Resolução Estudo Dirigido 1
Resolução Estudo Dirigido 1
Resolução Estudo Dirigido 1
O modelo básico de Solow se apóia em duas equações: uma função de produção agregada; uma equação
de acumulação de capital. Para podermos calcular as produtividades marginais do capital e do trabalho
precisaremos apenas da função de produção de agregada. Dado que a forma funcional da função de
produção é uma Cobb-Douglas e que tal função também exibe retornos constantes de escala, as firmas
maximizadoras de lucro nessa economia vão resolver o seguinte problema:
𝜋 = max𝐾,𝐿 𝑝𝑌 − 𝑤𝐿 − 𝑟𝐾
em que 𝑌, 𝐾, 𝐿, 𝑟, 𝑤, 𝑝 representam, produto, capital, trabalho, aluguel por unidade de capital, salário por
unidade de trabalho e preço do produto, respectivamente, num dado período de tempo. Ademais, como
temos que 𝑌 = 𝐹 𝐾, 𝐿 = 𝐾 𝛼 𝐿1−𝛼 onde 𝛼𝜖[0,1] ,e também normalizando o preço do produto nessa
economia para a unidade podemos reescrever o problema das firmas da seguinte forma:
𝜋 = max𝐾,𝐿 𝐾 𝛼 𝐿1−𝛼 − 𝑤𝐿 − 𝑟𝐾
𝜕𝜋 𝜕𝜋
=0 = 1 − 𝛼 𝐾 𝛼 𝐿−𝛼 − 𝑤 = 0
𝜕𝐿 𝜕𝐿
𝑤 = 1 − 𝛼 𝐾 𝛼 𝐿−𝛼 ( 𝐿𝐿 )
1 − 𝛼 𝐾 𝛼 𝐿1−𝛼 𝜕𝐹
𝑤= =
𝐿 𝜕𝐿
1−𝛼 𝑌 𝜕𝐹
𝑤= =
𝐿 𝜕𝐿
1−𝛼 𝑌
𝑃𝑚𝑔𝐿 =
𝐿
Analogamente, obteremos
𝜕𝐹 𝛼𝑌
= =𝑟
𝜕𝐿 𝐾
𝛼𝑌
𝑃𝑚𝑔𝐾 =
𝐾
Portanto, diante do que foi exposto acima, podemos observar que as firmas irão contratar mão-de-obra
até o ponto em que a produtividade marginal do trabalho seja igual ao salário e alugarão capital até o
ponto em que o aluguel seja igual à produtividade marginal do capital.
Questão 2: fazer os gráficos e explicar as situações de estática comparativa discutidas
no capítulo 2 do modelo de Solow.
Primeiramente, suponha que uma determinada economia encontra-se num ponto de estado estacionário
e que por algum motivo os consumidores dessa economia passem a poupar mais de forma permanente.
Sendo assim, vamos ter que a taxa de investimento vai aumentar de s para s′ . Dito isso, a curva sy vai
ser deslocada para cima, que vai se tornar a curva s′y. Esse deslocamento vai implicar num investimento
por trabalhador maior do que o valor corrente de capital por trabalhador 𝑘 ∗ , logo teremos que vai ocorrer
um aprofundamento do capital até o ponto em que s ′ y se igualar a reta (n+d)k e o estoque de capital por
trabalhador aumenta para 𝑘 ∗∗ . Por fim, diante desse aumento do estoque de capital por trabalhador vamos
ter que o produto per capita vai ser maior, pois de acordo com a função de produção existe uma relação
positiva entre o capital por trabalhador e o produto per capita. Então, podemos concluir que a nossa
economia está mais rica após um aumento na taxa de investimento.
Agora, imagine que uma economia encontra-se no estado estacionário e que por algum motivo (e.g.
aumento da imigração) a taxa de crescimento populacional n aumenta para n’. Quando isso ocorre, vamos
ter que a reta (n+d)k torna-se mais inclinada, que vai ser a reta (n’+d)k, isso, por sua vez, vai levar a uma
situação em que, dado o valor corrente de estoque de capital por trabalhador k*, a taxa de investimento
por trabalhador é insuficiente para manter constante a razão capital-trabalho, logo vamos notar um
alargamento do capital até o ponto em que sy = (n’+d)k e teremos um menor valor de estoque de capital
por trabalhador k**. Dito isso, conforme a relação positiva entre capital por trabalhador e produto per
capita, que a nossa função produção estabelece, e diante do fato de que agora a nossa economia apresenta
um menor valor de capital por trabalhador, consequentemente, nós vamos ter um menor produto per
capita. Em suma, a nossa economia está mais pobre após um aumento na taxa de crescimento
populacional.
À luz das soluções, para o estado estacionário do modelo de Solow, dadas pelas seguintes equações:
𝑠 1 (1−𝛼)
1 𝑘∗ =
𝑛+𝑑
𝑠 𝛼 1−𝛼
(2) 𝑦∗ =
𝑛+𝑑
Onde, temos que 𝑘 ∗ , 𝑦 ∗ , 𝑠, 𝑛, 𝑑 representam capital por trabalhador no estado estacionário, produto por
trabalhador no estado estacionário, taxa de investimento/poupança, taxa de crescimento populacional,
taxa de depreciação, respectivamente. Podemos, então, a partir das equações (1) e (2) responder o porquê
de existirem regiões pobres e ricas. As regiões que têm altas taxas de investimento/poupança, ceteris
paribus, tenderão a serem mais ricas vis-à-vis regiões com baixas taxas de investimento, pois aquelas
regiões conseguem acumular mais capital por trabalhador e, consequentemente, conseguem ter um
produto por trabalhador mais elevado. Ademais, regiões que exibem altas taxas de crescimento
populacional, ceteris paribus, tendem a serem mais pobres, pois em tais economias é necessária uma
fração maior das poupanças/investimentos apenas para manter constante a razão capital-produto face ao
aumento da população (ou, no caso especifico do modelo de Solow, aumento da força de trabalho), sendo
assim tais regiões tendem a acumular menos capital por trabalhador e, por conseguinte, apresentam um
menor produto por trabalhador.