Perguntas e Respostas Produtos de Cannabis 1a Edicao
Perguntas e Respostas Produtos de Cannabis 1a Edicao
Perguntas e Respostas Produtos de Cannabis 1a Edicao
Anvisa
PRODUTOS DE
CANNABIS
Assunto:
Autorização sanitária de
Produtos de Cannabis
1ª edição
Brasília, 09 de março de 2020
GERÊNCIA GERAL DE MEDICAMENTOS E PRODUTOS BIOLÓGICOS
Gerência de Medicamentos Específicos, Fitoterápicos, Dinamizados, Notificados e Gases Medicinais
1 - INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 3
2 - ESCOPO .................................................................................................................................... 4
3 -PERGUNTAS E RESPOSTAS ........................................................................................................ 4
3.1 -PERGUNTAS GERAIS .......................................................................................................... 4
3.2 - DOCUMENTAÇÃO ........................................................................................................... 21
3.3 - ROTULAGEM E FOLHETO INFORMATIVO....................................................................... 36
3.4 - NOME DOS PRODUTOS .................................................................................................. 39
3.5 - CONTROLE DE QUALIDADE ............................................................................................ 41
3.6 - ADEQUAÇÃO ................................................................................................................... 46
3.7 - IMPORTAÇÃO ................................................................................................................. 46
3.8 - PREÇO DOS PRODUTOS .................................................................................................. 48
3.9 - MUDANÇAS PÓS CONCESSÃO DA AUTORIZAÇÃO SANITÁRIA ..................................... 49
3.10 - DADOS ANALÍTICOS ...................................................................................................... 51
4 - NORMAS RELACIONADAS E REFERÊNCIAS ............................................................................. 52
5 - HISTÓRICO DE EDIÇÕES .......................................................................................................... 54
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Assunto: Autorização sanitária de produtos de Cannabis
1ª edição, de XX/02/2020
1ª edição, de XX/02/2020
GERÊNCIA GERAL DE MEDICAMENTOS E PRODUTOS BIOLÓGICOS
Gerência de Medicamentos Específicos, Fitoterápicos, Dinamizados, Notificados e Gases Medicinais
1 - INTRODUÇÃO
2 - ESCOPO
3 -PERGUNTAS E RESPOSTAS
1. Com relação ao Artigo 10 da RDC nº 327/2019 que cita: “Os produtos de Cannabis
serão autorizados para utilização apenas por via oral ou nasal.”, solicito que seja feita
uma relação de todas as apresentações farmacêuticas nas vias oral e nasal.
Orientamos consultar o documento “Vocabulário Controlado de Formas
Farmacêuticas, Vias de Administração e Embalagens de Medicamentos”, publicado pela
Anvisa e disponível em:
http://portal.anvisa.gov.br/documents/33836/2501339/Vocabul%C3%A1rio+Controla
do/fd8fdf08-45dc-402a-8dcf-fbb3fd21ca75.
2. Considerando que o conceito de Via oral "destinado à administração pela boca" e Via
nasal "administrado na cavidade nasal para obter um efeito local ou sistêmico" são
conceitos amplos, solicitamos esclarecimento se os produtos de Cannabis para as vias
de administração Bucal "destinado à administração na cavidade bucal ou numa parte
específica da cavidade bucal como a gengiva, palato, língua e dentes" e Inalatória por
via Oral "administrado através do sistema respiratório, exclusivamente por via oral,
para efeito local ou sistêmico" serão aceitos já que são administrados pela boca e se os
produtos de Cannabis com as vias de administração Inalatória por via nasal
“administrado através do sistema respiratório, exclusivamente por via nasal, para efeito
local ou sistêmico” e Inalatória “administrado através do sistema respiratório nasal e
oral simultaneamente para efeito local ou sistêmico” serão aceitos uma vez que são
administrados pela via nasal?
As vias de administração questionadas, bucal e inalatória por via bucal, não são
abarcadas pelo previsto na RDC nº 327/2019, considerando-se que não fazem parte das
3. Como somente foram permitidas as vias oral e nasal, um produto de Cannabis pode
ser indicado para uso sublingual (seja em comprimido ou pasta), ou apenas para
ingestão oral direta?
Conforme estabelece o art. 10 da RDC nº 327/2019, os produtos de Cannabis
serão autorizados para utilização apenas por via oral ou nasal. A ingestão pela via oral
não abarca a administração pela via sublingual. Assim, o produto desenvolvido para
administração pela via sublingual não pode ser regularizado por meio da RDC nº
327/2019, devendo ser registrado como medicamento nos termos da RDC nº 24/2011
ou da RDC nº 26/2014.
4. A forma farmacêutica cápsula mole pode ser autorizada desde que o conteúdo seja
derivados vegetais ou fitofármacos?
Qualquer forma farmacêutica para uso por via oral ou nasal prevista no
“Vocabulário Controlado de Formas Farmacêuticas, Vias de Administração e
Embalagens de Medicamentos” pode ser autorizada, desde que o ativo previsto seja
constituído de derivados vegetais ou fitofármacos, de acordo com a RDC nº 327/2019.
RDC nº 222/2006. Logo, neste momento, não haverá incidência de Taxa de Fiscalização
de Vigilância Sanitária para o peticionamento de Autorização Sanitária de produtos de
Cannabis.
9. A Resolução RDC nº 327/2019 traz em seu Art. 10, parágrafo 6, que “Não é permitido
que os produtos de Cannabis sejam comercializados sob a forma de droga vegetal da
planta Cannabis spp. ou suas partes, mesmo após processo de estabilização e secagem,
120 dias uma vez que a análise técnica do dossiê será feita posteriormente à concessão
da autorização?
Os prazos legais para conclusão das avaliações e publicação de registros e pós-
registros de medicamentos não se aplicam aos produtos de Cannabis. Não há prazo legal
definido para publicação da Autorização Sanitária ou de suas alterações no DOU após o
protocolo pela empresa. Contudo, envidaremos os esforços necessários para que todo
o trâmite interno ocorra no menor tempo possível.
16. O medicamento ao qual queremos importar tem como princípio ativo o derivado X
de canabidiol e como excipientes óleo de semente de cannabis. Visto que essa última
matéria-prima (semente de cannabis) não tem ação alguma, tem algum impeditivo de
usar o mesmo como excipiente?
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19. Para um produto de cannabis regularizado conforme RDC nº 327/2019, ou seja, com
Autorização Sanitária, a Anvisa emitirá documento equivalente ao Certificado de
registro de medicamento para exportação?
Sim, mediante demanda, a Anvisa poderá emitir documento que ateste a
regularidade do produto de Cannabis junto à Agência.
20. Entendi que um produto alimentício que contém cannabis será recebido e o
contexto do produto/país será avaliado. Seria possível antecipar quais critérios serão
considerados nessa avaliação? Outra dúvida, sendo aceito esse produto a base de
cannabis para comercialização aqui no Brasil e sendo este um alimento no estrangeiro,
será possível submeter logo na sequência este mesmo produto como medicamento?
Qualquer produto a ser submetido como produto de Cannabis nos termos da RDC
nº 327/2019 deverá atender aos dispositivos e exigências da Resolução, independente
do seu enquadramento no país de origem, quando se tratar de produto importado.
Oportuno salientar que a Resolução versa sobre produtos de Cannabis para fins
medicinais. Ainda, conforme disposto no § 5º do art. 10: Não são considerados produtos
de Cannabis para fins medicinais os cosméticos, produtos fumígenos, produtos para a
saúde ou alimentos à base de Cannabis spp. e seus derivados. Resta salientar que a
maioria dos dispositivos da RDC nº 327/2019 relacionam-se às exigências de
medicamentos, a que todos os produtos de Cannabis estão sujeitos. Ressaltamos que
não há como antecipar critérios a serem utilizados na avaliação da documentação do
país de origem quanto ao enquadramento do produto, pois ainda desconhecemos a
demanda e entendemos que essa pode ser muito variada, com especificidades inerentes
a cada caso.
Sobre a possibilidade de submissão de pedido de registro como medicamento do
produto de Cannabis, o art. 6º da RDC nº 327/2019 já informa sobre a necessidade de
atendimento à legislação específica vigente.
A norma ainda estabelece que:
“Art. 8° A Autorização Sanitária dos produtos de Cannabis terá prazo
improrrogável de 5 (cinco) anos, contados após a data da publicação da
autorização no Diário Oficial da União - DOU.
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21. Os produtos à base de CBD com teor de 0,3% de THC vão continuar sendo
importados? Seria pelo mesmo procedimento que atualmente é feito (portal gov.br)?
Os produtos à base de CBD com teor de 0,3% de THC poderão ser vendidos nas
farmácias? O que essas empresas deverão fazer para tanto?
A RDC nº 327/2019 define as condições e procedimentos para a concessão da
Autorização Sanitária para a fabricação e a importação, bem como estabelece requisitos
para a comercialização, prescrição, a dispensação, o monitoramento e a fiscalização de
produtos de Cannabis para fins medicinais de uso humano.
Ressaltamos que os produtos hoje importados por meio da RDC nº 17/2015,
revogada pela RDC nº 335/2020, poderão continuar sendo importados pelo
procedimento simplificado ora vigente. Ainda, os produtos poderão se regularizar
mediante procedimento estabelecido pela RDC nº 327/2019 para serem
comercializados em farmácias e drogarias, para tanto, deverão atender às exigências e
procedimentos estabelecidos na referida Resolução, RDC nº 327/2019.
22. Com a publicação da RDC nº 327/2019, sobre a regulamentação dos produtos à base
de Cannabis para fins medicinais, como ficou a eficácia da RDC nº 130/2016 e a nota
técnica n. 1/2017/GMESP/GGMED/ANVISA em relação ao termo de consentimento para
a dispensação do medicamento Mevatyl? O medicamento em questão apresenta 27
mg/mL de THC (0,27%) e deve ser dispensado por notificação de receita A + termo,
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25. Sou responsável técnica de uma empresa que fabrica Produtos para a Saúde e
gostaríamos de saber se a nossa empresa pode desenvolver um produto que utilize o
Canabidiol? Por exemplo, Canabidiol impregnado em um curativo? Faço esse
questionamento, pois nos materiais que consultei, verifiquei que apenas indústrias
farmacêuticas poderiam utilizar esse composto.
Conforme definido pelo art. 10 da RDC nº 327/2019, os produtos de Cannabis
serão autorizados para utilização apenas por via oral ou nasal. Ainda, segundo o seu §
5º, não são considerados produtos de Cannabis para fins medicinais os cosméticos,
produtos fumígenos, produtos para a saúde ou alimentos à base de Cannabis spp. e seus
derivados. Desta forma, não está regularizado o emprego de derivados de Cannabis em
produtos para a saúde, tais como curativos.
26. Como a dosagem pode ser específica ao paciente, e uma recomendação de dose
específica não é exigida pelo Health Canada ou pelas autoridades reguladoras europeias
para a Cannabis para fins medicinais, é necessário fornecer à ANVISA um regime
específico de dosagem para a aplicação do produto acabado?
Conforme estabelecido pelo art. 49 da RDC nº 327/2019, a indicação e forma de
uso dos produtos de Cannabis são de responsabilidade do médico assistente. Assim, o
médico prescritor deverá definir, entre outros pontos, a posologia ou esquema
posológico de uso do produto de Cannabis, apoiando-se em dados técnicos existentes.
Logo, a informação sobre posologia ou esquema posológico, que obedecerá a critério
médico, não é exigida pela Anvisa no momento da solicitação de autorização sanitária
de produtos de Cannabis.
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28. A empresa que exporta o produto precisa de completar a Fase 1 de ensaios clínicos
(ou quaisquer ensaios clínicos)? Em caso afirmativo, esses ensaios precisam ser
realizados no Brasil? É necessário ter estudos clínicos de fase 1 (ou qualquer estudo
clínico? Em caso afirmativo, eles precisam ser conduzidos no Brasil?
Para a solicitação da Autorização Sanitária de produtos de Cannabis não são
exigidos ensaios clínicos. Contudo, é oportuno salientar que o art. 8° da RDC nº
327/2019 estabelece que a Autorização Sanitária dos produtos de Cannabis terá prazo
improrrogável de 5 (cinco) anos, contados após a data da publicação da autorização no
Diário Oficial da União – DOU, e que até o vencimento da Autorização Sanitária, a
empresa que pretenda continuar a fabricar, importar e comercializar no Brasil produto
de Cannabis deve solicitar a regularização pela via de registro de medicamentos, para
os quais são exigidos estudos clínicos.
Os dados clínicos a serem apresentados para registro dos produtos de Cannabis
como medicamento estão estabelecidos nas resoluções específicas que dispõem sobre
o registro de medicamentos no Brasil (RDC nº 24/2011, RDC nº 26/2014 ou RDC nº
200/2017). Não necessariamente os estudos clínicos precisam ser conduzidos no Brasil.
O procedimento para realização de estudos clínicos com medicamentos no Brasil é
regulamentado pela RDC nº 09/2015.
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Esta avaliação deverá ser realizada caso a caso, considerando as etapas para
obtenção do produto acabado e as definições de matéria-prima, produto intermediário
e produto acabado, presentes na RDC nº 301/2019, que dispõe sobre as Diretrizes Gerais
de Boas Práticas de Fabricação de Medicamentos, e que são aplicáveis aos produtos de
Cannabis.
31. As importadoras também devem seguir o disposto no art. 21, VIII, sobre capacidade
para receber e tratar as notificações de efeitos adversos e queixas técnicas sobre o
produto? Fabricantes e importadoras devem ter um canal de comunicação com os
pacientes (0800, SAC, e-mail, política interna)?
Se a importadora for a empresa responsável pela Autorização Sanitária ela deve
ter capacidade para receber e tratar as notificações de efeitos adversos e queixas
técnicas sobre o produto. O telefone do serviço de atendimento ao consumidor da
empresa titular da Autorização Sanitária é uma informação obrigatória no folheto
informativo, conforme inciso XV do art. 36, portanto, é obrigatório que a empresa
responsável pela Autorização Sanitária tenha um canal de comunicação com os
pacientes.
32. Com relação ao artigo 24 da RDC nº 327/19, todos os documentos devem ser
providos pelo fabricante? Em sendo a importadora a solicitante de Autorização
Sanitária, os documentos solicitados no artigo 24 devem ser apresentados na língua
original e por meio de tradução simples?
Os documentos que forem fornecidos pelo fabricante do produto podem estar em
língua original, se for inglês ou espanhol, caso contrário deverão vir acompanhados de
tradução simples. A documentação que pode ser fornecida pela empresa fabricante é a
descrita nos incisos III, IV, VIII (acompanhado do relatório de controle de qualidade do
produto acabado realizado no Brasil), IX e X. Para os demais documentos, podem ser
necessárias informações da empresa responsável pela Autorização Sanitária.
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34. Como será feito o controle de prescrição dos produtos de Cannabis quando
estiverem esgotadas outras opções terapêuticas disponíveis no mercado brasileiro?
Não existe a previsão do envio das prescrições à Anvisa. A prescrição, assim como
as demais atividades médicas, é responsabilidade do Conselho regulamentador da
profissão. Considerando-se que os produtos não serão avaliados quanto à sua segurança
e eficácia, espera-se que os produtos de Cannabis sejam prescritos apenas quando as
outras opções terapêuticas, que possuem segurança e eficácia comprovadas, não sejam
suficientes para o tratamento.
35. Serão criados códigos de assunto e checklist específicos para Autorização Sanitária
e algumas mudanças pós Autorização Sanitária de produtos de Cannabis?
Sim, e estarão disponíveis no portal da Anvisa a partir da vigência da norma.
37. É possível importar Mel com CBD para uso medicinal, utilizando a RDC nº 327/2019?
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38. Qual critério a Anvisa vai usar para considerar um estudo clínico como validado?
Qual seria a proposta de desenho da ANVISA para fazer este estudo?
A RDC nº 327/2019 não prevê a apresentação de estudos clínicos para os produtos
de Cannabis. Quanto ao registro de medicamento, a publicação da RDC nº 327/2019 não
alterou nenhum requisito anteriormente previsto, devendo ser seguidas todas as
determinações previstas na legislação sanitária, por exemplo, nas RDCs nº 09/2015, nº
24/2011 e nº 26/2014.
41. De acordo com o inciso III do Artigo 24 da RDC nº 327/2019 será necessária a
apresentação de “Justificativa contendo o resumo do racional técnico-científico sobre a
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44. Essa justificativa deve ser semelhante à um relatório de produção já exigido para
medicamentos com as informações de forma farmacêutica, descrição detalhada da
fórmula com DCB, DCI e/ou CAS, descrição qualitativa e quantitativa dos componentes,
tamanhos de lotes, etapas de processo de produção, controle de processo e descrição
dos critérios de identificação do lote industrial?
Sim, acrescido das informações sobre o desenvolvimento do produto.
46. Solicito um esclarecimento da Anvisa com relação à referência adotada pela agência
para o teor < 0,2% de THC na RDC sobre a Cannabis medicinal. A dúvida se faz necessária
uma vez que diversos países adotam o teor > 0,3% e inclusive esta concentração é que
encontra maior oferta no mercado atualmente.
Os limites permitidos de THC variam de país para país. O limite de 0,3%
questionado está relacionado ao efeito psicoativo da planta, sendo geralmente
considerado como não psicoativo o limite de 0,3% na América do Norte, enquanto na
Comunidade Europeia seria 0,2%, conforme disponível no documento da
OMS (https://www.who.int/medicines/access/controlled-substances/Extracts-and-
tinctures.pdf?ua=1).
Como as normas para fitoterápicos no Brasil estão sendo harmonizadas já há
algum tempo com as da Comunidade Europeia, preferiu-se seguir esse caminho,
considerando-se que naquele bloco econômico os Fitoterápicos são regulados como
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medicamentos.
O limite aplicado na norma Brasileira não constitui limite proibitivo para produtos
a serem disponibilizados no mercado brasileiro contendo maior concentração de THC,
eles apenas estabelecem um controle diferenciado para os dois tipos de produtos
(menor ou maior que 0,2%) de acordo com a ação psicoativa desta substância.
3.2 - DOCUMENTAÇÃO
47. Como uma empresa deve proceder para estar permitida a importar e revender o
canabidiol. É necessário fazer um registro da empresa e estar apto para trabalhar pois o
mesmo foi categorizado como produto e não medicamento.
A RDC nº 327, de 09 de dezembro de 2019, define as condições e procedimentos
para a concessão da Autorização Sanitária para a fabricação e a importação, bem como
estabelece requisitos para a comercialização, prescrição, a dispensação, o
monitoramento e a fiscalização de produtos de Cannabis para fins medicinais de uso
humano, e dá outras providências.
De acordo com o Art. 21 da RDC nº 327/2019, a empresa responsável pela
submissão da Autorização Sanitária do produto de Cannabis deve possuir autorização
de Funcionamento de Empresa (AFE) emitida pela Anvisa com atividade de fabricar ou
importar medicamento, portanto, obter a AFE é o primeiro passo para a empresa ser
autorizada a importar e comercializar produtos de Cannabis no País.
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49. Conforme Art. 11 da RDC nº 327/2019 onde diz: os produtos de Cannabis importados
devem estar devidamente regularizados pelas autoridades competentes em seus países
de origem. Caso o produto acabado seja importado, que tipo de registro de regularidade
deste produto no país de origem é necessário?
A comprovação da regularidade do produto no país de origem deverá ser feita
por meio de documento emitido pela autoridade competente local. Assim,
considerando a possibilidade de importação de produto de Cannabis de diferentes
países, a empresa importadora deverá observar a classificação regulatória e a
autoridade competente para a autorização dos produtos naquele país, apresentando à
Anvisa os documentos e as justificativas necessárias para a completa compreensão da
situação.
50. No artigo 11 diz: "Art. 11. Os produtos de Cannabis importados devem estar
devidamente regularizados pelas autoridades competentes em seus países de origem."
No caso do produto vir importado acabado dos EUA, o produto deverá ser aprovado
pelo FDA? Caso não sendo aprovado pelo FDA, se o produto estiver regularizado no
estado Norte Americano onde é produzido será aceito pela ANVISA?
A comprovação da regularidade do produto de Cannabis no país de origem deverá
ser feita por meio de documento emitido pela autoridade competente. Assim,
considerando a situação de importação de produto de Cannabis dos EUA, a empresa
importadora deverá observar a classificação regulatória e a autoridade competente para
a autorização dos produtos naquele país, apresentando à Anvisa as justificativas
necessárias para a completa compreensão da situação e avaliação em cada caso.
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52. No artigo 22 § 1º “No período de 3 (três) anos a contar da data de publicação desta
Resolução, será aceito documento equivalente, emitido por autoridade sanitária de país
reconhecido pela Anvisa, com relação às medidas e controles aplicados para a
comprovação de BPF de medicamentos." Será permitido, no primeiro no momento da
submissão do dossiê, a apresentação de BPF para alimentos e posteriormente se
comprometer com a ANVISA em determinado prazo a protocolar aditamento com BPF
de medicamentos?
O § 1º do art. 22 da RDC nº 327/2019 estabelece que no período de 3 (três) anos
a contar da data de publicação da Resolução, será aceito documento equivalente,
emitido por autoridade sanitária de país reconhecido pela Anvisa, com relação às
medidas e controles aplicados para a comprovação de BPF de medicamentos. Entende-
se por documento equivalente a comprovação de BPF de medicamentos emitida por
autoridades internacionais que sejam membros do PIC/S - Esquema de Cooperação em
Inspeção Farmacêutica. Assim, não será aceito, BPF para alimentos ou outra categoria
regulatória.
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53. De acordo com o Art. 22 da RDC nº 327/2019, apenas empresas fabricantes com BPF
para medicamentos e para importador com BPF de distribuição e armazenamento
podem solicitar o pedido de Autorização Sanitária para o produto. Esclarecer se não
precisa de BPF para a fabricação em outros países?
Apenas as empresas fabricantes que possuam CBPF de medicamentos emitido
pela Anvisa ou as empresas importadoras que cumprem com as Boas Práticas de
Distribuição e Armazenamento de medicamentos, podem solicitar a Autorização
Sanitária e fabricar os produtos de Cannabis. Ainda, conforme o inciso III do art. 21 da
RDC nº 327/2019, o CBPF de medicamentos é obrigatório para o fabricante do produto
de Cannabis. Assim, não há distinção entre fabricante nacional ou internacional,
devendo todos eles possuir CBPF para medicamentos emitido pela Anvisa ou, no período
de 3 (três) anos a partir da data de publicação (11/12/2019) da RDC n° 327/2019, poderá
ser apresentado documento equivalente, emitido por autoridade sanitária de país
reconhecido pela Anvisa, com relação às medidas e controles aplicados para a
comprovação de BPF de medicamentos, ou seja, documento emitido por autoridades
internacionais que sejam membros do PIC/S - Esquema de Cooperação em Inspeção
Farmacêutica.
54. Seria possível um detalhamento maior do Art. 22, especificamente com relação aos
prazos de certificações?
A empresa pode utilizar, para cumprimento do disposto no art. 22, por 3 anos
contados a partir da data de publicação da RDC nº 327/2019, documento equivalente
emitido por autoridade sanitária de país reconhecido pela Anvisa, com relação às
medidas e controles aplicados para a comprovação de BPF de medicamentos.
Não obstante, nesse interim, a empresa deverá protocolar pedido de CBPF para
Medicamentos na Anvisa, conforme estabelecido em legislação específica vigente.
A empresa que não fizer o protocolo do CBPF à Anvisa no período de 3 anos
contados a partir da data de publicação da RDC nº 327/2019, terá sua Autorização
Sanitária para produtos à base de cannabis cancelada.
55. Com relação ao artigo 21, para que a empresa possa submeter o pedido de
Autorização Sanitária, deve possuir boas Práticas de Distribuição e Armazenamento de
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56. A RDC exige GMP (BPF) de medicamentos para os produtos à base de Cannabis,
como as empresas de fora do país que possuem GMP de suplementos para seus
produtos devem proceder?
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60. Na RDC nº 130/2016 diz que a dispensação de medicamentos de que trata o caput
ficará sujeita a prescrição médica por meio de Notificação de Receita A e do termo de
consentimento informado ao paciente. Qual a orientação da ANVISA sobre este
assunto? Como proceder na dispensação de produtos à base de Canabidiol? A drogaria
deverá reter ou não o termo de consentimento?
Recentemente, a Anvisa publicou a RDC nº 327/2019 que dispõe sobre os
procedimentos para a concessão da Autorização Sanitária para a fabricação e a
importação, bem como estabelece requisitos para a comercialização, prescrição, a
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61. A FDA e o PICs certificam toda a empresa ou é por linha de produção como o Brasil?
FDA não emite certificado, mas a situação da empresa pode ser consultada no site
https://www.accessdata.fda.gov/scripts/inspsearch/, porém não é específico para
linha. EMA segue a mesma sistemática da Anvisa, no certificado constam as formas
farmacêuticas e as especificidades. PIC/s não emite certificado, quem certifica são os
países membros, cada um à sua maneira.
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qualquer país desde que apresente Certificado ou documento equivalente, emitido pela
Anvisa ou por autoridade membro do PIC/S, atestando o cumprimento das Boas Práticas
de Fabricação.
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65. Com relação ao extrato a ser utilizado como material de partida, quais seriam os
documentos de certificação necessários? (Licenças necessárias para a importação deste
material de partida; Licenças necessárias para o processamento e purificação deste
material (com algum teor de THC) na planta fabril; Licenças e procedimentos para o
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67. As importadoras também devem possuir racional técnico e científico que justifique
a formulação do Produto de Cannabis e a via de administração? Qual documento atesta
o cumprimento desse requisito? Bula do produto?
Todas as empresas, sejam elas fabricantes ou importadoras, responsáveis pela
submissão da Autorização Sanitária do produto de Cannabis devem possuir
documentação que traga o racional técnico e científico que justifique a formulação do
produto e a via de administração. Os produtos de Cannabis não são acompanhados de
bula, mas de folheto informativo, que não se confunde com o documento de que trata
o art. 21, inciso V.
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69. Será emitida uma Autorização Sanitária (AS) para uma empresa e cada apresentação
de produto desta empresa terá uma publicação em DOU composta pelo número da AS
e da apresentação correspondente?
A Autorização Sanitária será concedida por cada apresentação comercial do
produto, conforme previsto no Art. 16 Parágrafo 1º da RDC nº 327/2019.
70. O que é Racional Técnico, e o que é necessário ser enviado nesse Racional?
Racional técnico é um documento, a ser apresentado pelo interessado na
Autorização Sanitária, que contenha as justificativas, embasadas tecnicamente, quanto
ao desenvolvimento do produto de Cannabis, por exemplo, quanto à formulação,
porque determinada forma farmacêutica foi escolhida, e a justificativa para a
concentração proposta para o produto.
Não se deve formular um produto de Cannabis sem que essas justificativas sejam
conhecidas e estejam embasadas em informações técnico-científicas, as quais devem
ser apresentadas.
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Ou seja, deve possuir CBPDA emitido pela Anvisa ou relatório de inspeção favorável
emitido pela VISA, não sendo necessário submeter os referidos documentos (CBPDA ou
relatório de inspeção) no pedido de autorização sanitária do produto.
Ademais, caso o solicitante terceirize a fabricação, declarando na Autorização
Sanitária outro local de fabricação que não seu site, este deve, conforme seção 3, do
Anexo 1, da RDC nº 327/2019 dispor também de “( ) Certificado ou documento
equivalente emitido por autoridade autoridades membro do PIC/S - Convenção
Farmacêutica Internacional. Esse documento deve ser apresentado, na ausência de CBPF
emitido pela Anvisa”.
74. O artigo 36, §5º, inciso II solicita que no folheto informativo do produto de Cannabis
deve constar informações sobre o descarte seguro. Gostaríamos de saber se há alguma
frase específica que deve ser utilizada ou se fica a critério da empresa definir esta
informação?
O descarte deve ser realizado conforme os procedimentos definidos em acordo
setorial ou termo de compromisso destinado à implantação de sistemas de logística
reversa, previsto na Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010.
Desta forma, sugerimos que a empresa entre em contato com a autoridade
sanitária competente do local onde se localiza para orientações específicas relacionadas
ao procedimento para produtos controlados adotado pelo município ou Estado.
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77. De acordo com o art. 37 os rótulos das embalagens de produtos de Cannabis devem
ter uma faixa horizontal de cor preta abrangendo todos os seus lados. A empresa
entende que o artigo está se referindo a embalagem secundária. O entendimento está
correto?
O art. 37 da RDC nº 327/2019 não especificou que a faixa deveria ser colocada
apenas em um tipo de embalagem, conforme ocorre na RDC nº 71/2009, porém,
seguindo-se o já aplicável para medicamentos, orienta-se que a inclusão da faixa
horizontal seja feita na embalagem secundária.
78. Com relação ao art. 36, inciso VII é solicitado na embalagem a inclusão das
informações referentes as características físicas e organolépticas do produto. A empresa
questiona se ao invés do material de embalagem estas informações poderiam ser
dispostas apenas no folheto informativo?
Conforme estabelecido no Art. 36 da RDC nº 327/2019, as informações referentes
às características físicas e organolépticas do produto devem ser disponibilizadas na
embalagem dos produtos de Cannabis.
80. O que seria a embalagem interna citada na RDC nº 327 de 2019 em seu artigo 36,
parágrafos 1º, 2º e 3º, onde se lê "§ 1° As informações descritas no caput devem estar
escritas em formato de fácil leitura e devem ser de fácil compreensão. § 2° Quando
todas as informações dispostas no caput não couberem na embalagem interna do
produto, devem ser disponibilizadas, minimamente, o disposto nos incisos I a VI, IX, XI,
XIII, XV a XVII e XIX. § 3° Quando o espaço na embalagem interna for insuficiente, as
demais informações dispostas no caput devem ser disponibilizadas na embalagem
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85. O art. 9º informa que os produtos de Cannabis não podem ostentar nomes
comerciais, devendo ser designados pelo nome do derivado vegetal ou fitofármaco
acompanhado do nome da empresa responsável. Neste caso, no local onde será descrito
o nome do fitofármaco o nome da empresa deverá vir na sequência? Ex. Canabidiol
empresa X?
Em atenção ao inciso I do art. 36 da RDC nº 327/2019, no local onde será descrito
o “nome do produto” o nome da empresa deverá vir na sequência do nome do derivado
vegetal ou fitofármaco, por exemplo, “Canabidiol empresa X”, com mesmo destaque,
tamanho e formato para todo o nome.
88. Qual é o limite máximo de THC para as disposições do Parágrafo Único do artigo 4º?
A RDC nº 327/2019 não define limite máximo de THC para os casos estabelecidos
no parágrafo único de seu art. 4º. Contudo, é oportuno ressaltar que os produtos de
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89. Qual seria a definição de nanotecnologia utilizada na RDC? Qual parâmetro será
seguido?
Não há uma definição específica para nanotecnologia na RDC nº 327/2019. Desta
forma, aplica-se o conceito reconhecido cientificamente. A restrição com relação aos
produtos de Cannabis nanotecnológicos relaciona-se à necessidade de avaliação prévia
de segurança e eficácia desses produtos. Portanto, não se aplica a sistemática prevista
na RDC nº 327/2019, contudo, sem impedimento para que casos específicos sejam
avaliados como medicamentos, mediante solicitação de registro sanitário pelas
empresas interessadas.
90. Quais os limites de variação da concentração dos ativos THC e CBD em relação ao
rótulo? Sei que, em geral, preparações farmacêuticas tem variação de ± 10%. Como a
Cannabis não consta nas farmacopeias admitidas pela Agência, qual especificação deve
ser seguida?
Considerando que a RDC nº 327/2019 estabelece que o controle de qualidade
dos produtos de Cannabis contendo fitofármaco como ativo deve ser realizado
conforme o disposto nas normas de medicamentos específicos e que o controle de
qualidade daqueles contendo derivados vegetais como ativo deve ser realizado
conforme o disposto nas normas para medicamentos fitoterápicos, permanece a
determinação de variação máxima de ± 10% aplicadas a produtos farmacêuticos para os
produtos contendo fitofármacos e de ± 15% para derivados vegetais na forma de
fitocomplexo, conforme estabelece a IN nº 4/2014. A partir da inclusão de monografias
em farmacopeias reconhecidas pela Anvisa, por meio da RDC nº 37/2009, as
especificações nelas definidas devem ser seguidas para os produtos em
desenvolvimento e para os quais ainda houver solicitação da autorização sanitária.
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93. Em seu art. 19, inciso V, a norma prevê que para os produtos de Cannabis deverão
ser apresentados os relatórios de estudos de estabilidade para que obtenham a
Autorização Sanitária. O relatório de estabilidade a ser apresentado deve ter resultados
de no mínimo 12 meses, conforme prevê a RDC nº 318/2019?
Com relação aos relatórios de estudos de estabilidade, estes deverão ser
apresentados com os dados dos estudos de estabilidade acelerada concluídos, de longa
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94. Quantos lotes de produto acabado são necessários para os dados de estabilidade?
Um lote (com 6 - 9 meses de dados) pode ser fornecido inicialmente para a solicitação?
Como parte do controle de qualidade dos produtos de Cannabis, os relatórios com
os estudos de estabilidade a serem apresentados nas solicitações de Autorização
Sanitária deverão ser constituídos de 3 (três) lotes de produto acabado, conforme
definido na RDC nº 24/2011 e na RDC nº 26/2014. Os estudos deverão ser realizados
conforme critérios e condições definidos na RDC nº 318/2019. Para tanto, para a
solicitação de Autorização Sanitária de produto de Cannabis, no momento do protocolo,
deverão ser apresentados os relatórios de estudos de estabilidade de 3 (três) lotes de
produto acabado com os estudos de estabilidade de longa duração concluídos ou em
andamento, com resultados de no mínimo 12 (doze) meses, acompanhados de estudos
de estabilidade acelerada concluídos.
96. No caso do desenvolvimento de produtos que sejam ricos nas formas ácidas dos
canabinoides, como CBDA e THCA, serão considerados os valores de THC e CBD totais
presentes no extrato ou deverão ser identificadas e quantificadas separadamente?
Supondo que um produto apresente 5% de THCA e 0,1% de THC, ele seria prescrito por
meio de qual receita?
Neste caso, os canabinoides deverão ser identificados e quantificados
exatamente na forma que se apresentam no produto acabado, ou seja, separadamente.
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97. O art. 24, inciso IX solicita a última versão do(s) documento(s) contendo os limites
de especificação e métodos analíticos de controle de qualidade do produto. Neste caso,
é necessário o envio de laudo de controle de qualidade para submissão do pedido de
Autorização Sanitária?
O art. 24, inciso IX, solicita documento apenas com a descrição dos limites de
especificação e métodos analíticos, empregados no controle de qualidade do produto
acabado. Já o art. 24, inciso VIII, solicita relatório de controle de qualidade das matérias-
primas e produto acabado. Assim, o laudo a que a empresa se refere está incluído neste
último item (art.24, inciso VIII), devendo ser apresentado nas solicitações de Autorização
Sanitária de produtos de Cannabis.
99. Com relação ao art. 21, inciso VI, quais documentos comprovam a qualidade do
produto?
O controle de qualidade dos produtos de Cannabis deve ser realizado conforme
os arts. 26 e 27 da RDC nº 327/2019. Dessa forma, os documentos que comprovam a
qualidade do produto são os estabelecidos na RDC nº 24/2011 ou RDC nº 26/2014, a
depender do produto de Cannabis conter um fitofármaco ou um derivado vegetal,
respectivamente.
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100. Com relação ao art. 21, inciso IX (conhecimento da concentração dos principais
canabinoides presentes na formulação, dentre eles, minimamente, CBD e THC e, ser
capaz de justificar o desenvolvimento do produto de Cannabis, seja ele fitoterápico ou
fitofármaco), basta apresentar a bula do produto de cannabis?
A empresa responsável pela submissão da Autorização Sanitária do produto de
Cannabis deve possuir conhecimento da concentração dos principais canabinoides
presentes na formulação. Esse conhecimento é dado pelas análises de controle de
qualidade do produto, que, de acordo com o art. 30, devem ser realizadas em território
nacional para todos os lotes importados.
3.6 - ADEQUAÇÃO
101. Como fica a situação das empresas que não se adequarem à norma que dispõe
sobre a Autorização Sanitária de produtos de Cannabis? Elas poderão seguir importando
pelas RDC nº 17/2015 e RDC nº 66/2016? Se sim, até quando? Haverá período de
transição?
A RDC nº 335/2020 (que substituiu a RDC nº 17/2015) se refere ao procedimento
excepcional para autorização de importação por pessoa física de produtos derivados de
cannabis, de forma que não se aplica a pessoas jurídicas estabelecidas no país. Portanto,
os procedimentos previstos pela RDC nº 335/2020 permanecem vigentes nos moldes
atuais.
3.7 - IMPORTAÇÃO
102. É permitida a importação de produtos com teores acima dos estabelecidos pela
Portaria nº 344/98 para a condução de estudo clínico no país?
Sim, não há restrições relacionadas a teor para realização de pesquisas com
produtos sujeitos a controle especial. Os estudos clínicos com medicamentos devem
seguir o disposto na RDC nº 09/2015.
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107. Qual será o procedimento para precificação dos produtos à base de Cannabis?
Considerando que a Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos – CMED
tem por objetivos a adoção, implementação e coordenação de atividades relativas à
regulação econômica do mercado de medicamentos, não figura dentre as atribuições da
CMED definir preço para o produto de Cannabis de que trata a RDC nº 327/2019, eis que
não se trata de um medicamento e sim de um produto industrializado destinado à
finalidade medicinal contendo como ativos derivados vegetais ou fitofármacos da
Cannabis sativa, conforme definição trazida pela própria RDC nº 327/2019.
Sendo assim, a comercialização dos produtos de que trata a RDC nº 327/2019 não
depende de precificação prévia da CMED.
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110. Nos artigos 46 e 47 da RDC nº 327/2019 não são previstas alterações no produto
Cannabis pós Autorização Sanitária referente à mudança de especificações e métodos
analíticos do controle de qualidade de matéria-prima ativa. Neste sentido, caso seja
verificada a necessidade de alteração após Autorização Sanitária, como a empresa deve
proceder?
As mudanças no produto de Cannabis após a concessão da autorização sanitária
são aquelas descritas nos art. 46 e 47 da RDC nº 327/2019. Desta forma, para os casos
não previstos na norma, as empresas deverão se atentar para a necessidade de proceder
com nova solicitação de Autorização Sanitária (AS) do produto de Cannabis sempre que
houver mudanças em quaisquer informações prestadas por meio da solicitação de AS
inicial. Paralelamente à solicitação de nova AS, a empresa deverá proceder com a
solicitação de cancelamento da Autorização Sanitária vigente do produto.
Considerando as informações que serão apresentadas na solicitação inicial e que
a empresa deve garantir a qualidade, a estabilidade e a segurança do produto da
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Cannabis após a realização da mudança pós Autorização sanitária, ficará sob a sua
responsabilidade a avaliação quanto aos casos de mudanças de especificações e
métodos analíticos do controle de qualidade de matéria-prima ativa.
112. A Autorização Sanitária dos produtos de Cannabis, definida pela RDC nº 327/2019,
será passível de transferência de titularidade nos termos da RDC nº 102/2016?
As alterações no produto de Cannabis pós autorização sanitária são as elencadas
nos art. 46 e 47 da RDC nº 327/2019. Como não há previsão para mudanças como a
transferência de titularidade na RDC nº 327/2019, os produtos de Cannabis não serão
passíveis deste tipo de alteração. Portanto, nesses casos, deverá ser submetida nova
solicitação de Autorização Sanitária.
113. Para as alterações pós Autorização Sanitária com protocolo na Anvisa, qual será o
checklist?
Os checklist serão publicados junto a todos os demais códigos de assunto para
protocolo de solicitação e alteração da Autorização Sanitária e conterão conteúdo
semelhante ao já previsto para as mudanças aplicáveis para medicamentos.
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114. As alterações não listadas nesta RDC como por exemplo alteração do fabricante da
planta e mudanças no processo produtivo do produto acabado podem ser consideradas
de implementação imediata sem protocolo na Anvisa?
As únicas alterações possíveis para os produtos de Cannabis são as descritas na
RDC nº 327/2019. Qualquer outra alteração necessária e não prevista implica em
necessidade de cancelamento da Autorização sanitária e solicitação de nova.
115. Em que situações é necessário realizar a submissão dos dados analíticos previstos
no Art. 67 da RDC nº 327/2019?
Somente devem ser submetidos os dados analíticos referentes a produtos de
Cannabis que possuam Autorização Sanitária e sejam destinados para comercialização.
Não devem ser submetidos dados analíticos de produtos destinados à pesquisa.
116. Como devem ser submetidos os dados analíticos de produtos de Cannabis previstos
no Art. 67 da RDC nº 327/2019?
A submissão dos dados analíticos de produtos de Cannabis deve ser realizada no
sistema Solicita. Depois de realizar o cadastro e estar devidamente logado no Solicita, o
usuário deve selecionar a opção NOVO > PETIÇÃO INICIAL, selecionar o código de
assunto 70671 – Submissão de dados analíticos de produtos de Cannabis e proceder
com a submissão dos documentos solicitados nas orientações.
117. Quais documentos devem ser submetidos à Anvisa no peticionamento dos dados
analíticos previstos no Art. 67 da RDC nº 327/2019?
No peticionamento dos dados analíticos de produtos de Cannabis devem ser
submetidos os seguintes documentos por meio do Solicita:
I - Formulário de peticionamento para encaminhamento de dados analíticos de
produtos de Cannabis em extensão PDF.
Nota: Todos os campos do formulário de peticionamento são obrigatórios e
devem ser preenchidos conforme orientações fornecidas no próprio formulário para
que seja possível a gravação das informações. Para fins de validação das informações
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118. Qual o prazo para submissão dos dados analíticos previstos no Art. 67 da RDC nº
327/2019?
Os dados analíticos devem ser submetidos à Anvisa antes da disponibilização para
comercialização do produto. Em caso de indisponibilidade do sistema, os dados poderão
ser submetidos assim que o sistema se encontrar em operação normal novamente,
podendo os lotes serem comercializados enquanto perdurar a indisponibilidade.
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5 - HISTÓRICO DE EDIÇÕES
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