III Grupo - Regimes Politicos Versao Final CPDC 2021
III Grupo - Regimes Politicos Versao Final CPDC 2021
III Grupo - Regimes Politicos Versao Final CPDC 2021
FACULDADE DE DIREITO
curso de Direito pós-laboral
Ciência Política e Direito Constitucional
III GRUPO
Regimes políticos
1. INTRODUÇÃO...........................................................................................................................1
2.CONCEITO DE REGIME POLITICO..........................................................................................2
3.CONCEPCAO CLASSICA DE ARISTOTELES DE REGIMES POLITICOS.........................4
3.1.REGIMES PUROS......................................................................................................................5
3.1.1.Monarquia...........................................................................................................................5
3.1.2.Aristocracia.........................................................................................................................7
3.1.3.Republica.............................................................................................................................8
3.2.REGIMES NÃO PUROS..........................................................................................................9
3.2.1.Tirania.................................................................................................................................9
3.2.2.Oligarquia...........................................................................................................................9
3.2.3.Democracia........................................................................................................................10
4.CONCEPÇÃO CONTEMPORÂNEA DO REGIME POLITICO.............................................11
4.1.Regimes Democraticos.............................................................................................................12
4.2.Regimes Autoritários...............................................................................................................14
4.2.1 Autoritarismo aristocrata.................................................................................................15
4.2.2. Autoritarismo totalitário.................................................................................................16
5. CONCLUSÃO...............................................................................................................................17
6. REFERÊNCIAS............................................................................................................................18
I
1.INTRODUÇÃO
Ao falar da ciência política como ciência que estuda os processos e mecanismos de aquisição
e manutenção do poder dentro do Estado, não se pode deixar de lado o regime político. Pois é
o regime político adotado dentro de um estado quem orienta a forma do governo e define
estrutura do poder dentro do Estado.
O trabalho aqui presente, foi feito a mando do Professor Mateus Size, tendo sido proposto os
regimes políticos como tema de pesquisa para III grupo da cadeira de Ciência política e
Direito Constitucional. Tendo o grupo como tema os regimes políticos, serão abordadas no
presente trabalho os seguintes pontos: conceito de regime político e as classificações clássicas
e contemporâneas dos tipos de regimes político.
A conexão existente entre os regimes políticos e as formas de governo, tem dado origem a
equívocos e conflitos na conceituação e tipificação dos regimes políticos. Fazendo com que a
clarificação da relação existente entre formas de governo e os regimes políticos seja também
um ponto a ser abordado no trabalho.
1
2.CONCEITO DE REGIME POLÍTICO
Germano Vasco Dindane Júnior
A discussão em torno do conceito regimes políticos não é actual, remota desde os tempos
antigos e vem sendo modificada no tempo e no espaço, devido ao facto do homem ser um ser
racional, criativo e dinâmico que transforma suas formas de sentir, pensar e agir de acordo as
exigências históricas.
Na Grécia Antiga, regime político era conceituado como a ordem da cidade e as demais
autoridades, mas sobre tudo daquela que é senhora de todas, correspondia a ordem dos
poderes públicos, e principalmente o supremo deles3.
Para Georges Burdeau regime político é o conjunto de regras, processos ou práticas, segundo
o qual em um determinado país, os homens são governados. 4 A forma pela qual o governo se
organiza e se estrutura, a maneira como exerce suas funções, caracterizam o regime político.
1
PAIVA, Alfredo De Almeida. “Regimes Políticos e Sistemas de Governo contemporâneo.” in Revista de
Direito publico e ciência política, Set.1965. n° 3, Vol. VIII, p. 103
2
Extraído de https://pt.wikipedia.org/wiki/Regime_pol%C3ADtico. Acessado a 12 de agosto de 2021
3
PEDROSO, Rodrigo Rodrigues (2015) a divisão dos regimes políticos em Aristóteles, Universidade de são
Paulo, Departamento de filosofia. São Paulo, Brasil. p.7
4
PAIVA, Alfredo De Almeida. “Regimes Políticos e Sistemas de Governo contemporâneo.” in Revista de
Direito publico e ciência política, Set.1965. n° 3, Vol. VIII, p.103
2
O pensamento grego sobre regimes políticos não comportava distinções entre regime político
e forma de governo, estas eram vistas de forma sinonima. Entretanto, na actualidade a noção
de regime político, de certo modo, se confunde com a noção de forma de governo. Neste
sentido de diferenciar as formas de governo do regime político que Paiva em 1965 e
Cavalcanti em 1973, procederam ao estudo das classificações de diversos regimes políticos e
concluíram o seguinte:
Para Cavalcanti “É da classificação dos regimes políticos que podemos tirar as formas de
governo, porque a forma é apenas uma consequência do ajustamento da competência,
distribuição e organização do poder, não somente à ideologia do regime, mas às condições
sociais, econômicas e políticas em que ele se vai realizar.”5
Na visão de Paiva, a noção de regime político não exclui a de forma de governo. A seu ver as
noções de forma de governo e de regime político coexistem, reservando à primeira delas o
conceito clássico e tradicional, enquanto a segunda, pressupõe a forma de governo sobre cuja
existência e realidade se estruturam as suas variações. Nesse sentido, a expressão "regime
político" deverá ser entendida como adequada para exprimir o conteúdo ideológico da forma
de governo.
De acordo com Joaquim Vaz “O regime político indica-nos o modo, mais ou menos estável,
de como se processa o jogo político numa determinada sociedade, durante um período
específico; revela, em termos conceituais, a maneira como são tomadas as decisões relativas
aos assuntos públicos”6.
5
CALVALCANTI, Themístocles Brandão. (1973). Regime político e estrutura do poder. Rio de Janeiro, p.51
6
VAZ, Joaquim (2017), Lições Preliminares de Ciência Política, (s/d) Maputo, p.120
3
Entretanto, o regime político caracteriza a natureza das relações entre o indivíduo e o Estado,
as configurações do poder, isto é, como ele está distribuído na sociedade. Com isto, a
adopção declarada de um regime vai orientar o governo de um Estado, capacitando-lhe para o
domínio legal e, simultaneamente, impondo limites ao poder.
Numa outra definição mais analítica Aristóteles, refere que constituição ou regime político:
“é a ordenação das autoridades da comunidade política que determina como devem ser
distribuídas as autoridades, quem é o soberano e qual é o fim de cada comunidade politica”8
Em sua obra “Politica” Aristóteles distingue regimes políticos e formas de governo em:
Monarquia, Oligarquia e Democracia
Para Aristóteles, os regimes políticos distinguir-se-iam pela forma como o poder é distribuído
entre os integrantes da comunidade política, de modo que, o facto de este ser exercido por
poucos ou por muitos, ou a favor ou contra o bem comum, é mera consequência do princípio
tomado para repartir o poder pela sociedade.
Para além da obra Política, na qual Aristóteles fala destes três regimes políticos, se refere em
outras suas obras a uma divisão dos regimes políticos em suas espécies, como no livro I da
Retórica.9
7
ARISTOTELES, Pilitis apud PEDROSO, Rodrigo Rodrigues (2015), A divisão dos regimes Políticos,
Dissertação para Pós-graduação, Universidade são Paulo, p. 78
8
Ibid
9
Ibidem, p.68
4
Diz ele que sendo retórica a arte da persuasão, o bom orador deve saber em cada caso, o que
é idóneo para persuadir. Mas antes desenvolve os três géneros da retorica: O deliberativo, o
judicial e o demonstrativo.
De acordo com Aristóteles, o deliberativo visa persuadir o ouvinte sobre o futuro, isto é, a
respeito do que deve ou não ser feito; O judicial, sobre o passado, para aprovar ou condenar
um facto que ocorreu como sendo justo ou injusto; O demonstrativo, sobre o estado actual
das coisas, para elogiar ou censurar.
Portanto, para o discurso deliberativo sobre as questões do interesse publico, exige do orador
que conheça todos os regimes políticos, seus correspondentes costumes e tudo que lhes traz
vantagens.
Nesse contexto, a democracia é o regime em que as magistraturas são atribuídas por sorteio,
na oligarquia segundo ele, os magistrados são nomeados pelas rendas e na aristocracia
segundo a educação.
A monarquia é o regime em que manda um só, e comporta duas espécies: quando ela é
limitada ou segundo a ordem chama-se realeza e quando não tem limites e tirania.
Segundo ele, cada um desses regimes tem um fim que lhe é peculiar, o fim da democracia é
liberdade, o da oligarquia é riqueza e o fim da aristocracia é a educação.
Para Aristóteles, na comunidade política o poder político deve ser distribuído aos que podem
exercer melhor, isto é, segundo o bem comum. Qualquer forma de distribuição que não
assegure o bem comum é injusta, por violação de justiça distributiva.
3.1.REGIMES PUROS
José Zunguze
3.1.1. Monarquia
É um sistema político que tem um monarca como líder do Estado. Monarquia (ou designada
realeza) é também o rei a família real de um determinado país, sendo assim o sistema mais
comum de escolha de um monarca é através da hereditariedade.
5
A monarquia é a forma politica em que o poder supremo do Estado se concentra na vontade
de uma só pessoa e o poder é legitimado por uma providencia divina: O então designado ``
direito divino´´ dos reis para governar, onde há crença de que Deus escolhi o rei para estar no
poder e este só é responsável perante ele.
Ao longo da história humana, existiram grandes monarquias com grandes e importantes reis,
onde podemos destacar o Egipto antigo governado pelos Faraós e a Roma antiga. Entre a
monarquias existentes hoje podemos destacar a Rainha Elizabeth II, que é chefe do estado da
Inglaterra e de uma serie de Estados da Commonwealth
Como chefe do Governo é eleito um primeiro-ministro cuja sanções são fiscalizadas por um
parlamento. O Japão é a monarquia mais antiga do mundo e possui o sistema de governo
parlamentarista. Entre outras monarquias constitucionais podemos destacar o Reino Unido,
Bélgica, Noruega, Luxemburgo, Austrália.
Monarquia Absolutista é caracterizada pela extensão ilimitada dos poderes do Monarca sobre
o país que domina, assim o monarca nesse tipo de monarquia assume o papel de chefe de
Estado e de chefe do governo. Nessa forma, os poderes do monarca estão acima de toda e
qualquer instituição política, concentrado extensão de três poderes: Executivo, legislativo e
Judiciário. Actualmente as monarquias absolutistas que existem são: Eswatini, Vaticano,
Catar, Arabia Saudita, Omã, Brubei, Emirantes Arabes Unidos.
2. O nome do monarca pode variar de país para país e pode assumir diferentes nomes
como rei/ rainha, imperador/ imperatriz, grão-duque/ grão-duquesa;
3. O Rei que está no poder não responde pelos atos políticos perante o povo que é
governado;
6
Em geral na Monarquia o rei tem uma ciência que lhe permite estar acima da lei onde lhe
permite corrigir – la se for o caso.
Segundo Rodrigues “Temos monarquia submetida as leis que é a realeza possível neste
mundo, e a outra que a ela não se submete, que é a tirania (…).”10
Tem também a realeza ideal que é considerada a melhor que preconiza que em caso de não
haver um rei sábio, melhor é que a cidade se governe com base em códigos de leis criadas por
um homem sábio numa outra época, ou seja, a legalidade é o remedio na ausência de um rei
ideal.
3.1.2.Aristocracia
aristocracia, entendida como “uma sociedade onde o governo é constituído por uma
minoriade cidadãos designados quer pela idade e maior experiência, quer pela eleição” 11
É caracterizada pela maneira como se governa o Estado, onde o poder esta nas mãos de
poucos e regido pelos nobres, que buscam privilégios para apenas uma classe da sociedade.
Passando de geração em geração e acabando o poder ficando na mão de um pequeno grupo
apenas.
Para Aristóteles a melhor forma de governo seria nas mãos daqueles que estevão preparados
para tal posição, e tivessem aptidões e conhecimentos necessários para administrar a
sociedade.
Segundo Chevalier existe tipos de Aristocracia que pode variar de diversas maneiras desde os
hereditários (natural) e o eleito, esta variável acaba influenciando na maneira em que irá se
governar também:
"Aristocracia: é o governo confiado a uma minoria. Pode ser natural (nas primitivas
sociedades, em que os chefes de família deliberavam entre si a respeito dos negócios
10
PEDRO, Rodrigues (2015) A divisão dos regimes políticos em Aristóteles, Universidade São Paulo, p.50
11
GALVÃO & QUIRINO apud ZAPELINI, Marcelo (1996) Área de concentração: políticas e panejamento
governamental, Dissertação, Mestrado, Universidade Federal de Santa Catarina, p.125
7
públicos), eletiva ou hereditária. O hereditário é o pior dos governos. O eleito é o melhor: A
ordem melhor e a mais natural é que os mais sábios governem a multidão, quando se tem a
certeza de que a governarão em proveito dela e não, seu; não se deve multiplicar inutilmente
as engrenagens, nem fazer com vinte mil homens o que cem homens escolhidos podem fazer
melhor ainda” 12(CHEVALIER, 1999, p. 183).
3.1.3.República
República é a forma de governo em que o Chefe de Estado é eleito pelos representantes dos
cidadãos ou pelos próprios cidadãos, e exerce a sua função durante um tempo limitado. Em
uma República, o poder tem origem em um grupo de cidadãos, que delega esse poder a um
elemento designado Chefe de Estado ou Presidente da República.
“Republica é uma forma ou modelo de organização que surgiu na antiga Roma, no sec.VI
a.C. e é da estrutura da Republica Romana que derivam as principais instituições politicas
modernas, como o parlamento que é constituído por membros representantes da população”13
Principais características
12
CHEVALIER, Jean – Jacques (1999) As grandes obras políticas de maquiavel a nossos dias, (s/d), 6ª edição,
Rio de Janeiro p.183
13
Extraído de http://www.cconstitucional.org.mz acedido em 13 de Agosto de 2021
8
3.2.REGIMES NÃO PUROS
Lectícia Filomena De Oliveira Miambo
3.2.1.Tirania
Para Celso Bastos a forma corrompida da aristocracia é a oligarquia que seria, portanto, o
governo de alguns em seu próprio benefício14.
A monarquia e a tirania são dois regimes distintos, na medida em que, a realeza governa
homens com o seu consentimento e de acordo com as leis, enquanto, a tirania é um governo
não concedido e que não possui outras leis se não o arbítrio de quem governa. Contudo, a
corrupção da realeza seria a tirania, ainda que sejam monarquias entre elas existiam grandes
diferenças possíveis.
3.2.2.Oligarquia
É todo o governo exercido por uma classe de dirigente, isto é, um grupo de pessoas 15. Assim,
com à oligarquia o poder deixou de pertencer a religião e ao nascimento, para acompanhar a
riqueza. Caindo em desfavor a religião hereditária e, por outro lado, não havia distinção
social e senão o dinheiro.
No entanto, o poder oligárquico, era mais evidente na época em que vigorava a aristocracia,
dentro da qual normalmente, se escolhiam os governantes.
Para Rodrigo Rodrigues Pedroso, ``hoje ocorre a oligarquia mesmo quando não se tem um
regime aristocrático. Basta tao somente que haja uma casta ou uma classe que tenha avocado
para si o exercício do poder com exclusão dos demais´´ 16 Como por exemplo, a India cujo
sociedade ainda se apresenta em forma de castas, onde um grupo de pessoas detentoras de
riquezas, são legitimadas para o exercício do poder excluindo os demais.
14
BASTOS, Celso (1995) Curso de Teoria o Estado e Ciência Política [S.I; p.m.], p.48
15
Ibid, p.49
16
PEDROSO, Rodrigues (2015) Divisão do regime político em Aristóteles [s.n.]: São Paulo, p.2
9
3.2.3.Democracia
O Professor Jorge Miranda, entende democracia ``como a forma de governo em que o poder é
atribuído ao povo, à totalidade dos cidadãos (quer dizer dos membros da comunidade
política) e em que é exercido de harmonia com a vontade expressa pelo povo, nos termos
constitucionalmente prescritos´´17. Pois na democracia existe liberdade de expressão, onde o
cidadão pode influenciar as decisões do governo, fazendo-se falar através do sufrágio
universal, escolhendo para si o seu governante o que não acontece na ditadura.
Democracia exige exercício do poder pelo povo, pelos cidadãos, em conjunto com os
governantes; e esse exercício deve ser actual, e não potencial, deve traduzir a
capacidade dos cidadãos de formarem uma vontade política autónoma perante os
governantes. Democracia significa que a vontade do povo, quando manifestada nas
formas constitucionais, deve ser o critério de acção dos governantes18.
Este exercício é efectuado com base no sufrágio universal que é uma característica das
democracias. Na Constituição de Moçambique de 2004, este direito esta salvaguardo,
podendo, todo moçambicano escolher o seu governante sem prejuízo da sua liberdade, isto é,
estes gozam de liberdade de participar na política sem coerção. Esta garantia do voto, esta n
Constituição da República de Moçambique, no seu rol de direitos, liberdades e garantias de
participação na política preconiza Cf. artigo 73:
O povo moçambicano exerce o poder político através do sufrágio universal, directo, igual,
secreto e periódico para a escolha dos seus representantes, por referendo sobre as grandes
questões nacionais e pela permanente participação democrática dos cidadãos na vida da
Nação19.
17
MIRANDA, Jorge, apud CHIPANGA, António Salomão [2017?] Lições sumárias de Direito Eleitoral
moçambicano [S.I.; s.n], p.3
18
Ibidem, p.3
19
Cfr., artigo 73 da CRM de 2004.
10
de regime político se vincula as noções de instituições politicas e de governos que é
constituído para realizar os fins do estado.
“Regime é um complexo e condução político, sociais, económicas, ideológicas, elementos
desse sistema”20 CAVALCANTI (1983). Cada estrutura política deve corresponder a um
regime político, ou seja, do condicionamento de determinada estrutura política ao regime
instituído, que se define pelo seu conteúdo ideológico.
Para San Tiago Dantes apud Paiva (1965), “regime político é um conjunto de regras que
preside ao exercício do poder”21. Com esta definição, o autor pretende mostrar que o estado
se institucionaliza para o exercício do poder, onde uma parte da comunidade nacional assume
em relação a outra, o papel de governante, e a parte que ocupa a posição de dirigida e que
constitui a grande maioria da comunidade nacional, na posição de governada. São essas
relações entre os governantes e governados, a forma com os primeiros exercem o poder
emanando um conjunto de regras que constituem o regime. Por seu termo é citado na mesma
obra, Feorges Burdeau “regime político é o conjunto de regras, processos ou praticas,
segundo o qual em um determinado país, os homens são governados”22
A cada constituição material corresponde um regime político, uma conceção dos fins e aos
meios do poder e da comunidade23.
Na actualidade os regimes políticos classificam-se em:
a) Democráticos
Jacques Maritain diz que “significa que o povo é governado por pessoas que ele mesmo
escolheu e comete um direito de comando, tendo em vista funções de uma determinada
natureza e de certa duração e sobre cujo exercício o povo mantem uma fiscalização regular
acima de tudo por meio de seus representantes e das assembleias assim constituídos”.
Os regimes políticos democráticos subdividem-se:
Sistema Parlamentar: sistema do governo que se estrutura sobre o princípio de
separação de poder (Legislativo, executivo e Jurídico), onde há responsabilidade
política do executivo sobre o legislativo.
20
CALVALCANTI, Temístocles Brandão. (1973). Regime político e estrutura do poder. Rio de Janeiro, p.51
21
SAN TIAGO apud PAIVA, Alfredo De Almeida. “Regimes Políticos e Sistemas de Governo
contemporâneo.” in Revista de Direito publico e ciência política, Set.1965. n° 3, Vol. VIII
22
Ibid.
23
MIRANDA, Jorge (1996), Ciência política: Formas de governo, Lisboa, p.37
11
Sistema Presidencial: o PR tem a responsabilidade política, que apresar de ser eleito
pelo sufrágio universal, chefia do estado e o governo, nomeia e demite livremente os
membros do governo.
Sistema Colegial: também é chamado de executivo plural ou diretorial, ou de poder
executivo está nas mãos de um grupo ou comissão de cidadãos, encarregado da vida
política e da administração do país.
b) Autoritários.
Significa governo de um só, ou seja, governo de poder não dividido, com expressão dos
governos autoritários ou ditatoriais. Subdividem-se em:
Comunismo: pretende suprimir a ordem capitalista existente, mediante o
estabelecimento da ditadura do proletariado, como etapa fundamental a
implementação no futuro de uma sociedade sem classe.
Democracias populares: estados de europa central e oriente libertados da dominação
nazista e passaram a subordinar-se a influencia Russa (Albânia, Polonia,
Checoslováquia, Iugoslávia, Burgaria e todas nações que fizerem parte da união
Soviética.
Fascismo: surge na Itália como movimento de caracter nacionalista de dupla reação
ao liberalismo e ao socialismo. Varia para o nazismo, visando manter as estruturas
sociais e económicas tradicionais, no sentido da grandeza da raça.
A Democracia é regime político em que o povo elege os seus representantes por via de
eleições Segundo Bastos “A democracia é o governo do próprio povo.”24
Kelsen a firma que “a democracia significa que é a vontade representada na ordem jurídica
do estado ‘é idêntica a vontades dos Sujeitos.”25
A Democracia apresente duas grandes divisões que são a democracia directa onde o povo
tomas as decisões por si mesmo e democracia Indirecta ou representativa onde o povo elege
os seus representantes directamente através um sufrágio universal a eleição.
24
BASTOS, Celso Ribeiro (1995) Curso de teoria do estado e ciência política, p.50
25
KELSEN, Hans () Teoria Geral dos Direito e do estado
12
Segundo Bastos “A democracia direta é aquela em que os participantes do grupo social
participam diretamente nas tomadas de decisões não delegam a ninguém as decisões são
tomadas em assembleias gerais ou em praça publica, decidem diretamente as leis que os
governam.26
Segundo Bastos "São duas, principalmente, as maneiras pelas quais o povo faz sentir a sua
influência sobre as coisas públicas. Em primeiro lugar (democracia direta) o povo toma
decisões concretas em relação ao governo do Estado, por exemplo, o poder do povo editar
leis ou de revogar as existentes (o que também é um modo de legislar, pois revogar a lei
preexistente significa aprovar nova lei que põe termo à primeira). Em não poucas ordenações
jurídicas o povo pode acercar-se das urnas para decidir a respeito de determinada lei.27
Segundo Bastos e a democracia Indirecta onde “Certos membros do governo são eleitos pelo
próprio povo e permanecem no cargo por breve período de tempo Com este sistema é
assegurada a presença, no governo, de pessoas que gozam da confiança popular e que seguem
as tendências políticas prevalecentes no povo, em certos momentos. A participação de todos
deveria exprimir a vontade geral da comunidade política, que assim se autogovernaria
independentemente de representação.29
26
BASTOS, Celso Ribeiro (1995) Curso de teoria do estado e ciência política, p.51
27
Ibid
28
Cfr. artigo 2 da Constituição da República de Moçambique 2018
29
BASTOS, Celso Ribeiro (1995) Curso de teoria do estado e ciência política p.52
30
Cfr. artigo 3 da Constituição da República de Moçambique 2018
13
Entretanto, o termo democracia direta também é usado para descrever sistemas mistos, onde
democracia direta e indireta coexistem; Democracia semi direta e um regime democrático
que existe a combinação de representação política com forma democrática direita
Autoritarismo é uma forma de governo que é caracterizado por obediência absoluta ou cega à
autoridade, oposição a liberdade individual expectativa de obediência da população.
O termo autoritarismo surgiu logo após a queda do segundo império Francês na década de
1870, tornando-se comum, segundo a ciência política, a partir do início do século XX. O
sociólogo Espanhol Juan José Linz, cuja descrição de 1964 do autoritarismo é influente,
caracterizou os regimes autoritários como sistemas políticos compostos por quatro factores32:
31
Extraído de https://pt.wikipedia.org/wiki/Democracia_semidireta
32
CANAS, Vitalino (2016) Tese de doutoramento na Especialidade de ciências Jurídico-político, Universidade
de Lisboa, p. 641
33
NUNES, João Paulo Avelãs (2000) Tipologias de Regimes Políticos. Para uma leitura neomoderna de Estado
novo e do Nuevo Estado, Universidade de Coimbra, p. 335
14
Alteração da legislação institucional criando regras para a auto manutenção do poder;
b) Ideologias do autoritarismo
Para o filósofo Aristóteles, a aristocracia era o governo de poucos, dos melhores cidadãos no
sentido de possuírem melhor formação moral e intelectual para atender aos interesses do
povo. A aristocracia seria uma constituição original do governo, que poderia ser transformada
em oligarquia, caso os governantes atendessem a interesses privados. A aristocracia teve
origem na necessidade de um novo governo que combatesse a tirania, forma de governo em
que o poder se concentrava em pessoa. Assim, a aristocracia como uma forma de governo,
seria formada por um grupo de pessoas escolhidas com um extraordinário conhecimento
sobre a ética, que estaria blindado das possibilidades de corrupção orquestradas para
privilegiar interesses próprios ou o interesse dos mais ricos. 35
34
MIRANDA, Jorge Sebenta de Direito Constitucional. P. 21 in https://fd.pt de 13 de agosto de 2021
35
TAVARES, André Ramos (2012) Curso de Direito Constitucional, 10ª edição, Editora Saraiva, São Paulo, p.
1098
15
4.2.2. Autoritarismo totalitário
É um sistema político ou uma forma de governo que proíbe partidos de oposição, que
restringe a oposição individual ao Estado e às suas alegações e que exerce um elevado grau
de controlo na vida pública e privada dos cidadãos. É considerada a forma mais completa do
autoritarismo.
Nos estados totalitários, o poder político é geralmente detido por aristocratas que recorrem a
extensas campanhas de propaganda difundidas por meio de comunicação de massa detidos
pelo estado. Esta forma política caracteriza-se por extensa repreensão política, ausência de
democracia, culto de personalidade generalizado, controlo absoluto de economia, censura,
vigilância em massa, e uso recorrente de terrorismo de Estado. A associa-se a estas
características o recurso a campo de concentração, polícia secreta repressiva, perseguição
religiosa, prática disseminada de pena de morte, a possível posse de armas de destruição em
massa, fraudes eleitorais ou inexistência de eleições, e em alguns casos assassínios em massa
e genocídios perpetrados pelo Estado. O conceito de estado totalitário começou a ser
formulado na década de 1920 pelo jurista de Weimar e pelo académico Nazi Carl Schmitt e
ao mesmo tempo pelos Fascistas Italianos (Benito Mussoline afirmou “tudo no Estado, nada
fora do Estado”).36
5. CONCLUSÃO
O termo regime político nasce com o surgimento da política na Grécia antiga, sendo
entendida como a ordem das autoridades da comunidade que determina como devem ser
distribuídas as autoridades, quem é o soberano e qual é o fim de cada comunidade política.
Para Aristóteles os regimes políticos classificavam-se em puros e não puros, onde os últimos
eram subversão dos primeiros, no entanto a monarquia submetida as leis é melhor que a
36
ARENDT, Hannah (2000) origens do totalitarismo, 4ª reimpressão, São Paulo: companhia das letras, p. 123
16
tirania, a aristocracia e a oligarquia, são intermédia, entre a monarquia com leis ou sem leis e
a democracia devem ser julgadas. Em relação a democracia é incapaz de um grande mal ou
de um grande bem., porque são distribuídos entre as pessoas. Cada um desses regimes tem
um fim, onde a democracia é a liberdade e o fim da oligarquia é a riqueza.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
1.Obras de referenciadas
2. BASTOS, Celso (1995) Curso de Teoria o Estado e Ciência Política. [S.I; s.n.]
17
3. CALVALCANTI, Themístocles Brandão. (1973). Regime político e estrutura do
poder. Rio de Janeiro
7. NUNES, João Paulo Avelãs (2000) Tipologias de Regimes Políticos. Para uma leitura
neomoderna de Estado novo e do Nuevo Estado, Universidade de Coimbra.
10. PEDROSO, Rodrigues (2015) Divisão do regime político em Aristóteles [s.n.]: São
Paulo
11. TAVARES, André Ramos (2012) Curso de Direito Constitucional, 10ª edição, Editora
Saraiva, São Paulo.
12. VAZ, Joaquim (2017), Lições Preliminares de Ciência Política, (s.n) Maputo
2.Legislação
18
Constituição da República de Moçambique, 2004, Impressa Nacional de Moçambique, EP,
Maputo
3.Sites
1. https://pt.wikipedia.org/wiki/Democracia_semidireta
19