre impactos económicos e de saúde na
população, fazem com que incidência também aumente em certas zonas do mundo,
nomeadamente as mais empobrecidas. Deste modo, é importante serem implementadas medidas
de inspecção em todas as explorações que se dediquem à criação de animais que tenham o risco
de transmissão de zoonoses, como a Triquinose. De igual forma, é necessária a veiculação de
informação rigorosa aos consumidores de produtos alimentares, em especial, as carnes.

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Referência bibliográfica

BEITING, D.P. BLISS, S.K., SCHLAFER, D.H., ROBERT, V.L. & APPLETON, J.A (2004).
Interleukin-10 limits local and body cavity inflammation during infection with muscle-stage
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MURREL, K.D., LICHTENFELS, R.J., ZARLENGA, D.S & POZIO, E. (2000). The systematic
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