Desenvolvimento de Planilha em Excel
Desenvolvimento de Planilha em Excel
Desenvolvimento de Planilha em Excel
NICOLAS TULIO
CURITIBA
2016
LUCIANO PIZZATO KASECKER
NICOLAS TULIO
CURITIBA
2016
“ De erro em erro, vai-se descobrindo toda a verdade. ”
Sigmund Freud.
RESUMO
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 9
2. OBJETIVOS .......................................................................................................... 11
3. JUSTIFICATIVA .................................................................................................... 11
4.5. RECALQUE........................................................................................................ 25
7. CONCLUSÃO........................................................................................................ 45
9. ANEXOS ............................................................................................................... 50
1. INTRODUÇÃO
2. OBJETIVOS
Calcular o recalque de uma estaca isolada pelo método de Aoki (2010) pela
planilha em Excel.
3. JUSTIFICATIVA
4. REFERENCIAL TEÓRICO
O cálculo da capacidade de carga de uma estaca pode ser feito por meio de
dois métodos semi-empíricos:
Onde:
𝑃𝑃𝑃𝑃 : parcela da carga de ruptura resistida pela ponta da estaca (capacidade de carga
de ponta);
16
e,
Onde:
𝑞𝑞𝑝𝑝
𝑟𝑟𝑃𝑃 = ; 𝑞𝑞𝑝𝑝 = 𝑘𝑘 ∗ 𝑁𝑁𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆
𝐹𝐹1
17
E,
𝛼𝛼 ∗ 𝑘𝑘 ∗ 𝑁𝑁𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆
𝑟𝑟𝐿𝐿 =
𝐹𝐹2
Onde:
𝑁𝑁𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆 : valor da resistência à penetração dinâmica obtida nos ensaios SPT na região da
ponta;
Tipo de estaca F1 F2
Franki 2,5 5,0
Pré-moldadas 1,75 3,7
Escavadas 3,0 6,0
Tabela 2 – Valores dos coeficientes F1 e F2 propostos por Aoki e Velloso FONTE: ALONSO,1983
𝑟𝑟𝑃𝑃 = 𝛼𝛼 ∗ 𝐾𝐾 ∗ 𝑁𝑁𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆
E,
𝑁𝑁𝑚𝑚
𝑟𝑟𝐿𝐿 = 𝛽𝛽 ∗ 10 � + 1�
3
Onde:
𝐾𝐾: coeficiente que relaciona a resistência de ponta com o valor de NP, dado na Tabela
4.12;
𝑁𝑁𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆 : média dos valores de 𝑁𝑁𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆 na ponta da estaca, imediatamente acima e abaixo;
𝑁𝑁𝑚𝑚 : média de valores 𝑁𝑁𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆 atuantes nas camadas de solo em que a estaca atua.
19
𝑃𝑃𝑅𝑅
⎧ ⎫
⎪ 2,0 ⎪
⎪ 𝑃𝑃𝑃𝑃 𝑃𝑃𝑃𝑃 ⎪
+
𝑃𝑃� ≤ 4,0 1,3
⎨ 𝑃𝑃 ⎬
𝐿𝐿
⎪ (𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃 𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒 𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒)⎪
⎪0,8 ⎪
⎩ 𝑃𝑃𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒 ⎭
4.4. ESTAQUEAMENTO
𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃
𝑁𝑁 =
𝑃𝑃𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎
21
Onde:
A distribuição das estacas deve ser feita, sempre que possível, em torno do
centro de carga do pilar e de acordo com os blocos padronizados apresentados na
Figura 3.
22
a) O espaçamento mínimo entre estacas deve ser respeitado entre eixos das
estacas do mesmo estaqueamento
23
d) No caso de blocos com duas estacas para dois pilares, deve-se evitar a posição
da estaca embaixo dos pilares:
Onde:
4.5. RECALQUE
Para o cálculo da primeira parcela deve ser feito o gráfico de carga normal
atuante na estaca conforme a figura 8.
27
Figura 8 Diagrama de carga normal gerado automaticamente pela planilha. FONTE: Os autores.
1
𝜌𝜌𝑒𝑒 ′ = ���� ∗ ∆𝑧𝑧)
∗ ∑(𝑁𝑁𝑁𝑁
𝐸𝐸𝐸𝐸 ∗ 𝐴𝐴0
Onde:
∆𝜎𝜎 ∗ 𝐻𝐻0
𝜌𝜌𝑒𝑒 ′′ =
𝐸𝐸𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆
Onde:
29
O recalque total estimado pelo método de Aoki (2010) se dá pela soma das
duas parcelas obtidas anteriormente (𝜌𝜌𝜌𝜌′) e (𝜌𝜌𝜌𝜌′′):
𝜌𝜌 = 𝜌𝜌𝑒𝑒 ′ + 𝜌𝜌𝜌𝜌′′
∆𝜎𝜎 ∗ 𝐻𝐻0
𝜌𝜌𝑒𝑒 =
𝐸𝐸𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆
Onde:
Figura 10 Modelo de cálculo da estimativa do recalque pelo método do radier fictício NBR6122/2010
FONTE: NBR6122. Adaptado: Os autores.
31
5. MATERIAIS E METODOLOGIA
Para o início dos cálculos de uma fundação profunda alguns dados devem ser
colhidos em campo para se ter conhecimento dos tipos de solo e resistência dos
mesmos em que a estrutura será construída. Para a coleta destas informações, o
método mais utilizado é o ensaio SPT (Standard Penetration Test). Com este ensaio
é possível saber especificamente os tipos de solo, o número Nspt de cada camada e
onde se encontra o nível da água ou lençol freático.
Por fim, o efeito de grupo. Para este cálculo, considera-se uma radier fictício de
mesmo formato do grupo, que será assentado a uma profundidade acima da ponta
das estacas igual a um terço do comprimento de penetração na camada de suporte,
ou seja, desprezando o solo mole acima, segundo a NBR 6122/2010.
33
Nspt deve ser inserido em cotas métricas inteiras, informando o seu valor
coletado em campo e o tipo de solo. Características da estaca conforme o projeto
estrutural. Uma lista disponibilizará os tipos de estaca suportados pela planilha, sua
geometria deve ser especificada em seguida e seu comprimento informado em cota
métrica inteira. O espaçamento mínimo será calculado automaticamente e o valor
deste poderá ser alterado pelo usuário caso seja necessário.
Figura 14 Demonstração de planilha auxiliar para cálculo de resistência de ponta. FONTE: Os autores.
36
Figura 15 Demonstração de planilha auxiliar para obtenção da resistência lateral. FONTE: Os autores.
Figura 18 Região 4, exemplo de demonstração da disposição das estacas no bloco de coroamento com
sua respectiva carga. FONTE: Os autores.
Por fim, em uma nova aba da planilha alguns dados mais específicos podem
ser visualizados pelo usuário, como o diagrama de carga normal em cada estaca
solicitada e o diagrama representativo do efeito de grupo. Segue um exemplo.
Figura 19 Exemplo de diagrama de carga normal de uma estaca do bloco de coroamento. Fonte: Os
Autores.
39
O caso de obra utilizado neste, possui uma fundação em estacas tipo pré-
moldada cravada. A edificação possui 4 pavimentos e 40 pilares.
Figura 21 Locação dos pilares analisados. FONTE: Russo Neto 2005. Adaptado: Os
autores.
Figura 22 Resumo das características dos pilares analisados. Fonte: Russo Neto
(2005); adaptado: Os Autores.
42
Análise do P26:
Análise do P38:
7. CONCLUSÃO
carga pelo método de Aoki & Velloso (1975) e pelo método de Décourt & Quaresma
(1978), cálculo do estaqueamento e carga específica em cada estaca do bloco de
coroamento. Ademais, a inserção de dados é simples e intuitiva.
Neste sentido, conclui-se que calcular os recalques tanto pelo método do radier
fictício da NBR6122/2010 quanto pelo método de Aoki (2010), é possível se aproximar
muito do real, embora algumas divergências ainda possam ser observadas com o que
realmente acontece in loco. Sendo assim, todos os objetivos propostos para este
estudo foram alcançados.
8. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AOKI, N.; CINTRA, J. C. A. Fundações por estacas projeto geotécnico. Editora Oficina
de Textos, 2010.
CINTRA, José Carlos A.; AOKI, Nelson. Fundações por estacas: projeto geotécnico.
1. ed. São Paulo: Oficina de Textos, 2010.
TERZAGHI, K.; PECK, R. B. Sail mechanics in engineering practice. New York: John
Wiley & Sons, 1948.
49
9. ANEXOS
51
Seja
uma estaca qualquer, de comprimento L, embutida no terreno, e com a
sua base distante C da profundidade em que se encontra a superfície do indeslocável,
como representada na Fig.25 (a superfície do indeslocável, abaixo da qual podemos
desprezar as deformações decorrentes das cargas aplicadas ao maciço, é
determinada pelo topo rochoso ou o topo da camada de solo tão rígida que possa ser
considerada "indeformável"). A aplicação de uma carga vertical P na cabeça dessa
estaca provocará dois tipos de deformações¹.
___________________
¹ A variação de distância entre dois pontos quaisquer de um corpo constitui uma deformação. O deslocamento de
um ponto é a mudança de sua posição em relação a um sistema fixo de referência. Recalque de um ponto da
estrutura é o seu deslocamento vertical, de cima para baixo. Para monitorar os recalques de pontos da estrutura,
em geral nos pilares ao nível do terreno, transportamos a referência fixa (superfície rochosa ou camada suposta
indeformável) para a superfície do terreno, por meio da execução dos chamados benchmarks.
53
𝐿𝐿 − 𝑝𝑝𝑒𝑒
𝐶𝐶 − 𝜌𝜌𝑠𝑠
𝜌𝜌 = 𝜌𝜌𝑒𝑒 + 𝜌𝜌𝑠𝑠
Todo o atrito lateral (RL) esteja mobilizado; e a reação mobilizada na ponta (𝑃𝑃𝑝𝑝 ), que
é inferior à resistência de ponta na ruptura (𝑅𝑅𝑝𝑝), seja o suficiente para o equilíbrio das
forças:
𝑅𝑅𝐿𝐿1
𝑃𝑃1 = 𝑃𝑃 −
2
𝑅𝑅𝐿𝐿2
𝑃𝑃2 = 𝑃𝑃 − 𝑅𝑅𝐿𝐿1 −
2
𝑅𝑅𝐿𝐿3
𝑃𝑃3 = 𝑃𝑃 − 𝑅𝑅𝐿𝐿1 − 𝑅𝑅𝐿𝐿2 −
2
1
𝜌𝜌𝑒𝑒 = ∗ ∑(𝑃𝑃𝑖𝑖 ∗ 𝐿𝐿𝑖𝑖 )
𝐴𝐴 ∗ 𝐸𝐸𝐸𝐸
Para o aço, temos E = 210 GPa, enquanto para a madeira, podemos citar apenas a
ordem de grandeza: E = 10 GPa.
56
Pelo princípio da ação e reação, à estaca aplica cargas 𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅 ao solo, ao longo do
contato com o fuste, e transmite a carga 𝑃𝑃𝑃𝑃 ao solo situado junto à sua base. Devido
a esse carregamento, as camadas situadas entre a base da estaca e a superfície do
indeslocável sofrem deformações que resultam no recalque (𝜌𝜌𝑠𝑠 ) do solo e, portanto,
da base da estaca, conforme esquematizado na Fig. 27.
De acordo com Vesic (1975), esse deslocamento (𝜌𝜌𝑆𝑆 ) pode ser subdividido em duas
parcelas:
em que 𝜌𝜌𝑠𝑠,𝑝𝑝 é o recalque devido à reação de ponta e 𝜌𝜌𝑠𝑠,𝑙𝑙 é a parcela relativa à reação
às cargas laterais.
Sendo;
H= Camada compressível.
4𝑃𝑃𝑝𝑝
∆𝜎𝜎𝑝𝑝 =
𝐻𝐻 2
𝜋𝜋 �𝐷𝐷 + ℎ + 2 �
58
em que D é o diâmetro da base da estaca. Para uma base quadrada, teríamos uma
expressão similar.
Figura 29 Propagação de tensões devido às cargas laterais FONTE: AOKI, 2010, p.58.
4𝑅𝑅𝐿𝐿𝐿𝐿
∆𝜎𝜎𝑖𝑖 =
𝐻𝐻 2
𝜋𝜋 �𝐷𝐷 + ℎ + 2 �
59
Assim, levando em conta todas as parcelas 𝑅𝑅𝐿𝐿𝐿𝐿 mais a força 𝑃𝑃𝑃𝑃, o acréscimo total de
tensões ∆𝜎𝜎 na camada será dado por:
∆𝜎𝜎
𝜌𝜌𝑠𝑠 = ∑ � 𝐻𝐻�
𝐸𝐸𝑠𝑠
em que 𝐸𝐸𝑆𝑆 é o módulo de deformabilidade da camada de solo, cujo valor pode ser
obtido pela expressão a seguir, adaptada de Janbu (1963):
𝜎𝜎𝑂𝑂 + ∆𝜎𝜎 𝑛𝑛
𝐸𝐸𝑆𝑆 = 𝐸𝐸𝑂𝑂 � �
𝜎𝜎0
em que:
n - Expoente que depende da natureza do solo: n=0,5 para materiais granulares e n=0
para argilas duras e rijas (em areia, temos o aumento do módulo de deformabilidade
em função do acréscimo de tensões, o que não ocorre nas argilas).
60
𝐸𝐸0 = 𝛼𝛼𝛼𝛼𝑁𝑁𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆
Van Der Veen (1979) propõe uma metodologia para a previsão da curva carga x
𝑃𝑃 = 𝑅𝑅(1 − 𝑒𝑒 −𝑎𝑎∗𝑝𝑝 )
𝑃𝑃 ≤ 𝑃𝑃𝑃𝑃/2
𝑃𝑃
𝑎𝑎 = − ln �1 − � / 𝜌𝜌
𝑃𝑃𝑃𝑃
a) Segundo a NBR6122/2010:
Efeito de grupo
Essas considerações não são válidas para blocos apoiados em fundações profundas
com elementos inclinados.
Em particular deve ser feita uma verificação de recalques, que são mais importantes
quando houver uma camada compressível abaixo da camada onde se apoia a ponta
das estacas ou bases dos tubulões.
GRUPO DE ESTACAS
Figura 31 Massa de solo mobilizada pelo carregamento (a) de uma estaca isolada
e (b) de um grupo de estacas FONTE: VELLOSO & LOPES, 2011, p.427.
Os grupos são uma decorrência (a) de cargas elevadas nos pilares em relação a carga
de trabalho das estacas disponíveis ou (b) de esforços nas fundações, tais que a
utilização de um grupo de estacas inclinadas ou em cavaletes oferece uma melhor
maneira de absorver os esforços.
Figura 32 Esquema de cálculo pelo radie fictício, com sugestões para a profundidade do radier FONTE:
VELLOSO & LOPES, 2011, p.428.
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