Identificação Do Céu

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Sumrio

Apresentao
A Representao do Cu
Aspectos histricos
Origem mitolgica das constelaes
Tabela das constelaes
Tabela das estrelas
Origem mitolgica dos planetas, do Sol e da Lua
A Esfera Celeste
Movimentos da esfera celeste
Movimento dos planetas
Configuraes planetrias
Retrogradao dos planetas
As Cartas Celestes
Como usar as cartas celestes
Carta celeste Mercator
Cartas celestes polares

O Cu Segundo as Estaes do Ano


Cu do vero
Cu do outono
Cu do inverno
Cu da primavera
Anexos
Como fotografar as constelaes
Corno estimar ngulos com as mos
Principais alinhamentos
Bibliografia

Apresentao
Este trabalho vem atender ao pblico interessado em resgatar antigas tradies
de nossos ancestrais: mitos e lendas celestes, nomes das estrelas, localizao das
constelaes, dentre outras.
Desde 1980 a Fundao Planetrio oferece um curso de iniciao Astronomia
denominado Identificao do Cu, cujo principal objetivo levar o aluno a identificar
as principais constelaes, os nomes das estrelas, alm de introduzir noes de
Astronomia. O manual deste curso, h algum tempo, vem sendo insuficiente para
satisfazer o interesse do pblico. Portanto, resolvemos ampli-lo.
Esta publicao est dividida de modo a facilitar a consulta, permitindo que
mesmo pessoas no familiarizadas com o assunto sejam capazes de identificar os
astros.
No primeiro captulo so abordados: a origem do estudo do cu, mitologia das
constelaes, alm dos nomes das constelaes atuais e das estrelas.
O segundo captulo trata dos movimentos da esfera celeste e dos movimentos
planetrios.
O captulo trs talvez seja o mais interessante, pois apresenta vrias cartas
celestes, varrendo todo o cu. Esto assinaladas as estrelas visveis a olho nu, com sua
classificao pelo alfabeto grego, assim como os limites das constelaes.
O quarto captulo aborda o cu em cada uma das quatro estaes do ano, com
textos, e cartas celestes.
O cu de nossas cidades no ajuda muito a quem quer identificar os astros. E
preciso ter muita pacincia para reconhecer os astros menos brilhantes e muito boa
imaginao para reconhecer, naquela distribuio de pontos, algum contorno que
lembre seu nome. As excees ficam por conta das constelaes: Cruzeiro do Sul.
Escorpio, Touro e Orion.
O autor ficar gratificado se este trabalho contribuir para superar as
dificuldades iniciais da identificao do cu e incentivar aprofundamentos futuros.

A Representao do Cu
Aspectos histricos
Todos os dias, quando o Sol se pe, e com condies atmosfricas favorveis,
uma multido de pontos luminosos criva o cu, parecendo disseminados ao acaso, to
numerosos e prximos uns dos outros que, primeira vista, parece temerrio querer
nome-los separadamente. H, porm, alguns que despertam a nossa ateno. Depois
que os observamos durante algum tempo, notamos, no meio dessa desordem aparente,
uma certa regularidade na disposio desses astros. Vemos quadrados, losangos,
figuras geomtricas variadas e alinhamentos bizarros de estrelas que nos inspiram
comparaes. Criadas pela fantasia de nossa imaginao. Quantos seres humanos no
fizeram antes de ns, estas observaes? Quantos espritos imaginativos sonhavam em
animar o cu, infinito e silencioso, com cenas que representavam suas lendas, deuses e
heris?
No tempo em que a Astronomia no passava de uma nobre contemplao nem
repousava em bases cientficas de qualquer ordem, os iniciadores da cincia, pelo
menos aqueles primeiros observadores que a histria nos conservou os nomes, no
tinham nenhuma idia da verdadeira natureza das estrelas. Consideravam esses fogos
vacilantes como chamas celestes, acendendo-se cotidianamente com o nico fim de
atenuar as trevas noturnas.
H aproximadamente 8.000 anos atrs o homem era fundamentalmente um
caador, mas comeava a desenvolver uma agricultura rudimentar. Por isso, ele
dependia dos fenmenos sazonais, como a migrao dos animais, para a prtica da
caa, e das chuvas, para desenvolver a agricultura. Percebendo que o aspecto do cu
era sempre o mesmo para uma dada estao do ano, sentiu a necessidade de relacionlo com acontecimentos do dia-a-dia.

Uma outra necessidade bsica o motivou para estudar o cu: a orientao, pois
o homem daquela poca deixara de ser um errante, tinha agora um lugar fixo, uma
morada mais ou menos permanente para onde ele retornava aps o perodo de caa.
Utilizando as estrelas como guia, ele podia se afastar muito de seu lar na certeza de
reencontr-la na volta.
Aqueles precursores das descobertas astronmicas tiveram ento a idia de
utilizar a disposio das estrelas, reunindo-as em grupos de fcil reconhecimento,
dando origem s constelaes.
Muitos dos agrupamentos criados naquela poca e que sobrevivem at hoje
demonstram bem a sua utilidade prtica. Como eram caadores, visualizaram no cu
caadores e caas. Exemplo: Orion - o caador gigante e Leo. Como eram
agricultores, visualizaram no cu constelaes que lembravam as pocas do plantio e
da colheita. Exemplo: Aqurio (chuvas) e Virgem (colheita - porque eram as moas
que se encarregavam deste trabalho). Finalmente, como eram pastores, visualizaram
no cu constelaes como as do Boieiro, do Capricrnio e do Carneiro.
Naturalmente essas figuras no existem no cu: h apenas as estrelas, o homem
que as imaginou l. Hoje, se nos fosse dada a tarefa de dar nomes s constelaes,
talvez as batizssemos com nomes como: automvel, avio, computado, ou
homenagessemos algum desportista ou cantor.
Algumas civilizaes antigas dividiram o cu em constelaes. As culturas
diferentes e isoladas mantinham seus prprios agrupamentos onde predominavam
animais e personagens mitolgicos de cada um desses grupos. Os limites e nomes de
um grupo estelar eram diferentes de um povo para outro. Com o intercmbio e o
domnio de uma cultura sobre a outra essas diferenas diminuram.
Os antigos da Mesopotmia e do Mediterrneo talvez tenham sido os primeiros
povos que mais imaginao destinaram para povoar o cu com recordaes
encantadoras e leitos hericos, dando nomes s constelaes, imortalizando as
histrias dos deuses, semideuses e heris da Antiguidade. Assim as estrelas falam-nos
do passado e contam velhas lendas ilustradas por caprichosas imagens celestes, que a
imaginao dos nossos ancestrais criou.
Estes quadros no tm qualquer valor para a cincia, mas atraem o esprito
sonhador para o cu. Revivem as lembranas contadas por Homero, Hesodo e outros.
Embora hoje a maioria das constelaes, de uso universal, tenha muitos

elementos que nos levam a consider-las de origem grega, como Centauro, rion e
Hrcules, de uma maneira geral so mitos e personagens sumerianos, povo que
habitou a Mesopotmia h 5.000 anos atrs. Sofrendo invases, esta sociedade
avanada espalhou-se pelo Mediterrneo, norte da frica e Oriente, difundindo
antigas tradies que foram assimiladas e modificadas em parte. Por exemplo, para os
sumrios o universo fora criado pela unio de Anu (deus do Cu) e Ki (Terra) e dessa
unio surgiram o Sol, a Lua, os planetas e todas as formas de vida. Encontramos a
mesma mitologia na Grcia (unio de Urano, deus do Cu, e Gaia, a Terra), no Egito
(unio de Nut, deusa do Cu, com Keb, Terra). O Centauro, Orion e Hrcules
imaginados pelos gregos foram importados dos sumrios que os conheciam como
Enkiru, Gilgamesh e Marduk, respectivamente.
Ao perceber a relao entre o
movimento dos astros e a sazonalidade
dos fenmenos climticos, o homem
elegeu os astros corno deuses,
principalmente aqueles que se moviam
em relao aos demais; eram os planetas
(incluindo a o Sol e a Lua). Para vrios
povos da Antiguidade o Sol era um deus
que criou todas as coisas; a Lua e os
planetas tinham uma importncia
secundria. Naquela poca acreditava-se
que conhecendo-se o movimento dos
astros seria no s possvel prever as
estaes do ano mas tambm o destino do
homem. Dessa peculiar imaginao
originou-se a pseudo-cincia denominada
astrologia. Acreditava-se no poder do Sol,
da Lua, dos planetas e das estrelas e isso
estimulou estudos sobre o movimento dos
corpos celestes. possvel que a Lua
tenha sido a primeira a ter seu

movimento estudado por causa da importncia de suas fases na diviso do tempo.


Posteriormente, com a constatao de que o Sol tambm se deslocava entre as
constelaes, ele passou a ser utilizado como referencial do tempo.
As primeiras constelaes a serem delineadas foram aquelas cortadas pelas
rbitas do Sol, da Lua e dos planetas - as constelaes zodiacais (total de doze). Isto se
deve ao fato de que enquanto o Sol percorre todo o zodaco, em um ano, a Lua faz isso
12 vezes, ou seja, aparece como cheia em cada constelao uma vez.
At o sculo XV os povos setentrionais no conheciam muito bem a regio sul
da esfera celeste, por ser esta invisvel para aquelas latitudes. Quando os navegantes
passaram a explorar a parte sul da Terra, grupos desconhecidos de estrelas comearam
a ser estudados. Esses grupos foram ento batizados, inspirados no mais na
mitologia, mas sim nos elementos contemporneos da poca. Sendo navegantes e
exploradores, os povos dos sculos XV e XVI batizaram as constelaes de: Sextante,
Cruz, Ave do Paraso, Bssola, Relgio, etc.
Orion. Planisfrio de Dendera. Egito.

Hoje sabemos que as estrelas de uma


dada constelao no tm nenhuma ligao
entre si, a no ser uma proximidade angular
na qual o homem procurava encontrar
padres e formas, num processo inconsciente
de projeo. Vejamos, por exemplo, a
constelao de Orion vista por diferentes
povos e culturas.
At a Idade Mdia, poucas estrelas
tinham nomes prprios, com exceo das
muito brilhantes como Sirius, Canopus,
Arcturus, Antares. Dar nomes s estrelas foi
atribuio dos rabes (aproximadamente no
sculo XI). Esses nomes quase sempre se
referiam no propriamente a uma estrela, mas
regio por ela ocupada na constelao.
Assim a estrela mais brilhante da
constelao de Cisne que hoje conhecemos

como Deneb, era chamada de Deneb edDigege, que quer dizer "cauda da ave.
Esses nomes eram muitas vezes enormes
e pouco prticos, por isso foram sendo
simplificados com o tempo, de modo
que hoje seu significado tem pouca
identificao com o original.
Nos primeiros tempos dava-se
mais ateno s figuras imaginadas para
as constelaes, do que propriamente s
estrelas. A figura formada pelas estrelas
de dada constelao, assim como a
mitologia a ela associada, era
transmitida oralmente, sendo de domnio
popular.
A mais antiga representao
grfica do cu, que hoje temos acesso,
o Atlas de Farnese. Trata-se de uma
escultura em pedra que mostra Atlas
carregando a esfera celeste. Data
provavelmente de 70 a.C. Outra notvel
representao do cu o zodaco de
Dendera,
tambm
em
pedra, rion, In: Potica Astronmica, de Higinus
possivelmente esculpida em 36 d.C. Nela conseguimos identificar vrias constelaes.
Em ambas no so representadas as estrelas, s as figuras das constelaes.
Embora as constelaes clssicas tenham sido criadas muitos sculos antes de
Cristo, o primeiro catlogo racional das estrelas s foi feito por Eudoxo em 134 a.C.,
que compilou 1.080 estrelas em 45 constelaes. Ptolomeu em 137 d.C. elaborou um
catlogo, publicado no seu famoso livro Almagesto, com 1.025 estrelas divididas em
48 constelaes; provavelmente uma cpia melhorada do trabalho de Eudoxo. O
trabalho de Ptolomeu teve mais sorte que o de Eudoxo, tendo sido usado por
astrnomos, gegrafos e navegantes at o fim da Idade Mdia. Isso graas aos rabes
que traduziram e divulgaram o Almagesto. Em 1000 d.C. surge um mapa

Orion. In: Uranografia de Hevelius

feito por um monge saxo onde as constelaes so representadas sem as estrelas. O


primeiro mapa do cu em que apareceram representadas as estrelas e as figuras data de
1515 e foi feito por Albrecht Drer. Nele aparecem apenas as constelaes clssicas.
Em 1603, Johann Bayer construiu um mapa muito famoso que permaneceu em uso
por muitos anos. Nesse trabalho, aparecem vrias "constelaes novas, alm da
nomeao das estrelas pelo alfabeto grego1, que totalizam 24. Como o nmero de
estrelas de dada constelao muito maior, passou-se a usar tambm letras romanas e
algarismos. Em 1627, Julius Schiller publicou um Atlas celeste curioso: ele substituiu
as constelaes clssicas, que considerava pags, por figuras bblicas.

Parece que o brilho decrescente no foi o nico critrio usado por Bayer para enumerar dada
constelao. Ele usou outros critrios, tais como a ordem de passagem meridiana (Ursa Maior). Sua
seletividade pelo brilho tambm no era muito rigorosa.

Assim o Carneiro tornou-se So


Pedro. Touro foi substitudo por Santo Andr,
e assim por diante. Mas felizmente a idia
no obteve sucesso. Desde 1930 o cu achase dividido em 88 constelaes, e seus limites
esto bem definidos. Foram mantidas
basicamente as constelaes clssicas com os
acrscimos vindos da explorao do cu
austral.
Hoje, quando os astrnomos dirigem o
telescpio para o cu, raramente pensam nas
constelaes como seus colegas que as
imortalizaram h milhares de anos. Mesmo
porque as estrelas acessveis aos astrnomos
de hoje somam-se aos bilhes, sendo
atualmente nomeadas simplesmente por um
nmero correspondente a um catlogo

Atlas de Farnese

qualquer; Sirius, por exemplo, a 151.881


no catlogo S.A.O. A maioria dos
astrnomos fica em apuros ao ser pedido
para identificar as constelaes ou
localizar alguma estrela brilhante pelo
nome. Esto mais familiarizados, por
exemplo, com complexos mecanismos da
evoluo estelar ou com mecanismos da
formao do universo.
Sagitrio. In: Potica astronmica, de Higinus

Mapa celestial de Dendera

Origem mitolgica das constelaes


1. Constelaes clssicas

So baseadas principalmente no trabalho de Ptolomeu que as compilou em 137 d.C.


embora esses grupos fossem conhecidos com os mesmos nomes, muito tempo antes.
As constelaes clssicas tm muitos elementos da mitologia grega, mas boa parte
delas foi absorvida da mitologia sumeriana e adaptada para a grega. H tambm
muitos casos em que conhecendo-se a constelao criou-se um mito para ela.

1.1. Constelaes zodiacais

Carneiro - ries. Na mitologia grega esta constelao est intimamente ligada


lenda dos argonautas, que procuravam o velocino de ouro - l de carneiro que tinha
poderes mgicos.
Uma verso da histria relata que Frixo e Hele eram perseguidos pela madrasta
Ino rainha de Tebas. Os deuses vieram em socorro dos jovens e enviaram um carneiro
com l de ouro que tinha as faculdades de falar e voar. As crianas montaram no dorso
do animal e fugiram para Clquida. Ao voarem sobre o mar, Hele caiu, e ao trmino
da viagem Frixo sacrificou o carneiro em honra a Jpiter e ofereceu a l a Aetes, rei de
Clquida. Jpiter transformou a l em fonte de poder e prosperidade. Foi em busca
disto que os argonautas empreenderam sua viagem (ver constelao de Argo).
No calendrio judaico o ms Nisan, que corresponde a maro ou abril, foi
associado a ries. Segundo Josiphus, o Sol estava em ries durante o Nisan, quando o
povo judeu foi libertado do cativeiro no Egito.
Berosus, um sacerdote babilnico que viveu no tempo de Alexandre - o
Grande, afirmou que os antigos acreditavam que o mundo fora criado quando o Sol sc
encontrava em ries.
Touro - Taurus. Esta a mais notvel das constelaes zodiacais, sendo das
primeiras a ser definida. O ponto vernal, importante marca na Astronomia,
encontrava-se nessa constelao entre os anos de 4000 e 1 700 aC. Por esta razo
admite-se que foi inventada pelos sumrios. O touro foi considerado pelos egpcios
como smbolo

do retorno perptuo para a vida. Foi identificado como Osiris, o deus touro, e adorado
com o nome de Apis. As estrelas desta constelao foram referenciadas, no somente
porque o ano comeava quando o Sol a percorria, mas tambm porque se acreditava
que quando a raa humana foi criada o Sol encontrava-se nesta constelao. O touro
foi tambm adorado pelos persas. Eles designavam as sucessivas constelaes
zodiacais pelas letras de seu alfabeto; a primeira letra do alfabeto persa era aleph,
sendo esta atribuda ao touro.
Segundo a mitologia grega, o touro conduziu a ninfa Europa sobre os mares,
para o lugar que tomaria seu nome. Ela era filha de Agenor, rei da Fencia. Jpiter se
disfarou num belo touro branco e misturou-se ao rebanho de Agenor. Europa teve sua
ateno atrada para a beleza do animal, e teve coragem de mont-lo. Jpiter
aproveitou-se disso e raptou Europa.
O touro foi importante objeto de adorao para os druidas, que tinham um
grande festival religioso chamado taurie que acontecia quando o Sol estava nesta
constelao.
Em Touro existem dois aglomerados estelares facilmente visveis a olho nu
que foram cultuados pelos povos antigos. So os aglomerados das Hades e das
Pliades.
As Hades tm um formato em V simbolizando a cara do touro, com a estrela

Aldebaran representando um olho. Na mitologia grega as Hades eram filhas de Atlas


e Etra, que foram transformadas em estrelas pela compaixo dos deuses, pois ficaram
sensibilizados pela dor que elas sentiram ao perder o irmo Hias, estraalhado por
uma leoa. Os antigos acreditavam que o nascer e o pr helaco das Hades estavam
associados s chuvas. A palavra Hades significa literalmente gua ou chuva.
As Pliades, na mitologia grega, eram sete irms filhas de Pleione e Atlas, o
gigante que carrega o mundo nas costas.
O nome Pliades deriva do grego plein que significava a abertura e o
fechamento da estao da navegao entre os gregos.
Gmeos - Gemini. Esta constelao representa os irmos Castor e Pollux,
nascidos da unio de Jpiter e Leda. Eram muito unidos, sendo Pollux imortal e
Castor, no. Aps uma batalha Castor morre, e o irmo desesperado pediu aos deuses
para perder a imortalidade. Assim puderam ficar untos e foram transformados em
constelao.
Outra lenda diz que as cabras pariam quando o Sol se encontrava nessa
constelao, cujo nascimento se dava aos pares (gmeos).
Dante visitou o cu atravs de gmeos. Ele disse que nasceu sob influncia
deste signo. Os gmeos foram considerados guardies de Roma por Jpiter, tendo sua
figura cunhada em vrias moedas por volta do ano 250.
Esta constelao foi considerada pelos gregos como sinal favorvel para os
marinheiros e foi de grande ajuda para os argonautas que procuravam a l de ouro.
Caranguejo - Cancer. Na mitologia grega este foi o animal que Juno enviou
contra o heri Hrcules, quando este combatia a Hidra de Lerna. Aps Hrcules matar
o caranguejo, Juno o colocou no cu.
Os caldeus acreditavam que o caranguejo era a porta dos homens, atravs da
qual as almas desciam do cu para os corpos dos homens. Os romanos consagravam
esta constelao a Mercrio: j os egpcios, ao deus Anubis.
Este grupo era visto como um polvo pelos cretenses, como um escaravelho
sagrado (Khepri) pelos egpcios, e como uma tartaruga pelos assrios-babilnios.
H milhares de anos atrs esta constelao representava o solstcio de vero
para os habitantes do hemisfrio norte. Provavelmente um caranguejo foi imaginado
nessa regio do cu porque na poca do solstcio o Sol inverte o sentido de seu

movimento, parecendo andar para trs, como um caranguejo.


Leo - Leo. De acordo com a mitologia grega este foi o animal morto por
Hrcules em um dos doze trabalhos. A figura do leo aparece tambm em zodacos
egpcios e hindus. E uma das constelaes de reconhecimento mais fcil. Era
considerada importante para os antigos porque, naquela poca, o Sol se encontrava
nessa regio quando ocorria o solstcio do vero, sendo portanto um perodo de muito
calor.
O Sol dominava as atenes quando ali se encontrava. Assim, nada melhor que
colocar o rei dos animais para simbolizar este domnio. Os lees, para diminuir os
efeitos da insolao, procuravam evitar as savanas e ocupavam os vales dos rios que
nessa poca estavam tomados pelas guas. A cheia do Nilo ocorria no final de julho,
quando o Sol se encontrava tambm em Leo.
Alguns escritores acreditam que h uma relao entre a esfinge e a constelao
do Leo.
A estrela mais brilhante na constelao do Leo Regulus, que foi considerada
pelos persas como uma das quatro estrelas reais. As outras eram: Aldebaran, Antares e
Fomalhaut. Eram especiais porque marcavam, na esfera celeste, os coluros solsticiais
e equinociais.
Virgem - Virgo. Na mitologia grega era Ergone, filha de Icrio, que
inconformada pela morte do pai foi transportada por Jpiter para o cu. Numa outra
verso era Astria, deusa da Justia, filha de Jpiter e Tmis, que desceu dos cus
durante a Idade do Ouro.
Nos tempos antigos Virgem foi associada com Ceres ou sua filha Prosrpina.
Esta ltima foi seqestrada por Pluto, tornando-se sua esposa.
No Egito a Virgem est associada com sis, a qual, segundo a tradio, Teria
criado a Via-lctea pelo arremesso de milhes de gros de trigo no cu.
No vale do Eufrates a Virgem representada pela deusa Istar, filha do cu
rainha das estrelas.
Quando o homem comeava a desenvolver a agricultura, eram as moas
virgens as encarregadas da colheita, e para lembrar esta poca eles batizaram o grupo
de estrelas que surgia no nascer helaco de Virgem.
Balana Libra Originalmente representou o equilbrio do Sol no horizonte
entre o mundo superior e o inferior, e posteriormente a igualdade entre os dias e as

noites no equincio de setembro.


Esta constelao foi de grande interesse para os romanos. No tempo de Jlio
Csar, este imperador representado vrias vezes com o desenho da balana. Alguns
acreditam que a representao da balana com dois pratos originou-se no Egito. No
zodaco de Dendera ela aparece como smbolo da marcao das cheias do rio Nilo.
Na mitologia grega existe a verso de que a balana foi uma homenagem para
perpetuar a memria de Mochis, o inventor dos pesos e das medidas.
Escorpio - Scorpius. uma constelao muito antiga. Em tempos remotos foi
representada tambm como cobra ou crocodilo. Segundo a mitologia grega, representa
o animal enviado por Diana para atacar o gigante Orion, que ousara desafia-la em uma
disputa para saber quem era o melhor caador. Esta constelao sempre foi associada
a mau agouro, talvez pelo fato de escorpies serem animais de m fama.
Sagitrio - Sagitarius. Na mitologia grega representa Quron, um centauro
(meio homem, meio cavalo) famoso pela sabedoria. Quron era imortal, e aps ser
ferido por uma flecha embebida no sangue da Hidra de Lema, sofreu muito. Devido s
dores terrveis e interminveis, pediu ento a Jpiter que lhe tirasse a imortalidade,
quando ento foi transformado em constelao.
Inscries encontradas em escavaes assinalam que, na Babilnia, Sagitrio
era chamado de Enkidu e cognominado de "o mais forte ou "Rei gigante da guerra,
personificando o deus arqueiro da guerra Nergal. Em 3000 a.C. Sagitrio foi
representado na ndia como um cavalo, tambm simbolizando a guerra.
Capricrnio - Capricornus. Representava para os gregos o deus P; segundo
outros era Amaltia, a cabra que amamentou Jpiter quando criana. Em tempos
primitivos esta constelao foi considerada a porta dos deuses, pois acreditavam que
a alma entraria por esta constelao. Numa Pompilus, imperador romano de 715 a 673
a.C., determinou que o ano comeasse quando o Sol se encontrava no meio de
Capricrnio.
O trpico de Capricrnio foi chamado pelos babilnios como o caminho
seguido pelo deus Ea. Segundo aquele povo foi Ea que fez o homem.
Aqurio - Aquarius Tem esse nome porque quando o Sol passava por esta
constelao tinha incio a poca das chuvas. representada desde os babilnios por
um homem carregando um balde com gua nos ombros. Este povo associava o aqurio

com o dcimo primeiro ms, shabuta - a calamidade das chuvas, correspondendo a


janeiro e fevereiro Na Babilnia o rio Urn transbordava nessa poca. H uma lenda
egpcia que diz que a cheia do rio Nilo era causada pelo Aqurio derramando seu
imenso balde nas fontes do rio.
Peixes - Pisces. Na mitologia grega. Vnus e seu filho Cupido estavam nas
margens de um rio, quando se assustaram com o aparecimento do gigante Tifo. Para
escaparem do monstro, mergulharam no rio e transformaram-se em peixes. Para
perpetuar o fato, Minerva colocou-os no cu atados por uma corda para que nunca se
separassem.

1.2.

Constelaes no zodiacais

quia - Aquila. Ave da epopia de Ganimedes, heri troiano que tinha uma
beleza excepcional. Foi raptado e levado para o Olimpo por Jpiter, transformando-se
em guia para atingir tal objetivo.
Altar - Ara. Local onde eram feitos sacrifcios.
Andrmeda - Andromeda. Filha do rei Cefeu e da rainha Cassiopia, foi presa
a um rochedo para ser devorada por um monstro marinho (Cetus) enviado por Netuno.
Este foi o castigo imposto para punir Cassiopia, por haver dito ser mais bela que as
ninfas Nereidas, filhas de Nereu. Andrmeda foi salva por Perseu, que dirigiu para o
monstro a cabea de Medusa, cujos poderes transformavam em pedra todos que
olhassem para o seu rosto.
Baleia - Cetus. Monstro marinho que devoraria Andrmeda. Ver Andrmeda.
Boieiro - Bootes. Representa Icrio, pai de Ergone. Aps ter sido morto pelos
pastores de tica, foi colocado no cu junto Ergone (Virgem).
Co Maior - Canis Maior. Diz a lenda que era um dos ces do caador rion.
Para os egpcios, a estrela brilhante desta constelao, Sirius, que eles chamavam de
Sothis, tinha uma importncia fundamental, pois seu nascer helaco ocorria na mesma
poca das cheias do rio Nilo. O ano novo egpcio se iniciava tambm na mesma poca.
Co Menor - Canis Minor. Segundo os gregos, representa o outro co que
auxiliou Orion. Para outra corrente simbolizava o animal que acompanhava outro
caador: Acto.
Cassiopia - Cassiopeia. Rainha da Etipia. Ver Andrmeda.
Centauro - Centaurus Personagem mitolgico meio homem, meio cavalo.

Cefeu - Cepheus. Rei da Etipia. Ver Andrmeda.


Cavalo Menor - Equuleus. Talvez associada ao Pgaso, pois estas
constelaes so vizinhas.
Cisne - Cygnus Jpiter escolheu esta forma de transformao para poder
aproximar-se de Leda, esposa de Tndaro rei de Esparta. Sob essa forma Jpiter
engana e conquista Leda, e desta unio so produzidos dois ovos. De um nascem os
gmeos Castor e Helena e, do outro, Pollux e Clitemnestra.
Cocheiro - Auriga. Filho de Vulco, tinha dificuldade para andar. Por causa
disso, foi ele inspirado a inventar a carroa, e passou a dirigi-la. Pela inveno til foi
transformado em constelao.
Coroa Austral - Corona Australis. Provavelmente representa o cinturo de
Hiplita, rainha das amazonas, que Hrcules enfrentou em um de seus doze trabalhos.
Coroa Boreal - Corona Borealis. Ariadne, ao se casar com Baco. Foi
presenteada por uma coroa cravejada de jias. Quando ela morreu. Baco levou a coroa
para o cu em forma de constelao.
Corvo - Corvus. Referncia ao animal dedicado a Apolo, pois durante a guerra
entre deuses e gigantes, Apolo se transformou em corvo. Outra verso associa o corvo
a duas constelaes que esto prximas: Taa e Hidra. Segundo a lenda, o corvo era
anteriormente branco e de bela plumagem, servindo na corte do deus Hlios. Certa vez
este pediu ao corvo para buscar uma taa com gua na fonte. Ao chegar l, viu uma
bela videira com frutos ainda verdes. O corvo abandonou a taa e esperou que os figos
amadurecessem, quando ento uma serpente se instalou na taa. Ao retornar, o corvo
encontrou Hlios furioso, e foi transformado por ele numa ave negra e privado de
beber gua durante a maturao dos figos.
Delfim - Delphinus. Ao ser atirado ao mar, o poeta grego Ano foi salvo por
um Delfim que o conduziu at a Lacnia.
Drago - Drago. Monstro morto por Cadmo.
Eridano - Eridanus. Conta a lenda que este rio foi criado pelo derramamento
da gua contida na jarra do Aqurio, quando Pgaso bateu-lhe com a pata.
Flecha - Sagitta. Representa as flechas com que Apolo exterminou os
Cclopes. Outra verso que seria a flecha de Cupido.
Hrcules - Hrcules. Heri grego, um dos mais fortes da mitologia. Executou

trabalhos considerados impossveis, caracterizando a determinao do homem diante


de obstculos intransponveis, somente levados a cabo pela persistncia e valor
pessoal.
Hidra - Hydra. Representa a Hidra de Lema, um dos doze trabalhos do heri
Hrcules. Ver tambm Corvo.
Lebre - Lepus. Animal que foi caado pelo Orion.
Lira - Lyra. Instrumento inventado por Mercrio ao colocar sete cordas em um
casco de tartaruga. A lira foi tambm usada por Orfeu para consolar-se aps perder
sua esposa. E uma homenagem beleza e poesia.
Lobo - Lupus. Origem incerta. Provavelmente o animal que o Centauro caa.
Navio - Argus. uma homenagem ao navio Argo que transportou os
argonautas. Estes, comandados por Jaso, tinham por misso conseguir o velocino de
ouro (ver Carneiro). Esta constelao hoje est dividida em: Vela, Popa e Quilha.
Ofico - Ophiuchus. Referncia a Esculpio, deus da medicina, que aparece
representado com uma serpente. Diz a lenda que certa vez Esculpio matou uma cobra
e, logo aps, viu uma outra com ervas na boca fazendo ressuscitar a companheira.
Surpreso, Esculpio passou a estudar as propriedades das ervas para utiliz-las em
curas, surgindo da a medicina. A serpente o smbolo da medicina.
Orion - Orion. uma constelao muito antiga. Na Sumria representava o
heri Gilgamesh. Na mitologia grega tomou o nome do filho de Hirieu. Tornou-se
clebre por seu amor Astronomia e pelo seu gosto caa. Diana, a quem ele ousara
desafiar, enviou Terra um escorpio, cuja picada matou Orion. Escorpio e Orion
foram, ento, transformados em constelaes.
Pgaso - Pegasus. Cavalo alado, nascido do sangue da Medusa. Perseu foi
conduzido por Pgaso Etipia para salvar Andrmeda. Ver Andrmeda.
Peixe Austral - Piscis Austrinus Origem obscura, talvez seja apenas um
animal que habita a parte da esfera celeste conhecida por ter muitos elementos
aquticos.
Perseu - Perseus. Heri grego que salvou Andrmeda, quando ia ser devorada
por um monstro marinho ao exibir para este a cabea de Medusa. Perseu casou-se com
Andrmeda.
Serpente - Serpens. Animal que Ofico segura. Ver Ofico.
Taa - Provavelmente a taa do deus Baco. Ver tambm Corvo
Tringulo - Triangulum. Semelhana com aquela figura geomtrica.

Ursa Maior - Ursa Major. Jpiter apaixonou-se por Calisto, e sua esposa,
Juno, muito ciumenta, transformou-a em uma ursa. Arcas, filho de Calisto, um dia,
caando, atirou em uma ursa que era, obviamente, sua me. Jpiter transformou.
Ento, Calisto e Arcas em constelaes. A implacvel Juno, ainda insatisfeita, pediu
aos deuses marinhos que no permitissem as Ursas dormirem no oceano. Isto de
fato ocorre, pois estando prximas ao plo, essas constelaes nunca cruzam o
horizonte nas latitudes da Grcia.
As estrelas alfa, beta, gama, delta, epsilon, zeta e eta so tambm conhecidas
como carro maior, arado ou panela. So muito brilhantes e chamam a ateno dos
povos setentrionais.
Ursa Menor - Ursa Minor. Representa Arcas, filho de Calisto. Ver Ursa
Maior. As estrelas alfa, beta, gama, zeta e eta so tambm conhecidas como carro
menor, numa aluso ao carro maior (Ursa Maior).
Via-lctea - Via Lactea. No uma constelao, mas uma larga faixa luminosa
que se v a olho nu nas noites de cu estrelado. Segundo a mitologia grega, originouse do leite jorrado dos seios de Juno, quando esta amamentou Hrcules. Tambm para
a mitologia grega era atravs da Via-lctea que se chegava ao Olimpo, ficando
direita e esquerda as habitaes dos deuses mais poderosos. E tambm por onde os
heris entram nos cus.

2.Constelaes criadas recentemente

Alm das 48 constelaes clssicas, outras 40 foram criadas com o tempo,


principalmente no hemisfrio sul. A maioria no tem a poesia e o encanto das
clssicas. No tem uma lgica nem critrios, como as outras.
Adicionada por Eratstenes (sc II):
Cabeleira de Berenice - Coma Berenices. A jovem esposa Berenice,
preocupada com seu marido que se encontrava na guerra, prometeu cachos de seus
lindos cabelos aos deuses se seu marido retornasse so e salvo. Mais tarde estes foram
transformados em constelaes.
Adicionadas por J. Bayer (1604):
Ave do Paraso - Apus. Representa a belssima ave da Nova Guin.

Camaleo - Chamaleon.
Dourado - Dorado.
Fnix - Phoenix. Ave mitolgica que renascia de suas prprias cinzas.
Grou - Grus.
ndio - Indus.
Mosca - Musca.
Pavo - Pavo. Tradicionalmente a ave que era sacrificada em honra a Juno, a
rainha do cu.
Peixe Voador Volans.
Serpente Marinha Hydrus.
Tucano - Tucana. Ave natural da Amrica do Sul.
Tringulo Austral - Triangulum Australe. Instrumento de desenho.
Adicionadas por Bartschius (1624):
Girafa - Camelopardalis.
Pomba - Columba. Animal que avisou a No sinais de terra.
Unicrnio Monoceros.
Adicionada por Royer (1679):
Cruzeiro do Sul Crux. Embora oficialmente seja Royer o criador desta
constelao, bem antes dele ela j era conhecida com este nome pelos navegantes.
Adicionadas por Hevelius (1690):
Ces de Caa - Canes Venaticis.
Escudo Sculum. Uma referncia ao escudo de Sobiesky (rei da Polnia).
Lagartixa - Lacerta.
Leo Menor - Leo Minor.
Lince - Lynx.
Raposa Vulpecula.
Sextante Sextans.
Adicionadas por La Caille (1725):
Mquina Pneumtica - Antlia.
Buril Caelum. Instrumento de escultura.

do Sul.

Bssola - Pyxis.
Compasso - Circinus.
Escultor - Sculptor.
Esquadro - Norma
Forno - Fornax.
Relgio - Horologium.
Mesa Mensa. Monte onde o astrnomo La Caille fez observaes na frica

Microscpio Microscopium
Pintor - Pictor.
Oitante - Octans
Retculo - Reticulum. Instrumento astronmico.
Telescpio - Telescopium.
Nota: La Caille tambm subdividiu a gigantesca constelao do Navio (Argus) em
trs constelaes menores:
Quilha - Carina.
Popa - Puppis.
Vela- Vela.
Smbolo das constelaes zodiacais:
Carneiro - Representa a cabea e os chifres.
Touro - Lua crescente sobre lua cheia, esta constelao representava a
noite.
Gmeos - Dois em algarismos romanos, acredita-se, tambm, que seja
originria da representao do ideograma arcadiano correspondente ao
ms Kas - gmeos, que ocorria quando o Sol entrava em Gmeos.
Caranguejo - Representa o caranguejo com as pinas.
Leo - Embora parea simbolizar a juba, na verdade a cauda curvada.
Virgem - Acredita-se que deriva de MV (Virgem Maria), mas o mais
provvel que se origina de , primeira slaba de , um dos
nomes gregos para Virgem.
Balana - Desenho estilizado da balana.

Escorpio Patas e cauda daquele aracndeo


Sagitrio - Flecha e parte do arco que o Sagitrio portava.
Capricrnio - Iniciais de de , palavra grega para cabra.
Aqurio - Antigo hierglifo egpcio para gua.
Peixes - Representa dois peixes unidos.

Tabela das constelaes


N
01
02
03
04
05
06
07
08
09
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38

Portugus
guia
Altar
Andmeda
Aqurio
Ave do |Paraso
Balana
Baleia
Boieiro
Buril
Bssola
Cabeleira de Berenice
Ces de Caa
Camaleo
Co Maior
Co Menor
Capricrnio
Caranguejo
Carneiro
Cassiopia
Cavalo Menor
Cefeu
Centauro
Cisne
Cocheiro
Compasso
Coroa Austral
Coroa boreal
Corvo
Cruzeiro do Sul
Delfim
Dourado
Drago
Eridano
Escorpio
Escudo
Escultor
Esquadro
Fnix

Latim
quila
Ara
Andrmeda
Aquarius
Apus
Libra
Cetus
Bootes
Caelum
Pyxis
Coma Berenices
Canes Venatici
Chamaleon
Canis Major
Canis Minor
Capricornus
Cncer
ries
Cassiopeia
Equuleus
Cepheus
Centaurus
Cygnus
Auriga
Circinus
Corona Australis
Corona Borealis
Corvus
Crux
Delphinus
Dorado
Drago
Eridanus
Scorpius
Scutum
Sculptor
Norma
Phoenix

Genitivo
Aquilae
Arae
Adromeade
Aquarii
Apodis
Librae
Ceti
Bootis
Caeli
Pyxidis
Comae Berenicis
Canum Venaticorum
Chamaeleontis
Canis Majoris
Canis Minoris
Capricorni
Cancri
Arietis
Cassiopeia
Equulei
Cephei
Centauri
Cygni
Aurigae
Circini
Coronae Australis
Coronae Borealis
Corvi
Crucis
Delphini
Doradus
Draconis
Eridani
Scorpii
Scuti
Sculptors
Normae
Phoenicis

Abrev.
Agl
Ara
And
Aqr
Aps
Lib
Cet
Boo
Cae
Pyx
Com
CVn
Cha
CMa
CMi
Cap
Cnc
Ari
Cs
Que
Cep
Cen
Cyg
Aur
Cir
CrA
CrB
Crv
Cru
Del
Dor
Dra
En
Sco
Sct
Scl
Nor
Phe

39
40
41
42
43
44
45
46
47
48
49
50
51
52
53
54
55
56
57
58
59
60
61
62
63
64
65
66
67
68
69
70
71
72
73
74
75
76
77
78
79

Flecha
Forno
Gmeos
Girafa
Grou
Hrcules
Hidra
ndio
Lagartixa
Leo
Leo Menor
Lebre
Lince
Lira
Lobo
Mquina Pneumtica
Mesa
Microscpio
Mosca
Oflco
Oitante
Orion
Pavo
Pgaso
Peixe Austral
Peixe Voador
Peixes
Perseu
Pintor
Pomba
Popa
Quilha
Raposa
Relgio
Retculo
Sagitrio
Serpente
Serpente Marinha
Sextante
Taa
Telescpio

Sagitta
Fornax
Gemini
Camelopardus
Grus
Hercules
Hydra
Indus
Lacerta
Leo
Leo Minor
Lepus
Lynx
Lyra
Lupus
Antlia
Mensa
Microscopium
Musca
Ophiuchus
Octans
Orion
Pavo
Pegasus
Piscis Austrinus
Volans
Pisces
Perseu
Pictor
Columba
Puppis
Carina
Vulpecula
Horologium
Reticulum
Sagittarius
Serpens
Hydrus
Sextans
Crater
Telescopium

Sagitae
Fornacis
Geminorum
Camelopardalis
Grusis
Herculis
Hydrae
Indi
Lacertae
Lenis
Leonis minoris
Leporis
Lyncis
Lyrae
Lupi
Antliae
Mensae
Microscopii
Muscae
Ophiuchi
Octantis
Orionis
Pavonis
Pegasi
Piscis Austrini
Volantis
Piscium
Persei
Pictoris
Columbae
Puppis
Carinae
Vulpeculae
Horologii
Reticuli
Sagitarii
Serpentis
Hydri
Sextantis
Cratis
Telescopii

Sge
For
Gem
Cam
Gru
Her
Hya
Ind
Lac
Leo
LMi
Lep
Lyn
Lyr
Lup
Ant
Men
Mic
Mus
Oph
Oct
Ori
Pav
Peg
PsA
Vol
Psc
Per
Pic
Col
Pup
Car
Vul
Hor
Ret
Sag
Ser
Hyi
Sex
Crt
Tel

80
81
82
83
84
85
86
87
88

Touro
Tringulo
Tringulo Austral
Tucano
Unicrnio
Ursa Maior
Ursa Menor
Vela
Virgem

Taurus
Triangulum
Triangulum Austnale
Tucana
Monocenos
Ursae Major
Unsae Minor
Vela
Virgo

Tauri
Trianguli
Tnainguli Australis
Tucanae
Monocerotis
Ursae Majoris
Ursae Minoris
Velorum
Virginis

Tau
Tri
TrA
Tuc
Mon
UMa
UMi
Vel
Vir

Tabela das estrelas


A tabela abaixo apresenta as estrelas que possuem nome prprio. As estrelas
esto ordenadas segundo a constelao a que pertencem. Na primeira coluna est a
nomenclatura pelo alfabeto grego ou nmero arbico; na segunda, o nome da estrela.
Foi utilizada aqui a forma como a estrela mais conhecida. Existem casos em que as
estrelas so conhecidas tambm com outros nomes ou mesmo escritas de modo
diferente. Na terceira coluna est o significado original do nome e, na ltima coluna, a
magnitude visual (brilho) da estrela (quanto menor o nmero mais brilhante a
estrela).
Andrmeda
Alpheratz

Mirach

Almak

guia
Altair

Alshain

Tarazed

Dheneb

Aithalirnain

Aqurio
Sadalmelik

Sadalsuud

Sadachbia

Skat

Albali

Anchaa

Situla

Baleia
Menkar

Diphda

Alkaffaljidhina

Baten Kaitos

Thani

meio do cavalo
quadril
cabrinha

2,1
2,1
2,2

voador
guia
voador
cauda
dois avestruzes

0,8
3,7
2,8
3,0
3,4

talism do rei
boa sorte
estrela da sorte
Deciso
Sorvedouro
Ponta
Vaso

3,0
2,9
3,8
3,3
3,8
4,2
5,3

Focinho
R
cabea da baleia
barriga da baleia

2,5
2,0
3,5
3,7
3,4

Shemali

Mira

Deach

Boieiro
Arcturus

Nekkar

Seginus

Izar

Muphrid

Asellus

Alkalurops

Alazal

Cabeleira de Berenice
Diadem

Ces de caa
Cor Caroli

Chara

La Superba

Co Maior
Sirius

Mirzan

Muliphen

Wezen

Adhara

Phurud

Aludra

Co menor
Procyon

Gomeisa

Capricrnio
Giedi

Dabih

Nashira

Deneb algiedi

Caranguejo
Acubens

Al Tarf

Asellus Borealis

Asellus Australis

do norte
Maravilhosa

3,6
3,0
3,5

guarda da ursa
Cefeu
vu
solitria do lanceiro
pequeno asno

0,0
3,5
3,0
2,4
2,7
4,0
4,3
4,9

diadema

4,3

corao de Carlos
deleite
soberba

2,9
4,2
5,0

ardente
precursora
pata esticada
peso
virgem
nica brilhante
virgens

-1,5
2,0
4,1
1,9
1,5
3,0
2,4

antecede o co
chorosa

0,4
2,9

cabra
carniceiro
sorte no plantio
cauda da cabra

3,6
3,1
3,7
2,9

garra
extremidade
pequeno asno do norte
pequeno asno do sul

4,2
3,5
4,7
3,9

Tegmine

Carneiro
Hamal

Sheratan

Mesarthim

Cassiopia
Schedar

Caph

Navi

Ruchbah

Marfak

Cavalo Menor
Kitalpha

Cefeu
Alderamin

Alfirk

Alrai

Garnet Star

Centauro
Rigil/Kent Toliman

Hadar/Agena

Muhlifain

Menkent

Cisne
Deneb

Albireo

Sadr

Gienah

2 Azelfafage
Cocheiro
Capella

Menkaliman

Sadatoni

Coroa Boreal
Alphecca/Gemma

Nusakan

Corvo
Alciba

Alginal

carapaa

4,6

carneiro
dois signos
sacerdote

2,0
2,6
4,6

peito
palma da mo
*
joelho
cotovelo

2,2
2,3
2,5
2,7
4,3

pequena gua

3,9

brao direito
rebanho
pastor
estrela rubra

2,4
3,2
3,2
4,1

p do centauro/talism
perna/joelho
pata esticada
ombro

0,0
0,6
2,2
2,1

cauda
bico
peito
asa
pata do cavalo

1,2
3,1
2,2
2,5
4,2

pequena cabra
ombro do cocheiro
segundo escudo

0,1
1,9
3,7

a mais bela/gema
indigente

2,2
3,7

tenda

4,0
2,7

Gienah

Algorab

Cruzeiro do sul
Acrux/Magalhes

Mimosa/Becrux

Gacrux/Rubdea

Intrometida

Delfim
Sualocin

Rotanev

Drago
Thuban

Rastaban

Eltanin

Aldhibain

Ed Asich

Al Tais

Giansar

As Rakis

Grumium

Alsafi

Dsiban

Erdano
Achernar

Cursa

Alnahar

Zaurak

Azha

Acamar

1 Beid
2 Keid
Angetenar
2
Theemin

Escorpio
Antares

Acrab

Dschubba

Wei

Sargas

asa
corvo

2,6
2,9

alfa da cruz
mimosa
gama da cruz
intrometida

1,4
1,2
1,6
3,6

nicolau da trs para frente


venator da trs para frente

3,8
3,5

drago
cabea do drago
cabea do drago
duas hienas
hiena macho
cabra
gmeos
danador
maxilar
trip
hienas

3,7
2,8
2,2
2,8
3,3
3,1
3,8
4,9
3,7
4,7
4,6

foz do rio
nascente
rio
barco
ninho de avestruz
lua
ovo
ovos
curva do rio
gmeos

0,5
2,8
3,5
2,4
3,7
3,2
4,0
4,4
4,7
3,8

rival de marte
escorpio
fronte
cauda
cavalo teimoso

1,0
2,6
2,3
2,3
1,9

Girtab

Shaula

Lesath

Al Nyat

Jabbah

Fnix
Ankaa

Gmeos
Castor

Pollux

Alhena

Wasat

Mebsuta

Mekbuda

Propus

Tejat

Grou
Al Nair

Aldhanab

Hrcules
Rasalghethi

Kornephoros

Masym

Cujam

Hidra Fmea
Alphard

Leo
Regulus

Denebola

Algieba

Zosma

Algenubi

Adhafera

Chort

Al Terf

Rasalas

Lebre
Arneb

Nihal

mordedor
cauda
ferro
corao
frente

2,4
1,6
2,7
2,9
4,0

ponta

2,4

castor
pollux
marca de ferro
meio
pata esticada
pata encolhida
p esticado
p

1,6
1,1
1,9
3,5
3,0
3,8
3,3
2,9

brilhante
cauda

1,7
2,1

cabea do ajoelhado
aquele que segura a clava
pulso
clava

3,2
2,8
4,4
4,6

solitria

2,0

pequeno rei
cauda do leo
testa
quadril
do sul
juba do leo
quadril
extremidade
cabea do leo

1,3
2,1
2,3
2,6
3,0
3,4
3,3
4,3
3,9

lebre
sedento

2,6
2,9

Balana
Zubenelgenubi

Zubenelschamali

Zubenelhakrabi

Zubenelhakribi

Lira
Vega

Sheliak

Sulafat

Aladfar

Lobo
Men

Ke Konan

Ofico
Rasalhague

Cabalrai

Yed Prior

Yed Posterior

Han

Sabik

Cahleb

Marfik

rion
Betelgeuse

Rigel

Bellatrix

Mintaka

Alnilan

Alnitak

Algjebbah

Saiph

Meissa

Pavo
Peacock

Pgaso
Markab

Scheat

Algenib

Enif

garra que est ao sul


garra que est ao norte
garra do escorpio
garra do escorpio

2,7
2,6
3,9
4,9

guia que cai


lira
tartaruga
toque na harpa

0,0
3,4
3,2

ponte do sul
oficial cavaleiro

2,3
2,7

cabea do Ofico
co do pastor
parte anterior da mo
parte posterior da mo
nome de um estado feudal na china
guia
co do pastor
cotobelo

2,1
2,8
2,7
3,2
2,6
2,4
3,2
3,8

ombro de gigante
p
mulher guerreira
faixa prola
cinto
espada do gigante
espada
cintilante

0,5
0,1
1,6
2,2
1,7
1,8
3,4
2,1
3,4
1,9

sela
parte superior da pata
asa do cavalo
focinho

2,5
2,4
2,8
2,4

Homan

Matar

Bahan

Sad al Bari

Salm

Peixe Austral
Fomalhaut

Peixes
Al Risha

Perseu
Mirfak

Algol

Menkib

Atik

Pomba
Phact

Wezn

Popa
Naos

Quilha
Canopus

Miaplacidus

Avior

Aspidiske

Sagitrio
Rukbat

Arkab

Al Nasl

Kaus Meridionalis

Kaus Australis

Ascella

Kaus Borealis

Al Baldah

Nunki

Serpente
Unukalhai

Alya

Taa
Alkes

sorte do heri
chuva
bestas
boa sorte
escala

3,4
2,9
3,5
3,5
4,6

boca do peixe

1,2

corda

3,8

sino
demonaca
focinho
velho

1,8
2,1
4,0
2,8

pomba
peso

2,6
3,1

navio

2,2

homenagem ao piloto Argus


guas tranqilas
escudo ornamemtal dos navios

-0,7
1,7
1,9
2,2

joelho
tendo
flecha
meio do arco
sul do arco
axila
norte do arco
povoado
peito

4,0
3,9
3,0
2,7
1,8
2,6
2,8
2,9
2,0

pescoo da serpente
lcida

2,7
3,3
4,1

Touro
Aldebaran

El Nath

Ain

Alcyone

Hyadum
Primus

16 Kelaine
17 Electra
19 Taygete
20 Maia
21 Asterope
23 Merope
27 Atlas
28 Pleione
Tringulo
Rasalmothallah

Tringulo Austral
Atria

Ursa Maior
Dubhe

Merak

Phecda

Megrez

Alioth

Mizar

Alkaid

Talitha/Dnoces

Tnia Borealis

Tnia Australis

Alula Borealis

Alula Australis

Muscida

Ta Tsun

El kophrah

80 Alcor
Ursa Menor
Polaris

Kochab

Pherkad

que precede aas Pliades


viagem
olho
filha de Atlas e Pleione
primeira das Hyades
filha de Atlas e Pleione
filha de Atlas e Pleione
filha de Atlas e Pleione
filha de Atlas e Pleione
filha de Atlas e Pleione
filha de Atlas e Pleione

0,8
1,7
3,5
2,9
3,5
5,4
3,7
4,3
3,9
5,7
4,2
3,6
5,1

tringulo

3,4

alfa do tringulo

1,9

dorso da ursa
lombo da ursa
coxa
comeo da cauda
cauda
brilhante
guia
/*
segunda do norte
segunda do sul
a primeira do norte
a primeira do sul
focinho
honorvel
salto
fraca

1,8
2,4
2,4
3,3
1,8
2,3
1,9
3,1
3,4
3,1
3,5
3,8
3,4
3,0
3,7
4,0

do plo
estrela do norte
bezerro

2,0
2,1
3,1

Yildum

Alasco

Alifa

Vela
Markeb

Suhail

Regor

Virgem
Spica

Zavijava

Porrima

Vindemiatrix

Zaniah

syrma

os dois bezerros

4,4
4,2
4,3

navio
mastro
*

2,5
2,2
1,8

espiga
recanto dos dois vigias
deusa da profecia
vindimadora
prostituta
cauda

1,0
3,6
2,7
2,8
3,9
4,1

* As estrelas Navi (Gama Cassiopea), Dnoces (Iota Ursae Majoris) e Regor (Gama Velorum) foram batizadas
recentemente em homenagem aos astronautas Virgil Ivan Grissom, Edward H. White II e Roger B. Chaffee que morreram na
Apollo VI. As estrelas esto com os nomes dos astronautas escritos de trs para frente.

Alfabeto Grego

ALFA
BETA
GAMA
DELTA
EPSILON
ZETA
ETA
TETA
IOTA
CAPA
LAMBDA
MU

NU
XI
OMICRON
PI
RO
SIGMA
TAU
UPSILON
FI
QUI
PSI
OMEGA

Origem mitolgica dos planetas, do Sol e da Lua


Os planetas, o Sol e a Lua so astros errantes, destacando-se dos demais que
permanecem imveis na esfera celeste. Assim, tiveram um lugar especial na mitologia
dos primeiros povos, sendo considerados divindades.
Sol - Hellos. Filho de Hiperon e Basilia. Afogado pelos Tits no rio Eridano,
foi colocado no cu como o fogo sagrado.
Mercrio - Hermes. Filho de Jpiter e de Maia. Era o mensageiro dos
deuses. No h, na mitologia, divindade que tenha tantas atribuies como Mercrio:
intrprete, ministro fiel dos demais deuses, principalmente Jpiter, condutor das almas
dos mortos aos infernos e, vice-versa, quando necessrio. O corpo somente morria
quando Mercrio cortava definitivamente os laos que unia a alma ao corpo. Foi
tambm considerado o deus da eloqncia, dos comerciantes e dos ladres. Mercrio
foi acusado de um grande nmero de furtos: o tridente de Netuno, flechas e bois de
Apolo, espada de Marte, alm do cinto de Vnus.
Vnus - Afrodite. Deusa da beleza e do amor. Nasceu da espuma do mar,
fecundada pelo sangue de Urano. Ao nascer, foi conduzida pelo vento Zfiro para o
Olimpo, onde todos os deuses ficaram impressionados com sua beleza, principalmente
Jpiter que quis tomar-se seu amante; Vnus recusou. Para puni-la, Jpiter fez com
que se casasse com Vulcano, o mais feio dos imortais.
Terra - Gala. Uma das mais antigas divindades, e me dos primeiros deuses.
Tellus Mater ou Terra Mater, a Me Terra, era uma das divindades mais adoradas
pelos latinos. No dia das npcias a noiva a invocava.
Lua - Selene. Filha de Hiperion e Tea. Matou-se ao saber que seu irmo,
Hlios, afogara-se no rio Eridano. Posteriormente ambos foram transformados em
astros: o Sol e a Lua.
Marte - Ares. Filho de Jpiter (Zeus) e Juno. o deus da guerra feroz,
sangrenta e brutal, ao passo que Minerva a deusa da guerra conduzida com
estratgia, habilidade e sabedoria. Dizem que a voz de Marte era mais estridente que a
de 10 mil homens. Pelo seu gnio tornou-se odiado por muitas divindades. Os gregos
no

o veneravam; j os romanos, ao contrrio, prestavam-lhe muitas homenagens,


chegando a tomar-se deus nacional, talvez pela paternidade de Rmulo e Remo,
fundadores de Roma.
Jpiter - Zeus. Filho de Saturno (Cronus) e Ria. o deus supremo: reunia
todos os atributos divinos, via e sabia de tudo. Castigava, mas tambm perdoava,
protegia os fracos e os suplicantes. Provocava chuvas, raios e troves. Sua principal
funo era manter a harmonia e a ordem no mundo. Tomou o poder aps destronar seu
pai. Saturno (Cronus). Jpiter teve muitas esposas: Mtis, Tmis, Dione, Nobe,
Europa. Leda, etc. Era representado como um homem de barbas e cabelos longos,
tendo numa das mos um cedro e, na outra, os raios e, freqentemente, uma guia a
seus ps.
Saturno - Cronus. Filho de Urano (Cu) e Gaia (Terra). Ocupou o trono
paterno com o consentimento do irmo, Tit, cuja condio era no ter filhos do sexo
masculino. Sendo assim, Saturno ia devorando todos os filhos homens que iam
nascendo. Entretanto, sua mulher Ria conseguiu salvar trs: Jpiter (Zeus). Netuno
(Posseidon) e Pluto (Hades), substituindo-os por pedras que Saturno engoliu. Ao
saber que ele tivera trs filhos, Tit se revoltou e destronou o irmo que foi
aprisionado. Posteriormente Jpiter recuperou o trono para seu pai. Saturno no
reconheceu o gesto de seu filho e foi novamente destronado por Jpiter, que exilou o
pai na Itlia onde foi coberto por muitas honrarias. Seu reinado naquele pas ficou
conhecido como Idade do Ouro, quando houve muita prosperidade e felicidade. Para
lembrar esses tempos felizes, celebravam-se em Roma as Saturnais, festas que
remontam a um passado muito anterior fundao da cidade. Consistia, sobretudo, em
representar a igualdade que primitivamente reinava entre os homens. Eram
comemoradas em 16 de dezembro e, posteriormente, passou a durar mais dias. Nessas
festas tudo era prazer e alegria e, inclusive, ficava suspenso o poder dos senhores
sobre os escravos, que podiam critic-los. Nesses dias os senhores serviam os escravos
mesa. Era proibido empreender guerra, escrever, executar um criminoso ou praticar
qualquer outra arte que no a culinria. Saturno representado como um velho com
uma foice. considerado tambm como o deus do Tempo.
Urano - Cu. Filho de Titia. Desposou vrias mulheres com as quais teve 45
filhos. Dos dezoito que teve com Titia (sua me), os principais foram: Oceano, os
Tits e Saturno. Como Urano tivesse encerrado seus filhos em um abismo, Titia
fabricou uma foice e incentivou Saturno a se vingar do pai. Ao encontr-lo

desprevenido, cortou-lhe os rgos genitais, mutilando-o, para que nunca mais


pudesse gerar filhos. Do sangue que caiu sobre a terra, nasceram as Frias; do que
caiu no mar, nasceu Vnus. Urano foi sucedido no trono por Saturno.
Netuno - Poseidon. Filho de Saturno e Ria, irmo de Jpiter e Pluto. No dia
de seu nascimento foi devorado pelo pai, e retornou vida graas s drogas que Mtis
deu a seu pai, que o regurgitou. Na partilha que os trs irmos fizeram, coube a
Netuno o imprio dos Mares. Jpiter exilou-o do Olimpo por ter conspirado contra ele.
Posteriormente foi perdoado e recobrou seus antigos poderes. Severo e misterioso,
esse deus infundia mais terror que venerao, o que explicado pelo culto intenso que
lhe foi dedicado na Grcia, pas de navegantes.
Pluto - Hades. Deus dos infernos. Filho de Saturno e Ria. Pluto significa
"aquele que enriquece com os despojos humanos. Temido e odiado pelos mortais, era
invocado noite, batendo-se no cho com as mos. Os animais sacrificados em
homenagem a Pluto eram sempre em nmeros pares, ao contrrio das outras
divindades que se compraziam usando nmeros mpares.
Smbolos dos planetas, do Sol e da Lua:
Sol - Origem incerta, talvez represente o disco solar.
Lua - Uma lua em fase estilizada.
Mercrio - Caduceu que o deus Mercrio conduzia.
Vnus - Espelho com cabo que a deusa da beleza usava.
Terra - Antigo hierglifo egpcio para este lugar.
Marte - Escudo e lana do deus da guerra.
Jpiter - Raios que o deus dos deuses tinha em suas mos.
Saturno - Representa a foice com a qual Saturno castrou o pai Urano.
Urano - Este smbolo indica algo que est alm da Terra, visto que
Urano era o deus dos cus.
Netuno - Tridente que o deus dos mares usava.
Pluto - Letras iniciais sobrepostas de Percival Lowel, astrnomo que
previu a existncia deste planeta.

A Esfera Celeste
Movimentos da esfera celeste
A esfera celeste uma esfera imaginria de raio infinito onde se localizam os
astros e em cujo centro est a Terra.
Os movimentos da esfera celeste so aparentes. Sabemos que a Terra que
gira em torno de si e se desloca ao redor do Sol, mas, estando o observador preso ao
nosso planeta, mais fcil entender fenmenos como solstcio, equincio, posies
planetrias e outros, imaginando a Terra imvel e transferindo os movimentos para a
esfera celeste.
A Terra gira em torno de seu eixo em 24 horas. Nesse eixo esto localizados os
plos norte e sul terrestres. Prolongando-se o eixo at a esfera celeste, teremos os
plos norte e sul celestes.
Rotao da Terra (aparente e real)

O crculo perpendicular ao eixo de rotao que corta a Terra ao meio


denomina-se equador terrestre que, projetado na esfera celeste, dar origem a equador
celeste que, a exemplo do terrestre, divide o cu em dois hemisfrios: o norte e o sul.
O znite o ponto da esfera celeste que fica exatamente sobre a nossa cabea.
Em oposio ao znite, existe o nadir, de pouco interesse para ns.
O plano tangente superfcie da Terra onde se encontra o observador definir
o horizonte.
Se descermos uma vertical do plo celeste sul at o horizonte, localizaremos o
ponto cardeal sul.
A esfera celeste gira no sentido de leste para oeste. No hemisfrio sul vemos
lentamente as estrelas girarem ao redor do plo celeste, no sentido horrio. O contrrio
se d no hemisfrio norte.
A latitude do observador definida como sendo o ngulo medido, a partir do
centro da Terra, entre a posio do observador e o equador. A latitude pode ser
tambm visualizada na figura pelo ngulo entre o plo, no qual o observador est
localizado, e o ponto cardeal sul.

Com o movimento da esfera celeste haver estrelas que jamais cruzaro o


horizonte, sendo ou sempre visveis (as "prximas" ao plo elevado) ou nunca visveis
(as "prximas" ao plo abaixado).
Vamos imaginar o aspecto do cu a partir de observadores colocados em
pontos particulares:
1. No plo da Terra - Como as estrelas sempre giram em torno dos plos
celestes, um observador no v as estrelas nascerem nem se porem. As estrelas que ele
pode ver esto sempre acima do horizonte. Ele s v as estrelas do seu hemisfrio e
estas fazem trajetrias paralelas ao horizonte.
2. No equador da Terra - Um observador no equador tem acesso a todas as
estrelas do cu, pois os plos celestes esto coincidindo com o horizonte.
Conseqentemente, as trajetrias das estrelas so perpendiculares linha do horizonte.
Percebemos, agora, que o aspecto do cu depende da posio do observador e
da hora. Um observador ter acesso a todas as estrelas de seu hemisfrio e parte das
do outro, se estiver fora dos plos. Esta parte ser tanto maior quanto mais prximo do
equador terrestre estiver o observador.
O plano, na esfera celeste, que une os pontos cardeais e o znite do observador
chama-se meridiano.
As estrelas, em seu movimento ao redor da Terra (movimento diurno), levam
23h e 56mm para dar uma volta. Quando uma estrela cruza o meridiano, ns dizemos
que ela est culminando. O Sol culmina prximo ao meio-dia.
Vamos introduzir mais um elemento na esfera celeste - a ecltica, que o plano
de rbita da Terra em tomo do Sol projetado na esfera celeste. Podemos tambm
imagin-la como a trajetria aparente do Sol, quando vista da Terra.
Movimento da Terra na ecltica

Como o plano de translao da Terra no coincide com o equador celeste (est


inclinado cerca de 23,5 graus), h ocasies em que o Sol cruza o equador no decorrer
de uma volta (um ano). Quando isso se d ocorrem os equincios (outono e
primavera), poca em que o Sol ilumina com igual intensidade os dois hemisfrios da
Terra.
Outros dois pontos importantes so os solstcios (vero e inverno). Eles
ocorrem quando o Sol se encontra em pontos de afastamento mximo do equador
celeste. Quando isso se d no hemisfrio diferente do qual se encontra o observador,
dizemos que ocorre o solstcio de inverno para ele. Quando o afastamento do Sol em
relao ao equador ocorre no hemisfrio do observador, se d o solstcio de vero para
ele. Nos solstcios de vero, os dias tm durao mxima e as noites, durao mnima
para o hemisfrio em que ocorre. A durao do dia ir depender da latitude. Prximo
ao equador ela quase imperceptvel.

Nas altas latitudes as diferenas entre os dias e as noites no decorrer do ano so


muito acentuadas; acima de 67 graus, por exemplo, acontece o "Sol da meia-noite.
Como vemos no desenho, o observador no plo tem acesso somente ao hemisfrio ao
qual ele pertence. Como o Sol fica seis meses no hemisfrio sul e seis no hemisfrio
norte, ele ficar igual perodo acima do horizonte.
O deslocamento do Sol pela esfera celeste que ocasiona as estaes do ano.
Quando o Sol est no solstcio de vero no hemisfrio sul, esta parte da Terra que
recebe maior incidncia de raios solares - o vero. Enquanto isso o inverso ocorre no
hemisfrio norte - o inverno.
Datas provveis dos equincios e solstcios:
HS
HN

vero
21/12
21/06

outono
21/03
21/09

inverno
21/06
21/12

Deslocamento da esfera celeste ao redor do plo da ecltica

primavera
21/09
21/03

As foras gravitacionais do Sol e da Lua atuam sobre a Terra no sobre o


mesmo plano. Conseqentemente o eixo de rotao do nosso planeta gira em torno do
plo da ecltica em cerca de 26.000 anos. Com isso, os equincios e solstcios mudam
de uma constelao para a constelao posterior (segundo o movimento anual do Sol)
a cada 2.000 anos aproximadamente. Por exemplo, entre 4380 a.C. e 2220 a.C., o
equincio da primavera, no hemisfrio norte, se dava em Touro: j entre 2220 a.C.
estava em Carneiro e desde 60 a.C. at 2100 d.C. estar em Peixes. D-se a esse
movimento o nome de precesso.

Movimento dos planetas


Os planetas se movimentam no cu em relao s estrelas. Esse movimento
bem mais lento que o movimento diurno, e por isso s o percebemos depois de alguns
dias. Este deslocamento se d entre as constelaes zodiacais, ou seja, prximo da
ecltica. No muito difcil distinguir um planeta de uma estrela: o primeiro raramente
cintila, seu brilho praticamente constante, ao contrrio da estrela que pisca
constantemente (na verdade, isto um efeito da nossa atmosfera, no do astro).
A olho nu podemos ver cinco planetas. A seguir esto suas caractersticas
principais, para facilitar sua identificao, objetivando o acompanhamento de seus
movimentos.
Mercrio - difcil de ser observado, pois est sempre muito prximo
angularmente do Sol. No se afasta mais do que 27 graus; conseqentemente visvel
ao anoitecer ou amanhecer. No muito brilhante: seu brilho comparvel ao das
estrelas Castor e Pollux.
Vnus - o de identificao mais fcil. extremamente brilhante; s perde
para o Sol e a Lua. possvel mesmo v-lo durante o dia em algumas pocas. Como
Mercrio, possui uma rbita interna da Terra e, portanto, visvel ao anoitecer ou
amanhecer, mas por um perodo bem maior que Mercrio. Seu afastamento mximo
do Sol de 47 graus.
Marte - Sua principal caracterstica a cor avermelhada. Varia de brilho
significativamente. H pocas em que quase to brilhante quanto Jpiter e, em

outras, brilha como Mercrio. No tem as restries de apario como Mercrio e


Vnus.
Jpiter - Em relao aos demais planetas, seu brilho s superado por Vnus,
sendo comparvel estrela Canopus. Apresenta a cor branca.
Saturno - E um pouco menos brilhante que Jpiter. Possui uma cor amarelada.
Infelizmente seus anis so inacessveis a olho nu.

Configuraes planetrias
Existem determinadas posies que os planetas ocupam que tm importncia
particular.
Os planetas que possuem rbita externa da Terra apresentam as seguintes
configuraes:
Oposio - Se o planeta, visto da Terra, fizer um ngulo de 180 graus, ou o
mais prximo possvel disso, com o Sol, diz-se que ele est em oposio; nessa
ocasio ele estar mais prximo de ns e conseqentemente mais brilhante.
Conjuno - Se o planeta, visto da Terra, faz um ngulo de O grau com o Sol,
ou o mais prximo possvel disso, diz-se que ele est em conjuno; estar, ento,
muito prximo angularmente do Sol e ser difcil observ-lo.
Quadratura - Caso o planeta forme um ngulo de 90 graus, damos a esse
fenmeno o nome de quadratura; conseqentemente ele estar culminando prximo
meia-noite.
J os planetas internos (Mercrio e Vnus) apresentam trs tipos diferentes de
configurao: conjuno inferior, quando ficam entre o Sol e a Terra; conjuno
superior, quando o Sol fica entre o planeta e a Terra; elongao mxima, quando o
ngulo, visto da Terra, entre o planeta e o Sol mximo.
Quando o planeta se encontra na conjuno inferior e passa na frente do Sol,
visto da Terra, dizemos que ele est em trnsito. Como o plano das rbitas dos
planetas diferente, esse fenmeno torna-se bastante raro.
Os planetas inferiores apresentam fases como a Lua devido ao ngulo de
incidncia da luz solar. No desenho vemos que o planeta em P1 se apresenta novo,
em P2 crescente, em P3 cheio e em P4 minguante. Evidentemente nas posies

P1 e P3 a observao se torna difcil por estar o planeta muito prximo do Sol,


angularmente. Mas em P2 e P4 podem ser observados poucas horas antes do Sol
nascer, ou poucas horas depois do Sol ter se posto. Mercrio, por estar muito prximo
ao Sol, de observao mais difcil; s conseguimos v-lo se o horizonte estiver
transparente e livre de obstculos.

Retrogradao dos planetas

Retrogradao dos planetas


Vistos da Terra por um longo perodo, notamos que os planetas se movem para
um determinado sentido, param, voltam para trs, param outra vez e depois retomam o
sentido original. Ora, os planetas no podem parar de girar ao redor do Sol; o que
ocorre , na verdade, conseqncia do movimento de translao da Terra que se soma
ao do planeta. O desenho esclarecer o fenmeno conhecido como retrogradao dos
planetas que causou grandes dificuldades para os que acreditavam no geocentrismo,
obrigando-os a introduzir movimentos secundrios denominados epiciclos.
Retrogradao de Marte, em 1994 e 1995

As Cartas Celestes
Antes de abordarmos como usar as cartas celestes precisamos ficar atentos s
projees utilizadas.
Nas cartas celestes com mais detalhes temos quatro cartas com projeo
Mercator e duas polares. Para a localizao de objetos prximos ao equador (at 50)
deve-se utilizar as Mercator; j para objetos prximos ao plo devemos recorrer s
polares. Caso no se tome este cuidado, os agrupamentos ficam deformados e os
alinhamentos no correspondem realidade. Observe o Cruzeiro do Sul na Mercator e
na polar: s na ltima que seu contorno corresponde realidade.
J nas cartas apresentadas em O Cu Segundo as Estaes do Ano, a
projeo mostra o aspecto de todo o cu; o znite o centro do crculo.

Como usar as cartas celestes


As cartas celestes apresentadas a seguir cobrem todo o cu. Esto assinaladas
as estrelas visveis at a magnitude 5,5, o que representa um limite ligeiramente
inferior ao que a vista humana consegue perceber em boas condies de cu, as linhas
e os limites das constelaes, alm da denominao das estrelas mais importantes pelo
alfabeto grego. Aqui deve-se chamar ateno para o fato de que aquelas estrelas, cujas
letras gregas esto sublinhadas, possuem nomes prprios, que podem ser encontrados
na Tabela das estrelas.
As estrelas que no possuem nome prprio podem ser nomeadas pelo alfabeto
grego. Por isso, aps a letra grega, o nome da constelao deve ser expresso no
genitivo como Sirius = alfa Canis Majoris.

As cartas celestes permitem que se localizem objetos no assinalados. Basta


para isso que se tenha as coordenadas ascenso reta (a) e declinao (6). O
procedimento semelhante ao da localizao das coordenadas geogrficas num mapa:
com auxlio de uma rgua, procura-se no eixo horizontal das cartas a coordenada
ascenso reta e, no eixo vertical, a declinao. A interseo das duas coordenadas dar
a posio do objeto.
Nas cartas celestes apresentadas em O Cu Segundo as Estaes do Ano, s
poucas estrelas (magnitude limite at 3,5) so assinaladas para facilitar a consulta, e os
nomes das constelaes esto abreviados. Para utiliz-las coloque a correspondente
estao do ano acima da cabea e oriente os pontos cardeais da carta com os do lugar.
Comece por agrupamentos fceis como: Cruzeiro, rion e Escorpio, e s ento v
para constelaes menos conhecidas. Para obter maiores informaes recorra s cartas
mais detalhadas.

Carta celeste Mercator

Carta celeste polar sul

Carta celeste polar norte

O Cu Segundo as Estaes do Ano


Cu do vero
Nesta poca do ano vrias das estrelas excepcionalmente brilhantes podem ser
vistas no comeo das noites. Alguns agrupamentos so de reconhecimento muito fcil:
Trs Marias, Touro, Gmeos e Pliades so alguns deles.
rion - o caador gigante a constelao que mais chama a ateno no cu
do vero. rion se destaca pela grande quantidade de estrelas brilhantes. As trs
estrelas que parecem alinhadas so por ns conhecidas como Trs Marias. Seus
nomes so: Mintaka (delta), Alnilan (epsilon) e Alnitak (zeta). No ombro direito desta
figura encontramos uma estrela supergigante vermelha, cujo nome Betelgeuse (alfa).
No ombro esquerdo est Bellatrix (gama), no p direito temos Rigel (beta) e no joelho
esquerdo, Saiph (kapa).
rion uma das poucas constelaes que permite associar o nome ao desenho.
Como o equador celeste corta esta constelao, em qualquer parte do planeta pode-se
observ-la. Vrias constelaes idealizadas pelos povos do hemisfrio Norte, quando
vistas do hemisfrio Sul apresentam-se de cabea para baixo, como o caso de
rion. Isso ocorre porque essas constelaes foram naturalmente colocadas em
posio de fcil reconhecimento para seus observadores, ou seja, de p.
Betelgeuse est a uma distncia de 250 anos-luz de ns; possui um dimetro de
350 milhes de quilmetros, o que a torna maior que o dimetro da rbita da Terra.
Sendo uma estrela avermelhada, possui temperatura baixa, cerca de 3.000C.
Betelgeuse possui outra caracterstica interessante: seu brilho oscila entre 0,1 e 0,9
magnitude; por isso classificada como uma estrela varivel. J Rigel totalmente
diferente. De cor branca, sua temperatura atinge os 10.000C. muito menor

Carta celeste do vero incio da noite

que

Betelgeuse e, mesmo assim, 35 vezes maior que o Sol; se fossem colocados lado a
lado Rigel seria 60.000 vezes mais luminosa que o Sol. Est a 450 anos-luz da Terra.
Prximo s Trs Marias podemos ver outras trs estrelinhas de fraco brilho,
tambm alinhadas. Representam "A Espada do Caador. Olhando mais atentamente
para a do meio, notamos ali uma estrela fora de foco. Ao observ-la com um
telescpio, distinguimos quatro estrelas - um sistema qudruplo com uma
nebulosidade ao redor, conhecida como a Grande Nebulosa de Orion, ou M-42. Esta
nebulosa possui um dimetro de aproximadamente 30 anos-luz e considerada um
local secreto da natureza, onde nascem as estrelas; regies como estas so conhecidas
como berrios de estrelas e, em nosso passeio entre as estrelas, encontraremos vrios
desses objetos.
Uma outra nebulosa muito interessante em Orion a Cabea de Cavalo,
embora somente detectada atravs de fotografia.
O prolongamento da linha que une as Trs Marias para o noroeste nos leva a
uma estrela brilhante avermelhada, chamada Aldebaran - alfa da constelao do
Touro. a estrela mais notvel daquela constelao representando seu olho.
Aldebaran uma supergigante avermelhada com um dimetro 40 vezes maior do que
o do Sol. Encontra-se a 65 anos-luz da Terra e cem vezes mais luminosa que o Sol.
Os rabes, que batizaram a maioria das estrelas, deram-lhe esse nome que significa a
seguidora porque ela parece seguir o aglomerado das Pliades, no seu movimento
diurno.
Ao redor de Aldebaran, vemos um aglomerado que lembra a letra V. So as
Hades, aglomerado aberto distante 130 anos-luz da Terra. Como Aldebaran est a 65
anos-luz, conclumos que ela no pertence quele aglomerado estelar. Vemo-la
naquela posio apenas por efeito de perspectiva.
Um outro aglomerado da constelao do Touro o das Pliades, j
mencionado. Bem mais interessante, este um dos mais belos objetos visveis no cu.
A olho nu podemos ver seis ou sete estrelas, mas, ao telescpio, notamos dezenas.
Este aglomerado est a 400 anos-luz.
O Touro uma das doze constelaes zodiacais, sendo a maior delas. H 5.000
anos atrs, as constelaes comearam a ser usadas para indicar as estaes do ano, e
o Sol se encontrava em Carneiro quando a primavera comeava para o hemisfrio

NGC 3372 eta Carinae (5.abril.1992; 02:00h. Foto: Marco Antonio De Bellis)

N 83 Hydra (12.junho.1992; 00:45h. Foto: Marco Antonio De Bellis)

Norte. Hoje, no incio da primavera, naquele hemisfrio, o Sol no encontra em


Carneiro e sim em Gmeos. Isto se deve ao movimento de precesso que faz o eixo de
rotao da Terra girar lentamente ao redor do plo da ecltica. Este movimento foi
descoberto no sculo II d.C., e leva aproximadamente 26.000 anos para completar
uma volta.
A estrela El Nath - beta da constelao do Touro - foi por muito tempo
considerada gama da constelao do Cocheiro e posteriormente foi transferida para o
Touro. Talvez tenha sido para representar melhor um dos chifres. El Nath uma
estrela branco azulada, sendo 500 vezes mais luminosa que o Sol.
Prximo zeta do Touro encontra-se nebulosa do Caranguejo ou M- I.
relativamente fraca, necessitando de telescpios com objetivas maiores que 10 cm de
dimetro para observ-la. M-1 uma nebulosa originria da exploso de uma estrela
que foi registrada pelos chineses, coreanos e ndios norte-americanos no ano de 1054.
importante salientar que como a estrela que explodiu encontrava-se a 6.000
anos-luz da Terra, o fenmeno realmente ocorreu por volta do ano 5.000 a.C., pois a
luz, viajando a 300.000 quilmetros por segundo, levou 6.000 anos para chegar ao
nosso longnquo planeta. Segundo os anais chineses que relataram a ocorrncia da
nova estrela, ela foi to brilhante que chegou a ser visvel luz do dia por vrias
semanas. Depois desse perodo, o brilho decaiu rapidamente at a estrela se tornar
totalmente invisvel. A nebulosa M- 1 nada mais do que o gs resultante da exploso
se expandindo incrvel velocidade de 900 quilmetros por segundo. Hoje sabemos
que ocorrncias como esta se do quando alguns tipos de estrela esgotam seu
combustvel. Os astrnomos chamam este fenmeno de Supernova.
O prolongamento da linha que une as Trs Marias, agora para o sudeste, ir
indicar Sirius - alfa da constelao do Co Maior, a estrela mais brilhante do cu. Est
a 8,6 anos-luz de distncia, sendo a segunda mais prxima de ns, das estrelas visveis
a olho nu, perdendo somente para Alfa Centauri. Sirius 26 vezes mais luminosa que
o Sol. Segundo alguns autores, seu nome significa "co latidor, isto , anuncia algo
que se aproxima. Outros dizem que significa "ardente" numa referncia ao forte brilho
da estrela.
No Egito antigo, quando ocorria o nascer helaco de Sirius, iniciava-se a

cheia do Rio Nilo - evento ansiosamente aguardado pelos habitantes. Esta data, pela
sua importncia, marcava o incio do ano. Sothis - nome como Sirius era conhecida no
Egito - marcava a criao do mundo em seu primeiro nascer helaco.
Sirius uma estrela dupla, tendo uma companheira de difcil observao, pois
fraca e est muito prxima da estrela principal. A duplicidade dessa estrela s foi
descoberta em 1 862, quando um tico chamado Alvan Clark testava um telescpio
que fabricara. O astrnomo F.W. Bessel j suspeitava deste fato, pois Sirius
apresentava um movimento irregular. Sua companheira conhecida como Sirius B e
leva cerca de 50 anos para orbitar ao redor do centro de massa do sistema formado
pelas duas estrelas.
Foi somente em meados deste sculo que Sirius B sofreu uma investigao
mais detalhada. A despeito de seu pequeno dimetro - cerca de 35.000 quilmetros,
possui a mesma massa do Sol, o que nos leva a concluir que sua densidade mdia
125.000 vezes maior que a da gua, ou seja, um centmetro cbico dessa estrela pesa
140 quilos. Sirius B tem uma temperatura de 1 0.000C, e muito pouco luminosa duas mil vezes menos que o Sol. Quando estes fatos foram constatados inaugurou-se
uma nova categoria de estrelas - as Ans Brancas. Nestas estrelas, o gs est to
(concentrado e a uma temperatura to elevada que, provavelmente, fica tudo ionizado,
ou seja, os eltrons encontram-se livres dos tomos).
As outras estrelas brilhantes do Co Maior so: Mirzan (beta), de segunda
magnitude, distante 750 anos-luz de ns; Adhara (epsilon), uma interessante estrela
dupla; e Wessel (delta), distante 900 anos-luz, com um brilho absoluto igual ao de
100.000 sis como o nosso.
Prximo a Sirius encontramos um aglomerado aberto denominado M-41.
fraco se observado a olho nu, mas podemos ver dezenas de estrelas com auxlio de um
telescpio. Recebeu essa denominao porque foi o quadragsimo primeiro objeto
catalogado pelo astrnomo francs Charles Messier (o M vem de seu sobrenome; o
primeiro objeto catalogado foi a nebulosa do Caranguejo). Messier era um caador de
cometas e, freqentemente, tinha seu trabalho atrapalhado por objetos que, primeira
vista, davam a impresso de serem cometas, mas, na verdade, se tratavam de
nebulosas, aglomerados e galxias. Messier perdia muito tempo at constatar o
engano, por isso resolveu catalogar esses objetos. Curiosamente, ele ficou mais
conhecido pelo catlogo que pelos inmeros cometas que descobriu.

Ao norte de Touro encontramos a constelao do Cocheiro, com sua estrela


alfa, a mais brilhante, denominada Capella - a pequena cabra. Essa estrela, juntamente
com outras da constelao, e mais El Nath, de Touro, formam no cu um pentgono
de fcil reconhecimento. Capella a sexta estrela em ordem de brilho aparente e est
relativamente prxima de ns, cerca de 42 anos-luz. E uma estrela amarelada como o
Sol, mas se fossem colocadas lado a lado, Capella brilharia 1 20 vezes mais. Alguns
registros antigos descrevem Capella como uma estrela vermelha. Se de fato isto
ocorreu, significa que sua temperatura est aumentando, pois a cor e a temperatura das
estrelas esto diretamente relacionadas. Estrelas vermelhas so frias, alcanam
3.000C aproximadamente, enquanto as brancas e as azuis so bem mais quentes.
atingem a casa dos 20.000C. As estrelas amarelas como o Sol tm temperaturas
intermedirias, aproximadamente 6.000C.
Prximo Capella encontramos um pequeno tringulo formado pelas estrelas
Epsilon, Eta e Zeta, todas da constelao do Cocheiro. Estas so conhecidas como As
Cabritinhas, pois representam os animais segurados pelo cocheiro. Eta uma estrela
azul, 400 vezes mais luminosa que o Sol e est a 200 anos-luz. As outras duas estrelas
so, cada uma, binrias eclipsantes. A maioria das estrelas faz parte de sistemas
mltiplos, ou seja, estrelas girando ao redor de estrelas como Sirius A e B, j
mencionadas. Algumas vezes as estrelas desses sistemas esto to prximas que no
conseguimos distingui-las isoladamente, porm se o plano de suas rbitas coincide
com a direo da Terra, pode ocorrer o fenmeno de eclipses estelares. esse o caso
das binrias eclipsantes.
A Epsilon do Cocheiro est a mais de 4.000 anos-luz, 10.000 vezes mais
luminosa que o Sol e uma das maiores estrelas conhecidas. Seu dimetro maior que
o dimetro da rbita do planeta Saturno, alcanando mais de 3 bilhes de quilmetros.
Este um dos muitos exemplos em que a intensidade de brilho aparente de uma
estrela no est relacionada com sua grandeza, pois Epsilon do Cocheiro, apesar de
tudo isto, um ponto dbil nas noites estreladas. A estrela Zeta est a 500 anos-luz,
muito mais perto de ns que a Epsilon do Cocheiro. A proximidade entre ambas
aparente, estando Epsilon muito mais cu adentro que a Zeta.
Nesta constelao existem trs aglomerados abertos: M-36, M-37 e M-3.
interessante observ-los com um binculo.
Ao norte da constelao do Co Maior encontra-se um modesto grupo de

estrelas. a constelao do Unicrnio. relativamente recente, pois no era


representada pelos astrnomos da antiguidade. Esta constelao no possui estrelas
mais brilhantes que as de quarta magnitude. Um objeto interessante ali observado a
nebulosa Roseta, embora s visvel por meio de telescpios. Dois outros aglomerados
abertos podem ser vistos: um nas vizinhanas da estrela 1 2, e o outro, o M-50.
O Unicrnio est entre as constelaes do Co Maior e a do Co Menor. Esta
ltima uma constelao pequena, cuja estrela mais brilhante Procion - alfa do Co
Menor. Seu nome significa aquela que antecede o co, numa referncia a Sirius,
porque em determinadas latitudes setentrionais, Procion nasce um pouco antes de
Sirius. Isso no ocorre no nosso hemisfrio.
Procion uma das estrelas mais prximas da Terra, cerca de 11 anos-luz. E
amarelada e seu brilho absoluto 11 vezes maior que o do Sol. Como Sirius, ela
tambm possui uma companheira an branca, girando ao seu redor, denominada
Procion B. A outra estrela que merece destaque nesta constelao Gomeisa - beta do
Co Menor. Embora da Terra esta estrela parea mais fraca que Procion, tal fato no
ocorreria se ambas estivessem mesma distncia da Terra. Gomeisa intrinsecamente
mais luminosa. Sua enorme distncia, 210 anos-luz, que a torna mais fraca quando
vista de nosso planeta. No cu, Procion forma um tringulo eqiltero com Sirius e
Betelgeuse.
Ao sul de Orion localiza-se a constelao da Lebre; provavelmente representa
um animal caado pelo gigante Orion. A estrela alfa chama-se Arneb e, a beta, Mihal;
ambas so duplas. Nesta constelao localiza-se o aglomerado M-79. Prximo Lebre
vemos outra constelao denominada Pomba. Provavelmente uma constelao
remanescente de um perodo em que todas as constelaes foram nomeadas com
personagens da bblia. Representaria a pomba que anunciou a No que as guas
estavam baixando aps o dilvio. A estrela alfa Phact, e a beta, Wezen.
A constelao zodiacal de Gmeos pode ser observada ao norte do Co Menor.
Possui duas estrelas que se destacam: Castor e Pollux, alfa e beta de Gmeos.
Representam dois heris da mitologia, filhos de Leda e Jpiter.
Castor uma estrela muito curiosa. Com auxlio de um telescpio modesto,
apresenta-se como dupla, mas com equipamentos mais sofisticados sobressai-se um
sistema sxtuplo! Estas estrelas esto a 45 anos-luz, enquanto Pollux encontra-se um
pouco mais prxima - 36 anos-luz.

Outras estrelas brilhantes so Alhena (gama). Mebsuta (epsilon). Mekbuda


(zeta), Propus (eta), Tejat (mu) e Wasat (delta). Mekbuda uma estrela varivel, cuja
magnitude oscila entre 3,7 e 4,3 em 10,2 dias. J Propus uma varivel irregular, pois
sua magnitude oscila entre 3,1 e 3,9 em cerca de 230 dias.
Os Gmeos parecem estar pisando na Via-lctea. Podemos observar isso de um
local sem poluio luminosa ou atmosfrica. Esta rica regio do cu merece ser
explorada com um binculo ou telescpio de pouco aumento. Um objeto muito bonito
o aglomerado M-35. Visvel a olho nu, embora com alguma dificuldade, composto
por dezenas de estrelas.
Quando o Sol se encontra nesta constelao, tm-se as noites de mxima
durao para o hemisfrio Sul, ou seja, o Sol atinge o trpico de Cncer; o solstcio
de inverno para este hemisfrio. Assim, o trpico de Gmeos deveria ser o nome mais
apropriado para a poca atual. Isto se deve ao movimento de precesso dos
equincios, do qual j falamos.
H alguns sculos atrs, realmente o Sol se encontrava em Cncer quando
acontecia o solstcio de inverno. A precesso dos equincios prova tambm a alterao
das "estrelas polares. Atualmente. no plo norte celeste temos a estrela Polaris (Alfa
Ursae Minoris), invisvel do Rio de Janeiro. H 14.000 anos atrs nossos ancestrais
viram a brilhante estrela Vega (Alfa Lirae) ocupando aquela regio. J no plo sul
celeste, atualmente temos uma estrela bastante fraca, s visvel a olho nu com o cu
bastante transparente: a Sigma Octantis. Mas, h 2.000 anos atrs, a Beta Hidri foi a
estrela que ocupou esta regio. Nesse aspecto o nosso hemisfrio no deu sorte, pois
h uma carncia de estrelas brilhantes no plo celeste, ao contrrio do hemisfrio
Norte.
Dois planetas se encontravam em Gmeos quando foram descobertos: Urano,
em 1781, por William Hershell, e Pluto, cm 1930, por Clyde Tombaugh.
Abaixo dos Gmeos temos a constelao do Leopardo; este grupo foi
classificado como constelao por Hevelius, em 1603, e possui somente estrelas de
fraco brilho.
No cu do vero apresentam-se vrias estrelas brilhantes de primeira
magnitude (designao numrica adimensional, usada para classificar o brilho das
estrelas). A olho nu e em condies atmosfricas favorveis, podemos detectar
aproximadamente 6.000 estrelas e, deste modo, at a sexta magnitude. A poluio
tanto luminosa como atmosfrica est dificultando a observao das estrelas, nos

grandes centros urbanos. Para contempl-las em todo o seu esplendor, preciso


afastar-se das cidades.
O conceito de magnitude foi idealizado pele astrnomo Ptolomeu em 150 d.C.,
na cidade de Alexandria. Seu mtodo consiste em separar estrelas segundo uma ordem
decrescente de brilho. Assim uma estrela de certa magnitude seria 2,5 vezes menos
brilhante que outra de uma magnitude imediatamente inferior. Quanto menor o
nmero, mais brilhante o astro. Estrelas muito brilhantes como Sirius, Canopus,
Rigel Kentaurus e Arcturus possuem magnitudes negativas. O Sol obviamente
recordista; sua magnitude de -26,5, enquanto a de Sirius de -1,5. O brilho
observado dos astros aparente, porque suas distncias at ns so diferentes.
Mas ser que o Sol realmente mais brilhante que Sirius? Para se ter uma idia
comparativa do brilho verdadeiro dos astros, preciso imagin-los a uma mesma
distncia de ns, e calcular os seus valores. A essas medidas chamamos de magnitude
absoluta. J usamos vrias vezes esse conceito quando falamos de luminosidade. A
magnitude absoluta de um astro calculada para a distncia de 10 parsecs (um parsec
corresponde distncia necessria para se observar o dimetro da rbita da Terra ao
redor do Sol, atravs de um ngulo de um segundo de arco. Equivale a 3,26 anos-luz.).
Assim, sabemos o quanto uma estrela mais brilhante intrinsecamente que outra. O
conceito de magnitude absoluta tem pouca importncia para quem quer apenas
contemplar o cu, mas fundamental para a Astronomia.
Cncer (caranguejo) outra constelao zodiacal composta de poucas e fracas
estrelas. Acubens - a alfa. Asellus Borealis - a gama. Asellus Australis - a delta e
Tegmine - a zeta so as principais estrelas. Os objetos mais brilhantes desta
constelao so dois aglomerados estelares denominados M-44 e M-67. O primeiro
tambm conhecido por Prespio, e visvel a olho nu.
Cncer tem este nome, provavelmente, porque h milhares de anos atrs o Sol
se encontrava nesta constelao quando ento atingia o seu afastamento mximo do
Equador e comeava a retornar, ou seja, andar para trs, como o faz o caranguejo.
Eridano uma constelao que representa um rio. longa, comeando na
estrela Cursa - a beta (que est prxima ao Orion) e se estende at a estrela brilhante
Achernar - a alfa. Eridano possui vrias estrelas fracas, algumas com nomes prprios
como Beid - a omicron 1, Keid - a omicron 2, Zaruak - a gama. Alnahar - a delta,
Azha - a eta, Angetinar - a tau 2, Acanar - a teta.

Destacam-se, nesta constelao, vrias estrelas duplas como Acamar (teta) e


Keid (omicron 2). Essa ltima , na verdade, um sistema triplo, mas uma das estrelas
muito fraca para ser observada por pequenos instrumentos. As duas principais levam
cerca de 8.000 anos para completar uma nica volta ao redor do centro de massa.
Omicron 2 tambm uma das estrelas mais rpidas - desloca-se a 38 quilmetros por
segundo em nossa direo. Acamar uma bela estrela dupla. A separao real das
duas estrelas cerca de 300 vezes a distncia entre a Terra e o Sol; distam de ns
pouco mais de 100 anos-luz.
Outra estrela interessante Epsilon do Eridano. Est a apenas 10,8 anos-luz,
sendo a terceira mais prxima de ns (das visveis a olho nu).
Esta constelao muito rica em galxias, possui dezenas, mas s se percebe a
beleza dessas galxias atravs da fotografia astronmica. A mais notvel, aqui, talvez
seja a NGC 1232.
H duas galxias que podem ser vistas a olho nu, num cu transparente. Uma
a Grande Nuvem de Magalhes. No intrinsecamente grande. 1 0 vezes menor
que a Via-lctea (a nossa galxia), mas por estar muito prxima a ns se destaca no
cu; est a aproximadamente 170.000 anos-luz, possuindo cerca de 25 bilhes de
estrelas. Esta galxia juntamente com a "Pequena Nuvem de Magalhes so, na
verdade, satlites da Via-lctea, levando alguns bilhes de anos para completarem
uma volta em torno da nossa galxia.
O nome Nuvens de Magalhes uma homenagem ao navegador portugus
Ferno de Magalhes, que assinalou esses objetos, at ento desconhecidos pelos
povos setentrionais.
Na Grande Nuvem ocorreu, em 1987, a exploso de uma supernova. Esta
estrela atingiu a magnitude 2 e ganhou a denominao 1987-A, porque foi a primeira
supernova descoberta naquele ano. So observadas cerca de cinco supernovas por ano
em outras galxias. Na Via-lctea, a ltima detectada foi registrada em 1604, poucos
anos antes da inveno do telescpio.
A supernova 1987-A se encontra prxima a uma bela nebulosa conhecida
como Tarntula, facilmente observada por meio de pequenos telescpios. Seu nome se
deve sua semelhana com uma aranha. A Tarntula encontra-se tambm na Grande
Nuvem de Magalhes, ou seja, a mais de 170.000 anos-luz. Vista da Terra bastante
pequena, mas se estivesse mesma distncia que a Grande Nebulosa de

Orion, seu tamanho seria superior a 30 graus (aproximadamente o tamanho da


constelao de Orion), e o brilho total seria trs vezes maior que o do planeta Vnus.
Sobre a Pequena Nuvem de Magalhes, falaremos no Cu da Primavera.
O Carneiro, ries, uma constelao relativamente pequena, possuindo cinco
estrelas de brilho mdio. Hamal - a alfa, Sheratan - a beta e Mesarthin - a gama so as
mais brilhantes. Mesarthin uma estrela dupla, visvel por pequenos telescpios. H
mais de 2.000 anos atrs, o equincio ocorria quando o Sol se encontrava no meio
desta constelao. Hoje o equincio ocorre na constelao de Peixes.
Ao norte do Carneiro, encontramos a constelao do Tringulo. Possui estrelas
de fraco brilho; a alfa chama-se Caput Trianguli que dista 65 anos-luz, j a beta est a
140 anos-luz. As estrelas gama e delta encontram-se angularmente bastante prximas.
O objeto mais interessante na constelao do Tringulo a galxia M-33, visvel por
meio de um binculo. Uma das mais prximas, est a apenas 2 milhes de anos-luz.
A sudoeste do Touro encontramos a extensa constelao da Baleia. No possui
estrelas muito brilhantes; as principais so: Menkar - a alfa, Diphda - a beta e Deach a tau, sendo esta ltima uma das mais prximas de ns, cerca de 12 anos-luz.
Outra estrela interessante da Baleia Mira - a omicron. Uma varivel, que ora
alcana grande brilho - magnitude 2, e ora se torna to fraca - magnitude 10, que s
possvel observ-la com auxlio de telescpios. Mira significa maravilhosa,
justamente por essa fantstica variao de brilho que ocorre num perodo mdio de
330 dias. Seu dimetro 400 vezes maior que o do Sol, e sua luminosidade oscila
entre 3 e 500 vezes mais.
Prximo estrela delta existe uma bela galxia denominada M-77, distante 70
milhes de anos-luz de ns, e s pode ser contemplada com telescpios potentes.
A constelao do Perseu pode ser vista ao norte das Pliades. difcil observala de nossas latitudes porque em geral est prxima do horizonte. Suas estrelas mais
brilhantes so: Mirfak - a alfa e Algol - a beta. A primeira est a 600 anos-luz e
6.000 vezes mais luminosa que o Sol: quase nada, se comparada com a zeta, uma
supergigante azul, distante 1.000 anos-luz e 22.000 vezes mais luminosa que o Sol.
A estrela mais interessante Algol, cujo nome significa Estrela Demonaca.
Recebeu esta denominao porque os antigos no conseguiam explicar as suas
variaes de brilho. Algol uma estrela dupla, de modo que a sua companheira

orbita em torno da principal a cada 2,87 dias, quando ocorrem eclipses. A luz da
estrela principal deixa de atingir a Terra com a mesma intensidade, e algumas horas
depois o brilho volta a aumentar. Esta oscilao se d entre as magnitudes 2,2 e 3,5.

Cu do outono
O cu desta poca do ano apresenta vrias constelaes, cujos contornos so de
fcil identificao, como o Cruzeiro do Sul, Centauro, Boieiro e Corvo, alm das
zodiacais Leo e Virgem.
O grupo que mais chama ateno no cu do outono a constelao do Cruzeiro
do Sul. Pode ser vista ao sul, entre o znite e o horizonte, no comeo da noite. Esta a
menor das constelaes e foi classificada como tal em 1 679, por Royer, embora este
grupo fosse conhecido pelos gregos que o consideravam parte integrante da
constelao do Centauro.
No Cruzeiro do Sul vemos quatro estrelas formando uma cruz, alm de uma
outra denominada intrometida porque deforma a simetria da cruz. A estrela mais
brilhante Acrux, a alfa, uma belssima dupla com as componentes tendo quase o
mesmo brilho. Esta estrela dista cerca de 200 anos-luz de ns. Outra estrela que se
destaca Gacrux, a gama, tambm conhecida por Rubdea, uma gigante vermelha que
dista 500 anos-luz. Prximo Mimosa, a beta, tambm conhecida por Becrux, h um
belo aglomerado aberto chamado caixa de jias, composto por dezenas de estrelas
que podem ser contempladas com a ajuda de um binculo. Ele est a mais de 7.000
anos-luz de distncia.
No Cruzeiro do Sul, entre as estrelas Mimosa e Acrux, observamos uma regio
escura. a nebulosa saco de carvo que, em noites limpas, vista desarmada, podese notar uma ausncia quase total de estrelas. Este fato se explica porque naquela
regio h uma nuvem de gs interestelar que impossibilita a passagem da luz das
estrelas de fundo. O saco de carvo est a 500 anos-luz, aproximadamente.
No Hemisfrio Sul no temos uma estrela brilhante no Plo Sul Celeste,
semelhana do Hemisfrio Norte, que possui a estrela Polaris bem prxima ao Plo
Norte Celeste. Temos ento que recorrer a outro artifcio para localizar o Plo Sul

Carta celeste do outono Incio da noite

Celeste, ou seja: tomando o brao maior da Cruz e prolongando-o 4,5 vezes no sentido
Gacrux-Acrux, atingiremos aproximadamente o Plo Sul Celeste, ponto em que toda a
esfera celeste parece girar ao seu redor. importante salientar que, em qualquer
posio que se encontra o Cruzeiro do Sul, o procedimento indicado conduz-nos ao
Plo Sul Celeste. Para localizarmos o ponto cardeal Sul, basta descer uma vertical do
Plo at o horizonte.
Ao lado do Cruzeiro do Sul, vemos duas estrelas muito brilhantes. So Hadar e
Rigil Kent, respectivamente beta e alfa da constelao do Centauro. Representam as
patas daquela figura mitolgica. Rigil Kent a estrela mais prxima de ns, depois do
Sol. Est a 4,3 anos-luz, ou seja, cerca de 40 trilhes de km aproximadamente. uma
estrela tripla, sendo que as duas principais tm quase o mesmo brilho e podem ter suas
imagens separadas por um binculo. A terceira bastante fraca e somente podemos
observ-la com telescpios potentes. Esta ltima est um pouco mais prxima de ns
do que as outras duas, sendo por isso chamada de Prxima Centauro. Hadar
10.000 vezes mais luminosa que o Sol e dista quase 460 anos-luz.
A constelao do Centauro era conhecida pelos gregos, embora para aquelas
latitudes ela surgisse muito prxima do horizonte sul, em seu movimento diurno. Esta
constelao possui muitos objetos interessantes como o aglomerado globular Omega
Centauri.
At aqui falamos dos aglomerados abertos, onde as estrelas esto relativamente
espalhadas, porm nos aglomerados globulares, as estrelas encontram-se muito mais
prximas, parecendo formar um nico corpo. O Omega Centauri o maior dentre
todos os aglomerados globulares, cujo dimetro angular equivalente ao da lua cheia.
E composto de aproximadamente um milho de estrelas e dista 17 mil anos-luz. A
concentrao de estrelas tal, que no centro do aglomerado a separao mdia entre
elas de 0,1 ano-luz, enquanto que na regio da Via-lctea, onde nos encontramos, a
separao de 6 anos-luz, aproximadamente. O Omega Centauri pode ser encontrado
entre Gacrux e Menkent - teta do Centauro. visvel a olho nu, mas somente com um
pequeno telescpio podemos ter uma idia do grande nmero de estrelas que o
compe. Imagine a viso que teria um habitante em um planeta orbitando uma estrela
desse aglomerado!
Tambm na constelao do Centauro encontramos a galxia NGC 5128, de
formato bastante incomum, que se encontra a 25 milhes de anos-luz. Pode ser vista

NGC 5139 (Omega Centauri) Centaurus (03.maro.1990; 00:37h. Foto: Marco Antonio De Bellis)

M 65 + M 66 + NGC 3628 Leo (23.maio.1993; 23:15h. Foto: Marco Antonio De Bellis)

em todo o seu esplendor atravs de telescpios com objetiva maior que 10 cm e cu


bem transparente.
Ao sul do Cruzeiro do Sul encontramos a constelao da Mosca, sendo a sua
estrela teta uma dupla.
Seguindo o alinhamento Acrux-Gacrux para o norte, atingiremos a estrela
Spica - alfa da constelao de Virgem. Esta constelao simboliza a fertilidade. Para
uma outra corrente representa Astrea, a Deusa da Justia. Spica uma estrela dupla
eclipsante. As duas estrelas giram ao redor de um centro de massa comum a cada
quatro dias, causando pequenas variaes de brilho. Esto a 220 anos-luz de ns, e a
principal possui uma temperatura superficial de 3.600C. O conjunto brilha I .300
vezes mais que o Sol.
A dupla mais bonita desta constelao Porrima - a gama de Virgem. Foi uma
das primeiras estrelas a comprovar uma duplicidade. As duas tm quase o mesmo
brilho. Zavijava - a beta, Vindemiatrix - a epsilon, Porrima e Spica formam um ipsilon
no cu.
Nesta constelao existem centenas de galxias, a maioria bastante fraca. A
exceo fica por conta da NGC 104, tambm conhecida como Galxia do Sombrero,
que est a 40 milhes de anos-luz.
Seguindo o mesmo alinhamento que nos levou a Spica, indo mais para o norte,
vamos encontrar Arcturus - alfa do Boieiro, a estrela mais brilhante daquela
constelao. Esta estrela a quarta mais brilhante do cu, vindo depois de Sirius.
Canopus e Rigil Kent, e dista 37 anos-luz. Sua massa equivale a quatro sis, e a estrela
tem grande movimento prprio, cerca de 130 km/s. Os clculos indicam que ela
percorre uma distncia equivalente ao dimetro da lua cheia em 1.000 anos.
Outra estrela interessante no Boieiro Pulcherrima - a epsilon. Trata-se de uma
belssima estrela dupla, sendo suas componentes uma azul e a outra laranja, e esto a
200 anos-luz de ns. Nesta constelao, a beta chama-se Nekkar e a gama, Signus.
Ao lado do Boieiro est a constelao da Coroa Boreal com sua estrela
brilhante Alphecca - a alfa, que significa quebrada, numa aluso coroa por no
ter a forma perfeita. Est a 75 anos-luz de ns, enquanto Musakan - a beta encontra-se
a 100 anos-luz.

Quando o Cruzeiro do Sul estiver em sua posio mais alta no cu, olhando
para o norte prximo ao horizonte, veremos um grupo cuja forma lembra uma panela
que, para ns, apresenta-se de cabea para baixo. a famosa constelao da Ursa
Maior. Vemos poucas estrelas desta constelao porque ela fica muito prxima ao
horizonte para nossas latitudes.
interessante notar que, em alguns casos, culturas totalmente diferentes e
isoladas deram o mesmo nome para um dado agrupamento. o caso da Ursa Maior,
que era assim chamada na Europa, bem como por algumas tribos norte-americanas,
antes de qualquer contato com o homem branco.
Sete estrelas se destacam na Ursa Maior. A expresso setentrional (septen =
sete + triones = touro, boi) uma referncia a essas estrelas que esto sempre ao norte,
e que para alguns representavam bois. A constelao do Boieiro representa o guia que
protege a Ursa Maior, neste caso os bois.
As sete estrelas so: Duphe - a alfa, Merak - a beta, Pheada - a gama, Mergrez
- a delta, Mizar - a zeta e Alkaid - a eta.
Mizar foi a primeira dupla identificada como tal. Na verdade uma estrela
tripla e uma de suas componentes pode ser vista a olho nu. O alinhamento das estrelas
Dubhe e Merak nos leva a Regulus - alfa da constelao do Leo.
Vrias galxias habitam essa constelao, como M-81. M-82, M-106 e M-108.
Uma nebulosa planetria muito interessante que ali encontramos a M-97, com um
dimetro de trs anos-luz, e encontra-se a 300 anos-luz de ns.
A constelao zodiacal que mais se destaca no outono a do Leo. Vista do
Hemisfrio Sul, apresenta-se de cabea para baixo. Podemos identificar uma curva
de estrelas em forma de foice que representa a juba do Leo. A estrela mais brilhante
Regulus - a alfa, cujo nome significa pequeno rei. Dista 84 anos-luz de ns e est
praticamente sobre a ecltica, sendo assim comuns as ocultaes desta estrela pela
Lua. Ela dupla e isso pode ser constatado com a ajuda de um pequeno telescpio.
O dorso do Leo um tringulo formado pelas estrelas: Denebola - a beta,
Zosma - a delta e Chort - a teta. O alinhamento de Regulus e Denebola indica
Arcturus.
Nas constelaes de Virgem e Leo existem muitas galxias, como: M-65, M66, M-95 e M-96. As duas primeiras esto a 40 milhes de anos-luz e as duas ltimas,
a 30 milhes. Destacam-se, tambm, a NGC 2903 e a NGC 3521.
Entre a Ursa Maior e o Leo est a constelao do Leo Menor, formada por

algumas estrelas de pouco brilho.


Prximo Ursa Maior encontramos a constelao dos Ces de Caa. A estrela
mais brilhante desta constelao, a alfa, chama-se Cor Caroli, que significa Corao
de Charles, uma homenagem de Edmond Halley ao seu Rei, Carlos II da Inglaterra.
Destacam-se nesta constelao algumas galxias brilhantes: M-51 , M-63, M94 e NGC 4258. A primeira dista 35 milhes de anos-luz de ns, e tem
aproximadamente o mesmo tamanho da Via-lctea. Encontramos tambm o brilhante
aglomerado globular M-3, a 3.500 anos-luz de distncia da Terra. Spica, Arcturus,
Denebola e Cor Caroli formam um grande losango.
A outra constelao zodiacal desta poca Cncer, que no possui estrelas
muito brilhantes. No entanto, destacam-se: Acubens - a alfa e Al Tarf - a beta. Os
objetos mais interessantes so, sem dvida, os aglomerados abertos M-44 e M-67.
Cruzando o cu de leste a oeste encontramos Hidra, a maior de todas as
constelaes, estando sua cabea prxima constelao de Cncer, e a ponta da cauda
mais ao sul, aproximando-se de Spica. Apesar de extensa, no possui muitas estrelas
brilhantes. Alphard - a alfa a que mais se destaca, a uma distncia de 95 anos-luz.A
estrela Epsilon sxtupla, mas somente trs podem ser vistas com pequenos
telescpios.
Localizam-se nesta constelao o aglomerado aberto M-48 e o aglomerado
globular M-68, alm da bela galxia M-83 que est a 15 milhes de anos-luz. Outro
objeto notvel a nebulosa planetria NGC 3242.
Prximo a Spica existe um pequeno grupo em forma de losango, que compe a
constelao do Corvo. O alinhamento de gama com delta indica a posio de Spica.
Gienah a mais brilhante estrela do Corvo, distante 450 anos-luz de ns. Possui a
mesma cor e, conseqentemente, a mesma temperatura do Sol, sendo 2.000 vezes
mais luminosa que este.
A galxia NGC 4038 o objeto mais interessante desta constelao. Trata-se,
na verdade, de duas galxias em processo de coliso. extremamente improvvel que
haja colises entre as bilhes de estrelas que compem cada uma das galxias, pois as
distncias que separam as estrelas entre si so excepcionalmente maiores que seus
dimetros. Assim possvel que uma galxia atravesse a outra sem que haja uma
nica coliso entre as estrelas.

Quando observamos o cu noturno vemos, com freqncia, "riscos" cruzando


as constelaes. So as chamadas estrelas cadentes ou meteoros.
Os meteoros so pequenos fragmentos de rocha, em geral menores que gros
de feijo, formados basicamente de nquel e ferro, que, ao ingressarem na atmosfera
terrestre com grande velocidade, se desintegram devido ao atrito e tornam-se
momentaneamente visveis, deixando um rastro luminoso para trs. Eventualmente. a
rocha pode ter dimenses muito maiores e pode chegar a atingir a superfcie da Terra,
sendo ento chamados de meteoritos. E o caso do Bedeng, que se encontra em
exposio no Museu Nacional no Rio de Janeiro e foi encontrado nos sertes da
Bahia. s vezes, estes corpos, ao se chocarem com o solo, formam crateras, como a
que existe na Serra da Cangalha, no Maranho, com mais de 6 km de dimetro.
Felizmente este um fenmeno muito raro.
As crateras da Lua so uma prova dos efeitos dos meteoritos, pois, no
havendo atmosfera, eles atingem o solo lunar com toda a velocidade, s vezes
supersnica. Como na Lua no h ventos, chuvas ou qualquer outro tipo de fenmeno
erosivo, as crateras permanecem por milhares ou milhes de anos, sem qualquer
alterao.
Se a quantidade de meteoros entrando na atmosfera terrestre num determinado
tempo for grande, d-se o nome de chuva de meteoros. Geralmente estas chuvas esto
associadas passagem de alguns cometas. A Terra, ao cruzar suas rbitas, choca-se
com uma infinidade de pequenas partculas deixadas pelas caudas cometrias,
proporcionando o fenmeno. Na constelao do Leo encontramos uma das chuvas de
meteoritos mais notveis, chamada Lenidas. Ocorre em meados de novembro, cuja
freqncia aproximada de 20 meteoros por hora. Esta chuva est associada a
fragmentos do cometa Temple-Tuttle, cujo perodo ao redor do Sol de 33 anos. Em
1933 e 1966 estas chuvas foram excepcionalmente intensas, e espera-se para 1999 que
o fenmeno se repita.
Ao norte de Virgem, entre as estrelas Denebola e Arcturus, encontramos uma
estrela, que mesmo de pouco brilho vem a ser a alfa da constelao denominada
Cabeleira de Berenice. Embora nesta constelao no haja estrelas brilhantes, ali
habitam centenas de galxias. As mais notveis so: M-64 ou olho negro, que est a
25 milhes de anos-luz de ns: NGC 4565, NUC 4725, M-85 e M-100. O aglomerado
globular M-53 tambm chama ateno, e dista 68.000 anos-luz.

Olhando para o sul, temos um grupo que, at algum tempo atrs, era conhecido
como Argus, o navio mitolgico que transportou os argonautas em suas jornadas.
Atualmente esta constelao est dividida em trs menores: Carina ou Quilha, Popa e
Vela.
Canopus - alfa da constelao de Carina uma homenagem a Canopus (piloto
da nau dos argonautas). Ela a segunda estrela mais brilhante do cu, s perdendo
para Sirius, que tambm visvel nesta poca do ano. Canopus dista 600 anos-luz de
ns e so necessrias 200.000 estrelas iguais ao Sol para conseguir o mesmo brilho
dela.
Miaplacidus - a beta significa guas tranqilas. uma estrela circumpolar
para latitudes mais ao sul que o Rio de Janeiro, encontrando-se sempre acima do
horizonte e por isso nunca se pondo. Avior - a epsilon, Aspidiske - a iota so as outras
estrelas com nomes em Carina.
Em Argus encontramos uma das mais ricas regies do cu, com inmeros
aglomerados estelares e vrias nebulosas. A mais bela a Eta Carinae, uma enorme
massa de gs com 400 anos-luz de extenso e a 3.700 anos-luz de distncia. Esta
nebulosa, como Orion, um berrio de estrelas e facilmente observada por meio de
um binculo nas noites limpas.Com auxlio de instrumentos pouco mais potentes,
talvez consigamos ver o que o astrnomo William Herschel chamou de buraco de
fechadura, uma regio escura, quase no meio da Eta Carinae. Esta nebulosa muito
mais bonita que a Grande Nebulosa de Orion, embora menos famosa, talvez por se
localizar muito ao sul, sendo inacessvel para observadores europeus e norteamericanos. Outros objetos interessantes so os aglomerados NGC 2516, o Teta
Carinae e o NGC 3532. Este ltimo o mais belo aglomerado aberto, composto por
mais de 400 estrelas, cujo dimetro de 25 anos-luz.
Na constelao da Popa, somente a estrela zeta possui nome prprio - Naos. E
uma estrela brilhantssima para sua distncia, pois est a 2.400 anos-luz. Caso
estivesse a 50 anos-luz seria 12 vezes mais brilhante que o planeta Vnus. Nesse caso
Naos seria facilmente vista durante o dia.
Nesta constelao existem vrios objetos interessantes como os aglomerados
M-46, M-47, M-93, NGC 2423 e o NGC 2477, este ltimo possuindo mais de 300
estrelas que esto a cerca de 3.000 anos-luz de distncia. Dentro do M-46 h uma
nebulosa planetria denominada NGC 2438, cujo dimetro 70.000 vezes o dimetro

da rbita da Terra.
A ltima parte do navio a constelao da Vela. Suhail - a lambda e Markeb a kappa so as estrelas que possuem nomes prprios. A primeira 5.000 vezes mais
brilhante que o Sol. Markeb, delta Velorum, Avior e Iota Carinae formam um grupo
que conhecemos como Falsa Cruz, devido semelhana com o Cruzeiro do Sul. A
estrela mais interessante da constelao de Vela a Delta, muito quente e instvel,
parecendo ejetar material para o espao. Provavelmente num futuro se tornar uma
estrela supernova. Felizmente, esta estrela se encontra a mais de 500 anos-luz de
distncia.
Prximo estrela Regor, gama Velorum, encontramos e aglomerado NGC
2547 que relativamente brilhante, possuindo dezenas de estrelas.
Na constelao de Vela ocorreu, h 10 mil anos atrs, a fantstica exploso de
uma supernova. Segundo estimativas feitas atualmente, o brilho deve ter sido
equivalente ao da Lua, quando em quarto crescente, o que fantstico para uma
estrela que dista 1.600 anos-luz. Hoje, vemos uma tnue nebulosa naquela regio.

Cu do inverno
O Escorpio a principal constelao do inverno e uma das mais antigas.
Passa pelo znite quando observada das regies sul e sudeste do Brasil. Esta
constelao formada por vrias estrelas brilhantes e seu contorno lembra aquele
aracndeo. A estrela mais brilhante chama-se Antares - a alfa , cujo nome significa
Rival de Marte (Ant = que se ope; Ares = Marte), porque seu brilho e sua cor so
semelhantes a este planeta. Est a 500 anos-luz da Terra e aproximadamente 10.000
vezes mais luminosa que o Sol. Possui uma companheira visvel por meio de
telescpio. A caracterstica mais interessante desta estrela o seu dimetro, cuja
dimenso alcana 900 milhes de quilmetros. E uma das maiores estrelas conhecidas,
to grande que, se a reduzssemos, de modo a ficar do tamanho de uma bola de
futebol, nossa estrela, o Sol, seria menor que este ponto.
A beta do Escorpio, tambm conhecida por Graffias ou Acrab, uma estrela
dupla, fcil de ser separada por um pequeno telescpio. Uma das componentes
branca e a outra, azul.
Olhando para a mu do Escorpio, notamos serem duas estrelas muito

prximas. , na verdade, uma das poucas estrelas cuja duplicidade pode ser detectada
a olho nu. J a duplicidade de sua vizinha. a zeta do Escorpio, apenas aparente, no
sendo portanto uma dupla verdadeira. Aparecem juntas no cu apenas por uma
perspectiva, ou seja, esto angularmente prximas.
A Via-lctea atravessa o Escorpio, e esta uma regio do cu muito rica para
observaes com um pequeno telescpio ou mesmo com uni binculo. Os
aglomerados globulares M-4 e M-80. perto de Amares, assim como os aglomerados
abertos M-6 e M-7. na cauda do Escorpio. so de observao quase obrigatria.
Outra constelao zodiacal que vemos no inverno. a oeste do Escorpio. a da
Balana. Quando o Sol se encontrava nesta constelao, h aproximadamente quatro
mil anos atrs, dava-se o equincio, e portanto a durao do dia era igual da noite.
Da os antigos terem posto, nesta regio, um objeto que simbolizava igualdade,
equilbrio. Esta a nica constelao zodiacal que no representa animal. A Balana
no possui muitos objetos curiosos, e os nomes das principais estrelas so
considerados os mais difceis para memorizao: Zubenelgenubi - a alfa,
Zubeneschamali - a beta, Zubenelhakrjbi - a delta e Zubenelhakrabj - a gama.
O Sagitrio talvez a constelao mais rica em nebulosas e aglomerados
estelares, e de nossa latitude podemos v-la muito bem, porque passa por nossas
cabeas. A razo dessa riqueza que naquela direo est o centro de nossa galxia - a
Via-lctea.
Nossa galxia tem a forma de um disco com cerca de 100.000 anos-luz de
dimetro.O Sol dista 33.000 anos-luz do centro. Estamos, por assim dizer, nos
subrbios da galxia. A parte mais densa em estrelas pode ser observada em noites
transparentes como uma regio leitosa, da o nome Via-lctea. Tal regio , na
verdade. composta por bilhes de sis. Quando olhamos para o cu na direo de
rion, estamos observando a periferia da galxia, e se olhamos para Sagitrio,
estaremos contemplando o ncleo da Via-lctea.
A Via-lctea uma das milhes de galxias que existem no Universo. Como as
demais, ela composta de matria visvel representada por aproximadamente 1 50
bilhes de estrelas, e de imensas quantidades de matria invisvel. Estudos recentes
indicam que a matria visvel das galxias no representa mais que 10% de sua massa
total, permanecendo os 90% restantes sob a forma de matria escura como nebulosas,
restos de estrelas, corpos negros, planetas, etc. Todas as estrelas de uma

Carta celeste do inverno incio da noite

galxia giram ao redor de seu centro, sendo que as mais internas giram mais
rapidamente que as externas. O Sol, estando a 33.000 anos-luz do centro de nossa
galxia, leva 200 milhes de anos para dar uma volta ao redor do ncleo, definindo
assim o ano csmico. A olho nu, e em condies de transparncia ideal de cu,
conseguimos ver aproximadamente 6.000 estrelas, o que nada, comparando-se com
as bilhes que compem a Via-lctea. S conseguimos ver as estrelas mais prximas e
luminosas, todas pertencentes nossa galxia. Outras trs galxias podem ser vistas a
olho nu, em forma de uma leve mancha no cu: Andrmeda e as duas Nuvens de
Magalhes, estas ltimas consideradas galxias satlites da Via-lctea.
Sagitrio, outra constelao do inverno, apresenta uma curiosidade. Suas
estrelas alfa e beta no so as mais brilhantes da constelao, pelo contrrio. existem
vrias outras que as superam em brilho.
H quem consiga ver na distribuio das estrelas do Sagitrio um bule: Kaus
Australis - a epsilon, Kaus Meridionalis - a delta, Kaus Borealis - a lambda, Al Nasl a gama, Nunki - a sigma, Ascella - a zeta, Al Baldan - a pi, Rukbat - a alfa e Arkab - a
beta.
O objeto mais notvel desta constelao a nebulosa M-8, semelhante
Grande Nebulosa de Orion, e apresenta um dimetro aproximado de 0,5 grau. Pode ser
observada por meio de binculos e dista 4.500 anos-luz. So tambm interessantes os
aglomerados: M-24, M-25, M-22, M-28, M-2l, M-70 e M-69.
Ao norte do Sagitrio existem as constelaes do Ofico e da Serpente. Elas
juntas representam uma figura humana segurando uma serpente. As estrelas com
nome prprio em Ofico so: Rasalhangue - a alfa Chaleb - a kapa, Cebahai - a beta.
Sabik - a eta, Han - a zeta e Marfik - a lambda.
Ofico possui uma caracterstica original: cortada pela eclptica, podendo ser
considerada tambm como constelao zodiacal. Na verdade, o Sol passa mais tempo
nela do que em Escorpio
Rasalhague, a 60 anos-luz de ns, uma estrela dupla, cuja companheira
invisvel. Nesta constelao existem cinco aglomerados globulares brilhantes: M-9,
M-10, M-12, M-14 e M-19. Um outro objeto interessante, embora s visvel por meio
de telescpios, a Estrela de Barnard. Est a apenas 6 anos-luz da Terra e a estrela
mais rpida em deslocamento no cu. Viajando a 259 km/s, ela se desloca o
equivalente ao dimetro angular da lua cheia em apenas 180 anos. Se todas as

M 16 Serpens (30.julho.1995; 22:55h. Foto: Marco Antonio De Bellis)

M 8 Lagoon Nebula (10.abril.1989; 03:55h. Foto: Marco Antonio De Bellis)

estrelas se movimentassem como esta e em direes aleatrias, o perfil das


constelaes seria desfeito em poucos sculos.
Em 1 604 surgiu nesta constelao uma supernova, e esta foi a ltima a ser
observada em nossa galxia. Infelizmente isso ocorreu apenas cinco anos antes do
advento do telescpio na Astronomia. Segundo os registros da poca, a supernova foi
to brilhante quanto o planeta Jpiter.
A constelao da Serpente est, na verdade, subdividida em duas partes: a
oeste de Ofico temos a Cabea da Serpente, com a estrela Unuck alhai - a alfa, e a
leste localizamos a Cauda da Serpente.
Linuck Alhai dista cerca de 70 anos-luz e 35 vezes mais luminosa que o Sol.
O objeto mais especial nesta constelao o aglomerado globular M-5 que se localiza
na Cabea da Serpente. Est a 25.000 anos-luz, e s superado em beleza pelo Omega
Centauri e 47 Tucanae. Outro objeto interessante, agora na Cauda da Serpente, a
nebulosa da guia. Conhecida tambm como M-16, sua beleza s plenamente
revelada atravs da fotografia astronmica.
Prximo Cauda da Serpente h uma pequena constelao chamada Escudo. A
estrela delta uma varivel pulsante muito famosa. Seu brilho oscila em pouco menos
de 5 horas, cerca de 0,15M (magnitude). O aglomerado globular M-11 e o aglomerado
aberto M-26 completam os objetos que se destacam nesta constelao, que est muito
prxima do ncleo galtico.
Ao sul de Libra vamos encontrar a constelao do Lobo. Embora tenha estrelas
brilhantes como Men - a alfa e Ke Konan - a beta, uma constelao com poucos
objetos de interesse. O mais facilmente observvel o aglomerado aberto NGC 5822,
prximo zeta Lupi.
No ano de 1006 surgiu nesta constelao uma supernova, e segundo alguns
registros rabes, teria sido quase trs vezes mais brilhante que o planeta Vnus!
Como j dissemos, no passado, as estrelas foram classificadas em ordem
decrescente de brilho, segundo o alfabeto grego. Todavia essa regra no mais atende
maioria das constelaes, em vista da rediviso das mesmas ou ainda por estimativas
de brilho que foram feitas incorretamente.
Hoje somente trs constelaes mantm a classificao de alfa, beta, gama.
delta e psilon para as suas cinco estrelas mais brilhantes. So elas: Lobo, Tringulo
Austral e Cruzeiro do Sul, todas do Hemisfrio Sul.

Mais ao sul de Lobo vemos a constelao do Tringulo Austral. Sua estrela


mais brilhante Atria - a alfa. O nico objeto de interesse nesta constelao o
aglomerado aberto NGC 6025, prximo estrela beta, que pode ser visto com um
binculo. Entre o Tringulo Austral e as estrelas alfa e beta do Centauro existe uma
constelao com estrelas fracas, denominada Compasso. A alfa desta constelao
dupla, mas somente observada com um telescpio.
Ao sul de Sagitrio e Escorpio encontramos quatro constelaes pequenas:
Coroa Austral, Altar, Telescpio e Esquadro. Das estrelas que compem estas
constelaes, nenhuma tem nome prprio.
A constelao da Coroa Austral chama ateno por ser composta de muitas
estrelas fracas, formando um arco no cu. Alguns memorizam este agrupamento como
o "limo" pois logo acima temos a constelao do Sagitrio, que para muitos
representa o bule de ch.
Ao norte de Ofico vamos encontrar a constelao mitolgica de Hrcules.
Nela a estrela Rasalgethi - a alfa se destaca, pois est a 430 anos-luz de ns, e 500
vezes maior que o Sol. Seu brilho varia entre 3,1 e 3,9 magnitudes em 90 dias,
aproximadamente.
Em Hrcules existem algumas galxias, porm o que mais chama ateno nesta
regio do cu so os aglomerados globulares M-13 e M-92. O primeiro, mais modesto
que o Omega Centauri, dista 21.000 anos-luz de ns e pode ser visto a olho nu,
embora com alguma dificuldade. O segundo, um pouco mais fraco, est a 30.000
anos-luz.
A leste de Hrcules vemos a pequena constelao de Lira, com sua estrela
muito brilhante chamada Vega - a alfa. Um pequeno quadriltero visto nesta
constelao, formado pelas estrelas Sheliak - a beta, Sulafat - a gama, delta e zeta. O
Sol, girando em torno da nossa galxia, desloca-se para uma regio do cu que fica
prxima a esta constelao. o chamado pex solar.
Vega uma estrela azulada; est a 26 anos-luz e 52 vezes mais luminosa que
o Sol. E a quarta estrela mais brilhante no cu. H indcios de que, ao redor de Vega,
exista um sistema planetrio em formao. Esta estrela ser a estrela polar do
Hemisfrio Norte daqui a 10.000 anos. Sheliak uma binria eclipsante, ou seja, duas
estrelas a girar em torno de um centro de massa comum, uma eclipsando a outra, para
o observador da Terra. Isto causa uma oscilao de brilho no conjunto, entre 3,4 e 4,3
magnitudes em 13 dias.

A estrela epsilon uma dupla-dupla, ou seja, uma dupla vista a olho nu, sendo
que cada uma das componentes tambm um sistema binrio, quando vistas ao
telescpio. As duplas visuais tm magnitude 4,7 e 5,1, e todo o conjunto est a 180
anos-luz de ns.
Dois objetos chamam ateno nesta constelao: a bela nebulosa planetria M57, tambm conhecida como nebulosa do anel, localizada entre as estrelas beta e
gama, e o aglomerado globular M-56. Nebulosas planetrias so formadas por
algumas estrelas, que ao final de suas vidas expelem para o espao grande parte de
suas massas. O Sol, daqui a 5 bilhes de anos, possivelmente ir se transformar numa
nebulosa planetria. A M-57 est a 20.000 anos-luz da Terra e tem um dimetro
aproximado de meio ano-luz. A ejeo de massa originria deve ter ocorrido a 2.000
anos atrs, e a estrela remanescente central pode ser detectada em algumas fotos, cuja
temperatura superficial da ordem de 100.000C.
Ao norte vemos parte da constelao do Drago, cujas estrelas Rastaban - a
beta e Ed Asich - a iota podem ser observadas em condies de cu transparente.
Como esta constelao est sempre muito prxima do horizonte para nossas latitudes,
no conseguimos ver os aglomerados daquela regio.
Como j dissemos, no Hemisfrio Norte h uma estrela muito brilhante
ocupando o plo celeste. E a Polaris - a alfa da constelao da Ursa Menor. Devido ao
movimento de precesso da Terra, daqui a alguns sculos aquela estrela deixar de
ocupar o plo celeste. Daqui a 10.000 anos, ser a vez de Vega ocupar aquela posio.
No tempo em que eram construdas as pirmides do Egito, a estrela polar era Thuban a alfa da constelao do Drago, uma estrela relativamente brilhante.
No Hemisfrio Sul no temos nenhuma estrela de fcil reconhecimento
naquela regio. A mais prxima do plo sul celeste a sigma Octans, uma estrela de
sexta magnitude da modesta constelao do Oitante. Devido ao movimento de
precesso teremos, daqui a 6.500 anos, a estrela Aspidiske (i Carinae), que ser a mais
brilhante a assumir a posio do plo sul celeste.
Em 1499. Amrico Vespcio nos deixou este relato sobre a procura da Estrela
Polar do Sul: "... muito desejoso de ser o autor que identificaria a estrela polar do
outro hemisfrio, perdi muitas noites de sono na contemplao do movimento das
estrelas em volta do plo sul, a fim de registrar qual delas tinha o menor movimento e
se encontrava mais prxima do plo.

A constelao do Oitante no possui estrelas brilhantes. Sua maior importncia


provm em abrigar o plo sul celeste. A sigma Octantis dista 120 anos-luz e seis
vezes mais luminosa que o Sol.

Cu da primavera
No comeo das noites primaveris no h, infelizmente, nenhum grupo notvel
de estrelas no alto do cu, como as constelaes de Orion, do Cruzeiro do Sul e do
Escorpio. Tambm das constelaes zodiacais presentes, nenhuma possui estrelas
brilhantes.
Nosso principal ponto de referncia nesta poca do ano ser a constelao do
Pgaso. Olhando na direo norte, a aproximadamente 45 graus de altura, veremos um
quadrado formado por quatro estrelas de mdio brilho. Destas, trs pertencem
quela constelao: Markab - a alfa, Scheat - a beta e Algenib - a gama. A outra
estrela do quadrado Alpheratz - a alfa da constelao de Andrmeda, que
abordaremos mais adiante. Essas estrelas representam o corpo do cavalo alado. As
outras estrelas da constelao do Pgaso so: Matar - a eta e Sad al Ban - a mu,
representando a cauda do cavalo, e Homan - a zeta, Baham - a teta e Enif- a epsilon
que simbolizam o pescoo e a cabea.
A estrela Scheat uma varivel irregular, cujo brilho oscila entre as
magnitudes 2.1 e 3,0. Sua distncia de aproximadamente 210 anos-luz.
O objeto mais interessante nesta constelao o aglomerado globular M-15,
que fica prximo estrela Enif e dista aproximadamente 42.000 anos-luz. H indcios
de que as estrelas deste aglomerado esto sendo colapsadas por um buraco negro, pois
ali so detectadas intensas fontes de raios-X. Muitas galxias se localizam em Pgaso.
dentre elas as NGC 7331, NGC 7814 e a NGC 7479. A primeira encontra-se a 50
milhes de anos-luz e , aproximadamente, cinco vezes menor que a nossa.
Na diagonal de alfa Pegasi e alfa Andromedae temos a constelao de
Andrmeda. Alm de Alpheratz - a alfa, outras duas estrelas se destacam: Mirach -a
beta e Almak - a gama. Esta ltima uma interessante estrela dupla, visvel atravs de
pequenos telescpios, sendo uma amarela e a outra azulada.
A estrela zeta outra dupla, e isso s pode ser detectado com instrumentos
especiais. Neste sistema, as componentes esto to prximas que a ao gravitacional

Carta celeste da primavera incio da noite

as deforma fazendo-as parecer dois meles.


O objeto mais bonito nesta constelao a galxia de Andrmeda ou M-31.
maior que a nossa e pode ser vista a olho nu se o cu estiver limpo. O primeiro a
registrar esse objeto foi o astrnomo persa Al Sufi, no ano de 905 da nossa era. A M-3
1 uma das galxias mais prximas de ns. Est a apenas 2.2 milhes de anos-luz
de distncia. Isto significa que a luz que vemos dela, hoje, partiu de l h 2,2 milhes
de anos atrs.
A galxia de Andrmeda tem aproximadamente 180.000 anos-luz de dimetro,
e contm cerca de 300 bilhes de estrelas. Como a Via-lctea, ela tambm possui duas
galxias satlites, e bem menores. So as M-32 e NGC 205. Outras galxias
interessantes habitam esta constelao, como por exemplo a NGC 891, embora todas
sejam ofuscadas pela beleza da M-3 I.
Ali tambm encontra-se a nebulosa planetria NGC 7662.
A leste de Pegaso localizamos a Cruz do Norte, nome como tambm
conhecida a constelao do Cisne. Ela fica sobre a Via-lctea. O brao maior dessa
cruz formado pelas estrelas Deneb - a alfa, Sadr - a gama e Albireo - a beta, e o
brao menor por Gienah - a epsilon e Gama Cygni.
Deneb uma estrela supergigante azul, uma das maiores conhecidas,
igualando-se a Rigel. 60.000 vezes mais luminosa que o Sol, e dista 1.500 anos-luz.
Das estrelas que se destacam a olho nu, uma das mais afastadas. Para Rodrigo de
Triana, vigia da nau Pinta, uma das trs que estavam sob o comando de Cristvo
Colombo, esta foi uma estrela da sorte. Estava ele, no dia 12 de outubro de 1492,
observando a estrela Deneb quando, luz do luar, viu, no horizonte, a silhueta das
terras, que depois chamariam de Amrica. Por ter sido o primeiro a avistar a terra
procurada, fez jus ao prmio de 5.000 maravedis.
Albireo uma estrela dupla, das mais belas. Uma componente amarela e a
outra azul. Podem ser observadas por meio de pequenos telescpios e esto a 410
anos-luz de ns.
Outra estrela dupla interessante, embora s vista ao telescpio, a 61 Cygni.
Suas componentes levam 700 anos para dar uma volta em torno do centro de massa
comum. Este sistema est muito prximo de ns, cerca de 10,3 anos-luz.
Nesta constelao h um corpo enigmtico denominado Cygnus X-1. Trata-se
de uma intensa fonte de raio-X, situada prxima estrela denominada HDE 226868,
distante 7.000 anos-luz. Para a Astronomia, este tem sido um dos primeiros locais

do espao a proporcionar uma correlao entre os dados observados com os previstos


pela teoria sobre a existncia de buracos negros. Observando Cygnus X- 1 estamos,
quem sabe, observando um dos objetos mais fantsticos do universo: os buracos
negros.
Outras nebulosas desta constelao, a NGC 6960 e a NGC 6962, so
originrias de uma exploso estelar ocorrida aproximadamente a 40.000 anos atrs.
Hoje os gases daquela exploso expandem-se a 1.700 quilmetros por segundo. J a
nebulosa NGC 7000 tambm conhecida como Amrica do Norte, pois seu
contorno assemelha-se quele continente. Dista 1.600 anos-luz de ns e apresenta uma
extenso de quase 2 graus no cu.
Ao sul do Cisne vemos a constelao da guia, com suas estrelas de brilho
mdio: Altair - a alfa, Alshain - a beta, Tarazed - a gama, Dheneb - a zeta e
Althalimam - a lambda.
Altair est prxima de ns, cerca de 16 anos-luz. Sua caracterstica mais
interessante a velocidade da rotao. Enquanto o Sol d uma volta em torno de si em
25 dias, Altair o faz em apenas 6,5 horas. Conseqentemente seu raio equatorial o
dobro do raio polar. J a estrela Eta Aquile uma varivel, cuja mudana de brilho
pode ser observada a olho nu. Em um intervalo de apenas 7,2 dias, seu brilho vai da
magnitude 3,4 at a magnitude 4.7.
Altair, Deneb e Vega formam no cu um tringulo, mais conhecido no
hemisfrio Norte como Tringulo do Vero. Aqui o conhecemos como Tringulo
do Norte. Altair tem, em cada lado, uma estrela de brilho mais fraco. O conjunto
lembra as Trs Marias, porm com brilhos desiguais. Tomando o alinhamento das
estrelas no sentido leste, chegaremos a Vega. Entre as constelaes de Cisne, Aguia e
Pgaso encontramos quatro pequenas constelaes: Vulpecula - a Raposa. Sagitta - a
Flecha, Delphinus - o Delfim e Equuleus - o Cavalo Menor.
Na constelao da Raposa um objeto se destaca. a nebulosa planetria M-27,
tambm conhecida como Halter, que est a mais de 900 anos-luz de ns. Calcula-se
que a temperatura inicial da estrela que deu origem nebulosa seja de 85.000C. Tal
estrela muito fraca, e precisamos de telescpios potentes para observa-la, o mesmo
ocorrendo com a nebulosa.
Na Flecha, existe o aglomerado denominado M-71, ora classificado como
aberto, ora como globular, podendo ser observado com o auxlio de binculos.
Delfim uma constelao fcil de ser identificada. Embora as estrelas que a

NGC 7293 + 121 Hermione (29.julho.1995; 03:08h. Foto: Marco Antonio De Bellis)

NGC 253 - Sculptor (05.fevereiro.1994; 00:50h. Foto: Marco Antonio De Bellis)

compem sejam fracas, esto bem juntas, e quatro delas formam no cu um pequeno
losango de fcil reconhecimento. A estrela Gama uma dupla observvel com
telescpio. Ali encontra-se tambm o tnue aglomerado globular NGC 2006, um dos
mais afastados, pois est a aproximadamente 185.000 anos-luz.
Finalmente temos Cavalo Menor, uma constelao de pouco interesse, sendo
mesmo difcil de ser identificada.
O alinhamento Alfa Andromedae - Alfa Pegasi nos leva constelao do
Aqurio. A estrela mais brilhante desta constelao zodiacal Sadalmelik - a alfa.
Quando o planeta Netuno foi descoberto, encontrava-se nesta constelao.
Sadalmelik est a mais de 1.100 anos-luz de distncia e cerca de 6.000 vezes
mais luminosa que o Sol.
Em Aqurio existem vrios objetos de interesse como os aglomerados
globulares M-2 e M-72, o primeiro distante cerca de 50.000 anos-luz e o segundo,
aproximadamente 60.000 anos-luz.
Duas nebulosas planetrias podem ser encontradas: a NGC 7009, tambm
conhecida como Saturno, devido semelhana com o planeta; e a NGC 7293 ou
nebulosa de Helix. Esta ltima talvez a mais bonita das nebulosas planetrias,
embora de brilho fraco. Seu dimetro de 1,5 anos-luz e dista 400 anos-luz.
Altair, com as duas estrelas que a ladeiam, indica, para a direo sudeste, a
posio da constelao do Capricrnio. Seu contorno lembra, com boa vontade, uma
Asa Delta. Fugindo regra a estrela Giedi, _ a alfa mais fraca que Dabih - a beta.
A olho nu, podemos ver Giedi como uma estrela dupla, mas essa duplicidade
apenas aparente. As estrelas, na verdade, no giram uma ao redor da outra. A estrela
mais brilhante est a 1.500 anos-luz de ns e a outra, aproximadamente a 100 anosluz. J a estrela Dabih de fato uma dupla verdadeira e pode ser facilmente detectada
com um binculo.
Encontra-se tambm nesta constelao o aglomerado globular M-30, que est a
aproximadamente 40.000 anos-luz.
Ao sul de Pegaso localizamos a fraca constelao de Peixes. Para
visualizarmos esta constelao, imaginamos duas fileiras de estrelas que se unem
estrela Al Rischa - a alfa e terminam, cada uma, em grupos de estrelas fracas que

parecem arcos. Cada arco representa um peixe. Prximo estrela Markab (Alfa
Pegasi), temos um peixe e, ao lado de Merach (Beta Andromedae), o outro Peixe.
Al Rischa uma estrela dupla, mas somente com telescpios potentes
distinguimos suas componentes, que levam 700 anos para dar uma volta em torno do
centro de massa comum.
Nesta constelao encontramos duas galxias muito bonitas: a M-74 e a NGC
488. A primeira est a 30 milhes de anos-luz e contm aproximadamente 30 bilhes
de estrelas.
No comeo das noites da primavera, vemos no alto do cu a estrela Fomalhaut,
a mais brilhante da constelao do Peixe Austral, e por isso uma alfa. As outras
estrelas desta constelao so muito fracas.
Fomalhaut est prxima de ns, cerca de 23 anos-luz. E uma estrela dupla cuja
companheira est a quase dois graus de distncia, equivalendo aproximadamente a um
ano-luz. Esta separao absurdamente grande, tornando a atrao gravitacional entre
ambas muito pequena. Estas estrelas provavelmente se originaram de um aglomerado
do tipo Pliades, e posteriormente tiveram seus membros afastados. Talvez Fomalhaut
e sua companheira sejam as ltimas remanescentes a se desconectarem
gravitacionalmente.
Ao sul de Peixe Austral, vemos duas constelaes: a do Grou e a do Tucano. O
Grou apresenta trs estrelas de brilho mdio: Alnair - a alfa, Aldhanab - a beta e a
gama. No Tucano localiza-se a Pequena Nuvem de Magalhes que, juntamente com a
Grande, constituem as galxias satlites da Via-lctea.
A Pequena Nuvem de Magalhes pode ser vista a olho nu, caso o cu esteja
livre da poluio luminosa e atmosfrica. Ela encontra-se a cerca de 30.000 anos-luz
de ns e se estende por uma rea no cu de aproximadamente 9 graus quadrados. Deve
contar com umas 900 milhes de estrelas.
Ao lado da Pequena Nuvem de Magalhes (PNM) encontramos dois
aglomerados globulares: o 47 Tucanae e o NGC 362. 0 primeiro muito brilhante,
somente superado pelo Omega Centauri. e pode ser visto com um binculo. O
segundo bem mais fraco. A proximidade com a PNM aparente, uma vez que o 47
Tucanae est a apenas 15.000 anos-luz de ns.
A leste do Grou encontramos a constelao de Fnix. A estrela mais brilhante
Ankaa - a alfa. Outras que se destacam so a beta e a gama. Ankaa fica entre

Achernar (Alfa Eridanus) e Fomalhaut (Alfa Pisces Austrini). A estrela zeta uma
binria eclipsante, cujo brilho varia entre 3,6 e 4.1 magnitudes em um perodo de 1,67
dias.
A sudoeste do Grou existem duas constelaes: a do Pavo e a do Indio.
Peacock, a alfa do Pavo, a mais brilhante daquela constelao. Essa estrela
dupla, e suas componentes orbitam o centro de massa comum em 11 .7 dias. O sistema
somente detectado atravs de fotografias. Encontram-se aproximadamente a 310
anos-luz da Terra, e o sistema 1.200 vezes mais brilhante que o Sol.
O aglomerado globular NGC 6752 se destaca nessa constelao, assim como a
galxia NGC 6744.
A constelao do ndio bastante modesta, possuindo somente estrelas fracas.
A epsilon uma estrela muito prxima de ns, encontrando-se a apenas 11,4 anos-luz.
A constelao de Hydrus, a Serpente Marinha, fica prxima ao plo celeste. As
trs estrelas mais brilhantes - alfa, beta e gama - tm aproximadamente magnitude 3,9.
No horizonte norte vemos parcialmente duas constelaes por estarem
prximas ao plo norte celeste: Cefeu e Cassiopia. Na constelao de Cepheus
(Cefeu) conseguimos ver, se o cu estiver sem obstculos, as estrelas Alderamin - a
alfa e Garnet - a mu. A primeira ser, daqui a 5.500 anos, a estrela polar do hemisfrio
norte. J a Garnet, com sua cor de um vermelho muito vivo, uma varivel irregular.
A estrela delta, alm de ser varivel, tambm uma bela estrela dupla. Sua
variao ocorre devido a pulsaes da estrela principal e no por eclipses da
companheira.
Ao lado de Cepheus temos um grupo que se assemelha a uma letra M ou
"W", dependendo da posio no cu. E a constelao da Cassiopia. As estrelas
principais so: Shedar - a alfa. Caph - a beta, Navi - a gama e Ruchban - a delta.
A estrela dupla mais interessante ao telescpio eta. Est a 18 anos-luz de ns.
Se houvesse um observador em um planeta hipottico ao redor de Alfa
Centauri, este veria Cassiopia como ns a vemos, porm com uma diferena: haveria
no conjunto uma outra estrela, um pouco mais brilhante que as demais - o nosso Sol.

Anexos
Como fotografar as constelaes
Fotografar as constelaes uma atividade que qualquer pessoa pode fazer.
Com o mtodo descrito abaixo, pode-se registrar estrelas bastante fracas (magnitudes
8 ou 9), visveis somente por meio de telescpios, alm de meteoros, aglomerados,
nebulosas e galxias. O equipamento utilizado acessvel maioria das pessoas. Alm
disso, a grande vantagem da fotografia que ela registra a observao, permitindo
uma posterior comparao, alm de mostrar os resultados aos amigos.
Material necessrio:
- cmara fotogrfica (com pose B no obturador)
- cabo de disparo (tambm conhecido como propulsor)
- filme de alta sensibilidade (400 ISO por exemplo)
- trip (devido longa exposio, no se pode segurar a cmara; por isso ela
deve ficar totalmente imvel, em um trip ou em uma base de madeira).
Ajustes preliminares:
Coloque a cmara sobre o trip (ou base), de modo a ficar imobilizada durante
a exposio. Certifique-se de que o cabo ir travar o obturador e adapte-o cmara.
Regule o obturador para "B". Abra o diafragma para f/2 ou f/2,8 e focalize a cmara
para o infinito ().
Operao:
Aponte a cmara para a regio do cu desejada e dispare-a por meio do cabo.
Decorridos 30 segundos, destrave o cabo. A foto est pronta. Nos casos em que o
tempo de exposio muito pequeno, as imagens estelares ficaro pontuais, mas
pode-se obter resultados bastante interessantes quando em exposio de tempo maior,
como 30 minutos ou mais. Nestes casos, ao fotografar o Plo Celeste, as imagens

das estrelas aparecem trilhadas, formando arcos concntricos com o Plo Celeste.
Fotografando a regio do Equador Celeste, as trajetrias das estrelas aparecem
retilneas. Fotografar as estrelas surgindo por trs de uma rvore ou morro apresenta
excelentes resultados.
Pode-se detectar tambm, nas fotos, a passagem de um avio, satlite artificial
ou mesmo meteoros.
Quanto mais transparente estiver o cu, melhor o resultado. Deve-se evitar a
todo custo noites com Lua cheia e lugares prximos a luzes. Mas nas cidades tambm
possvel obter bons resultados, desde que se tome cuidado com o tempo de
exposio, pois se for maior que trs minutos, a foto pode ficar velada.
A repetio das experincias ser o melhor laboratrio para se dominar essa
interessante tcnica.
Para fotografar a Lua e os planetas precisa-se utilizar instrumentos mais
potentes.

Como estimar ngulos com as mos


Utilizando-se apenas o brao esticado e as mos, pode-se fazer estimativas dos
ngulos entre os astros. Por exemplo: o palmo equivale a 20 graus, a chave a 15, trs
dedos mdios colocados lado a lado a 5 graus, etc. Para checar e efetuar algum
aperfeioamento, compare com a separao entre algumas estrelas conhecidas e com o
dimetro da Lua cheia.
Sirius - Betelgeuse = 27
Regulus - Denebola = 24,5
Rigel - Betelgeuse = 18,5
Hadar - Acrux = 12
Acrux - Gacrux = 6
Hadar - Rigil Kent = 4,5
dimetro da Lua cheia = 0,5

Principais alinhamentos

Bibliografia
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