Identificação Do Céu
Identificação Do Céu
Identificação Do Céu
Apresentao
A Representao do Cu
Aspectos histricos
Origem mitolgica das constelaes
Tabela das constelaes
Tabela das estrelas
Origem mitolgica dos planetas, do Sol e da Lua
A Esfera Celeste
Movimentos da esfera celeste
Movimento dos planetas
Configuraes planetrias
Retrogradao dos planetas
As Cartas Celestes
Como usar as cartas celestes
Carta celeste Mercator
Cartas celestes polares
Apresentao
Este trabalho vem atender ao pblico interessado em resgatar antigas tradies
de nossos ancestrais: mitos e lendas celestes, nomes das estrelas, localizao das
constelaes, dentre outras.
Desde 1980 a Fundao Planetrio oferece um curso de iniciao Astronomia
denominado Identificao do Cu, cujo principal objetivo levar o aluno a identificar
as principais constelaes, os nomes das estrelas, alm de introduzir noes de
Astronomia. O manual deste curso, h algum tempo, vem sendo insuficiente para
satisfazer o interesse do pblico. Portanto, resolvemos ampli-lo.
Esta publicao est dividida de modo a facilitar a consulta, permitindo que
mesmo pessoas no familiarizadas com o assunto sejam capazes de identificar os
astros.
No primeiro captulo so abordados: a origem do estudo do cu, mitologia das
constelaes, alm dos nomes das constelaes atuais e das estrelas.
O segundo captulo trata dos movimentos da esfera celeste e dos movimentos
planetrios.
O captulo trs talvez seja o mais interessante, pois apresenta vrias cartas
celestes, varrendo todo o cu. Esto assinaladas as estrelas visveis a olho nu, com sua
classificao pelo alfabeto grego, assim como os limites das constelaes.
O quarto captulo aborda o cu em cada uma das quatro estaes do ano, com
textos, e cartas celestes.
O cu de nossas cidades no ajuda muito a quem quer identificar os astros. E
preciso ter muita pacincia para reconhecer os astros menos brilhantes e muito boa
imaginao para reconhecer, naquela distribuio de pontos, algum contorno que
lembre seu nome. As excees ficam por conta das constelaes: Cruzeiro do Sul.
Escorpio, Touro e Orion.
O autor ficar gratificado se este trabalho contribuir para superar as
dificuldades iniciais da identificao do cu e incentivar aprofundamentos futuros.
A Representao do Cu
Aspectos histricos
Todos os dias, quando o Sol se pe, e com condies atmosfricas favorveis,
uma multido de pontos luminosos criva o cu, parecendo disseminados ao acaso, to
numerosos e prximos uns dos outros que, primeira vista, parece temerrio querer
nome-los separadamente. H, porm, alguns que despertam a nossa ateno. Depois
que os observamos durante algum tempo, notamos, no meio dessa desordem aparente,
uma certa regularidade na disposio desses astros. Vemos quadrados, losangos,
figuras geomtricas variadas e alinhamentos bizarros de estrelas que nos inspiram
comparaes. Criadas pela fantasia de nossa imaginao. Quantos seres humanos no
fizeram antes de ns, estas observaes? Quantos espritos imaginativos sonhavam em
animar o cu, infinito e silencioso, com cenas que representavam suas lendas, deuses e
heris?
No tempo em que a Astronomia no passava de uma nobre contemplao nem
repousava em bases cientficas de qualquer ordem, os iniciadores da cincia, pelo
menos aqueles primeiros observadores que a histria nos conservou os nomes, no
tinham nenhuma idia da verdadeira natureza das estrelas. Consideravam esses fogos
vacilantes como chamas celestes, acendendo-se cotidianamente com o nico fim de
atenuar as trevas noturnas.
H aproximadamente 8.000 anos atrs o homem era fundamentalmente um
caador, mas comeava a desenvolver uma agricultura rudimentar. Por isso, ele
dependia dos fenmenos sazonais, como a migrao dos animais, para a prtica da
caa, e das chuvas, para desenvolver a agricultura. Percebendo que o aspecto do cu
era sempre o mesmo para uma dada estao do ano, sentiu a necessidade de relacionlo com acontecimentos do dia-a-dia.
Uma outra necessidade bsica o motivou para estudar o cu: a orientao, pois
o homem daquela poca deixara de ser um errante, tinha agora um lugar fixo, uma
morada mais ou menos permanente para onde ele retornava aps o perodo de caa.
Utilizando as estrelas como guia, ele podia se afastar muito de seu lar na certeza de
reencontr-la na volta.
Aqueles precursores das descobertas astronmicas tiveram ento a idia de
utilizar a disposio das estrelas, reunindo-as em grupos de fcil reconhecimento,
dando origem s constelaes.
Muitos dos agrupamentos criados naquela poca e que sobrevivem at hoje
demonstram bem a sua utilidade prtica. Como eram caadores, visualizaram no cu
caadores e caas. Exemplo: Orion - o caador gigante e Leo. Como eram
agricultores, visualizaram no cu constelaes que lembravam as pocas do plantio e
da colheita. Exemplo: Aqurio (chuvas) e Virgem (colheita - porque eram as moas
que se encarregavam deste trabalho). Finalmente, como eram pastores, visualizaram
no cu constelaes como as do Boieiro, do Capricrnio e do Carneiro.
Naturalmente essas figuras no existem no cu: h apenas as estrelas, o homem
que as imaginou l. Hoje, se nos fosse dada a tarefa de dar nomes s constelaes,
talvez as batizssemos com nomes como: automvel, avio, computado, ou
homenagessemos algum desportista ou cantor.
Algumas civilizaes antigas dividiram o cu em constelaes. As culturas
diferentes e isoladas mantinham seus prprios agrupamentos onde predominavam
animais e personagens mitolgicos de cada um desses grupos. Os limites e nomes de
um grupo estelar eram diferentes de um povo para outro. Com o intercmbio e o
domnio de uma cultura sobre a outra essas diferenas diminuram.
Os antigos da Mesopotmia e do Mediterrneo talvez tenham sido os primeiros
povos que mais imaginao destinaram para povoar o cu com recordaes
encantadoras e leitos hericos, dando nomes s constelaes, imortalizando as
histrias dos deuses, semideuses e heris da Antiguidade. Assim as estrelas falam-nos
do passado e contam velhas lendas ilustradas por caprichosas imagens celestes, que a
imaginao dos nossos ancestrais criou.
Estes quadros no tm qualquer valor para a cincia, mas atraem o esprito
sonhador para o cu. Revivem as lembranas contadas por Homero, Hesodo e outros.
Embora hoje a maioria das constelaes, de uso universal, tenha muitos
elementos que nos levam a consider-las de origem grega, como Centauro, rion e
Hrcules, de uma maneira geral so mitos e personagens sumerianos, povo que
habitou a Mesopotmia h 5.000 anos atrs. Sofrendo invases, esta sociedade
avanada espalhou-se pelo Mediterrneo, norte da frica e Oriente, difundindo
antigas tradies que foram assimiladas e modificadas em parte. Por exemplo, para os
sumrios o universo fora criado pela unio de Anu (deus do Cu) e Ki (Terra) e dessa
unio surgiram o Sol, a Lua, os planetas e todas as formas de vida. Encontramos a
mesma mitologia na Grcia (unio de Urano, deus do Cu, e Gaia, a Terra), no Egito
(unio de Nut, deusa do Cu, com Keb, Terra). O Centauro, Orion e Hrcules
imaginados pelos gregos foram importados dos sumrios que os conheciam como
Enkiru, Gilgamesh e Marduk, respectivamente.
Ao perceber a relao entre o
movimento dos astros e a sazonalidade
dos fenmenos climticos, o homem
elegeu os astros corno deuses,
principalmente aqueles que se moviam
em relao aos demais; eram os planetas
(incluindo a o Sol e a Lua). Para vrios
povos da Antiguidade o Sol era um deus
que criou todas as coisas; a Lua e os
planetas tinham uma importncia
secundria. Naquela poca acreditava-se
que conhecendo-se o movimento dos
astros seria no s possvel prever as
estaes do ano mas tambm o destino do
homem. Dessa peculiar imaginao
originou-se a pseudo-cincia denominada
astrologia. Acreditava-se no poder do Sol,
da Lua, dos planetas e das estrelas e isso
estimulou estudos sobre o movimento dos
corpos celestes. possvel que a Lua
tenha sido a primeira a ter seu
como Deneb, era chamada de Deneb edDigege, que quer dizer "cauda da ave.
Esses nomes eram muitas vezes enormes
e pouco prticos, por isso foram sendo
simplificados com o tempo, de modo
que hoje seu significado tem pouca
identificao com o original.
Nos primeiros tempos dava-se
mais ateno s figuras imaginadas para
as constelaes, do que propriamente s
estrelas. A figura formada pelas estrelas
de dada constelao, assim como a
mitologia a ela associada, era
transmitida oralmente, sendo de domnio
popular.
A mais antiga representao
grfica do cu, que hoje temos acesso,
o Atlas de Farnese. Trata-se de uma
escultura em pedra que mostra Atlas
carregando a esfera celeste. Data
provavelmente de 70 a.C. Outra notvel
representao do cu o zodaco de
Dendera,
tambm
em
pedra, rion, In: Potica Astronmica, de Higinus
possivelmente esculpida em 36 d.C. Nela conseguimos identificar vrias constelaes.
Em ambas no so representadas as estrelas, s as figuras das constelaes.
Embora as constelaes clssicas tenham sido criadas muitos sculos antes de
Cristo, o primeiro catlogo racional das estrelas s foi feito por Eudoxo em 134 a.C.,
que compilou 1.080 estrelas em 45 constelaes. Ptolomeu em 137 d.C. elaborou um
catlogo, publicado no seu famoso livro Almagesto, com 1.025 estrelas divididas em
48 constelaes; provavelmente uma cpia melhorada do trabalho de Eudoxo. O
trabalho de Ptolomeu teve mais sorte que o de Eudoxo, tendo sido usado por
astrnomos, gegrafos e navegantes at o fim da Idade Mdia. Isso graas aos rabes
que traduziram e divulgaram o Almagesto. Em 1000 d.C. surge um mapa
Parece que o brilho decrescente no foi o nico critrio usado por Bayer para enumerar dada
constelao. Ele usou outros critrios, tais como a ordem de passagem meridiana (Ursa Maior). Sua
seletividade pelo brilho tambm no era muito rigorosa.
Atlas de Farnese
do retorno perptuo para a vida. Foi identificado como Osiris, o deus touro, e adorado
com o nome de Apis. As estrelas desta constelao foram referenciadas, no somente
porque o ano comeava quando o Sol a percorria, mas tambm porque se acreditava
que quando a raa humana foi criada o Sol encontrava-se nesta constelao. O touro
foi tambm adorado pelos persas. Eles designavam as sucessivas constelaes
zodiacais pelas letras de seu alfabeto; a primeira letra do alfabeto persa era aleph,
sendo esta atribuda ao touro.
Segundo a mitologia grega, o touro conduziu a ninfa Europa sobre os mares,
para o lugar que tomaria seu nome. Ela era filha de Agenor, rei da Fencia. Jpiter se
disfarou num belo touro branco e misturou-se ao rebanho de Agenor. Europa teve sua
ateno atrada para a beleza do animal, e teve coragem de mont-lo. Jpiter
aproveitou-se disso e raptou Europa.
O touro foi importante objeto de adorao para os druidas, que tinham um
grande festival religioso chamado taurie que acontecia quando o Sol estava nesta
constelao.
Em Touro existem dois aglomerados estelares facilmente visveis a olho nu
que foram cultuados pelos povos antigos. So os aglomerados das Hades e das
Pliades.
As Hades tm um formato em V simbolizando a cara do touro, com a estrela
1.2.
Constelaes no zodiacais
quia - Aquila. Ave da epopia de Ganimedes, heri troiano que tinha uma
beleza excepcional. Foi raptado e levado para o Olimpo por Jpiter, transformando-se
em guia para atingir tal objetivo.
Altar - Ara. Local onde eram feitos sacrifcios.
Andrmeda - Andromeda. Filha do rei Cefeu e da rainha Cassiopia, foi presa
a um rochedo para ser devorada por um monstro marinho (Cetus) enviado por Netuno.
Este foi o castigo imposto para punir Cassiopia, por haver dito ser mais bela que as
ninfas Nereidas, filhas de Nereu. Andrmeda foi salva por Perseu, que dirigiu para o
monstro a cabea de Medusa, cujos poderes transformavam em pedra todos que
olhassem para o seu rosto.
Baleia - Cetus. Monstro marinho que devoraria Andrmeda. Ver Andrmeda.
Boieiro - Bootes. Representa Icrio, pai de Ergone. Aps ter sido morto pelos
pastores de tica, foi colocado no cu junto Ergone (Virgem).
Co Maior - Canis Maior. Diz a lenda que era um dos ces do caador rion.
Para os egpcios, a estrela brilhante desta constelao, Sirius, que eles chamavam de
Sothis, tinha uma importncia fundamental, pois seu nascer helaco ocorria na mesma
poca das cheias do rio Nilo. O ano novo egpcio se iniciava tambm na mesma poca.
Co Menor - Canis Minor. Segundo os gregos, representa o outro co que
auxiliou Orion. Para outra corrente simbolizava o animal que acompanhava outro
caador: Acto.
Cassiopia - Cassiopeia. Rainha da Etipia. Ver Andrmeda.
Centauro - Centaurus Personagem mitolgico meio homem, meio cavalo.
Ursa Maior - Ursa Major. Jpiter apaixonou-se por Calisto, e sua esposa,
Juno, muito ciumenta, transformou-a em uma ursa. Arcas, filho de Calisto, um dia,
caando, atirou em uma ursa que era, obviamente, sua me. Jpiter transformou.
Ento, Calisto e Arcas em constelaes. A implacvel Juno, ainda insatisfeita, pediu
aos deuses marinhos que no permitissem as Ursas dormirem no oceano. Isto de
fato ocorre, pois estando prximas ao plo, essas constelaes nunca cruzam o
horizonte nas latitudes da Grcia.
As estrelas alfa, beta, gama, delta, epsilon, zeta e eta so tambm conhecidas
como carro maior, arado ou panela. So muito brilhantes e chamam a ateno dos
povos setentrionais.
Ursa Menor - Ursa Minor. Representa Arcas, filho de Calisto. Ver Ursa
Maior. As estrelas alfa, beta, gama, zeta e eta so tambm conhecidas como carro
menor, numa aluso ao carro maior (Ursa Maior).
Via-lctea - Via Lactea. No uma constelao, mas uma larga faixa luminosa
que se v a olho nu nas noites de cu estrelado. Segundo a mitologia grega, originouse do leite jorrado dos seios de Juno, quando esta amamentou Hrcules. Tambm para
a mitologia grega era atravs da Via-lctea que se chegava ao Olimpo, ficando
direita e esquerda as habitaes dos deuses mais poderosos. E tambm por onde os
heris entram nos cus.
Camaleo - Chamaleon.
Dourado - Dorado.
Fnix - Phoenix. Ave mitolgica que renascia de suas prprias cinzas.
Grou - Grus.
ndio - Indus.
Mosca - Musca.
Pavo - Pavo. Tradicionalmente a ave que era sacrificada em honra a Juno, a
rainha do cu.
Peixe Voador Volans.
Serpente Marinha Hydrus.
Tucano - Tucana. Ave natural da Amrica do Sul.
Tringulo Austral - Triangulum Australe. Instrumento de desenho.
Adicionadas por Bartschius (1624):
Girafa - Camelopardalis.
Pomba - Columba. Animal que avisou a No sinais de terra.
Unicrnio Monoceros.
Adicionada por Royer (1679):
Cruzeiro do Sul Crux. Embora oficialmente seja Royer o criador desta
constelao, bem antes dele ela j era conhecida com este nome pelos navegantes.
Adicionadas por Hevelius (1690):
Ces de Caa - Canes Venaticis.
Escudo Sculum. Uma referncia ao escudo de Sobiesky (rei da Polnia).
Lagartixa - Lacerta.
Leo Menor - Leo Minor.
Lince - Lynx.
Raposa Vulpecula.
Sextante Sextans.
Adicionadas por La Caille (1725):
Mquina Pneumtica - Antlia.
Buril Caelum. Instrumento de escultura.
do Sul.
Bssola - Pyxis.
Compasso - Circinus.
Escultor - Sculptor.
Esquadro - Norma
Forno - Fornax.
Relgio - Horologium.
Mesa Mensa. Monte onde o astrnomo La Caille fez observaes na frica
Microscpio Microscopium
Pintor - Pictor.
Oitante - Octans
Retculo - Reticulum. Instrumento astronmico.
Telescpio - Telescopium.
Nota: La Caille tambm subdividiu a gigantesca constelao do Navio (Argus) em
trs constelaes menores:
Quilha - Carina.
Popa - Puppis.
Vela- Vela.
Smbolo das constelaes zodiacais:
Carneiro - Representa a cabea e os chifres.
Touro - Lua crescente sobre lua cheia, esta constelao representava a
noite.
Gmeos - Dois em algarismos romanos, acredita-se, tambm, que seja
originria da representao do ideograma arcadiano correspondente ao
ms Kas - gmeos, que ocorria quando o Sol entrava em Gmeos.
Caranguejo - Representa o caranguejo com as pinas.
Leo - Embora parea simbolizar a juba, na verdade a cauda curvada.
Virgem - Acredita-se que deriva de MV (Virgem Maria), mas o mais
provvel que se origina de , primeira slaba de , um dos
nomes gregos para Virgem.
Balana - Desenho estilizado da balana.
Portugus
guia
Altar
Andmeda
Aqurio
Ave do |Paraso
Balana
Baleia
Boieiro
Buril
Bssola
Cabeleira de Berenice
Ces de Caa
Camaleo
Co Maior
Co Menor
Capricrnio
Caranguejo
Carneiro
Cassiopia
Cavalo Menor
Cefeu
Centauro
Cisne
Cocheiro
Compasso
Coroa Austral
Coroa boreal
Corvo
Cruzeiro do Sul
Delfim
Dourado
Drago
Eridano
Escorpio
Escudo
Escultor
Esquadro
Fnix
Latim
quila
Ara
Andrmeda
Aquarius
Apus
Libra
Cetus
Bootes
Caelum
Pyxis
Coma Berenices
Canes Venatici
Chamaleon
Canis Major
Canis Minor
Capricornus
Cncer
ries
Cassiopeia
Equuleus
Cepheus
Centaurus
Cygnus
Auriga
Circinus
Corona Australis
Corona Borealis
Corvus
Crux
Delphinus
Dorado
Drago
Eridanus
Scorpius
Scutum
Sculptor
Norma
Phoenix
Genitivo
Aquilae
Arae
Adromeade
Aquarii
Apodis
Librae
Ceti
Bootis
Caeli
Pyxidis
Comae Berenicis
Canum Venaticorum
Chamaeleontis
Canis Majoris
Canis Minoris
Capricorni
Cancri
Arietis
Cassiopeia
Equulei
Cephei
Centauri
Cygni
Aurigae
Circini
Coronae Australis
Coronae Borealis
Corvi
Crucis
Delphini
Doradus
Draconis
Eridani
Scorpii
Scuti
Sculptors
Normae
Phoenicis
Abrev.
Agl
Ara
And
Aqr
Aps
Lib
Cet
Boo
Cae
Pyx
Com
CVn
Cha
CMa
CMi
Cap
Cnc
Ari
Cs
Que
Cep
Cen
Cyg
Aur
Cir
CrA
CrB
Crv
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Dor
Dra
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Sco
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Scl
Nor
Phe
39
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Flecha
Forno
Gmeos
Girafa
Grou
Hrcules
Hidra
ndio
Lagartixa
Leo
Leo Menor
Lebre
Lince
Lira
Lobo
Mquina Pneumtica
Mesa
Microscpio
Mosca
Oflco
Oitante
Orion
Pavo
Pgaso
Peixe Austral
Peixe Voador
Peixes
Perseu
Pintor
Pomba
Popa
Quilha
Raposa
Relgio
Retculo
Sagitrio
Serpente
Serpente Marinha
Sextante
Taa
Telescpio
Sagitta
Fornax
Gemini
Camelopardus
Grus
Hercules
Hydra
Indus
Lacerta
Leo
Leo Minor
Lepus
Lynx
Lyra
Lupus
Antlia
Mensa
Microscopium
Musca
Ophiuchus
Octans
Orion
Pavo
Pegasus
Piscis Austrinus
Volans
Pisces
Perseu
Pictor
Columba
Puppis
Carina
Vulpecula
Horologium
Reticulum
Sagittarius
Serpens
Hydrus
Sextans
Crater
Telescopium
Sagitae
Fornacis
Geminorum
Camelopardalis
Grusis
Herculis
Hydrae
Indi
Lacertae
Lenis
Leonis minoris
Leporis
Lyncis
Lyrae
Lupi
Antliae
Mensae
Microscopii
Muscae
Ophiuchi
Octantis
Orionis
Pavonis
Pegasi
Piscis Austrini
Volantis
Piscium
Persei
Pictoris
Columbae
Puppis
Carinae
Vulpeculae
Horologii
Reticuli
Sagitarii
Serpentis
Hydri
Sextantis
Cratis
Telescopii
Sge
For
Gem
Cam
Gru
Her
Hya
Ind
Lac
Leo
LMi
Lep
Lyn
Lyr
Lup
Ant
Men
Mic
Mus
Oph
Oct
Ori
Pav
Peg
PsA
Vol
Psc
Per
Pic
Col
Pup
Car
Vul
Hor
Ret
Sag
Ser
Hyi
Sex
Crt
Tel
80
81
82
83
84
85
86
87
88
Touro
Tringulo
Tringulo Austral
Tucano
Unicrnio
Ursa Maior
Ursa Menor
Vela
Virgem
Taurus
Triangulum
Triangulum Austnale
Tucana
Monocenos
Ursae Major
Unsae Minor
Vela
Virgo
Tauri
Trianguli
Tnainguli Australis
Tucanae
Monocerotis
Ursae Majoris
Ursae Minoris
Velorum
Virginis
Tau
Tri
TrA
Tuc
Mon
UMa
UMi
Vel
Vir
Mirach
Almak
guia
Altair
Alshain
Tarazed
Dheneb
Aithalirnain
Aqurio
Sadalmelik
Sadalsuud
Sadachbia
Skat
Albali
Anchaa
Situla
Baleia
Menkar
Diphda
Alkaffaljidhina
Baten Kaitos
Thani
meio do cavalo
quadril
cabrinha
2,1
2,1
2,2
voador
guia
voador
cauda
dois avestruzes
0,8
3,7
2,8
3,0
3,4
talism do rei
boa sorte
estrela da sorte
Deciso
Sorvedouro
Ponta
Vaso
3,0
2,9
3,8
3,3
3,8
4,2
5,3
Focinho
R
cabea da baleia
barriga da baleia
2,5
2,0
3,5
3,7
3,4
Shemali
Mira
Deach
Boieiro
Arcturus
Nekkar
Seginus
Izar
Muphrid
Asellus
Alkalurops
Alazal
Cabeleira de Berenice
Diadem
Ces de caa
Cor Caroli
Chara
La Superba
Co Maior
Sirius
Mirzan
Muliphen
Wezen
Adhara
Phurud
Aludra
Co menor
Procyon
Gomeisa
Capricrnio
Giedi
Dabih
Nashira
Deneb algiedi
Caranguejo
Acubens
Al Tarf
Asellus Borealis
Asellus Australis
do norte
Maravilhosa
3,6
3,0
3,5
guarda da ursa
Cefeu
vu
solitria do lanceiro
pequeno asno
0,0
3,5
3,0
2,4
2,7
4,0
4,3
4,9
diadema
4,3
corao de Carlos
deleite
soberba
2,9
4,2
5,0
ardente
precursora
pata esticada
peso
virgem
nica brilhante
virgens
-1,5
2,0
4,1
1,9
1,5
3,0
2,4
antecede o co
chorosa
0,4
2,9
cabra
carniceiro
sorte no plantio
cauda da cabra
3,6
3,1
3,7
2,9
garra
extremidade
pequeno asno do norte
pequeno asno do sul
4,2
3,5
4,7
3,9
Tegmine
Carneiro
Hamal
Sheratan
Mesarthim
Cassiopia
Schedar
Caph
Navi
Ruchbah
Marfak
Cavalo Menor
Kitalpha
Cefeu
Alderamin
Alfirk
Alrai
Garnet Star
Centauro
Rigil/Kent Toliman
Hadar/Agena
Muhlifain
Menkent
Cisne
Deneb
Albireo
Sadr
Gienah
2 Azelfafage
Cocheiro
Capella
Menkaliman
Sadatoni
Coroa Boreal
Alphecca/Gemma
Nusakan
Corvo
Alciba
Alginal
carapaa
4,6
carneiro
dois signos
sacerdote
2,0
2,6
4,6
peito
palma da mo
*
joelho
cotovelo
2,2
2,3
2,5
2,7
4,3
pequena gua
3,9
brao direito
rebanho
pastor
estrela rubra
2,4
3,2
3,2
4,1
p do centauro/talism
perna/joelho
pata esticada
ombro
0,0
0,6
2,2
2,1
cauda
bico
peito
asa
pata do cavalo
1,2
3,1
2,2
2,5
4,2
pequena cabra
ombro do cocheiro
segundo escudo
0,1
1,9
3,7
a mais bela/gema
indigente
2,2
3,7
tenda
4,0
2,7
Gienah
Algorab
Cruzeiro do sul
Acrux/Magalhes
Mimosa/Becrux
Gacrux/Rubdea
Intrometida
Delfim
Sualocin
Rotanev
Drago
Thuban
Rastaban
Eltanin
Aldhibain
Ed Asich
Al Tais
Giansar
As Rakis
Grumium
Alsafi
Dsiban
Erdano
Achernar
Cursa
Alnahar
Zaurak
Azha
Acamar
1 Beid
2 Keid
Angetenar
2
Theemin
Escorpio
Antares
Acrab
Dschubba
Wei
Sargas
asa
corvo
2,6
2,9
alfa da cruz
mimosa
gama da cruz
intrometida
1,4
1,2
1,6
3,6
3,8
3,5
drago
cabea do drago
cabea do drago
duas hienas
hiena macho
cabra
gmeos
danador
maxilar
trip
hienas
3,7
2,8
2,2
2,8
3,3
3,1
3,8
4,9
3,7
4,7
4,6
foz do rio
nascente
rio
barco
ninho de avestruz
lua
ovo
ovos
curva do rio
gmeos
0,5
2,8
3,5
2,4
3,7
3,2
4,0
4,4
4,7
3,8
rival de marte
escorpio
fronte
cauda
cavalo teimoso
1,0
2,6
2,3
2,3
1,9
Girtab
Shaula
Lesath
Al Nyat
Jabbah
Fnix
Ankaa
Gmeos
Castor
Pollux
Alhena
Wasat
Mebsuta
Mekbuda
Propus
Tejat
Grou
Al Nair
Aldhanab
Hrcules
Rasalghethi
Kornephoros
Masym
Cujam
Hidra Fmea
Alphard
Leo
Regulus
Denebola
Algieba
Zosma
Algenubi
Adhafera
Chort
Al Terf
Rasalas
Lebre
Arneb
Nihal
mordedor
cauda
ferro
corao
frente
2,4
1,6
2,7
2,9
4,0
ponta
2,4
castor
pollux
marca de ferro
meio
pata esticada
pata encolhida
p esticado
p
1,6
1,1
1,9
3,5
3,0
3,8
3,3
2,9
brilhante
cauda
1,7
2,1
cabea do ajoelhado
aquele que segura a clava
pulso
clava
3,2
2,8
4,4
4,6
solitria
2,0
pequeno rei
cauda do leo
testa
quadril
do sul
juba do leo
quadril
extremidade
cabea do leo
1,3
2,1
2,3
2,6
3,0
3,4
3,3
4,3
3,9
lebre
sedento
2,6
2,9
Balana
Zubenelgenubi
Zubenelschamali
Zubenelhakrabi
Zubenelhakribi
Lira
Vega
Sheliak
Sulafat
Aladfar
Lobo
Men
Ke Konan
Ofico
Rasalhague
Cabalrai
Yed Prior
Yed Posterior
Han
Sabik
Cahleb
Marfik
rion
Betelgeuse
Rigel
Bellatrix
Mintaka
Alnilan
Alnitak
Algjebbah
Saiph
Meissa
Pavo
Peacock
Pgaso
Markab
Scheat
Algenib
Enif
2,7
2,6
3,9
4,9
0,0
3,4
3,2
ponte do sul
oficial cavaleiro
2,3
2,7
cabea do Ofico
co do pastor
parte anterior da mo
parte posterior da mo
nome de um estado feudal na china
guia
co do pastor
cotobelo
2,1
2,8
2,7
3,2
2,6
2,4
3,2
3,8
ombro de gigante
p
mulher guerreira
faixa prola
cinto
espada do gigante
espada
cintilante
0,5
0,1
1,6
2,2
1,7
1,8
3,4
2,1
3,4
1,9
sela
parte superior da pata
asa do cavalo
focinho
2,5
2,4
2,8
2,4
Homan
Matar
Bahan
Sad al Bari
Salm
Peixe Austral
Fomalhaut
Peixes
Al Risha
Perseu
Mirfak
Algol
Menkib
Atik
Pomba
Phact
Wezn
Popa
Naos
Quilha
Canopus
Miaplacidus
Avior
Aspidiske
Sagitrio
Rukbat
Arkab
Al Nasl
Kaus Meridionalis
Kaus Australis
Ascella
Kaus Borealis
Al Baldah
Nunki
Serpente
Unukalhai
Alya
Taa
Alkes
sorte do heri
chuva
bestas
boa sorte
escala
3,4
2,9
3,5
3,5
4,6
boca do peixe
1,2
corda
3,8
sino
demonaca
focinho
velho
1,8
2,1
4,0
2,8
pomba
peso
2,6
3,1
navio
2,2
-0,7
1,7
1,9
2,2
joelho
tendo
flecha
meio do arco
sul do arco
axila
norte do arco
povoado
peito
4,0
3,9
3,0
2,7
1,8
2,6
2,8
2,9
2,0
pescoo da serpente
lcida
2,7
3,3
4,1
Touro
Aldebaran
El Nath
Ain
Alcyone
Hyadum
Primus
16 Kelaine
17 Electra
19 Taygete
20 Maia
21 Asterope
23 Merope
27 Atlas
28 Pleione
Tringulo
Rasalmothallah
Tringulo Austral
Atria
Ursa Maior
Dubhe
Merak
Phecda
Megrez
Alioth
Mizar
Alkaid
Talitha/Dnoces
Tnia Borealis
Tnia Australis
Alula Borealis
Alula Australis
Muscida
Ta Tsun
El kophrah
80 Alcor
Ursa Menor
Polaris
Kochab
Pherkad
0,8
1,7
3,5
2,9
3,5
5,4
3,7
4,3
3,9
5,7
4,2
3,6
5,1
tringulo
3,4
alfa do tringulo
1,9
dorso da ursa
lombo da ursa
coxa
comeo da cauda
cauda
brilhante
guia
/*
segunda do norte
segunda do sul
a primeira do norte
a primeira do sul
focinho
honorvel
salto
fraca
1,8
2,4
2,4
3,3
1,8
2,3
1,9
3,1
3,4
3,1
3,5
3,8
3,4
3,0
3,7
4,0
do plo
estrela do norte
bezerro
2,0
2,1
3,1
Yildum
Alasco
Alifa
Vela
Markeb
Suhail
Regor
Virgem
Spica
Zavijava
Porrima
Vindemiatrix
Zaniah
syrma
os dois bezerros
4,4
4,2
4,3
navio
mastro
*
2,5
2,2
1,8
espiga
recanto dos dois vigias
deusa da profecia
vindimadora
prostituta
cauda
1,0
3,6
2,7
2,8
3,9
4,1
* As estrelas Navi (Gama Cassiopea), Dnoces (Iota Ursae Majoris) e Regor (Gama Velorum) foram batizadas
recentemente em homenagem aos astronautas Virgil Ivan Grissom, Edward H. White II e Roger B. Chaffee que morreram na
Apollo VI. As estrelas esto com os nomes dos astronautas escritos de trs para frente.
Alfabeto Grego
ALFA
BETA
GAMA
DELTA
EPSILON
ZETA
ETA
TETA
IOTA
CAPA
LAMBDA
MU
NU
XI
OMICRON
PI
RO
SIGMA
TAU
UPSILON
FI
QUI
PSI
OMEGA
A Esfera Celeste
Movimentos da esfera celeste
A esfera celeste uma esfera imaginria de raio infinito onde se localizam os
astros e em cujo centro est a Terra.
Os movimentos da esfera celeste so aparentes. Sabemos que a Terra que
gira em torno de si e se desloca ao redor do Sol, mas, estando o observador preso ao
nosso planeta, mais fcil entender fenmenos como solstcio, equincio, posies
planetrias e outros, imaginando a Terra imvel e transferindo os movimentos para a
esfera celeste.
A Terra gira em torno de seu eixo em 24 horas. Nesse eixo esto localizados os
plos norte e sul terrestres. Prolongando-se o eixo at a esfera celeste, teremos os
plos norte e sul celestes.
Rotao da Terra (aparente e real)
vero
21/12
21/06
outono
21/03
21/09
inverno
21/06
21/12
primavera
21/09
21/03
Configuraes planetrias
Existem determinadas posies que os planetas ocupam que tm importncia
particular.
Os planetas que possuem rbita externa da Terra apresentam as seguintes
configuraes:
Oposio - Se o planeta, visto da Terra, fizer um ngulo de 180 graus, ou o
mais prximo possvel disso, com o Sol, diz-se que ele est em oposio; nessa
ocasio ele estar mais prximo de ns e conseqentemente mais brilhante.
Conjuno - Se o planeta, visto da Terra, faz um ngulo de O grau com o Sol,
ou o mais prximo possvel disso, diz-se que ele est em conjuno; estar, ento,
muito prximo angularmente do Sol e ser difcil observ-lo.
Quadratura - Caso o planeta forme um ngulo de 90 graus, damos a esse
fenmeno o nome de quadratura; conseqentemente ele estar culminando prximo
meia-noite.
J os planetas internos (Mercrio e Vnus) apresentam trs tipos diferentes de
configurao: conjuno inferior, quando ficam entre o Sol e a Terra; conjuno
superior, quando o Sol fica entre o planeta e a Terra; elongao mxima, quando o
ngulo, visto da Terra, entre o planeta e o Sol mximo.
Quando o planeta se encontra na conjuno inferior e passa na frente do Sol,
visto da Terra, dizemos que ele est em trnsito. Como o plano das rbitas dos
planetas diferente, esse fenmeno torna-se bastante raro.
Os planetas inferiores apresentam fases como a Lua devido ao ngulo de
incidncia da luz solar. No desenho vemos que o planeta em P1 se apresenta novo,
em P2 crescente, em P3 cheio e em P4 minguante. Evidentemente nas posies
As Cartas Celestes
Antes de abordarmos como usar as cartas celestes precisamos ficar atentos s
projees utilizadas.
Nas cartas celestes com mais detalhes temos quatro cartas com projeo
Mercator e duas polares. Para a localizao de objetos prximos ao equador (at 50)
deve-se utilizar as Mercator; j para objetos prximos ao plo devemos recorrer s
polares. Caso no se tome este cuidado, os agrupamentos ficam deformados e os
alinhamentos no correspondem realidade. Observe o Cruzeiro do Sul na Mercator e
na polar: s na ltima que seu contorno corresponde realidade.
J nas cartas apresentadas em O Cu Segundo as Estaes do Ano, a
projeo mostra o aspecto de todo o cu; o znite o centro do crculo.
que
Betelgeuse e, mesmo assim, 35 vezes maior que o Sol; se fossem colocados lado a
lado Rigel seria 60.000 vezes mais luminosa que o Sol. Est a 450 anos-luz da Terra.
Prximo s Trs Marias podemos ver outras trs estrelinhas de fraco brilho,
tambm alinhadas. Representam "A Espada do Caador. Olhando mais atentamente
para a do meio, notamos ali uma estrela fora de foco. Ao observ-la com um
telescpio, distinguimos quatro estrelas - um sistema qudruplo com uma
nebulosidade ao redor, conhecida como a Grande Nebulosa de Orion, ou M-42. Esta
nebulosa possui um dimetro de aproximadamente 30 anos-luz e considerada um
local secreto da natureza, onde nascem as estrelas; regies como estas so conhecidas
como berrios de estrelas e, em nosso passeio entre as estrelas, encontraremos vrios
desses objetos.
Uma outra nebulosa muito interessante em Orion a Cabea de Cavalo,
embora somente detectada atravs de fotografia.
O prolongamento da linha que une as Trs Marias para o noroeste nos leva a
uma estrela brilhante avermelhada, chamada Aldebaran - alfa da constelao do
Touro. a estrela mais notvel daquela constelao representando seu olho.
Aldebaran uma supergigante avermelhada com um dimetro 40 vezes maior do que
o do Sol. Encontra-se a 65 anos-luz da Terra e cem vezes mais luminosa que o Sol.
Os rabes, que batizaram a maioria das estrelas, deram-lhe esse nome que significa a
seguidora porque ela parece seguir o aglomerado das Pliades, no seu movimento
diurno.
Ao redor de Aldebaran, vemos um aglomerado que lembra a letra V. So as
Hades, aglomerado aberto distante 130 anos-luz da Terra. Como Aldebaran est a 65
anos-luz, conclumos que ela no pertence quele aglomerado estelar. Vemo-la
naquela posio apenas por efeito de perspectiva.
Um outro aglomerado da constelao do Touro o das Pliades, j
mencionado. Bem mais interessante, este um dos mais belos objetos visveis no cu.
A olho nu podemos ver seis ou sete estrelas, mas, ao telescpio, notamos dezenas.
Este aglomerado est a 400 anos-luz.
O Touro uma das doze constelaes zodiacais, sendo a maior delas. H 5.000
anos atrs, as constelaes comearam a ser usadas para indicar as estaes do ano, e
o Sol se encontrava em Carneiro quando a primavera comeava para o hemisfrio
NGC 3372 eta Carinae (5.abril.1992; 02:00h. Foto: Marco Antonio De Bellis)
cheia do Rio Nilo - evento ansiosamente aguardado pelos habitantes. Esta data, pela
sua importncia, marcava o incio do ano. Sothis - nome como Sirius era conhecida no
Egito - marcava a criao do mundo em seu primeiro nascer helaco.
Sirius uma estrela dupla, tendo uma companheira de difcil observao, pois
fraca e est muito prxima da estrela principal. A duplicidade dessa estrela s foi
descoberta em 1 862, quando um tico chamado Alvan Clark testava um telescpio
que fabricara. O astrnomo F.W. Bessel j suspeitava deste fato, pois Sirius
apresentava um movimento irregular. Sua companheira conhecida como Sirius B e
leva cerca de 50 anos para orbitar ao redor do centro de massa do sistema formado
pelas duas estrelas.
Foi somente em meados deste sculo que Sirius B sofreu uma investigao
mais detalhada. A despeito de seu pequeno dimetro - cerca de 35.000 quilmetros,
possui a mesma massa do Sol, o que nos leva a concluir que sua densidade mdia
125.000 vezes maior que a da gua, ou seja, um centmetro cbico dessa estrela pesa
140 quilos. Sirius B tem uma temperatura de 1 0.000C, e muito pouco luminosa duas mil vezes menos que o Sol. Quando estes fatos foram constatados inaugurou-se
uma nova categoria de estrelas - as Ans Brancas. Nestas estrelas, o gs est to
(concentrado e a uma temperatura to elevada que, provavelmente, fica tudo ionizado,
ou seja, os eltrons encontram-se livres dos tomos).
As outras estrelas brilhantes do Co Maior so: Mirzan (beta), de segunda
magnitude, distante 750 anos-luz de ns; Adhara (epsilon), uma interessante estrela
dupla; e Wessel (delta), distante 900 anos-luz, com um brilho absoluto igual ao de
100.000 sis como o nosso.
Prximo a Sirius encontramos um aglomerado aberto denominado M-41.
fraco se observado a olho nu, mas podemos ver dezenas de estrelas com auxlio de um
telescpio. Recebeu essa denominao porque foi o quadragsimo primeiro objeto
catalogado pelo astrnomo francs Charles Messier (o M vem de seu sobrenome; o
primeiro objeto catalogado foi a nebulosa do Caranguejo). Messier era um caador de
cometas e, freqentemente, tinha seu trabalho atrapalhado por objetos que, primeira
vista, davam a impresso de serem cometas, mas, na verdade, se tratavam de
nebulosas, aglomerados e galxias. Messier perdia muito tempo at constatar o
engano, por isso resolveu catalogar esses objetos. Curiosamente, ele ficou mais
conhecido pelo catlogo que pelos inmeros cometas que descobriu.
orbita em torno da principal a cada 2,87 dias, quando ocorrem eclipses. A luz da
estrela principal deixa de atingir a Terra com a mesma intensidade, e algumas horas
depois o brilho volta a aumentar. Esta oscilao se d entre as magnitudes 2,2 e 3,5.
Cu do outono
O cu desta poca do ano apresenta vrias constelaes, cujos contornos so de
fcil identificao, como o Cruzeiro do Sul, Centauro, Boieiro e Corvo, alm das
zodiacais Leo e Virgem.
O grupo que mais chama ateno no cu do outono a constelao do Cruzeiro
do Sul. Pode ser vista ao sul, entre o znite e o horizonte, no comeo da noite. Esta a
menor das constelaes e foi classificada como tal em 1 679, por Royer, embora este
grupo fosse conhecido pelos gregos que o consideravam parte integrante da
constelao do Centauro.
No Cruzeiro do Sul vemos quatro estrelas formando uma cruz, alm de uma
outra denominada intrometida porque deforma a simetria da cruz. A estrela mais
brilhante Acrux, a alfa, uma belssima dupla com as componentes tendo quase o
mesmo brilho. Esta estrela dista cerca de 200 anos-luz de ns. Outra estrela que se
destaca Gacrux, a gama, tambm conhecida por Rubdea, uma gigante vermelha que
dista 500 anos-luz. Prximo Mimosa, a beta, tambm conhecida por Becrux, h um
belo aglomerado aberto chamado caixa de jias, composto por dezenas de estrelas
que podem ser contempladas com a ajuda de um binculo. Ele est a mais de 7.000
anos-luz de distncia.
No Cruzeiro do Sul, entre as estrelas Mimosa e Acrux, observamos uma regio
escura. a nebulosa saco de carvo que, em noites limpas, vista desarmada, podese notar uma ausncia quase total de estrelas. Este fato se explica porque naquela
regio h uma nuvem de gs interestelar que impossibilita a passagem da luz das
estrelas de fundo. O saco de carvo est a 500 anos-luz, aproximadamente.
No Hemisfrio Sul no temos uma estrela brilhante no Plo Sul Celeste,
semelhana do Hemisfrio Norte, que possui a estrela Polaris bem prxima ao Plo
Norte Celeste. Temos ento que recorrer a outro artifcio para localizar o Plo Sul
Celeste, ou seja: tomando o brao maior da Cruz e prolongando-o 4,5 vezes no sentido
Gacrux-Acrux, atingiremos aproximadamente o Plo Sul Celeste, ponto em que toda a
esfera celeste parece girar ao seu redor. importante salientar que, em qualquer
posio que se encontra o Cruzeiro do Sul, o procedimento indicado conduz-nos ao
Plo Sul Celeste. Para localizarmos o ponto cardeal Sul, basta descer uma vertical do
Plo at o horizonte.
Ao lado do Cruzeiro do Sul, vemos duas estrelas muito brilhantes. So Hadar e
Rigil Kent, respectivamente beta e alfa da constelao do Centauro. Representam as
patas daquela figura mitolgica. Rigil Kent a estrela mais prxima de ns, depois do
Sol. Est a 4,3 anos-luz, ou seja, cerca de 40 trilhes de km aproximadamente. uma
estrela tripla, sendo que as duas principais tm quase o mesmo brilho e podem ter suas
imagens separadas por um binculo. A terceira bastante fraca e somente podemos
observ-la com telescpios potentes. Esta ltima est um pouco mais prxima de ns
do que as outras duas, sendo por isso chamada de Prxima Centauro. Hadar
10.000 vezes mais luminosa que o Sol e dista quase 460 anos-luz.
A constelao do Centauro era conhecida pelos gregos, embora para aquelas
latitudes ela surgisse muito prxima do horizonte sul, em seu movimento diurno. Esta
constelao possui muitos objetos interessantes como o aglomerado globular Omega
Centauri.
At aqui falamos dos aglomerados abertos, onde as estrelas esto relativamente
espalhadas, porm nos aglomerados globulares, as estrelas encontram-se muito mais
prximas, parecendo formar um nico corpo. O Omega Centauri o maior dentre
todos os aglomerados globulares, cujo dimetro angular equivalente ao da lua cheia.
E composto de aproximadamente um milho de estrelas e dista 17 mil anos-luz. A
concentrao de estrelas tal, que no centro do aglomerado a separao mdia entre
elas de 0,1 ano-luz, enquanto que na regio da Via-lctea, onde nos encontramos, a
separao de 6 anos-luz, aproximadamente. O Omega Centauri pode ser encontrado
entre Gacrux e Menkent - teta do Centauro. visvel a olho nu, mas somente com um
pequeno telescpio podemos ter uma idia do grande nmero de estrelas que o
compe. Imagine a viso que teria um habitante em um planeta orbitando uma estrela
desse aglomerado!
Tambm na constelao do Centauro encontramos a galxia NGC 5128, de
formato bastante incomum, que se encontra a 25 milhes de anos-luz. Pode ser vista
NGC 5139 (Omega Centauri) Centaurus (03.maro.1990; 00:37h. Foto: Marco Antonio De Bellis)
Quando o Cruzeiro do Sul estiver em sua posio mais alta no cu, olhando
para o norte prximo ao horizonte, veremos um grupo cuja forma lembra uma panela
que, para ns, apresenta-se de cabea para baixo. a famosa constelao da Ursa
Maior. Vemos poucas estrelas desta constelao porque ela fica muito prxima ao
horizonte para nossas latitudes.
interessante notar que, em alguns casos, culturas totalmente diferentes e
isoladas deram o mesmo nome para um dado agrupamento. o caso da Ursa Maior,
que era assim chamada na Europa, bem como por algumas tribos norte-americanas,
antes de qualquer contato com o homem branco.
Sete estrelas se destacam na Ursa Maior. A expresso setentrional (septen =
sete + triones = touro, boi) uma referncia a essas estrelas que esto sempre ao norte,
e que para alguns representavam bois. A constelao do Boieiro representa o guia que
protege a Ursa Maior, neste caso os bois.
As sete estrelas so: Duphe - a alfa, Merak - a beta, Pheada - a gama, Mergrez
- a delta, Mizar - a zeta e Alkaid - a eta.
Mizar foi a primeira dupla identificada como tal. Na verdade uma estrela
tripla e uma de suas componentes pode ser vista a olho nu. O alinhamento das estrelas
Dubhe e Merak nos leva a Regulus - alfa da constelao do Leo.
Vrias galxias habitam essa constelao, como M-81. M-82, M-106 e M-108.
Uma nebulosa planetria muito interessante que ali encontramos a M-97, com um
dimetro de trs anos-luz, e encontra-se a 300 anos-luz de ns.
A constelao zodiacal que mais se destaca no outono a do Leo. Vista do
Hemisfrio Sul, apresenta-se de cabea para baixo. Podemos identificar uma curva
de estrelas em forma de foice que representa a juba do Leo. A estrela mais brilhante
Regulus - a alfa, cujo nome significa pequeno rei. Dista 84 anos-luz de ns e est
praticamente sobre a ecltica, sendo assim comuns as ocultaes desta estrela pela
Lua. Ela dupla e isso pode ser constatado com a ajuda de um pequeno telescpio.
O dorso do Leo um tringulo formado pelas estrelas: Denebola - a beta,
Zosma - a delta e Chort - a teta. O alinhamento de Regulus e Denebola indica
Arcturus.
Nas constelaes de Virgem e Leo existem muitas galxias, como: M-65, M66, M-95 e M-96. As duas primeiras esto a 40 milhes de anos-luz e as duas ltimas,
a 30 milhes. Destacam-se, tambm, a NGC 2903 e a NGC 3521.
Entre a Ursa Maior e o Leo est a constelao do Leo Menor, formada por
Olhando para o sul, temos um grupo que, at algum tempo atrs, era conhecido
como Argus, o navio mitolgico que transportou os argonautas em suas jornadas.
Atualmente esta constelao est dividida em trs menores: Carina ou Quilha, Popa e
Vela.
Canopus - alfa da constelao de Carina uma homenagem a Canopus (piloto
da nau dos argonautas). Ela a segunda estrela mais brilhante do cu, s perdendo
para Sirius, que tambm visvel nesta poca do ano. Canopus dista 600 anos-luz de
ns e so necessrias 200.000 estrelas iguais ao Sol para conseguir o mesmo brilho
dela.
Miaplacidus - a beta significa guas tranqilas. uma estrela circumpolar
para latitudes mais ao sul que o Rio de Janeiro, encontrando-se sempre acima do
horizonte e por isso nunca se pondo. Avior - a epsilon, Aspidiske - a iota so as outras
estrelas com nomes em Carina.
Em Argus encontramos uma das mais ricas regies do cu, com inmeros
aglomerados estelares e vrias nebulosas. A mais bela a Eta Carinae, uma enorme
massa de gs com 400 anos-luz de extenso e a 3.700 anos-luz de distncia. Esta
nebulosa, como Orion, um berrio de estrelas e facilmente observada por meio de
um binculo nas noites limpas.Com auxlio de instrumentos pouco mais potentes,
talvez consigamos ver o que o astrnomo William Herschel chamou de buraco de
fechadura, uma regio escura, quase no meio da Eta Carinae. Esta nebulosa muito
mais bonita que a Grande Nebulosa de Orion, embora menos famosa, talvez por se
localizar muito ao sul, sendo inacessvel para observadores europeus e norteamericanos. Outros objetos interessantes so os aglomerados NGC 2516, o Teta
Carinae e o NGC 3532. Este ltimo o mais belo aglomerado aberto, composto por
mais de 400 estrelas, cujo dimetro de 25 anos-luz.
Na constelao da Popa, somente a estrela zeta possui nome prprio - Naos. E
uma estrela brilhantssima para sua distncia, pois est a 2.400 anos-luz. Caso
estivesse a 50 anos-luz seria 12 vezes mais brilhante que o planeta Vnus. Nesse caso
Naos seria facilmente vista durante o dia.
Nesta constelao existem vrios objetos interessantes como os aglomerados
M-46, M-47, M-93, NGC 2423 e o NGC 2477, este ltimo possuindo mais de 300
estrelas que esto a cerca de 3.000 anos-luz de distncia. Dentro do M-46 h uma
nebulosa planetria denominada NGC 2438, cujo dimetro 70.000 vezes o dimetro
da rbita da Terra.
A ltima parte do navio a constelao da Vela. Suhail - a lambda e Markeb a kappa so as estrelas que possuem nomes prprios. A primeira 5.000 vezes mais
brilhante que o Sol. Markeb, delta Velorum, Avior e Iota Carinae formam um grupo
que conhecemos como Falsa Cruz, devido semelhana com o Cruzeiro do Sul. A
estrela mais interessante da constelao de Vela a Delta, muito quente e instvel,
parecendo ejetar material para o espao. Provavelmente num futuro se tornar uma
estrela supernova. Felizmente, esta estrela se encontra a mais de 500 anos-luz de
distncia.
Prximo estrela Regor, gama Velorum, encontramos e aglomerado NGC
2547 que relativamente brilhante, possuindo dezenas de estrelas.
Na constelao de Vela ocorreu, h 10 mil anos atrs, a fantstica exploso de
uma supernova. Segundo estimativas feitas atualmente, o brilho deve ter sido
equivalente ao da Lua, quando em quarto crescente, o que fantstico para uma
estrela que dista 1.600 anos-luz. Hoje, vemos uma tnue nebulosa naquela regio.
Cu do inverno
O Escorpio a principal constelao do inverno e uma das mais antigas.
Passa pelo znite quando observada das regies sul e sudeste do Brasil. Esta
constelao formada por vrias estrelas brilhantes e seu contorno lembra aquele
aracndeo. A estrela mais brilhante chama-se Antares - a alfa , cujo nome significa
Rival de Marte (Ant = que se ope; Ares = Marte), porque seu brilho e sua cor so
semelhantes a este planeta. Est a 500 anos-luz da Terra e aproximadamente 10.000
vezes mais luminosa que o Sol. Possui uma companheira visvel por meio de
telescpio. A caracterstica mais interessante desta estrela o seu dimetro, cuja
dimenso alcana 900 milhes de quilmetros. E uma das maiores estrelas conhecidas,
to grande que, se a reduzssemos, de modo a ficar do tamanho de uma bola de
futebol, nossa estrela, o Sol, seria menor que este ponto.
A beta do Escorpio, tambm conhecida por Graffias ou Acrab, uma estrela
dupla, fcil de ser separada por um pequeno telescpio. Uma das componentes
branca e a outra, azul.
Olhando para a mu do Escorpio, notamos serem duas estrelas muito
prximas. , na verdade, uma das poucas estrelas cuja duplicidade pode ser detectada
a olho nu. J a duplicidade de sua vizinha. a zeta do Escorpio, apenas aparente, no
sendo portanto uma dupla verdadeira. Aparecem juntas no cu apenas por uma
perspectiva, ou seja, esto angularmente prximas.
A Via-lctea atravessa o Escorpio, e esta uma regio do cu muito rica para
observaes com um pequeno telescpio ou mesmo com uni binculo. Os
aglomerados globulares M-4 e M-80. perto de Amares, assim como os aglomerados
abertos M-6 e M-7. na cauda do Escorpio. so de observao quase obrigatria.
Outra constelao zodiacal que vemos no inverno. a oeste do Escorpio. a da
Balana. Quando o Sol se encontrava nesta constelao, h aproximadamente quatro
mil anos atrs, dava-se o equincio, e portanto a durao do dia era igual da noite.
Da os antigos terem posto, nesta regio, um objeto que simbolizava igualdade,
equilbrio. Esta a nica constelao zodiacal que no representa animal. A Balana
no possui muitos objetos curiosos, e os nomes das principais estrelas so
considerados os mais difceis para memorizao: Zubenelgenubi - a alfa,
Zubeneschamali - a beta, Zubenelhakrjbi - a delta e Zubenelhakrabj - a gama.
O Sagitrio talvez a constelao mais rica em nebulosas e aglomerados
estelares, e de nossa latitude podemos v-la muito bem, porque passa por nossas
cabeas. A razo dessa riqueza que naquela direo est o centro de nossa galxia - a
Via-lctea.
Nossa galxia tem a forma de um disco com cerca de 100.000 anos-luz de
dimetro.O Sol dista 33.000 anos-luz do centro. Estamos, por assim dizer, nos
subrbios da galxia. A parte mais densa em estrelas pode ser observada em noites
transparentes como uma regio leitosa, da o nome Via-lctea. Tal regio , na
verdade. composta por bilhes de sis. Quando olhamos para o cu na direo de
rion, estamos observando a periferia da galxia, e se olhamos para Sagitrio,
estaremos contemplando o ncleo da Via-lctea.
A Via-lctea uma das milhes de galxias que existem no Universo. Como as
demais, ela composta de matria visvel representada por aproximadamente 1 50
bilhes de estrelas, e de imensas quantidades de matria invisvel. Estudos recentes
indicam que a matria visvel das galxias no representa mais que 10% de sua massa
total, permanecendo os 90% restantes sob a forma de matria escura como nebulosas,
restos de estrelas, corpos negros, planetas, etc. Todas as estrelas de uma
galxia giram ao redor de seu centro, sendo que as mais internas giram mais
rapidamente que as externas. O Sol, estando a 33.000 anos-luz do centro de nossa
galxia, leva 200 milhes de anos para dar uma volta ao redor do ncleo, definindo
assim o ano csmico. A olho nu, e em condies de transparncia ideal de cu,
conseguimos ver aproximadamente 6.000 estrelas, o que nada, comparando-se com
as bilhes que compem a Via-lctea. S conseguimos ver as estrelas mais prximas e
luminosas, todas pertencentes nossa galxia. Outras trs galxias podem ser vistas a
olho nu, em forma de uma leve mancha no cu: Andrmeda e as duas Nuvens de
Magalhes, estas ltimas consideradas galxias satlites da Via-lctea.
Sagitrio, outra constelao do inverno, apresenta uma curiosidade. Suas
estrelas alfa e beta no so as mais brilhantes da constelao, pelo contrrio. existem
vrias outras que as superam em brilho.
H quem consiga ver na distribuio das estrelas do Sagitrio um bule: Kaus
Australis - a epsilon, Kaus Meridionalis - a delta, Kaus Borealis - a lambda, Al Nasl a gama, Nunki - a sigma, Ascella - a zeta, Al Baldan - a pi, Rukbat - a alfa e Arkab - a
beta.
O objeto mais notvel desta constelao a nebulosa M-8, semelhante
Grande Nebulosa de Orion, e apresenta um dimetro aproximado de 0,5 grau. Pode ser
observada por meio de binculos e dista 4.500 anos-luz. So tambm interessantes os
aglomerados: M-24, M-25, M-22, M-28, M-2l, M-70 e M-69.
Ao norte do Sagitrio existem as constelaes do Ofico e da Serpente. Elas
juntas representam uma figura humana segurando uma serpente. As estrelas com
nome prprio em Ofico so: Rasalhangue - a alfa Chaleb - a kapa, Cebahai - a beta.
Sabik - a eta, Han - a zeta e Marfik - a lambda.
Ofico possui uma caracterstica original: cortada pela eclptica, podendo ser
considerada tambm como constelao zodiacal. Na verdade, o Sol passa mais tempo
nela do que em Escorpio
Rasalhague, a 60 anos-luz de ns, uma estrela dupla, cuja companheira
invisvel. Nesta constelao existem cinco aglomerados globulares brilhantes: M-9,
M-10, M-12, M-14 e M-19. Um outro objeto interessante, embora s visvel por meio
de telescpios, a Estrela de Barnard. Est a apenas 6 anos-luz da Terra e a estrela
mais rpida em deslocamento no cu. Viajando a 259 km/s, ela se desloca o
equivalente ao dimetro angular da lua cheia em apenas 180 anos. Se todas as
A estrela epsilon uma dupla-dupla, ou seja, uma dupla vista a olho nu, sendo
que cada uma das componentes tambm um sistema binrio, quando vistas ao
telescpio. As duplas visuais tm magnitude 4,7 e 5,1, e todo o conjunto est a 180
anos-luz de ns.
Dois objetos chamam ateno nesta constelao: a bela nebulosa planetria M57, tambm conhecida como nebulosa do anel, localizada entre as estrelas beta e
gama, e o aglomerado globular M-56. Nebulosas planetrias so formadas por
algumas estrelas, que ao final de suas vidas expelem para o espao grande parte de
suas massas. O Sol, daqui a 5 bilhes de anos, possivelmente ir se transformar numa
nebulosa planetria. A M-57 est a 20.000 anos-luz da Terra e tem um dimetro
aproximado de meio ano-luz. A ejeo de massa originria deve ter ocorrido a 2.000
anos atrs, e a estrela remanescente central pode ser detectada em algumas fotos, cuja
temperatura superficial da ordem de 100.000C.
Ao norte vemos parte da constelao do Drago, cujas estrelas Rastaban - a
beta e Ed Asich - a iota podem ser observadas em condies de cu transparente.
Como esta constelao est sempre muito prxima do horizonte para nossas latitudes,
no conseguimos ver os aglomerados daquela regio.
Como j dissemos, no Hemisfrio Norte h uma estrela muito brilhante
ocupando o plo celeste. E a Polaris - a alfa da constelao da Ursa Menor. Devido ao
movimento de precesso da Terra, daqui a alguns sculos aquela estrela deixar de
ocupar o plo celeste. Daqui a 10.000 anos, ser a vez de Vega ocupar aquela posio.
No tempo em que eram construdas as pirmides do Egito, a estrela polar era Thuban a alfa da constelao do Drago, uma estrela relativamente brilhante.
No Hemisfrio Sul no temos nenhuma estrela de fcil reconhecimento
naquela regio. A mais prxima do plo sul celeste a sigma Octans, uma estrela de
sexta magnitude da modesta constelao do Oitante. Devido ao movimento de
precesso teremos, daqui a 6.500 anos, a estrela Aspidiske (i Carinae), que ser a mais
brilhante a assumir a posio do plo sul celeste.
Em 1499. Amrico Vespcio nos deixou este relato sobre a procura da Estrela
Polar do Sul: "... muito desejoso de ser o autor que identificaria a estrela polar do
outro hemisfrio, perdi muitas noites de sono na contemplao do movimento das
estrelas em volta do plo sul, a fim de registrar qual delas tinha o menor movimento e
se encontrava mais prxima do plo.
Cu da primavera
No comeo das noites primaveris no h, infelizmente, nenhum grupo notvel
de estrelas no alto do cu, como as constelaes de Orion, do Cruzeiro do Sul e do
Escorpio. Tambm das constelaes zodiacais presentes, nenhuma possui estrelas
brilhantes.
Nosso principal ponto de referncia nesta poca do ano ser a constelao do
Pgaso. Olhando na direo norte, a aproximadamente 45 graus de altura, veremos um
quadrado formado por quatro estrelas de mdio brilho. Destas, trs pertencem
quela constelao: Markab - a alfa, Scheat - a beta e Algenib - a gama. A outra
estrela do quadrado Alpheratz - a alfa da constelao de Andrmeda, que
abordaremos mais adiante. Essas estrelas representam o corpo do cavalo alado. As
outras estrelas da constelao do Pgaso so: Matar - a eta e Sad al Ban - a mu,
representando a cauda do cavalo, e Homan - a zeta, Baham - a teta e Enif- a epsilon
que simbolizam o pescoo e a cabea.
A estrela Scheat uma varivel irregular, cujo brilho oscila entre as
magnitudes 2.1 e 3,0. Sua distncia de aproximadamente 210 anos-luz.
O objeto mais interessante nesta constelao o aglomerado globular M-15,
que fica prximo estrela Enif e dista aproximadamente 42.000 anos-luz. H indcios
de que as estrelas deste aglomerado esto sendo colapsadas por um buraco negro, pois
ali so detectadas intensas fontes de raios-X. Muitas galxias se localizam em Pgaso.
dentre elas as NGC 7331, NGC 7814 e a NGC 7479. A primeira encontra-se a 50
milhes de anos-luz e , aproximadamente, cinco vezes menor que a nossa.
Na diagonal de alfa Pegasi e alfa Andromedae temos a constelao de
Andrmeda. Alm de Alpheratz - a alfa, outras duas estrelas se destacam: Mirach -a
beta e Almak - a gama. Esta ltima uma interessante estrela dupla, visvel atravs de
pequenos telescpios, sendo uma amarela e a outra azulada.
A estrela zeta outra dupla, e isso s pode ser detectado com instrumentos
especiais. Neste sistema, as componentes esto to prximas que a ao gravitacional
NGC 7293 + 121 Hermione (29.julho.1995; 03:08h. Foto: Marco Antonio De Bellis)
compem sejam fracas, esto bem juntas, e quatro delas formam no cu um pequeno
losango de fcil reconhecimento. A estrela Gama uma dupla observvel com
telescpio. Ali encontra-se tambm o tnue aglomerado globular NGC 2006, um dos
mais afastados, pois est a aproximadamente 185.000 anos-luz.
Finalmente temos Cavalo Menor, uma constelao de pouco interesse, sendo
mesmo difcil de ser identificada.
O alinhamento Alfa Andromedae - Alfa Pegasi nos leva constelao do
Aqurio. A estrela mais brilhante desta constelao zodiacal Sadalmelik - a alfa.
Quando o planeta Netuno foi descoberto, encontrava-se nesta constelao.
Sadalmelik est a mais de 1.100 anos-luz de distncia e cerca de 6.000 vezes
mais luminosa que o Sol.
Em Aqurio existem vrios objetos de interesse como os aglomerados
globulares M-2 e M-72, o primeiro distante cerca de 50.000 anos-luz e o segundo,
aproximadamente 60.000 anos-luz.
Duas nebulosas planetrias podem ser encontradas: a NGC 7009, tambm
conhecida como Saturno, devido semelhana com o planeta; e a NGC 7293 ou
nebulosa de Helix. Esta ltima talvez a mais bonita das nebulosas planetrias,
embora de brilho fraco. Seu dimetro de 1,5 anos-luz e dista 400 anos-luz.
Altair, com as duas estrelas que a ladeiam, indica, para a direo sudeste, a
posio da constelao do Capricrnio. Seu contorno lembra, com boa vontade, uma
Asa Delta. Fugindo regra a estrela Giedi, _ a alfa mais fraca que Dabih - a beta.
A olho nu, podemos ver Giedi como uma estrela dupla, mas essa duplicidade
apenas aparente. As estrelas, na verdade, no giram uma ao redor da outra. A estrela
mais brilhante est a 1.500 anos-luz de ns e a outra, aproximadamente a 100 anosluz. J a estrela Dabih de fato uma dupla verdadeira e pode ser facilmente detectada
com um binculo.
Encontra-se tambm nesta constelao o aglomerado globular M-30, que est a
aproximadamente 40.000 anos-luz.
Ao sul de Pegaso localizamos a fraca constelao de Peixes. Para
visualizarmos esta constelao, imaginamos duas fileiras de estrelas que se unem
estrela Al Rischa - a alfa e terminam, cada uma, em grupos de estrelas fracas que
parecem arcos. Cada arco representa um peixe. Prximo estrela Markab (Alfa
Pegasi), temos um peixe e, ao lado de Merach (Beta Andromedae), o outro Peixe.
Al Rischa uma estrela dupla, mas somente com telescpios potentes
distinguimos suas componentes, que levam 700 anos para dar uma volta em torno do
centro de massa comum.
Nesta constelao encontramos duas galxias muito bonitas: a M-74 e a NGC
488. A primeira est a 30 milhes de anos-luz e contm aproximadamente 30 bilhes
de estrelas.
No comeo das noites da primavera, vemos no alto do cu a estrela Fomalhaut,
a mais brilhante da constelao do Peixe Austral, e por isso uma alfa. As outras
estrelas desta constelao so muito fracas.
Fomalhaut est prxima de ns, cerca de 23 anos-luz. E uma estrela dupla cuja
companheira est a quase dois graus de distncia, equivalendo aproximadamente a um
ano-luz. Esta separao absurdamente grande, tornando a atrao gravitacional entre
ambas muito pequena. Estas estrelas provavelmente se originaram de um aglomerado
do tipo Pliades, e posteriormente tiveram seus membros afastados. Talvez Fomalhaut
e sua companheira sejam as ltimas remanescentes a se desconectarem
gravitacionalmente.
Ao sul de Peixe Austral, vemos duas constelaes: a do Grou e a do Tucano. O
Grou apresenta trs estrelas de brilho mdio: Alnair - a alfa, Aldhanab - a beta e a
gama. No Tucano localiza-se a Pequena Nuvem de Magalhes que, juntamente com a
Grande, constituem as galxias satlites da Via-lctea.
A Pequena Nuvem de Magalhes pode ser vista a olho nu, caso o cu esteja
livre da poluio luminosa e atmosfrica. Ela encontra-se a cerca de 30.000 anos-luz
de ns e se estende por uma rea no cu de aproximadamente 9 graus quadrados. Deve
contar com umas 900 milhes de estrelas.
Ao lado da Pequena Nuvem de Magalhes (PNM) encontramos dois
aglomerados globulares: o 47 Tucanae e o NGC 362. 0 primeiro muito brilhante,
somente superado pelo Omega Centauri. e pode ser visto com um binculo. O
segundo bem mais fraco. A proximidade com a PNM aparente, uma vez que o 47
Tucanae est a apenas 15.000 anos-luz de ns.
A leste do Grou encontramos a constelao de Fnix. A estrela mais brilhante
Ankaa - a alfa. Outras que se destacam so a beta e a gama. Ankaa fica entre
Achernar (Alfa Eridanus) e Fomalhaut (Alfa Pisces Austrini). A estrela zeta uma
binria eclipsante, cujo brilho varia entre 3,6 e 4.1 magnitudes em um perodo de 1,67
dias.
A sudoeste do Grou existem duas constelaes: a do Pavo e a do Indio.
Peacock, a alfa do Pavo, a mais brilhante daquela constelao. Essa estrela
dupla, e suas componentes orbitam o centro de massa comum em 11 .7 dias. O sistema
somente detectado atravs de fotografias. Encontram-se aproximadamente a 310
anos-luz da Terra, e o sistema 1.200 vezes mais brilhante que o Sol.
O aglomerado globular NGC 6752 se destaca nessa constelao, assim como a
galxia NGC 6744.
A constelao do ndio bastante modesta, possuindo somente estrelas fracas.
A epsilon uma estrela muito prxima de ns, encontrando-se a apenas 11,4 anos-luz.
A constelao de Hydrus, a Serpente Marinha, fica prxima ao plo celeste. As
trs estrelas mais brilhantes - alfa, beta e gama - tm aproximadamente magnitude 3,9.
No horizonte norte vemos parcialmente duas constelaes por estarem
prximas ao plo norte celeste: Cefeu e Cassiopia. Na constelao de Cepheus
(Cefeu) conseguimos ver, se o cu estiver sem obstculos, as estrelas Alderamin - a
alfa e Garnet - a mu. A primeira ser, daqui a 5.500 anos, a estrela polar do hemisfrio
norte. J a Garnet, com sua cor de um vermelho muito vivo, uma varivel irregular.
A estrela delta, alm de ser varivel, tambm uma bela estrela dupla. Sua
variao ocorre devido a pulsaes da estrela principal e no por eclipses da
companheira.
Ao lado de Cepheus temos um grupo que se assemelha a uma letra M ou
"W", dependendo da posio no cu. E a constelao da Cassiopia. As estrelas
principais so: Shedar - a alfa. Caph - a beta, Navi - a gama e Ruchban - a delta.
A estrela dupla mais interessante ao telescpio eta. Est a 18 anos-luz de ns.
Se houvesse um observador em um planeta hipottico ao redor de Alfa
Centauri, este veria Cassiopia como ns a vemos, porm com uma diferena: haveria
no conjunto uma outra estrela, um pouco mais brilhante que as demais - o nosso Sol.
Anexos
Como fotografar as constelaes
Fotografar as constelaes uma atividade que qualquer pessoa pode fazer.
Com o mtodo descrito abaixo, pode-se registrar estrelas bastante fracas (magnitudes
8 ou 9), visveis somente por meio de telescpios, alm de meteoros, aglomerados,
nebulosas e galxias. O equipamento utilizado acessvel maioria das pessoas. Alm
disso, a grande vantagem da fotografia que ela registra a observao, permitindo
uma posterior comparao, alm de mostrar os resultados aos amigos.
Material necessrio:
- cmara fotogrfica (com pose B no obturador)
- cabo de disparo (tambm conhecido como propulsor)
- filme de alta sensibilidade (400 ISO por exemplo)
- trip (devido longa exposio, no se pode segurar a cmara; por isso ela
deve ficar totalmente imvel, em um trip ou em uma base de madeira).
Ajustes preliminares:
Coloque a cmara sobre o trip (ou base), de modo a ficar imobilizada durante
a exposio. Certifique-se de que o cabo ir travar o obturador e adapte-o cmara.
Regule o obturador para "B". Abra o diafragma para f/2 ou f/2,8 e focalize a cmara
para o infinito ().
Operao:
Aponte a cmara para a regio do cu desejada e dispare-a por meio do cabo.
Decorridos 30 segundos, destrave o cabo. A foto est pronta. Nos casos em que o
tempo de exposio muito pequeno, as imagens estelares ficaro pontuais, mas
pode-se obter resultados bastante interessantes quando em exposio de tempo maior,
como 30 minutos ou mais. Nestes casos, ao fotografar o Plo Celeste, as imagens
das estrelas aparecem trilhadas, formando arcos concntricos com o Plo Celeste.
Fotografando a regio do Equador Celeste, as trajetrias das estrelas aparecem
retilneas. Fotografar as estrelas surgindo por trs de uma rvore ou morro apresenta
excelentes resultados.
Pode-se detectar tambm, nas fotos, a passagem de um avio, satlite artificial
ou mesmo meteoros.
Quanto mais transparente estiver o cu, melhor o resultado. Deve-se evitar a
todo custo noites com Lua cheia e lugares prximos a luzes. Mas nas cidades tambm
possvel obter bons resultados, desde que se tome cuidado com o tempo de
exposio, pois se for maior que trs minutos, a foto pode ficar velada.
A repetio das experincias ser o melhor laboratrio para se dominar essa
interessante tcnica.
Para fotografar a Lua e os planetas precisa-se utilizar instrumentos mais
potentes.
Principais alinhamentos
Bibliografia
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