Farmacologia 2

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INSTITUTO DE CIÊNCIAS DE SAÚDE DE

MAPUTO- ICSM
CURSO DE TÉCNICOS DE FARMÁCIA
TURMA-13

Farmacologia Geral, Especial e Clinica


Docente: Feliciano P. M. CUMAQUELA
Farmacêutico/ Mestre
em Saúde Pública
Aula 22 e 23/2013
[email protected]
Plano Temático
16  Farmacologia dos medicamentos do aparelho 4 0 4
disgestivo
-Anti-ulgenicos, Antiespasmodicos, Estimulantes da
motilidade digestiva, Laxantes, Antidiarreicos,
Medicamentos para afeccoes inflamatorias do intestino,
Substituto das secrecoes digestivas.
- Outros farmacos usados nas perturbacoes funcionais do
tracto digestivo, Anti-Hemorroidarios.
17 • Farmacologia dos medicamentos do sangue 4 0 4
- Anti-anemicos
- Anti-coagulantes
- Anti-agregantes plaquetarios e fibrinoliticos.
18 - Farmacologia dos medicamentos do equilibrio 2 0 2
hidro-electroliticos e acido-base.
19 • Nutricao, Sais minerais e Vitaminas 2 0 2
-farmacos usados neste grupo (mencionar prototipo em
cada caso)
- Nutricao enterica, Parenterica, Sais minerais,
Vitaminas.
- Mecanismo de accao de cada grupo.
Farmacologia dos medicamentos do aparelho
digestivo
Introducao

• Sistema encarregado de captar os diversos elementos


nutritivos presentes nos alimentos, necessários à
sobrevivência e funcionamento das numerosas células do
organismo.

• A partir da boca os alimentos sofrem um processo de


transformação: são triturados, amassados, misturados com
diversas secreções, sendo transformados na passagem pelo
tubo digestório,. As moléculas de proteínas, polissacarídeos e
gorduras vão sendo fragmentadas até que estejam em
condições de ser absorvidas através da parede do trato
digestório.
Fisiologia do Aparelho Digestivo
• As principais funções do sistema gastrintestinal, importantes
do ponto de vista farmacológico, envolvem: (i) secreção
gástrica; (ii) vômito (êmese); (iii) motilidade do intestino e
expulsão das fezes; e (iv) formação e excreção de bile. Assim,
o objetivo desta aula é a compreensão do mecanismo de ação
dos fármacos que afetam a secreção e a motilidade gástrica.
Fisiologia do Aparelho Digestivo

• Glândulas digestivas. As salivares estão formadas por 3 pares:


As parótidas, (cuja inflamação origina a caxumba), as
sublinguais, e as submaxilares. As glândulas que exercem sua
função no estômago secretam o suco gástrico, que
contém ácido clorídrico. O fígado secreta a bílis (intervém na
digestão das gorduras). O pâncreas, segrega o suco
pancreático (digestão das gorduras, das féculas e das
albuminas). Além disto, existem milhões de glândulas
intestinais que segregam o suco entérico, cujos fermentos
acabam a digestão dos alimentos.
Fisiologia do Aparelho Digestivo

• Boca:
• Língua: o doce na ponta, o ácido na ponta e nas bordas; e o
salgado em toda a superfície.
• A boca é uma cavidade que desempenha função ativa na
digestão: abertura superior do tubo digestivo (porta de
entrada dos alimentos), é também a sede da mastigação e da
insalivação que, triturando e agregando os alimentos (e em
parte transformando-os quimicamente), iniciam a digestão. A
recomendação de mastigar lentamente e de não engolir
rapidamente os alimentos tem fundamento fisiológico:
enquanto são mastigados, vão entrando em contato com uma
secreção digestiva: asaliva.
Fisiologia do Aparelho Digestivo

• Saliva: composta basicamente


deágua, mucoe enzima. Aáguaproporciona uma fluidificação
no alimento; omucoproporciona uma lubrificação, amacia o
alimento e, com isso, facilita consideravelmente sua
deglutição; e aenzimapresente na saliva é aptialina, também
conhecida comoamilase salivar, que inicia o processo de
digestão dos carbohidratos. A secreção salivar é controlada
pelosnúcleos salivatórios, localizados no tronco cerebral, e
não é estimulada apenas pelo contato do alimento com a
mucosa bucal, um simples pensamento a respeito de um
desejado alimento, o seu aroma ou a visão do mesmo já
estimula a secreção da saliva.
• É a fase da denominada fase psíquica.Outra fase é afase
gustativa, estimulada pelo contato do alimento na mucosa
bucal, enquanto degustado. A terceira fase (fase
gastrintestinal) ocorre durante a permanência do alimento no
estômago e no intestino. Nesta fase, a saliva continua sendo
produzida e – deglutida - continua atuando na digestão dos
carboidratos.
FARINGE
• A faringe é um conduto, de aproximadamente 13 cm, que está
em contato com a laringe (pertencente ao aparelho
respiratório) e que, por meio de uma válvula, o epiglote, fecha
a entrada do bolo alimentício às vias respiratórias. A faringe
se comunica com as fossas nasais, os ouvidos e o esôfago.
ESÔFAGO
• O esôfago funciona apenas como uma espécie de canal de
passagem para os alimentos, levando-os da boca ao
estômago. Não há enzimas secretadas pelo esôfago. A
secreção esofageana consiste apenas emmuco, que exerce um
importante meio de proteção à mucosa contra os possíveis
efeitos abrasivos de alguns alimentos e contra a ácida
secreção gástrica que, eventualmente, reflui e entra em
contato com sua mucosa. Fracas ondas peristálticas se
formam quando a parede esofageana é distendida e
propelem o alimento em direção ao estômago. Na região
inferior do esôfago, bem próximo ao estômago, existe um
esfincter (esfincter esofageano), que tem a função de
dificultar o refluxo do conteúdo gástrico para a luz
esofageana.
• Ao serem devidamente mastigados e recebendo os efeitos da
saliva, os alimentos passam a apresentar condições
satisfatórias para serem deglutidos. Com a ajuda da língua são
empurrados para a região posterior da boca e, no contato
com a mucosa nesta região, algumas terminações nervosas
são excitadas, levando estímulos aocentro da deglutição, no
tronco cerebral, que executa, por sua vez, o reflexo da
deglutição. Os alimentos são, então, empurrados para um
outro segmento do tubo digestório: o esôfago.
Resumo da Fisiologia Digestiva
• Motilidade do trato digestivo
• deglutição – fase bucal voluntária e fases faríngea e esofágica involuntária.
Bolo desce: boca, faringe, esôfago, estômago;
• peristalse – estômago: mistura, força ao piloro, feedback do duodeno regula
esvaziamento gástrico;
• contrações - intestino delgado e intestino grosso;
• reflexo de defecção – contrações peristálticas: cólon e reto.
• Digestão
• Boca – acção enzimática inicia a digestão de glicídios pela ptialina (quebra
amido).
• Estômago – início da digestão protéica pela pepsina; secreção de suco gástrico
rico em ácido.
• Intestino – digestão de gordura (lípase pancreática) e continuação da digestão
de glicídios (amilase pancreática) e proteínas (enzimas pancreáticas: tripsina e
quimotripsina). Enzimas pâncreas e intestinos quebram peptídios em
aminoácidos.
• Absorção – quase exclusivamente no intestino delgado
ESTÔMAGO

Situado na parte esquerda do abdômen, abaixo das costelas, imediatamente abaixo do


diafragma, divide-se em três regiões: superior (cárdia), média (funda), e outra que se
estende até à abertura do intestino delgado (região pilórica). As capas musculares do
estômago são muito grossas e têm fibras diagonais, circulares e longitudinais. A mucosa
do estômago contém milhões de glândulas gástricas microscópicas que secretam mucos e
suco gástrico (com enzimas e ácido clorídrico).
ESTÔMAGO
• Em seu interior os alimentos permanecem de minutos a horas,
submetidos a movimentos de sua parede, misturando-os a secreção
gástrica e propelindo-os em direção ao piloro, ligação entre o estômago e
o duodeno.

• A secreção gástrica consiste em:


• Grande quantidade deágua, importante mecanismo fluidificador dos
alimentos.

• Muco, também em grande quantidade, proporciona uma ótima proteção à


mucosa do estômago contra o baixo pH da secreção gástrica.

• Ácido clorídrico, facilita a fragmentação de diversos polímeros


(macromoléculas) e participa na ativação de enzimas presentes no suco
gástrico.
ESTÔMAGO
• Enzimas, exercem a importante função de digestão dos diversos
alimentos.As principais enzimas presentes no suco gástrico são:

• Pepsina - inicia a digestão das proteínas. É formada através da ativação do


pepsinogênio pelo ácido clorídrico.

• Lipase gástrica - inicia a digestão das gorduras.

• Renina - atua na digestão da caseína, uma das proteínas do leite.

• Na medida em que os alimentos no estômago sofrem a ação do suco


gástrico, adquirem uma consistência cada vez mais líquida e ácida,
recebendo a denominação dequimo.
INTESTINO

• Intestino delgado: ocorre a maior parte da digestão enzimática e quase toda a absorção.
Tubo enrolado de aproximadamente 7 m de comprimento e 2,5 cm de diâmetro.
Subdivide-se em duodeno, jejuno e íleo, e se comunica com o intestino grosso por meio
da válvula íleo cecal.
• Nele o quimo, com pH ácido, sofre ação de duas secreções:Bilee Suco Pancreático.
• Secreção Biliar / Bile:Secretada pelo fígado, armazenada na vesícula biliar e drenada para
o duodeno via ducto colédoco, líquido esverdeado, composto de água, eletrólitos,
colesterol, bilirrubina e sais biliares (fazem a emulsificação das gorduras facilitando a
ação das lípases).
INTESTINO
• Suco Pancreático:Secretado pelo pâncreas, atinge o duodeno através do
ducto pancreático. Composto de:
• Bicarbonato de sódio - exerce uma importante função de neutralizar a
acidez do quimo, pois sua mucosa não é tão protegida contra o pH ácido
quanto a mucosa do estômago.
• Tripsina - enzima que atua na digestão de proteínas.
• Quimiotripsina- outra enzima que também actua na digestão de proteínas.
• Amilase Pancreática - enzima responsável pela digestão de carboidratos.
• Lipase - enzima que atua na digestão de gorduras.
• O quimo muito ácido, estimula a secreção pela mucosa duodenal
desecretina, que, por via sanguínea, atinge o pâncreas e o estimula a
produzir secreção mais rica em bicarbonato.
• O quimo rico em gordura, estimula a secreção pela mucosa duodenal
de colecistocinina que, da mesma forma atinge e estimula o pâncreas a
produzir secreção mais rica em enzimas.
INTESTINO
• A colecistocinina exerce outros importantes efeitos:
• Aumenta o tônus do esfincter pilórico ao mesmo tempo em
que reduz os movimentos do estômago e reduzindo,
consequentemente, a velocidade do esvaziamento do mesmo.
• Aumenta as contrações da vesícula biliar ao mesmo tempo
em que relaxa o esfincter de Oddi. Isso faz com que a bile seja
drenada da vesícula para o do duodeno.
• Típicas ondas peristálticas vão, aos poucos, propelindo os
alimentos através do restante do intestino delgado, ao mesmo
tempo em que ondas de mistura vão misturando os alimentos
com a abundante secreção intestinal.
INTESTINO
• OBS: Na parede intestinal encontramos numerosasglândulas de
Brünner, que secretam muco. São mais numerosas no duodeno. E também
umas glândulas tubulares denominadasCriptas de
Lieberkhünn, responsáveis pela secreção de grande quantidade de água
na luz intestinal.

• Enzimas são também produzidas na parede do intestino delgado:

• Peptidase - atua na digestão de proteínas


• Maltase - digere a maltose, convertendo-a em glicose+glicose.
• Lactase - digere a lactose, convertendo-a em glicose+galactose.
• Sacarase - digere a sacarose, convertendo-a em glicose+frutose.
Intestino grosso
• Intestino grosso: continua a absorção de água do quimo e graxas, suas glândulas
segregam muco (protege o epitélio, lubrifica as fezes e neutraliza os produtos
ácidos do metabolismo bacteriano). Começa com uma dilatação fechada chamada
ceco, da qual parte um tubo (apendice vermiforme: sua inflamação é dolorosa se
não é tratada a tempo). O tubo digestivo acaba com o reto, que pelo esfíncter anal
se comunica com o exterior.

• Neste segmento ocorre importante absorção de água e eletrólitos. O quimo vai


adquirindo uma consistência cada vez mais pastosa, e se transformando num bolo
fecal. Fortíssimas ondas peristálticas, ondas de massa, ocorrem e são capazes de
propelir o bolo fecal, que se solidifica cada vez mais, em direção às porções finais
do tubo digestório: os cólons sigmóide e reto
Intestino grosso
• O reflexo da defecação: O enchimento das porções finais do intestino
grosso estimula terminações nervosas presentes em sua parede, através
da distensão da mesma.

• Impulsos nervosos são, então, em intensidade e frequência cada vez


maior, dirigidos a um segmento da medula espinhal (sacral) e acabam por
desencadear resposta motora que provoca aumento significativo nas
ondas peristálticas por todo o intestino grosso, ao mesmo tempo que
ocorre relaxamento no esfincter interno do ânus.

• Se o esfinter externo do ânus também estiver relaxado, as fezes serão


eliminadas para o exterior do corpo, através do ânus. Caso contrário as
fezes permanecem retidas no interior do reto e o reflexo desaparece,
retornando mais tarde. Felizmente o esfincter externo é formado por
músculo estriado e pode, portanto, ser controlado voluntariamente
Introducao
• A situação clínica que mais frequentemente causa sintomas a
nível da faringe é a faringite aguda. Na maior parte dos casos
é de natureza infecciosa (frequentemente vírica ou
bacteriana). Ao exame objectivo observa-se eritema,
congestão da mucosa e hipertrofia do tecido linfóide,
incluindo as amígdalas.
-Antiulgenicos, Antiespasmodicos, Estimulantes
da motilidade digestiva, Laxantes,
Antidiarreicos, Medicamentos para afeccoes
inflamatorias do intestino, Substituto das
secrecoes digestivas.
- Outros farmacos usados nas perturbacoes
funcionais do tracto digestivo, Anti-
Hemorroidarios.
• Anti-ulgenicos, Antiespasmodicos, Estimulantes da
motilidade digestiva, Laxantes, Antidiarreicos,
Dor de Estômago
O que é:
• A dor de estômago é, geralmente, um sintoma de inflamação
ou ferida na mucosa gástrica. A dor característica da gastrite
pode se manifestar através de alguns sintomas, como a
sensação de queimadura ou pontadas agudas na região
abdominal superior.

• Uma das soluções para tentar acabar com este desconforto da


dor no estômago é utilizar um remédio caseiro para dor de
estômago, como a batata, por exemplo.
• Caso não haja melhora do sintoma, deve-se procurar um
médico que poderá receitar um anti-ácido e uma dieta
específica, atitudes importantes para eliminar a dor.

• Causas da dor de estômago


• As causas da dor no estômago podem ser de origem
emocional, já que o stress, a ansiedade e a pressão
emocional aumentam a acidez gástrica. A dieta rica em
alimentos gordurosos, industrializados ou açucarados
(dificultam a digestão), uso abusivo de anti-inflamatórios,
tabagismo, alcoolismo e doenças infecciosas são outras
causas comuns.
• O que fazer para acabar com a dor de estômago

• Para acabar com a dor de estômago, recomenda-se tomar um


anti-ácido, como a ranitidina, e um anti-espasmódico, como o
Buscopan. Deve-se também seguir uma dieta leve, à base de
saladas, frutas e sucos de frutas não cítricas, como melancia,
melão ou mamão.

• Se a dor de estômago for constante e se ela piorar sempre depois


de comer, recomenda-se ir ao gastroenterologista para que ele
avalie melhor a situação. Uma endoscopia digestiva será capaz de
mostrar claramente se o indivíduo tem uma simples inflamação
no estômago, gastrite ou até mesmo uma úlcera gástrica.
Aparelho digestivo
1. Medicamentos que actuam na boca e orofaringe
2. Antiácidos e anti-ulcerosos
3. Modificadores da motilidade gastrintestinal
4. Antiespasmódicos
5. Inibidores enzimáticos
6. Suplementos enzimáticos, bacilos lácteos e análogos
7. Anti-hemorroidários
8. Anti-inflamatórios intestinais
9. Medicamentos que actuam no fígado e vias biliares
Medicamentos que actuam na boca e orofaringe

• o ácido acetilsalicílico, os salicilatos e o diclofenac, devido à sua actividade


anti-inflamatória, podem ser utilizados em situações de natureza
inflamatória;
• -a benzidamina pode ser útil no desconforto das lesões bucais ulceradas;
• - a lidocaína é de utilidade em situações dolorosas (deve ser utilizada de
modo a evitar o risco de anestesia da faringe antes das refeições);
• - a tirotricina tem actividade antibiótica;
• - o iodo, a iodopovidona e a cloro-hexidina têm interesse como anti-
sépticos locais;
• - a pilocarpina, na xerostomia pós-irradiação em cancros da cabeça e do
pescoço e na secura da boca e olhos na síndrome de Sjögren;
• - a triamcinolona pode ser útil no tratamento da estomatite aftosa.
Antiácidos
• Os antiácidos removem ou neutralizam ácido do conteúdo
gástrico e assim aliviam a dor. Quando administrados em
quantidade suficiente para elevar marcadamente o pH gástrico
inibem a actividade péptica, dado que a pepsina é inactivada
entre pH 7 e 8.

• Os mais eficazes (bicarbonato de sódio, carbonato de cálcio) têm


as limitações descritas. O óxido e o hidróxido de magnésio
actuam rapidamente mas podem determinar diarreia (são úteis
como laxantes).

• Outros (trisilicato de magnésio, gel de hidróxido de alumínio, sais


de bismuto, etc.) são menos eficazes, mas também originam
menos efeitos indesejáveis.
Antiácidos
• Neste grupo agrupam-se fármacos muito heterogéneos que
partilham utilização terapêutica comum (neutralização da
acidez gástrica e/ou tratamento da úlcera péptica).

• A fisiopatologia da úlcera péptica, multifactorial e ainda


insuficientemente conhecida, a forte componente do efeito
placebo na melhoria sintomática, a história natural de
cicatrização espontânea e recorrências, são factores que
explicam algumas das “modas terapêuticas”, que no passado
eram frequentes, e de que ainda sobrevivem alguns
resquícios.
Anti-ulcerosos
• Os medicamentos antiulcerosos são usados para curar ou
facilitar a cicatrizacão de uma úlcera, que é uma ferida aberta no
estômago ou duodeno, além prevenir ou tratar qualquer
inflamação na mucosa do trato gastrointestinal.

• Existem alguns medicamentos que podem ser citados devido ao


seu potencial antiulceroso como a Ranitidina, o Omeprazol, a
Cimetidina, a Famotidina, Sucrafato entre outros.

• De uma forma geral medicamentos dessa classe estão indicados


para o tratamento da dor de estômago, úlcera , gastrite, doença
gastroduodenal ulcerosa, esofagite de refluxo, úlcera duodenal e
síndrome de Zollinger-Ellison
Modificadores da secreção gástrica
• Anticolinérgicos: secreção gástrica é modulada por inervação colinérgica.
Os anticolinérgicos clássicos não têm interesse no tratamento da úlcera
péptica por serem pouco eficazes e determinarem uma incidência elevada
de efeitos indesejáveis.

• A pirenzepina e a telenzepina são fármacos deste grupo.

• Antagonistas dos receptores H2: O bloqueio dos receptores H2 da célula


parietal do estômago inibe a secreção hidrogeniónica. A cimetidina e
análogos antagonizam os três secretagogos endógenos, histamina,
gastrina e acetilcolina.

• cimetidina é um inibidor potente da secreção ácida basal e nocturna,


diminuindo a concentração hidrogeniónica e o volume de suco gástrico. É
excretada por via renal, cerca de 50 a 70% não metabolizada, em 24 hora
Modificadores da secreção gástrica
• A ranitidina tem maior actividade, peso por peso, do que a cimetidina,
determinando a inibição mais prolongada da secreção ácida. A famotidina
é um bloqueador dos receptores H2 mais potente que a ranitidina e com
longa duração de acção.

• Inibidores da bomba de protões:


• Os inibidores da bomba de protões esomeprazol, lansoprazol, omeprazol,
pantoprazol, picoprazol, timoprazol e rabeprazol inibem a secreção ácida
por inibirem a ATPase de H+ e K+ das células parietais do estômago
(inibição da bomba de protões).

• O omeprazol, o rabeprazol, o esomeprazol e o lansoprazol acumulam-se


nas células parietais determinando uma inibição prolongada, superior a
24 horas, da secreção ácida. São eficazes numa toma única diária, na
posologia de 20 a 40 mg/dia. A incidência de efeitos laterais é muito baixa
Modificadores da secreção gástrica
• No tratamento da úlcera duodenal verifica-se uma cicatrização mais
rápida com os inibidores dabomba de protões do que com os antagonistas
dos receptores H2. Há assim diferenças significativas nas percentagens de
cicatrização verificadas às duas semanas de tratamento, mas que não se
mantêm ao fim de 4 semanas.

• Protectores da mucosa gástrica:


• O sucralfato é um sal de octassulfato de sacarose e alumínio que se
dissocia em meio ácido formando uma “pasta viscosa” que adere à
proteína da úlcera. O sucralfato não inibe a secreção ácida nem
antagoniza o ácido segregado.

• Ind.: É eficaz no tratamento da úlcera duodenal. R. Adv.: A obstipação é a


reacção adversa mais frequente (2 a 3%).
Prostaglandinas
• As prostaglandinas E1 e E2 têm efeito antisecretor e exercem funções na
prevenção de lesões erosivas de AINEs (aumentam o fluxo sanguíneo da
mucosa, estimulam a secreção do muco e bicarbonato).

• Os seus análogos metilados, absorvíveis por via oral, têm também efeito
antisecretor e de prevenção de hemorragia gastroduodenal em doentes
tratados com AINEs e aceleram a cicatrização de úlcera gástrica e
duodenal.
Modificadores da motilidade gastrintestinal
• Neste grupo incluem-se medicamentos de largo emprego, mas de
duvidoso interesse terapêutico, fora de indicações precisas
(nomeadamente os laxantes e obstipantes.

• Excluem-se deste grupo medicamentos que interferem com as funções


gastrintestinais por mecanismo essencialmente localizado a nível dos
centros (por ex: antieméticos) ou que exercem os seus efeitos por
interferência com o sistema nervoso vegetativo (por ex: espasmolíticos
com acção anticolinérgica)

• Modificadores da motilidade gástrica ou procinéticos: A


metoclopramida aumenta o tónus de repouso do esfíncter esofágico
inferior e a motilidade do tracto gastrintestinal, acelerando o
esvaziamento gástrico e o trânsito duodenal e jejunal.
Modificadores da motilidade gastrintestinal
• O aumento da motilidade deve-se ao bloqueio de receptores da dopamina
libertada por neurónios inibidores localizados nos plexos murais.

• Exerce efeito antiemético central por acção em neurónios dopaminérgicos


do centro desencadeador do vómito. O esvaziamento gástrico também
contribui para o efeito antiemético.

• Modificadores da motilidade intestinal: As alterações do trânsito


intestinal (obstipação ou diarreia) constituem motivação frequente para
procurar o médico e, mais ainda, para recorrer à automedicação. Na maior
parte das vezes não estará indicada qualquer medicação, tratando-se de
perturbações funcionais, ou de falsas valorizações do que é variante do
normal.
Modificadores da motilidade gastrintestinal
• Os medicamentos usados com o objectivo de acelerar ou retardar o trânsito
intestinal são um grupo heterogéneo. Ao contrário do que se julgou muito
tempo, afectam primariamente a secreção ou absorção de sais e água e só
secundariamente a motilidade intestinal.

• Laxantes e catárticos: São medicamentos que promovem defecação e


• têm aplicação racional restrita. É difícil estabelecer o padrão de trânsito
intestinal normal. Não são usuais menos de 2 dejecções por semana, nem mais
de 3 por dia, mas há grandes variações individuais sem significado patológico.

• Laxantes de contacto: Laxantes de contacto ou estimulantes incluem


óleo de rícino, derivados do difenilmetano (fenolftaleína, bisacodilo) e
antraquinonas (sene e cáscara-sagrada). Os seus efeitos parecem resultar de
acção inespecífica (“efeito detergente”) sobre as membranas celulares. As
antraquinonas, em uso prolongado, podem causar pigmentação do cólon
Modificadores da motilidade gastrintestinal
• Laxantes expansores do volume fecal: Laxantes expansores do volume
fecal incluem metilcelulose, carboximetilcelulose, preparados do psílio,
gomas, farelo e bassorina.

• Este grupo inclui substâncias só parcialmente digeríveis em que a porção


não digerida é hidrofílica. Há risco de oclusão intestinal em doentes com
doença inflamatória ou neoplásica digestiva.

• Laxantes osmóticos: Laxantes osmóticos e/ou salinos incluem sais de


magnésio e outros sulfatos e fosfatos, manitol, sorbitol e lactulose. O
manitol e sorbitol não são metabolizados e exercem efeito osmótico. A
lactulose é um dissacarídeo semi-sintético que é metabolizado pelas
bactérias do tubo digestivo. É útil na profilaxia e terapêutica da
encefalopatia.
• Antidiarreicos: A terapêutica obstipante só deve ser instituída após
diagnóstico etiológico e se a dieta e medidas de suporte, hidratação e
correcção de alterações electrolíticas forem insuficientes.

• A duração das diarreias infecciosas pode ser prolongada e a incidência de


complicações aumentada pelo uso de antidiarreicos, mesmo que
associados a antibióticos. Na shigelose a utilização de antidiarreicos
prolonga o período febril e atrasa o desaparecimento dos microrganismos
das fezes.

• Os antidiarreicos podem precipitar um quadro de megacólon tóxico, que


se acompanha de mortalidade elevada, nos doentes com colite ulcerosa
ou amebiana.

• Adsorventes hidrofílicos (também utilizados como laxantes formadores de


volume) e adsorventes de factores etiológicos, teoricamente destinados a
adsorverem bactérias, vírus, enterotoxinas, etc (caulino, pectina, carvão
activado, hidróxido de alumínio, sais de bismuto
Modificadores da motilidade
• Modificadores da motilidade: ópio e derivados, codeína, difenoxilato,
difenoxina, loperamida, fluperamida. A codeína e a tintura de ópio
(láudano de Sydenham, 0,5 a 1,5 ml, 3 a 4 vezes/dia) ainda são prescritos
como antidiarreicos.

• Os opiáceos determinam decréscimo da motilidade gástrica, aumento do


tónus no antro e duodeno. No intestino delgado aumentam as
contracções rítmicas, não propulsoras, mas as propulsoras são
intensamente diminuídas, tal como no cólon. A lentidão do percurso
favorece a absorção de água e electrólitos e a diminuição do volume de
fezes.

• Obstipantes:
• Adsorventes: O hidróxido de alumínio pode ser usado como adsorvente.

• Antiflatulentos: A LOPERAMIDA + SIMETICONE, PANCREATINA +


DIMETICONE, SIMETICONE
Antiespasmódicos
• Os fármacos antiespasmódicos são do tipo neurotropo (anticolinérgicos) ou
musculotropo (actuam directamente sobre a fibra lisa, relaxando-a), tendo
como padrões a atropina e a papaverina.

• A sua utilidade clínica é limitada pela ausente ou insuficiente selectividade


sobre o tubo gastrintestinal; na realidade, para se obter um bloqueio da
inervação vagal intestinal é preciso usar doses de anticolinérgicos que
exercem efeitos laterais incómodos ou inconvenientes (midríase, secura da
boca, taquicardia, perturbações da micção).

• Para o caso dos antiespasmódicos de tipo musculotropo


• (papaverínico), não existe evidência de uma acção.

• BUTILESCOPOLAMINA: Estados espasmódicos gastrintestinais.


Como composto de amónio quaternário, a butilescopolamina é incompleta e
imprevisivelmente absorvida, pelo que se não recomenda a sua utilização por
via oral.
Inibidores enzimáticos
• O orlistato é um inibidor da lipase gástrica e pancreática que é utilizado,
em conjunção com a dieta no tratamento da obesidade.

• A acarbose é um inibidor da alfa-glucosidase e pode ser utilizada como


adjuvante no tratamento de diabéticos

• A utilização correcta do orlistato obriga à diminuição do conteúdo


dietético em gorduras.

• Suplementos enzimáticos, bacilos lácteos e análogos:


• Os suplementos orais de pancreatina têm interesse nas situações de
diminuição ou ausência de secreção exócrina (fibrose quística, após
pancreatectomia, gastrectomia total, pancreatite crónica).

• LACTOBACILLUS ACIDOPHILUS.
Anti-hemorroidários

• Anti-hemorroidários:
• O tratamento sintomático deve incluir mudanças dietéticas favorecedoras
do amolecimento fecal, incluindo dieta rica em fibras. A eficácia do
tratamento pelo recurso a preparações orais de dobesilato de cálcio,
tribenosido e bioflavonóides, pelo eventual efeito nos capilares venosos,
está insuficientemente documentada.

• FLUOCORTOLONA + LIDOCAÍNA
• HIDROCORTISONA + FENILEFRINA + LIDOCAÍNA + TETRACAÍNA
• NITROGLICERINA
• Ind.: Tratamento sintomático da dor da fissura anal crónica.
Anti-inflamatórios intestinais
• No tratamento da colite ulcerosa, da doença de Crohn e da proctite são
úteis, para além dos corticosteróides, budesonida e cortisona , compostos
não absorvíveis de que é protótipo a sulfassalazina. Utilizada na
terapêutica da artrite reumatóide e de outros reumatismos inflamatórios.

• BUDESONIDA
• Ind.: Colite ulcerosa com envolvimento do recto, sigmóide e cólon
descendente.
Medicamentos para tratamento
da litíase biliar

• O ácido quénico e o ácido úrsico são eficazes (50%) na dissolução de


cálculos de colesterol radiotransparentes, não calcificados, de diâmetro
inferior a 2 cm e em vesículas funcionantes (contraste vesicular em
colecistografia). A eficácia é maior em doentes não obesos e quando os
cálculos são múltiplos e de pequenas dimensões. A terapêutica deve ser
prolongada (1 a 2 anos), sendo aconselhada terapêutica de manutenção
para evitar recidivas.
Medicamentos que actuam no
fígado e vias biliares
• Coleréticos e colagogos: Os sais e ácidos biliares aumentam o volume
biliar na medida em que são absorvidos e excretados novamente, não
aumentando a excreção de bilirrubina pré-formada. São ineficazes e
contraindicados no tratamento da icterícia.

• A florantirona e o tocanfil são fármacos sintéticos com acções similares ao


ácido deidrocólico.
• Obrigado
5. FARMACOLOGIA DO SISTEMA
DIGESTIVO
FÁRMACOS ANTIULCEROSOS

• SUPRESSÃO ÁCIDA (RECEPTORES H2) : CIMETIDINA


• PROTEÇÃO DA MUCOSA (INIBIDORES DA BOMBA) : OMEPRAZOL
• ANTIÁCIDOS : HIDRÓXIDO DE ALUMÍNIO OU MAGNÉSIO
• ELIMINAÇÃO BACTERIANA (H. PYLORI) - CLARITROMICINA

ANTIEMÉTICOS

• METOCLOPRAMIDA : PLASIL

Farmacologia Clínica - Aula 02 56


5. FARMACOLOGIA DO SISTEMA
DIGESTÓRIO
LAXATIVOS

• BISACODIL : DULCOLAX 5 MG, LACTOPURGA.


• ENEMAS : FLEET-ENEMA, PHOSFO-ENEMA

ANTIDIARRÉICOS

• IOPERAMIDA - IMOSEC 2 mg

Farmacologia Clínica - Aula 02 57


INSTITUTO DE CIÊNCIAS DE SAÚDE DE
MAPUTO- ICSM
CURSO DE TÉCNICOS DE FARMÁCIA
TURMA-13

Farmacologia Geral, Especial e Clinica


Docente: Feliciano P. M. CUMAQUELA
Farmacêutico/ Mestre
em Saúde Pública
Aula 24 e 25/2013
[email protected]
Plano Temático
16  Farmacologia dos medicamentos do aparelho 4 0 4
disgestivo
-Anti-ulgenicos, Antiespasmodicos, Estimulantes da
motilidade digestiva, Laxantes, Antidiarreicos,
Medicamentos para afeccoes inflamatorias do intestino,
Substituto das secrecoes digestivas.
- Outros farmacos usados nas perturbacoes funcionais do
tracto digestivo, Anti-Hemorroidarios.
17 • Farmacologia dos medicamentos do sangue 4 0 4
- Anti-anemicos
- Anti-coagulantes
- Anti-agregantes plaquetarios e fibrinoliticos.
18 - Farmacologia dos medicamentos do equilibrio 2 0 2
hidro-electroliticos e acido-base.
19 • Nutricao, Sais minerais e Vitaminas 2 0 2
-farmacos usados neste grupo (mencionar prototipo em
cada caso)
- Nutricao enterica, Parenterica, Sais minerais,
Vitaminas.
- Mecanismo de accao de cada grupo.
Farmacologia dos medicamentos do sangue
Sangue
• O Sangue é um tecido conjuntivo líquido que circula
pelo sistema vascular em animais com sistemas circulatórios
fechados; formado por uma porção celular de natureza
diversificada - pelos "elementos figurados" do sangue - que
circula em suspensão em meio fluido, oplasma.

• Em animais vertebrados o sangue, tipicamente vermelho, é


geralmente produzido na medula óssea.

• Em animais invertebrados a coloração pode variar,


mostrando-se evárias espécies, dada a presença de cobre e
não ferro na estrutura das células responsáveis pelo
transporte de oxigênio, azulado.
Sangue
• O sangue tem como função a manutenção da vida do
organismo no que tange ao transporte de nutrientes, excretas
(metabólitos), oxigênio e gás
carbônico, hormônios, anticorpos, e demais substâncias ou
corpúsculos cujos transportes se façam essenciais entre os
mais diversos e mesmo remotos tecidos e órgãos do
organismo.

• Popularmente também denomina-se por sangue o fluído com


funções similares em animais não dotados de sistema
circulatório fechados, a exemplo da hemolinfa nos insectos. A
composição da hemolinfa é contudo diferente da composição
do sangue propriamente dito.
Sangue
• O sangue é formado por diversos tipos de células, que constituem
a parte "sólida" do sangue, cada tipo com anatomia e funções
próprias; essas imersas em uma parte líquida chamada plasma.

• As células sanguíneas são classificadas em três grupos básicos:


osleucócitos ou glóbulos brancos, que são células de defesa
integrantes do sistema imunitário; os eritrócitos, glóbulos
vermelhos ou hemácias, responsáveis pelo transporte de
oxigênio; e plaquetas, responsáveis pela coagulação sanguínea.

• Podemos encontrar os mesmos componentes básicos do sangue


nos anfíbios, nos répteis, nas aves e nos mamíferos (incluindo
o ser humano).
Composição do sangue
• O sangue é composto basicamente por :
• → 34% de elementos figurados
(células): Hemácias, leucócitos e plaquetas.

• → 66% de plasma (substância intercelular).

• Hemácia:
• função: realizar a respiração celular, ao transportar oxigênio e parte de gás
carbônico pela hemoglobina. São estocadas no baço, que por sua vez tem
duas funções: liberar hemácias sadias (por ex., ao se fazer esforço físico) e
destruir hemácias velhas, reciclando a hemoglobina.

→ Em mamíferos são anucleadas (sem núcleo), o que reduz sua meia-vida


para 120 dias.
Composição do sangue
• Leucócitos:
→ os leucócitos formam verdadeiros exércitos contra os micro-
organismos causadores de doenças e qualquer partícula
estranha que penetre no organismo: vírus, bactérias, parasitas
ou proteínas diferentes das do corpo. Eles também "limpam"
o corpo destruindo células mortas e restos de tecidos.
→ função: imunológica ou de defesa do organismo.
→ São classificados
em neutrófilos, monócitos, basófilos, eosinófilos, linfócitos.
• Cada um tem uma função específica e um mecanismo
diferente de combater um agente patogênico (bactérias, vírus,
etc)
Composição do sangue
• Plaquetas:
→ São fragmentos de células da medula óssea chamadas megacariócitos.
→ função: realizar a coagulação sanguínea.

• Plasma:
→ função: transporte de hemácias, leucócitos, plaquetas e outras substâncias
dissolvidas, como proteínas (albumina, responsável pela manutenção da
pressão osmótica sanguínea; anticorpos; fibrinogênio); nutrientes (glicose,
aminoácidos, ácidos graços); excretas (uréia, ácidos úricos,
amônio); hormônas (testosterona, adrenalina); imunoglobulinas (ou
anticorpos); sais/íoes (sódio, potássio); gases (na forma de ácido carbônico
ou H2CO3). O plasma transporta essas substâncias por todo o organismo,
permitindo às células a receber nutrientes e excretar e/ou secretar
substâncias geradas no metabolismo.
→ Composição: cerca de 90% de água; 10% outras substâncias.
Sistema circulatório

Sistema circulatório
Sistema circulatório
• O coração e os vasos sanguíneos e o sangue formam o
sistema cardiovascular ou circulatório. A circulação do sangue
permite o transporte e a distribuição de nutrientes, gás oxigênio
e hormônios para as células de vários órgãos. O sangue também
transporta resíduos do metabolismo para que possam ser
eliminados do corpo.

• O coração
• O coração de uma pessoa tem o tamanho aproximado de sua
mão fechada, e bombeia o sangue para todo o corpo, sem parar;
localiza-se no interior da cavidade torácica, entre os dois
pulmões. O ápice (ponta do coração) está voltado para baixo,
para a esquerda e para frente. O peso médio do coração é de
aproximadamente 300 gramas, variando com o tamanho e o
sexo da pessoa.
O coração
• Observe o esquema do coração humano, existem quatro
cavidades:
• Átrio direito e átrio esquerdo, em sua parte superior;
• Ventrículo direito e ventrículo esquerdo, em sua parte
inferior.
• O sangue que entra no átrio direito passa para o ventrículo
direito e o sangue que entra no átrio esquerdo passa para o
ventrículo esquerdo. Um átrio não se comunica com o outro
átrio, assim como um ventrículo não se comunica com o outro
ventrículo. O sangue passa do átrio direito para o ventrículo
direito através da valva atrioventricular direita; e passa do
átrio esquerdo para o ventrículo esquerdo através da valva
atrioventricular esquerda.
Coração
• O coração humano um órgão cavitário (que apresenta cavidade), basicamente
constituído por três camadas:

• Pericárdio – é a membrana que reveste externamente o coração, como um


saco. Esta membrana propicia uma superfície lisa e escorregadia ao coração,
facilitando seu movimento ininterrupto;

• Endocárdio – é uma membrana que reveste a superfície interna das cavidades


do coração;

• Miocárdio – é o músculo responsável pelas contrações vigorosas e


involuntárias do coração; situa-se entre o pericárdio e o endocárdio.
• Quando, por algum motivo, as artérias coronárias – ramificações da aorta –
não conseguem irrigar corretamente o miocárdio, pode ocorrer a morte
(necrose) de células musculares, o que caracteriza o infarto do miocárdio.
Coração
• Existem três tipos básicos de vasos sanguíneos em nosso
corpo: artérias, veias e capilares.

• Artérias: As artérias são vasos de paredes relativamente espessa e


muscular, que transporta sangue do coração para os diversos tecidos do
corpo. A maioria das artérias transporta sangue oxigenado (rico em gás
oxigênio), mas as artérias pulmonares transportam sangue não oxigenado
(pobre em gás oxigênio) do coração até os pulmões. A aorta é a artéria
mais calibrosa (de maior diâmetro) do corpo humano.

• Veias: As veias são vasos de paredes relativamente fina, que transportam


sangue dos diversos tecidos do corpo para o coração. A maioria das veias
transporta sangue não oxigenado, mas as veias pulmonares transportam
sangue oxigenado dos pulmões para o coração. As veias cavas superior e
inferior são as mais calibrosas do corpo humano.
Três tipos básicos de vasos sanguíneos
No esquema abaixo você pode ver o caminho percorrido pelo sangue em
nosso corpo

O sangue oxigenado é bombeado pelo ventrículo esquerdo do


coração para o interior da aorta. Essa artéria distribui o sangue
oxigenado para todo o corpo, através de inúmeras ramificações,
como a artéria coronária, a artéria carótida e a artéria braquial.

Nos tecidos, o sangue libera gás oxigênio e absorve gás


carbônico. O sangue não oxigenado e rico em gás carbônico é
transportado por veias diversas, que acabam desembocando
naveia cava superior e na veia cava inferior. Essas veias levam
então o sangue não oxigenado até o átrio direito. Deste, o sangue
não oxigenado passa para o ventrículo direito e daí é transportado
até os pulmões pelas artérias pulmonares.
Nos pulmões, o sangue libera o gás carbônico e absorve o gás
oxigênio captado do ambiente pelo sistema respiratório. Esse
fenômeno, em que o sangue é oxigenado, chama-se hematose.
Então, o sangue oxigenado retorna ao átrio esquerdo do coração,
transportado pelas veias pulmonares. Do átrio esquerdo, o sangue
oxigenado passa para o ventrículo esquerdo e daí é impulsionado
para o interior da aorta, reiniciando o circuito.
Num circuito completo pelo corpo, o sangue passa duas vezes pelo
coração humano.
Dois tipos de circulação: a pequena circulação e
a grande circulação.
• Pequena circulação- Também chamada circulação pulmonar, compreende
o trajeto do sangue desde o ventrículo direito até o átrio esquerdo. Nessa
circulação, o sangue passa pelos pulmões, onde é oxigenado.

• Grande circulação- Também chamada de circulação sistêmica,


compreende o trajecto do sangue desde o ventrículo esquerdo até o átrio
direito; nessa circulação, o sangue oxigenado fornece gás oxigênio os
diversos tecidos do corpo, além de trazer ao coração o sangue não
oxigenado dos tecidos.

• Pelo que foi descrito, e para facilitar a compreensão:


• A aorta transporta sangue oxigenado do ventrículo esquerdo do coração
para os diversos tecidos do corpo;
• as veias cavas (superior e inferior) transportam sangue não oxigenado dos
tecidos do corpo para o átrio direito do coração;
Dois tipos de circulação: a pequena circulação e a grande
circulação.
• as artérias pulmonares transportam sangue não oxigenado do ventrículo
direito do coração até os pulmões;

• as veias pulmonares transportam sangue oxigenado dos pulmões até o


átrio esquerdo do coração.
• Observe que, pelo lado direito do nosso coração, só passa sangue não
oxigenado e, pelo lado esquerdo, só passa sangue oxigenado. Não ocorre,
portanto, mistura de sangue oxigenado com o não oxigenado.
• Anemia
Anemia
• Anemia: estado pelo qual a hemoglobina circulante num
paciente é menor do que em pessoas saudáveis do mesmo
grupo de idade e sexo, e também no mesmo meio.

• Síndrome anêmica. É conjunto de sinais e sintomas


determinados pela anemia. O estado anêmico pode ter várias
etiologias, sendo o ser mais importante:

• Anemias premedulares ou deficiência (por dificuldades na


formação dos glóbulos vermelhos). Isto pode ser devido à
deficiência de ferro, proteínas, ácido fólico, vitamina B12, ou
de outras vitaminas. Elas podem ser de deficiência de ferro e
megaloblástica.
Anemia
• Anemias medulares ou aplástica (por destruição ou inibição
da hematopoiese medular), por sua vez, pode ser congênita
ou adquirida.

• Anemia postmedulares (perda de sangue aguda e crónica,


devido a hemorragia) ou aumento da destruição de células
vermelhas do sangue (hemólise).
Hematopoiese
• A esperança de vida da maioria das células sanguíneas maduras
requer constante renovação, um processo chamado de
hematopoiese.

• A nova produção de células devem satisfazer as necessidades basais e


estados de aumento da demanda. Regulação da produção de células do
sangue é complexa. Este processo ocorre quase inteiramente nas cavidades
medulares do crânio, vértebras, pélvis e ossos longos proximais.

• Hematopoiese requer um fornecimento adequado das hormonas


glicoproteicas que regulam a proliferação e diferenciação das células
estaminais (factores de crescimento), vitaminas (ácido fólico, vitamina B12,
piridoxina, ácido ascórbico e riboflavina) e minerais (ferro, cobalto, cobre) e
carencias muitas vezes levam a anemia menos frequentemente recursos ou
falha geral da hematopoiese.
Anemia por deficiência de ferro
• A anemia por deficiência de ferro são aqueles causados por uma
deficiência de ferro no organismo , o que impede a eritropoiese de
medula normal.

• A deficiência de ferro (Fe ) , se grave , afecta principalmente a produção de


células vermelhas do sangue, com o aparecimento de características de
anemia : a anemia por deficiência de ferro. Deficiência de ferro crónica
afecta o metabolismo do músculo, independente de hipóxia tecidual de
anemia, e induz alterações significativas do sistema nervoso central ( SNC).

• Deficiência profunda em ferro também afectou a regulação da


temperatura corporal e da produção de calor, distúrbio metabólico dos
hormônios da tireóide , particularmente triiodotironina . A capacidade de
trabalho diminui, acompanhada por fraqueza e fadiga fácil.
Funções de ferro no organismo
• Ferro (Fe) desempenha um papel importante em numerosos processos
celulares e sistêmicos vital relacionada :

a) Transporte e libertação de oxigénio (O2 ) para os tecidos , como um


componente essencial da hemoglobina dos eritrócitos .

b ) Síntese de outras proteínas , tais como heme mioglobina funções


específicas relacionadas com depósitos moleculares .

c ) O Regulamento de síntese do heme mitocondrial.

d ) uso de oxigênio celular ( O2) : Como um componente de citocromos


mitocondriais e oxidases , como citocromo P450, citocromo-oxidase ,
catalase , peroxidases .

e) regulação de várias funções metabólicas , como parte de não- heme


flavoprotein ferro como oxidases , desidrogenases , glicerofosfato
desidrogenase , desidrogenase NADH e outros).
Anemia por deficiência de ferro

• As mais importantes causas de anemia por deficiência de Fe são:

I. Aumento na perda de ferro pode ser dada por:

a) O sangramento gastrointestinal : gastrite hemorrágica ( medicamentos


como a aspirina ) , úlcera péptica, neoplasia, malformação arteriovenosa .

b ) necatoriasis ou ancilostomíase .

c ) o aumento do sangramento menstrual

d ) o sangramento urinário

e) A hemólise intravascular : prótese valvar aórtica , hemoglobinúria


paroxística noturna , anemia hemolítica auto-imune .
Anemia por deficiência de ferro
• II. Aumento das necessidades de ferro por:

a) O rápido crescimento : infância, adolescência

b ) Gravidez

c ) eritropoiese ineficaz

III. Utilização do ferro déficit por:

a) déficit funcional Transferrin - atransferrinemia hereditário - atransferrinemia


adquiridas: anti- transferrina , transferrina anticorpos antireceptor .

b . Liberação déficit de ferro a partir de depósitos no sistema retículo-endotelial (


BE) : inflamação, deficiência de cobre.
Anemia por deficiência de ferro
• IV. Absorção de ferro déficit :

a. Doenças gástricas : gastrite atrófica , bloqueadores dos receptores H2,


gastrectomia .

b . Doenças intestinais : doença celíaca , sprue , enterite regional , a


ressecção cirúrgica .

c . Sobre as drogas : antiácidos , quelante ou agentes complexantes :


colestiramina, tetraciclina e outros.

d . Algumas dietas vegetarianas pobres em ferro


• Fármacos anti-anémicos
Preparações orais de ferro
• Via oral é a preferida.

• Preparações de libertação controlada são de revestimento entérico e, a


fim de evitar a libertação no estômago, onde é mais irritante.

• Formulações ferrosos e férricos são muito variados: eles são fumarato


ferroso, gluconato ferroso, lactato, glutamato, entre outros.

• Na forma de ferro são: ferro-succinyicasein, sorbitex ferro, ferritina, ferro


dextrano e ferrocolinato.

• As reacções adversas mais comuns são gastrointestinais, tais como


náuseas, inchaço, constipação ou diarreia, anorexia, e azia, e estes efeitos
podem diminuir associando a alimentos, mesmo que isso signifique uma
redução na absorção.
Formas parenterais
• Ser usado apenas se a forma oral falha: porque a perda de ferro excede a
quantidade absorvível por via oral, é reposição imediata urgente, porque não é
tolerada ou não aplicada a prescrição oral ou porque não há possibilidade de
absorção. As formas mais populares são o ferro-dextrano de ferro e de sorbitol,
todos eles, o ferro está na forma férrica. Nunca devemos nos associar a forma
parenteral e via oral, por um dos dois é desnecessária.

Ferro dextrano: Formam um complexo que está dissociada pelo sistema retículo-
endotelial, deixando o ferro para utilização posterior, uma pequena parte
permanece várias semanas e complexos. Pode ser administrada por via
intramuscular (IM) ou por via venosa profunda (IV). Às vezes, produz reações
anafiláticas, que podem ser reações graves ou leves, o tipo de urticária, febre, dor
de cabeça, náusea, vômito, linfadenopatia e regional.

Ferro-sorbitol: É administrado por via intramuscular (IM) de profundidade, mas


não por via intravenosa (IV). Se o ferro é administrado por via oral, 24 horas deve
decorrer antes de iniciar a injecção.
Fármacos anti-anémicos Ferro (Fe)
• Ferro: A absorção de ferro ocorre no duodeno e na porção
proximal do jejuno e ocorre em dois estágios.

• -> Compostos:
VO – Tipos de Sais de Ferro ->Sulfato, Fumarato,
Gluconato,Succinato Ferroso etc
IM – Ferro-sorbitol
IM/EV – Ferro-Dextrano (Não é muito solúvel,causa embolia)

• Substancias que interagem com o ferro: A tetraciclina não


pode ser administrada com ferro 2h antes e depois, o ferro
impede a absorção da tetraciclina.
Ferro (Fe)
• Farmacocinética

-Via Oral
Quando ingerimos o alimento com ferro,ele se encontra na forma FÉRRICA
(Fe+++ (férrico) -> após passar pelo estômago e encontra um meio ácido,
ele passa da forma férrica, para a forma FERROSA, que é a forma mais
lipossolúvel que garante melhor absorção intestinal. Quando entra na
circulação , volta pra forma FÉRRICA, depois é transportado pela
TRANSFERRINA,e é armazenado como FERRITINA, na mucosa gastro
intestinal, em macrófagos do fígado, no baço e nos ossos.
• Ferritina é uma proteína que fica nos órgãos esperando que o ferro
chegue, para fixá-los nesses tecidos, “é uma guardiã de ferro, para que ele
não se perca”.
• Também o acúmulo de ferro pode dar lesões hepáticas.
Ferro (Fe)
• Efeitos adversos: dor local e coloração do tecido (IM), cefaléia, cólicas
abdominais, desfalecimento, febre, rubor, náuseas, vômitos, urticária,
anafilaxia, broncoespasmo e morte.

• Toxicidade: Em casos de envenenamento por ferro, usa-se


desferroxamina. Injeção perigosa por causa de reações alérgicas, é
utilizada em casos graves administradas em conjunto com anti alérgicos e
anti histamínicos. Mecanismo de Ação da Desferroxamina : Cada molécula
de desferroxamina atrai vários átomos de ferro e é excretada pela urina.
-Hemocromatose (acúmulo de ferro nos tecidos , pode levar a necrose
hepatica)
-Hemossiderose (acúmulo de ferro nas hemácias)

• Antagonismo:
-desferroxamina por via Endovenosa.
Vitamina B12
• A deficiência de vitamina B12 ou de ácido fólico causa a hematopoiese
megaloblástica, na qual ocorre uma diferenciação eritroblástica alterada e
eritropoiese defeituosa na medula óssea. Surgem precursores eritróides
grandes e anormais, por causa da diminuição na síntese de DNA

• Compostos utilizados: Cianocobalamina e Hidroxicobalamina.

• Farmacocinética:
Administração por V.O./I.M./S.C.; Administração EV dá choque anafilatico.
A absorção Gastro Intestinal (íleo terminal) ocorre após se combinar com
o fator intrínseco de Castle; Ao chegar no sangue ela é distribuída por
uma proteína chamada transcobalamina I e II.
Não é degradada no organismo humano e é excretada “inteira” pelo rim.
• Efeitos adversos:
Exantema ( Região eritematosa e crespa) , prurido e reação anafilática
após administração parenteral.
Ácido Fólico
• Ácido Fólico

• Ao contrário da Vit. B12, ele é metabolizado no fígado e no intestino.


Contra indicado da eritropoetina
Excreção renal

• Compostos utilizados:
-Folatos

• Farmacocinética:
administração por V.O.;
absorção GI (porção proximal do jejuno);
biotransformação intestinal e hepática;
excreção renal.
-Efeitos adversos:
exantema, urticária, prurido.
Eritropoetina
• Composto utilizado:
Epoetina alfa
Farmacocinética:
Administração S.C. e E.V.
Biotransformação hepática
Excreção renal

• Efeitos adversos:
Bradicardia, cefaléia, á PA, urticária,
diarréia, náuseas, cãibras abdominais.

• Contra-indicações:
gravidez (já tem retenção de líquido e hipertensão), lactação (pode sair
pelo leite), crianças, hipersensíveis ao composto e portadores de
hipertensão arterial não controlada.
• Obrigado
INSTITUTO DE CIÊNCIAS DE SAÚDE DE
MAPUTO- ICSM
CURSO DE TÉCNICOS DE FARMÁCIA
TURMA-13

Farmacologia Geral, Especial e Clinica


Docente: Feliciano P. M. CUMAQUELA
Farmacêutico/ Mestre
em Saúde Pública
Aula 26/2013
[email protected]
Plano Temático
16  Farmacologia dos medicamentos do aparelho 4 0 4
disgestivo
-Anti-ulgenicos, Antiespasmodicos, Estimulantes da
motilidade digestiva, Laxantes, Antidiarreicos,
Medicamentos para afeccoes inflamatorias do intestino,
Substituto das secrecoes digestivas.
- Outros farmacos usados nas perturbacoes funcionais do
tracto digestivo, Anti-Hemorroidarios.
17 • Farmacologia dos medicamentos do sangue 4 0 4
- Anti-anemicos
- Anti-coagulantes
- Anti-agregantes plaquetarios e fibrinoliticos.
18 - Farmacologia dos medicamentos do equilibrio 2 0 2
hidro-electroliticos e acido-base.
19 • Nutricao, Sais minerais e Vitaminas 2 0 2
-farmacos usados neste grupo (mencionar prototipo em
cada caso)
- Nutricao enterica, Parenterica, Sais minerais,
Vitaminas.
- Mecanismo de accao de cada grupo.
• Farmacologia dos medicamentos do equilibrio
hidro-electroliticos e acido-base.
Distúrbios oo Equilíbrio do Sódio
• O sódio é o íon mais importante do espaço extracelular, e a manutenção
do volume do líquido extracelular depende do balanço de sódio. É
mantido pelo organismo em níveis estreitos (Na = 136 a 145 mEq/1),
sendo vários os mecanismos envolvidos no seu controle
(osmorreceptores, barorreceptores, mecanismos extra-renais e sistema
justaglomerular).

• Pode haver alterações no equilíbrio de sódio plasmático, aumentando ou


diminuindo sua concentração, ocorrendo hipernatremia ou hiponatremia.

• Existe uma estreita relação entre a água e o sódio, de tal modo que os
distúrbios desses dois elementos não devem ser tratados de maneira
independente.
Hiponatremia
Definição
• A hiponatremia é definida como a concentração de sódio, no soro, inferior
a 136 mEq/1. É associada com diferentes doenças, e quase sempre é
resultado de retenção hídrica. Na maioria das vezes, esse problema é
devido à secreção inapropriada do Hormônio Anti diurético (HAD),
embora a excreção de água livre possa estar limitada em algumas
situações, como a insuficiência renal crônica, independente, e do
• HAD.

• Enquanto a hipernatremia sempre denota hipertonicidade, a


hiponatremia pode estar associada a tonicidades baixa, normal ou
aumentada.
Hiponatremia
• Quadro clínico
• Na grande maioria das vezes, é assintomática, só ocorrendo sinais e
sintomas nos casos graves. Geralmente, até a concentração de 125 mEq/l,
não há sintomas. Eles são inespecíficos, e podem ocorrer em inúmeras
condições clínicas.

• Os sintomas que podem ser vistos na hipo ou hipernatremia, são,


primariamente, neurológicos e relacionados à gravidade e,
particularmente, à rapidez na mudança da concentração plasmática de
sódio (horas

• Sintomas: letargia, apatia, desorientação, cãimbras musculares, anorexia,


náuseas e agitação.
• Sinais: sensório anormal, reflexos profundos deprimidos, respiração de
Cheyne Stokes, hipotermia, reflexos patológicos, paralisia pseudobulbar e
convulsões
Classificação da Hiponatremia
• Pseudo-hiponatremia: a causa de hiponatremia é a elevada concentração
de grandes moléculas de lípides (triglicérides e colesterol) e as
paraproteinemias (mieloma múltiplo), que, ao deslocarem parte da água
extracelular, reduzem, significantemente, a fração plasmática de sódio.

• A importância clínica da pseudo-hiponatremia e o seu tratamento são os


mesmos da causa básica.

• Hiponatremia hipertônica: é devida à presença, no soro, de solutos


osmoticamente ativos, como manitol e glicose. É comum na cetoacidose
diabética, na desobstrução do trato urinário, quando há diurese osmótica
pela uréia, e em outras condições clínicas. O tratamento dessa condição é
o mesmo da causa básica.
Classificação da Hiponatremia
• Hiponatremia hipotônica: na ausência de pseudo-hiponatremia ou da
presença de outros solutos osmoticamente ativos, a hiponatremia evolui
com hipotonicidade.

• É importante a avaliação do volume extracelular, pois, estando


aumentado, normal ou diminuído, poderemos ter hiponatremia com sódio
corporal total alto, normal ou baixo, respectivamente.

• Hiponatremia hipertônica: é devida à presença, no soro, de solutos


osmoticamente activos, como manitol e glicose.
• OBS: FAVOR DE CONSULTAR:

• O FORMULARIO NACIONAL DE MEDICAMENTOS 5ª EDIÇAO MISAU, 2007

• PRONTUARIO TERAPEUTICO 10 INFARMED 2011, PORTUGAL

• ENTRE OUTRAS REFERENCIAS.


• Obrigado
Plano Temático
16  Farmacologia dos medicamentos do aparelho 4 0 4
disgestivo
-Anti-ulgenicos, Antiespasmodicos, Estimulantes da
motilidade digestiva, Laxantes, Antidiarreicos,
Medicamentos para afeccoes inflamatorias do intestino,
Substituto das secrecoes digestivas.
- Outros farmacos usados nas perturbacoes funcionais do
tracto digestivo, Anti-Hemorroidarios.
17 • Farmacologia dos medicamentos do sangue 4 0 4
- Anti-anemicos
- Anti-coagulantes
- Anti-agregantes plaquetarios e fibrinoliticos.
18 - Farmacologia dos medicamentos do equilibrio 2 0 2
hidro-electroliticos e acido-base.
19 • Nutricao, Sais minerais e Vitaminas 2 0 2
-farmacos usados neste grupo (mencionar prototipo em
cada caso)
- Nutricao enterica, Parenterica, Sais minerais,
Vitaminas.
- Mecanismo de accao de cada grupo.
Nutrição, Sais minerais e Vitaminas
Alimentação Saudável

• A alimentação saudável é quando nós ingerimos alimento


que contem vitaminas como a banana que tem75% de água
e é bom para cólicas.

• O tomate contem licopeno, que os médicos recomendam


para as pessoas que tem câncer já o alface é bom para a pele
e para visão e contém vitamina C .
Alimentação Saudável
• Alimentação saudável deve ter proteínas e sais minerais isto é
uma alimentação completa comer legumes e frutas como por
exemplo a banana, laranja, mamão, e derivados do leite
como queijo entre outros e com isso aprendemos o que e
uma boa alimentação.

• Os alimentos que são necessário para nossa saúde são:


frutas,como o abacate que age junto com a vitamina B12
estimulando o crescimento e combatendo as afeiçoes
cutaneas.
Alimentação Saudável

• Os alimentos saudável são muito importante para o nosso organismo


para termos um bom funcionamento do intestino frutas e legumes são
necessário todos os dias
exemplos:batata,cenoura,espinafre,tomate,laranja, etc.

• Devemos também comer fibras como aveia,linhaça que ajuda bastante


no funcionamento do intestino deixando a pele muito mais bonita.

• Alface contém vitamina A e sais minerais como cálcio e fósforo e ferro


temos que comer frutas e legumes diariamente todos os dias é
importante para o funcionamento do intestino.
• A banana também é rico em vitaminas e sais minerais.
Alimentação Saudável
• Alho-
• o alho um bom valor nutricional, com vitaminas a do
complexo b e c além de sais minerais entre eles ferro cilício
iodo. O alho possui um efeito antihipertensivo e
anticolesterolemico.
"Diz-me o que comes, dir-te-ei a saúde
que tens."
Dr. Emílio Peres
Comer o quê?
Grupos de Alimentos
Os alimentos são todas as substâncias que, depois de ingeridas, irão
ser degradadas em partículas mais pequenas (nutrientes) pelo tubo
digestivo.

A maioria dos nutrientes são absorvidos e usados posteriormente


para formar e/ou manter os tecidos do organismo, regular as
reacções que nele ocorrem e fornecer energia.

De acordo com a sua composição nutricional semelhante, os


alimentos dividem-se nos seguintes grupos:
1. Cereais e derivados, tubérculos
2. Hortícolas
3. Fruta
4. Lacticínios (com excepção da manteiga e natas)
5. Carnes, pescado e ovos
6. Leguminosas (secas e verdes)
7. Gorduras e óleos
8. Bebidas
De que são feitos os alimentos?
Os alimentos são feitos de nutrientes, que são substâncias que
fazem parte da composição dos alimentos e dos quais o
organismo vai retirar todos os materiais de que necessita para
obter energia, crescer, desenvolver e manter um bom estado de
saúde.

Por outras palavras, os nutrientes são os produtos que obtemos


depois da transformação dos alimentos no organismo humano
através da digestão.

No decurso deste processo, os próprios nutrientes vão ser


partidos em pedaços mais pequenas, de modo a poderem ser
absorvidos. A absorção da maior parte dos nutrientes dá-se no
intestino delgado, onde passam para o sangue que depois os
transporta para todas as partes do organismo onde são utilizados
Grupos de Nutrientes

Os nutrientes agrupam-se em sete grupos:

1. Proteínas (prótidos),
2. Hidratos de carbono (glícidos)
3. Lípidos (gorduras)
4. Vitaminas
5. Sais minerais
6. Fibras alimentares (celulose)
7. Água
Funções dos Nutrientes

• Função plástica (construtora) – servem para crescermos


ou substituirmos partes do nosso corpo (PEÇAS DE LEGO
ou “tijolos” do organismo)
• Exemplos: proteínas, alguns minerais e água
Funções dos Nutrientes

• Função energética (fornecem energia)– servem para


termos energia para o corpo trabalhar, para fazermos
actividades e para mantermos a temperatura do corpo
(GASOLINA)
• Exemplos: hidratos de carbono, proteínas e lípidos
Funções dos Nutrientes

• Função reguladora – servem para que tudo funcione


bem, pois regulam os mecanismos no organismo e/ou
permitem que outros nutrientes sejam aproveitados
(SEMÁFORO)
A nova RODA DOS ALIMENTOS
Cereais, seus derivados e Tubérculos

Deste grupo fazem parte os cereais (arroz, trigo, milho, centeio,


aveia e cevada), seus derivados (farinha, pão, massas, cereais de
pequeno-almoço), batata, outros tubérculos e, também, a
castanha.
Cereais, seus derivados e Tubérculos

Aspectos nutricionais
Os alimentos deste grupo caracterizam-se por serem a principal
fonte de hidratos de carbono (glícidos) da nossa alimentação e,
consequentemente, os mais importantes fornecedores de
energia para as actividades diárias. São constituídos
essencialmente por hidratos de carbono complexos (em especial
o amido), para além de vitaminas do complexo B, sais minerais
e fibras alimentares.
Hortícolas
Incluímos neste grupo as hortaliças (ramas, folhas e flores) e os
alimentos a que chamamos “legumes”: raízes (cenouras,
rabanetes, beterraba), bolbos (cebolas, alhos) e frutos (abóbora,
pepino e tomate).
Hortícolas
Aspectos nutricionais
São fornecedores apreciáveis de fibras alimentares, vitaminas
(carotenos, vitaminas do complexo B e C) e minerais (cálcio e
ferro).

O cálcio dos alimentos pertencentes a este grupo tem uma menor


absorção, devido às interacções deste mineral com outros
componentes presentes nos mesmos.

São ricos em vitamina C os hortícolas de folha verde, como a


couve galega e portuguesa, brócolos, grelos de couve, nabiças,
agriões, aipo, alface, espinafres e folhas de beterraba.

As hortícolas corados, como a cenoura, são bons fornecedores de


carotenos, substância que dá origem à vitamina A.
Fruta

Incluímos neste grupo todo o tipo de fruta fresca, tal como a


maçã, pêra, morangos, ameixa, pêssego, citrinos (limão, laranja)
e frutos tropicais (kiwi, manga, papaia) entre outros de consumo
corrente.
FRUTA
Aspectos nutricionais
Fornecem vitaminas, minerais (cálcio, ferro, potássio), fibras
alimentares e, ainda, quantidades variáveis de hidratos de
carbono (glícidos). Alguns frutos destacam-se pela apreciável
quantidade de água que fornecem, como o melão, melancia,
morangos e citrinos.
Lacticínios

Este grupo é constituído pelo leite, iogurte e outros leites


fermentados, queijos e requeijão. Excluem-se a manteiga e as
natas por terem características nutricionais muito diferentes.
Lacticínios

Aspectos nutricionais

Caracterizados pelo seu conteúdo em proteínas de elevado


valor biológico, são também ricos em cálcio e fósforo, o que os
torna importantes para a formação e manutenção dos ossos e
dentes. Possuem vitamina A, B2 e D, em quantidades
apreciáveis.
Carnes, Pescado e Ovos
Pertencem a este grupo, tal como o indica a própria designação,
as carnes, o pescado (incluindo o peixe e marisco) e os ovos.
Carnes, Pescado e Ovos

Aspectos nutricionais

Caracterizam-se pela sua riqueza em proteínas de elevado valor


biológico.

Contêm uma quantidade de gordura variável, cuja qualidade é


diferente entre os alimentos do grupo. Possuem vitaminas do
complexo B e minerais, tais como ferro, fósforo e iodo.
Leguminosas

Incluímos neste grupo as leguminosas frescas (ervilhas, favas) e


as secas (grão de bico, feijão, lentilhas) uma vez que, depois de
demolhadas estas últimas, o valor nutricional de ambas é muito
semelhante.
Leguminosas

Aspectos nutricionais

São ricas em hidratos de carbono (amido) sendo bons


fornecedores de energia, tal como os cereais. Além disso,
possuem um elevado teor proteico, embora de menor valor
biológico que o das carnes. As leguminosas são também uma
boa fonte de algumas vitaminas (B1, B2), minerais (ferro e
cálcio) e fibras alimentares.
Gorduras e Óleos

Grupo constituído pelo azeite, óleos comestíveis, banha de


porco, natas e matérias gordas para barrar, tais como a manteiga
e margarina/cremes para barrar.
Gorduras e Óleos

Aspectos nutricionais

Caracterizam-se por fornecer essencialmente lípidos/gorduras e


algumas vitaminas lipossolúveis (em especial a A e E). As
gorduras de origem animal apresentam elevado teor em ácidos
gordos saturados e níveis elevados de colesterol. Os de origem
vegetal apresentam teores elevados de ácidos gordos
insaturados (mono e poli).
Outros Produtos - Bebidas

Embora a água seja a melhor bebida para satisfazer a sede, todas


as outras bebidas que não contenham a adição de açúcar,
álcool ou cafeína também são apropriadas para o efeito.
Quando Comer?

• Não deves estar sempre a comer – deves tentar


comer apenas às refeições, que deverão ser as
seguintes:
Pequeno-almoço
Pequeno-
Meio da manhã
Almoço
Lanche
(2° Lanche)
Jantar
(Ceia)
Regras para viver com Saúde
1. Fazer, pelo menos, quatro refeições por dia.
2. Tomar sempre o pequeno-almoço.
3. Começar as refeições principais por legumes (sopa).
4. Terminar a refeição com uma peça de fruta.
5. Beber água.
6. Comer devagar, mastigar bem.
7. Evitar as gorduras.
8. Limitar as bebidas açucaradas (refrigerantes).
9. Evitar petiscar.
10. Não comer em frente à televisão ou ao computador.
11. Não considerar a alimentação uma recompensa nem um castigo.
12. Escolher datas festivas para comer o que não se deve diariamente.
13. Fazer as compras com uma lista e não se deixar tentar...
• Nutrição entérica
Nutrição entérica
• A Nutrição Enteral ou NE: designa todo e qualquer "alimento
para fins especiais, com ingestão controlada de nutrientes, na
forma isolada ou combinada, de composição definida ou
estimada, especialmente formulada e elaborada para uso por
sondas ou via oral, industrializado ou não, utilizada exclusiva
ou parcialmente para substituir ou complementar a
alimentação oral em pacientes desnutridos ou não, conforme
suas necessidades nutricionais, em regime hospitalar,
ambulatorial ou domiciliar, visando a síntese ou manutenção
dos tecidos, órgãos ou sistemas".
Componentes da NE
• Fórmulas: Proteína, Lipídos e Carboidratos
• Elementar
• aminoácidos livres
• Óleos de açafrão, coco e soja
• maltodextrina
• Hidrolisados protéicos
• soja e colágeno
• Óleos de palma, coco, girassol e semente de colza
• maltodextrina, amido
• caseína
• Óleos de milho, soja, açafrão, TCM
• polímeros de glicose, amido
• Proteína do soro do leite
• Gordura láctea, óleo de milho, TCM
• maltodextrina, amido
Componentes da NE
• 4 dietas enterais que diferenciaram na composição de nutrientes foram usadas:
uma dieta contendo quantidades equivalentes de carboidratos, proteínas e
lipídio (33,3%); uma dieta rica em carboidratos (60%); uma dieta rica em
proteínas (60%); uma dieta rica em lipídios (60%).

• O carboidrato consistiu de maltodextrina. Foi composta de 1,5% de glicose, 35%


de maltose, 21% maltotriose e 42,5% de oligossacarídios.

• A proteína consistiu em proteína do soro hidrolisada e foi composta de 15% de


aminoácidos, 50% de di- e tripeptídios, 30% de oligopetídios e 5% polipeptídios.

• Os componentes da gordura eram uma emulsão comercial depois de adição de


colesterol e sais biliares. O hidrolisado lipídico contêm 48,7% de ácidos graxos
livres, 24,7% de monoacilglicerol, 13,1% de diacilglicerol e 13,5% triacilglicerol.
A densidade energética das 4 dietas enterais foi de 1673,6 kJ/l. A sdietas eram
isoosmóticas.
Indicações para NE em crianças
• Tubo gastrointestinal funcionante, mas incapaz de se
alimentar Via Oral
• Necessidade de alimentação noturna
• Necessidade de gotejamento contínuo após diarréia grave
• Anorexia
• Estados hipercatabólicos
• Motilidade gástrica prejudicada
• Refluxo gastroesofagiano
• Pneumonia aspirativa

• NE: Contra-indicações
• Obstrução intestinal
• Iléo Paralítico
Complicações
• Obstrução da sonda
• Saída ou migração acidental da sonda
• Erosões nasais, necrose e abcesso de septo nasal
• Sinusite aguda, rouquidão, otite
• Esofagite, Ulceração esofágica e estenose
• Ruptura de varizes de esôfago
• Fístula traqueo esofágica
• Complicações pulmonares (pneumonia, pneumotórax, etc)

Vias de acesso
• Nasogastrica
• Nasoenterica: nasoduodenal e nasojejunal
• Faringostomia
• Gastrostomia
• Jejunostomia
Laboratorios que a produzem
• Nestlé Nutrition - Suiça
• Abbott - Americana
• Fresenius-Kabi - Alemã
• BBraun - Alemã
• Prodiet Nutrição Clínica - Brasileira
• Nuteral - Brasileira
• Nutrimed - Brasileira
• Support - Francesa
Nutrição parenteral (NP)
• Nutrição parenteral (NP) (para além do, ènteron intestino 1 )
se refere a nutrição feita por uma via diferente da gastro-
intestinal. A nutrição parenteral pode servir para
complementar (parcial) ou para substituir completamente
(total) a alimentação normal, pela via enteral.

• Consiste basicamente de uma solução ou emulsão preparada


para estar em equilíbrio com as demandas do organismo de
nutrientes como carboidratos, aminoácidos, lipídeos,
vitaminas e minerais.
Componentes da NP
1. Macronutrientes
• Os componentes da nutrição parenteral são
• Água: É o de maior volume, necessário para repor as perdas e transportar os
outros componentes. O cálculo da quantidade total de fluido necessário (o
volume) deve levar em conta as necessidades e as perdas. Pode ser usado o peso e
a diurese neste balanço.

• No adulto segue-se um padrão de 2000 a 2500 ml no frasco de nutrição parenteral


e o restante é administrado através de soros em veias periféricas.

• Glicose: Utilizada na forma de soluções hipertônicas de glicose, geralmente a 50% -


ou seja, 50 gramas de glicose para cada 100 ml.
• Aminoácidos: Necessário para formar a proteína, utilizam-se soluções a 10% (10
gramas por 100 ml). Existem comercialmente soluções especiais para problemas
renais e hepáticos e soluções especiais para recém-nascidos muito prematuros.
• Lipídios: Utilizado preferencialmente todos os dias como fonte de energia,
juntamente a glicose, apresenta-se em soluções a 10 e 20% (10 ou 20 g/100 ml)
Componentes da NP
2. Eletrólitos
• Sódio: na forma de NaCl a 20%.
• Potássio: na forma de KCl e fosfato ácido de potássio.
• Cálcio: Utilizado em veia periférica para evitar precipitação do soluto.
• Fósforo: na forma de fosfato ácido de potássio
• Magnésio: na forma de sulfato de magnésio.
• Vitaminas A
• B1
• B6
• B12
• C
• D
• K- utilizado uma vez por semana, preferencialmente em veia periférica.
Indicações
• É utilizada quando o paciente não deve, não pode ou não
quer se alimentar normalmente. É contra-indicado no caso de
problemas na perfusão tissular, grandes e graves queimaduras
corporais, discrasia sanguínea e imediatamente ao final da
cirurgia.

• São exemplos desta necessidade:


• Recém-nascidos prematuros, cujo sistema digestivo não é capaz de
processar (digerir) o leite de modo suficiente à sua necessidade;
• Pacientes submetidos a cirurgias gastrintestinais de grande porte com
risco de fístulas;
• Pacientes com a síndrome do intestino curto;
• Paciente com anorexia e grave risco de transtornos cardiovasculares.
Complicações da NP
• Como principal complicação, por tratar-se de uma solução
altamente nutritiva, é a contaminação por bactérias e fungos
que colonizam os frascos.

• Para evitar este problema técnicas de esterilização dos frascos


e materiais, bem como uma técnica asséptica são necessárias.

• O acesso venoso da nutrição parenteral total deve ser uma


veia central para evitar a flebite, isto é, deve ser em uma veia
calibrosa próximo ao coração para evitar uma reacção
inflamatória da veia, devido a concentração alta de glicose.
Vias de administração
• Existem três vias de administração da nutrição parenteral:
1. Via Central: Introdução do cateter na cava, jugular ou
femural.
2. Via Periférica: Introdução do cateter nas veias periféricas dos
membros superiores.
3. PICC: Introdução do cateter pela veia periférica do membro
superior indo até a cava.
• Vitaminas e sais minerais
Vitaminas
• As vitaminas são compostos orgânicos, presentes nos
alimentos, essenciais para o funcionamento normal do
metabolismo, e em caso de falta pode levar a doenças.

• Não são produzidas pelo organismo em questão, devendo


obrigatoriamente ser obtidas na dieta. A disfunção de
vitaminas no corpo é chamada de hipovitaminose ou
avitaminose.

• O excesso pode trazer problemas, no caso das vitaminas


lipossolúveis, de mais difícil eliminação, é chamado de
hipervitaminose. Actualmente é reconhecido que os seres
humanos necessitam de 13 vitaminas diferentes ,sendo que o
nosso corpo só consegue produzir vitamina D.
Vitaminas: Classificação
• As vitaminas podem ser classificadas em dois grupos de acordo com sua
solubilidade:

• Quando solúveis em gorduras, são agrupadas como vitaminas


lipossolúveis e sua absorção é feita junto à da gordura, podendo
acumular-se no organismo alcançando níveis tóxicos. São as vitaminas A,
D, E e K.

• As vitaminas solúveis em água são chamadas de hidrossolúveis e


consistem nas vitaminas presentes no complexo B e a vitamina C. Essas
não são acumuladas em altas doses no organismo, sendo eliminada pela
urina. Por isso se necessita de uma ingestão quase diária para a reposição
dessas vitaminas. Algumas vitaminas do Complexo B podem ser
encontradas como co-factores de enzimas, desempenhando a função de
coenzimas.
Vitaminas Lipossolúveis
• Este tipo de vitaminas necessita do auxílio de gorduras para
serem absorvidas. As vitaminas lipossolúveis mais
importantes são: A, D, E, K.

• As vitaminas A e D são armazenadas principalmente no


fígado, a vitamina E nos tecidos gordurosos e nos órgãos
reprodutores.

• O organismo consegue armazenar pouca quantidade de


vitamina K. Ingeridas em excesso, algumas vitaminas
lipossolúveis podem alcançar níveis tóxicos no interior do
organismo.
Vitaminas Lipossolúveis
• Vitamina A: Retinol - Fundamental para a saúde dos olhos. Fortalece a membrana
das células, prevenindo infecções - Fontes: Espinafre, gema de ovo, óleo de fígado
de peixe, leite, manteiga, cenoura, mamão e tomate.

• Vitamina D: Calciferol - Absorção de fósforo e cálcio. Reduz o risco de doenças


renais - Fontes: Leite, atum, manteiga, óleo de fígado de peixe.

• Vitamina E: Tocoferol - Alivia cãibras e distensões musculares. Acelera a cura de


lesões na pele. É antoxidante e previne abortos - Fontes: Germe de trigo, soja,
óleos vegetais, brócolis, ovos, leites e peixes.

• Vitamina K: Naftoquinona - Ajuda a regular os mecanismos da coagulação


sanguínea. Também atua na prevenção de hemorragias - Fontes: Nabo, Iogurte,
gema de ovo, brócolis, espinafre. É também sintetizada dentro do intestino por
algumas bactérias.
Vitaminas Hidrossolúveis
• Vitamina B1: Tiamina - Oferece proteção aos nervos e músculos - Fontes: Pães,
feijão, soja, ovos, fígado.
• Vitamina B2: Riboflavina - É importante para a produção de energia no
organismo. Protege os atletas das lesões e melhora o desempenho físico -
Fontes: Leite, queijo, iogurte, vegetais verdes folhosos, frutas, pão, cereais e
vísceras.
• Vitamina B6: Piridoxina - Participa da multiplicação de todas as células e da
produção de hemácias e das células do sistema imunológico. Influencia o
sistema nervoso - Fontes: Carnes, grãos integrais e levedo.
• Vitamina B3: Niacina - Em doses normais evita a pelagra, doença causada por
desnutrição, que provoca fraqueza e dificuldade de engolir alimentos - Fontes:
Fígado, carne magra, pão integral, peixe, feijão, couve e cereais.
• Vitamina B12: Cianocobalamina - Evita a anemia e auxilia na formação e na
coagulação do sangue. Acelera o crescimento - Fontes: Fígado, carne bovina e
suína. é também sintetizada por bactérias no intestino.
• Vitamina C: Ácido ascórbico - Ajuda a actenuar os efeitos da gripe e de algumas
infecções. Acelera a cicatrização depois de cirurgias e é antioxidante - Fontes:
Frutas cítricas, brócolos, espinafres, acerola, pimentão e kiwi.
Vitaminas: Classificação
• As vitaminas actualmente consideradas essenciais aos humanos são as
seguintes:
• As vitaminas hidrossolúveis: são absorvidas pelo intestino e transportadas
pelo sistema circulatório para os tecidos em que serão utilizadas. Como o
organismo não tem capacidade para as armazenar, o excesso desse tipo de
vitaminas é escretado (principalmente na urina). Deste modo, as vitaminas
hidrossolúveis necessitam de reposição diária.
• tiamina (vitamina B1)
• riboflavina (vitamina B2)
• ácido pantotênico (vitamina B5)
• piridoxina, piridoxamina e piridoxal (Vitamina B6)
• ácido fólico (vitamina B9)
• cobalamina (vitamina B12)
• ácido ascórbico (vitamina C)
• biotina (vitamina B8)
• protosoárina (vitamina B3)
Devido ao importante papel no metabolismo como um todo, é necessário que
recebamos uma gota mínima de vitaminas diariamente. De acordo com o
FDA, os valores diários recomendados para uma pessoa adulta são:

• Vitamina A:5000 IU
• Vitamina C (Ácido Ascórbico):60 mg
• Vitamina D:400 IU (5 mcg)
• Vitamina E:30 IU (15 mg)
• Vitamina K :Homens 120 mcg e Mulheres 90 mcg
• Vitamina B1 (Tiamina): 1.5 mg
• Vitamina B2 (Riboflavina): 1.7 mg
• Niacina: 20 mg
• Vitamina B6 (Piridoxina): 2 mg
• Folato: 400 mcg (0.4 mg)
• Vitamina B12 (Cianocobalamina): 6 mcg
• Biotina: 300 mcg (0.3 mg)
• Vitamina B5 (Ácido Pantoténico): 10 mg
Sais minerais
• Os minerais são nutrientes com função plástica e reguladora do
organismo.

• É necessário ingerir cálcio e fósforo em quantidades suficientes para a


constituição do esqueleto e dos dentes.

• Outros minerais, como o iodo e o flúor, apesar de serem necessários


apenas em pequenas quantidades, previnem o aparecimento de doenças
como a cárie dentária e o bócio.

• Uma alimentação pobre em ferro provoca anemia (falta de glóbulos


vermelhos no sangue).
• O excesso de sódio, provocado pela ingestão exagerada de sal, aumenta o
risco de doenças cardiovasculares e é um dos responsáveis pela
hipertensão.
Sais Minerais: exemplo
• Cloreto de Sódio (Sal de Cozinha),
• Cloreto de magnésio etc.
• Encontramos Sais minerais na Água, no sal de cozinha, nas frutas,nos
frutos do mar,no leite e em diversos outros alimentos.
• Os sais minerais os de Sódio e os de Potássio regulam a quantidade de
água no organismo, além de actuar nas funções do sistema nervoso e na
contração muscular.
• O Sódio é encontrado no sal de cozinha e o Potássio,em frutas como
banana e laranja entre outras.
• Os Sais de Cálcio e os de fosforo entram na composição dos dentes e dos
ossos. O leite e o queijo fornecem esses minerais.
• O ferro é componente da hemoglobina do sangue pode ser encontrado
em sais que estão no feijão,na carne, e nas folhas a falta de ferro causa
anemia.
Sais minerais
• Fósforo: Actua na formação dos dentes e ossos; indispensável para o
sistema nervoso e o sistema muscular, junto com o cálcio e com a vitamina
D combatem o raquitismo.

• Fósforo tem um papel importante na produção de energia juntamente


com o cálcio. A energia química do corpo é armazenada em combinações
de fosfato de alta energia.

• O elemento fósforo é altamente venenoso, mas não é tóxico quando


ingerido como fosfato na dieta.
• Principais fontes:
• Carnes;
• Porco;
• Frango;
• Repolho.
Sais minerais
• Magnésio:
• Pesquisas revelaram que o magnésio tem um papel fundamental na
performance em desportos de resistência.

• Este mineral actua principalmente nos músculos e ossos,onde ajuda na


contração muscular e metabolismo energético.

• Estudos mostraram que a deficiência de magnésio diminui a resistência e


que o baixo nível deste mineral na circulação está associado à diminuição
da capacidade aeróbica. Infelizmente, baixo nível de magnésio na
circulação já foi constatado em corredores após a maratona está
relacionado à perda pela transpiração.

• Principais fontes: Legumes; Nozes;


Sais minerais
• Zinco
• Actua no controle cerebral dos músculos; ajuda na respiração dos tecidos,
participa no metabolismo das proteínas e carboidratos.
• Sua falta provoca a diminuição dos hormônios masculinos e favorece o
diabetes.

• Zinco ajuda a manter o sistema imunológico sadio, facilita a cicatrização


de feridos e recuperação de lesões. Além disso, como atletas perdem
zinco pelo suor, eles podem se tornar deficientes deste mineral mais
rapidamente.

• Um dos sinais de deficiência de zinco é o aumento de resfriados.


• Principais fontes: Alimentos ricos em proteínas como: carnes, frango e
peixe.
Sais minerais
• Potássio é um eletrólito importante para a transmissão nervosa, contração
muscular e equilíbrio de fluidos no organismo. Sintomas de deficiência de
potássio incluem fraqueza muscular, desorientação e fadiga.
• Principais fontes: Carne; Leite e Frutas;

• Flúor e outros minerais


• Previne dos rins, da micose, dilatação das veias, cálculos da vesícula e
paralisia.
• Flúor e fluoreto são necessários para que o cálcio seja depositado aos
ossos.

• Este e outros minerais como boro, cromo, cloreto, cobre, manganês,


molibdênio, selênio, silício, enxofre e vanádio são necessários para a
saúde em quantidades extremamente reduzidas.
• Uma dieta normal provê as quantidades necessárias destes elementos.
• Obrigado
INSTITUTO DE CIÊNCIAS DE SAÚDE DE
MAPUTO- ICSM
CURSO DE TÉCNICOS DE FARMÁCIA
TURMA-13

Farmacologia Geral, Especial e Clinica


Docente: Feliciano P. M. CUMAQUELA
Farmacêutico/ Mestre
em Saúde Pública
Aula 27, 28 e 29/2013
[email protected]
Plano Temático
20  Farmacos usados nas afeccoes endocrinas 6 0 6
-Corticosteroides, Farmacos usados no tratamento de
diabetis mellitus, Hormonas sexuais, Antiestrogénios,
Hormonas tireoideas, Farmacos anttiroideos.
-Outros farmacos usados em edocrinologia.
21 • Farmacos usados em obstetricia 2 0 2
-Anticonceptivos,
-Oxitocicos
-Miorelaxantes uterinos.
22 • Antibioticos e outros 8 0 8
-Grupos de farmacos usados neste sistema (prototipo)
-Penicilinas (naturais, de largo espectro, penicilinase-
resistentes e carboxipenicilinas), Cefalosporinas,
Aminoglicosidos, Macrolidos, Tetraciclinas, Quinolonas,
Outros antibioticos, Tuberculostaticos, Anti-leproticos.
-Mecanismo de accao de cada grupo.
 Farmacos usados nas afecções endócrinas
- Corticosteroides, Fármacos usados no tratamento de
diabetis mellitus, Hormonas sexuais, Antiestrogénios,
Hormonas tireoideas, Fármacos antitiroideos.
- Outros fármacos usados em endocrinologia.
Sumario
• 22. Hormonas e medicamentos usados no tratamento das
doenças endócrinas
• 22.1. Hormonas hipotalâmicas e hipofisárias, seus análogos e
antagonistas
• 22.2. Corticosteroides
• 22.3. Hormonas da tiroide e antitiroideus
• 22.4. Insulinas, antidiabéticos orais e glucagom
• 22.5. Hormonas sexuais
• 22.6. Estimulantes da ovulação e gonadotropinas
• 22.7. Anti-hormonas
22.Hormonas e medicamentos usados no tratamento
das doenças endócrinas
• Estão incluídas neste grupo as preparações hormonais para uso sistémico
com excepção das catecolaminas ( Ver Grupo 3.3. - Simpaticomiméticos).

Os fármacos destinados ao diagnóstico ( corticorrelina, gonadorrelina,


metirapona, protirrelina, sermorrelina e tetracosactido), estão incluídos
no Grupo 19.4 (Meios de diagnóstico não radiológico). A protirrelina (THR)
serve para avaliar a reserva de hormona tirostimulante (TSH), enquanto
que a sermorrelina (GHRH), um análogo da hormona de crescimento,
utiliza-se em diagnóstico para avaliar a secreção desta. O tetracosactido
(análogo de síntese do ACTH) utiliza-se apenas para avaliar a função do
córtex supra-renal.
• Uma série de hormonas ou análogos e anti-hormonas utilizados no
tratamento de tumores constituídos por células com receptores
susceptíveis, encontram-se inseridos no Grupo (Hormonas e anti-
hormonas): Citotóxicos.
22.1 Hormonas Hipotalâmicas e Hipofisárias, seus
Análogos e Antagonistas
• Das hormonas hipotalâmicas a gonadorrelina (LH-RH) utiliza-se no
tratamento da infertilidade feminina; os análogos da gonadorrelina,
usam-se também na endometriose e nas neoplasias da mama e próstata.

As gonadotropinas hipofisárias servem para substituir a hormona


endógena deficitária e usam-se, por vezes, no tratamento da oligospermia
associada a hipopituitarismo. O uso da hormona foliculostimulante (FSH),
em associação com a hormona luteinizante (LH), contidas na menotropina,
justifica-se na infertilidade feminina com hipopituitarismo que não
responde ao clomifeno.

A hormona de crescimento ( somatotropina) é eficaz como terapêutica de


substituição nos défices de crescimento com ou sem hipopituitarismo,
como acontece na síndrome de Turner e na insuficiência renal crónica
antes da puberdade. Actualmente, apenas é utilizada a somatotropina
humana recombinante ( somatropina).
22.1 Hormonas Hipotalâmicas e Hipofisárias, seus
Análogos e Antagonistas
• Das hormonas do lobo posterior da hipófise, a vasopressina (hormona
antidiurética ou HAD) e os seus análogos, terlipressina e desmopressina,
têm como indicação o tratamento da diabetes insípida.

• A desmopressina, composto com maior duração de acção e sem efeito


vasoconstritor, usa-se no diagnóstico diferencial e terapêutica da diabetes
insípida; no tratamento de manutenção é utilizada a via nasal.

• É também usada para incrementar a concentração do factor VIII na


hemofilia moderada. A vasopressina é activa no controlo da hemorragia
esofágica nas situações de hipertensão portal.

• A oxitocina utiliza-se na indução do parto.


22.1 Hormonas Hipotalâmicas e Hipofisárias, seus
Análogos e Antagonistas
• Dos antagonistas hipofisários, a somatostatina, hormona sintetizada no
hipotálamo e no aparelho gastrintestinal, inibidora da formação da
hormona do crescimento e de várias hormonas do tubo digestivo, é a base
da terapêutica médica, e em especial, pelos seus análogos sintéticos
octreotida e lanreotida (têm a vantagem de uma semivida muito mais
longa que a somatostatina), na acromegália, nos tumores endócrinos do
tubo digestivo (sobretudo do tipo carcinóide) e nas hemorragias das
varizes esofágicas.

• Também têm sido usados, estes antagonistas, em casos seleccionados de


diarreias consideradas refractárias em portadores de SIDA e em doentes
diabéticos com neuropatia autonómica.
22.1 Hormonas Hipotalâmicas e Hipofisárias, seus
Análogos e Antagonistas
• Nos casos de acromegália com resposta insuficiente à cirurgia e/ou
radiação, ou ao tratamento com análogos da somatostatina, está indicado
o pegvisomant, que é um antagonista altamente selectivo do receptor da
hormona de crescimento.

• A bromocriptina diminui a libertação de prolactina e reduz as dimensões


dos prolactinomas; é também utilizada na doença de Parkinson por ser um
dopaminérgico (agonista dos receptores).

• O danazol é um inibidor das gonadotropinas hipofisárias, utilizado


nomeadamente no tratamento da endometriose.
22.2. Corticosteróides
• Os glucocorticóides utilizam-se em terapêutica de substituição
do cortisol na insuficiência supra-renal (por produção
inadequada de cortisol endógeno), como agentes anti-
inflamatórios e imunossupressores.

• Na insuficiência supra-renal, a terapêutica de substituição


deve ser feita com hidrocortisona sendo frequentemente
necessário associar fludrocortisona (mineralocorticóide).

• A aldosterona não se utiliza na terapêutica de substituição dos


mineralocorticóides porque é rapidamente degradada na
circulação, preferindo-se a fludrocortisona, por ter uma
duração prolongada.


22.2. Corticosteróides
• Nas doenças inflamatórias, alérgicas, neoplásicas e outras, em
que podem ser necessárias doses elevadas de
corticosteróides, é preferível o uso dos derivados sintéticos
com menor acção mineralocorticóide; destes, a prednisona e
prednisolona, a metilprednisolona, a betametasona, a
dexametasona e o deflazacorte, podem ser administrados por
via oral.

• A cortisona e a hidrocortisona não se utilizam nas doenças


inflamatórias pelos seus marcados efeitos
mineralocorticóides.
É importante a comparação da eficácia anti-inflamatória dos
corticosteróides; tendo como referência a prednisolona na dose
de 5 mg, têm poder anti-inflamatório equivalente:

Glucocorticóides Dose equivalente em mg


Betametasona 0,75
Cortisona (acetato) 25
Deflazacorte 6
Dexametasona 0,75
Hidrocortisona 20
Metilprednisolona 4
Prednisona 5

4
Triamcinolona
22.2. Corticosteróides
• As doses altas e, sobretudo o uso prolongado, levam a perturbações
graves, nomeadamente: hipertensão, retenção de água e sódio,
hipocaliémia e edemas; hiperglicémia e glicosúria, revelando ou
agravando uma diabetes existente; miopatia com atrofia muscular (que
pode ser definitiva); cataratas subcapsulares; modificação das reacções
tecidulares com propagação de infecções, acompanhadas de supressão
dos sinais clínicos; osteoporose; úlcera péptica, frequentemente com
hemorragia e mesmo perfuração; euforia, perturbações psíquicas e
síndrome de Cushing.

• Nas crianças, pode provocar atraso de crescimento.


22.2. Corticosteróides
• Os corticosteróides só devem ser usados se houver indicações
precisas nas doses e no tempo mínimo indispensáveis para
obter os efeitos desejados; as reacções adversas podem ser
minimizadas pela administração matinal ou em dias alternados
da dose adequada.

O tratamento prolongado com corticosteróides suprime a


secreção de corticotrofina, com a consecutiva disfunção da
supra-renal, pelo que a suspensão do tratamento deverá ser
gradual.

• No caso de surgir uma emergência nesta fase (intervenção


cirúrgica, doença grave), a corticoterapia deve voltar às doses
iniciais.
22.2. Corticosteróides

• Os antitiroides de síntese, o metimazol ou tiamazol e o


propiltiouracilo, que interferem na síntese da hormona
tiroideia, são usados no tratamento do hipertiroidismo em
tratamento prolongado, porque são frequentes as recidivas.
Dado o risco potencial de depressão medular, é obrigatório a
monitorização clínica e laboratorial.

• Não estão contra-indicados durante a gravidez e aleitamento


materno desde que se use a menor dose eficaz. O
propiltiouracilo é, nestas situações o medicamento de
escolha.
Hormonas da Tiróide e Antitiroideos
• A hormona tiroideia tem indicação absoluta como terapêutica de
substituição no hipotiroidismo. Pode ser útil noutras situações, como o bócio
nodular difuso e o nódulo tiroideu único.

As duas hormonas activas, a liotironina sódica (T3) e a levotiroxina sódica ou


tiroxina (T4) têm uma potência de acção relativa de 5:1 e tempos de semivida
de 2 dias e 5 a 6 dias, respectivamente.

• Só devem ser utilizadas após diagnóstico inequívoco, pois a reavaliação após


o uso da hormona é de resultados inconclusivos. A levotiroxina é o fármaco
de escolha no hipotiroidismo. A liotironina sódica ou tri-iodotironina tem
acção semelhante mas é mais rapidamente metabolizada, tendo um tempo
de latência mais curto. No coma hipotiroideu ou nas situações de
hipotiroidismo grave, usa-se de preferência a liotironina pela necessidade de
obter uma resposta rápida, contudo a levotiroxina sódica é uma boa
alternativa.
Hormonas da Tiróide e Antitiroideus
• A solução de iodo-iodetado tem indicação na preparação para cirurgia,
associada aos antitiroideus de síntese, por bloquear a secreção de
hormonas tiroideias e reduzir a vascularização. Não se utiliza durante
períodos longos porque o seu efeito vai diminuindo com o uso
prolongado.

O iodeto de sódio é uma alternativa na terapêutica do hipertiroidismo e


como terapêutica complementar da cirurgia nas neoplasias da tiroideia.

Os bloqueadores adrenérgicos beta, como o propranolol, usam-se como


terapêutica sintomática da tirotoxicose. Podem ser vitais nas crises
tireotóxicas sob a forma injectável, juntamente com solução glucosada ou
cloretada e hidrocortisona, associados a um antitiroideu e solução de iodo
por via oral.
22.3 Insulinas, Antidiabéticos orais e Glucagom
• Sendo obesos a maioria dos diabéticos tipo 2, a sua
terapêutica tem por base um programa alimentar
hipocalórico, com redução das gorduras saturadas, associado
à prática de exercício físico. Terá lugar a terapêutica
medicamentosa se o controlo metabólico não for daquela
forma conseguido.

Os inibidores das alfa-glucosidases ( acarbose) e


particularmente as glinidinas ( nateglinida e repaglinida), são
secretagogos da insulina de acção rápida e curta, reduzem a
hiperglicémia pós-prandial e a disfunção endotelial a ela
associada.
22.3 Insulinas, Antidiabéticos orais e Glucagom
• As biguanidas e a nova classe de antidiabéticos orais as
tiazolidinedionas ( rosiglitazona) são especialmente úteis na
diabetes tipo 2 e não provocam hipoglicémia.

• As biguanidas, sobretudo, por reduzirem a gluconeogénese


hepática e as tiazolidinedionas, por diminuírem a insulino-
resistência periférica.

• As biguanidas não causam aumento de peso, mas as


tiazolidinedionas podem condicionar a formação de edemas,
donde precaução especial se coexistir insuficiência cardíaca. As
biguanidas podem provocar acidose láctica, em especial quando
existe compromisso da função renal. As novas tiazolidinedionas
têm muito menor hepatotoxicidade do que as anteriores.
22.3 Insulinas, Antidiabéticos orais e Glucagom
• O efeito predominante das sulfonilureias é estimular a secreção residual
de insulina. O risco de hipoglicémia é considerável, podendo ser perigoso
em especial nos idosos. As sulfonilureias têm diferentes durações de
actuação assim, a glibenclamida é de longa duração (perto de 24 horas) e
a glicazida tem duração intermédia (10 a 20 horas).

Numa situação de hipoglicémia recorre-se à ingestão de 10 a 20 g de


açúcar num copo de água que se repete enquanto necessário; se o
diabético estiver inconsciente administra-se, por via intravenosa, solução
hipertónica de glucose, uma ou mais ampolas, ou como alternativa, o
glucagom por via intramuscular ou subcutânea. O diazóxido utiliza-se nas
hipoglicémias por insulina endógena como acontece nos insulinomas.

Na diabetes tipo 1 a necessidade de insulina é absoluta. Na diabetes tipo 2


poderá haver necessidade de insulinoterapia quando se esgotarem as
reservas pancreáticas de insulina, o que pode acontecer tardiamente.
22.3 Insulinas, Antidiabéticos orais e Glucagom
• A insulina utilizada em terapêutica é obtida por tecnologia DNA
recombinante ou por via semi-sintética (modificação enzimática da insulina
porcina), sendo ambas designadas como insulina humana.

• A nível hospitalar as concentrações de insulinas estão uniformizadas: 100


U.I./ml. As diferentes insulinas distinguem-se em três tipos, consoante o
tempo de duração e o tempo de início do efeito hipoglicemiante.

• Assim dispomos de insulinas de início de acção rápida, de 30 a 60 minutos e


duração de 6 a 8 horas, com efeito máximo por volta das duas horas; de
insulinas de duração intermédia, de 16 a 18 horas, com início de acção de 1
a 2 horas e pico de efeito entre as 5 e as 10 horas e insulinas de longa
duração, 24 a 36 horas, com início de acção de 3 a 4 horas. Surgiram,
entretanto, insulinas com início de acção ainda mais rápido ( insulina lispro
e insulina aspártico) e uma insulina de acção mais prolongada ( insulina
glargina).
22.4 Hormonas Sexuais
• Os estrogénios naturais ( estradiol, estrona e estriol) têm o perfil mais
adequado para uma terapêutica de substituição hormonal.

• O etinilestradiol (um estrogénio de síntese) tem sido usado na dose de 10 mg a


20 mg/dia, para substituição hormonal. Os estrogénios conjugados, que se
assemelham aos naturais, podem também causar proliferação do endométrio
(o risco é reduzido se se associar um progestagéneo).

Está em expansão o grupo dos chamados moduladores selectivos dos


receptores de estrogénios que actuam como antagonistas, agonistas ou
agonistas parciais, conforme o tecido alvo.

• Assim o tamoxifeno é antagonista ao nível da mama e agonista no osso,


paredes arteriais, miocárdio e hepatócito reproduzindo os efeitos protectores
dos estrogéneos. Um fármaco semelhante, o raloxifeno, tem as vantagens do
tamoxifeno mas sem estimular o endométrio, daí a sua utilização na
prevenção da osteoporose pós-menopáusica
22.4 Hormonas Sexuais
• O clomifeno, da classe dos trifeniletilenos, actua ao nível dos receptores
do hipotálamo, como indutor da ovulação, por efeito antagonista dos
estrogéneos endógenos.

No caso de não haver resposta ao clomifeno, e em especial se houver


evidência de hipopituitarismo, utilizam-se a folitropina alfa e a folitropina
beta, que são hormonas estimulantes foliculares recombinantes.

Os progestativos estão indicados na dismenorreia grave e na menorragia.


A medroxiprogesterona ou o megestrol, por via oral, são usados como
terapêutica de segunda ou terceira linha no carcinoma da mama, no
carcinoma recorrente ou metastizado do endométrio. Os análogos da
testosterona, nomeadamente o norgestrel, utilizam-se na endometriose.
22.4 Hormonas Sexuais
• Em relação ao testículo, sempre que a sua função endócrina seja deficitária
em consequência de castração ou afecção testicular ou hipofisária, a
terapêutica de substituição far-se-á com androgénios. Os ésteres de acção
prolongada (enantato ou propionato de testosterona), são os agentes
preferidos em todas as situações. Não aumentam a fertilidade, pois
deprimem a espermatogénese e inibem a secreção de gonadotropinas.

Os esteróides ditos anabolizantes, em cuja molécula foi diminuído o efeito


virilizante, representados sobretudo pela nandrolona, nunca fizeram prova
clínica ou farmacológica do seu valor, e por tal não são incluídos.

Os inibidores da síntese da testosterona ( leuprorrelina) e os antiandrogénios


( ciproterona, flutamida e bicalutamida ) são úteis na puberdade precoce, na
síndrome virilizante da mulher e no carcinoma da próstata. O inibidor da
conversão da testosterona em di-hidrotestosterona, a finasterida, reduz em
alguns casos o tecido prostático e melhora os sintomas obstrutivos na
hipertrofia benigna da próstata. Qualquer deles tem indicação no hirsutismo.
22.7 Hormonas e anti-hormonas

• CITOTÓXICOS

A maioria dos agentes antineoplásicos interfere por vários mecanismos de


acção com os ácidos nucleicos, levando à destruição celular.

Inicialmente valorizou-se como sendo a maior diferença entre células


normais e células neoplásicas, a rápida taxa de divisão; depois outras
diferenças foram identificadas, resistência à apoptose e à senescência
celular o que permitiu novas abordagens terapêuticas.

• Os fármacos disponíveis não são específicos para as células neoplásicas


pelo que, com frequência, lesam os tecidos normais, tendo uma margem
terapêutica característica estreita.
• Obrigado

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