Dosimetria Da Pena

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DOSIMETRIA DA PENA

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ÍNDICE
1.  INTRODUÇÃO À DOSIMETRIA DA PENA..................................................................3

2.  VISÃO GERAL DA FIXAÇÃO DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE.................5


Primeira Fase.............................................................................................................................................................................. 5
Segunda Fase............................................................................................................................................................................. 5
Terceira Fase................................................................................................................................................................................ 5

3.  DETALHAMENTO DAS FASES.......................................................................................7


Primeira Fase...............................................................................................................................................................................7
Segunda Fase............................................................................................................................................................................. 9
Terceira Fase.............................................................................................................................................................................. 10
1.  Introdução à Dosimetria da Pena
Vamos estudar a parte do Direito Penal que se ocupa de determinar a dosagem da pena
a partir da legislação contida no Código Penal (CP) e nas leis esparsas.

Primeiramente, é necessário que nos lembremos do princípio da legalidade, uma garantia


do Direito Penal.

"" Não há pena sem prévia cominação legal


"" Decorrência 1: legalidade é igual a reserva legal mais anterioridade da lei penal.
"" Decorrência 2: praticada a infração penal, nasce o poder-dever do Estado de aplicar a pena
(monopólio estatal da aplicação de punições)

Observação: O Direito Penal dever ser aplicado única e exclusivamente


pelo Estado por ser a ultima ratio (isto é, a possibilidade de intervenção
nas vidas dos indivíduos deve ser usada apenas quando todos os outros
meios de solução do problema se esgotarem), mas há uma exceção
contida no art. 57 do Estatuto do Índio! Permite-se à tribo indígena apli-
car pena criminal em alguns casos bastante específicos.

A dosimetria é uma forma de consagrar a individualização da pena (garantida pela


Constituição Federal, no art. 5º, XLVI: “a lei regulará a individualização da pena”). Esta,
por sua vez, tem alguns requisitos:

"" Requer-se o devido processo legal


"" Princípios do contraditório e da ampla defesa: a parte deve poder contraditar todo o processo e
ter efetiva possibilidade de ampla defesa antes da fixação da pena
"" A sentença encerra o processo penal e fixa a pena

Importante: Existe, no Direito Penal, a possibilidade de transação penal


para casos de menor gravidade. Importante é lembrar que a transação
penal NÃO é pena. Tanto não é que ela é aplicada sem a ampla defesa e
o contraditório – ela é medida despenalizadora.

O mesmo ocorre com a suspensão condicional do processo, que também acontece em


crimes de menor gravidade. Para esses dois casos, não existe execução da pena – porque
não existe pena! O processo tem que seguir como se não houvesse transação penal/
suspensão.

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Neste momento, para prosseguir com a matéria, é necessário fixarmos alguns conceitos-
chave:

"" Reincidência – no Direito Penal, significa já se ter uma condenação transitada em julgado antes
da prática de novo fato (sujeita à limitação que veremos no item 5);
"" Preceito secundário do tipo – o tipo penal vem sempre acompanhado da pena cominada
abstratamente (ex: no artigo 121 caput do CP, lê-se “Pena – reclusão, de seis a vinte anos”; este é o
preceito secundário do tipo), o que é importante para que, na aplicação, o magistrado saiba quais
são os limites legais para a pena que poderá impor ao condenado no caso concreto;
"" Causas de aumento e de diminuição da pena – elas incidem na terceira fase da dosimetria da
pena, também para auxiliar o juiz. Em regra, estão na parte geral do CP. Ex: a tentativa, segundo o
art. 14, II, parágrafo único do CP, é causa de diminuição da pena, pois “pune-se a tentativa com a
pena correspondente ao crime consumado diminuída de um a dois terços”
"" Agravantes e atenuantes – não têm quantum definido na lei, não é possível saber quanto o juiz
aumentará ou diminuirá a pena. As circunstâncias são de natureza genérica, e sua definição cabe à
pessoa do julgador. Também estão previstas, em regra, na parte geral.
"" Maus antecedentes – condenações com trânsito em julgado que não servem para reincidência.
Trânsitos em julgado que tenham ocorrido a mais de 5 anos da data do novo crime cometido não
serão computados para reincidência! Só serão considerados, então, quando se for verificar o históri-
co do indivíduo para verificar possíveis maus antecedentes.

Obs. 1: o STF já entendeu que não é possível aumentar a pena por conta de
maus antecedentes, porque esta possibilidade faz que o indivíduo pague pelo
mesmo crime mais de uma vez. A pena aplicada a um crime só deveria pesar
temporariamente sobre a pessoa, não devendo ser reavivada uma vez que já
cumprida. O entendimento majoritário, no entanto, continua sendo contrário a
este.

Obs. 2: o STJ veda a utilização de inquéritos penais e ações penais em curso para
agravar pena-base (Súmula 444). Não se os consideram para maus anteceden-
tes nem para fins de reincidência.

"" Qualificadoras – são circunstâncias de natureza subjetiva ou objetiva que modificam o preceito
secundário do tipo penal.

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