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Essa figura é chamada "Homem Velho". Conta a lenda tupi-guarani que um homem velho casou-se com uma
mulher muito mais jovem do que ele. Passado um tempo, ela se apaixonou pelo irmão mais novo do marido. Para ficar
com o cunhado, ela acabou cortando a perna do homem velho e este acabou morrendo.
Os deuses sentiram pena e o transformaram em uma constelação. Deram, inclusive, um bastão para lhe amparar a
perda da perna; acima de sua cabeça há um penacho.
Além de referência temporal. essa constelação era utilizada para orientação geográfica. Pois ela nasce nas
proximidades do ponto cardeal leste e se põe próximo do ponto cardeal oeste.
Todas as histórias fazem sentido para os povos que as elaboraram. Além do significado simbólico, para ensinar
alguma conduta moral ou aspecto importante, as estrelas também foram usadas de forma prática pelos povos.
Agora, leia a história da Constelação de Órion, que possui estrelas em comum com a Constelação do Homem Velho
tupi -guarani.
"Órion era um caçador amado pela deusa arqueira Ártemis, a deusa da caça e da castidade. Por ciúmes, o
gêmeo de Ártemis. o deus Apolo, mandou um escorpião gigantesco picar Órion. Percebendo que não seria
capaz de vencer o animal, Órion se jogou no mar junto com seu cão Sirius.
Quando já estavam longe, quase escapando, Apolo desafiou a irmã a acertar um alvo bem distante no mar.
A deusa, excelente arqueira, não percebeu que o ponto era Órion e o matou. Com remorso, Ártemis pediu a
seu pai, Zeus, para manter Órion vivo nos céus. e assim ele foi transformado em constelação ao lado de seu
cão, sob a Constelação Cão Maior. Apolo também fez seu pedido e o escorpião também foi enviado aos céus.
mas colocado no lado oposto. É por isso que vemos Órion no céu durante o verão e Escorpião nos meses de
inverno.”
Na mitologia grega, cada astro do Sistema Solar observável a olho nu estava associado a um deus. Para eles, os
deuses possuíam características humanas e estavam associados a diferentes aspectos do comportamento e do mundo.
Por exemplo, o planeta Marte é associado a Ares, o deus da guerra.
Na Antiguidade Clássica, o tempo só passa graças ao deus Cronos, representado pelo planeta Saturno. Cronos é filho
de Gaia e Urano. Urano é o deus do céu, e tem o mesmo nome do planeta.
Já Gaia é a deusa da terra, representada pelo planeta Terra.
De acordo com as teorias sobre a origem do Sistema Solar, o planeta Saturno foi formado ao mesmo tempo que os
planetas Terra e Urano, mas simbolicamente, a mitologia grega diz que o tempo é filho da terra e do céu. Essa ideia é
interessante, pois a humanidade só construiu o calendário e pensou nas horas observando o céu e os fenômenos
naturais na Terra. É por este motivo que devemos respeitar todas as histórias de todos os povos e civilizações.
Constelações como referência
As estrelas são usadas pelos povos e civilizações de diferentes modos. Elas indicam a passagem do tempo,
orientando a vida cotidiana quanto aos ciclos naturais e aos períodos de caça e agricultura. A observação de
determinadas constelações indica a época das chuvas, da seca, da cheia dos rios e os momentos de plantar, colher ou
pescar.
Essa utilização das estrelas não é restrita às sociedades indígenas. No Antigo Egito, por exemplo, a observação da
Constelação de Órion também era utilizada para identificar o início da cheia do Rio Nilo, fundamental para a agricultura
e alimentação naquela região desértica. Já a Cruzeiro do Sul foi usada pelos navegadores espanhóis e portugueses na
época da Descoberta da América e do Brasil porque ela indica os pontos cardeais. fundamentais para orientar o rumo
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das embarcações ao cruzar os oceanos.
Outras utilidades das constelações são contar histórias. explicar origens. orientar comportamentos etc.
Diferentemente da finalidade prática, aqui os motivos são simbólicos, não materiais, e também muito importantes.
Além de serem criados por diferentes motivos e por diferentes povos, os agrupamentos das estrelas foram
nomeados em diferentes épocas da história humana. Vimos que constelações como Órion e Escorpião existem desde a
Antiguidade, pois estão relacionadas à mitologia grega e a seus deuses. Já a Constelação Cruzeiro do Sul foi nomeada
na época das Grandes Navegações, período no qual a Igreja Católica era muito influente.
Mito grego
Segundo a mitologia grega, no começo, tudo era uma desordem, pois existia
apenas o deus Caos. Um dia, este resolveu criar a deusa Gaia, a Terra. Depois
criou o amor por meio do deus Eros e o céu com Urano. Futuro amante de Gaia.
Estes tiveram vários filhos, entre eles Cronos (pai de Zeus) e Jápeto (pai de
Prometeu). Prometeu esculpiu o homem no barro e Zeus deu-lhe a vida.
Mitos indígenas
Para os incas, Pacha era o Universo. Pachakamaq era o deus do princípio
criador, e Pachamama era sua esposa e representava a Mãe-Natureza. Estes
existiriam desde o princípio. Já os humanos vieram das fendas das rochas, das
profundezas de Pachamama.
Apresentamos a seguir o mito de criação dos indígenas desanas, do Alto Xingu, vizinhos aos índios tukanos - tanto
que falam a mesma língua.
Esse mito diz que, a princípio, não havia nada e as trevas cobriam tudo. Uma mulher, Yebá beló, se fez a si mesma a
partir de coisas invisíveis, como bancos, suportes de panela, cuias e mandioca. Na sua morada começou a pensar em
como deveria ser feito o mundo. Seu pensamento começou a tomar forma de uma esfera.
Depois criou cinco trovões imortais, e deu a cada um deles uma casa na esfera. A casa do primeiro trovão ficava no
sul. A do segundo, no leste, a do terceiro ficava no alto. A casa do quarto trovão ficava a oeste. A do quinto, no norte.
Yebá bëló, por sua vez, criou um ser invisível, Ëmëko sulãn Palãmin, e deu-lhe a ordem de fazer as camadas do
Universo e a futura humanidade. Ëmëko criou o Sol.
Yebá beló formou a Terra por meio de sementes tiradas de seu seio esquerdo e a adubou com o leite do seio direito.
Ëmëko sulãn Palãmin, então, dirigiu -se para a casa do terceiro trovão e lá encontrou com o chefe dos desana e com
o terceiro trovão. Este deu a eles riquezas e cada par de enfeites representava um homem e uma mulher. O trovão
ensinou o rito para transformá-los em seres humanos.
Por este motivo, a Terra era vista como o centro do Universo, e essa
ideia perdurou por muitos séculos porque todo mundo acreditava nisso,
porque as histórias dos povos e das civilizações defendiam essa ideia.
Com o passar do tempo, o céu continuou sendo estudado e, aos poucos, foi-se percebendo que na verdade os
planetas são outros astros como a Terra e movimentam-se em órbitas. Mas no início pensava -se que os planetas
orbitavam a Terra, e que o Sol girava em torno da Terra como se fosse um planeta. Esse modelo ficou conhecido como
geocêntrico ("geo” quer dizer "Terra” e "cêntrico” quer dizer "no centro”).
Entretanto. alguns pensadores como o polonês Nicolau Copérnico 11473- 15431 imaginavam que o correto era o
Sol ficar no centro, defendendo o modelo heliocêntrico ("hélio” quer dizer “Sol").
Esse modelo heliocêntrico não foi aceito porque retirar a Terra do centro do Universo era como se fosse diminuir a
nossa importância, nos transformando em apenas uma espécie animal que habita um mundo entre vários outros
existentes. Além disso, o modelo precisou passar por muitas melhorias, pois apresentava problemas na descrição do
movimento dos astros. Assim, demorou muitos séculos até que o modelo heliocêntrico apresentasse vantagens para
substituir o geocêntrico.
Muitos séculos se passaram até o modelo heliocêntrico ser aceito; muitos de seus defensores foram censurados,
assassinados ou condenados a negar suas ideias, como o cientista italiano Galileu Galilei (1564 – 16421).
Perceba que no começo o Universo era considerado como sendo a Terra e sua cúpula repleta de astros. Depois,
acreditava-se que era o que hoje chamamos de Sistema Solar. Hoje, estima-se que existam mais de 200 bilhões de
estrelas somente na Via Láctea, galáxia em que o Sistema Solar está localizado, e que existam mais de 200 bilhões de
galáxias no Universo. Nenhuma delas está no centro, e todas elas estão afastando-se umas das outras.
O Universo foi "ficando maior"· conforme a humanidade foi desenvolvendo seu pensamento científico e os
instrumentos para observar o céu.
A partir dessas observações foram construídos modelos ou imagens de como seria o Universo. Ele é uma imensidão
se for comparado às nossas escalas normais - por exemplo, à circunferência da Terra na região do Equador, de cerca de
40.000 km.
A imagem a seguir representa um grupo compacto de galáxias descoberto há cerca de 130 anos e localizado a cerca
de 280 milhões de anos-luz da Terra. O cume azul-claro curvado que percorre o centro da imagem mostra dados de
raios X do Observatório de Raios X Chandra, um telescópio espacial lançado em 23 de julho de 1999. Ele recebeu esse
nome como homenagem ao físico indiano Subrahmanyan Chandrasekhar (1910- 1995).
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O fato de as galáxias estarem se afastando significa que no passado elas estavam mais próximas. Por isso, esse
afastamento é uma das evidências da teoria da grande expansão, conhecida como Big Bang.
Segundo essa teoria, no início, todo o Universo concentrava-se em um único ponto que originou tudo. Com a
expansão desse pequeno ponto, as partículas foram se combinando e formando toda matéria, radiação e luz que existe.
Os estudos científicos sobre a origem do Universo compõem uma divisão da Astronomia chamada Cosmologia.
O astrofísico norte-americano Edwin Powell Hubble (1889-1953) e outros cientistas constataram que as galáxias
estão se afastando umas das outras, o que evidencia, segundo eles, o fenômeno da expansão do Universo.
O que concluir?
Dentre os exoplanetas mais semelhantes à Terra, o mais próximo é Gliese 667Cc; e precisaríamos viajar por 24 anos
na velocidade da luz para chegar nele. Seria essa a melhor saída para a humanidade? Será que lá encontraríamos pessoas
semelhantes a nós ou espécies parecidas com os animais do nosso planeta?
Como sabemos, a espécie humana tem modificado o planeta em escala global, temos poluído os rios e oceanos
quando devastamos florestas e extraímos recursos naturais. Portanto, é provável que esses fatores possam influenciar
a nossa permanência no planeta futuramente.
Além disso, o nosso Sol tem um tempo devida limitado em, aproximadamente, 5 bilhões de anos, e ele irá entrar
nos estágios finais da evolução estelar, tornando a Terra inabitável.
Portanto, se quisermos vislumbrar a nossa sobrevivência como espécie, teremos de pensar em habitar outros
mundos, seja vivendo em sondas ou colonizando outros planetas. Para isso, atualmente, grandes esforços estão sendo
feitos em medicina espacial, para entender como o corpo humano pode reagir no ambiente espacial. E precisamos
resolver também como tornar o planeta Marte aprazível para os seres humanos no futuro.
Por enquanto, a Terra é nossa casa e tem os recursos de que necessitamos. Precisamos cuidar bem dela. Não será
fácil encontrar outra igual.
ATIVIDADES
1. O que são constelações segundo a Ciência?
2. Existem constelações diferentes contendo as mesmas estrelas? Diferencie constelação de asterismo.
3. A observação das estrelas no céu ajudava os povos e civilizações a prever o clima? Dê exemplos.
4. Você conhece outro mito ou história sobre a criação do Universo, do mundo ou da humanidade? Escreva-o.
5. Diferencie Cosmologia das cosmogonias.
6. Comente sobre a história ou cosmogonia que você achou mais interessante, justificando sua escolha.
7. Leia a tirinha de Fernando Gonsales.
15. Assista ao vídeo sobre a Astronomia para o povo Inca, acessando pelo link
(https://www.youtube.com/watch?v=zSsCx9vtDfY) ou pelo QrCode abaixo. A partir do que foi apresentado
nesse vídeo, descreva em um parágrafo os aspectos que mais chamaram a tua atenção na relação desse povo
com os corpos celestes.
16. CAÇA-PALAVRAS
As palavras podem estar na horizontal, na vertical, de cima para baixo e de baixo para cima, na diagonal, da
esquerda para a direita e da direita para a esquerda. As palavras não estão acentuadas