Unidade IV

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Sistema de

Informação Gerencial
Material Teórico
Sistemas Integrados de Gestão Aplicados à Contabilidade

Responsável pelo Conteúdo:


Prof. Ms. Marcelo Bernardino Araújo

Revisão Textual:
Profa. Ms. Luciene Oliveira da Costa Santos
Sistemas Integrados de Gestão
Aplicados à Contabilidade

• Introdução
• Softwares ERP, CRM e SCM
• Sistemas integrados de gestão e seus reflexos na contabilidade
• Sistemas de informações contábeis (SIC)
• Sistemas de Informações da Controladoria (SIControl)

OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Esta unidade tem como objetivo apresentar a importância da
utilização dos sistemas de informação contábil como componente de
auxílio na tomada de decisão.

ORIENTAÇÕES
Nesta unidade, vamos aprender um pouco mais sobre um importante tema:
sistemas integrados de gestão aplicados à contabilidade.

Então, procure ler, com atenção, o conteúdo disponibilizado e o material


complementar. Não esqueça! A leitura é um momento oportuno para
registrar suas dúvidas; por isso não deixe de registrá-las e transmiti-las ao
professor-tutor.

Além disso, para que a sua aprendizagem ocorra num ambiente mais
interativo possível, na pasta de atividades, você também encontrará as
atividades de avaliação, uma atividade reflexiva e a videoaula. Cada material
disponibilizado é mais um elemento para seu aprendizado. Por favor, estude
todos com atenção!

É importante também respeitar os prazos estabelecidos no cronograma.

Bons estudos!
UNIDADE Sistemas Integrados de Gestão Aplicados à Contabilidade

Contextualização
A informação, desde que útil, é fundamental no processo de tomada de decisão.
Porém, o excesso de informação tanto pode auxiliar como atrapalhar esse processo.

Ocorre que, com os avanços tecnológicos, principalmente em termos de


sistemas, o excesso de informação que está presente em nossas vidas pode
trazer transtornos, já que muitas vezes uma mesma informação é transmitida por
diferentes meios e podem ser distorcidas, como em uma brincadeira de “telefone
sem fio”, prejudicando o entendimento. Além disso, há o risco de recebermos uma
dualidade de verdades, conhecido como ruído no processo de comunicação entre o
emissor e o receptor, impossibilitando a compreensão real de um fato.

Cezar Taurion é CEO da Litteris Consulting, CEO da ThinPost e faz uma crítica
aos atuais modelos de sistemas de gestão. Segundo Taurion, as empresas não são
mais estruturas rígidas com decisões top down descendo ladeira abaixo por toda
a organização. Devem ser autoajustáveis, não apenas mudando na camada de
suporte (processos, sistemas e estrutura organizacional), onde o ERP opera, mas
transformando a visão e os modelos de negócios, devido à velocidade da dinâmica
de transformação do mercado. Os monolíticos ERPs começam a se tornar um
fardo, mas o autor reitera que a integração tem sua importância.

Leia na íntegra o artigo escrito por Cezar Taurion, publicado pelo portal Computer World.
Explor

“Quando os ERPs começam a se tornar um fardo”: http://goo.gl/m97kpv“

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Introdução
Vimos anteriormente que um sistema de informações é um conjunto de
componentes inter-relacionados que funcionam coletando, processando,
armazenando e distribuindo informações destinadas a apoiar a tomada de
decisões ou processo decisório para o controle de uma empresa. Nesta unidade,
aprenderemos sobre os reflexos da utilização de um SIG na contabilidade.

Sistema Integrado de Gestão (SIG) ou Sistema de Informações Contábeis (SIC)?

Segundo Stair (2002), as principais características de um SIG são:


a) Gera relatórios de saída com formatos fixos e padronizados;
b) Necessita de solicitações formais do usuário;
c) Produz relatórios impressos e em tela de computador;
d) Produz relatórios programados, sob solicitação e de exceção;
e) Usa dados internos armazenados no sistema do computador.

Os SIG são desenvolvidos para atender às mais variadas necessidades das


empresas, nas várias áreas operacionais, tais como: finanças, recursos humanos,
marketing, produção, contabilidade.

Portanto, o Sistema de Informação Contábil (SIC), que faz parte de um SIG,


é um dos principais sistemas de informação de uma entidade. O SIC tem como
função processar as transações financeiras e econômicas para prover os usuários
(internos e externos) com informações para operação, controle e tomada de
decisão, especialmente, quando envolver decisões estruturadas, ou seja, quando os
meios envolvidos são identificáveis e controláveis.

Tabela 1: Pressupostos básicos na elaboração do SIC/SIG


Procedimentos Características
A necessidade da informação alinhada ao absoluto respaldo ao contador e a
seu sistema, é o elemento vital para o sucesso de um sistema de informação
contábil. Caso esses conceitos de utilidade e necessidade da informação contábil
Necessidade de Informação não estejam imediatamente presentes no ambiente da cúpula administrativa da
entidade, é tarefa do contador fazer nascer e crescer essa mentalidade gerencial.
Para isso, é necessário apenas o conhecimento profundo da Ciência Contábil e de
seu papel informativo-gerencial.
O sistema de informação exige planejamento para produção dos relatórios, para
atender plenamente aos usuários. É necessário saber o conhecimento contábil
de todos os usuários, e construir relatórios com enfoques diferentes para os
Planejamento e Controle diferentes níveis de usuários. Dessa forma, será possível efetuar o controle
posterior. Só poderá ser controlado aquilo que é aceito e entendido. Além disso,
se o sistema de informações gerenciais não for atualizado periodicamente, poderá
ficar numa situação de descrédito perante seus usuários.
Fonte: Adaptado de Padoveze (1997, p. 38).

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Softwares ERP, CRM e SCM


Você já ouviu falar em ERP, CRM ou SCM? Sabe o que cada um significa e sua
utilização? Neste capítulo, você aprenderá mais sobre esses relevantes temas para
a otimização de recursos nas organizações.

O Enterprise Resource Planning (ERP), ou Planejamento de Recursos


Empresariais em português, é um sistema interfuncional que funciona como
uma estrutura para integrar e automatizar diversos dos processos de negócios
que devem ser realizados pelas seguintes atividades: contabilidade, finanças e de
recursos humanos, produção, logística, distribuição etc. As características dos
softwares de ERP são:
·· O software de ERP é parte de uma família de módulos de software que
apoia as atividades empresariais envolvidas em processos de BackOffice
(pessoal de suporte) vitais;
·· O ERP é concebido como um ingrediente, essencial à eficiência, agilidade,
e responsabilidade, seja com clientes, seja com fornecedores, que uma
entidade que atue com e‑business necessite para ter êxito no mundo
dinâmico do e‑commerce.

Além das características, a utilização de um software de ERP gera os seguintes


valores para o negócio:
·· O ERP cria uma estrutura para integrar e aperfeiçoar seus sistemas internos
de escritório, responsável por importantes melhorias no atendimento ao
consumidor, na produção e na eficiência da distribuição;
·· O ERP fornece rapidamente informação interfuncional vital sobre o
desempenho da empresa para que os gerentes melhorem significativamente
no processo decisório.

A maior parte dos softwares ERP disponíveis no mercado (SAP, Oracle,


PeopleSoft e, no Brasil, Datasul e Microsiga etc.) é composta por diferentes
módulos. Por exemplo, recursos humanos, contabilidade (ou razão geral), produção,
finanças, compras, vendas e logística (GONÇALVES & RICCIO, 2009).

Cada um desses módulos tem funcionalidade específica, acessa a base de


dados compartilhada e pode ser considerado como uma aplicação única, tanto do
ponto de vista de sua interface com usuário, como da perspectiva da estrutura do
software. Estrutura esta que possibilita que os usuários desenvolvam competências
específicas nos módulos, e permite que alterações que impliquem em novas versões
ou upgrades tenham baixo impacto na estrutura geral do software. Entretanto,
às vezes, induz o usuário a uma visão fragmentada, extremamente prejudicial ao
entendimento da integração processual proporcionada pelos softwares ERP, ou
seja, a visão sistêmica.

O Customer Relationship Management (CRM), ou Gerenciamento do


Relacionamento com o Cliente em português, é uma aplicação interfuncional de
e-business (comércio eletrônico) que integra e automatiza diversos processos de

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atendimento ao cliente/usuário. São exemplos de sua aplicação: vendas, marketing
direto, contabilidade, financeiro, gerenciamento de pedidos, atendimento e suporte
ao cliente etc.

Os softwares de CRM geram uma estrutura de Tecnologia da Informação (TI)


que engloba e integra todos os processos operacionais com as demais operações
de negócios de uma empresa. Os CRM são módulos de softwares que executam
as atividades empresariais envolvidas nos procedimentos onde há contato com o
cliente/consumidor. Ele ainda fornece ferramentas que permitem que a entidade
e seus colaboradores executem rapidamente um serviço padronizado e rápido aos
seus clientes.

Por fim, o Supply Chain Management (SCM) ou Gerenciamento da Cadeia de


Suprimentos em português, é um conceito de gestão que integra o gerenciamento
dos processos da cadeia de suprimentos, ou seja, cuida da logística do negócio.
Grandes empresas, em suas aplicações de e-business, estão transformando o SCM
num objetivo estratégico de negócio. Isso é fundamental para que elas atendam às
exigências de seus clientes de e‑commerce como por exemplo, qualidade, preço e
prazo de entrega.

Dessa forma, as grandes empresas estão reestruturando os processos de


sua cadeia de suprimentos, apoiadas em tecnologias baseadas na Internet,
em computação em nuvem (cloud computing) e ainda em softwares de
gerenciamento da cadeia de suprimentos. Os objetivos do gerenciamento da
cadeia de suprimentos é oferecer aos clientes o que eles desejam, onde desejam
e pelo menor custo possível.

Alguns gestores podem pensar que determinadas ferramentas aumentam os


gastos da empresa, entretanto, a implantação de um SCM tem por finalidade:
· A redução dos custos;
· O aumento da eficiência das operações;
· O aumento dos lucros e ganhos;
· A melhoria dos tempos de ciclos da logística;
· A melhoria da comunicação com clientes e fornecedores; e
· O desenvolvimento de serviços que dão uma vantagem competitiva (por
exemplo, entrega rápida).

O artigo intitulado “Os reflexos da implementação de ERP em um escritório de contabilidade”


Explor

tem como objetivo verificar os aspectos positivos e os negativos da implementação de um


ERP na prestação de serviços contábeis, por meio de um estudo de caso realizado em um
escritório catarinense de contabilidade. Confira em:
ALBERTON, Luiz; LIMONGI, Bernadete; KRUGER, Noeli. Os reflexos da implementação de ERP
em um escritório de contabilidade. In: XVII Congresso Brasileiro de Contabilidade, Santos.
2007. Disponível em: http://goo.gl/nFLQ6x

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UNIDADE Sistemas Integrados de Gestão Aplicados à Contabilidade

Sistemas integrados de gestão e seus


reflexos na contabilidade
Neste capítulo, veremos com um SIG auxilia a Contabilidade. Anteriormente,
aprendemos que as atividades de processamento ou tecnologia de informação (ou
processamento de dados) que acontecem nos sistemas de informação incluem os
seguintes estágios:
1. Entrada de recursos de dados;
2. Transformação de dados em informação;
3. Saída de produtos da informação;
4. Armazenamento de recursos de dados; e
5. Controle de desempenho do sistema.

Segundo Frezatti (2000), muito se discute sobre reais benefícios proporcionados


pela integração entre os sistemas de informações das organizações. Quando antes
os sistemas não se comunicavam, havia retrabalho de diversos cadastramentos,
por exemplo.

De maneira integrada, os sistemas se tornam tão mais úteis. Esse detalhe, embora
lógico, tem consequências práticas, seja em termos de qualidade das informações,
seja nas definições de possíveis erros de consistências (trilhas de auditoria).

Sistema Fiscal Faturamento Contas a Receber

Suprimento Estocagem Produção

Contas a Pagar Contabilidade Custeio

Ativo Fixo

Orçamento Controle
Orçamentário
Figura 1: Integração dos sistemas de informações com o sistema contábil
Fonte: Adaptado de Frezatti (2000, p. 74).

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Explor
O filme “Com o dinheiro dos outros” dirigido por Norman Jewison explora os eventuais
conflitos associados às práticas no mercado financeiro. Ele mostra ainda uma mudança de
conceito de gerenciamento dos negócios em uma fábrica, com o objetivo de aumentar a sua
lucratividade.

Um sistema de informação contábil-gerencial, para apresentar resultados


satisfatórios, deverá seguir padrões preestabelecidos com o acompanhamento
dos resultados obtidos pelos usuários, para o processo de gestão, bem como uma
análise da relação custo X benefício que está apresentando para a entidade.

Sistemas de informações contábeis (SIC)


Um Sistema de Informações Contábeis (SIC) é um subsistema de informações
dentro de uma entidade que acumula informações dentro de vários subsistemas da
entidade e as comunica ao subsistema de processo de informações. O subsistema de
processamento de informações pode ser um departamento separado na entidade
organizacional, responsável pelo equipamento e pelos programas de computação
(MOSCOVE, SIMKIN & BAGRANOFF, 2002, p. 24).

Segundo Moscove et al. (2002), o SIC se concentrava na coleta, no


processamento e no fornecimento de informações essencialmente financeiras para
os stakeholders, ou seja, todos os usuários externos (como investidores, credores
órgãos da receita) e todos os usuários internos (principalmente a administração).
Atualmente, entretanto, o SIC está sendo desenvolvido pensando tanto em dados
e informações financeiros quanto não financeiros (físicos, como quantidade na
aplicação de custos).

Os autores ainda complementam que o SIC, tradicionalmente, foi pensado


em cada área funcional da organização, como, por exemplo, em marketing, na
produção, em finanças e nos recursos humanos, mantendo um subsistema de
informações em separado. Ou seja, todas essas informações são distribuídas para a
função de processamento de informações da entidade. Assim, há um problema com
esse tipo de conceito, pois ele requer o armazenamento separado de dados (com
a possibilidade de duplicidade) e a coleta e produção de relatórios em separados
dentro de cada subsistema.

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UNIDADE Sistemas Integrados de Gestão Aplicados à Contabilidade

Tabela 2: Pontos fundamentais do SIC gerencial


Fundamentos do sistema Descrição
Operacionalidade As informações devem ser coletadas, armazenadas e processadas de forma
operacional. O fundamento da operacionalidade significa que todos os que
trabalham com a informação contábil devem saber e sentir que estão operando
com dados reais, significativos, práticos e objetivos, conseguidos, armazenados
e processados de forma prática e objetiva. Com isso, teremos uma utilização
gerencial, ou seja, prática e objetiva (relatórios práticos e objetivos).
Integração e navegabilidade dos dados Sistema de informação integrado quando todas as áreas necessárias para o
gerenciamento da informação contábil estejam abrangidas por um único sistema
de informação contábil. Todos devem utilizar-se de um mesmo e único sistema
de informação. O que caracteriza um sistema de contabilidade integrado é a
“navegabilidade” dos dados, a partir do momento que um dado é coletado, ele
deverá ser utilizado em todos os Segmentos do sistema de informação contábil.
Custo da informação O sistema de informação contábil deve ser analisado na relação de custo x benefício
para a empresa, devendo o sistema de informações contábeis gerenciais apresentar
uma situação de custo abaixo dos benefícios que proporciona à empresa.
Fonte: Adaptada de Padoveze (1997, p. 40).

Site que difunde o modelo “Gestão Econômica” (GECON), que começou a ser estruturado pelo
Explor

Prof. Armando Catelli, no final da década de 1970, entrevendo a necessidade de adequação


dos modelos da administração das organizações à realidade empresarial e também a
ineficácia dos sistemas de contabilidade e de custos para o apoio do processo decisório. O
GECON é um modelo de atuação, que compreende um sistema de informação baseado em
gestão por resultados econômicos, que visa mensurar o VEE (Valor Econômico da Empresa)
a qualquer momento. Este modelo de gestão permite a simulação, o planejamento e o
controle da atuação da entidade com base na evolução do valor adicionado.
Disponível em: http://www.gecon.com.br/

O conceito de SIC, como um sistema corporativo e parte integrante do processo


informacional, vê a contabilidade como o principal gerador e distribuidor de
informações da entidade.

A contabilidade operacional enfoca o gerenciamento dos processos de


negócio, ou seja, gera um conjunto de várias atividades ou fluxos de trabalho
para a entidade, criando, assim, valor para o negócio, por exemplo, o processo
de geração de receitas (como vender) e o processo de pagamento das despesas
(controle dos gastos).

A maioria das empresas está concentrada na produção e criação de bens e


serviços para comercializá-las aos seus clientes. São esses processos que diferenciam
as operações da entidade. Se todos os colaboradores conhecem os processos
de negócio, isso permitirá que os gestores os simplifiquem (por modelagem de
processos), otimizando todos os recursos e reduzindo os custos de produção.

Algumas empresas adotam pacotes (módulos) como parte de uma estratégia em


que são adquiridos os melhores pacotes do mercado para cada área de necessidade
ou best-of-breed strategy. No Brasil, esta estratégia é muito utilizada na seleção e
implantação de sistemas de processamento da folha de pagamento, por exemplo.
Ao implantar tais sistemas, a entidade adquirente desenvolve e faz a manutenção

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das interfaces, ou seja, dos programas necessários para interligar o módulo contábil-
financeiro com os aplicativos produzidos por outras empresas de software e com
os aplicativos desenvolvidos internamente (GONÇALVES & RICCIO, 2009).

A utilização de sistemas específicos para determinadas áreas, ainda estes


que sejam os melhores no assunto, pode trazer para a contabilidade uma
série de desvantagens:
1. Os dados provenientes das transações geradas e controlados por outros
sistemas são enviados para o sistema contábil por meio de arquivos de
transações acumuladas e sumarizadas, em períodos que podem variar entre
diário, semanal e mensal, sendo este último o mais comum;
2. Nesses casos, os dados para a contabilização são sumarizados para cada
conta do Razão geral, que tipicamente é traduzido por um plano de contas
bem resumido. Os detalhes de cada transação não são acessados e registrados
pela contabilidade;

Impossibilidade de análises de cima para baixo, ou seja, do agregado para o


detalhado (em inglês drill down), por exemplo, partindo-se de um lançamento,
obter-se a transação detalhada que o originou. A ausência de análises de cima
para baixo dificulta em muito o estabelecimento de trilhas de auditoria (em inglês
audit trail) automáticas;
3. A contabilidade recebe somente os dados monetários e os necessários para
a elaboração dos lançamentos. Informações quantitativas não monetárias
não são consideradas pela contabilidade;
4. O sistema contábil não registra as transações à medida que ocorrem,
pois é atualizado periodicamente, tipicamente somente uma vez por mês,
no fechamento mensal. Não pode, portanto, emitir qualquer informação,
relatório ou analise antes de cada fechamento, perdendo relevância;
5. Geralmente, a conciliação entre a contabilidade e os outros sistemas torna-
se demorada e com elevado volume de transações para serem analisadas,
quase sempre de forma manual, com o auxílio de planilhas eletrônicas;
6. O SIC torna-se um sistema específico da área contábil, isolado e sem uma
conexão ativa com as demais áreas. Os dados contábeis dificilmente podem
ser relacionados com os dados dos demais sistemas sem trabalho adicional.
Isso, em geral, implica um isolamento maior da contabilidade e do contador
em relação ao resto da empresa. Favorece a visão da contabilidade como
atividade acessória e de BackOffice (retaguarda), apenas para fins legais,
portanto, de pouco valor e pouco apreciada pela administração;
7. O poder da contabilidade como instrumento consolidador, centralizador e de
controle da administração não se realiza totalmente ou fica neutralizado pela
baixa compreensão de sua utilidade para a gestão empresarial (RICCIO, 2001).

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Sistemas de Informações da Controladoria


(SIControl)
À medida que uma entidade cresce, seus processos e procedimentos se tornam
mais complexos e abrangentes. Portanto, para administrá-la, os executivos
necessitam de informações para estarem a par dos acontecimentos relevantes em
suas respectivas áreas de atuação.

É por meio desse fluxo de informações que a empresa consegue conduzir sua
empresa. O processo decisório depende, essencialmente, da quantidade e da
qualidade das informações recebidas. A etapa de coletar dados, selecioná-los,
analisá-los e retratá-los é crucial para que a entidade alcance seus objetivos.

Resumidamente, os relatórios contábeis que têm como objetivo fornecer à


entidade melhores condições para:
·· Calcular o resultado contábil, bem como as vantagens obtidas em relação
planejamento estabelecido;
·· Controlar as operações correntes e tomar decisões necessárias;
·· Avaliar o desempenho por área e responsabilidade; e
·· Fornecer informações para subsidiar o planejamento futuro.

Assim, a condição essencial de um bom relatório é a clareza na apresentação das


informações. Ou seja, um bom relatório indica objetivamente a situação passada e a
tendência futura do fenômeno estudado. Uma informação clara e objetiva permite
a compreensão do usuário, a qual conduz à confiança e ao sucesso.

Portanto, um bom relatório as informações devem ser classificadas em função de


usa relevância. As de pouca importância são deixadas para o final ou suprimidas.
Evite um número exagerado de cifras e tabelas complicadas. As vezes um gráfico
fala por si só.

Segundo Gonçalves e Riccio (2009), o Sistema de Informações da Controladoria


(SIControl) deve executar as seguintes tarefas:
1. Efetuar mensurações diretas e indiretas de satisfação dos clientes;
2. Monitorar o posicionamento mercadológico, comparado ao dos principais
competidores; e
3. Simular resultados derivados de novos negócios e de parcerias estratégicas
e mesmo de fusões e aquisições.

Dessa forma, essas informações devem ter consistência e ser usadas em conjunto
com as medidas financeiras de retorno aos investidores. Portanto, pode-se afirmar
que o SIControl engloba todo o sistema de informações para auxílio à decisão
(SAD), incluindo considerações estratégicas e de inteligência empresarial ou BI
(business inteligente).

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Resumidamente, o SIControl deve minimamente atender a alguns requisitos.
Por exemplo, nele, devem estar presentes ferramentas de controle de gestão,
tais como: o controle de custos, o planejamento e o controle orçamentário, as
mensurações de desempenho e do valor adicionado ao acionista.

A gestão dos processos e produtos em diferentes estágios do seu ciclo de vida


até o momento de seu descarte e potencial reciclagem, incluindo o controle de seu
pós-venda, de garantias e peças de reposição, exige informações que somente são
tratadas com um estudo profundo das funcionalidades do software ERP e com o
desenvolvimento provável de softwares paralelos, baseados em Data Warehouses
(GONÇALVES & RICCIO, 2009).

Aplicações específicas de mensuração de desempenho podem ser acopladas ao


SIC implantado num sistema ERP. Algumas soluções disponibilizam ferramentas
para implantação do balanced scorecard (BSC), por exemplo. Todavia, alguns
controles específicos relacionados ao desempenho em geral e à agregação de
valor exigirão informações internas e externas obtidas por meio de sistemas de
informação complementares ou ainda paralelos.

Você Sabia? Importante!

A Secretaria do Tesouro Nacional (STN) do Ministério da Fazenda em parceria com


o Serviço Federal de Processamento de Dados (SERPRO) está desenvolvendo um
Sistema de Informação de Custos (SIC), que é um Data Warehouse que se utiliza da
extração de dados dos sistemas estruturantes da administração pública federal, tal
como SIAPE, SIAFI e SIGPlan, para a geração de informações. O SIC tem por objetivo
subsidiar decisões governamentais e organizacionais que conduzam à alocação mais
eficiente do gasto público; sendo essencial para a transformação de paradigmas
que existem atualmente na visão estratégica do papel do setor público. Para mais
informações acesse: http://goo.gl/yLSjcd

Os tratamentos de informações externas são utilizados de forma a auxiliar


na detecção de novas oportunidades e ainda na seleção de mecanismos para
auxílio na redução de riscos ainda requer modelos mais sofisticadas. Portanto,
eles são tratados como modelos em teste, isto é, por meio de sistemas pilotos
desenvolvidos em tecnologias mais ad hoc e amigáveis. É comum que alguns
modelos da controladoria ainda se utilizem de informações tratadas na exportação
de bancos de dados por meio do pacote Office da Microsoft, no Excel e no
Access, por exemplo.

O sistema de informações externas agrega dados sobre o cenário e tendências


econômicas com índices mercadológicos, além de informações sociodemográficas
e socioeconômicas, fornecendo subsídios importantes para o planejamento de
longo prazo.

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UNIDADE Sistemas Integrados de Gestão Aplicados à Contabilidade

Além disso, é também no sistema de informações externas ou ambientais que


estão depositadas informações sobre padrões setoriais e de empresas líderes úteis
nos processos de benchmarking (autoavaliação em relação aos concorrentes),
em conjunto com preços médios de mercado, preços e estratégias de marketing
praticados pela concorrência, desde que eticamente obtidos. Ele deve fornecer
uma visão estratégica que possibilite a construção de diferentes cenários a serem
tratados no módulo de auxílio ao planejamento de longo prazo. O módulo com
indicadores de desempenho para controle estratégico proverá um conjunto de
medidas não exclusivamente financeiras, servindo à implantação da mensuração
de desempenho quer por meio do BSC, do Performance Prisma, ou de outras
metodologias específicas. A implantação deste módulo poderá ser acoplada aos
sistemas ERP com o uso de ferramentas de BI, que proporcionam a integração por
convergência e a extração de indicadores mediante visões multidimensionais.

No módulo para auxílio do planejamento de longo prazo, o usuário do sistema de


informações externas, deve facilitar a análise de decisões estratégicas, permitindo a
construção de cenários. Será útil na avaliação de mudanças de políticas, simulando
seus impactos no negócio, considerando a criação de valor de longo prazo aos
acionistas que supere o custo do capital. Dessa forma, ele deve possibilitar a análise
do impacto de determinada mudança na política comercial (preços, produtos,
promoção, canais de distribuição), ou de uma mudança da política de pesquisa,
desenvolvimento e inovação (PD&I), em relação ao ambiente em longo prazo.

Já no módulo para auxílio do planejamento de curto prazo, o usuário do


planejamento de longo prazo importa suas diretrizes estratégicas e as desdobra
até as unidades de negócio com horizontes temporais bem definidos. Nele, são
realizadas simulações do impacto de diretrizes estratégicas no resultado econômico.
Os outputs (saídas-relatórios) destas simulações são reportados de volta ao módulo
de planejamento de longo prazo, num ciclo virtuoso de planejamento integrado.
Também é neste módulo que são gerados subsídios para a definição das origens de
recursos e das políticas de financiamento de curto e médio prazo, mediante o uso
de diversas ferramentas de simulação (GONÇALVES & RICCIO, 2009).

Encerramos aqui mais uma unidade. Para finalizar, deixamos uma citação
de John Dewey (filósofo americano), que disse: “Nós só pensamos quando nos
defrontamos com um problema”.

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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Sites
Sistema de informação de custos na administração pública federal: uma política de Estado
HOLANDA, Victor Branco de; LATTMAN-WELTMAN, Fernando; GUIMARÃES,
Fabrícia (Org). Sistema de informação de custos na administração pública federal: uma
política de Estado. Rio de Janeiro, Editora FGV, 2010. ISBN: 978-85-225-0838-9.
Capítulo 7. Sistema de custos como política de Estado.
http://goo.gl/Lj8nZ2
Uma Abordagem para Modelagem de Processos através de um ERP
OGURA, Alberto Kenji; MARINS, Fernando Augusto Silva. Uma Abordagem para
Modelagem de Processos através de um ERP. XXIII Encontro Nacional de Engenharia
de Produção (ENEGEP). Anais Eletrônicos... Curitiba: ABEPRO, 2003.
http://goo.gl/JdO0hh
Sistemas ERP: características, custos e tendências
PADILHA, Thais Cássia Cabral; MARINS, Fernando Augusto Silva. Sistemas ERP:
características, custos e tendências. Revista Produção, v. 15, n. 1, p. 102-113, 2005.
http://goo.gl/7hm4MT
Tecnologia da informação em pequenas empresas: fatores de êxito, restrições e benefícios
PRATES, Glaúcia Aparecida; OSPINA, Marco Túlio. Tecnologia da informação em
pequenas empresas: fatores de êxito, restrições e benefícios. Revista de Administração
Contemporânea, v. 8, n. 2, p. 9-26, 2004.
http://goo.gl/pZZDLT

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UNIDADE Sistemas Integrados de Gestão Aplicados à Contabilidade

Referências
FREZATTI, Fábio. Orçamento Empresarial: planejamento e controle gerencial.
São Paulo: Atlas, 2000.

GONÇALVES, Rosana C. M. G.; RICCIO, Edson L. Sistemas de informação:


ênfase em controladoria e contabilidade. São Paulo: Atlas, 2009.

MOSCOVE, S. A.; SIMKIN, M. G.; BAGRANOFF, N. A.; GOLDSCMIDT, G. G.


Sistemas de informações contábeis. São Paulo: Atlas, 2002.

PADOVEZE, Clóvis L. Contabilidade gerencial: um enfoque e sistemas de


informação contábil. São Paulo: Atlas, 1997.

RICCIO, Edson L. Efeitos da tecnologia de informação na contabilidade: estudo


de casos de implementação de sistemas empresariais integrados-ERP. 2001. Tese
de Livre Docência. Universidade de São Paulo.

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Você também pode gostar