Trabalho de Fim Do Curso para Obtenção Do Grau de Licenciatura em Economia
Trabalho de Fim Do Curso para Obtenção Do Grau de Licenciatura em Economia
Trabalho de Fim Do Curso para Obtenção Do Grau de Licenciatura em Economia
Huambo, 2018
DEPARTAMENTO DE ENSINO E INVESTIGAÇÃO DE ECONOMIA
Huambo, 2018
Ninguém irá lhe causar mal
sem o seu consentimento,
você só será atingido quando vier a pensar
que está sendo prejudicado. (Autor desconhecido)
i
Agradecimentos
Agradeço à Deus protetor, pois permitiu em meio de tantas dificuldades concluir com
a minha formação, a todos que de uma forma ou de outra contribuíram para a formação
da pessoa que me tornei hoje.
i
Sumário
1 Fundamentação teórica 4
1.1 Evolução teórica da função consumo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1.2 A teoria de consumo Keynesiana . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
1.2.1 Hipótes básicas do modelo de Keynes . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
1.2.2 Renda total ou renda disponível? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
1.2.3 A especificação do modelo econométrico da função consumo de Keynes 11
1.3 A teoria de consumo de Milton Fridman . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
1.4 A teoria de consumo de Ando e Franco Modigliani . . . . . . . . . . . . . . 14
1.5 Antecedentes históricos da econometria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
1.6 Os primeiros percursores da ciência econométrica e seus contributos . . . . 18
1.6.1 Ragner Frisch e os seus contributos à ciência econométrica . . . . . 18
1.6.2 Jan Tinbergen e os seus contributos à ciência econométrica . . . . . 19
1.7 A metodologia econométrica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
1.8 Os modelos econométricos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
1.9 Modelo estático . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
1.9.1 O modelo de regressão linear - A natureza do termo regressão . . . 24
1.9.2 Relação estatística versos determinística . . . . . . . . . . . . . . . 24
1.9.3 Terminologia e notação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
1.9.4 Análise de regressão linear . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
1.9.5 O significado do termo linear . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
1.9.6 O significado do termo erro estocástico . . . . . . . . . . . . . . . . 27
1.9.7 A função de regressão amostral (FRA) . . . . . . . . . . . . . . . . 28
1.10 Modelos de defasagens distribuídas finitas . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
1.10.1 Modelos estacionários . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
ii
2 Metodologia 34
2.1 Especificação do modelo e tratamento econométrico . . . . . . . . . . . . . 35
2.2 Fiabilidade dos dados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
2.3 A especificação da técnica utilizada - o método dos mínimos quadrados
ordinários . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
2.4 Propriedades dos estimadores de mínimos quadrados dos coeficientes de
regressão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
2.4.1 Centricidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
2.4.2 Eficiência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
2.4.3 Consistência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
2.5 Hipóteses do modelo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
2.6 Técnicas utilizadas para testar as hipóteses . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
2.6.1 O teste RESET . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
2.6.2 O teste de White . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
Limitações 57
Conclusões 58
Recomendações 60
Anexos 65
iii
Lista de Tabelas
iv
Lista de Figuras
v
Lista de abreviaturas
vi
Resumo
A função consumo de Keynes, é em si, uma função económica com carácter mate-
mático que expressa o consumo das famílias; foi desenvolvida por John Maynard Keynes
na sua magna obra publicada pela primeira vez em 1936. Sendo esta função ideal para
calcular o consumo privado de uma economia, em que integram o consumo autónomo e o
consumo induzido pelo rendimento. Este trabalho procurou tratar econometricamente o
modelo de consumo proposto por Keynes, estudando o comportamento do consumo das
famílias angolanas no período entre 1984 − 2016. Os dados utilizados foram retirados da
informação disponibilizada pelo Banco Mundial, através do blog The Global Economy,
com o auxílio do softaware de tratamento econometrico gretl foi possível aplicando a téc-
nica dos mínimos quadrados ordinários que permitiu obter as estimativas que expressam
a natureza do consumo das famílias no período em análise.
vii
Introdução
1
Finalmente fez-se uma comparação entre os dados estimados e a teoria económica
utilizada para a formulação do modelo, na tentativa de verificar a significância económica
das estimativas.
Situação problemática
Objectivos
Objectivo Geral
Objectivos Específicos
2
Estrutura do trabalho
3
Capítulo 1
Fundamentação teórica
4
A partir de um modelo bastante simples proposto por Keynes, a função consumo tem
sido sujeita a sucessivas melhorias e adaptações a lógicas teóricas alternativas [Martins, 2016].
Para os clássicos, o nível de consumo era o resultado da optimização intertemporal
levada a cabo pelos agentes económicos que, dado o fluxo de rendimentos esperados,
escolheriam o plano óptimo de consumo e de poupança, por forma a maximizarem a
sua utilidade ao longo do horizonte temporal do seu plano. Neste quadro de ideias, em
que, no curto prazo se considerava o rendimento fixo no seu nível de pleno emprego, o
papel mais importante era no entanto determinado pela taxa de juro, que representava
o preço do consumo corrente relactivamente ao consumo futuro. A taxa de juro, era
assim considerada como sendo a principal determinante da repartição do rendimento
entre consumo e poupança [Silva, 2013].
Só com a publicação da “Teoria Geral do Juro do Emprego e da Moeda”, o estudo
da relação consumo-rendimento adquire o papel de grande relevo que hoje desempenha
na macroeconomia. Sendo keynes o primeiro autor a reconhecer a possibilidade de as
economias permanecerem por longos períodos em equilíbrio abaixo do pleno emprego, é
naturalmente o primeiro, a poder considerar o rendimento como uma variável importante
na determinação do consumo e a poder descortinar a interdependência entre o consumo
e o rendimento. A relação consumo-rendimento, torna-se assim o veículo de todas as
políticas de controlo da procura agregada, sendo portanto, a chave para obtenção do
pleno emprego, devido ao facto, de um aumento no rendimento, provocar um aumento
nas despesas de consumo e como tal, significar continuados estímulos na procura agregada
[Silva, 2013].
De acordo com a teoria Keynesiana, a taxa de juro tem apenas uma influência secun-
dária e não importante na determinação do consumo.
C = f (Yd ). (1.1)
5
Analiticamente a função consumo de Keynes é escrita da seguinte forma:
C = β1 + β2 Y d (1.2)
,
em que β1 e β2 são parâmetros desconhecidos e representam o consumo autónomo,
isto é, o consumo que é independente do rendimento. Em termos económicos representa o
consumo mínimo de subsistência da economia e apresenta valores positivos e diferentes de
zero e é estável no curto prazo. O montante do consumo autónomo, por si só, não permite
inferir sobre o grau de desenvolvimento da economia, a interpretação de sua estimativa é
feita em duas perspectivas:
6
1.2.1 Hipótes básicas do modelo de Keynes
dC
1> >0 (1.3)
dY
2. Na sua teoria, Keynes afirma que o consumo depende essencialmente da renda. A
taxa de juros, que, segundo os clássicos, estimularia a poupança em prejuízo do consumo
teria para Keynes uma importância secundária.
O valor da propensão marginal a consumir é interpretável por si só, no entanto, quanto
mais desenvolvida for uma economia menor tenderá a ser o montante desse parâmetro e
quanto menos desenvolvida for uma dada economia maior tenderá a ser a estimativa desse
parâmetro. As estimativas da propensão marginal a consumir tomam valores entre 0 e 1,
embora que diversos estudos empíricos tem mostrado que o valor desse parâmetro se situa
no intervalo entre 60% e 90%. Assim, São consideradas economias menos desenvolvidas
àquelas que tiverem valores da propensão marginal a consumir próximos de 90%, e para
economias mais desenvolvidas essas estimativas tendem para valores próximos de 60%
[Sotomayor, 2012].
A comparação da propensão marginal a consumir pode ser feita em duas vias:
7
mia mais desenvolvida será a que apresentar um valor mais baixo dessa estimativa
[Sotomayor, 2012].
• A fim de constituir uma reserva para fazer face a contingências imprevistas, isto é,
o motivo precaucional;
• A fim de preparar-se para uma relação futura prevista entre a renda e as necessidades
do indivíduo e sua família, diferente da que existe no momento, como por exemplo
no que diz respeito à velhice, à educação dos filhos ou ao sustento das pessoas
dependentes, isto é, o motivo ciclo da vida;
8
• A fim de desfrutar de um gasto progressivamente crescente, satisfazendo a um ins-
tinto normal que leva os homens a encarar a perspectiva de um nível de vida que
melhore gradualmente, de preferência ao contrário, mesmo que a capacidade de
satisfação tenda a diminuir, isto é, o motivo melhoria;
• A fim de satisfazer a avareza pura, ou seja, inibir-se de modo irracional, mas persis-
tente, de realizar qualquer ato de despesa como tal, isto é, o motivo avareza.
C
P MC = + c < 0, (1.4)
Yd
em que P M C representa a propensão média a consumir e C representa o consumo autó-
nomo.
Os resultados dos estudos de Keynes levantaram muitas questões. Se, por um lado, se
tornou evidente a relação entre consumo e renda, por outro lado desde cedo, se reconheceu
a necessidade de considerar o papel de outras variáveis consideradas fixas na análise
Keynesiana de curto prazo.
A aceitação do modelo de Keynes não proporcional entre consumo e renda, levou os
economistas a acreditarem na possibilidade de um estancamento da economia, já que, à
9
medida que ela crescesse o consumo diminuiria [Martins, 2016].
Este pressuposto foi refutado quando Kuznets, em 1946, analisou a evolução da propen-
são média a consumir através de dados de séries temporais para a economia dos Estados
Unidos, onde constatou os seguintes factos estilizados:
(i) Para longos períodos, a relação consumo-rendimento é estável, ou seja, não apre-
senta nenhuma tendência ao aumentar ou diminuir;
(ii) Ao longo de flutuações de curto prazo do nível de emprego e de renda, a relação
consumo-rendimento cai, quando a economia se expande, ou aumenta quando a economia
se contrai, isto é, a propensão marginal a consumir é contra cíclica.
Entretanto, a função consumo Keynesiana é incapaz de reproduzir tais efeitos de
Kuznets simultaneamente [Oreiro, 2003]:
Se for admitida a hipótese de que C = β2 Yd , com β1 = 0, a função consumo Keynesiana
só reproduz o primeiro facto.
Se for admitida a hipótese de que C = β1 + β2 Yd , em que (β1 6= 0), a função consumo
Keynesiana só reproduz o segundo facto.
O estudo feito por Kuznets, veio por em causa a formulação Keynesiana da função
consumo. Uma solução a este impasse, foi a conclusão de que a proposta Keynesiana
seria válida apenas no curto prazo, como conferiam as estimações com dados de séries
temporais e de períodos curtos. Já no longo prazo, a especificação que responderia ao
facto da P M C ser constante e igual à P mgc seria uma relação proporcional entre consumo
e renda dada pela especificação:
C t = c∗ Y t (1.5)
10
nível de rendimento mais elevado já atingido [Vieira, 2004].
Logo, a irreversibilidade dos padrões de consumo é a hipótese chave para explicar,
tanto a variabilidade no curto prazo da propensão média a consumir, como a sua estabi-
lidade quando se consideram períodos mais longos [Vieira, 2004].
Foi através das controvérsias existentes entre as especificações de curto e as de longo
prazo, sugeridas através da proposta Keynesiana, que outros autores procuram explicar
a existência das duas funções [Martins, 2016].
Y = Yd + T − T r, (1.6)
11
1.2.3 A especificação do modelo econométrico da função con-
sumo de Keynes
C t = β1 + β2 Y t + µt . (1.7)
12
muitas vezes, de procedimentos de estimação ou de agregação ( como o que acontece por
exemplo com o rendimento nacional, com a taxa de inflação, com o nível de desemprego
assim como com as despesas de consumo das famílias ou das despesas de consumo como
um todo) que não garantem uma medição exata.
Da qualidade da informação estatística produzida espera-se que os erros sejam mera-
mente casuais; se uma estatística for tal que consistentemente subavalie ou sobre-avalie a
grandeza que se pretende medir, estar-se em presença de um erro sistemático e não apenas
aleatório [Mendes de Oliveira et al., 2011].
Devido algumas insuficiências no modelo apresentado por Keynes, outros estudos fo-
ram desenvolvidos, na tentativa de se conseguir um modelo que tentasse agregar todas
variáveis importantes na determinação do consumo. Seguem-se assim outras duas teorias
importantes de consumo.
13
Ct = C.Y P. (1.8)
No longo prazo, Friedman admite que a renda corrente se iguala a renda permanente
que por sua vez define-se como uma média ponderada das rendas passadas. A função
consumo seria então:
ct = k.Y P, (1.11)
Y P = λYt + λ(1 − λ)Yt−1 + λ(1 − λ)2 Yt−2 + ... + λ(1 − λ)n Yt−n , (1.12)
que indica que o peso das rendas mais distantes são cada vez menor.
14
objectivo natural dos consumidores será o de obter um fluxo de consumo estável quanto
possível.
A hipótese principal desenvolvida pelos autores é de que uma pessoa tem uma renda
relactivamente muito baixa no início da sua vida, uma vez que o indivíduo começa a ter
as suas primeiras experiências no mercado de trabalho e no entanto não é tão produtivo,
a sua renda chega a atingir o seu máximo no meio de sua existência voltando a ter níveis
mais baixos no começo da velhice.
A figura apresentada por [Martins, 2016] caracteriza os diversos estágios do ciclo de
vida de um consumidor:
1. O primeiro estágio agrupa toda a juventude que ainda não está inserida no mercado
de trabalho, o que torna a renda desses indivíduos relactivamente baixa levando-os
a se endividarem porque sabem que obterão rendas mais elevadas no futuro;
2. O segundo estágio referente à meia idade, a renda dos indivíduos atinge o ponto
mais alto e os indivíduos pagam as dívidas contraídas no primeiro estágio alem de
pouparem para a velhice.
3. No último estágio a renda tende para zero e os indivíduos utilizam toda a sua
poupança para as suas despesas de consumo.
O gráfico a cima apresentado mostra que o consumidor médio tem um fluxo de rendi-
mentos do trabalho crescente ao longo da sua vida activa, durante a qual deverá acumular
os meios que lhe permitem manter o seu padrão de consumo durante o período de reforma,
15
em que o seu rendimento do trabalho é nulo. Os autores admitem, que o consumidor típico
não recebe nem lega heranças significativas, pelo que, o único motivo para acumulação de
riqueza é o desejo de manutenção do padrão de consumo no período de reforma.
A forma de conciliar um fluxo estável de consumo com um fluxo irregular de rendi-
mentos do trabalho, passa então, pela consideração de um mercado de capitais. Supõe-se
que os indivíduos poderão contrair empréstimos nos períodos em que eles julgam os seus
rendimentos muito baixo para a manutenção das suas despesas de consumo no nível em
que eles julgam ser apropriado. E para aqueles períodos em que o nível de rendimento
é superior ao nível de consumo, o excedente (a poupança) é investido no mercado de
capitais. Deste modo, os agentes económicos não são restringidos na sua acção pelo ren-
dimento disponível num dado período, mas sim pelo valor actualizado dos recursos que
esperam obter ao longo da sua vida activa [Martins, 2016].
Sendo assim, as flutuações da renda corrente teriam impacto unicamente sobre a pou-
pança dos indivíduos e não sobre a sua decisão de consumo [Oreiro, 2003].
Vê-se, pois, a forma como os autores encaram o problema do consumidor, se distancia
muito da abordagem de Keynes, na medida em que, admitindo a possibilidade do recurso
ao crédito quase ilimitado, o indivíduo passa a basear as suas decisões de consumo num
conceito mais amplo de recursos disponíveis, ao mesmo tempo que se volta a colocar o
problema num ambiente de longo prazo.
À luz da hipótese do ciclo de vida a variável fulcral da “propensão marginal a consumir”
é remetida para um papel secundário, considerando assim, a taxa de juro como a variável
que assume um papel preponderante na determinação do consumo, uma vez que dela
depende o valor dos rendimentos actualizado esperados ao longo da vida, bem como a
relação entre esta grandeza e o consumo.
16
para a mensuração dos agregados económicos que é a estatística económica. A econome-
tria preocupa-se simplesmente em procurar saber como é que as variáveis económicas se
relacionam entre si. A econometria divide-se em duas partes, a econometria teórica e a
econometria aplicada.
Segundo o dicionário de economia de [Sandroni, 1987], a econometria é o ramo da eco-
nomia que cuida do estabelecimento de leis quantitativas para os fenómenos económicos.
O autor, argumenta ainda que a econometria visa apenas analisar os dados económicos
fornecidos pela estatística, mediante a aplicação de métodos matemáticos.
Para Wooldridje (2006), a econometria é uma disciplina baseada em um conjunto de
métodos estatísticos , com vista a estimar as relações entre variáveis económicas, testar
teorias, avaliar e implementar políticas de governação e de negócios.
Para Tintner, citado por Gujarat (2011), a econometria consiste na aplicação da esta-
tística matemática a dados económicos para dar suporte empírico aos modelos formulados
pela economia matemática e obter resultados numéricos [Gujarati, 2011].
A definição de econometria proposta pelo economista Goldberger, sugere que a econo-
metria não é uma disciplina separada, o autor considera a econometria como uma "ciência
social em que as ferramentas da teoria económica, da matemática e da inferência estatís-
tica são aplicadas à análise de fenómenos económicos"[Goldberger, 1991].
As definições acima apresentadas, mostram que a econometria tem como disciplinas
auxiliares, a economia que dá as bases para a especificação dos modelos estudados e inter-
pretação dos resultados obtidos a partir da estimação do modelo, a matemática económica
que se preocupa em formular os modelos económicos com base na teoria económica e a esta-
tística económica que está voltada para a coleta, processamento e apresentação dos dados
económicos apresentados normalmente em formas de gráficos e tabelas [Gujarati, 2011].
A disciplina tem assim como principais objectivos, auxiliar o governo na tomada de de-
cisões através da construção e estimação com base em métodos próprios de modelos que
consigam prever possíveis variações sobre determinada variável dada a implementação de
uma política; e testar teorias económicas.
A econometria surge na necessidade de dar uma base sólida à ciência económica, da
mesma forma que as ciências naturais. Antes do surgimento da econometria, utilizava-se
a estatística para a mensuração das actividades económicas, mas no entanto, esta não
supria uma necessidade e que se consubstancia como um dos objectivos principais da eco-
17
nomia, o de estabelecer a relação entre as variáveis económicas de tal forma que podia
ser utilizada, primeiro para testar teorias e segundo, na definição de políticas económicas
através da manipulação de um conjunto de variáveis explicativas com vista a se atingirem
os valores desejados ou pretendidos pela variável explicada. Além da insuficiência que os
métodos estatísticos utilizados na época mostravam, um outro grande problema é que os
modelos utilizados para a mensuração das variáveis económicas não previam o caracter
aleatório que as variáveis económicas deveriam tomar em função dos ciclos económicos
verificados. Muitos autores como Ragner Frischer e Jan Tinbergen estavam insatisfeitos
com os métodos estatísticos utilizados na época nesse sentido, estes autores "desenvolve-
ram uma nova abordagem de se tratar a economia, a estatística e matemática, e acima
de tudo dar uma base sólida na teoria a essa abordagem, que se tornaria na econometria
compacta que é hoje conhecida"[de Almeida, 2014].
18
“O trabalho de Frisch é considerado uma das melhores contribuições à econometria,
por ter feito uma união entre economia, matemática e estatística"[de Almeida, 2014]. Nos
seus estudos, o autor utilizou dados hipotéticos em vez de dados reais para a comprovação
da consistência do modelo por si formulado, pois, o autor estava mais interessado em
trabalhar em metodologias e métodos de econometria, deixando a sua aplicação para os
outros autores [de Almeida, 2014].
Tinbergen foi um físico e seu interesse em estudar economia deveu-se ao facto dele
considerar que seria mais útil à sociedade trabalhando como economista do que como
físico, sua maior preocupação era resolver os problemas do desemprego e da pobreza.
Tinbergen foi o primeiro economista a utilizar o termo modelo para designar o produto
especificamente matemático de uma pesquisa empírica em economia [de Almeida, 2014].
Assim como Frisch, Tinbergen também estava insatisfeito com as abordagens estatís-
ticas apresentadas pelos seus antecessores. Um dos objectivos de Tinbergen consistia em
melhorar os modelos estatísticos formulados pelos seus antecessores, segundo o autor, o
desenvolvimento da economia estava tão atrasado que não era possível utilizar a ciência
económica para formulação de políticas, já que para o autor a economia tinha como objec-
tivo dar suporte as decisões políticas-económicas por meio da formulação e quantificação
da relação entre as variáveis económicas [de Almeida, 2014].
A pesar de o termo ’oekonometrie’ ter sido utilizado pela primeira vez em 1910, pelo
economista polonês Pawel Ciompa, o autor referia-se a aplicação da estatística descritiva
em economia. O termo econometria para designar a econometria como é vista nos dias
de hoje, foi elaborado por Ragnar Frisch, um dos fundadores da econometria, e por acaso
o mesmo autor que elaborou os termos macroeconomia e microeconomia.
19
1. Exposição da teoria ou hipótese;
Todo modelo econométrico tem como base a especificação de uma determinada teoria
económica, é a teoria económica que nos fornece informações sobre a dependência
de uma determinada variável explicada à uma ou mais variáveis explicativas. É
também graças a teoria que o modelador possa confrontar os resultados obtidos por
meio da estimação com as informações dadas pela teoria. Por exemplo, os modelos
de procura especificam que existe uma relação inversa entre a quantidade procurada
de um bem e o preço desse mesmo bem, ou seja, um aumento no preço por exemplo
do bem y, induz a uma redução na quantidade demandada do bem y. Assim a com
base no resultado da estimação, pode-se confrontar se tais resultados obtidos vão de
acordo com a teoria especificada.
Qx = β1 − β2 .Px , (1.13)
20
dada do produto) designada termo de perturbação ou distúrbio (µ). É uma variável
aleatória ou estocástica que tem propriedades estatísticas conhecidas.
Para que se faça qualquer estudo econométrico, o pesquisador precisa ter à sua dispo-
sição um conjunto de dados das variáveis selecionadas no modelo que lhe permitirão
fazer os estudos desejados. O sucesso de qualquer análise econométrica, depende
em última instância da disponibilidade de dados adequados[Gujarati, 2011]. No en-
tanto, é necessário analisar minuciosamente, a fonte, a natureza e as limitações dos
dados disponíveis para se fazer a análise empírica.
Segundo [Gujarati, 2011] existem normalmente três tipos de dados utilizados para
análise empírica de fenómenos económicos:
Outros aspectos que se devem ter em conta nos dados de séries temporais são os
seguinte:
21
• [Silva Carlos, 2014] argumenta que quando o comportamento de determinada
variável se altera em certos sub-períodos de um período mais alargado diz-se
que a variável tem sazonalidade
Embora os dados de séries temporais serem muito utilizados nos estudos eco-
nométricos, eles apresentam problemas especiais para o pesquisador, pois, o
pressuposto básico para a utilização desse tipo de dados é que a série seja es-
tacionária (uma série é estacionária quando as suas propriedades estatísticas
não mudam ao longo do tempo, isto é, têm média e variâncias iguais em todos
os períodos), o que é muito raro na maioria das análises [Gujarati, 2011].
São considerados dados de corte transversal, aqueles em que uma ou mais variáveis
são coletadas no mesmo período de tempo. Assim como os dados de séries temporais,
os dados em corte transversal também têm os seus problemas, especificamente o
problema da heterogeneidade [Gujarati, 2011].
Dados combinados
Os dados combinados como o próprio nome diz, chegam a ser uma combinação entre
os dados de séries temporais e os dados de corte transversal. Esse conjunto de dados
dão a possibilidade de estudar femómenos como o comportamento do consumo de
várias famílias em diferentes períodos [Gujarati, 2011].
Uma vez obtidos os dados, o passo seguinte consiste na estimação dos parâmetros do
modelo em estudo. Existem vários métodos para fazer a estimação dos parâmetros
dos modelos econométricos, portanto, a escolha dessa técnica depende em grande
parte da forma matemática que está inscrito o modelo. "A análise empírica dos
modelos em estudo pressupõe a apresentação clara das hipóteses subjacentes a cada
modelo (...)"[Silva Carlos, 2014].
6. Projeção ou previsão;
Depois de verificadas todas hipóteses e se ter a confirmação que tais hipóteses não
refutam a teoria considerada, está-se em tão em condições de se utilizar o modelo
para fins de previsão.
22
7. Uso do modelo para efeitos de controlo ou de política.
Pode-se depois de todo o trabalho econométrico feito utilizar o modelo para fins de
controlo de política, pois é possível agora, prever o valor que a variável explicada
pode tomar conhecido os valores ou valor da variável explicativa.
Yt = f (yt ) (1.14)
23
1.9.1 O modelo de regressão linear - A natureza do termo re-
gressão
O termo regressão foi criado por Francis Galton. Em seu artigo "Natural inheritance",
Galton verificou que embora existisse uma tendência de que pais altos tendiam a ter filhos
altos e pais baixos tendiam a ter filhos baixos, esses filhos não têm a propensão de serem
tão altos como seus pais. O mesmo vale para pais baixos - seus filhos tenderão a ser
baixos mais não tão baixos quanto eles próprios. Esse fenómeno faz então com que a
altura das crianças de pais altos e pais baixos tendesse a regredir para a média da altura
da população [Gujarati, 2011].
No entanto, a interpretação moderna de regressão é muito diferente. Enquanto Galton
nos seus estudos estava preocupado em saber porque havia estabilidade na distribuição
da altura em uma população, a análise moderna de regressão diz respeito ao estudo da
dependência de uma variável, a variável explicada, em relação a uma ou mais variáveis, a
variável explicativa, visando estimar ou prever o valor médio (da população) da primeira
em termos dos valores conhecidos ou fixados da segunda, ou seja, na análise moderna de
regressão procura-se saber como a altura média dos filhos varia dada a altura dos pais.
Os estudos de Galton passaram a ser aplicados em vários campos de estudos. A
nível de economia se poderia estar interessado em estudar a relação de dependência entre
as despesas de consumo e o rendimento disponível, interessado em saber a relação de
dependência entre a variação dos salários nominais e a taxa de desemprego entre outros.
Que tipo de relação é feita numa análise de regressão? Uma análise estatística ou
determinística? Quando Galton fez os seus estudos sobre a distribuição das alturas da
população, ele entendia que a altura era determinada por alguma combinação de caracte-
rísticas inatas e forças externas. Estás últimas podiam incluir ambiente, saúde infantil ou
simplesmente o acaso. "A análise de regressão preocupa-se com o que é conhecido como
dependência estatística e não funcional ou determinística"[Gujarati, 2011]. Já em estudos
que envolvem relações estatísticas, as variáveis em questão, são normalmente variáveis
aleatórias ou estocásticas, isto é, aquelas que têm distribuições de probabilidades.
24
1.9.3 Terminologia e notação
A análise de regressão linear de duas variáveis represente a forma mais simples deste
tipo de modelo. Este tipo de análise, estuda a relação existente entre a variável explicada
com uma variável explicativa. Sua expressão matemática é dada por:
Yt = β1 + β2 Xt + µ, (1.15)
25
o erro aleatório do modelo.
em que Y é uma variável aleatória observável, Xt2 , Xt3 , ..., Xk são também as variáveis
observáveis de que Y depende; β1 , β2 , β3 , ..., βk são constantes desconhecidas e µ é uma
perturbação estocástica não observável.
Embora que a equação 1.16 representa uma função linear, o termo linear no âmbito
do modelo de regressão apresenta dois significados:
não é uma função linear porque a variável X aparece com um expoente diferente de 1,
pois, por definição uma função Y = f (X) é linear em X, se X tiver exclusivamente como
expoente 1 e não estiver multiplicado ou dividido por uma variável qualquer.
26
Linearidade nos parâmetros
é ainda uma função linear apesar de o expoente da variável explicativa ser diferente da
unidade. Já não seria linear se o modelo fosse escrito na forma:
27
os seus dados disponíveis. Por exemplo, em princípio se poderia incluir o Yd em vez
da utilização da renda da economia, mas, como esses dados não estão normalmente
disponíveis, o pesquisador é obrigado a substituir essa variável pela renda nacional;
1
4. Princípio da parcimónia: de acordo com a navalha de Occam o ideal seria
formular o modelo de regressão mais simples possível;
28
a partir das informações de uma amostra é chamada de função de regressão amostral
(FRA) que algebricamente é dada pela expressão:
em que E(Yˆ|X) representa o estimador de E(Y |X) da população; βˆ1 representa o esti-
mador de β1 da população e βˆ2 representa o estimador de β2 .
Gujarat (2011) argumenta ainda que não é possível estimar com precisão a função
de regressão amostral devido a variações na amostra. Segundo o autor, um estimador
é apenas uma regra ou fórmula ou método que nos diz como estimar o parâmetro da
população com base na informação da amostra disponível. O valor numérico obtido pela
aplicação do estimador é conhecido como estimativa.
Assim, a análise de regressão tem como objectivo estimar a função de regressão popu-
lacional (FRP)
Y = β1 + β2 Xt + µ, (1.21)
29
Figura 1.3: Linha de regressão para amostra e para uma população
Verifica-se através da figura acima apresentada, que o valor previsto da variável expli-
cada (Ŷ ) superestima o verdadeiro valor populacional (Y |Xt ) para os valores fixados de
Xt . Da mesma forma que para cada Xt a esquerda do ponto A, a FRA subestimará a
verdadeira FRP. Essa superestimação e subestimações são no entanto inevitáveis devido
à variações na amostra [Gujarati, 2011].
Como a FRA é apenas uma aproximação da verdadeira FRP, é necessário encontrar um
método que permite, que essa aproximação esteja mais próxima possível. O método mais
utilizado para a resolução desse problema é o método dos mínimos quadrados ordinários.
30
1.10.1 Modelos estacionários
Para [Werner, 2003] modelos estacionários são aqueles que se encontram em equilíbrio.
Esses modelos podem ser fracamente estacionários ou fortemente estacionários.
O conceito de estacionaridade é a principal ideia que se deve ter para estimar uma
série temporal. É fundamentalmente a constatação de estacionaridade que permitirá
proceder a inferência estatística sobre os parâmetros estimados com base na realização de
um processo estocástico [da Silveira Bueno, 2008].3
O processo estocástico ou série temporal é fracamente estacionário se:
1. E|Yt |2 < ∞, ∀t ∈ T ;
2. E(Yt ) = µ, ∀t ∈ T ;
3. E(Yt − µ)(Yt−j − µ) = γj .
A primeira condição afirma apenas que o segundo momento não centrado deve ser finito
ainda que desigual em diferentes períodos. A segunda condição assegura que a média é
igual para todo o período ainda que a distribuição da variável aleatória se vai alterando
ao longo do tempo. A terceira condição estabelece que a variância é igual para todo o
período e que a autocovariância não depende do tempo mas da distância temporal entre
as observações [da Silveira Bueno, 2008].
Por outro lado, o processo estocástico é fortemente estacionário se a função de dis-
tribuição conjunta do primeiro momento for igual à função de distribuição do segundo
momento.
Modelos autoregressivos
Yt = c + φ1 Yt−1 + εt , (1.23)
3
Carlos (2014) argumenta que um processo estocástico é apenas um outro nome que se pode dar a
uma sucessão de variáveis aleatórias.
31
em que εt é um ruído branco independente de Yt−1 . É um modelo de caracter importância
para a economia porque reproduz razoavelmente a dinâmica de muitas séries económicas
e financeiras[Mendes de Oliveira et al., 2011].
Em um modelo autorregressivo AR(1), existe uma correlação implícita entre Yt e
Yt−2 . Isso está presente na FAC, por meio do decaimento exponencial. Entretanto, é
possível filtrar as correlações de forma a manter-se apenas a correlação pura entre as
duas observações. este processo de filtragem implica gerar a função de autocorrelação
parcial, FACP, pela qual eliminam-se as correlações implícitas entre as duas observações
[da Silveira Bueno, 2008].
começa-se agora por calcular a média marginal da série:
32
Modelo de médias móveis
Este modelo é utilizado para modelar fenómenos de memória muito curta, já que,
a autocorrelação da variável explicada extingui-se muito rápido, pois, a sua memória é
apenas de um período. Isto significa que o erro de um período está apenas relacionado
com o seu predecessor e o seu sucessor (Werner, 2003).
Importa também definir aqui os conceitos de função de autocorrelação (FAC) e função
de autocrrelação parcial (FACP). Segundo [da Silveira Bueno, 2008], a função de auto-
correlação, é o gráfico da autocorrelação contra a defasagem. Esta função, permitirá
identificar a ordem q de um processo de médias móveis
33
Capítulo 2
Metodologia
Para [Santos and Parra Filho, 2012] a metodologia é o conjunto de abordagens, téc-
nicas e processos utilizados pela ciência para formular e resolver problemas de aquisição
objectiva do conhecimento, de maneira sistemática.
Para [Marconi and Lakatos, 2003] especificação da metodologia de pesquisa é a que
abrange maior número de itens, pois responde à um só tempo às questões, como? com
quê? onde? e quanto?
A presente pesquisa pode assim ser classificada quanto a forma de abordagem em
pesquisa quantitativa pois serão utilizadas ferramentas estatísticas para a análise dos
dados, e em pesquisa qualitativa, pois, a presente pesquisa apresenta um lado descritivo.
Para o efeito deste trabalho de pesquisa, baseou-se na pesquisa documental, biblio-
gráfica e estudo de caso que se resumiu na obtenção de dados através da base de dados
do portal ’The Global economy.com", estimação do modelo, análise e interpretação dos
resultados. Assim sendo:
Para a estimativa do modelo foi utilizado a técnica dos Mínimos Quadrados Ordinários
aplicado ao software Gretl que também permitiu obter resultados para o teste RESET,
teste de White, o teste de Breusch-Pagan e o teste de normalidade.
34
2.1 Especificação do modelo e tratamento economé-
trico
Para estimar a função de consumo, foi utilizada a análise de regressão linear simples
descrita pela seguinte equação:
em que CON S, representa o consumo final das famílias, Rendt representa o ren-
dimento da economia, β1 representa o coeficiente intercepto ou linear, β2 representa o
coeficiente angular e µ é uma variável aleatória não observável.
O termo intercepto β1 representa o consumo das famílias quando o rendimento da
economia for igual a 0 e o coeficiente angular β2 , representa a variação do consumo das
famílias quando o rendimento variar em uma unidade monetária.
35
Começa-se agora por explicar em que consiste o princípio dos mínimos quadrados.
Tomando primeiro a equação, 1.21 ora designada por FRP
Y = β1 + β2 Xt + µ,
e que como se viu, esse é um modelo que postula a existência de uma relação entre a
variável explicada e a variável explicativa, válida para qualquer indivíduo pertencente a
uma dada população. Esta relação, é caracterizada nomeadamente, pelos k parâmetros β
desconhecidos [Mendes de Oliveira et al., 2011].
A estimação dos coeficientes de regressão será feita através da equação 1.22, que é
no entanto uma equação que representa a FRA, com uma amostra de dimensão T , cada
observação é descrita por uma sequência ordenada de valores X2 , X3, ..., Xk , Y como em:
X21 X31 ..., Xk1 Y1
X22 X32 ..., Xk2 Y2
.
.
X2n X3n ..., Xkn , Yn
et = Yt − Ŷt , (2.2)
sejam em valores absolutos próximos de zero, fazendo assim com que os valores observa-
dos da variável explicada Y e os valores estimados (Ŷ ) estejam o mais próximo possível.
É importante ressaltar que um valor reduzido ou mesmo nulo para a soma simples dos
resíduos, não é um bom critério, já que, podendo os resíduos ser positivos ou negativos, na
soma esses valores poderão compensar-se sem que tal se traduza numa maior aproximação
36
dos valores estimados e previstos da variável explicada. Para ultrapassar este inconveni-
ente, uma possibilidade é a de minimizar a soma dos valores dos resíduos elevando-os ao
P 2
quadrado, e t [Mendes de Oliveira et al., 2011].
Atendendo precisamente ao critério em que se baseia este método,( minimização da
soma dos quadrados dos resíduos), é assim chamado de método dos mínimos quadrados
ordinários, MQO, mais vulgarmente conhecido pela sigla inglesa OLS (ordinary least
squares) [Mendes de Oliveira et al., 2011].
Começam assim por se deduzir os estimadores de mínimos quadrados a partir da
seguinte equação:
P 2 P 2
∂ t e t ∂ e
=0 =0
ˆ
∂ β1 ˆ
∂ β2
Essas derivadas parciais de primeira ordem são:
P 2
∂ e t
(Yt − βˆ1 − βˆ2 Xt )(−1) = −2 (Yt − βˆ1 − βˆ2 Xt )
P P
=2
∂Pβˆ1
∂ e2t
= 2 (Yt − βˆ1 − βˆ2 Xt )(Xt ) = 2 (Yt − βˆ1 − βˆ2 Xt )Xt
P P
∂ βˆ2
e igualando essa equação a zero, obtém-se o seguinte sistema de duas equações a duas
incógnitas (βˆ1 ) e (βˆ2 ):
(Yt − βˆ1 − βˆ2 Xt ) = 0 Yt − βˆ1 − βˆ2 Xt = 0
P P P P
⇔ P
P(Y − βˆ1 − βˆ2 Xt )Xt = 0 Yt Xt − βˆ1 Xt − βˆ2 Xt2 = 0
P P
t
Yt = nβˆ1 + βˆ2 Xt
P P
!
Xt2
P P
Yt Xt
Yt Xt − − βˆ2 − βˆ2 Xt2 = 0
P P
n n
isolando βˆ2 tem-se:
!
Xt2 P 2
P P
Yt Xt
Yt Xt − = βˆ2 − Xt
P
n n
1P P 1P
Yt Xt = βˆ2
P 2
Yt Xt − Xt − (Xt )2
P
n n
isolando β2 tem-se:
1P P
Yt Xt −
P
Yt Xt
βˆ2 = n (2.5)
1P
Xt2 − (Xt )2 )
P
(
n
2.4.1 Centricidade
Diz-se cêntrico ou centrado o estimador cujo seu valor esperado é igual ao parâmetro
a estimar. Algebricamente tem-se:
38
E(β̂) = β
2.4.2 Eficiência
Por definição, um estimador é dito eficiente quando este apresentar menor variância
em relação aos demais estimadores.
Começa-se então por deduzir as variâncias dos estimadores e as suas respectivas cova-
riâncias:
V ar(βˆ1 ) Cov(β̂1 , βˆ2 ) Cov(β1ˆ, β3 ) .... Cov(β̂1 , βˆk )
Cov(β̂2 , β̂1 ) V ar(βˆ2 ) Cov(β̂2 , β̂3 ) .... Cov(β̂2 , β̂k )
V ar(βˆ3 )
Cov(β̂3 , β̂1 ) Cov(β̂3 , β̂2 ) ... Cov(β̂3 , β̂k )
. . . . .
Cov(β̂k , β̂1 ) Cov(β̂k , β̂1 ) Cov(β̂k , β̂1 ) ... V ar(βˆk )
A matriz das variâncias e covariâncias, assume para o caso concreto do modelo de
regressão linear simples
Yt = β1 + β2 Xt + µt
a seguinte expressão:
ˆ
β1
V ar(β̂) = V ar
βˆ2
= σ 2 (X 0 X)−1
−1
P
n Xt
= σ2
P
Xt2
P
Xt
Xt2 − Xt
P P
1
= σ2 P 2
n Xt − ( Xt )2 − P Xt
P
n
2
Xt2 = n Xt2 − (nX)2 = n( Xt2 − nX ) = n
P P P P 2
Como n x t
39
Xt2 − Xt
P P
P 2
n x2t
P
n P xt
V ar(β̂) = σ 2
− Xt n
P 2 P 2
n xt n xt
P 2
Xt −X t
P 2 P 2
xt xt
= σ2
−X t 1
n x2t
P P 2
xt
X2 σ2X
P
1
Logo tem-se que: V ar(βˆ1 ) = σ P 2t ; V ar(βˆ2 ) = σ 2 P 2 e Cov(βˆ1 , βˆ2 ) = − P 2 .
2
xt xt xt
Deduzidas a s variâncias dos estimadores MQO, é importante estudar a eficiência des-
ses mesmos estimadores, ou seja, comparativamente com outros estimadores alternativos
para os parâmetros β, os estimadores MQO apresentam uma maior ou menor variância?
São mais eficientes do que os outros estimadores lineares?
Para responder a essa questão é necessário recorrer ao teorema de Gauss- Marcov, que
afirma que, uma vez verificadas as hipóteses clássicas do modelo de regressão linear, os
estimadores de mínimos quadrados de β, são os estimadores de variância mínima, na classe
dos estimadores cêntricos de β, e lineares em Y . Os estimadores MQO são assim chamados
estimadores BLUE (Best Linear Unbiased Estimators), isto é, os melhores estimadores
lineares e cêntrico, neste sentido, o termo melhor tem o significado de menor variância.
2.4.3 Consistência
40
2.5 Hipóteses do modelo
Deduzidos os estimadores de mínimos quadrados dos coeficientes de regressão, coloca-
se a questão de saber quais serão as propriedades desses estimadores: serão por exemplo
estimadores centrados? consistentes?
Como o modelo de regressão é escrito como função da variável explicada e da va-
riável explicativa,as propriedades dos estimadores vão depender das características destas
variáveis, em particular de Y , dependerão da variável aleatória µ, que é uma das suas com-
ponentes. Para analisar as propriedades estatísticas dos estimadores é necessário conhecer
a distribuição de probabilidade da variável µ ou, pelo menos de conhecer os principais mo-
mentos da sua distribuição. Não sendo essa distribuição conhecida, nem sendo a variável µ
observável, terão de estabelecer-se determinadas hipóteses relactivas a sua distribuição de
probabilidade. Essas hipóteses e outras relactivas às variáveis explicativas, são conhecidas
como hipóteses clássicas do modelo de regressão linear [Mendes de Oliveira et al., 2011].
1. Hipótese [H0] Existe numa determinada população, uma relação entre as variáveis
Y, X2 , X3 , ..., Xk descrita pela equação:
Y = β1 + β2 X2 + β3 X3 + ...βk Xk µ, (2.6)
(c) Está também implícita em [H0] uma decomposição dos valores assumidos pela
variável explicada numa componente sistemática (...) e numa componente
residual a que expressamente se confere natureza aleatória
41
(d) Subentende-se em [H0] que está identificada a lista completa de todas as va-
riáveis explicativas que tem influência sobre a variável dependente.
2. Hipótese H1
E(µ|X2i , X3i, , ..., Xki, ) = 0, ∀t . (2.7)
3. Hipótese H2
Por definição, V ar(µ) = [µ − E(µt )]2 , pelo que pela hipótese H1, pode-se se rescre-
ver:
4. Hipótese H3
42
Cov(µi , µj ) = 0, ∀i,j
como Cov(µi , µj ) = E[µi − E(µi )][µj − E(µj )], a consideração conjunta das hipóte-
ses [H3] e [H1] conduz a:
Cov(µi , µj ) = E(µi µj ) = 0, ∀i , j : i 6= j
Por sua vez, a consideração simultânea das hipóteses [H1], [H2] e [H3] permite
escrever:
σ 2 , se i = j
Cov(µi ; µj ) = E(µi ; µj ) =
0, se i 6= j
5. Hipótese H4
Uma hipótese fundamental no modelo clássico de regressão linear, que foi anterior-
mente designada por H0 , postula a existência numa certa população de uma relação entre
43
a variável explicada e a variável explicativa, descrita pela equação:
Y = β1 + β2 X2 + β3 X3 + ... + βk + µ
Esta hipótese pode ser contrariada ou violada numa grande multiplicidade de situa-
ções, constituindo assim os chamados erros de especificação.
Uma primeira situação de violação desta hipótese ocorre quando as variáveis explica-
tivas são incorretamente selecionadas. Existirá erro de especificação, se Y não for apenas
causado por X2 , X3 , ..., Xk , mas também por outras variáveis explicativas não explicitadas
no modelo.
Um segundo caso de erro de especificação é o que respeita a forma funcional. Uma
incorreta escolha da forma matemática da relação de Y , levará a que a utilização do
método OLS para estimação dos coeficientes do modelo conduza a estimadores enviesados
e inconsistentes.
Para a deteção do problema da má especificação do modelo será utilizado o teste
RESET. A estatística de teste segue uma distribuição F com p − 1 graus de liberdade no
numerador e n − (k + p − 1) no denominador, pelo que se pode testar H0 confrontando
o Fobs com o Fc . Um Fobs > Fc implica a rejeição de H0 , o que indicaria uma incorreta
especificação do modelo.
A hipótese nula, de correta especificação do modelo, é
H0 : δ2 = δ3 = ... = δp = 0
sendo a alternativa
H1 :3 δi 6= 0, i = 2, 3, ..., p
44
Segundo [Hill et al., 2006], o teste de White efetua-se do seguinte modo :
45
Capítulo 3
Para estimar a função de consumo, foi utilizado o método MQO, por ser o método
mais adequado para modelos de regressão linear.
Os dados utilizados na presente pesquisa são provenientes do banco mundial e retirados
da base de dados do the Global economy, com vista a tentar provar a especificação do
modelo de consumo de Keynes, que relaciona, as despesas de consumo com o rendimento
da economia, aos dados da economia angolana.
No presente capítulo serão feitos ainda, os testes de RESET, para averiguar a correta
especificação do modelo, o teste de White para procurar identificar se a variância dos resí-
duos são homoscedastícas, o teste de Breusch Pagan, para identificar possíveis indícios de
autocorrelação entre os resíduos e o teste de normalidade dos resíduos. Todo tratamento
dos dados será feito através do software econométrico Gretl.
46
3.1 Estimação do modelo de consumo pelo MQO, uti-
lizando o programa Gretl
Modelo 1: Estimativas OLS usando as 32 observações 1985–2016
Variável dependente: Consumo
Essa equação corresponde a reta estimada para os pontos, ou seja, de acordo com o mé-
todo dos mínimos quadrados ordinários essa é a melhor reta que explica o comportamento
das despesas de consumo e relação a renda.
Com base nos resultados apresentados, é possível afirmar que o montante do consumo
autónomo das famílias angolanas é de −18, 7523 e a variação de uma unidade monetária
47
no rendimento da economia, proporcionará uma variação nas despesas de consumo de
0, 809935.
O R̄2 da equação foi de 0, 9357. Esse resultado evidencia uma relação muito forte
entre as despesas de consumo e a renda da economia. O indicador mostra precisamente o
quanto o modelo consegue explicar o comportamento das despesas de consumo em função
do rendimento.
Tabela 3.1: Regressão auxiliar para o teste de especificação RESET Estimativas OLS
usando as 32 observações 1985-2016 Variável dependente: Consumo
H0 : βˆ3 = 0
sendo a alternativa
H1 : βˆ3 6= 0
48
3.2.1 O teste de Breusch-Godfrey
com valor p
= P (F (1, 28) > 25, 9247) = 2, 16e − 005
49
Figura 3.1: Fonte Própria:Resíduos de estimação do modelo por mínimos quadrados
H0 : ρ = 0
.
Consultada a tabela de Durbin-Watson para um nível de significância de 5% e para
n = 32 e k = 1 (número de variáveis explicativas), obtém-se os valores de dl = 1, 37 e
du = 1, 50. Sendo d = 0, 615 < dl = 1, 37, a hipótese nula é também rejeitada, concluindo-
se, para um nível de significância de 5%, pela existência de autocorrelação positiva de tipo
50
AR(1). Neste sentido pode concluir-se que no modelo estimado, existe uma relação de
dependência entre os resíduos e os estimadores de mínimos quadrados deixam de ser assim,
estimadores de variância mínima embora que continuam a ser não viesados e consistentes.
Teste da normalidade dos resíduos - Hipótese nula: o erro tem distribuição Normal
Estatística de teste: Qui-quadrado(2) = 1,84812 com valor p = 0,396905
51
Tabela 3.3: Teste de White para a heteroscedasticidade Estimativas OLS usando as 32
observações 1985-2016 Hipótese nula: sem heteroscedasticidade Variável dependente: e2
.
O resultado na tabela acima apresentada da variável dependente, e2 corresponde ao
quadrado do t.o resíduo da estimação
R-quadrado não-ajustado = 0,349982
Estatística de teste: T R2 = 11, 199411, com valor p = P (Qui − quadrado(2) >
11, 199411) = 0, 003699
Através da estatística de teste T R2 = 11, 199411, com valor P == P (Qui−quadrado(2) >
11, 199411) = 0, 003699, conclui-se pela rejeição da hipótese nula, uma vez que o valor
de probabilidade 0, 003699 é inferior ao nível de significância considerado (5%), não se
cumprindo assim com a hipótese H2 que postula a existência de variância constante en-
tre os resíduos. Neste sentido, existe perda das propriedades dos estimadores de mínimos
quadrados, os estimadores continuam a ser ainda não viesados e consistentes, contudo,
deixam de ser estimadores eficientes, isto é, não são estimadores com variância mínima.
A heterosceedasticidade afecta também a validade dos testes de hipótese e dos in-
tervalos de confiança, uma vez que a variância dos estimadores estão alteradas e sobre-
estimadas. Como solução para ultrapassar o problema da heteroscedasticidade, se a va-
riância for conhecida, é possível voltar a estimar o modelo através do software Gretl,
fazendo a correção da heteroscedasticidade.
52
3.3 Estimação do modelo de consumo pelo MQO com
a heteroscedasticidade corrigida utilizando o pro-
grama Gretl
Modelo 2: Estimativas heterocedasticidade-corrigida usando as 32 observações
1985–2016
Variável dependente: Consumo
53
Figura 3.3: A previsão das despesas de consumo com o modelo estimado.
54
áreas de conhecimento. Segundo esses critérios, o melhor modelo será aquele que apre-
sentar o menor valor de informação de Akaike e Bayesiano [Paulo, 2009].
Se for feita comparação entre o modelo estimado por mínimos quadrados ordinários e
o modelo com a heteroscedasticiade corrigida, o melhor modelo de acordo com o Critério
de informação de Akaike e Bayesiano de Schwarz, é o modelo estimado com correção
de heteroscedasticidade, pois a informação dos valores assumidos por esse modelo para
o critério de informação de Akaike e Bayesiano de Schwarz são de 112, 455 e 115, 386
respectivamente, enquanto os valores assumidos por esses critérios na estimação do modelo
por mínimos quadrados ordinários são de 211, 494 e 214, 426 respectivamente.
O valor assumido pela componente autónoma do modelo estimado é de −13, 876,
e possui um tobs = −9, 9799 e o tc = 2, 042. Como |tobs | > |tc | a hipótese nula de não
significância estatística do modelo é rejeitada a um nível de significância de 5%. Portanto,
alternativamente poder-se-ia utilizar o p−valor = 0, 000 fornecido pelo Gretl, para análise
do teste. Como p − valor < 0, 05, a hipótese nula é rejeitada e obtém-se a mesma
conclusão estatística do termo independente do modelo, ou seja, que o termo independente
é estatisticamente significante a um nível de significância de 5%. Portanto, podia se inferir
que −13, 876 é o montante de consumo para a comunidade angolana quando o rendimento
da economia for nulo, e que não parece fazer sentido tal interpretação.
O valor determinado para o coeficiente de inclinação é de 0, 68 e que para o modelo
que está a ser estudado, representa a propensão marginal a consumir. A estimativa possui
um tobs = 15, 07 e um tc = 2, 042 e como |tobs | > |tc |, logo chega-se a mesma conclusão de
rejeição da hipótese nula a um nível de significância de 5%, para tal, o rendimento é uma
variável estatisticamente significante para explicar as despesas de consumo de Angola.
55
autónomo no modelo estimado é βˆ1 = −13, 876 < 0. Podemos inferir com isso, que
embora o consumo autónomo seja significante do ponto de vista estatístico, a estimativa,
é insignificante do ponto de vista económico;
ii) Por outro lado, o modelo de Keynes postula que a propensão marginal βˆ2 a
consumir, encontra-se dentro do intervalo entre 0 e 1 ou seja, 0 < βˆ2 < 1 e através da
estimação do modelo, obteve-se o valor da propensão marginal a consumir βˆ2 = 0, 68 e
que por acaso está dentro do intervalo inicialmente definido pela teoria económica, isto
quer dizer, que o valor obtido para a propensão marginal a consumir é estatisticamente e
economicamente significante.
56
Limitações
Como qualquer outra pesquisa, para a elaboração do presente trabalho nos deparamos
com algumas limitações que de certa forma colocaram em causa a qualidade do trabalho:
57
Conclusões
58
dos mínimos quadrados generalizados, uma vez que trata-se de um método em que não
existe violação da hipótese de variância constante entre os resíduos.
Sugere-se portanto,em futuras investigações a utilização de testes e técnicas mais avan-
çadas que permitem corrigir essas infrações.
tanto para o modelo estimado por MQO quanto para o estimado por MQG, os re-
sultados da estatística de teste mostravam que os parâmetros do modelo são estatistica-
mente significantes e apresentaram valores um valor significativo para os coeficientes de
determinação, significando isso que realmente grande parte das despesas de consumo são
explicadas por variações ocorridas no rendimento.
Embora que as estimativas obtidas apresentaram-se como estatisticamente significante,
verificou-se um problema quando foi feita a comparação das estimativas obtidas, com os
intervalos de valores propostos por Keynes e verificou-se que para o consumo autónomo,
o resultado da estimativa encontrava-se fora do intervalo ora definido por Keynes, pois
para o autor, a propensão marginal a consumir deve sempre assumir valores positivos, e
obteve-se valor negativo para essa estimativa nos dois modelos estimados violando assim
a própria teoria económica e conclui-se assim que a estimativa do consumo autónomo são
economicamente insignificantes mas no entanto, estatisticamente significante. Quanto o
valor da propensão marginal a consumir, a estimativa obtida apresenta-se como económica
e estatisticamente significante.
Por último procedeu-se a uma previsão e comparação da série observada e a série
estimada, onde constatou-se que existem períodos em que a série estimada super-estima
o valor do consumo e outros períodos que ela sobre-estima o valor do consumo.
59
Recomendações
60
Referências Bibliográficas
[da Silveira Bueno, 2008] da Silveira Bueno, R. D. L. (2008). Econometria de séries tem-
porais. Cengage Learning.
[Hill et al., 2006] Hill, R. C., Griffiths, W. E., Judge, G. G., and de Farias, A. A. (2006).
Econometria. Saraiva.
[Loureiro and Costa, 2009] Loureiro, A. O. F. and Costa, L. O. (2009). Uma breve dis-
cussão sobre os modelos com dados em painel. Nota técnica, 37.
61
[Martins, 2016] Martins, G. I. V. (2016). Uma revisão sobre a teoria da função consumo
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[Sandroni, 1987] Sandroni, P. (1987). Dicionário de economia. Best Seller São Paulo.
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[Wooldridge, 2006] Wooldridge, J. M. (2006). Introdução à econometria: uma abordagem
moderna. Pioneira Thomson Learning.
63
Anexos
64
Tabela 3.4: Valores das despesas de consumo das famílias angolanas e do rendimento
expressos em mil milhões de dolar.
Observações Consumo Rendimento Observações Consumo Rendimento
1985 3,34 22,5 2001 5,43 29,5
1986 3,34 23,4 2002 6,21 33,5
1987 3,34 24,4 2003 7,53 35
1988 3,34 25,9 2004 10,77 38,6
1989 3,34 25,9 2005 10,97 46,7
1990 3,34 25 2006 10,6 55,6
1991 4,54 25,3 2007 24,65 68,4
1992 3,28 23,8 2008 34,98 77,9
1993 1,77 18,1 2009 51,16 79,9
1994 1,11 18,3 2010 39,97 82,5
1995 1,11 21,1 2011 46,16 85,7
1996 2,5 23,9 2012 47,63 90,2
1997 1,64 25,7 2013 61,46 96,3
1998 3,44 26,9 2014 73,91 100,9
1999 1,18 27,4 2015 78,47 103,9
2000 1,43 28,3 2016 74,47 103,9
65
Tabela 3.5: Predição para intervalos de confiança a 95%, t(30, .025) = 2, 042
67